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ITER CRIMINIS

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Academic year: 2021

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(1)

I

ITETER R CCRRIIMMIINNIISS

Trata-se do percurso para realização do crime, que vai da cogitação até a consumação. Divide-se

em duas fases – interna e externa – que subdividem

A) Fase interna

A) Fase interna

, !amais comporta punição, ocorre na mente do agente, percorrendo como regra as

seguintes etapas

a."#

$ogitação

 % o momento da idéia do delito, ou se!a, quando o agente tem a ideia de

praticar o crime&

a.'#

Deliberação

trata-se do momento em que o agente poder( os pr)s e os contras da

atividade criminosa idealizada&

a.*#

+esolução

cuida do instante em que o agente decide, efetivamente, praticar o delito.

Tendo e vista que a fase interna não é exteriorizada, logicamente não é punida, pois

cogitationes poenam nemo patitur

ninguém pode ser punido por seus pensamentos#.

B) Fase externa

B) Fase externa

, ocorre no momento em que o agente exterioriza, através de atos, seu ob!etivo

criminoso, subdivide- se em

b."#

anifestação

 é o momento em que o agente proclama a quem queira a pessoa ouvir sua

resolução.

mbora não possa ser punida esta fase como tentativa do crime alme!ado, é poss/vel tornar-se

figura t/pica aut0noma, como acontece com a concretização do delito de ameaçaart."12, $3#&

ou de incitação ao crime art. '45, $3# etc.

b.'#

3reparação

 é a fase de exteriorização da idéia do crime, através de atos, que começam a

materializar a perseguição ao alvo idealizado, configurando uma verdadeira ponte entre a fase

interna e a execução, exemplo, aquisição de uma arma para a pratica de um 6omic/dio. 7

agente ainda não ingressou nos atos execut)rios, da/ por que não é punida a preparação no

direito brasileiro.

3or vezes, contudo, o legislador transforma esses atos em tipos penais especiais, quebrando a

regra geral, como no exemplo citado em aula.

89u!eito é parado pela policia, pedem para abrir a mala, e l( est( os petrec6os para falsificação

de moeda falsa. art.':", $3.

3ossuir substancia ou engen6o explosivo, g(s t)xico ou asfixiante, ou material destinado a sua

fabricação. ;rt. '<' $3 tc.

(2)

b.*#

xecução

 é a fase de realização da conduta designada pelo n=cleo da figura t/pica,

constitu/da, como regra, de atos id0neos e un/vocos para c6egar ao resultado, mas também

daqueles que representare m atos imediatamente anteriores a estes, desde que se ten6a certeza

do plano concreto do autor&

b.1#

$onsumação

 é o momento da conclusão do delito, reunindo todo tipo penal.

>onte principal

Iter

Iter criminis:criminis:O iter criminis ou “caminho do crime”“caminho do crime” corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática de um fato previsto em lei como infração penal. Compreende duas fases: uma interna e outra externa. A fase fase internainternaé representada pela cogitação.cogitação. A fase fase externaexterna se divide em outras três: preparação, preparação, execuçãoexecuçãoe consumação.consumação.O exaurimento não integra o iter

criminis.

Repare ue !asson fa" menção ao exaurimento da conduta criminosa# porém esclarece ue o exaurimento não integra o iter criminis# a$aixo !asson descreve de forma detal%ada cada fase do camin%o percorrido pelo crime:

Fase interna – cogitação:

Fase interna – cogitação: A cogitaçãocogitaçãorepousa na mente do agente# nela se formando a ideia de enveredar pela empreitada criminosa. &eu prop'sito il(cito encontra)se preso em um claustro ps(uico. * sempre interna# não se revelando em atos externos. +or se tratar de mera ideia# sem ualuer possi$ilidade de ofensa ao $em ,ur(dico# não pode ser alcançada pelo -ireito +enal. ão

é pun(vel: inexiste crime# ainda ue na forma tentada. -e fato# conduta penalmente releva nte é somente auela praticada por seres %umanos e pro,etada no mundo exterior. /á no -ireito Romano proclamava 0lpiano: cogitationis poenam nemo patitur# isto é# ninguém pode ser punido exclusivamente pelos seus pensamentos. * poss(vel a divisão da cogitação em três momentos distintos: 1º)1º) Ideai!ação:

Ideai!ação:o su,eito tem a ideia de cometer uma infração penal1 "º) "º) #ei$eração#ei$eração:: o agente sopesa as vantagens e desvantagens de seu eventual comportamento contrário ao -ireito +enal1 e %º) &esoução:%º) &esoução:o su,eito se decide pelo cometimento da infração penal.23 Fase externa:Fase externa: 4 'reparação 'reparação ou ou atos atos preparat(riospreparat(rios::Corresponde aos atos indispensáveis à prática da infração penal#

municiando)se o agente dos elementos necessários para a concreti"ação da sua conduta il(cita. +recisa ir além do simples pro,eto interno 5m(nimo6# sem ue se deva# contudo# iniciar a imediata reali"ação tipicamente relevante da vontade delitiva 5máximo6.27 Os atos preparat'rios# geralmente# não são pun(veis# nem na forma tentada# uma ve" ue não se iniciou a reali"ação do n8cleo do tipo penal. -e fato# o art.9 # ;; # do C+vinculou a tentativa à prática de atos execut'rios. <m casos excepcionais# é poss(vel a punição

de atos preparat'r ios nas %ip'teses em ue a lei optou por incriminá)los de forma aut=noma. &ão os c%amados crimeso$stcuocrimeso$stcuo. 4 *xecução *xecução ou ou atos atos execut(riosexecut(rios:: * auela em ue se inicia a agressão ao $em ,ur(dico# por meio da reali"ação do n8cleo do tipo penal. O agente começa a reali"ar o ver$o 5n8cleo do tipo6 constante da definição legal# tornando o fato pun(vel. * o caso da conduta de efetuar disparos de arma de fogo contra uma pessoa. >á incidência do -ireito +enal# configurando no m(nimo um crime tentado. Com efeito# o art. 9 # ;; # doC+ vinculou a tentativa ao in(cio da

execução do crime# ou se,a# à prática de atos execut'rios. O ato de execução deve ser id+neoid+neoe ineu-oco. /to id+neoineu-oco. /to id+neo é o ue se reveste de capacidade suficiente para lesar o $em ,ur(dico penalmente tutelado. <ssa idoneidade deve ser constatada no caso concreto# e não em a$strato. +or sua ve"# ato ineu-ocoato ineu-ocoé o ue se direciona ao ataue do $em ,ur(dico# alme,ando a consumação da infração penal e fornecendo certe"a acerc a da vontade il(cita. Conclui)se# pois# ue um ato de execução deve# o$rigatoriamen te# possuir essas caracter(sticas# simultaneamente. ão $asta apenas uma delas. ?am$ém não é suficiente# em face da re,eição da

teoria su$,etiva 4 notadamente pela insegurança por ela proporcionada 4# a vontade firme e consciente de cometer uma infração penal# uando não exteriori"ado um ato id=neo e ineu(voco.

4 0ransição dos atos preparat(rios para os atos execut(rios:0ransição dos atos preparat(rios para os atos execut(rios: 0m dos mais árduos pro$lemas do -ireito +enal é diferenciar# com precisão# um ato preparat'rio de um ato execut'rio. ão é simples esta$elecer o momento exato em ue se opera a transição de

uma fase para outra do iter criminis# em face do caráter fronteiriço de tais atos. <# como ainda não se construiu um método infal(vel para distinguir entre uns e outros# nos casos de irredut(vel d8vida so$re se o ato constitui um ataue ao $em ,ur(dico ou apenas uma predisposição para esse ataue# o magistrado deverá pronunciar o non liuet# a falta de provas# negando a existência da tentativa. ;n8meras teorias apresentam propostas para a solução do impasse. -ividem)se inicialmente em su$,etiva e o$,etiva. <sta 8ltima se ramifica em diversas outras. @e,amos cada uma delas:

1) 0eoria su$etia:

1) 0eoria su$etia:não %á transição dos atos preparat'rios para os atos execut'rios. O ue interessa é o plano interno do autor# a vontade criminosa# existe nte em uaisuer dos atos ue compem o iter criminis. -estarte # tanto a fase da preparação como a fase da execução importam na punição do agente.

") 0eoria o$etia:

") 0eoria o$etia:os atos execut'rios dependem do in(cio de reali"ação do tipo penal. O agente não pode ser punido pelo seu mero Buerer interno. * imprescind(vel a exteriori"ação de atos id=neos e ineu(vocos para a produção do resultado lesivo. <ssa teoria# todavia# se divide em outras: D.96 0e0eoria da oria da hostiidade ao $em hostiidade ao $em ur-dicour-dico: atos execut'rios são aueles ue atacam o $em ,ur(dico# enuanto os atos preparat'rios não caracteri"am afronta ao $em

,ur(dico# mantendo inalterado o Bestado de pa". Eoi ideali"ada por !ax <rnst !aFer e tem como principais partidários élson >ungria e /osé Erederico !arues. D.D6 0eoria o$etio2forma ou (gico2forma 0eoria o$etio2forma ou (gico2forma : ato execut'rio é auele em ue se inicia a

(3)

reali"ação do ver$o contido na conduta criminosa. <xige ten%a o autor concreti"ado efetivamente uma parte da conduta t(pica# penetrando no n8cleo do tipo. <xemplo: em um %omic(dio# o su,eito# com golpes de pun%al# inicia a conduta de Bmatar alguém.

&urgiu dos estudos de Eran" von Gis"t. 3 3 a a preferida preferida pea pea doutrina doutrina ptriaptria. D.26 0e0eoria oria o$etio2matero$etio2mater ia:ia:atos execut'rios são aueles em ue se começa a prática do n8cleo do tipo# e tam$ém os imediatamente anterioresimediatamente anteriores ao in(cio da conduta t(pica# de acordo com a visão de terceira pessoa# al%eia aos fatos. O ,ui" deve se valer do critério do terceiro o$seradorterceiro o$serador para impor a pena. <xemplo: auele ue está no alto de uma escada# portando um pé de ca$ra# pronto para pular um muro e ingressar em uma

residência# na visão de um terceiro o$servador# iniciou a execução

de um crime de furto. <ssa teoria foi criada por Rein%art EranH# e adotada pelo art. DDdoC'digo +enal +ortuguês. D.6 0eoria0eoria o$etio2indiidua

o$etio2indiidua : atos execut'rios são os relacionados ao in(cio da conduta t(pica# e tam$ém os ue l%e são imediatamenteimediatamente anteriores,

anteriores,em conformidade com o pano pano concreto concreto do do autor.autor. +ortanto# diferencia)se da anterior por não se preocupar com o terceiro o$servador# e sim com a prova do plano concreto do autor# independentemente de análise externa. <xemplo: A# com uma faca em pun%o# aguarda atrás de uma moita a passagem de I# seu desafeto# para matá)lo# dese,o ,á anunciado para diversas pessoas. Juando este se encontra a DKK metros de distLncia#

A fica de pé# segura firme a arma $ranca e aguarda em posição de ataue seu adversário. &urge a pol(cia e o a$orda. +ara essa teoria# poderia %aver a prisão em flagrante# em face da caracteri"ação da tentativa de %omic(dio# o ue não se dá na teoria o$,etivo)formal. <ssa teoria# ue remonta a >ans Mel"el# tem como principais defensores <ugenio Ra8l Naffaroni e /osé >enriue +ierangeli. 4 4onsumação:re8nem todos os elementos de sua definição legal 5art.4onsumação: -á)se a consumação# tam$ém c%amada de crime consumado ou summatum opus# uando nele se9 # ; # do C+ 6. *# por isso# um crime competo ou perfeitocrime competo ou perfeito # pois a conduta

criminosa se reali"a integralmente. @erifica)se uando o autor concreti"a todas as elementares descritas pelo preceito primário de uma norma penal incriminadora. 4 / / consumação consumação nas nas diersas diersas esp5cies esp5cies de de crimescrimes: os deitos materiaisdeitos materiais # ou causais 5a( se inserindo os culposos e omissivos impr'prios# esp8rios ou comissivos por omissão6# aperfeiçoa)se a consumação com a superveniência do resultado natural(stico. -e seu turno# nos

crimes formais

crimes formais # de resultado cortado ou de consumação antecipada# e nos crimes de mera condutacrimes de mera conduta ou de simples atividade# a consumação ocorre com a prática da conduta. os crimes uaificados peo resutadocrimes uaificados peo resutado # incluindo os preterdolosos# a consumação se verifica com aprodução do resultado agravador# doloso ou culposo. Os crimes de perigo concretocrimes de perigo concreto seconsumam com a efetiva

exposição do $em ,ur(dico a uma pro$a$ilidade de dano. /á os crimescrimes de perigo a$strato ou presumido

de perigo a$strato ou presumido se consumam com a mera prática da conduta definida pela lei como perigosa. <m relação aos crimes permanentescrimes permanentes # a consumação se arrasta no tempo# com a manutenção da situação contrária ao -ireito# autori"ando a prisão em flagrante a ualuer momento# enuanto não encerrada a permanência. +or outro lado# nos crimesha$ituaiscrimesha$ituaisa consumação se dá com a reiteração de atos ue revelam o estilo de vida do agente# pois cada um deles# isoladamente considerado# representa um indiferente penal.

É importante destacar o encontro de duas gerações distintas de doutrinadores de renome nacional, como bem descrito, tanto por Nucci quanto Por Masson, o iter criminis nada mais é do que o caminho que o crime percorre. Uma parte da doutrina entende como

crime composto por apenas uma etapa, o que não é nosso entendimento, logo como bem descrito, as etapas de cogitação e atos preparatórios não erem bem algum tutelado pelo direito penal. !ssim podemos concluir que icaria in"i#"el a ine$ist%ncia das asesdo caminho percorrido pelo crime. !bai$o mostraremos uma orma simpliicada para melhor entendimento do caminho percorrido pelo crime& '. ()*+!-) /. !)0 P1 2P!1!31+)0 4. 252(U-) 6. ()N0UM!-) 25!U1+M2N)

) e$aurimento como dito por Masson, não integra o iter criminis, pois é um resultado que pode ou não acontecer. No crime de e$torsão mediante sequestro, conduta descrita no art. '78do(P, o simples ato de sequestrar 9# consuma o delito, o resgate que "enha a ser obtido com o sequestro é o e$aurimento da conduta criminosa.

2spero ter a9udado, até pró$ima.

NU((+, *uilherme de 0ou:a.(ódigo Penal (omentado. ;< ed. 0ão Paulo& 2ditora 1e"ista dos ribunais, /==;. P. ';'. Masson, (leber.(ódigo Penal(omentado. /< ed. 0ão Paulo& 2ditora 1e"ista dos ribunais, /='6. P. '47.

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