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Concordância e regência verbal. Introdução Concordância verbal Casos especiais a) Pronome relativo que... 9

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(1)

Olá!

Esta é mais uma aula dedicada ao verbo.

Sumário

Introdução ... 3

Concordância verbal ... 3

Casos especiais ... 9

a) Pronome relativo que ... 9

b) Pronome relativo quem ... 9

c) SE índice de indeterminação... 9

d) SE partícula apassivadora ... 9

e) Expressão partitiva ou sujeito coletivo ... 10

facultativo. ... 10

f) Sujeito com fração ou porcentagem ... 10

g) Sujeito oracional ... 10

h) Sujeito resumido por pronome indefinido ... 10

i) Sujeito composto ... 11

j) alguns de nós, quais de nós ... 11

k) cerca de, mais de, perto de ... 11

l) cada um ... 11

m) Verbos impessoais ... 12 Concordância e regência verbal

(2)

singular. ... 26

Regência verbal ... 32

Casos especiais ... 35

Aprofundamento ... 43

a) Nomes que têm forma plural ... 43

b) Sujeito com infinitivos ... 43

c) Sujeitos com pessoas diferentes ... 44

d) Sujeitos ligados por ou ou nem ... 44

e) Sujeitos ligados por com ... 44

f) tanto... quanto, não só... mas ... 44

g) é que ... 44

h) um dos que, uma das que ... 45

i) um e outro ... 45

j) um ou outro, nem um nem outro ... 45

k) mais de um ... 45

Resumo ... 48

(3)

Introdução

A essa altura, você já deve ter se convencido de que a FCC adora verbos. Por isso, juntei dois temas que se relacionam a eles. Na concordância, estudaremos como o verbo se adapta aos termos da frase e, na regência, como ele se liga ao complemento.

Concordância verbal

Concordância é a variação das palavras na mesma flexão do termo a que se referem. Falando de modo mais claro, isso significa que uma palavra se adapta a outra com o intuito de vincular-se a ela.

Exemplo: Os barcos atravessam o oceano.

Na frase acima, o artigo (Os) aparece no gênero masculino e no plural, e o verbo (atravessam) está na 3a pessoa do plural. Isso nos mostra que ambas as palavras se adequaram à flexão do substantivo (barcos), indicando que se referem a ele.

Note que, se alterarmos o gênero e o número do substantivo, tanto o artigo como o verbo terão de adaptar-se a ele, mantendo a correspondência de flexões.

Exemplo: A embarcação atravessa o oceano.

Contudo, se modificarmos o complemento do verbo, os demais termos não se modificarão, evidenciando que não se vinculam a ele.

Exemplo: Os barcos atravessam a lagoa.

Quando artigos, adjetivos, numerais ou pronomes se adequam ao substantivo, ocorre a concordância nominal, que estudaremos na próxima aula.

Agora, nosso foco é a concordância verbal.

(4)

1. FCC/TRF-3/2016

O elemento que justifica a flexão verbal da frase está sublinhado em:

(A) Como a dialética é uma via de mão dupla, também o lado suave de John Lennon se nutria da presença benfazeja de Paul McCartney. Gemas preciosas como Julia têm as impressões digitais do parceiro...

(B) ... também o lado suave de Lennon se nutria da presença benfazeja de Paul.

(C) Em contrapartida, sem o olhar crítico de Lennon, sem sua verve, os mais conhecidos padrões de McCartney teriam sofrido perdas poéticas.

(D) A força propulsora desse mecanismo era a interação dialética de John Lennon e Paul McCartney.

(E) ... tais forças teriam criado, a seu ver, a mais nobre forma de arte...

Comentário: indiretamente, o examinador pediu para você encontrar o sujeito das frases. Vejamos por quê.

A concordância verbal possui uma regra principal e vários casos particulares.

A regra geral de concordância diz que o verbo varia para adequar-se ao sujeito.

Nesse sentido, ao encontrar o verbo, somos capazes de identificar o sujeito, pois ambos estão flexionados no mesmo número (singular ou plural) e na mesma pessoa (1a, 2a ou 3a).

Caso haja mais de um termo com características similares, basta recorrer ao método de identificação do sujeito, que expliquei na aula 01. Examinemos as alternativas.

Atenção! O verbo deve concordar em número e pessoa com o sujeito.

(5)

(A) Gemas preciosas como Julia têm as impressões digitais do parceiro...

No período acima, existe apenas um verbo (têm), flexionado na 3a pessoa do plural — repare que a flexão está indicada pelo acento circunflexo (eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes, eles têm).

Mas há dois substantivos que também se encontram na 3a pessoa do plural (Gemas, impressões). Para saber quem é o sujeito, faça a pergunta: QUEM têm? A resposta é “Gemas preciosas como Julia”. Em outras palavras, podemos deduzir que a pedra preciosa chamada Julia tem a marca digital do parceiro.

Seria incoerente afirmar o inverso, ou seja, que as impressões digitais têm a música “Julia”. Consequentemente, o termo grifado é o complemento do verbo e não justifica sua flexão.

Cuidado: como “Julia” está no singular, não pode ser o sujeito de um verbo no plural.

(B) ... também o lado suave de Lennon se nutria da presença benfazeja de Paul.

O nome sublinhado está preposicionado. Se você lembra a aula 01, na qual estudamos o sujeito, sabe que ele não pode depender de preposição.

Assim, “Lennon” é um adjunto adnominal, pois especifica o substantivo a que se refere (lado) e faz parte de outro termo sintático (sujeito). O verbo (nutria-se) flexiona-se para concordar com o núcleo do sujeito (lado).

(C) Em contrapartida, sem o olhar crítico de Lennon, sem sua verve, os mais conhecidos padrões de McCartney teriam sofrido perdas poéticas.

QUEM teriam sofrido? Só pode ser o único elemento de número igual ao do verbo (os mais conhecidos padrões de McCartney), que é o sujeito da oração. As palavras sublinhadas atuam como complemento verbal.

(D) A força propulsora desse mecanismo era a interação dialética de John Lennon e Paul McCartney.

(6)

Repare que o termo grifado está introduzido por preposição (de + esse = desse). Trata-se novamente de um adjunto adnominal, com o qual o verbo não concorda.

(E) ... tais forças teriam criado, a seu ver, a mais nobre forma de arte...

QUEM teriam criado? Só pode ser a expressão sublinhada (tais forças), que atua como sujeito da oração. Achamos a resposta!

Resposta: E

2. FCC/TRE-AP/2015

As normas de concordância estão plenamente observadas na seguinte frase:

(A) Ao estilo verborrágico do típico escritor do começo do século foi contraposto pelos modernistas novas maneiras de se fazer literatura, num estilo mais próximo da oralidade e do coloquial.

(B) O aumento da frequência das consultas aos dicionários eletrônicos, instalados em boa parte dos computadores, parecem evidenciar que não demorará muito para os dicionários em papel se tornarem obsoletos.

(C) A prosa de Mário Quintana, assim como muitos dos textos de sua obra poética, são caracterizadas pela ironia e pela aparente simplicidade da linguagem e do pensamento.

(D) Escritores rebuscados, como Coelho Neto, contemporâneo de Rui Barbosa, teve inegável responsabilidade no grande prestígio que o discurso grandiloquente e pomposo adquiriu no Brasil no final do século XIX e início do XX.

(E) Muitos escritores já confessaram ver no dicionário não um manual de consulta esporádica, mas um livro como quaisquer outros e que pode ser lido do começo ao fim.

(7)

Comentário: para encontrar a alternativa correta, a estratégia é a mesma da questão anterior — identificar o verbo e o sujeito.

Em questões de concordância, as bancas costumam recorrer a três técnicas para confundir o candidato: 1. usar sujeitos longos; 2. distanciar o sujeito do verbo, acrescentando termos intercalados entre eles; 3. colocar o verbo antes do sujeito.

Dica! Caso isso aconteça, o segredo é: 1. identificar o núcleo do sujeito; 2.

analisar o período sem as frases intercaladas, isto é, ignorando-as durante a leitura;

3. colocar o período na ordem direta. Vejamos as frases.

(A) Ao estilo verborrágico do típico escritor do começo do século foi contraposto pelos modernistas novas maneiras de se fazer literatura, num estilo mais próximo da oralidade e do coloquial.

QUEM foi contraposto? As novas maneiras. Como o verbo está no singular, e o sujeito no plural, as normas de concordância não estão plenamente observadas.

O adequado seria “foram contrapostas”.

Repare que a palavra “estilo” não pode atuar como sujeito em nenhuma das suas ocorrências, porque aparece preposicionada em ambas (a + o = ao; em + um

= num).

A armadilha da banca foi colocar o verbo antes do sujeito. Para desfazê-la, é só visualizar a frase na ordem direta (Novas maneiras de se fazer literatura foi contraposto pelos modernistas).

(B) O aumento da frequência das consultas aos dicionários eletrônicos, instalados em boa parte dos computadores, parecem evidenciar que não demorará muito para os dicionários em papel se tornarem obsoletos.

QUEM parecem? O aumento. Como o verbo está no plural, e o sujeito no singular, as normas de concordância não estão observadas. O adequado seria

“parece”.

(8)

A armadilha foi o sujeito longo. A palavra mais importante dele é “aumento”, pois, além de conter a informação principal, é a ela que os demais termos do sujeito se referem. Logo, é o núcleo do sujeito.

(C) A prosa de Mário Quintana, assim como muitos dos textos de sua obra poética, são caracterizadas pela ironia e pela aparente simplicidade da linguagem e do pensamento.

QUEM são caracterizadas? A prosa. Como o verbo está no plural, e o sujeito no singular, as normas de concordância não estão observadas. O adequado seria “é caracterizada”.

Perceba o tamanho do termo intercalado que apareceu entre o sujeito e o verbo (assim como muitos dos textos de sua obra poética). Sua presença certamente atrapalha a leitura. O erro de concordância fica claro sem ele: “A prosa de Mário Quintana são caracterizadas pela ironia...”.

(D) Escritores rebuscados, como Coelho Neto, contemporâneo de Rui Barbosa, teve inegável responsabilidade no grande prestígio que o discurso grandiloquente e pomposo adquiriu no Brasil no final do século XIX e início do XX.

QUEM teve? Escritores rebuscados. Como o verbo está no singular, e o sujeito no plural, as normas de concordância não estão observadas. O adequado seria

“tiveram”.

Nesta letra, a FCC colocou duas intercalações (como Coelho Neto, contemporâneo de Rui Barbosa). Se as retirarmos, o resultado será “Escritores rebuscados teve”, o que torna o erro evidente.

(E) Muitos escritores já confessaram ver no dicionário não um manual de consulta esporádica, mas um livro como quaisquer outros e que pode ser lido do começo ao fim.

QUEM confessaram? Muitos escritores. Tanto o verbo quanto o sujeito estão na 3a pessoa do plural, mostrando que aquele variou para se adequar a este. Aqui está a resposta!

(9)

Resposta: E

Casos especiais

Antes de continuar, preparei uma lista com os casos particulares de concordância que mais aparecem nos concursos. Ela é um pouco grande, mas resume o que você precisa saber.

a) Pronome relativo que

O verbo concorda com o antecedente do pronome.

A montanha que escalaram fica nos Andes.

Fomos nós que escrevemos a peça.

b) Pronome relativo quem

Há preferência pela 3a pessoa do singular, mas podemos concordar com o termo antecedente. É facultativo.

Fui eu quem lhe contou (ou contei) o segredo.

São as pessoas quem pede (ou pedem) esmola.

c) SE índice de indeterminação

O verbo fica na 3a pessoa do singular.

Necessita-se de consertos.

Vive-se bem nas cidades médias.

Era-se contente.

d) SE partícula apassivadora O verbo concorda com o sujeito.

Contratam-se funcionários.

(10)

Não se fazem mais óperas como antes.

e) Expressão partitiva ou sujeito coletivo

Se vierem especificados por termo no plural: singular ou plural. É facultativo.

A maior parte deles acorda (ou acordam) cedo.

A turma de alunos viajou (ou viajaram) com a escola.

f) Sujeito com fração ou porcentagem i. O verbo concorda com numeral.

Um por cento abandonou o jogo.

Quinze por cento foram notificados.

Dois terços compareceram perante o rei.

ii. Se vier especificado: singular ou plural. É facultativo.

Oitenta por cento do povo vivem (ou vive) mal.

g) Sujeito oracional

Singular, pois a oração representa apenas um substantivo.

É necessário que fiquem de pé.

Ocorre que não há mesas para todos.

Praticar exercícios diários requer tempo.

h) Sujeito resumido por pronome indefinido O verbo concorda com o pronome: singular.

As águas, os morros e o ar, tudo está perfeito.

Africanos, europeus, asiáticos, ninguém se entende.

(11)

i) Sujeito composto

O verbo pode concordar com o termo mais próximo em caso de (somente nestas situações, mas é facultativo):

i. sujeito posposto ao verbo;

Passava (ou Passavam) a noite e o dia sem que ela o notasse.

ii. termos sinônimos ou muito parecidos.

O vulgar e o trivial está (ou estão) em todos nós.

j) alguns de nós, quais de nós

i. O verbo deve concordar com um dos pronomes: plural.

Quantos de vós dizem (ou dizeis) a verdade?

Muitos dentre nós estavam (ou estávamos) lá.

ii. Se o pronome indefinido ou o interrogativo estiver no singular: o verbo deverá permanecer no singular.

Nenhum de nós pedirá mais favores.

k) cerca de, mais de, perto de

Seguidos de numeral: o verbo concorda com o numeral.

Menos de dois pássaros fugiram da gaiola.

Mais de um autor publicou a obra.

l) cada um

Mesmo antes de plural, o verbo concorda o numeral (um): singular.

Cada um de vocês criou uma história.

(12)

m) Verbos impessoais

Ficam na 3a pessoa do singular:

i. “haver”: sentido de existir, acontecer ou tempo decorrido;

Havia milhares de pessoas no arraial.

ii. “fazer”, “ser”, “estar”: fenômeno natural ou tempo decorrido;

Faz quinze dias que visitou o orfanato.

Está frio aqui.

iii. verbos que indicam fenômenos da natureza ou tempo.

Ventou (nevou, trovejou, choveu, geou) bastante.

Observe como a FCC cobra essas normas.

3. FCC/DPE-RR/2015

As normas de concordância estão respeitadas em:

(A) Deflagrada em 1789 com a queda da Bastilha − prisão parisiense onde se confinava criminosos e dissidentes políticos − a Revolução Francesa levou milhares de condenados à guilhotina.

(B) A maré das inovações democráticas na Europa e nos Estados Unidos chegariam com algum atraso ao Brasil, mas com efeito igualmente devastador.

(C) As ideias revolucionárias do século 18, apesar do isolamento do país, viajava na bagagem da pequena elite brasileira que tivera oportunidade de estudar em Portugal.

(D) No final do século 18, haviam mudanças profundas na tecnologia, com a invenção das máquinas a vapor protagonizadas pelos ingleses.

(13)

(E) Em 1776, ano da Independência dos Estados Unidos, havia nove universidades no país, incluindo a prestigiada Harvard, e chegava a três milhões de exemplares por ano a circulação de jornais.

Comentário: essa questão é similar à anterior. Podemos seguir o mesmo raciocínio: achar primeiro verbo, depois o sujeito. Se necessário, colocaremos a frase na ordem direta.

(A) Deflagrada em 1789 com a queda da Bastilha − prisão parisiense onde se confinava criminosos e dissidentes políticos − a Revolução Francesa levou milhares de condenados à guilhotina.

QUEM se confinava? Criminosos e dissidentes. A oração está na voz passiva e equivale a “criminosos e dissidentes políticos eram confinados”.

O SE atuou como pronome apassivador, e acabamos de ver que, na voz passiva, o verbo concorda com o sujeito. A flexão correta seria “confinavam”.

(B) A maré das inovações democráticas na Europa e nos Estados Unidos chegariam com algum atraso ao Brasil, mas com efeito igualmente devastador.

QUEM chegariam? A maré. A flexão correta seria “chegaria”.

Estratégia usada pela banca: sujeito longo. Solução: achar o núcleo do sujeito.

(C) As ideias revolucionárias do século 18, apesar do isolamento do país, viajava na bagagem da pequena elite brasileira que tivera oportunidade de estudar em Portugal.

QUEM viajava? As ideias. A flexão correta seria “viajavam”. Estratégia usada pela banca: intercalação. Solução: retirá-la da frase.

(D) No final do século 18, haviam mudanças profundas na tecnologia, com a invenção das máquinas a vapor protagonizadas pelos ingleses.

(14)

As bancas sempre cobram o verbo haver. Desde a aula demonstrativa, tenho falado que esse verbo, no sentido de existir ou acontecer, não tem sujeito.

Como ele é impessoal, não possui nenhum termo para concordar, de modo que não varia. A forma correta seria “havia mudanças”.

(E) Em 1776, ano da Independência dos Estados Unidos, havia nove universidades no país, incluindo a prestigiada Harvard, e chegava a três milhões de exemplares por ano a circulação de jornais.

Olhe o havia de novo. Mas agora ele foi empregado corretamente. Como não há sujeito, o verbo está 3a pessoa do singular.

Quanto ao verbo “chegar”, coloque a frase na ordem direta, para identificar o sujeito (... a circulação de jornais chegava a três milhões de exemplares por ano).

Perceba que ele está adequado, pois concordou com o sujeito, na 3a pessoa do singular. Esta é a resposta!

Resposta: E

4. FCC/TCE-SP/2015

A frase cuja REDAÇÃO está inteiramente correta é:

(A) Afirmar que as categorias de idade são construções culturais − sujeitas, portanto, a mudanças históricas − não significa dizer que elas não têm efetividade.

(B) Na velhice, devem haver perdas próprias da idade que continuarão a ser um fato que não se deseja e cuja existência nega-se de forma cada vez mais sofisticada.

(C) Seguiram-se do aumento de sua capacidade de exigir mais e implementar demandas políticas, o crescimento do número de aposentados.

(15)

(D) Indaga-se se os velhos serão vistos como pessoas sedentárias e inativas, a consumir recursos públicos que se alocaria e distribuiria para outros setores da sociedade.

(E) Certamente foram ampliados, com o conjunto de novas práticas que acompanham a invenção da terceira idade, o leque de escolhas de como viver o envelhecimento.

Comentário: procuremos o verbo e seu sujeito.

(A) Afirmar que as categorias de idade são construções culturais − sujeitas, portanto, a mudanças históricas − não significa dizer que elas não têm efetividade.

Se estiver com dificuldade para encontrar o sujeito pelo método da pergunta (O que não significa?), tente retirar o termo intercalado do período.

Assim, você terá “Afirmar que as categorias de idade são construções culturais não significa...”. Repare que o sujeito é uma oração (Afirmar... não significa). Trata- se, portanto, de sujeito oracional, ou seja, sujeito constituído de verbo.

Com sujeito oracional, o verbo fica na 3a pessoa do singular. E foi o que ocorreu (significa). Esta é a resposta!

(B) Na velhice, devem haver perdas próprias da idade que continuarão a ser um fato que não se deseja e cuja existência nega-se de forma cada vez mais sofisticada.

Olhe quem apareceu mais uma vez! A diferença agora é a locução verbal.

Saiba que, quando o “haver” for o verbo principal de uma locução, nos sentidos já citados, toda a locução será impessoal.

Assim, a locução não tem sujeito. A forma correta seria “deve haver perdas”.

(C) Seguiram-se do aumento de sua capacidade de exigir mais e implementar demandas políticas, o crescimento do número de aposentados.

(16)

O QUE se seguiram? Não descobriu? Coloque na ordem direta: o crescimento do número de aposentados seguiram-se. Repare que “aposentados” está preposicionado e não pode atuar como sujeito, cujo núcleo é “crescimento”.

A forma correta do verbo seria “seguiu-se”.

(D) Indaga-se se os velhos serão vistos como pessoas sedentárias e inativas, a consumir recursos públicos que se alocaria e distribuiria para outros setores da sociedade.

O primeiro verbo grifado representa a oração principal de um período subordinado (Indaga-se ISTO). Como vimos na última aula, as orações substituíveis por ISTO exercem função de sujeito da oração principal.

Com sujeito oracional, o verbo deve permanecer na 3a pessoa do singular, e foi o que ocorreu (Indaga-se).

Os outros dois termos sublinhados estão na voz passiva (atenção ao SE!), caso em que os verbos se comportam normalmente. Podemos então usar o método da pergunta para identificar o sujeito.

O QUE se alocaria e distribuiria? Recursos públicos. Reescrita na voz passiva analítica (SER + particípio), a frase equivale a “recursos públicos seriam alocados e distribuídos...”. Logo, a forma correta seria “se alocariam e distribuiriam”.

(E) Certamente foram ampliados, com o conjunto de novas práticas que acompanham a invenção da terceira idade, o leque de escolhas de como viver o envelhecimento.

O QUE foram ampliados? O leque. A FCC não só inverteu a ordem, colocando o verbo antes do sujeito, como inseriu uma intercalação enorme entre eles.

Reorganizando a frase, temos “o leque de escolhas de como viver o envelhecimento foram ampliados”, evidenciando que a forma correta seria “foi ampliado”.

Resposta: A

(17)

5. FCC/TRT-PR/2015

Consideradas as normas de concordância verbal, a frase em que estão plenamente respeitadas é:

(A) Não chegou a preocupar Picasso, evidentemente, as condições de venda de suas esculturas ou mesmo se poderiam ser tema de exposição.

(B) Ao se deterem nas obras de Picasso, muitos dos que apreciam a escultura percebem nela uma evi dente conexão com a arte africana.

(C) Ao permitirem improvisações, segundo a curadora Ann Temke, a escultura se adaptava ao temperamento irrequieto de Picasso.

(D) À época, quando se olha as esculturas europeias não se pensa em um poder mágico delas derivado.

(E) Devem haver explicações para a escultura de Picasso, embora de reconhecido valor artístico, não ter sido reunida com frequência.

Comentário: direto aos itens!

(A) Não chegou a preocupar Picasso, evidentemente, as condições de venda de suas esculturas ou mesmo se poderiam ser tema de exposição.

O QUE não chegou a preocupar? As condições. A forma adequada seria

“chegaram a preocupar”.

(B) Ao se deterem nas obras de Picasso, muitos dos que apreciam a escultura percebem nela uma evidente conexão com a arte africana.

QUEM se detêm? Muitos dos que apreciam a escultura. O verbo concordou com o sujeito. É a resposta!

(C) Ao permitirem improvisações, segundo a curadora Ann Temke, a escultura se adaptava ao temperamento irrequieto de Picasso.

QUEM permitem? A escultura. A forma adequada seria “permitir”.

(18)

(D) À época, quando se olha as esculturas europeias não se pensa em um poder mágico delas derivado.

Voz passiva de novo. O QUE se olha? As esculturas. A forma adequada seria

“olham”.

(E) Devem haver explicações para a escultura de Picasso, embora de reconhecido valor artístico, não ter sido reunida com frequência.

Locução com verbo “haver” outra vez. A forma adequada seria “deve haver”.

Resposta: B

6. FCC/TRT-MT/2016

O verbo que pode ser flexionado em uma forma do plural, sem prejuízo da correção e sem que nenhuma outra modificação seja feita na frase, está em (A) ... existe pouco espaço para as velhas bibliotecas...

(B) ... a biblioteca recebe 2.000 usuários por dia...

(C) ... que jamais se pensaria em...

(D) A metade de seus usuários tem entre 25 e 35 anos.

(E) ... que observa como os grandes leitores das bibliotecas...

Comentário: quando algum verbo pode ser flexionado sem prejuízo da correção e sem que nenhuma outra modificação seja feita na frase, é caso de concordância facultativa. Vejamos.

(A) ... existe pouco espaço para as velhas bibliotecas...

(19)

Se o verbo for para o plural (existem), haverá problema de concordância, porque nenhum termo atuará como sujeito — note que “velhas bibliotecas” está preposicionado (para).

(B) ... a biblioteca recebe 2.000 usuários por dia...

Se o verbo for para o plural (recebem), haverá problema de incoerência, porque interpretaremos que os usuários passarão a receber a biblioteca.

(C) ... que jamais se pensaria em...

Se o verbo for para o plural (pensariam), haverá problema de concordância, porque, com índice de indeterminação do sujeito (olhe o SE novamente), o verbo fica na 3a pessoa do singular.

Repare que essa construção é coerente, porque o sujeito está indeterminado, de modo que não seria possível concordar com ele.

(D) A metade de seus usuários tem entre 25 e 35 anos.

Se o verbo for para o plural (têm), não haverá prejuízo à correção e nenhuma outra modificação na frase será necessária.

A diferença passará a ser o referente: no singular, o verbo se adaptará a

“metade”; no plural, a “usuários”. Aqui está o caso de concordância facultativa.

O termo “a metade de” é uma expressão partitiva, isto é, um elemento que indica parte do todo, a exemplo de a maioria de, boa parte de, uma porção de.

Com expressões partitivas, seguidas de termo plural, o verbo fica no singular ou no plural. Foi isso o que aconteceu (A metade de seus usuários tem / têm). Achamos a resposta!

(E) ... que observa como os grandes leitores das bibliotecas...

Se o verbo for para o plural (observam), haverá problema de concordância, porque nenhum termo atuará como sujeito.

Resposta: D

(20)

Como você viu, o SE pode atuar como partícula apassivadora (PA), formando a voz passiva sintética, ou como índice de indeterminação do sujeito (IIS), indicando que o sujeito da frase é indeterminado.

A voz passiva ocorre somente com verbos de transitividade direta, diferentemente do que acontece na indeterminação sujeito. Naquela, o verbo concorda normalmente, segundo a regra geral, enquanto nesta ele permanece no singular.

Para facilitar, veja o resumo abaixo, que mostra as diferenças de cada caso, seguidas de exemplos.

SE Verbos Concordância Exemplos

PA VTD, VTDI Segue a regra geral Vendem-se casas.

Dão-se aulas a crianças.

IIS VI, VTI, VL Verbo na 3a p. singular

Vive-se bem em Niterói.

Trata-se de boas notícias.

Era-se feliz.

Lembre-se de que verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação não admitem voz passiva.

7. FCC/TRF-3/2016

A respeito da concordância verbal, é correto afirmar:

(A) Em "A aquisição de novas obras devem trazer benefícios a todos os frequentadores", a concordância está correta por se tratar de expressão partitiva.

(B) Em "Existe atualmente, no Brasil, cerca de 60 museus", a concordância está correta, uma vez que o núcleo do sujeito é "cerca".

(21)

(C) Na frase "Hão de se garantir as condições necessárias à conservação das obras de arte", o verbo "haver" deveria estar no singular, uma vez que é impessoal.

(D) Em "Acredita-se que 25% da população frequentem ambientes culturais", a concordância está correta, uma vez que a porcentagem é o núcleo do segmento nominal.

(E) Na frase "A maioria das pessoas não frequentam o museu", o verbo encontra-se no plural por concordar com "pessoas", ainda que pudesse, no singular, concordar com "maioria".

Comentário: examinemos as afirmativas.

(A) Em "A aquisição de novas obras devem trazer benefícios a todos os frequentadores", a concordância está correta por se tratar de expressão partitiva.

Palavras partitivas representam a parte de um todo. Isso não ocorre com o substantivo “aquisição”, que corresponde à ação de adquirir algo. A forma correta seria “deve”.

(B) Em "Existe atualmente, no Brasil, cerca de 60 museus", a concordância está correta, uma vez que o núcleo do sujeito é "cerca".

A expressão “cerca de” indica quantidade aproximada. Nesse caso, a concordância segue regra especial.

Com as expressões cerca de, mais de, perto de, seguidas de numeral, o verbo concorda o numeral. Assim, a forma correta seria “existem”.

(C) Na frase "Hão de se garantir as condições necessárias à conservação das obras de arte", o verbo "haver" deveria estar no singular, uma vez que é impessoal.

É uma cilada! O verbo variou corretamente.

(22)

O “haver” é impessoal nas situações que vivo repetindo: no sentido de existir, acontecer, tempo decorrido ou ser necessário. Nas outras, é verbo pessoal, ou seja, tem sujeito.

Na frase acima, ele atua como verbo auxiliar da locução “hão de garantir-se”.

Sendo auxiliar de verbo pessoal (garantir-se), deve variar.

Note que, quando o “haver” for sinônimo de “ter”, será pessoal, a exemplo de “Se eles houvessem escutado as orientações, haveriam encontrado a solução”.

(D) Em "Acredita-se que 25% da população frequentem ambientes culturais", a concordância está correta, uma vez que a porcentagem é o núcleo do segmento nominal.

Com sujeito formado de porcentagem, o verbo concorda com o numeral, não com a porcentagem.

Além disso, se ela estiver especificada, como ocorreu na frase (da população), a concordância com o substantivo (população) será facultativa. Assim, o verbo poderia aparecer tanto no singular (frequente) como no plural (frequentem).

(E) Na frase "A maioria das pessoas não frequentam o museu", o verbo encontra-se no plural por concordar com "pessoas", ainda que pudesse, no singular, concordar com "maioria".

Essa você já conhece. É a famosa expressão partitiva e sua concordância facultativa. Achamos a resposta!

Resposta: E

8. FCC/TRT-14/2016

As exigências quanto à concordância verbal estão plenamente atendidas na frase:

(23)

(A) A muitos poderá parecer um excesso as lutas travadas pelas mulheres americanas contra a prática de graves atitudes machistas.

(B) Acaba por se constituir numa grande hipocrisia as atitudes de quem se diz reger por determinada moral e pratica outra, inteiramente diversa.

(C) É comum que aos homens ocorra estar no exercício de um direito quando, em suas práticas amorosas, impõem às mulheres o que as humilha e as desonra.

(D) Couberam às mulheres americanas, cansadas de se submeterem aos machistas, travar duras lutas contra o assédio sexual e outras práticas que as vitimam.

(E) A maioria dos homens não costuma levar a sério o “não” que, saindo das bocas das namoradas, ressoam como se fosse tão somente uma fingida evasiva.

Comentário: o estilo das questões é parecido. Vamos às alternativas.

(A) A muitos poderá parecer um excesso as lutas travadas pelas mulheres americanas contra a prática de graves atitudes machistas.

Se não encontrou o erro, coloque na ordem direta (as lutas travadas pelas mulheres americanas contra a prática de graves atitudes machistas poderá parecer um excesso a muitos).

O sujeito é longo, mas seu núcleo é “lutas”, e o verbo deveria concordar com ele (poderão).

(B) Acaba por se constituir numa grande hipocrisia as atitudes de quem se diz reger por determinada moral e pratica outra, inteiramente diversa.

Na ordem direta, temos “as atitudes de quem se diz reger por determinada moral e pratica outra acaba por...”.

(24)

O núcleo do sujeito é “atitudes”, e o verbo deveria concordar com ele (acabam).

(C) É comum que aos homens ocorra estar no exercício de um direito quando, em suas práticas amorosas, impõem às mulheres o que as humilha e as desonra.

O primeiro verbo (É) e o segundo (ocorra) mantiveram-se na 3a pessoa do singular, para concordar com os sujeitos oracionais “que aos homens” e “estar no exercício”. Note que tais sujeitos equivalem a ISTO (Isto é comum, É comum que ocorra isto).

A concordância dos outros verbos pode ser percebida pela reorganização da frase (os homens impõem às mulheres aquilo que humilha e desonra as mulheres).

O sujeito de “impõem” é “homens”. O sujeito de “humilha” e “desonra” é “que”.

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo concorda com o antecedente do pronome — a palavra “o”, que equivale a “aquilo”.

Como todos os verbos se adaptaram corretamente aos respectivos sujeitos, esta é a resposta!

(D) Couberam às mulheres americanas, cansadas de se submeterem aos machistas, travar duras lutas contra o assédio sexual e outras práticas que as vitimam.

Na ordem direta, temos “travar duras lutas contra o assédio sexual e outras práticas que as vitimam couberam às mulheres americanas”.

O núcleo do sujeito é “travar”, ou seja, trata-se de sujeito oracional,

equivalente a ISTO. O verbo deveria permanecer na 3a pessoa do singular (Coube).

(E) A maioria dos homens não costuma levar a sério o “não” que, saindo das bocas das namoradas, ressoam como se fosse tão somente uma fingida evasiva.

O primeiro verbo sublinhado está correto, porque se relaciona com expressão partitiva (a maioria) seguida de termo plural (dos homens). Como você sabe, expressão partitiva + plural = concordância facultativa.

(25)

O segundo está inadequado, porque não concordou com o sujeito, conforme percebemos ao retirar as intercalações (o “não” que... ressoam). Seu sujeito é o pronome relativo “que”, e o verbo deveria concordar com o antecedente dele (não), ficando no singular (ressoa).

Resposta: C

9. FCC/TRT-24/2016

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se em uma forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase:

(A) Nem se ... (pensar) em dar ouvidos às pessoas que não acreditam no poder da arte de contar histórias.

(B) Aos meninos do bairro ... (parecer) melhor ouvir histórias do que se entreter com jogos eletrônicos.

(C) Das histórias que ouviram nada os ... (encantar) mais do que as inflexões do narrador.

(D) É improvável que nos anos futuros ... (deixar) de haver gratas recordações dessas histórias que ouvimos.

(E) Para a maioria dos alunos ainda se ... (conservar) os momentos mágicos daquela antiga sessão.

Comentário: apenas um verbo poderá ficar no plural. Analisemos as opções.

(A) Nem se ... (pensar) em dar ouvidos às pessoas que não acreditam no poder da arte de contar histórias.

Atenção ao SE. Quando ele aparecer, você precisará identificar a predicação verbal. Se for transitiva direta, a frase estará na voz passiva, e o verbo concordará

(26)

com o sujeito. Caso contrário, o sujeito será indeterminado, e o verbo ficará na 3a pessoa do singular.

No período acima, há complemento verbal introduzido por preposição (em dar ouvidos). Consequentemente, o verbo é transitivo indireto (pensa-se em algo), e o

“se” é índice de indeterminação do sujeito.

A forma verbal correta é “pensa”, no singular.

(B) Aos meninos do bairro ... (parecer) melhor ouvir histórias do que se entreter com jogos eletrônicos.

O QUE parece melhor? Ouvir histórias. É sujeito oracional, substituível por ISTO (Isto parece melhor).

A forma verbal correta é “parece”, no singular.

(C) Das histórias que ouviram nada os ... (encantar) mais do que as inflexões do narrador.

O QUE encanta mais? Nada. O sujeito é o pronome indefinido. Talvez a reescrita do período o ajude a visualizar isso: nada encanta [eles] mais do que as inflexões do narrador.

Quando um pronome indefinido atua como sujeito, o verbo fica na 3a pessoa do singular.

A forma verbal correta é “encanta”, no singular.

(D) É improvável que nos anos futuros ... (deixar) de haver gratas recordações dessas histórias que ouvimos.

Olhe quem apareceu de novo! É o haver, atuando como verbo principal de uma locução verbal (deixar de haver). Como você sabe, nesse caso, a locução inteira passa a ser impessoal.

A forma verbal correta é “deixe”, no singular.

(27)

(E) Para a maioria dos alunos ainda se ... (conservar) os momentos mágicos daquela antiga sessão.

Cuidado! Não se trata de concordância com expressão partitiva, pois ela está preposicionada (Para).

O único sujeito possível no contexto é “os momentos mágicos daquela antiga sessão”, mas, por causa do SE, precisamos identificar a predicação verbal, para descobrir se o verbo será flexionado.

O verbo “conservar” apresenta transitividade direta, já que não se liga ao complemento por meio de preposição (quem conserva conserva algo). Além disso, a frase pode ser colocada na voz passiva analítica (os momentos... são conservados).

Consequentemente, o “se” é um pronome apassivador, e a forma verbal correta é “conservam”, no plural. Eis a resposta!

Resposta: E

10. FCC/TRT-MT/2016

Está correta a redação que se encontra em:

(A) Os ruídos indesejados invadem a privacidade, obrigando os moradores das cidades a participarem do que não lhes interessam.

(B) Ouve-se, ainda que de dentro de apartamentos com janelas fechadas, os sons indesejados do programa de televisão no último volume do imóvel vizinho.

(C) Para alguns, os barulhos da cidade, mais do que mera consequência do aprimoramento tecnológico, configuram-se como estorvo cuja insistência altera a vida.

(28)

(D) Cada um dos rumores produzidos pelas pessoas na cidade grande acossam os mais sensíveis, causando estresse e doença.

(E) Prestes a explodir, o homem indefeso constata que as pessoas e a tecnologia trabalham contra ele, como se os emboscasse a cada esquina.

Comentário: busquemos a alternativa que não contém erro de concordância.

(A) Os ruídos indesejados invadem a privacidade, obrigando os moradores das cidades a participarem do que não lhes interessam.

Se você não identificou o referente do verbo “interessar”, reorganize o trecho final do período (Os moradores das cidades são obrigados a participar daquilo que não interessam a eles).

O sujeito é o pronome relativo (que). Como ele retoma um antecedente no singular (do), o verbo também deveria estar no singular (interessa).

(B) Ouve-se, ainda que de dentro de apartamentos com janelas fechadas, os sons indesejados do programa de televisão no último volume do imóvel vizinho.

Atenção ao SE. Uma forma de saber quando a oração está na voz passiva sintética é tentar colocá-la na passiva analítica (SER + particípio). Caso a transposição seja possível, o “se” atuará como pronome apassivador.

Na frase original, temos “Ouve-se... os sons indesejados”. Na transposição, obtemos “Os sons indesejados são ouvidos”. Funcionou. O verbo é transitivo direto, e o “se” é uma partícula apassivadora, indicando que o verbo deveria estar no plural, para concordar com o sujeito (Ouvem-se os sons indesejados).

(C) Para alguns, os barulhos da cidade, mais do que mera consequência do aprimoramento tecnológico, configuram-se como estorvo cuja insistência altera a vida.

(29)

Tente fazer a transposição do trecho original (os barulhos da cidade configuram-se) para a passiva analítica (os barulhos da cidade são configurados).

Deu certo! O verbo é transitivo direto, e o “se” é pronome apassivador.

Como o verbo e o sujeito estão no plural, a redação está correta. A letra C é a resposta!

(D) Cada um dos rumores produzidos pelas pessoas na cidade grande acossam os mais sensíveis, causando estresse e doença.

O núcleo da expressão “cada um” é o numeral (um). Assim, o verbo deve permanecer no singular (acossa), mesmo que ela esteja especificada por substantivo no plural (dos rumores).

Com as expressões cada um e mais de um, seguidas de termo plural, o verbo concorda o numeral (um).

Em relação ao “mais de um”, no entanto, há duas exceções listadas no tópico

“Aprofundamento”, ao final da aula.

(E) Prestes a explodir, o homem indefeso constata que as pessoas e a tecnologia trabalham contra ele, como se os emboscasse a cada esquina.

Reorganizando o trecho final, obtemos “... como se as pessoas e a tecnologia emboscasse o homem a cada esquina”.

Desse jeito visualizamos o erro com clareza. Se as pessoas e a tecnologia emboscam o homem, o verbo deveria estar no plural. Note que o pronome “os”

também está inadequado, porque se refere ao homem. A forma correta, portanto, seria “...como se o emboscassem a cada esquina”.

Resposta: C

(30)

11. FCC/TRF-3/2016

O verbo que pode ser indiferentemente flexionado no singular ou no plural encontra-se em:

(A) ... hora de enfrentar o dragão, como diz o Tom, enfrentar as luzes, os cartazes, e a plateia...

(B) Mas a música brasileira, ao contrário de outras artes, já traz dentro de si os elementos de renovação.

(C) Veja, os Beatles, foram à Índia...

(D) O importante é Mutantes e Martinho da Vila no mesmo palco.

(E) ... onde samba, toada etc. são ritmos virgens para seus melhores músicos...

Comentário: se o verbo pode ser flexionado indiferentemente, temos de encontrar a concordância facultativa. Vamos aos itens.

(A) ... hora de enfrentar o dragão, como diz o Tom, enfrentar as luzes, os cartazes, e a plateia...

Os verbos sublinhados estão no infinitivo impessoal, e os termos que se seguem a eles (o dragão; as luzes, os cartazes, e a plateia) atuam como complementos verbais.

Nesse sentido, nenhum dos verbos pode ser flexionado, pois o primeiro ficaria sem referente no plural, e o segundo concordaria com seu complemento.

(B) Mas a música brasileira, ao contrário de outras artes, já traz dentro de si os elementos de renovação.

QUEM traz? A música. O verbo deve permanecer no singular, para concordar com o núcleo do sujeito.

(C) Veja, os Beatles, foram à Índia...

(31)

Veja QUEM? Sabemos quem é o sujeito pela flexão verbal. O verbo está conjugado no imperativo (vê tu, veja você, vejamos nós, vede vós, vejam vocês), e o sujeito é “você”. Desse modo, a flexão para o plural seria inadequada, já que modificaria o referente do verbo.

QUEM foram? Os Beatles. O verbo deve permanecer no plural, para concordar com o núcleo do sujeito.

(D) O importante é Mutantes e Martinho da Vila no mesmo palco.

Neste caso, tanto faz perguntar “QUEM é?” ou “QUEM são?”. A resposta pode ser “O importante” ou “Mutantes e Martinho da Vila”.

O verbo “ser” é o que apresenta mais particularidades em relação à concordância. Mas você não precisa conhecer todas elas. Basta saber que ele pode concordar com o sujeito ou o predicativo em algumas situações (listadas no tópico “Aprofundamento”).

Aqui, vemos um termo no singular determinado por artigo (O importante) e outro composto de substantivos próprios (Mutantes e Martinho da Vila). Mesmo considerando que este seja o sujeito, o verbo pode concordar aquele (O importante), no papel de predicativo. Encontramos!

(E) ... onde samba, toada etc. são ritmos virgens para seus melhores músicos...

Embora eventualmente o verbo ser possa concordar com o sujeito ou o predicativo, note que, no trecho acima, tanto um quanto outro estão no plural.

Nesse sentido, o verbo deve permanecer no plural, pois não há termo no singular para estabelecer tal concordância.

Resposta: D

Se quiser conhecer mais casos especiais de concordância verbal, veja o tópico

“Aprofundamento”.

(32)

Regência verbal

Regência é a relação de dependência sintática entre as palavras.

Falando de forma mais simples, isso significa que um termo pode determinar como o outro aparece na frase.

Nesse sentido, as regras de concordância que acabamos de ver são consequência da regência, pelo fato de estipularem que algumas classes gramaticais se adaptem a outras. Quando o substantivo atua como sujeito, por exemplo, rege os adjetivos, artigos, numerais, pronomes e verbos que se adequam a ele.

Chamamos de regente a palavra que exige um complemento, o qual, por sua vez, é o termo regido. A regência pode se dar também pela ausência de complemento, de forma que o uso desnecessário de termo regido representaria erro de regência. Para tornar a explicação mais clara, observe as frases seguintes.

Exemplos: Embora pareça animado, não para de bocejar.

As férias consistiram em momentos de aventura.

Na primeira, a conjunção (Embora) rege o verbo (parecer), obrigando-o a se flexionar no modo subjuntivo. Seria inadequado utilizá-lo no indicativo, pois a regência da conjunção seria desrespeitada. Na mesma frase, perceba que verbo

“bocejar” dispensa complemento, sendo essa a característica da sua regência.

No segundo exemplo, o verbo “consistir” é o termo regente, porque exige a preposição “em”, a qual introduz o termo regido.

Assim, quando o termo regente é um nome, ocorre a regência nominal.

Quando ele é um verbo, dá-se a regência verbal. Note que a regência ocorre quando um termo exige outro. Desse modo, preposições que introduzem adjuntos adverbiais ou adnominais não estabelecem relação de regência.

12. FCC/TCM-GO/2015

A expressão a que preenche adequadamente a lacuna da seguinte frase:

(33)

(A) Poucos são os jovens ... venham aproveitar-se dos benefícios de uma boa formação escolar num estabelecimento privado.

(B) Garantir uma educação de boa qualidade é quase tão importante quanto garantir a pureza do ar ... aspiramos.

(C) Há quem ainda ache que os valores ... os jovens são submetidos no convívio familiar tenham mais peso que os cultivados por seus colegas.

(D) A influência ... exercem os jovens entre si, no interior dos grupos, acaba sendo fundamental para a formação de todos.

(E) Muito leitor do texto ficará curioso para saber como era a formação ...

se propagava nas comunidades ancestrais.

Comentário: o examinador quer saber se você conhece a regência dos verbos apresentados nas frases acima, mas não é necessário se aprofundar no assunto para acertar a questão.

Na maioria das vezes, somos capazes de resolver exercícios como esse sem estudar o conteúdo, ou seja, com base apenas em nossa experiência como falantes nativos de português. Vejamos qual verbo exige a preposição “a”.

(A) Poucos são os jovens ... venham aproveitar-se dos benefícios de uma boa formação escolar num estabelecimento privado.

A locução sublinhada exige a preposição “de”, como em “Ele veio aproveitar- se da oportunidade”. Uma vez que a frase já contém o termo regido (dos), seria inadequado preencher a lacuna com “a que”.

(B) Garantir uma educação de boa qualidade é quase tão importante quanto garantir a pureza do ar ... aspiramos.

Em questões de regência, deve-se prestar atenção ao significado do verbo, pois a regência é alterada conforme o sentido que se atribua a ele.

(34)

O verbo sublinhado (aspirar) é exemplo de palavra que expressa noções diferentes de acordo com a regência utilizada. Assim, no sentido de absorver ou inalar, é transitivo direto (Alguém aspira algo). Na acepção de desejar ou almejar, é transitivo indireto e exige a preposição “a” (Alguém aspira a algo).

Como a frase faz analogia entre a importância de uma educação de qualidade e a do ar que respiramos, apenas o primeiro significado é coerente. A lacuna deve ser preenchida com “que” (a pureza do ar que aspiramos), sem preposição.

(C) Há quem ainda ache que os valores ... os jovens são submetidos no convívio familiar tenham mais peso que os cultivados por seus colegas.

Em questões de concordância e regência, a ordem direta (estrutura SVC) sempre ajuda. Recorrendo a ela, podemos interpretar a oração sublinhada da seguinte forma: “Os jovens são submetidos a valores”.

Como o verbo (submeter) exige a preposição “a”, é correto completar a lacuna com a expressão “a que”, de acordo com o solicitado pelo comando. Esta é a resposta!

(D) A influência ... exercem os jovens entre si, no interior dos grupos, acaba sendo fundamental para a formação de todos.

Na ordem direta, obtemos “os jovens exercem influência entre si”. Como não houve preposição entre o verbo (exercem) e seu complemento (influência), seria inadequado acrescentar a expressão “a que” na lacuna.

A forma correta é “A influência que exercem os jovens entre si”.

(E) Muito leitor do texto ficará curioso para saber como era a formação ...

se propagava nas comunidades ancestrais.

Reorganizando a frase, temos “a formação propagava-se nas comunidades ancestrais”. Considerando que nenhum verbo exige a preposição “a”, a lacuna deve ser preenchida somente com pronome relativo “que”, exercendo a função de sujeito (a formação que se propagava).

Resposta: C

(35)

Você percebeu como predicação e regência verbal são assuntos inter- relacionados? Dependemos do conhecimento de ambas para compreender as orações.

Casos especiais

Embora tenhamos facilidade em saber a regência da maioria dos verbos, existem casos nos quais usamos a regência em desacordo com a norma gramatical.

Por isso, fiz um resumo para você, com os mais cobrados nos concursos.

Atente para o fato de que o uso de uma ou outra preposição pode modificar o sentido do verbo.

Verbo Regência: Sentido Exemplo Aspirar VTD: absorver, respirar

VTI (a): desejar

Aspirava o pó da rua.

Os empresários aspiram ao sucesso.

Assistir VTD: ajudar VTI (a): ver

O enfermeiro assistiu os doentes.

Eles assistiram ao desfile.

Esquecer,

Lembrar VTD ou VTI (se + de) Esqueceram o menino.

Lembrei-me do que aconteceu.

Haver VTD: existir, ocorrer Verbo auxiliar: ter

Haverá momentos inesperados.

Elas haviam chegado na hora.

Implicar

VTD: acarretar

VTI (com): importunar VTDI (em): envolver

Desobedecer implicará multas.

Vivia implicando com a irmã.

Implicaram o ator em problemas.

Obedecer,

Desobedecer VTI (a) Sempre obedeceu ao dono.

Ele desobedece ao pai.

Preferir VTDI (a) Ele prefere esculturas a pinturas.

Visar VTD: mirar VTI (a): desejar

O atirador visou o alvo.

O ajudante visava ao cargo.

(36)

Existe ainda mais um caso que merece sua atenção. É o dos verbos locativos, isto é, aqueles que indicam lugar. Nas situações em que eles exprimirem movimento, regerão a preposição “a”; nas outras, exigirão “em”. Veja alguns exemplos.

Verbo Locativo Preposição Exemplo Com movimento a Chegaram cedo ao cinema.

Ela observa aonde o filho vai.

Sem movimento em Ele reside em São Luís.

Estive na casa onde moramos.

13. FCC/TRE-RR/2015

Não impressionou ao conde Afonso Celso, de quem contam que respondeu assim a um sujeito ...

A expressão sublinhada acima preenche corretamente a lacuna existente em:

(A) Aqueles ... caberia manifestar apoio aos defensores da causa em discussão ainda não haviam conseguido chegar à tribuna.

(B) O acadêmico, ... todos esperavam um vigoroso aparte contrário ao pleito, permaneceu em silêncio na tumultuada sessão.

(C) Em decisão unânime, os acadêmicos ofereceram dados da agremiação ... desejasse participar da discussão daquele dia.

(D) O novo acadêmico demonstrou grande afeição ... compartilha das mesmas ideias literárias e aborda os mesmos temas.

Atenção! O verbo “chegar” rege a preposição “a”.

(37)

(E) O discurso de recepção do novo integrante do grupo deveria ser pronunciado ... apresentasse maior afinidade entre ambos.

Comentário: essa questão é quase igual à anterior. Só o que mudou foi a expressão que preencherá a lacuna. Temos que encontrar o verbo que rege “de”.

(A) Aqueles ... caberia manifestar apoio aos defensores da causa em discussão ainda não haviam conseguido chegar à tribuna.

No contexto, o verbo “caber” exige a preposição “a” (cabe algo a alguém). A forma correta é “Aqueles a quem caberia”.

(B) O acadêmico, ... todos esperavam um vigoroso aparte contrário ao pleito, permaneceu em silêncio na tumultuada sessão.

No contexto, o verbo “esperar” rege a preposição “de” (esperam algo de alguém). A forma correta é “O acadêmico, de quem todos esperavam”. Achamos!

(C) Em decisão unânime, os acadêmicos ofereceram dados da agremiação ... desejasse participar da discussão daquele dia.

No contexto, o verbo “oferecer” rege a preposição “a” (oferecem algo a alguém). A forma correta é “ofereceram dados da agremiação a quem desejasse”.

(D) O novo acadêmico demonstrou grande afeição ... compartilha das mesmas ideias literárias e aborda os mesmos temas.

No contexto, o verbo “demonstrar” rege a preposição “a” (demonstra algo a alguém). A forma correta é “demonstrou grande afeição a quem compartilha”.

(E) O discurso de recepção do novo integrante do grupo deveria ser pronunciado ... apresentasse maior afinidade entre ambos.

No contexto, a oração está na voz passiva analítica (SER + particípio), e a lacuna deve ser preenchida com o agente da passiva — termo que pratica a ação na voz passiva e é preposicionado (por). A forma correta é “pronunciado por quem apresentasse”.

(38)

Resposta: B

14. FCC/TCE-SP/2015

...proporcional à precariedade dos mecanismos de que dispomos...

Sem que seja feita qualquer outra alteração, a frase acima permanecerá correta caso o verbo seja substituído por:

(A) empregamos (B) fazemos uso (C) possuímos

(D) estamos propensos (E) contamos

Comentário: há um verbo na frase (dispor), o qual rege complemento introduzido por “de”. Basta encontrarmos aquele que exija a mesma preposição.

(A) empregamos: VTD, ou seja, não exige preposição (empregamos algo).

(B) fazemos uso: VTI, rege “de” (fazemos uso de algo). Eis a resposta!

(C) possuímos: VTD (possuímos algo).

(D) estamos propensos: VTI, rege “a” (estamos propensos a algo).

(E) contamos: VTI, rege “com” (contamos com algo).

Resposta: B

15. FCC/Manausprev/2015

O elemento em destaque está empregado corretamente em:

(39)

(A) A árvore é símbolo recorrente com que fazemos uso para falar de meio ambiente.

(B) A natureza, por cuja preservação lutamos, nega-se, no entanto, a ser domesticada.

(C) Natureza e arte não são elementos estanques, esta faz a que melhor compreendamos aquela.

(D) Cada vez mais o mundo tecnológico nos afasta da natureza em que fazemos parte.

(E) As obras de arte de que se tenta retratar a natureza, emprestam-lhe voz humana.

Comentário: ache a certa!

(A) A árvore é símbolo recorrente com que fazemos uso para falar de meio ambiente.

VTI: fazemos uso de algo. A forma adequada seria “de que fazemos uso”.

(B) A natureza, por cuja preservação lutamos, nega-se, no entanto, a ser domesticada.

VTI: lutamos por algo. A preposição usada está correta. Achamos!

Embora o pronome cujo não aceite artigo nem antes nem depois dele, pode vir introduzido por preposição, desde que algum termo a exija, como ocorreu na frase.

(C) Natureza e arte não são elementos estanques, esta faz a que melhor compreendamos aquela.

VTD: faz algo. A forma adequada seria “faz que melhor compreendamos”.

(D) Cada vez mais o mundo tecnológico nos afasta da natureza em que fazemos parte.

(40)

VTI: fazemos parte de algo. A forma adequada seria “natureza de que fazemos parte”.

(E) As obras de arte de que se tenta retratar a natureza, emprestam-lhe voz humana.

VTI: tenta-se retratar a natureza em algo. A forma adequada seria “obras de arte em que se tenta retratar a natureza”.

Resposta: B

16. FCC/TRT-23/2016

O pronome está empregado corretamente na seguinte frase:

(A) A técnica da assinatura digital permite proteger documentos, porque os atribui uma espécie de código inviolável.

(B) O documento com assinatura digital recebe uma criptografia assimétrica, conferindo-lhe uma “imutabilidade lógica”.

(C) Uma maneira de deixar o documento eletrônico mais seguro contra fraudes é acrescentá-lo uma assinatura digital.

(D) Os algoritmos usados na assinatura digital de documentos lhes tornam mais confiáveis, pois evitam a adulteração.

(E) A inserção de mais um espaço em um documento com assinatura digital pode invalidar-lhe definitivamente.

Comentário: a FCC cobrou regência verbal por meio dos pronomes átonos. Mas isso não altera nossa análise. Devemos identificar a regência dos verbos normalmente.

(41)

Dica! Na dúvida, substitua o pronome por “ele”. Se for necessário acrescentar preposição (a ele), a forma adequada será “lhe”. Caso contrário, será

“o”.

(A) A técnica da assinatura digital permite proteger documentos, porque os atribui uma espécie de código inviolável.

VTI: atribui algo a eles. O pronome correto seria “lhes”.

(B) O documento com assinatura digital recebe uma criptografia assimétrica, conferindo-lhe uma “imutabilidade lógica”.

VTI: confere algo a ele. O pronome está correto! É a resposta!

(C) Uma maneira de deixar o documento eletrônico mais seguro contra fraudes é acrescentá-lo uma assinatura digital.

VTI: acrescenta algo a ele. O pronome correto seria “lhe”.

(D) Os algoritmos usados na assinatura digital de documentos lhes tornam mais confiáveis, pois evitam a adulteração.

VTD: tornam eles mais confiáveis. O pronome correto seria “os”.

(E) A inserção de mais um espaço em um documento com assinatura digital pode invalidar-lhe definitivamente.

VTD: invalida ele. O pronome correto seria “o”, na forma -lo (invalidá-lo).

Resposta: B

17. FCC/TRT-RS/2015

Em nenhum momento da história a sociedade, como um todo, conseguiu sustentar facilmente os custos exorbitantes da ópera.

Lembrete: Os pronomes o e a atuam como objeto direto, e o lhe atua como objeto indireto.

(42)

Na frase acima, a locução verbal está empregada com regência idêntica à presente em:

(A) O crítico elegeu o jovem cantor o maior artista da temporada.

(B) Apresentou-nos currículo repleto de menções honrosas.

(C) Sem falsa modéstia, recebeu a ovação com elegância e alegria.

(D) Tentou cantar de modo condizente com as recomendações do maestro.

(E) Jamais se afastou daquele velho conselho do pai.

Comentário: atenção ao comando! Ele pediu regência “idêntica”. Isso quase nunca acontece.

O verbo principal da locução é transitivo direto (quem sustenta sustenta algo) e está caracterizado por adjunto adverbial de modo (facilmente). Precisamos encontrar o verbo que se ligue ao complemento sem preposição e também seja especificado por alguma circunstância. Procuremos.

(A) O crítico elegeu o jovem cantor o maior artista da temporada.

VTD + predicativo: elegeu alguém o maior artista.

Embora o verbo seja transitivo direto, ele atribui qualidade ao seu complemento, o que não ocorre no trecho mencionado pelo comando. O termo que confere atributo ao complemento é chamado predicativo do objeto.

O objeto direto é “o jovem cantor”, e o predicativo é “o maior artista da temporada”.

(B) Apresentou-nos currículo repleto de menções honrosas.

VTDI: apresentou algo a alguém.

(C) Sem falsa modéstia, recebeu a ovação com elegância e alegria.

(43)

VTD + adjunto adverbial: recebeu algo com elegância e alegria (modo). A regência é idêntica à da locução verbal. Esta é a resposta!

(D) Tentou cantar de modo condizente com as recomendações do maestro.

VI + adjunto adverbial: canta apropriadamente (modo).

(E) Jamais se afastou daquele velho conselho do pai.

VTI: afasta-se de algo.

Resposta: C

Aprofundamento

Aqui estão alguns casos particulares de concordância e regência que não costumam aparecer nas provas da FCC.

Concordância verbal

a) Nomes que têm forma plural i. Sem determinante: singular.

Ilhéus inspirou Jorge Amado.

ii. Com determinante: concorda com o determinante.

As Alagoas produzem cana-de-açúcar.

O Marrocos retirou-se do acordo.

iii. Título com determinante: plural ou singular (é facultativo).

Os Lusíadas são (ou é) uma epopeia.

b) Sujeito com infinitivos

i. Se houver dois ou mais infinitivos: singular.

Beber e dirigir é crime.

(44)

ii. Se as ideias dos infinitivos forem opostas: plural.

Viver e morrer são complementares.

c) Sujeitos com pessoas diferentes

Plural: em concordância com a pessoa de número menor (1a, 2a ou 3a).

Eu e ele falaremos com a diretora.

Tu e ela desfrutareis de nossos serviços. (forma em desuso) Ela e ele organizaram a festa.

d) Sujeitos ligados por ou ou nem i. Se exprimirem soma: plural.

Sol ou chuva não atrasarão os planos.

ii. Se exprimirem alternativa, exclusão: singular.

Nem João nem José casará com Maria.

e) Sujeitos ligados por com

Depende do sentido atribuído (do contexto): plural ou singular.

A mãe com a filha foram ao zoológico.

O chefe com a equipe fez um trabalho ótimo.

A presidente, com seus subordinados, viajou.

f) tanto... quanto, não só... mas Com ideia de soma: plural.

Tanto um como outro dormiram pouco.

Não só os mais novos mas também os mais velhos começaram a brincar.

g) é que

Se o sujeito vier após o verbo: concordância com o sujeito.

Nós é que apostamos, mas foi ele que ganhou.

(45)

h) um dos que, uma das que

i. Seguidos de substantivo: há preferência pela 3a pessoa do plural.

Foi um dos poucos que passaram dos cem pontos.

É uma das mulheres que me ajudaram.

ii. Sem substantivo: 3a pessoa do plural.

Fausto era um dos que sabiam de tudo.

i) um e outro

Há preferência pelo plural.

Um e outro tentaram saltar da catarata.

Uma e outra ação seriam imprudentes.

j) um ou outro, nem um nem outro

Há preferência por verbo na 3a pessoa do singular.

Um ou outro nos visitará em breve.

Nem um nem outro filme era de qualidade.

k) mais de um

Se a expressão estiver repetida ou com ideia de reciprocidade: plural.

Mais de um ator, mais de uma atriz foram agraciados na ocasião.

Mais de um lutador agrediram-se no ringue.

l) Verbo ser

Concorda com o predicativo em caso de:

i. oração interrogativa iniciada por que ou quem.

Que são os barulhos no quarto?

ii. sujeito formado por isto, isso, aquilo, tudo + substantivo plural (a concordância com o predicativo é facultativa).

Aquilo são (ou é) exemplos do que lhe contaram.

(46)

iii. sujeito é nome de coisa, no singular, e predicativo no plural, vice- versa.

O apartamento eram três cômodos.

Heróis e gibis não é coisa de criança.

iv. expressão de sentido coletivo (o resto, o mais).

O resto são despesas supérfluas.

v. oração impessoal (data, distância, hora).

Hoje são seis de setembro.

Daqui à estação são vários metros.

Se houver nomes de pessoas ou pronomes pessoais: concordará com um deles.

Teresa era as mulheres deste país.

Se houver expressão numérica considerada em sua totalidade: singular.

Quarenta anos na cadeia é uma vida.

Regência verbal a) Acarretar: VTD

A leitura acarreta benefícios.

b) Agradar

i. VTD: acariciar

Eles agradaram o pônei.

ii. VTI (a): satisfazer

O desconto agradou aos clientes.

(47)

c) Consistir: VTI (em)

A proposta consiste em diminuir os riscos.

d) Custar: VTI (a + infinitivo) Custa a eles ficar sem você.

e) Namorar: VTD

Dante nunca namorou Beatriz.

f) Orgulhar-se: VTI (de)

Romão orgulha-se do cortiço.

g) Pedir: VTD ou VTDI (a + pessoa) Pediu que falássemos mais baixo.

Pedimos informações ao rapaz.

h) Perdoar: VTI ou VTDI (a + pessoa) Ele não perdoa a ninguém.

A avó perdoou a bagunça aos netos.

i) Responder: VTI ou VTDI (a) Respondi à indagação do colega.

Respondeu a ele que estava pronta.

j) Ser: VL (sem preposição) Somos três no carro.

Aquele é o capitão.

Referências

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