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Conflitos Raciais entre brancos e negros

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Academic year: 2022

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Conflitos Raciais entre brancos e negros

No Brasil, a história de seus conflitos e problemas envolveu bem mais do que a formação de classes sociais distintas por sua condição material. Nas origens da sociedade colonial, o nosso país ficou marcado pela questão do racismo e, especificamente, pela exclusão dos negros. Mais que uma simples herança de nosso passado essa problemática racial toca o nosso dia-a-dia de diferentes formas.

Em nossa cultura poderíamos enumerar o vasto número de piadas e termos que mostram como a distinção racial é algo corrente em nosso cotidiano. Quando alguém auto-define que sua pele é negra, muitos se sentem deslocados. Parece ter sido dito algum tipo de termo extremista.

Talvez, chegamos a pensar que alguém só é negro quando tem pele “muito escura”. Com certeza, esse tipo de estranhamento e pensamento não é misteriosamente inexplicável. O desconforto, na verdade, denuncia nossa indefinição mediante a idéia da diversidade racial.

É bem verdade que o conceito de raça em si é inconsistente, já que do ponto de vista científico nenhum indivíduo da mesma espécie possui características biológicas (ou psicológicas) singulares. Porém, o saber racional nem sempre controla nossos valores e práticas culturais. A fenotípica do indivíduo acaba formando uma série de distinções que surgem no movimento de experiências históricas que se configuraram ao longo dos anos. Seja no Brasil ou em qualquer sociedade, os valores da nossa cultura não reproduzem integralmente as idéias da nossa ciência.

Dessa maneira, é no passado onde podemos levantar as questões sobre como o brasileiro lida com a questão racial. A escravidão africana instituída em solo brasileiro, mesmo sendo justificada por preceitos de ordem religiosa, perpetuou uma idéia corrente onde as tarefas braçais e subalternas são de responsabilidade dos negros. O branco, europeu e civilizado, tinha como papel, no ambiente colonial, liderar e conduzir as ações a serem desenvolvidas. Em outras palavras, uns (brancos) nasceram para o mando, e outros (negros) para a obediência.

A sociedade brasileira desconhece-os, com o obstinado acreditar na ideologia da “a incontestável superioridade do homem branco”, inclusive nos setores que se dizem

“progressistas”, “de esquerda”, que se mostram sempre preocupadíssimos com desigualdade social do Brasil.

Indetificar a desigualdade social entre esses dois grupos (Braco e o preto)

Significativo exemplo, entre milhares: - o conhecido professor de economia da Unicamp Márcio Pochmann, ao avaliar a desigualdade social do Brasil por meio dois indicadores relevantes:- o ensino médio e o superior, diz que 34% dos jovens entre 15 e 17 anos de idade estão matriculados. No Chile, 85% dos jovens nessa mesma faixa etária estão matriculados no ensino médio. E apresenta a sua solução:- Se o Brasil quiser apresentar o mesmo padrão em 2020, isto é, daqui a 15 anos, calculamos que cerca de 4,9 milhões de jovens, adicionais ao que já estão nas classes, vão precisar cursar o ensino médio. Isso significa o aparecimento de 149 mil turmas, o que exigiria 47 mil novas salas de aula e a contratação de 510 mil professores, etc. Tudo bem, não fosse o professor da Unicamp ter usado estatísticas relativas apenas ao segmento branco do país.

De fato, se tivesse usado dados referentes à outra metade da população do país, o segmento negro, o seu diagnostico seria bem mais preciso e sua proposta de solução seria mais acurada: “com base no Censo, vários estudos como o "Mapa da cor no Ensino Superior brasileiro" do pesquisador Jose L. Petrucelli do IBGE mostram desigualdades educacionais brutais. Com dados de 2000, ele mostrou que enquanto 22,7% dos brancos com 18 anos ou mais concluíram o Ensino Médio, somente cerca de 13% dos negros o fizeram. Só conhecendo a

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realidade poderemos saber se há desigualdade racial na educação e em que profundidade. E, mais importante, combatê-la e não ser conivente”.

Certamente, o prof. Pochmann não é racista, mas não se preocupou, por vício cultural, do básico, a desigualdade brutal do negro em face ao branco evidenciada nos indicadores da educação. Mesmo nos bolsões de pobreza e miséria urbana, os índices socioeconômicos do pobre e miserável branco são superiores aos negros-pardos. Não é uma questão de classe. Trabalhador branco de mesmo patamar socioeconômico do negro recebe salário bem mais elevado. Não sendo discriminado pela cor da pele, obtém mais facilmente lugar de trabalho.

Impõe-se, pois, que a realidade real do país seja revelada pelos índices socioeconômicos do segmento mais numeroso e mais excluído do país, o negro e pardo. É a partir daí é que devem ser analisados os índices socioeconômicos. Quaisquer outras políticas que não sejam dirigidas prioritariamente ao segmento negro, jamais alcançará a isonomia na sociedade brasileira. Só aumentará, claro, a desigualdade, o fosso entre brancos e negros-pardos.

A tão falada “dívida social”, sim, é devida unicamente aos negros. Foram eles que durante 300 anos construíram as bases econômicas do Brasil, em condições brutais de escravatura, a custo da completa exclusão da sociedade, impedidos de se educarem minimamente.

O negro é, pois, o único segmento populacional que ainda não foi pago pela construção do país chamado Brasil, agora, a 10. economia do planeta. Não fosse o trabalho do negro, continuaríamos ser a Terra dos Papagaios, a Pindorama, talvez, uma Bolívia maior, ou coisa parecida.

Expectativa de vida de brancos é maior do que de negros

O grupo dos homens brancos com 60 anos ou mais, em 1993, era de 8,2% e passou para 11,1%, em 2007

Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que, entre 1993 e 2007, as expectativas de vida foi maiores para as mulheres em relação aos homens e também para a população branca na comparação com a negra.

O estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça mostra que, em 1993, o total de mulheres brancas com mais de 60 anos de idade representava 9,4% da população e o de negras, 7,3%. Esses percentuais alcançaram, em 2007, 13,2% e 9,5%, respectivamente. O grupo dos homens brancos com 60 anos ou mais, em 1993, era de 8,2% e passou para 11,1%, em 2007. Já os negros na mesma faixa etária saltaram de 6,5% para 8% no mesmo período.

A diferença de representatividade de homens brancos e negros com mais de 60 anos aumentou de 1,7 para 3,1 pontos no período. A diferença entre as mulheres brancas e negras passou de 2,1 para 3,7 pontos, entre 1993 e 2007.

O levantamento retrato das desigualdades é elaborado por meio de indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo analisa diferentes campos da vida social e visa traçar um "retrato" atual das desigualdades de gênero e de raça no Brasil. Ele é realizado em parceria entre o Ipea, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e o IBGE.

Desemprego e Exclusão Social

Atualmente os anos se passam mais a mesma coisa continua, sendo assim, ao se tratar da discriminação racial no Brasil ou no mundo, não se deve perder de vista todo esse contexto, que em última instância, determina e hierarquizam a forma de relacionamento entre homens e mulheres, crianças, jovens e idosos, negros e “brancos”.

Embora, como já mencionado, não seja dicotômica a relação entre política, ideologia e cultura de um lado e economia de outro, por questões didático-metodológicos inicia-se o diagnóstico do racismo no Brasil a partir da esfera econômica, tendo em vista o comportamento e as tendências do mercado de trabalho no final da década de 1990. Em seguida será analisada,

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de maneira bastante sintética, os limites das ações políticas principalmente daquelas voltadas as ações afirmativas, que são encaradas neste artigo como paliativos, isto é, medidas pouco efetivas na luta contra o racismo, mas as únicas ações possíveis no interior do sistema capitalista. Estas ações imediatamente realizáveis são importantes em curto prazo, pois evidenciam algum tipo de mobilização (mesmo que tenham origem na solidariedade burguesa cristã), mas em longo prazo, podem ser altamente nocivas para a luta em prol da emancipação humana já que a estrutura de exploração da vida não é destruída, a lógica dessa forma de organização social permanece e é constantemente reposta.

Não dá para falar em desemprego sem falar em exclusão social, já que este é talvez um dos maiores fatores de exclusão social que conhecemos. O desemprego provoca um grande impacto na sociedade, originando a pobreza, perda de status, perda de disciplina temporal e rotina diária, desagregação da vida familiar, incluindo o divórcio e várias formas de comportamento anti- social, incluindo roubo, tráfico e vandalismo. Em geral, ninguém se dá conta de que se trata de um problema social que não resulta exclusiva nem prioritariamente da incapacidade ou de erros individuais, mas, sobretudo das mudanças econômicas, sociais e tecnológicas ocorridas na sociedade nos últimos anos.

Renda média de negros é duas vezes menor aponta que (IPEA) Estudo do Instituto de Pesquisas Aplicadas

O mais recente Estudo do Instituto de Pesquisas Aplicadas (IPEA) expõe sem retoques os números da desigualdade entre brancos e negros no Brasil: o Estudo baseado nos dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD 2008) revela que a renda média familiar per capita dos negros é um pouco mais de duas vezes inferior ao que ganham os brancos: a renda dos brancos é de R$ 791,00 contra R$ 398,00 dos negros.

"Isso quer dizer que mesmo que o País conseguisse acabar com a discriminação e racismo - outros motivos relevantes - ainda existiria uma diferença razoável entre a renda média de brancos e negros, explicada pelas desigualdades regionais", afirma Pedro Ferreira de Souza, pesquisador do IPEA e um dos autores do Estudo.

Diferenças

De acordo com os pesquisadores do IPEA, da diferença entre negros e brancos – que é de R$ 393,00 – R$ 273,00, podem ser atribuídas à desigualdade racial em cada região. O restante, os pesquisadores creditam aos efeitos conjuntos da desigualdade econômica e de composição racial entre as regiões.

Segundo o Estudo, a desigualdade brasileira caiu 9,7% desde 2004, sendo que 31,5% dessa queda é resultante da redução da desigualdade entre grupos raciais, que foi de 13%¨. A desigualdade entre regiões caiu 12,6% sendo responsável por 22,4% do total.

O IPEA alerta que juntas, a desigualdade entre regiões e a desigualdade racial, respondem por algo entre um quarto e um quinto da desigualdade de renda domiciliar per capita de todo o País. Em 2008, esses dois índices respondiam por 22,3%, sendo 5,7% de desigualdade racial dentro das regiões e 16,6% de desigualdade regional.

Mortalidade infantil é maior entre os filhos de negros

Entre os filhos de brancas no país, morrem 22,9 bebês a cada mil; índice aumenta para 33,7 em relação a mães negras e pardas.

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Os filhos de mães negras e pardas têm 47% mais chances de morrer do que as crianças de mães brancas. A constatação é do demógrafo Celso Cardoso Simões, pesquisador do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Brasil, a taxa de mortalidade infantil (de crianças até um ano) entre os brancos é de 22,9 a cada mil nascimentos; entre os negros e pardos, é de 33,7.

Num estudo recente sobre fecundidade no Brasil, Simões destaca que a diferença entre as taxas de mortalidade infantil de negros e brancos é de cerca de 20% em Estados como Rio de Janeiro, Paraná e Goiás, e de aproximadamente 36% na Paraíba, em Roraima e no Ceará. Ele afirma que a desigualdade racial influencia as taxas de mortalidade infantil, mas que a relação entre os dois fatores não pode ser analisada isoladamente.

"As desigualdades são fruto do processo histórico trilhado pelo país ao longo de sua formação e que vem afetando as pessoas e os grupos sociais diferentemente.

Independentemente da cor do indivíduo, residir, principalmente em áreas menos desenvolvidas economicamente, como é a situação dos Estados nordestinos, implica menores chances de sobrevivência de suas crianças, “seja ela branca, preta ou parda”, explica. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste são segundo Simões, as áreas com menores índices de mortalidade infantil porque oferecem melhores condições socioeconômicas e maior oferta de serviços de saúde. No Norte e no Nordeste, completa, as condições são muito mais adversas para a criação dos filhos.

A relação entre renda e mortalidade infantil é bastante forte, de acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, publicado pelo PNUD. Estima-se que a cada R$ 100 a mais de renda per capita de um município, evita-se a morte de aproximadamente 25 crianças de até um ano, a cada mil nascimentos. O Atlas mostra, ainda, que a renda per capita dos brancos é mais que o dobro da dos negros. No Brasil, os brancos ganham, em média, R$ 406,54, e os negros, R$ 162,75.

O Estado com os maiores índices de mortalidade é Alagoas: 59,2 mortes a cada mil nascidos vivos para filhos de mulheres brancas, 61,3 para crianças de mães pardas e 65,6 para filhos de negras. O Distrito Federal é o que tem menos mortes de filhos de brancas — 14,4 bebês a cada mil. O índice sobe para 22,0 em relação aos filhos de mulheres pardas e 38,3 para crianças de mães negras. Roraima é o Estado com menor taxa de mortalidade infantil entre os filhos de mulheres pardas: 20,8 crianças por mil nascimentos. Os números são 15,3 para filhos de mães brancas e 30,3 para os bebês das negras. Entre os filhos de mulheres negras, o índice é menor no Rio Grande do Sul, onde Morrem 23,7 a cada mil. Para crianças de mães brancas, a taxa é de 16,0 e para filhos de mulheres pardas, 21,0.

Escolaridade

Quanto maior a escolaridade do trabalhador, maior a diferença na renda de pretos e pardos em relação aos brancos, segundo estudo sobre as desigualdades de cor e raça divulgadas ontem pelo IBGE.

Tendo como base a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) - restritas às seis maiores regiões metropolitanas-, o levantamento mostra que, em média, um branco ganhava em setembro deste ano R$ 1.292. É o dobro do rendimento verificado entre pretos e pardos (R$ 660). Em relação a setembro de 2005, houve pequena redução da distância entre brancos e pretos e pardos. Os brancos recebiam 102,9% a mais, e agora, 95,7%.

A pesquisa mostra que essa diferença não só persiste como fica mais intensa à medida que aumenta a escolaridade. Entre trabalhadores com menos de um ano de estudo, brancos ganham em média 15% a mais. A vantagem vai a 92% entre os com ao menos o nível médio.

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O IBGE separou também só os trabalhadores com nível superior. Nesse caso, a diferença é de 48%. É menor que a verificada na população com ao menos ensino médio (onde estão incluídos também os com nível superior), mas bastante superior à encontrada entre os que têm entre 8 e 10 anos de estudo (ensino fundamental completo ou médio incompleto), que era de 24%. Pode-se concluir que o retorno salarial de cada ano a mais na escolaridade é maior para brancos, ainda que todos os grupos tenham aumento com mais educação.

O IBGE ressalva que a pesquisa não tem como avaliar a qualidade do ensino ou o tipo de curso no ensino superior. Um trabalhador branco, por exemplo, pode ter se formado numa carreira mais prestigiada e num curso de melhor qualidade do que um preto ou pardo com mesma escolaridade.

Como resultado dessa desigualdade, a pesquisa mostra que, no topo dos 10% de pessoas com maior rendimento (R$ 1.785, em média), 83,3% eram brancas, contra só 14,4% de pretos ou pardos. Nas faixas de menores rendimentos, os pretos e pardos eram a maioria -52,3% nos 10%

mais pobres.

Direito à Casa Própria

Em termos de aquisição de casa própria, menos de metade das famílias negras e hispânicas propriedade sua própria casa, em comparação com três quartos das famílias brancas que são proprietários.

E negros e hispânicos eram ambos três vezes mais probabilidades que os brancos que vivem abaixo da linha da pobreza. Outra desigualdade gritante foi a enormes diferenças entre as taxas de encarceramento de negros, hispânicos e brancos. Os negros são seis vezes mais chances e os hispânicos são três vezes mais prováveis do que brancos para serem encarcerados, segundo o relatório. A única área em que Africano americanos avanços foi na área de engajamento cívico, e que foi em grande parte devido à enorme afluência de eleitores negros nas eleições presidenciais de 2008 que colocou o primeiro presidente Africano americano na Casa Branca.

O relatório propõe um investimento de 168 bilhões de dólares de criar empregos, treinarem os desempregados crônicos, aumentarem o acesso ao crédito para pequenas empresas, e aconselhar os apanhados da crise, no imóvel, que atingiu especialmente as minorias rígidas.

Um serviço para qual o negro estava apto, exigia pouca escolaridade e muita força para escavar a terra e implantar os trilhos. Este serviço fixo e rentável permitia ao negro ter sua casa própria e morar em bairros medianos',

Referências

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