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ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO- FINANCEIRA DE UMA MICROCERVEJARIA

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Academic year: 2022

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Andrea Mokarzel Vilas Boas (UNIFEI) andream.vilasboas@gmail.com Gustavo Leite (UNIFEI) gustavo_guimaraes925@live.com Isadora Stefani Daragona Malheiro Prado (UNIFEI) isaapradoo@gmail.com Henrique Duarte Carvalho (UNIFEI) henrique.carvalho@unifei.edu.br Tarcisio Goncalves de Brito (UNIFEI) engtarc.gb@ig.com.br

A decisão de fazer investimento de capital é parte de um processo que envolve a geração e a avaliação de alternativas que dizem respeito à um determinado projeto. Depois de relacionadas às alternativas viáveis tecnicamente, se analisam quais delas são atrativas do ponto de vista econômico-financeiro afim de estabelecer a viabilidade da atividade. Para tanto são considerados diversos indicadores, dentre eles a Taxa Interna de Retorno (TIR), o Valor Presente Líquido (VPL) e o método payback. A escolha de vários métodos é sempre salutar, mesmo que estes tenham características distintas, pois certamente vão se complementar na cobertura das variáveis importantes no ato da decisão. Além disso, uma abordagem entrelaçada, na qual os resultados são cruzados e comparados utilizando técnicas matemáticas, pode resultar na análise mais completa e clara das variáveis envolvidas. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo estudar a viabilidade econômica de uma micro cervejaria na cidade de Itabira - MG.

Palavras-chave: Viabilidade econômico-financeiro, TIR, VPL, payback.

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2 1. Introdução

Na última década, o consumo de cerveja que era voltado majoritariamente para cervejas tipo Pilsen e Lager, através de um sistema em massa de produção, foi dando espaço para micro cervejarias para produção de cervejas artesanais, também conhecidas pelo movimento slow beer. Este movimento possui como filosofia defender e prestigiar cervejas de pequeno porte, que não possuem conservantes em sua composição e também geram menores impactos ambientais se comparado com o processo industrial.

Os empresários que investem capital neste tipo de empreendimento não estão preocupados em competir com marcas maiores, como a Ambev, uma vez que as micro cervejarias ainda possuem um pequeno segmento no mercado.

A definição para micro cervejaria é a produção de cerveja para comercialização fora do local de produção que atende apenas uma região específica. Segundo o sindicato dos cervejeiros, hoje em dia o consumo de cerveja no Brasil gira em torno de 50 litros/hab./ano enquanto o consumo de cerveja no segmento de micro cervejaria corresponde a apenas 0,1% do volume total de cerveja produzida. Mesmo assim, o faturamento para este tipo de negócio é alto ( em torno de 200 milhões de reais por ano) e possui um cenário de crescimento entre micro cervejarias. De acordo com dados financeiros, estima-se que a taxa interna de retorno é entre 40 a 60% a.a. e o investimento neste negócio é recuperado entre dois e três anos. (NOTHAFT, 1998)

Esse estudo possui como objetivo comparar o investimento para dois tipos de fluxo de caixa (próprio e financiado) e analisar a viabilidade econômico-financeira deste tipo de empreendimento através dos índices VPL, TIR e payback.

2. Referencial teórico

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3 2.1 Viabilidade Econômica

A análise econômica do empreendimento consiste na estimativa de todo o gasto envolvido com o investimento inicial, operação e manutenção e receitas geradas durante um determinado período de tempo, para assim calcular o fluxo de caixa relativo a esses investimentos. Possibilitando, portanto, uma análise mais completa através de indicativos como a Taxa Interna de Retorno (TIR), o Valor Presente Líquido (VPL) e o método Payback.

Segundo Brigham & Houston (1999) muitos fatores combinam para fazer com que a elaboração do orçamento de capital, ou seja, estruturar os projetos através da descrição de seu fluxo de caixa ao longo do tempo, para posterior análise, represente, talvez, a função mais importante de uma análise econômico-financeira.

A análise de viabilidade econômica é importante para que o empreendedor tenha uma noção prévia do funcionamento de uma empresa, levando em consideração todos os aspectos mercadológicos, financeiros e organizacionais. Dessa forma o empreendedor passa por um processo de aprendizagem e reconhecimento do ambiente e da empresa, construindo uma ferramenta de auxílio nas tomadas de decisões, pois esse instrumento auxilia a diminuição dos riscos envolvidos no momento de implantar ou expandir um negócio.

Para que a análise seja possível é necessário o que o fluxo de caixa esteja definido. O fluxo de caixa está ligado às atividades da empresa de forma ampla. Comportando em si todas as entradas e saídas de caixa dos negócios que realiza. Assim, faz referência às atividades operacionais, financeiras e legais da organização, tendo impacto não só no capital de giro, mas também na administração de longo prazo.

2.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)

O método de análise pela taxa interna de retorno, também é considerado um método exato, assim como o valor presente líquido. A TIR é obtida a partir da análise projetiva do fluxo de caixa, sendo definida como a taxa de juros que torna nulo o VPL da alternativa analisada, ou seja, a taxa de juros onde as receitas e as despesas se igualam. Dessa forma, pode-se observar que o VPL e a TIR estão muito ligados, de forma a levarem as decisões similares.

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4 Um dos seus aspectos positivos é a sua compreensão, pois é mais simples discutir sobre taxas de retorno do que sobre “valores monetários absolutos”. Entretanto, existe um problema quando os fluxos de caixa não são convencionais (ou seja, quando o investimento inicial é negativo e os demais fluxos são positivos). Nessa situação, ocorrem taxas de múltiplas de retorno, o cálculo da TIR não é conclusivo nessa hipótese. Além de depender de hipóteses que nem sempre se confirmam com suficiente exatidão. Por motivos citados anteriormente a literatura considera o VPL um método superior ao TIR.

(1) Onde:

 FC: fluxo de caixa no período n;

n: número de períodos;

 TIR: taxa interna de retorno.

A TIR é possivelmente a técnica mais usada para a avaliação de alternativas de investimento.

No processo de tomada de decisão, após o cálculo da TIR, deve ser feita a comparação com a taxa mínima de atratividade, afim de avaliar a aceitação ou não da alternativa. Os investimentos com TIR maior que a TMA, são considerados rentáveis e passíveis de análise.

Consequentemente, conclui-se que quanto maior for a taxa interna de retorno da alternativa em análise, maior será o retorno esperado do capital.

2.3 Valor Presente Líquido (VPL)

De acordo com Gitman (2001), o valor presente líquido é a diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, assumindo-se uma determinada taxa de desconto para avaliações. Essa taxa de retorno é o mínimo que deve ser obtido em um projeto para que o valor de mercado da empresa fique inalterado.

O método do Valor Presente Líquido é considerado exato, e consiste em trazer para o tempo

(5)

5 presente, após a definição prévia da taxa mínima de atratividade, os valores obtidos a partir de um determinado fluxo de caixa. A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) foi utilizada como parâmetro de retorno exigido do investimento, sinalizando ao investidor optar ou não pelo mesmo. Sendo assim, a TMA deve ser no mínimo, a taxa de juros equivalente à rentabilidade das aplicações correntes de menor risco de investimento. Neste caso foi aplicada a Taxa SELIC líquida, com o Imposto de Renda descontado

A escolha da taxa SELIC foi motivada pelo fato dela ser o índice de referência para remuneração em títulos públicos do Governo Federal brasileiro, emitidos pelo Tesouro Nacional e considerados investimentos seguros, com baixo nível de risco. Deste modo, pode- se observar que o VPL e a TMA são inversamente proporcionais, ou seja, à medida que a taxa mínima de atratividade se eleva, o valor presente líquido diminui.

(2) Onde:

 FC: fluxo de caixa do período n;

i: taxa de desconto;

t: número de períodos.

Logo, se a empresa possui um VPL maior que zero, a mesma estaria obtendo um retorno maior que o retorno mínimo exigido. Se igual a zero, a empresa estaria obtendo um retorno exatamente igual ao retorno mínimo exigido, seria indiferente em relação ao projeto. No entanto, se o VPL está negativo a empresa estaria obtendo um retorno menor que o retorno mínimo exigido e, portanto, reprovaria o projeto.

Quanto maior o VPL, maior a atratividade do projeto, porque as entradas são maiores que as saídas de caixa. Pode-se dizer que esse índice representa uma “folga” para absorver erros de estimativa. Considerando que alternativas de investimento são analisadas com base na mesma TMA, a melhor opção será aquela que apresentar o maior valor presente líquido.

(6)

6 2.4 Técnica Payback

O Payback pode ser definido como um indicador que objetiva analisar o retorno de investimentos, indicando qual é o tempo necessário para que o lucro acumulado gerado possa se igualar ao investimento inicial. Portanto, o Payback é demonstrado em unidades de tempo como, por exemplo, dias, meses e anos. Todo projeto de investimento tem, inicialmente, um período de despesas para que seja possível colocá-lo em prática, que são acompanhadas do período de receitas líquidas, que é o custo do exercício.

O cálculo do PB se dá de duas maneiras diferentes. Primeiro, pode ser nominal, se for calculado com base no fluxo de caixa com valores nominais, ou seja, sem considerar o valor do dinheiro no tempo. O segundo, chamado de Payback Descontado, e é calculado considerando o fluxo de caixa ajustado por uma taxa de desconto.

(3) Onde:

 FC: fluxo de caixa ao ano, em R$;

 Investimento Inicial: custo do investimento inicial, em R$.

Para o investidor, que leva em consideração apenas o tempo mínimo possível na recuperação do capital, este é um ótimo método. Normalmente este método é utilizado para calcular o retorno de projetos, relativamente menores, pois é um método simples de avaliação de investimento. Para minimizar os riscos de se utilizar esse método, o Payback será utilizado juntamente com os métodos do VPL e TIR no processo de tomada de decisão.

2.5 Financiamento SAC

O financiamento representa parte importante na tomada de decisões da empresa quando não se dispõe do capital inicial necessário para começar as atividades. O método que será

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7 utilizado no estudo é o SAC, método que prevê uma amortização constante da dívida e o valor das prestações são decrescentes. O valor das parcelas é calculado dividindo o principal pelo número de parcelas acrescido juro referente ao mês em questão.

O contrato de financiamento pode sofrer correção monetária, independentemente do método de amortização.

2.6 Custos médio ponderado do capital (WACC)

O Custo Médio Ponderado de Capital (WACC) é uma média ponderada das diferentes fontes de financiamento que a empresa utiliza, ponderados pelo peso de cada uma delas na sua estrutura de financiamento. Utilizado para converter os fluxos de caixa futuros a valor presente, em outras palavras, é o retorno exigido sobre seu capital investido para que a empresa atinja o equilíbrio na aplicação efetuada. A taxa apropriada de desconto a ser utilizada é a taxa mínima de atratividade (TMA) esperada que uma empresa ou investimento precisa oferecer para ser atraente.

Economicamente tratar-se-á de encontrar uma expressão de maximização de bem-estar para ambas as partes envolvidas no processo. Para os investidores, trata-se de obter uma antecipação dos resultados esperados afim de saber como e onde investir seu capital. O custo de capital é o elemento fundamental para a decisão de investimento em qualquer projeto, quer seja num mercado doméstico ou internacional. Sua formula é dada por:

) 1

( c

d T

CapxC xCPP D Cap

WACCE   (4)

Onde:

 Cap = E + D;

 CCP: custo do capital próprio;

 Cd: taxa de custo da dívida;

 D: valor da dívida da empresa;

(8)

8

 D/Cap: percentagem de financiamento, que é dívida;

 E: valor do capital próprio da empresa;

 E/Cap: percentagem de financiamento, que é património da empresa;

 Tc: taxa de imposto sobre as sociedades.

3. Desenvolvimento

Este item irá abordar três tópicos essenciais na análise econômico-financeira de uma micro cervejaria. O primeiro tópico consta na análise de mercado de Itabira-MG, levando em consideração a quantidade de habitantes consumidores de cerveja, assim como alguns atrativos que a cidade possui para esse tipo de negócio.

Posteriormente será apresentado dois tipos de fluxo de caixa (financiado e próprio) e como ambos foram construídos, quais foram os principais valores pontuados e como é feita sua análise. Por último será analisado os índices econômicos VPL, TMA, TIR e payback que irão, em conjunto, demonstrar a viabilidade, ou não, da micro cervejaria em Itabira.

3.1 Análise de Mercado em Itabira-MG

A cidade de Itabira-MG consta com uma população total, segundo o censo demográfico de 2010 do IBGE, de 109.783 habitantes. Para avaliar a população ativa que será consumidora potencial de cerveja artesanal, levou-se em consideração o censo demográfico de 2010 com foco no rendimento da população.

Para tal, abrangeu-se a população que possui mais de 3 salários mínimos, demonstrado na tabela 1. Pode-se observar que a cidade de Itabira possui uma quantidade de 11.872 potenciais consumidores de cerveja, o que abrange 10,81% da população, caracterizando um resultado significativo para o mercado consumidor.

Outro fator levado em conta durante a análise de mercado é que a cidade de Itabira possui

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9 duas universidades (UNIFEI e FUNCESI) que somam uma quantidade média de 6.000 alunos. Ou seja, é uma condição favorável para a venda e consumo de cervejas artesanais, considerando que a maior parte dos universitários possui idade média entre 18 a 25 anos.

Tabela 1 – Censo demográfico segundo rendimento

Fonte: Adaptado IBGE (2016)

De acordo com o mercado consumidor de Itabira, a estimativa de produção de cerveja em litros considerada nesta pesquisa está demonstrada na tabela 2 abaixo:

Tabela 2 – Estimativa de produção de cerveja artesanal

Fonte: Elaboração própria (2016)

A partir da análise de mercado descrita acima e considerando a produção estimada de cerveja, a quantidade de matéria prima e outros fatores que serão descritos no item 3.2, pôde-se construir dois tipos de fluxo de caixa para a micro cervejaria analisada.

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10 3.2 Dados do fluxo de caixa

A composição do investimento inicial é a soma do investimento necessário para o maquinário de produção, para a reforma do local, custos relativos à documentação de abertura da cervejaria e o capital de giro necessário. A tabela 3 dispõe esses itens e seus custos associados.

Tabela 3 – Investimento inicial

Fonte: Elaboração própria (2016)

Durante os primeiros meses, alguns custos são desconsiderados, pois são meses destinados à compra e instalação do maquinário, reforma do galpão e encargos jurídicos.

Os custos operacionais estimados são divididos em duas categorias: fixos e variáveis. Os custos operacionais fixos estão dispostos na tabela 4, há uma diferença nos custos referentes ao primeiro ano, pois é previsto que a produção inicie a partir do terceiro mês.

Tabela 4 – Custos operacionais fixos

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11 Fonte: Elaboração própria (2016)

Os custos operacionais variáveis são os custos de matéria prima, descritos na tabela 5, e custos relativos à energia e água. O consumo de energia e água foi estimado e seguiram a as tabelas de preço da Cemig (R$ 0,50974/kwh para Classe B3) e SAAE (R$ 9,8245/m³ para setor industrial). O total dos custos operacionais variáveis é apresentado na tabela 6.

Tabela 5 – Estimativa do custo de matéria prima

Fonte: Elaboração própria (2016)

Tabela 6 – Estimativa de custos operacionais variáveis

Fonte: Elaboração própria (2016)

As despesas estão relacionadas às áreas administrativas e de marketing, de transporte e logística, pró-labore, dentre outras despesas de insumos, e são apresentadas na tabela 7.

Tabela 7 – Despesas

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12 Fonte: Elaboração própria (2016)

A folha de pagamento dos funcionários segue os dados descritos na tabela 8, do qual consta o código de cada funcionário, a descrição do cargo e seu respectivo salário mensal.

Tabela 8 – Funcionários

Fonte: Elaboração própria (2016)

Outros fatores importantes para a construção do fluxo de caixa foram considerados e estimados, como a depreciação (10% a.a.), a média dos últimos 10 anos do Índice geral de

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13 preços do mercado (IGP-M) e do Índice nacional de preços ao consumidor (INPC), 6,27% e 6,03%, respectivamente. Além desses, calculou-se também os impostos relacionados ao setor alimentício sobre as vendas, descritos na tabela 9. Também calculou-se o custo médio ponderado de capital (CMPC), para estimar a taxa média de atratividade que será adotada (tabela 10).

Tabela 9 – Impostos

Fonte: Elaboração própria (2016)

O CMPC busca medir e avaliar o custo de capital ou taxa de atratividade implícita da empresa, os capitais são originados tanto de terceiros quanto de capitais próprios, e recebem pesos de acordo com o plano de negócio da organização.

De acordo com as informações da tabela 10, sabe-se que para o caso de financiamento o CMPC será de 21,04%, demonstrado na tabela 10. Porém, para o caso de investimento total ser por capital próprio, obtém-se o CMPC de 24,25%.

Tabela 10. Composição do custo médio ponderado do capital

(14)

14 Fonte: Elaboração própria (2016)

Para construção do fluxo de caixa no cenário onde o investimento inicial necessário é 30%

próprio e 70% financiado, optou-se pelo financiamento SAC, pois a amortização mostrou-se mais vantajosa numa comparação com o financiamento Price. Alguns dados de referência para o cálculo do SAC são apresentados na tabela 11.

Tabela 11. Dados auxiliares

Fonte: Elaboração própria (2016)

A partir das informações, foi possível estimar o valor de pagamento anual do financiamento, com seus juros e amortização relativos, para a micro cervejaria em Itabira.

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15 A tabela 12 demonstra que o valor em reais das parcelas de pagamento do financiamento SAC é decrescente, assim como os juros, enquanto a amortização permanece a mesma ao longo dos anos. A última parcela do financiamento está prevista para o final do quinto ano, totalizando um valor de R$ 310.244,30.

Tabela 12. Estimativa do Financiamento SAC

Fonte: Elaboração própria (2016)

3.3 Fluxo de caixa financiado

A estimativa do fluxo de caixa financiado foi para o período de 10 anos e todos os dados apresentados no tópico anterior foram usados para a construção desse cenário (Tabela 13).

O investimento inicial de capital próprio representa 30% do investimento total necessário, R$111.150,00, o restante foi financiado em 60 parcelas, sendo a última paga no quinto ano.

Além do fluxo de caixa, foi estimado o fluxo de caixa acumulado, utilizando o fator de atualização a partir do CMPC ou taxa mínima de atratividade (TMA), estabelecido para 21,04%.

Tabela 13 – Fluxo de caixa Financiado

(16)

16 Fonte: Elaboração própria (2016)

Analisando o fluxo de caixa, percebe-se que o primeiro ano há um prejuízo de R$ 7.276,73, o cenário muda completamente já no segundo ano, onde o valor do fluxo de caixa torna-se positivo (R$ 129.306,54) e permanece crescente ao longo dos anos. A figura abaixo apresenta um gráfico com a evolução do fluxo de caixa financiado ao longo dos 10 anos.

Figura 1 – Gráfico do fluxo de caixa financiado

Fonte: Elaboração própria

Entretanto, ao analisar o fluxo de caixa acumulado, nota-se que o valor do investimento só é

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17 pago no terceiro ano da cervejaria, apresentando um fluxo de caixa acumulado negativo nos primeiros dois anos. Esses dados serão analisados com maior profundidade no tópico 3.5.

3.4 Fluxo de caixa capital próprio

A estimativa do fluxo de caixa capital próprio foi para o período de 10 anos, demonstrado na tabela 14. Todos os dados apresentados no tópico 3.2 foram usados para a construção desse cenário.

Para a construção deste segundo cenário de fluxo de caixa, estimou-se que o investimento total necessário foi feito inteiramente de capital próprio dos sócios e no primeiro ano de empreendimento.

Tabela 14 – Fluxo de Caixa Capital Próprio

Fonte: Elaboração própria (2016)

Além do fluxo de caixa, foi estimado o fluxo de caixa acumulado, utilizando o fator de atualização a partir do CMPC ou taxa mínima de atratividade (TMA), estabelecido para este caso 24,25%.

Analisando o fluxo de caixa, percebe-se que já no primeiro ano há um cenário positivo de R$

62.781,73, e no segundo ano o fluxo de caixa chega a ser três vezes mais que no ano anterior,

(18)

18 R$ 195.360,20, e permanece crescente ao longo dos anos. A figura 2 abaixo apresenta um gráfico com a evolução do fluxo de caixa ao longo dos anos para o cenário de investimento total do capital próprio.

Figura 2 – Gráfico do fluxo de caixa capital próprio

Fonte: Elaboração própria (2016)

Entretanto, ao analisar o fluxo de caixa acumulado, nota-se que o valor do investimento só é pago no quarto ano da cervejaria, apresentando um fluxo de caixa acumulado negativo nos três primeiros que o antecede. Assim como o fluxo de caixa financiado, essas informações serão analisadas com maior profundidade no tópico 3.5 deste trabalho.

3.5 Análise dos Índices Econômicos

Para compreender se a micro cervejaria será um investimento com viabilidade econômica, precisa-se calcular alguns índices econômicos.

O primeiro índice considerado foi o TMA (Taxa Mínima de Atratividade), que representa a taxa de juros da empresa no mercado somado à incerteza dos valores de fluxo de caixa.

Posteriormente, foi calculado o VPL (Valor Presente Líquido), a TIR (Taxa Interna de

(19)

19 Retorno) e o payback para a micro cervejaria.

A tabela 15 mostra os índices VPL, TIR e payback calculados para o fluxo de caixa próprio:

Tabela 15 – Valores dos índices econômicos para fluxo de caixa próprio

Fonte: Elaboração própria (2016)

Pode-se observar que a TIR > TMA, ou seja, a micro cervejaria está obtendo uma taxa de retorno maior que a taxa mínima exigida, portanto o projeto é viável.

Como o VPL > 0, isto significa que a empresa possui retorno maior que o retorno mínimo exigido, ou seja, o projeto será realizável. E o payback informa que entre o terceiro e o quarto ano a empresa terá o retorno para recuperar o investimento feito.

Ou seja, todos os índices são favoráveis e indicam viabilidade econômica no projeto.

A próxima tabela mostra os índices VPL, TIR e payback para o fluxo de caixa financiado:

Tabela 16 – Valores dos índices econômicos para fluxo de caixa financiado

Fonte: Elaboração própria (2016)

Para o projeto financiado, observa-se um melhor desempenho dos índices econômicos. Tanto o VPL, a TIR, quanto o payback apresentam viabilidade econômica com melhores valores se

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20 comparado com o fluxo de caixa próprio. A tabela a seguir compara os dois fluxos de caixa e seus respectivos valores:

Tabela 17 – Comparação dos índices econômicos

Fonte: Elaboração própria (2016)

Com a análise da tabela verifica-se que o Fluxo de Caixa Financiado possui melhor investimento do que o Fluxo de Caixa Próprio, uma vez que seu VPL e TIR dispõem de valores maiores. O payback terá um valor menor, ou seja, o retorno do investimento será obtido entre o 2° e o 3° ano da empresa.

4. Conclusão

Este trabalho analisou a viabilidade econômico-financeira de uma micro cervejaria localizada na cidade de Itabira-MG com objetivo de gerar resultados para auxílio na tomada de decisão dos empreendedores. Para isto, primeiramente foi realizado um breve estudo do mercado local. Esta primeira etapa, pesquisa de mercado, além fornecer resultados positivos sobre potenciais clientes, possibilitou também a estimativa da quantidade de produção inicial e definição de parâmetros estratégicos para o plano de negócios.

A etapa seguinte foi o estudo e coleta de dados para a construção de cenários diversos, o intuito era comparar diferentes formas de financiamento e estimar opções de fluxos de caixa.

Essas informações fornecem aos empreendedores alternativas que garantam o sucesso do negócio de acordo com a tomada de decisão mais adequada a situação. Comparando os métodos de financiamento SAC e Price, mostrou-se mais vantajoso o SAC, suas informações foram utilizadas para a construção do fluxo de caixa financiado, do qual 30% do investimento

(21)

21 total necessário foi feito pelos empreendedores e o restante (70%) financiado em 60 parcelas.

Os resultados dessa estimativa, com relação aos índices econômicos, foram positivos: VPL = R$ 474.237,08, TIR 75% e payback de 2,36 anos.

Para o outro cenário, optou-se pela estimativa de fluxo de caixa com investimento total feito pelos empreendedores, inteiramente no primeiro ano da cervejaria. Os resultados dessa estimativa também foram positivos: VPL = R$ 401.818,28, TIR 44% e payback 3,97 anos, porém ao compará-los com os índices econômicos do fluxo de caixa financiado, observa-se grande vantagem no financiamento.

Apesar dos índices econômicos do fluxo de caixa financiado, mostrarem-se melhores, esta análise não é conclusiva. Há outros fatores que podem ter sidos desconsiderados ou não cabiam a esse tipo de análise. Portanto, apesar do financiamento ter apresentado melhores índices, não é obrigatória ou decisiva a escolha desse cenário, pois o investimento por capital próprio também mostrou índices atrativos e estáveis e dependerá da posição estratégica dos empreendedores.

5. Referências

BACKES, J. A. EVA - Valor Econômico Agregado. 2002. 14 f. Tese (Doutorado) - Curso de Mestrado em Controladoria, UFRGS, Porto Alegre, 2002.

BRIGHAM, E. F.; HOUSTON, J. F. Fundamentos da moderna administração financeira. Rio de janeiro, 1999.

ENDLER, L. Avaliação de empresas pelo método de fluxo de caixa descontado e os desvios causados pela utilização de taxas de desconto inadequadas. 2004. 13 f. Tese (Doutorado) - Curso de Graduada em Ciências Contábeis, Porto Alegre, 2004.

GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE

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22 http://www.ibge.gov.br/home. Consulta realizada em 2016.

NEVES, W. G. das; Estudo da viabilidade econômico financeira para uma empresa de cosméticos. 2010. 70 f. Tese (doutorado) - curso de administração, UFRGS, Porto Alegre, 2010.

NOTHAFT, A. Brazil’s Craft Brewing Scene. The New Brew International, Boulder, v.2, n.2, p.10- 15, 1998.

SANTOS, B. F. Cálculo do custo médio ponderado do capital da empresa ABC, S.A, realizado na empresa ABC, S.A. 2011. 43 f. Tese (Doutorado) - Curso de Mestre em Economia Financeira, Coimbra, 2011

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