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O ESTADO ATUAL DA TELEODONTOLOGIA NO ENSINO

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Academic year: 2021

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O ESTADO ATUAL DA TELEODONTOLOGIA NO ENSINO

Marcelo José Sanches1, Fábio Oliveira Teixeira2

1. Bacharel em Sistemas de Informações, Especialista em Gestão em Saúde. Secretaria de

Estado da Saúde de São Paulo – SES, São Paulo (SP), Brasil.

2. Professor Doutor. Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de São Paulo -

UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.

Resumo

Objetivo: Este trabalho tem por objetivo, por meio de uma revisão da literatura, abordar o panorama atual da Teleodontologia no ensino. Método: Foram consultadas as bases de dados PubMed, MEDLINE, SCIELO e LILACS e encontrados 11 artigos e depois de aplicados os critérios de inclusão e exclusão, restaram 6 artigos. Resultados: Os trabalhos encontrados foram os mais variados possíveis, abordando diversos assuntos, desde implantação de Teleodontologia no Brasil até uma revisão sistemática mostrando o perfil da Teleodontologia no mundo. Conclusão: Poucos são os estudos sobre a aplicação e eficácia da Teleodontologia, havendo a necessidade da realização de ensaios clínicos, pois os estudos recentes realizados no Brasil são relatos de caso e se restringem a um pequeno grupo de pesquisadores, o que leva a uma tendência de opiniões. Apesar da falta de profissionais qualificados, abrangência e centros de referência, a Teleodontologia pode ser considerada uma área com grande potencial de expansão.

Descritores: Teleodontologia; Educação em Odontologia; Tecnologia Educacional.

Introdução

Em todas as áreas do conhecimento humano tem havido um progresso significativo, não só pela melhoria em cada um desses campos, mas também pelas contribuições feitas pelos desenvolvimentos tecnológicos. O campo das ciências méwdicas e da saúdenão foi exceção, sendo que a aplicação de diversas tecnologias permitem a cada dia ampliar as possibilidades diagnósticas e terapêuticas para os pacientes, que por sinal a odontologia também utilizou estas novas ferramentas para diagnósticos e tratamentos mais precoces e precisos; mais eficazes e econômicos. Mas existe, dentre todos estes desenvolvimentos nos últimos 40 anos, um que tem revolucionando a forma como os processos de saúde são geridos e disponibilizados para as pessoas, e tal mudança é a aplicação da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que levaram a melhorar drasticamente a gestão de grandes

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quantidades de dados gerados na saúde. Mais recentemente, nos últimos 20 anos, vimos como a Internet introduziu grandes mudanças na forma como nos comunicamos e nos relacionamos, mudanças que novamente influenciaram a área da saúde1.

A Teleodontologia compreende a utilização de novas tecnologias de comunicação, gravação e armazenamento de informações sobre cuidados dentários, principalmente para melhorar o acesso das populações isoladas. Diante do exposto, a Teleodontologia não se limita a um ato de cuidados dentários, mas engloba todas as atividades que se relacionam com a prática da odontologia, que vão desde a promoção, educação e diagnóstico até a reabilitação1.

O Brasil adotou o ensino a distância aplicado à saúde (e-Health) e à educação, como política nacional, desde 2006. O movimento faz parte da ação nacional do Ministério da Saúde para desenvolvimento dos recursos da saúde humana. Diversas estratégias vêm reorientando as competências do profissional de saúde para o modelo da atenção à saúde, baseadas nos cuidados à atenção primária2.

O Núcleo de Teleodontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (NTO-FOUSP) foi criado como parte do Núcleo de Telessaúde do Estado de São Paulo que está ligado ao Programa do Ministério da Saúde do Brasil. O NTO-FOUSP iniciou suas atividades em 2007, com dois projetos: produção de aulas virtuais e transmissão destas em tempo real via internet3.

Este trabalho tem por objetivo, por meio de uma revisão da literatura, abordar o panorama atual da Teleodontologia no ensino, tanto nos cursos de graduação como de pós-graduação e também para a população em geral.

Método

Estudo de revisão bibliográfica da literatura, onde foram consultadas as bases de dados PubMed, MEDLINE, SCIELO, LILACS e Coleciona SUS, para a busca de publicações de trabalhos científicos por meio da combinação dos descritores: Teleodontologia; Educação em Odontologia e Tecnologia Educacional.

Como critérios de inclusão, foram considerados os artigos completos e disponíveis na íntegra, que englobavam: revisão sistemática da literatura, análise descritiva, relatos de caso, publicados em língua portuguesa, inglesa e espanhola, publicados entre janeiro de 2012 até julho de 2016.

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Como critérios de exclusão, além da língua e do período de publicação, foram desconsiderados os artigos científicos que não se relacionavam com o objetivo pesquisado, ou seja, com Teleodontologia.

Foram encontrados 11 artigos e depois de aplicados os critérios de inclusão e exclusão, restaram 6 artigos para compor esta revisão.

Resultados

Tabela 1 – Artigos localizados nas bases de dados PubMed, LILACS e MEDLINE, entre os anos

2012 e 2016, sobre Teleodontologia.

Título do

Artigo/Referência Objetivo Resultados

1.Teleodontología:

conceptos, experiencias y proyecciones.

Revisão de literatura dos conceitos, história, áreas de aplicação e experiências, aspectos legais e

projeções futuras da

Teleodontologia.

Foram revistos os conceitos, história, campos de aplicação e experiências documentadas em todo o mundo, considerações legais, bem como algumas aplicações e projeções futuras da teleodontología. Em geral, encontramos um positivo, embora

limitado, desenvolvimento da

teleodontologia sob suas diversas formas, o que tem aumentado nos últimos anos, superando desafios clínicos e jurídicos iniciais. O aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas tecnologias e uma atitude criativa de dentistas estão emergindo como os principais substratos para a expansão dessa prática.

2.Núcleo de

Teleodontologia da

Faculdade de Odontologia da Universidade de São

Paulo: uma melhor

educação para uma melhor saúde em tempos de TIC.

Relato de caso sobre o Núcleo de Teleodontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

Em parceria com a Associação Brasileira de Ensino Odontológico, o NTO-FOUSP vem trabalhando na consolidação da Rede Nacional de Teleodontologia, envolvendo instituições de educação e pesquisa, juntamente com serviços de saúde e auxiliando profissionais no desenvolvimento de uma atenção à saúde primária mais eficiente. O objetivo geral do projeto é introduzir um núcleo em cada faculdade pública de Odontologia.

3.Experiência da Rede

Brasileira de

Teleodontologia.

Relato de caso sobre a experiência

da Rede Brasileira de

Teleodontologia como parte das estratégias de eHealth.

Várias instituições de todo o país

participam ou vêm recebendo

treinamento e suporte para a implantação de seus próprios núcleos de Telessaúde e Teleodontologia. Diversas iniciativas estão sendo tomadas de modo articulado, a fim de facilitar a criação e a consolidação de uma rede de colaborativa de trabalho em Telessaúde e Teleodontologia.

4.From information

technology to informatics: the information revolution in dental education.

Revisão da literatura sobre as aplicações da tecnologia da informação na Odontologia.

Com relação à educação, devemos adotar uma abordagem baseada em evidências para ensino e aprendizagem, partilhar conteúdos e métodos

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educativos eficazes, alavancar tecnologias para mudanças no equilíbrio de poder entre professores e alunos, melhorar o apoio ao ensino clínico e construir uma infra-estrutura de informação centrada nos alunos e organizações internacionais. Na investigação, as oportunidades incluem a reutilização de dados de cuidados clínicos para estudos e pesquisa. 5.Teledentistry: a systematic

review of the literature.

Revisão sistemática da

Teleodontologia.

De um total de 878 estudos sobre Teleodontologia, foram utilizados 59 para avaliação. Ela foi relatada em de 15 países. O maior número de estudos foi realizado nos EUA (n=22). Os estudos foram publicados em 30 revistas médicas e odontológicas. O mais frequente foi o Jornal de Telemedicina e Teleassistência (n=10). O número de publicações aumentou a partir de 1992. Os tipos mais comuns de intervenção foram sobre cuidados de saúde oral. E também estudos em educação odontológica, como ortodontia (n=6). O tipo mais comum de aplicação foi na educação (n=21). O cenário mais comum foi em hospital (n=26), seguido por universidades (n=14). Com relação à modalidade de comunicação, 22 dos estudos utilizaram videoconferência e 17 estudos foram assíncronos. Em tele-educação, a maioria dos estudos foram com estudantes de odontologia (n=18). A maioria dos estudos compreenderam relatos de casos ou estudos clínicos não controlados (n=50). Portanto, a qualidade das evidências era pobre. A conclusão dos estudos foi a de que a Teleodontologia é uma abordagem viável (n=33) e a alternativa mais eficiente e

eficaz. Alguns identificaram

desvantagens que exigiam mais melhorias. Em três casos, a conclusão foi de que as vantagens sobre a alternativa convencional eram pouco claras, ou que o método convencional apresentava vantagens sobre a Teleodontologia. 6.Telessaúde Brasil Redes

e Teleodontologia: relato da

experiência em Mato

Grosso do Sul.

Relato de caso da Teleodontologia no programa Telessaúde Brasil Redes em Mato Grosso do Sul.

Com respeito à teleducação, foram realizados 37 seminários virtuais, sendo 8 deles referentes à Saúde Bucal, com os temas: Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família; Visita Domiciliar na Saúde Bucal; Hipertensão Arterial e Saúde Bucal; Diabetes na Saúde Bucal; Indicadores de Saúde Bucal no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica; Saúde Bucal do Bebê; Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD). Assim, a Teleodontologia tem se mostrado uma importante ferramenta assistencial e educativa para o apoio aos profissionais de Saúde Bucal na Atenção Primária, em MS.

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Discussão

As capacidades da TIC avançaram rapidamente nos últimos cinquenta anos. Muitos desses avanços permitiram novas e benéficas aplicações na educação odontológica. No entanto, conceitualmente, o uso de TIC em escolas de odontologia está apenas no início. Desafios e oportunidades se avolumam para melhorar o atendimento clínico, a educação e a pesquisa com TIC4, mas ainda há alguns obstáculos ao seu uso crescente, principalmentesobre as modalidades ótimas e os custos e benefícios5.

A Teleodontologia educacional pode ser dividida em direcionada para pacientes com um propósito altamente promocional e prevenção de saúde e para os profissionais enquadrados em um processo de especialização ou de educação continuada1.

Por exemplo, muitas aplicações educacionais abordaram a natureza visual da odontologia através de imagens, casos e instruções ministradas por meio de DVDs e CDs. As simulações surgiram para fornecer uma instrução mais realista para o tratamento real do paciente, tanto na forma de laboratórios de simulação pré-clínica quanto de simulações de casos e também no desenvolvimento de habilidades psicomotoras. E-livros didáticos foram outra aplicação pioneira na educação dental. Muitas outras tecnologias, como aplicativos de tutoria inteligente, sistemas de resposta de estudantes e gravação de palestras e retransmissões, remodelaram a paisagem da educação odontológica4.

Um desafio consistente é como adaptar os objetivos e métodos de instrução em resposta às oportunidades e desafios que as novas tecnologias apresentam e como integrar essas tecnologias mais efetivamente no currículo. No início, o acesso e o uso da tecnologia pelos professores foi restrita devido ao custo, às capacidades limitadas e à necessidade de pessoal técnico. Hoje, a tecnologia sofisticada está amplamente disponível, e novas ferramentas de apresentação, criação e gravação oferecem flexibilidade significativa aos educadores sobre como apresentar o conteúdo instrucional4.

No Brasil, as múltiplas estratégias para o e-Health incluem principalmente o Programa Telessaúde Brasil Redes, a Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde – UNA-SUS e a Rede Universitária de Telemedicina – RUTE. Para melhor integrar a Odontologia, foi criada em 2011, a Rede Nacional de Teleodontologia – a

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RNTO, cujo objetivo é compartilhar experiências bem-sucedidas de Telessaúde aplicadas a Teleodontologia, em nível nacional e no exterior2.

A RNTO é conduzida pela Associação Brasileira de Ensino Odontológico e pelo NTO-FOUSP, em parceria com os núcleos de Telessaúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e com a Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul2,3,6. Contribuindo também para a melhoria dos cuidados em saúde, para a pesquisa e a educação na graduação, a partir de 2008, bem como nos cursos de pós-graduação em Odontologia em todo o país, a partir de 20102,3.

Apesar dos trabalhos realizados no Brasil apresentarem uma visão promissora nas suas diversas áreas de atuação, um estudo de revisão sistemática internacional identificou algumas informações limitadas sobre a eficácia da Teleodontologia. Dos artigos pesquisados, a maioria estava associada à viabilidade de diferentes aplicações, e apenas alguns dos estudos relataram uma comparação da Teleodontolgia com um método convencional de prestação de cuidados de saúde bucal. Mesmo para esses estudos, a maioria estava limitada a Projetos piloto e resultados de curto prazo, e em muitos casos a eficácia da aplicação estava sendo desconsiderada. Assim, há necessidade de mais pesquisas em Teleodontologia5.

Conclusão

Ainda são poucos os estudos abordando a aplicação e eficácia da Teleodontologia, havendo a necessidade da realização de ensaios clínicos, pois os estudos recentes realizados no Brasil são relatos de caso e se restringem a um pequeno grupo de pesquisadores, o que leva a uma tendência de opiniões. Apesar da falta de profissionais qualificados, a pequena abrangência e insuficiência de centros de referência com tecnologia adequada distribuídos pelo país, a Teleodontologia pode ser considerada uma área com grande potencial de expansão.

Referências

1. Cartes-Velásquez R, Bustos-Leal A. Teleodontología: conceptos, experiencias y proyecciones. Odontoestomatologia. 2012 nov; 14(20):17-25.

2. Haddad AE, Rendeiro M, Correia ADMS, Bavaresco C, Morita MC, Skelton-Macedo MC, Monteiro AMV. Experiência da rede brasileira de Teleodontologia. J bras telessaúde. 2013 jun; 2(2):81-3.

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3. Skelton-Macedo MC, Antoniazzi JH, Chao LW, Abdala CG, Haddad AE. Núcleo de teleodontologia da faculdade de odontologia da universidade de São Paulo: uma melhor educação para uma melhor saúde em tempos de TIC. J bras telessaúde. 2013 jun; 2(2):84-6.

4. Schleyer TK, Thyvalikakath TP, Spallek H, Dziabiak MP, Johnson LA. From information technology to informatics: the information revolution in dental education. J Dent Educ. 2012 Jan; 76(1):142-53.

5. Mariño R, Ghanim A. Teledentistry: a systematic review of the literature. J Telemed Telecare. 2013 Jun; 19(4):179-83.

6. Correia ADMS, Dobashi BF, Gonçalves CCM, Kanomata MN, Monreal VRFD, Nunes EA. Telessaúde Brasil redes e teleodontologia: relato da experiência em Mato Grosso do Sul. J bras telessaúde. 2013 jun; 2(2):87-9.

Referências

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