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Trabalho de Conclusão de Curso EQUAÇÕES SUBESTIMAM TAXA METABÓLICA BASAL EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: PROPOSTA DE UMA NOVA EQUAÇÃO

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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física

Trabalho de Conclusão de Curso

EQUAÇÕES SUBESTIMAM TAXA METABÓLICA BASAL EM

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: PROPOSTA DE UMA NOVA EQUAÇÃO

Autor: Mateus Santos Moura Pinéo

Orientador: Profº. Msc. Rafael da Costa Sotero

Co-orientador : Prof. Marcelo Magalhães Sales

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2 EQUAÇÕES SUBESTIMAM TAXA METABÓLICA BASAL EM ESTUDANTES

UNIVERSITÁRIOS: PROPOSTA DE UMA NOVA EQUAÇÃO

MATEUS SANTOS MOURA PINÉO

EQUAÇÕES SUBESTIMAM TAXA METABÓLICA BASAL EM

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: PROPOSTA DE UMA

NOVA EQUAÇÃO

Artigo apresentado ao curso de bacharel em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do Título de bacharelado em Educação Física.

Orientador: Prof. MSc. Rafael da Costa Sotero Co-orientador: Prof. Marcelo Magalhães Sales

Taguatinga 2011

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1-RESUMO

Objetivo: Comparar a taxa metabólica basal medida por recursos de calorimetria indireta

com a taxa metabólica basal estimada por equações de predição em universitários e propor uma nova equação para predição da TMB para o público universitário.Métodos: A amostra foi constituída por 17 voluntários, todos homens, com faixa etária entre 18 e 35 anos. A taxa metabólica basal medida por calorimetria indireta foi comparada à taxa metabólica basal estimada pelas equações de predição propostas por HARRYS & BEBEDICT, 1919; FAO/WHO/UNU, 1985; HENRY & REES, 1991 e SCHOFIELD, 1995. As informações foram analisadas mediante média e desvio padrão, com normalidade dos dados de Kolmogorov – Smirnov, a comparação entre a TMBMed e a estimada ocorreu via ANOVA

one way com post roc de Bom Ferroni, correlação linear de Person, análise de concordância

pela técnica de Bland-Altman, e nível de significância de 5% (p<0,05). A elaboração da equação proposta pelo estudo sofreu análise de regressão múltipla e foi elaborada com base na massa corporal (kg), estatura (cm), idade (anos) e TMBMed. Resultados: Foi constatado, assim como em outros estudos, que a TMB predita pelas equações de HARRYS & BEBEDICT, 1919; FAO/WHO/UNU, 1985; HENRY & REES, 1991 e SCHOFIELD, 1995 subestimaram a TMBMed. A equação proposta pelo presente estudo TMBMoura= 1437,7+(17, 052 x MC)+(-1,2859 x Estatura em centímetros)+(-16,657 x Idade), aplicada nos indivíduos recrutados pelo mesmo, apresentou seus resultados mais próximos da TMBMed provando sua eficácia quanto ao grupo proposto pelo estudo. Conclusão: Conclui-se nesse estudo que todas as equações de predição subestimaram a TMBmed, exceto pela equação elaborada na presente pesquisa, que demonstrou uma moderada porém significativa correlação e uma boa concordância analisada pela técnica de Bland e Altman.

ABSTRACT

Objective: To analyze the effects of mixed meals of high (HGI), low glycemic index (LGI)

and fasting (FAST) in the performance and responses of glucose (GLUC), blood lactate (LAC) and respiratory exchange ratio (RER) before, during and after race 3.000m recreational runners. Methods: Eleven male subjects performed three sessions (HGI, LGI and FAST) experimental applied in random order. Expired gases were collected in the postprandial (PP), during the 3.000m race and in recovery period. Moreover, LAC and GLUC were collected in the PP period and recovery. Results: No difference in mean velocity of 3.000 m race (HGI= 14.4±2.2; LGI= 14.1±2.4; FAST= 13.9±2.6km.h-1) and RER (p> 0.05). The GLUC session HGI difference (p <0.05) after the race (HGI= 116.8±17.6; LGI= 130.3±18.5; FAST= 130.8 ± 28.2 mg.dL-1), at 15 and 30 minutes of PP (HGI= 108.4±18.1; LGI= 89.5±12.0; FAST= 77.6 ± 4.5 mg.dL-1) and as at 5 and 15 minutes recovery period compared sessions BIG and JEJ. Conclusion: meals with different glycemic indexes do not change the performance in race and 3000m. The ingestion of mixed meal and AIG BIG promoted increases in the LAC during GLUC and PP.

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2-INTRODUÇÃO

A TMB é a quantidade de energia necessária para manutenção das funções vitais do organismo, e representa a maior parcela do consumo energético diário do corpo humano (BURSZTEIN, et al., 1989).

O gasto energético diário tem influência direta na Composição Corporal. A CC, resumida em Massa Corporal Magra (MCM) e massa de Gordura Corporal (GC), podem sofrer grandes mudanças quando submetidas a programas de treinamento físico. Assim, como há alta correlação significativa entre as mudanças na TMB e a MCM (RODRIGUEZ, 2002), e como a MCM é mais ativa metabolicamente do que o tecido adiposo conclui-se que o exercício físico pode aumentar o gasto energético diário e preservar ou aumentar a MCM resultante da perda de peso, ajudando a manter ou aumentar a TMB (ACSM, 2000), portanto, a atividade física em foco da manutenção ou do aumento da MCM e da diminuição da GC parece ser o melhor indicativo de sucesso da manutenção do peso e do emagrecimento.

O método padrão ouro para a mensuração da TMB é a calorimetria direta, que mede a energia despendida a partir da taxa de calor perdido pelo corpo para o ambiente, e é usualmente uma medida de corpo inteiro, realizada dentro de câmaras fechadas (MURGATROYD, et al., 1993). Este é um método altamente acurado, contudo, é extremamente oneroso, inviabiliza a associação com coletas invasivas e necessita de um dispêndio maior de tempo dos investigadores bem como dos avaliados (MURGATROYD, 1993; SCHOELLER & RACETTE, 1990).

Neste sentido, a calorimetria indireta pode ser utilizada como uma alternativa, no qual, utilizando-se de um analisador de gases, a produção de calor é estimada a partir da taxa de troca gasosa (MURGATROYD, et al., 1993). Este método representa boa precisão (PHANG, et al., 1990), embora isso dependa de alguns cuidados quanto ao avaliado, pois os indivíduos devem permanecer em jejum, também não é permitido a realização de exercício físico por pelo menos 24 h antes do exame e certificar-se que o indivíduos se encontram em repouso e confortável. Ademais, cuidados com a calibração do equipamento também se faz necessário.

Embora a calorimetria indireta seja altamente precisa o alto custo de um analisador de gases, o tempo necessário para a realização de um exame, bem como a necessidade de

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5 ter pessoal qualificado para operar o referido equipamento tem impedido seu uso generalizado (FOLTZ, et al., 1993). Desse modo, o desenvolvimento e o emprego de equações de estimativa da TMB parece ser uma boa estratégia para a obtenção dessa variável sem os inconvenientes acima mencionados (HARRYS & BEBEDICT, 1919; FAO/WHO/UNU, 1985; HENRY & REES, 1991; SCHOFIELD, 1995).

Contudo, estudos apontam que essas equações superestimam ou subestimam a TMB, quando utilizadas em populações distintas daquelas que foram desenvolvidas (CRUZ, et al., 1999; PIERS, et al., 1997; COCATE, et al., 2009). Essas diferenças podem ser parcialmente explicadas, pelo fato das equações terem sido desenvolvidas, baseadas em amostras das populações norte-americana e européia que apresentam características diferenciadas de composição corporal e vivem em condições ambientais distintas. Além disso, não é do nosso conhecimento a existência de alguma equação de estimativa da TMB para estudantes universitários brasileiros, sendo esta, a população a ser investigada no presente estudo.

Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivos 1) comparar a TMB medida com a estimada por diferentes equações de predição em estudantes universitários e, 2) desenvolver uma equação de estimativa da TMB a partir dos dados de massa corporal (MC kg), estatura (cm) e idade (anos).

3-MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Amostra

Após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecimento, 17 indivíduos adultos do sexo masculino, com idades entre 18 e 35 anos, aparentemente saudáveis, foram submetidos a apenas uma sessão experimental, que consistia na mensuração da TMB por meio da calorimetria indireta (Metalyzer 3B, Cortex Biophysik, Germany) bem como das medidas antropométricas (Jackson & Pollock – 7 dobras, 1978).

3.2 Taxa metabólica basal

Os voluntários foram orientados a não realizar qualquer atividade física nas 24 horas antecedentes ao teste, assim como não consumir álcool, cafeína, ou qualquer

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6 medicamento com efeito estimulante que pudesse afetar os resultados do exame. Além disso, os voluntários deveriam permanecer em jejum por um período mínimo de 8 horas, sendo permitido apenas o consumo de água pura. Todos os testes de TMB foram realizados no período da manhã entre 08h e 10h em sala com temperatura (20 a 25ºC) e ruídos e luminosidade controladas. O protocolo consistiu de 10 minutos de completo repouso na posição deitada, seguido de 20 minutos de coleta dos gases expirados, realizado a cada ciclo respiratório por meio de um analisador de gases (Metalyzer 3B, Cortex Biophysik, Germany) previamente calibrado com seringa de 3 litros (calibração de fluxo) e uma mistura padrão de gases contendo 4,9% de CO2 e 17% de O2.

3.3 Medidas Antropométricas (IMC e %GC)

O índice de massa corporal foi calculado considerando-se o quociente entre a massa corporal (aparelho Toledo 2096 PP) em quilogramas e a estatura em metros (estadiômetro SECA® 214, USA) quadrados (kg/m2).

A gordura corporal relativa (%GC), por sua vez, foi estimada por meio da técnica de dobras cutâneas, em que a densidade corporal foi estimada utilizando os protocolos de 07 dobras proposto por Jackson & Pollock (1978) coletadas em cada ponto, em seqüência rotacional, do lado direito do corpo, sendo registrado o valor mediano. As medidas foram realizadas por um único avaliador, com um compasso de dobras (Lange, Cambridge Scientific Instruments, Cambridge, Maryland, EUA). Desta forma, após calcular a densidade corporal, a mesma foi convertida em %GC por meio da equação de Siri (1961).

3.4 Equações de predição da TMB utilizadas para comparação e elaboração da equação de estimativa da TMB.

Tabela 1. As equações de predição da TMB utilizadas para comparação.

Equações (kcal/24h) FAO/WHO/UNU [(0,0540*(MC)+2,840)]*239

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Henry & Ress [(0,0560 * (MC)+2,800)]*239

Harris & Benedict 66,4730+13,7516*(MC)+5,0033 (Estatura)-6,7550*(Idade)

Schofield [(0,0630*(MC)+2,896]*239

HARRYS & BEBEDICT, 1919; FAO/WHO/UNU, 1985; HENRY & REES, 1991; SCHOFIELD, 1995. (MC= massa corporal em kilogramas).

3.5 Elaboração da equação de estimativa da TMB

Para a elaboração da equação, foi aplicada uma analise de regressão múltipla em que, a massa corporal (MC) em kilogramas, estatura em centímetros e, idade (anos) foram inseridas como variáveis independentes e a TMB medida (TMBMed) por meio da calorimetria indireta, como variável dependente. O objetivo desse procedimento foi gerar uma equação de predição da TMB a partir dos dados da MC, estatura e idade.

3.6 Procedimentos Estatísticos

Os dados estão expressos em média e (±) desvio padrão. Após testar a normalidade dos dados por meio do teste de Kolmogorov- Smirnov, ANOVA one way com post hoc de Bonferroni foi empregado para a comparação da TMBMed com a estimada pelas diferentes equações. Além disso, correlação linear de Pearson foi aplicada para verificar o grau de associação entre a TMBMed e a estimada pelas diferentes equações. Ainda, o grau de concordância entre os diferentes métodos de obtenção da TMB foi verificado pela técnica de Bland & Altman (1986). O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05).

4-RESULTADOS

Os dados de características descritivas estão apresentados na tabela 1. Podemos observar que os indivíduos estão estratificados com adiposidade corporal normal, com base no IMC (24,6 ± 3,4) e %GC (16,4 ± 6,9) (tabela 2).

Tabela 2. Características descritivas da Amostra. Dados expressos em média e (±) desvio

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Variáveis Média e desvio padrão Idade (anos) 25,8 ± 6,6

Massa corporal (kg) 78,0 ± 12,0

Estatura (cm) 178,2 ± 6,2

IMC (kg/m2) 24,6 ± 3,4

GC (%) 16,4 ± 6,9 IMC= índice de massa corporal; GC= gordura corporal.

Um achado importante do presente estudo foi que todas as equações de predição subestimaram (p<0,05) a TMBmed (tabela 3), exceto pela equação elaborada na presente pesquisa TMBMoura= 1437,7+(17, 052 x MC)+(-1,2859 x Estatura em

centímetros)+(-16,657 x Idade) que demonstrou uma moderada, porém significativa correlação (r=0,58 e

p<0,05) (tabela 4) e uma boa concordância analisada pela técnica de Bland e Altman ([viés (intervalo de confiança 95%]) baseado na pequena média das diferenças (viés) bem como nos limites de concordância relativamente estreitos [0,3 (507,8) kcal/dia] (figura 1-E).

Adicionalmente, todas as equações de estimativa utilizadas apresentaram correlações mais fracas, porém significativas com a TMBMed (r=0,47 a 0,55, p<0,05) do que a equação proposta no presente estudo (TMBMoura) (Tabela 4). Não obstante, estas equações apresentaram fraca concordância com a TMBMed, observada pelo alto viés apresentado, bem como pelos limites de concordância (TMBmed e TMBOMS [237,3 (545,5) kcal/dia]; TMBmed e TMBHenry & Ress [396,6 (542,7) kcal/dia]; TMBMed e TMBHarris & Benedict [253,7 (520,4) kcal/dia]; TMBmed e TMBSchofield [243,2 (544,9) kcal/dia] diferentemente da equação proposta no presente estudo ([0,3 (507,8) kcal/dia]).

Tabela 3. Comparação entre a TMB medida e estimada pelas diferentes equações. Dados

expressos em média e (±) desvio padrão. (n=17).

Taxa metabólica basal medida e estimada Kcal

TMBmed 2109,8 ± 317,7

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TMBHenry & Ress 1713,2 ± 160,8*

TMBHarris & Benedict 1856,0 ± 170,6*

TMBSchofield 1866,6 ± 180,9*

TMBMoura 2109,5 ± 184,1

*=diferença significativa (p<0,05) em relação a TMBmed e TMBMoura; Kcal= kilocaloria; TMBOMS= equação proposta pela Organização Mundial de Saúde; TMBHenry & Ress= equação proposta por Henry & Ress (1991); TMBHarris & Benedict = equação proposta por Harris &

Benedict (1919); TMBSchofield= equação proposta por Schofield (1995); TMBMoura = Equação proposta por Moura (2011).

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10 Tabela 4. Matriz de correlação. (n=17).

TMBOMS TMBHenry & Ress TMBHarris & Benedict TMBSchofield TMBMoura

TMBmed 0,47* 0,49* 0,55* 0,49* 0,58*

TMBOMS - 1,0* 0,94* 1,0* 0,85*

TMBHenry & Ress - - 0,94* 1,0* 0,85*

TMBHarris & Benedict - - - 0,94* 0,95*

TMBSchofield - - - - 0,85*

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11 A) Média da TMBMed comparada a TMB estimada pela OMS

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12 C) Média da TMBmed comparada a TMB estimada por Harris & Benedict.

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13 E) Média da TMBMed comparada a equação proposta pelo presente estudo

(TMBMoura).

Figura 1 (A a E). Análise de concordância entre a Taxa metabólica basal medida e

estimada pelas diferentes equações.

5-DISCUSSÃO

O principal achado do presente estudo indica que todas as equações avaliadas (HARRYS e BEBEDICT, 1919; FAO/WHO/UNU, 1985; HENRY e REES, 1991; SCHOFIELD, 1995) subestimaram significantemente a TMB obtida por calorimetria indireta (TMBmed). Adicionalmente, todas as equações, exceto pela equação proposta do presente estudo (TMBMoura) apresentaram correlações de fraca a moderada, bem como uma fraca concordância, evidenciada pela técnica de Bland e Altman (1986).

Estes resultados estão em desacordo com os achados de Cruz, et al., (1999) Wahrlich, et al., (2001); Alfonzo-Gonzalez, et al., (2004), em que demonstraram que as equações utilizadas no presente estudo superestimam a TMBmed. Contudo, Cocate, et al., (2009) apresentaram resultados semelhantes ao do presente estudo, pois, também demonstraram que a TMB é subestimada em ciclistas. Tal fato pode ser explicado devido à população estudada no presente estudo (estudantes universitários de Educação

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14 Física), na qual apresentam características próprias em termos do nível de atividade física e composição corporal em relação a indivíduos sedentários, o que pode ser confirmado pelo baixo índice de adiposidade corporal apresentado pela presente amostra (IMC= 24,6 ± 3,4 kg/m2 e GC= 16,4 ± 6,9%). Este resultado reforça o desenvolvimento e emprego de uma equação de estimativa para esta população.

Adicionalmente, Wahrlich e Anjos (2001) sugerem fortemente o emprego de equações de estimativa da TMB, devido principalmente ao alto custo de um analisador de gases o que dificulta o acesso ao mesmo.

O estudo realizado em 2009 por Fonseca, Duarte e Barbetta (2009) em que uma amostra de 51 meninas com idade entre 10 e 17 anos, classificada pelo IMCl em baixo peso, peso adequado, sobrepeso e obeso. Com o objetivo de analisar a validade das equações de predição (OMS, Harris, Henri, Schofield, Molnar e cols, Tverskaya e cols, Mullen e cols.) da TMB em adolescentes meninas. Os resultados desse estudo também apresentaram superestimação dos resultados por parte das equações e constatou que nenhuma das equações analisadas possuiu validade nos cálculos da TMB em adolescentes com tais características.

Estudo de Schneider (2005) feito num grupo de garotos sobrepesados e obesos com objetivo de descrever a TMB por meio da calorimetria indireta, e comparar com a TMB estimada pelas equações de FAO/WHO/UNU (1985), Harris e Benedict (1919), Henry e Rees (1991) e Schofield (1995); utilizou-se uma amostra de 35 meninos estudantes com sobrepeso e obesidade, residentes em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com idade entre 12 e 17 anos. A média da TMB medida nos adolescentes obesos foi de 1.900kcal/dia. Esse valor foi comparado com as quatro equações de predição citadas, mas apenas a de Harris e Benedict, não diferiu significativamente da TMB medida (p > 0,05). Tal resultado já era esperado porque essas equações de predição não tiveram origem com grupo de adolescentes obesos, mas sim com jovens fisicamente ativos e adultos.

A amostra de um estudo feito por Cocate e cols (2009), com atletas de ciclismo em Minas Gerais foi composta de 15 indivíduos do sexo masculino, com idades entre 19 e 32 anos. Este estudo obteve resultados que evidenciaram claramente, quanto às equações de predição disponíveis atualmente não são adequadas para estimar a TMB em atletas, afinal, esse parâmetro depende da quantidade de massa livre de gordura, e essas equações foram desenvolvidas com base em populações de indivíduos não atletas

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15 saudáveis, portanto, recomenda-se que a estimativa da TMB de atletas seja realizada utilizando equações que considerem o teor de massa livre de gordura, portanto, todas as equações avaliadas (HARRYS & BEBEDICT, 1919; FAO/WHO/UNU, 1985; HENRY & REES, 1991; SCHOFIELD, 1995) subestimaram significantemente a TMB obtida por calorimetria indireta e diante dessa subestimação tão significante ocorrida em todas as equações analisadas no presente estudo fez-se necessário desenvolver uma nova equação para se estimar a TMB em indivíduos atletas.

Esse estudo feito em ciclistas apresentou subestimação em todos os resultados obtidos pelas equações de predição da TMB da mesma forma o presente artigo, o Cocate, et al., (2009) desenvolveu uma equação apropriada para atletas que constitui o estudo desse artigo. Sugerindo que as equações devem se adequar aos grupos que serão analisados para que os resultados se aproximem cada vez mais da realidade.

No estudo de BRUNETTO, 2010 foi utilizada uma amostra de 48 universitários (23 moças e 25 rapazes) de diferentes cursos da Universidade Estadual de Londrina (PR) com faixa etária de 20 a 25 anos com objetivo de comparar a TMB obtida mediante o uso de calorimetria indireta com estimadas por intermédio das equações propostas pela OMS e por Henry & Rees, na tentativa de ampliar as alternativas de opções para a predição da TMB. Nos resultados desse estudo, a TMB não apresentou diferenças significativas entre os valores medidos e preditos por ambas as equações consideradas. Mas em contrapartida a equação da OMS teve em média nos valores preditos a diferença de 15,6% (211kcal/dia) para as moças e de 13,1% (225kcal/dia) para os rapazes em comparação com os valores medidos por calorimetria indireta, enquanto a equação de Henry & Rees apresentou diferença média de 14,1% (191kcal/dia) para as moças e de 12,5% (215kcal/dia) para os rapazes.

Ainda, neste mesmo estudo (BRUNETTO, 2010) vai contra os resultados obtidos no presente estudo em relação aos resultados obtidos, pois, na presente pesquisa os resultados apresentaram diferenças significativas entre as equações estimadas pela OMS e Henry & Rees. Essa diferença pode ter ocorrido devido aos procedimentos estatísticos aparentemente de maior sensibilidade na detecção de eventuais diferenças individuais entre os valores medidos e preditos.

Uma das limitações do presente estudo é o número reduzido de sujeitos da presente amostra, bem como a falta de um grupo de validação da equação gerada. Contudo, a apresentação de diferenças significativas entre a TMBmed e as diferentes equações de predição demonstram que o aumento do número de sujeitos poderia fazer

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16 com que essas diferenças aumentassem ainda mais (REICHERT & ROMBALDI, 2006). Outra limitação importante é uso da calorimetria indireta para a mensuração da TMB, que apesar de ser um método altamente acurado (PHANG, et al., 1990), não é o método “padrão-ouro” para a obtenção dessa variável.

6-CONCLUSÃO

Conclui-se nesse estudo que todas as equações de predição subestimaram a TMBMed, exceto pela equação elaborada na presente pesquisa (TMBMoura) que, demonstrou uma moderada porém significativa correlação (r=0,58 e p<0,05) e uma boa concordância analisada pela técnica de Bland e Altman.

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SCHNEIDER, P.; MEYER, F. O Papel do Exercício Fisico na Composição Corporal

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AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (ACSM). Clinical conditions

influencing exercise prescription In: ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and

(19)

19

ANEXO I- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE DA PESQUISA NOME DO PARTICIPANTE:...

DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ... SEXO : M F DATA NASCIMENTO: .../.../...

ENDEREÇO ... ... CIDADE ...

CEP:... TELEFONE: DDD (...)

PESQUISADORES: Prof. MSc. Rafael Sotero / Mateus Santos Moura Pinéo

CARGO/FUNÇÃO: Docente do curso de Educação Física na UCB/ Assessor da Pós- Graduação Stricto Senso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:

SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO

RISCO BAIXO RISCO MAIOR (probabilidade de que você sofra algum dano por participar da pesquisa)

EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PARTICIPANTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA:

1. Justificativa e os objetivos da pesquisa ; 2. procedimentos que serão utilizados e

propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais; 3. desconfortos e riscos esperados; 4. benefícios que poderão ser obtidos;

1. Justificativa e Objetivos da Pesquisa: O Senhor está sendo convidado para

participar de uma pesquisa que tem como objetivo elaborar uma nova equação de predição da Taxa Metabólica Basal a partir da massa corporal magra para um grupo especifico de estudantes universitários.

2. Procedimentos: Será necessária apenas uma visita ao laboratório: Detalhada abaixo:

Você terá que comparecer ao laboratório em jejum de 8 horas onde você vai permanecer em repouso deitado numa sala com temperatura e luminosidade controladas onde será medida a sua Taxa Metabólica Basal através do analisador de gases da marca Cortex.

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20 Depois disso terá que participar de uma avaliação física de estimativa da composição corporal baseada no programa de Jackson Pollock- 7 dobras.

3. Desconfortos e Riscos:

Há riscos de queda de pressão pelo fato do senhor comparecer ao teste em jejum, mas o pesquisador terá em mãos alimentos de alto índice glicêmico e alimentos salgados para qualquer eventualidade. E a presença do cardiologista no laboratório também será assistida.

4. Benefícios que poderão ser obtidos:

O senhor (a) conhecerá qual a quantidade de substratos (proteína e gordura) que o seu corpo gasta em forma energia para manter as funções vitais do seu organismo em constante funcionamento. Por base nesse resultado melhorar seu consumo energético diário. Além de saber como está o nível de sua aptidão física através da composição corporal.

Para os pesquisadores: Conhecimento de uma equação preditiva da TMB a partir da massa corporal centralizada em estudantes universitários.

ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA:

1. O (a)senhor (a) poderá ter acesso, a qualquer momento, às informações sobre

procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa além de liberdade de deixar de participar do estudo a qualquer momento.

2. Seus dados serão utilizados apenas para fins acadêmicos e seu nome será mantido em

sigilo.

______________________________________________________________________ INFORMAÇÕES DE NOME, ENDEREÇO E TELEFONE DO RESPONSÁVEL PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO.

Mateus Santos Moura Pinéo – Fone: 061 –30211795 ou 96584764

CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa, estando de acordo com a utilização dos dados coletados para fins acadêmicos sem a identificação de meus dados pessoais.

_____________________________________

Ass. do participante da pesquisa ou responsável legal Brasília,_______de _________________ de 2009.

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21

ANEXO II- FICHA PARA AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Data:

Nome: Data: Nasc: Sexo:

Peso (Kg) Estatura (Cm) IMC Idade:

Circunferências (cm) Ombro: 116

Peitoral: Cintura: Abdômen Quadril: Antebraço D: Braço D:

Antebraço E: Braço E: Coxa D: Coxa E: Pant. D: Pant. E:

Dobras Cutâneas (mm) 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª Medida Média Subescapular Triciptal Tórax Axilar média Suprailíaca Abdominal Coxa Medial Panturrilha

Diamêtros Fêmur: Radio Ulnar: Úmero

Protocolo Utilizado: __________________________ Somatório das DC: __________________________ Porcentagem de Gordura:__________________________ Kilos de Gordura: __________________________ Kilos de Massa Magra: __________________________ Classificação de IMC (kg/m²): _____________________

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Referências

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