DOPAMINE. PETER J. ROBERTS, GEOFFREY Ν . WOODRUFF d LESLIE L. IVERSEN, editores. Um volume (16x24) com 422 páginas, 56 tabelas, 122 gráficos e 56 figuras. Volume 19 da série Advances in Biochemical Psychopharmacology. Raven P r e s s . New York, 1978.
Este volume, resultante do simpósio realizado n a Universidade de Southampton (Inglaterra) contém 36 monografias versando sobre os aspectos a t u a i s do mecanismo de ação da dopamina (DA) como n e u r o t r a n s m i s s o r do sistema nervoso central (SNC). A anatomia dos neurônios dopaminérgicos e suas projeções sofreu i m p o r t a n t e avanço com a utilização de técnicas histoquímicas, principalmente aquelas q u e objeitvam a detecção da DA e da enzima que a sintetiza a tirosina-hidroxilase. Assim, tornou-se possível a determinação anatômica de diversos sistemas dopaminérgicos, a maioria dos quais tem sua origem em núcleos mesencefalálicos que se pr o j e t a m principalmente na substância n e g r a (sistsma n i g r o s t r i a t a l ) , córtex frontal (sistema mesocortical) e e s t r u t u r a s límbicas (sistema mesolímbico).
O problema da classificação de um fármaco como inibidor da recaptação ou esti-mulador da liberação da DA é ainda tema b a s t a n t e controverso u m a vez que esses dois processos, além de ocorrerem quase concomitantemente, a p r e s e n t a m efeito biológico semelhante. Recentemente, a utilização do método de superfusão veio s a n a r essas dificuldades, de tal m a n e i r a que o processo de liberação pode ser "separado" do p r o -cesso de recaptação. Com essa a b o r d a g e m foi possível concluir que a benzetropina age predominantemente na inibição da recaptação, ao passo que a anfetamina tem uma ação mista. Ao contrário dos receptores adrenérgicos, aqueles p a r a a DA são bastante específicos. E s t u d o s recentes m o s t r a r a m que poderia haver dois tipos de receptores p a r a a DA capazes de aceitar seus dois extremos rotaméricos. Além disso estudos de comportamento animal s ug er i r am também a existência de dois receptores dopaminérgicos. A DA produz u m acúmulo de AMP cíclico tecidual como conseqüência da ativação da adenilciclase sendo que as p r o p r i e d a d e s do receptor do paminérgico que regula essa enzima são semelhante às do reecptor dopaminérgico. Todavia, existem alguns receptores p a r a DA não associados com a ativação d a adenilciclase. Os a u t o -receptores do sistema n i g r o s t r i a t a l constituem exemplo dessa dualidade fisiológica. Como efeito, os receptores p a r a DA parecem r e p r e s e n t a r d u a s populações diferentes das quais somento u m a estaria relacionada com a ativação da adenilciclase.
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m e n t o da doença de P a r k i n s o n . O sistema mesocortical tem seus corpos celulares s i t u a d o s n a substância n e g r a e n a á r e a t e g m e n t a l v e n t r a l ; suas projeções se fazem preferencialmente p a r a córtex frontal, cíngulo e região entprrineal. Dados anatômicos e eletrofisiológicos sugerem que esse sistema desempenha importante papel na dinâmica do comportamento animal e n a regulação dos estados emocionais. Além disso, essa via parece exercer um controle inibitório da atividade motora ao nível do córtex frontal.
A participação de e s t r u t u r a s límbicas n a fisiopatologia d a parkinsonismo e sua correlação com a s alterações dopaminérgicas n i g r o s t r i a t a i s é .tema de minuciosa análise. Ê i n t e r e s s a n t e n o t a r q u e em regiões r e s t r i t a s do complexo límbico — núcleo acümbens e giro paraolfatório — parece h a v e r redução acentuada de DA em doentes parkinso-nianos. Além disso, a s fibras dopaminérgicas que atingem o giro paraolfatório e o núcleo acumbens parecem originar-se do p u t a m e n e do caudado, respectivamente. Res-salte-se que a redução de DA n a doença de P a r k i n s o n , não afeta todas as regiões telencefálicas ricas nessa substância, não havendo, portanto, evidências de uma dege-neração sistêmica de t o d a s as vias dopaminérgicas do SNC. A redução da DA límbica p arec e ser responsável, pelo menos em p a r t e , pelas alterações afetivas que ocorrem freqüentemente nesses doentes.
isolamento e identificação de vírus. Ele reúne todas a s técnicas utilizadas n a d a t a atual ou seja: microscopia eletrônica e imunológica, imunodifusão e contraimunoeletro-forese, imunofluorescência, métodos imunoenzimáticos, radioimunoensaio, hemólise em gel, hemaglutinação por imunoaderência e dedica também u m a referência à s pesquisas de anticorpos virais no líquido cefalorraqueano.
A estes capítulos seguem-se 8 relativos a patologia viral em cada especialidade ou seja: doenças oculares virais; doenças dermatológicas v i r a i s ; doenças r e s p i r a t ó r i a s v i r a i s ; infecções virais do t r a t o - g a s t r o i n t e s t i n a l ; infecções virais do sistema nervoso c e n t r a l ; infecçôes i n t r a u t e r i n a s crônicas e p e r i n a t a i s ; infecções sistêmicas e infecções virais em pacientes imunossuprimidos e infecções varicella zoster em hospedeiros normais e p a t o -lógicos. De grande importância p a r a o neurologista é o capítulo (10) relativo as infec-ções virais do sistema nervoso central (SNC). Nele os a u t o r e s discutem o diagnóstico das infecções virais no SNC, a s infecções virais a g u d a s DNA entre elas a infecção por herpes simples, a s infecções virais a g u d a s RNA com o estudo dos g r u p o s Coxsackie, Echo, Arbo e o vírus da raiva, t e r m i n a n d o com o estudo d a s neuroviroses l e n t a s : a panencefalite esclerosante subaguda, a panencefalite progressiva d a rubeola, a leucoencefalopatia progressiva multifocal e a encefalopatia s u b a g u d a espongiforme.
O capítulo 14 e último é escrito pelos editores do livro e t r a t a do estado a t u a l da terapêutica antiviral, fazendo um resumo de toda terapêutica antiviral a t é a data atual e lançando bases de pesquisa p a r a estudos futuros. Como se vê esta obra é um imperativo p a r a todos aqueles que se dedicam a pesquisa e a p r á t i c a clínica médica.
J. A. LIVRAMENTO CENTRAL NERVOUS SYSTEM E F F E C T S O F HYPOTHALAMIC HORMONES AND
OT HER P E P T I D E S . ROBERT COLLU, ANDRΙ BARBEAU, JACQUES R. DU CΉ ARME, J Ε ANGUY ROCHEFORTJ editores. Um volume (16x24) encadernado, com
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química e funcional com a s endorfinas? c) Finalmente, t a i s substâncias poderiam exercer modulação de tipo comportamental, neurológico e neuroendocrinológico?
São estas a s questões q u e constituem a razão de ser deste livro. Os vinte e seis capítulos q u e o constituem são dedicados à análise dos diversos peptídeos presentes no sistema nervoso: fatores d e liberação hipotalâmicos, fatores inibidores de liberação, endorfinas, substância P , peptídeo vasoativo intestinal, neurotensina, e outros. É uma o b r a onde h á cuidado n a seelção e condução de t r a b a l h o s experimentais, com mapea-mento bioquímico detalhado, comparação dos resultados com · os dados de literatura e análise funcional dos diversos sistemas. Os a u t o r e s estabelecem conclusões claras, rigorosamente p e r t i n e n t e s , no plano científico. Mas não a b r i r a m mão d a ousadia de estabelecer hipóteses de t r a b a l h o criativas, por vezes claramente delineadas, p o r vezes formuladas a p e n a s como propósito de t r a b a l h o s futuros. É uma o b r a de leitura necessária, sobretudo p a r a quem se dedica à pesquisa em neurologia, psiquiatria e endocrinologia, por s e r u m conjunto de t r a b a l h o s de alta envergadura, conduzido por personalidades d a s m a i s conhecidas no campo d a bioquímica do sistema nervoso.
LUIZ R. MACHADO N E U R O P S Y C H I A T R Y S I D E - E F F E C T S O F DRUGS I N T H E E R D E R L Y . ALVIN J.
LEV EN SON, editor. Um volume encadernado (16x24) com 240 páginas, 9 figuras e 31 tabelas. Volume 9 d a série "Aging". Raven P r e s s , New York, 1979. Preço US$ 26,00.
agentes anti-hipertensivos, dos medicamentos vago-simpáticos, d a s d r o g a s psicoterapêuticas, dos analgésicos, dos antipiréticos, dos esteróides, dos medicamentos a n t i -diabéticos, dos catárticos e laxativos usados ' l a r g a m a n u " , dos a g e n t e s quimioterápieos anti-cancerígenos. Há, também, embora u m t a n t o deslocado do contexto geral do livro, u m capítulo sobre os perigos colaterais do tabagismo, do alcoolismo e d a s d r o g a s criadoras de habituação.
E s t e livro, de pequeno formato e de fácil manuseio como convém p a r a o s que não dispõem de tempo p a r a l e i t u r a s compendiais, contêm ensinamentos de alto valor p a r a o t r a t a m e n t o médico de pessoas de idade avançada. Os riscos de terapêuticas a g r e s s i -vas e, principalmente, de p r o g r a m a s utilizando v á r i a s d r o g a s s i m u l t a n e a m e n t e são expostos de maneira clara e concisa, à luz de dados j á concretamente estabelecidos. Muito útil neste sentido, devendo ser lido com atenção, é o t r a b a l h o d e W i l l i a m S. Field dando o devido valor ao manejamento de d r o g a s a t u a l m e n t e em uso, enfatizando os reais benefícios proporcionados por a l g u m a s delas e, com a l g u m a ironia, salientando a inutilidade de a l g u m a s o u t r a s amplamente utilizadas com ou mesmo sem discerni-mento. Todos os clínicos — especialistas em Neurologia e em P s i q u i a t r i a e mesmo os psicólogos e t a m b é m os cultores de o u t r a s especializações — deverão ler este livro com vagar em benefício de seus pacientes idosos, mantendo-o, depois, s e m p r e à mão, para consultas visando ao atendimento de casos imprevistos.
O. LANQE
CONGENITAL AND ACQUIRED COGNITIVE D I S O R D E R S . ROBERT KATZMAN, editor. Um volume encadernado (16x24) com 314 páginas, 66 f i g u r a s e 46 tabelas. Raven P r e s s , New York, 1979. P r e ç o : US$ 32,50.