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(ao todo 9). As inoculacóes de camondongos com emulsóes de orgãos bacilliferos e de nodulos e ganglios, retirados de camondongos infectados teem sido negativas. Entretanto, essas passagens foram poucas (ll animaes) por economia do material.
A Peste na Parahyba
A peste negra fez seu apparecimento, em territorio brasileiro, em 1899, estreando na cidade de Santos, do prospero Estado de Sáo Paulo, estendo-se lentamente a
outras regióes nacionaes, nao observando a certa ordem geographica. Merecen1
especial men@o, diz Maroja,û o relatorio do Dr. Victor Godinho, quando a peste grassou, em 1903, no Estado di Maranhao, e os trabalhos dos Drs. Octavio de Freitas, Raul Azêdo e Antonio Ignacio, em Pernambuco, onde, em 1902, foram
notificados os primeiros casos do typho levantino. A peste irrompera na ridade
de Campina Grande, no segundo semestre de 1912, quando era ainda presidente
do Estado o Dr. João Lopes Machado. Nao se pode afirmar, com seguranca,
quem contaminou Princeza:--si Campina Grande, deixando escapar (o que de
um modo absoluto nao se poderia evitar) algum rato pestoso, occulto em qual- quer caixão de mercadoria, ou em outro meio de transporte de facil accomoda@o ou se a sua vizinha cidade de Triumpho no Estado de Pernambuco, assolada
que foi, ultimamente, pelo typho levantino. É preciso notar que outros municipios
do vizinho Estado ja foram presas dessa temivel entidade nosologica. Agora 6 o novo municipio de Sapé, a 46 kilometros da nossa capital, servido por linha ferrea, com o seu clima excellente e apreciaveis condicóes para se desenvolver e prosperar, que se acha apavorado com apparecimento, desde os ultimos dias de
setembro de 1925, duma “doenCa suspeita.” Essa doenca que foi precedida
duma sensivel mortandade de ratos, apreserita, ao qua se deduz, todos os caracteres da peste de forma bubonica, com o seu quadro clinico perfeitamente definido,
de marcha rapida e terminando sempre pela morte das pessoas que tem sido
accommetidas. A ser plenamente confirmado, alli o mal levantino, será um foco
pestilencial que se crea, a mais, no Estado. Como se nao bastasse os ratos,
notaveis ainda pela sua assombrosa proliferacão, apparecem-nos, ainda, os gatos e os caes, hospedeiros communs de pulgas, e os roedores silvestres representa- dos nos puna&, preás, mocós, pacas e cotias. Sabe-se que os ratos das zonas ruraes, quando atacados da peste, no delirio da febre, abandonam os seus escon- derijos e, errantes váo ter aos campos e em contacto com aquelles roedores, con-
taminam-os, deixando-lhes, como heranca fatal, suas pulgas infectadas do BaciZZus
pestis. Segundo o auctor, no presente momento de apprehensóes os factos sig-
nalados devem instigar 6 pratica das severas medidas contra o mal, ou sejam
as que se comprehendem na prophylaxia agressiva, ou sejam as que se executam na prophylaxia defensiva. Afóra as questóes de asseio individual de desinfeccão
geral e de isolamento do doente, deverá ser feito combate, ininterrupto, sem
treguas, aos ratos, pelos meios ja conhecidos, sem total-os, entretanto, deitando-
lhes fogo, lancando-lhes agua fervente, e, após, enterrando-os. Conviria sitial-os
pela fame e encarceral-os por um vigorosa vigilancia, para maior seguranca na luta contra esses perigosos roedores. Urna medida que deve ser levada em grande conta e que ja vai sendo adoptada nas cidades castigadas pela peste 6 a que se reîere á construccao dos predios, sejam destinados á habitapáo particular, sejam
para qualquer outro mistér. E o predio levantado a prova de rato ê de tal impor-
tancia que j6 se escreveu 0 “systema de construir casas, que náo permittan a vida dos ratos 6 a unica medida radical contra a peste, todas as outras sendo apenas aleatorias.”
6 Maroja, Flavio: Rev. Hyg. & Saude Pub. 6: 591 (junho) 1929.