M ó d u l o 1
Objetivos:
• Entender os conceitos básicos de redes de computadores;
• Conhecer os componentes de uma rede de computadores;
• Aprender a confeccionar cabos para redes Ethernet.
Introdução a redes de computadores
A necessidade de compartilhar recursos foi o que motivou a utilização de redes de computadores. Ao invés de montar estruturas com máquinas isoladas, em que cada serviço precisa ser provido a cada computador individualmente, hoje fazemos uso de máquinas conectadas em rede, permitindo uma forma mais eficiente de utilizar esses serviços.
Neste primeiro módulo, compreenderemos os conceitos básicos de redes de computadores e aprenderemos alguns termos relacionados à forma em que as redes podem ser utilizadas.
Ao final do módulo, conheceremos os meios de transmissão de dados e tra- taremos da confecção dos cabos mais usualmente encontrados, o que será o primeiro passo para a montagem da nossa rede.
TÓPICO
Visão geral sobre as
redes de computadores 1
OBJETIVOS
·Compreender a necessidade da utilização de redes de computadores;
·Aprender quais são os equipamentos básicos utilizados em redes;
·Compreender como as redes de computadores são classificadas quanto à área de abrangência;
·Entender as formas de compartilhar recursos em rede.
Mídia Removível é todo dispo- sitivo de memória que pode ser removido do seu computa- dor. Exemplos de mídia removí- vel: CD-R, Pen Drive, disquete e DVD.
I
magine um pequeno escritório, em que trabalham três jovens, o Rafael, a Ana e a Joana. No escritório há apenas três computadores operando isoladamente, conforme a figura 1:Figura 1: Máquinas isoladas
Sempre que Rafael e Joana, usuários dos computadores B e C, respectivamente, necessitam fazer uso da impressora, estes têm que interromper suas atividades por um momento, inserir o conteúdo a ser impresso em uma mídia removível, deslocar- se até a máquina A, ocupada por Ana (que interromperá o que está fazendo), para só então ter a simples tarefa de imprimir um conteúdo realizado. Assim, se eles precisam de várias impressões durante o dia, o que seria uma simples tarefa transforma-se em uma verdadeira maratona.
Fonte: IFCE/DEAD
A
Chamamos enlace de comunica- ção ao meio que conecta fisica- mente as máquinas. Por exem- plo, em um laboratório, o enlace de comunicação é composto pe- la ligação das máquinas através de cabos.
Uma maneira simples de contornar esse problema seria a compra de impressoras para os computadores B e C. No entanto, alguns questionamentos podem surgir: a) Mesmo que simples, esta é uma solução viável? b) Os benefícios advindos da compra da impressora compensam os custos? Existe outra solução possível para este problema?
Felizmente a resposta para a última pergunta é sim. Isto é possível através do uso das redes de computadores.
Imagine agora o mesmo escritório, mas com uma pequena diferença: os computadores A, B e C estão interligados entre si através do que chamamos enlace de comunicação.
Figura 2: Enlace de comunicação
Neste novo cenário, as estações, agora interligadas em rede, podem trocar informações entre si, o que permite o uso compartilhado da impressora, por exemplo. Dessa forma, sempre que necessário, as estações B e C comunicam- se com a estação A através de trocas de mensagens e solicitam a impressão de um conteúdo.
As redes de computadores surgiram justamente da necessidade do compartilhamento de recursos (como foi o caso do pequeno escritório de que falamos aqui) minimizando os esforços dos usuários pertencentes a um grupo de trabalho, diminuindo o custo com aquisição de equipamentos.
Podemos definir uma rede de computadores como sendo um conjunto de computadores interligados entre si, através de um enlace de comunicação, com a finalidade de troca de informações e compartilhamento de recursos.
Fonte: IFCE/DEAD
Atenção
1 - CLASSIFICAÇÃO DAS REDES
Um dos critérios adotados na classificação das redes de computadores está relacionado à sua área de abrangência.
Local area network – LAN (rede local)
As LANs ou simplesmente redes locais são o tipo mais comum de redes de dados. Recebem este nome por atuarem em uma área ou região limitada.
Elas têm por objetivo interligar computadores cuja distância máxima entre eles não ultrapasse alguns metros. Devido à pequena área de atuação, as redes locais estão sujeitas a pequenas taxas de erros e altas taxas de transmissão.
Equipamentos semelhantes fisicamente, porém com diferentes formas de atuação, conhecidos por hubs e switches são utilizados na interconexão de estações que fazem parte da mesma rede local. Falaremos mais sobre hubs
e switches no tópico 2.
Figura 3: Hub
As redes, que interligam as máquinas de um supermercado ou as máquinas de um campus de uma universidade são exemplos de LAN.
Figura 4: LAN Fisicamente, hubs e switches
têm uma aparência semelhante.
São elementos de conexão para os microcomputadores. Cada ponto de conexão é chamado de
“porta”. Basicamente, a diferença entre um hub e um switch é que o primeiro apenas repete o sinal nas outras portas. O switch tem a capacidade de descobrir para qual porta o sinal deve ser enviado.
F o n t e : h t t p : / / w w w . hardware-one.com/reviews.
asp?aid=207&page=1
Fonte: http://pt.wikipedia.org/
Fonte: IFCE/DEAD
Principais características da LAN:
• Área de atuação limitada: geralmente alguns metros;
• Altas taxas de transferências de dados;
• Baixa taxa de erros;
• Alta confiabilidade;
• Baixo custo;
• Fácil instalação e manutenção;
• Permite o fácil crescimento da rede.
Wide area network – WAN (rede de longa distância)
Ao contrário das redes locais (LANs), as WANs, ou redes de longa distância, caracterizam- se pela grande área de abrangência. As WANs são compostas por um conjunto de redes de menor porte interligadas por dispositivos chamados de roteadores que, como o próprio nome sugere, são capazes de criar rotas ou caminhos entre estas redes. Devido à grande área de abrangência e à utilização do antigo sistema telefônico como sistema de comunicação, essas redes estão sujeitas a maiores taxas de erro e, consequentemente, menores taxas de transmissão se comparadas às LANs.
Figura 5: WAN
Atenção
Um roteador é um equipamento utilizado para conectar uma re- de a outra. Por esse motivo, ele é essencial na ligação entre re- des que estão distantes (WAN).
Na maioria das vezes, estamos lidando com redes locais. Por exemplo, quando estamos sen- do atendidos em um banco, as máquinas utilizadas devem es- tar ligadas à rede local (LAN) do banco. Muitas das informa- ções passam apenas pelos siste- mas internos da agência. Porém, quando uma consulta precisa ser enviada à rede do banco em outro estado, certamente as in- formações trafegarão através de um enlace que constitui uma re- de geograficamente distribuída (WAN).
Fonte: IFCE/DEAD
Principais características da WAN:
• Atuação em grandes áreas geográficas;
• Baixas taxas de transferências de dados;
• Altas taxas de erro, comparadas às LANs;
• Menor confiabilidade;
• Alto custo;
• Difícil instalação e manutenção;
• Fator limitante de crescimento da rede.
2 - COMPONENTES DAS REDES
Uma rede de computadores é formada por elementos físicos e lógicos, que funcionam como intermediários no processo de comunicação entre as estações da rede. Dentre os componentes de hardware (os elementos físicos que formam a rede), podemos citar os computadores e periféricos utilizados por eles: placas de redes, cabos, conectores e concentradores. Quanto aos elementos lógicos, são exemplos os sistemas operacionais de rede, os aplicativos e os protocolos de redes (linguagens utilizadas para a comunicação em rede). Os principais componentes de hardware de uma rede local, que serão posteriormente descritos, estão ilustrados na figura a seguir.
Figura 6: Principais componentes físicos de uma rede local
Fonte: IFCE/DEAD
PCs com adaptadores de redes
HUB de 100Mbps Print Station
Servidor HUB de 100Mbps
PCs com adaptadores de redes
Placa de Rede
É o componente de hardware utilizado para fazer a interface entre o computador e a rede. Sua principal função é controlar o envio e o recebimento de dados da rede.
Figura 7: Placa de rede
Cada placa é dotada de um identificador único conhecido por endereço físico ou endereço MAC. Este endereço é atribuído à placa durante seu processo de fabricação e é utilizado para identificar individualmente cada estação da rede.
Meios físicos de transmissão
Através dos meios físicos de transmissão, dados poderão ser trocados entre os diversos componentes da rede. Os meios físicos de transmissão se classificam em guiados e não guiados. Em redes locais, o principal meio físico de transmissão é o cabo par trançado, que será estudado em detalhes no tópico 3. Redes wireless (redes sem fio) utilizam o ar como meio físico de transmissão.
Figura 8: Cabo par trançado
Fonte: http://pt.wikipedia.org/
Fonte: http://pt.wikipedia.org/
Veja a seguir a definição de alguns termos que você precisa conhecer para trabalhar com redes de computadores:
Protocolos de rede
A troca de informações entre as estações de uma rede acontece através de meios físicos. As informações são ordenadas segundo regras bem definidas conhecidas como protocolos. Podemos associar os protocolos a uma linguagem comum a todos os envolvidos na comunicação. O TCP/IP é o conjunto de protocolos mais utilizado na comunicação entre computadores. Trataremos dele com detalhes no próximo módulo.
Servidor de rede
É uma estação que oferta serviços ou recursos às estações da rede.
Os serviços oferecidos por um servidor de rede podem ser, por exemplo, a impressão de um arquivo, e um recurso poderia ser um arquivo compartilhado.
Uma estação que disponibiliza serviços de impressão é chamada de “servidor de impressão”; máquinas que ofertam espaço para armazenamento de arquivos são chamadas de “servidores de arquivos”.
Clientes
São estações que consomem os serviços disponibilizados pelos servidores de rede. Por exemplo, quando estamos vendo páginas na internet, essas páginas são recursos oferecidos pelos servidores de páginas. Nesse caso, as máquinas que utilizamos para ver as páginas são os clientes.
3 - REDES PONTO-A-PONTO E REDES CLIENTE-SERVIDOR
De acordo com a forma com que os dados são compartilhados em uma rede, podemos classificá-la em ponto-a-ponto ou cliente-servidor.
3.1 - REDES PONTO-A-PONTO
Esta é a modalidade mais simples de rede. Não existe a figura de um servidor dedicado, ou seja, não há nenhuma máquina sendo utilizada apenas como servidor. Desta forma todas as estações consomem e disponibilizam
recursos ao mesmo tempo. Por exemplo, quando simplesmente queremos ligar duas máquinas diretamente para trocar arquivos entre elas, qualquer uma delas pode enviar ou receber os arquivos desejados. Nenhuma delas faz o papel de
“servidor de arquivos”. Devido à simplicidade desse tipo de rede, não se faz necessário um profissional especializado na tarefa de administrar a rede, o que acaba comprometendo o quesito segurança.
Resumo:
• Utilizada em pequenas redes;
• Fácil instalação e manutenção;
• Baixa segurança;
• Ausência de servidores dedicados;
• Baixo custo.
3.2 - REDES CLIENTE-SERVIDOR
Este é o tipo de rede que devemos utilizar quando o quesito segurança é mais importante que o quesito simplicidade. Nesta modalidade, está presente o servidor dedicado, que como já mostramos, é geralmente um computador com configurações especiais de hardware, é responsável por compartilhar um recurso específico e não é utilizado diretamente por usuários da rede.
Servidores dedicados apresentam maior robustez e um custo bem mais elevado que estações comuns de rede (os computadores utilizados pelos usuários).
Resumo:
• Utilizada em pequenas ou grandes redes;
• A instalação não é tão simples, mas o gerenciamento sim;
• Utilizada em redes onde a segurança é fundamental;
• Existência de servidores dedicados;
• Maior custo se comparado à rede ponto-a-ponto.
TÓPICO
Topologias de redes 2
OBJETIVOS
·Compreender quais são as topologias mais utilizadas em redes de computadores;
·Conhecer os elementos concentradores mais utilizados, os hubs e os switches.
A
topologia descreve o layout físico da rede, ou seja, a forma como os elementos de rede estarão dispostos e interconectados entre si. A opção por uma topologia em específico deverá afetar fatores como custo, confiabilidade, facilidade de implantação e manutenção, e crescimento da rede.1 - TOPOLOGIA EM BARRA
A topologia em barra tem por característica principal o compartilhamento de um único segmento de transmissão por todas as estações (computadores) componentes da rede.
Pequenos componentes conhecidos por terminadores são utilizados em ambas as extremidades do cabo, indicando o término do segmento de comunicação. A ausência do terminador ou rompimento do cabo em qualquer ponto da rede causa um efeito conhecido por reflexão interna total, provocando a parada total da rede.
Figura 9: Topologia em barra
Fonte: http://pt.wikipedia.org/
O fato de todas as estações estarem ligadas ao mesmo meio físico, através de uma ligação multiponto, permite que o tráfego gerado e introduzido no canal de comunicação por uma estação seja recebido por qualquer outro nó participante da rede. Ou seja, qualquer informação transmitida por um computador pode ser entregue diretamente a qualquer um dos outros.
Neste cenário, apenas um dispositivo pode utilizar o meio físico por vez. Transmissões simultâneas entre estações geram um fenômeno conhecido como colisão, que é esperado que aconteça em redes, mas que em excesso causa a degradação do sistema, tornando a comunicação mais lenta.
Sempre que uma estação A deseja transmitir dados para uma estação C, a seguinte sequência deverá ser observada:
• A estação A verifica se o meio físico está ou não sendo utilizado por outra estação. Se este estiver ocupado, A deverá esperar até que este seja liberado. Se o meio encontrar-se ocioso, A acessa o meio e pode iniciar a transmissão com destino a C.
• Durante o período em que o meio físico encontra-se ocupado por A, outras máquinas da rede ficam impedidas de transmitir. Caso algum computador transgrida a regra, a colisão acontece.
• Detectada a colisão, ambas as estações param de transmitir por um período aleatório. Passado este período, as estações novamente checam a disponibilidade do meio físico e, se disponível, reiniciam a transmissão.
2 - TOPOLOGIA EM ANEL
Nesta topologia, as estações da rede são interligadas através de um caminho fechado por onde circula um token. Este é o responsável por coletar as informações em um computador de origem e entregá-las ao computador destino. Teoricamente o token
poderia fazer circular o anel em ambas as direções, mas para simplificar o processo de comunicação adota-se um sentido
unidirecional, ou seja, em uma única direção (computador de origem computador de destino). Apenas um dado pode ser coletado por vez pelo token.
Atenção
Token é uma informação espe- cial que indica que uma máqui- na tem permissão para transmi- tir. Assim, capturar o token da rede significa poder transmitir.
Sempre que uma estação necessita transmitir informações, esta deve esperar pela passagem do token. Se estiver vazio, coleta as informações da estação de origem e as entrega ao destino. Se estiver ocupado, a estação deverá esperar até que este esteja vazio para só então poder ocupá-lo.
Figura 10: Topologia em anel
Esta modalidade de rede é pouco tolerante a falhas. A falha de qualquer segmento de cabo entre as estações causa a parada total do sistema.
3 - TOPOLOGIA EM ESTRELA
Topologia em estrela é a mais recomendada e é a mais utilizada atualmente. Neste arranjo topológico, todas as estações estão conectadas ponto-a-ponto a um equipamento concentrador (ou nó central), responsável pela gerência de comunicação entre os nós da rede.
Figura 11: Topologia em estrela
Ao contrário das outras topologias apresentadas anteriormente, falhas em segmentos de cabo entre a estação e o gerente da rede não causam a parada total do sistema. Somente a estação ligada ao segmento de cabo defeituoso
Fonte: http://pt.wikipedia.org/Fonte: http://pt.wikipedia.org/
estará fora da rede. No entanto, falhas no equipamento concentrador ou nó central podem causar a parada total da rede.
Fatores como desempenho, escalabilidade, ou seja, o quanto a rede poderá crescer, e segurança da rede estão diretamente relacionados às características do nó central, que nessa modalidade de redes podem ser de dois tipos: Hub ou Switch.
3.1 - HUBS
São equipamentos que funcionam como ponto central da rede, permitindo a conexão física entre computadores e outros elementos, tais como impressoras e sistemas de armazenamento de arquivos. O número de computadores e periféricos que você pode conectar a um hub depende do número de portas disponíveis neste equipamento. Por exemplo, um hub de 8 portas conecta até 8 equipamentos; um hub de 16 portas conecta até 16 equipamentos. O cabo e o conector utilizados para interligar a placa de rede de um computador a um hub são o cabo par-trançado e o conector RJ45, respectivamente, estudados em detalhes no próximo tópico.
Este equipamento atua apenas como um repetidor do sinal de entrada, ou seja, todo dado enviado por uma estação, ao chegar ao hub, é replicado por todas as portas deste equipamento, atingindo todas as estações conectadas à rede.
No cenário abaixo, o computador A deseja enviar uma informação ao computador C; para tanto esta informação é enviada primeiramente ao hub, que irá retransmiti-la por todas suas portas. As estações B e C, através dos protocolos de comunicação, analisam o destino do pacote e os aceitam se estes forem endereçados às próprias estações. Dessa forma, B pode descartar a informação (se esta não é a ela destinada) e C a aceita (se a informação for destinada a C). Utilizando um hub como nó central da rede, apenas uma máquina tem acesso ao meio por vez. Caso duas máquinas tentem transmitir dados ao mesmo tempo, novamente ocorre o fenômeno da colisão.
Figura 12: Utilização de hub
Fonte: IFCE/DEAD
Caso seja necessário, é possível fazer a expansão da rede que está sendo utilizada através da interligação de hubs, ao que chamamos cascateamento.
Estes equipamentos são dotados de uma porta especial denominada up-link, reservada para interconexão entre hubs, facilitando, assim, o crescimento da rede.
Figura 13: Cascateamento de hubs
Você pode conectar vários hubs cascateados para ampliar a sua rede.
Mas tenha cuidado, conforme crescem os números de conexões, maior passa a ser a quantidade de tráfego, o que reduz o desempenho da rede.
3.2 - SWITCHES
São equipamentos fisicamente semelhantes aos hubs e também atuam como nó central da rede. Assim como nos hubs, o número de computadores e elementos de rede que você pode conectar ao switch está limitado ao número de portas disponíveis neste equipamento.
Figura 14: Switches
De maneira contrária ao que acontece nos hubs, os dados que chegam ao switch a partir de um computador de origem serão entregues somente ao computador destino. Isso acontece porque os switches são capazes de
Fonte: http://pt.wikipedia. org/Fonte: IFCE/DEAD
identificar e endereçar os computadores da rede utilizando um endereço único e presente em cada placa de rede: o endereço MAC. Essa característica de criar um canal de comunicação dedicado entre origem e destino permite a troca de informações simultâneas entre diferentes máquinas da rede.
Figura 15: Utilização de switch
Quando usamos switches, a expansão da rede também pode ser obtida através do cascateamento de equipamentos. Nesse caso, haverá uma perda de desempenho mínima se comparada ao cascateamento de hubs, mas esta perda é imperceptível aos usuários da rede.
A seguir uma tabela que resume as principais diferenças entre hubs e switches.
CUSTO DESEMPENHO CASCATEAMENTO ATUAÇÃO
Hub Baixo Baixo Perda de desempenho
elevada Repetidor de bits Switch Elevado Elevado Perda de desempenho
imperceptível Endereçamento MAC
Fonte: IFCE/DEAD
TÓPICO
Atenção
Cabeamento 3
OBJETIVOS
·Conhecer os meios físicos utilizados para comunicação em rede;
·Conhecer as características do cabo par trançado, o mais utilizado em redes locais;
·Aprender a confeccionar um cabo do tipo par trançado.
R
edes de computadores são compostas por um conjunto de computadores interligados entre si com a finalidade de compartilhamento de recursos. A interligação entre computadores se dá de duas formas interdependentes: interligação física e lógica.• Interligação física: Descreve o arranjo topológico, cabos e conectores utilizados na conexão entre computadores;
• Interligação lógica: Descreve os protocolos utilizados na troca de informações entre os computadores.
Neste tópico, estudaremos os meios físicos e os padrões de cabeamento utilizados na conexão entre computadores. Nele também você vai aprender a montar um cabo de rede.
Os meios físicos aqui estudados classificam-se em guiados e não-guiados.
TIPO MEIO EXEMPLOS
Guiados Meio em cobre Coaxial
par-trançado Meio óptico Fibra óptica
Não-guiados Ar WiFi
Bluetooth Wi-Fi (pronuncia-se “uai-fai” é
a tecnologia de redes locais sem fio mais utilizada atualmente.
Bluetooth (pronuncia-se blutúf) é uma tecnologia de rede sem fio que permite conectar dispositivos que estejam próximos (cerca de 10m), muito utilizada por usuários de telefones celulares quando querem transferir arquivos entre seus aparelhos.
1 - CABO COAXIAL
Este cabo é constituído por um condutor interno circundado por uma malha externa tendo, entre eles, uma camada isolante. Existe ainda a camada de proteção externa, responsável por proteção do cabo e isolamento da malha externa.
A. Proteção Externa B. Malha Externa C. Camada Isolante D. Condutor Interno Figura 16: Cabo coaxial
Os cabos coaxiais apresentam boa qualidade na transmissão de informações. Por muito tempo foram utilizados na confecção de redes locais, mas caíram em desuso pelas desvantagens que ofereciam:
• Pouca flexibilidade
• Difícil instalação e manuseio
• Constantes maus-contatos entre cabo e conector, causando a parada total da rede em barra.
2 - CABO PAR TRANÇADO
Este é o tipo de cabo mais utilizado atualmente. É constituído por um conjunto de fios de cobre entrelaçados dois a dois, daí o nome par trançado.
Estes são divididos basicamente em duas modalidades: os blindados ou STP (shielded twisted pair) e os não blindados ou UTP (unshielded twisted pair).
Fonte: http://pt.wikipedia.org/ Fonte: IFCE/DEAD
Características do STP:
• Os condutores internos são trançados dois a dois e posteriormente recobertos por uma blindagem metálica, cujo objetivo é proteger o sinal transmitido contra interferências externas;
• Menos suscetíveis a interferências externas;
• Maior custo comparado ao UTP.
Figura 18: Cabo par trançado do tipo UTP
Características do UTP:
• Os condutores internos são trançados dois a dois, mas não recebem blindagem contra ruídos externos;
• Mais suscetíveis a interferências externas;
• A grande vantagem dessa modalidade de cabo é o baixo custo.
Ambos os tipos, STP e UTP, têm uma limitação relacionada ao tamanho máximo por segmento de cabo. Recomenda-se, então, que a extensão do cabo não ultrapasse 100 metros. Caso seja necessário interligar computadores a distâncias maiores que o limite máximo por segmento de cabo, faz-se necessária a utilização de equipamentos regeneradores de sinal, como um hub ou um switch, a cada trecho de no máximo 100 metros.
Figura 19: Regeneração do sinal
O terminal utilizado como interface entre o cabo par trançado e os dispositivos de rede é o conector RJ45, que possui 8 pinos internos. Na maioria das redes locais, apenas 2 são utilizados para transmissão de dados para outro equipamento de rede e 2 para recepção dos dados da rede, ou seja, dos 8 fios internos ao par cabo par- trançado, apenas 4 são efetivamente utilizados para transmissão e recepção de dados.
Fonte: IFCE/DEAD
Fonte: IFCE/DEAD
Os cabos par trançado recebem o conector RJ45 macho e as placas de rede recebem o RJ45 fêmea.
É possível comprar cabos prontos, mas o mais comum é que a pessoa responsável pela montagem da rede prepare o cabo e fixe os conectores.
Figura 20: Conector RJ-45 macho
2.1 - PADRÕES DE PINAGEM
Para que os cabos sejam confeccionados de forma correta, é necessário preocupar-se em como será realizada a pinagem, ou seja, como os pinos do conector de um lado do cabo estão ligados aos pinos do conector do outro lado.
O padrão 568 define dois padrões para conectar o RJ45 ao
cabo par trançado. Seguir um destes padrões garante estabilidade a cada um dos 4 pares que compõem o cabo. A fuga a essa norma pode causar instabilidade e a parada total de uma rede local.
Padrões 568A e 568B
Estes padrões definem a ordem em que as cores dos fios do cabo par trançado deve aparecer no conector RJ45. Lembre que seguir as normas é garantia de um bom funcionamento da rede. Então, durante a montagem do cabo, preocupe-se em seguir a ordem das cores de acordo com o padrão que você escolher. A figura abaixo descreve a sequência de cores do padrão 568 A e 568B, respectivamente.
Fonte:
http:// pt.wikipedia. org/
Fonte: IFCE/DEAD
Atenção
Em algumas redes, todos os fios do cabo par trançado são utili- zados, como é o caso do padrão Gigabit Ethernet.
Legenda:
v - branco/verde V - VERDE l - branco/laranja A - AZUL a - branco/azul L - LARANJA m - branco/marrom M - MARROM
2.2 - CONFIGURAÇÃO DOS CABOS PARES TRANÇADOS
Este tipo de cabo pode ser configurado como direto ou crossover. De acordo com os equipamentos que deseja colocar em rede, em uma das duas configurações de cabo faz-se necessário o que indicamos a seguir.
Cabo direto
Sempre que ambas as extremidades de um cabo forem confeccionadas seguindo o mesmo padrão, 568A ou 568B, temos um cabo direto. Este tipo de cabo é utilizado, por exemplo, na conexão entre um computador e um hub.
Cabo crossover
Quando encontramos um segmento de cabo em que em uma de suas extremidades é utilizado o padrão de pinagem 568A e na outra é usado o padrão 568B, dizemos que este é um cabo cruzado ou crossover. Esse tipo de cabo é utilizado na interconexão, por exemplo, de duas máquinas ponto- a-ponto.
Você deve estar se perguntando qual tipo de cabo deve ser utilizado para interligar dois hubs em cascata, ou um computador a um switch. A tabela abaixo relaciona qual configuração de cabo deve ser utilizada na conexão entre equipamentos.
COMPUTADOR HUB SWITCH ROTEADOR
Computador X ---- ---- X
Hub ---- X X ----
Switch ---- X X ----
Roteador X ---- ---- X
Legenda:
Cabo direto: ---- Cabo cruzado: X
3 - MONTANDO UM CABO DE REDE
Antes de começar a montar um cabo de rede, é necessário que você conheça algumas ferramentas utilizadas no manuseio de cabo par trançado e conectores RJ45.
Alicate de crimpagem
Esta é a ferramenta básica quando o assunto é conectorizar ou crimpar um conector RJ45 junto a um cabo par trançado. Este alicate é responsável por fazer a conexão física entre a parte metálica do RJ45 e o cobre do cabo par trançado.
Figura 22: Alicate de crimpagem
Decapador
Esta ferramenta é responsável por retirar a capa de proteção externa do cabo par trançado sem ofender a proteção individual de cada fio do cabo.
Figura 23: Decapador
Teste de Cabos
Este equipamento é o responsável por verificar e validar a funcionalidade do cabo. Ele é capaz de verificar a continuidade entre os condutores e se um cabo foi montado utilizando uma configuração direta ou cruzada.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/ Fonte: IFCE/DEAD
Figura 24: Testador de cabos
Agora que você conhece as ferramentas para manusear os cabos, passemos à confecção de um. O primeiro passo na confecção de nosso primeiro cabo de rede é saber quais equipamentos este irá conectar, para então definirmos a configuração do cabo: se este será um cabo direto ou cruzado. O cabo que utilizaremos como exemplo servirá na conexão entre dois computadores ponto-a-ponto, portanto este deverá ter uma configuração cruzada.
O segundo passo é medir o tamanho do segmento de cabo a ser utilizado. Não é recomendada a utilização de emendas ao longo do cabo, portanto, faça a medida com cuidado, levando em consideração as curvas e desvios do percurso.
O terceiro passo é decapar o cabo. Com uso do decapador, retire a capa de proteção de uma das extremidades, deixando expostos cerca de 5 centímetros dos fios trançados.
Figura 25: Exposição dos fios trançados
O quarto passo é desenrolar os fios, ordenando-os segundo o padrão a ser utilizado. No nosso caso, uma das extremidades seguirá o padrão 568A e a outra o padrão 568B. Nas figuras 26 e 27, exibimos a organização dos fios seguindo o padrão 568B. Note que todos os fios estão alinhados e continuam com a capa plástica de proteção individual. Não é necessário desencapar cada fio individualmente.
Fonte: IFCE/DEAD
Fonte: IFCE/DEAD
No passo cinco, devemos encaixar os fios no RJ45 com bastante cuidado para que estes não saiam da ordem. A parte metálica do conector deve estar de frente para você.
Figura 26: Organização dos fios
Figura 27: Orientação dos fios em relação ao conector
Feito isso, agora é só pressionar o conector com uso do alicate de crimpagem. Uma das extremidades do cabo está pronta. Repita a mesma sequência de passos para crimpar a outra extremidade. Lembre-se de observar o padrão a ser utilizado, no caso, o 568 A.
Figura 28: Crimpagem do cabo
Pronto. Concluído o cabo, basta plugar cada extremidade na placa de rede de um dos computadores que serão conectados. A parte física está completa. Falta realizar a configuração lógica, para que haja comunicação. É disso que trataremos nos próximos módulos.
Fonte: IFCE/DEADFonte: IFCE/DEAD Fonte: IFCE/DEAD