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A VESTIBILIDADE DO SUTIÃ POR MULHERES IDOSAS

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A VESTIBILIDADE DO SUTIÃ POR MULHERES IDOSAS

The Wearability of the Bra by Elderly Women

Revisão Cega, Revisão Cega; Revisão Cega, Revisão Cega

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Revisão Cega, Revisão Cega; Revisão Cega, Revisão Cega

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Revisão Cega, Revisão Cega

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Revisão Cega

Resumo: Este artigo analisa a vestibilidade do sutiã com base nas necessidades de um grupo de mulheres idosas. Por meio de uma abordagem qualitativa foram entrevistadas 10 mulheres de 60 a 90 anos de idade. Estas revelaram fazer reajustes nos sutiãs afim de adaptá-los às suas necessidades corporais. Privilegiam o conforto e à segurança no uso do vestuário íntimo.

Palavras chave: vestibilidade, sutiã, idosas.

Abstract: This article analyzes the bra's wearability based on the needs of a group of older women. Through a qualitative approach, 10 women between 60 and 90 years of age were interviewed. These have revealed readjustments in the bras in order to adapt them to their bodily needs. They privilege comfort and safety in the use of intimate clothing.

Keywords: Wearability ; bra; elderly women.

Introdução

Este trabalho apresenta os resultados de um projeto de iniciação à pesquisa, desenvolvido no curso de graduação em Design do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco. E teve por objetivo analisar a

1Revisão Cega;

2Revisão Cega;

3Revisão Cega;

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2 vestibilidade do sutiã com base nas necessidades de um grupo de mulheres idosas.

Estudar as necessidades das mulheres idosas é relevante, porque de acordo com dados do IBGE (2016), entre 2005 e 2015, os idosos passaram de 9,8% para 14,3% da população brasileira. Sabe-se, também, que no Brasil, uma pessoa passa a ser considerada idosa quando atinge idade igual ou superior a sessenta anos (BRASIL, 2017). E segundo o Censo Demográfico do IBGE (2010), as mulheres constituem a maior parcela da população em todos os grupos de idade.

Esse rápido crescimento provocou o aumento da demanda por propostas que contribuam para o melhoramento da qualidade de vida dessa parte da população. Considerando os problemas vivenciados pelas idosas. Alguns deles estão relacionados ao vestuário, segundo Gruber e Reis (2013). Mais ainda, aainda, a nosso ver quando se trata da roupa íntima, caso do sutiã, segundo Joia e Souza (2017), pode ser considerado uma das vestes mais problemáticos no quesito adaptação ao corpo .corpo.

A palavra sutiã, de acordo com Pimenta (2002 apud ALVES, 2016), significa sustenta seios. Também exerce outras funções, a exemplo da estética e da proteção, ambas citadas por Gruber (2013).

Porém até que pontos os sutiãs existentes no mercado atendem as funções requeridas pelas mulheres idosas? Principalmente, porque, com o aumento da idade, ocorrem diversas alterações corporais, sobretudo na mama.

Isso aumenta a necessidade de projetos de sutiãs que atendam um maior número de especificidades.

De modo que, estudos sobre a ergonomia do sutiã, podem contribuir com a

melhoria da qualidade de vida das mulheres idosas. Além disso, comumente, no

desenvolvimento de produtos de moda, explica Martins (2009), ocorre uma

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3 precarização da utilização de conceitos ergonômicos. O que pode resultar na não aceitação dos produtos de vestuário, quando ofertados aos usuários com necessidades físicas específicas.

Nesta perspectiva, e para melhor relacionar os conceitos e métodos trabalhados pela ergonomia com o estudo da roupa, Alves e Martins (2017, p. 9) propuseram uma aproximação entre os termos usabilidade e vestibilidade, segundo a definição de usabilidade da ABNT NBR ISO 9241-11/210 (2011). Para as autoras, a vestibilidade é a “medida na qual uma roupa pode ser vestida e usada por determinado grupo de usuários, para alcançar objetivos específicos, com eficácia, eficiência e satisfação, em um dado contexto”.

Ainda sobre a usabilidade, quando interpretada a partir dos objetivos dos usuários, pode-se incluir aspectos perceptivos e emocionais tipicamente associados à experiência do usuário. Neste caso, os critérios de usabilidade podem ser verificados com base na experiência do utilizador (ABNT NBR ISO 9241-11, 2011).

Isso quer dizer que, o relato da experiência de uso das roupas é também

um meio de estudar a vestibilidade. Cuja avaliação deve ser precedida, segundo

Alves e Martins (2017) da identificação de métricas para cada um dos três

componentes da vestibilidade: 1) Eficácia, relacionada aos objetivos dos usuários

ao usar determinada roupa; 2) Eficiência, compreendida como o nível de eficácia

alcançado usando a roupa em um contexto específico e o consumo de recursos

humanos; 3) Satisfação, referente a condição em que os usuários estão livres de

desconforto usando a roupa e as atitudes positivas em relação a roupa usada.

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4 Metodologia

Foi realizada uma pesquisa exploratória por meio de uma abordagem qualitativa. Os dados foram obtidos a partir do levantamento bibliográfico e da aplicação de entrevistas semiestruturadas, elaboradas com base no conceito de vestibilidade de Alves e Martins (2017). Foram entrevistadas dez idosas com idades entre 60 e 90 anos, moradoras da Casa dos Pobres São Francisco de Assis, localizada no município de Caruaru – PE. Todas assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados e Discussões

A Casa dos Pobres São Francisco de Assis, onde essa pesquisa foi iniciada, é uma instituição filantrópica com a maioria dos atendimentos voltados a moradores de rua. As participantes desse estudo ingressaram na instituição entre 2008 e 2017 por iniciativa própria ou decisão dos familiares. A maioria delas são analfabetas, e todas as idosas são aposentadas.

Para entender a vestibilidade no uso do sutiã por este grupo, inicialmente foram identificados os motivos, as preferências e a frequência de uso. Também, os problemas de acesso à roupa pelo corpo (vestir/desvestir).

Em relação aos motivos de uso, a sustentação foi o fator mais recorrente, acompanhado do fator estético. Ambas as funções são requeridas porque juntas melhoram a aparência dos corpos envelhecidos, de acordo com a percepção das mulheres entrevistadasmulheres entrevistadas.

Em estudo anterior, Gruber, Reis e Mazo (2016) também haviam

encontrado o sentimento de insatisfação relacionado ao envelhecimento do corpo,

e concluíram que esse fator pode fazer com que as mulheres tenham a percepção

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5 de que o problema está em seus corpos, e não no sutiã. Por outro lado, segundo Van Jonsson (2013), mesmo que o sutiã seja uma peça que fica sob a roupa, possui considerável impacto na aparência externa, modifica a postura, aumenta ou diminui a cleavage

4

.

Sobre a eficiência no uso, apesar da maioria das idosas realizarem as tarefas de vestir e desvestir o sutiã, algumas delas são auxiliadas pelas cuidadoras da instituição. Principalmente, por conta das limitações motoras para realização de movimentos, como a flexão dos braços e a rotação dos ombros para fechar a peça.

Algumas das respondentes costumam fechar o sutiã antes, e vestir por cima para não requisitar ajuda de terceiros. Ou predem o fecho do sutiã com pontos de costura manual para evitar que os fechos se separem durante o uso. Outras fecham o sutiã em volta do corpo, pela frente e giram, para depois vestirem as alças.

As idosas também fazem reajustes nas alças dos sutiãs, afim de diminuí-las e aumentar a sustentação das mamas, tendo em vista que a maioria dos modelos adquiridos por esse grupo de usuárias não possuem reguladores. Porém o excesso de pressão nas alças pode aumentar o desconforto, pois segundo Loehr (2013), as alças não exercem função de sustentação das mamas e sim a faixa que contorna o tórax. Além disso, Odebiyi et. al. (2015) haviam encontrado associação entre a ocorrência de Mialgia em mulheres e o uso de sutiãs de tamanho errado. E a pressão exercida pelas alças (58,9%) foi o fator mais relatado como agravante das dores.

Quanto a satisfação, os modelos de sutiã Balconet e Cobertura Total com alças largas são os preferidos pelas idosas. Ressalta-se que nenhum possui bojos espumados. Este resultado difere do resultado encontrado por Alves e Martins

4

Cleavage: Espaço entre os seios de uma mulher quando apoiado; especialmente quando

exposto por uma peça de roupa decotada (CLEAVAGE, 2018, tradução nossa).

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6 (2016) com mulheres de idade média de 30,07 anos e ativas profissionalmente.

Estas apresentaram preferência pelo modelo Demi (46,7%), com bojo espumado, aros na base e alças finas.

Quanto a insatisfação, as partes do sutiã como os fechos, as alças, as taças, a ponte e a faixa das costas foram apontadas como mais desconfortáveis, pelas entrevistadas. Dentre os desconfortos, foram citados: 1) a ocorrência de alergia na posição em que o fecho entra em contato com a pele; 2) o excesso de pressão; e 3) a sensação de não sustentação provocado por alças finas ou largas.

A maioria das idosas usam o sutiã durante dia inteiro e comumente, associam a pressão do sutiã sobre a pele à sensação de maior segurança.

Considerações Finais

Este trabalho analisou a vestibilidade do sutiã com base nas necessidades de um grupo de mulheres idosas. Os sutiãs comumentes usadas por elas apresentaram vestibilidade limitada para todos os componentes – eficácia, eficiência e satisfação.

Com eficácia moderada para sustentação e ineficácia no quesito estética corporal. Para aumentar a sustentação, algumas idosas diminuem as alças, o que provoca desconforto físico nos ombros. Enquanto a estética foi associada a insatisfação em relação ao próprio corpo.

Também apresentou baixa eficiência para as tarefas de vestir/desvestir e no ajuste, dada a necessidade da ajuda de terceiros para realização das tarefas no ato de vestir.

No âmbito da satisfação/insatisfação foi identificada a ocorrência de

desconforto físico provocado por determinadas partes do sutiã.

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7 Em síntese, o sutiã confortável para esse grupo deve ser configurado com fechos mais largos, revestidos e posicionados na frente. De modelos similares ao cobertura total, alças reguláveis e mais largas.

Em continuidade a este estudo, pretende-se avaliar o uso do sutiã pelas mulheres idosas e comparar com a experiência anterior de uso.

Referências

ABNT NBR ISO 9241-11: Requisitos ergonômicos para o trabalho com dispositivos de interação visual parte 11: orientações sobre usabilidade. Rio de Janeiro, 2011.

ABNT NBR ISO 9241-210:2011. Ergonomia da interação humano-sistema.

Parte 210: Projeto centrado no ser humano para sistemas interativos. Rio de Janeiro, 2011.

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8 GRUBER, C.; REIS, A.; MAZO, G. Ergonomia e envelhecimento: um estudo sobre o desconforto no uso do sutiã por mulheres idosas. 18º Congresso Brasileiro de Ergonomia, Belo Horizonte, maio 2016. Disponível em: https://www.re searchgate.net/. Acesso em: set. 2017.

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VAN JONSSON, L. The Anatomy of the Bra. Morrisville, Nc: Lulu Press, 2013.

Referências

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