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Imagem tocada por todos os sentidos

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Academic year: 2018

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A imagem pode ser a principal informação que constrói e reconstrói o uni-verso das representações mentais dos seres humanos. Ela está inerente ao processo de pensar e agir sobre e sob a realidade, em seus diversos níveis de liberdade. O movimento de pulsar, de se manter vivo, seja em que

dimen-sões forem, é movido pela inspiração, enquanto desejo, de buscar a realiza-

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ç ã o , as metas que aspiramos alcançar; bem como, m o v i d o pela expiração,

enquanto realização, de superar obstáculos, sempre existentes e importan-tes para a orientação experimental do ser humano. Sentimos a presença imagética por todos os nossos sentidos, e tocamos, a cada instante de se-gundo, esse campo virtual e atual das imagens.

Palavras-Chaves: Imagem, Sentidos, Realidade, Verdade, Liberdade.

IMAGEM TOCADA POR TODOS OS SENTIDOS

IMAGE TOUCHED BY ALL THE SENSES

JIHGFEDCBA

C i b e / / e A m o r i m M a r t i n s

Bolsista do Instituto UFC Virtual - UFC, cibelle_amorim@yahoo.com.br. J o s é R o g é r i o S a n t a n a

Professor Doutor Adjunto do Instituto UFC Virtual- UFC, rogesantana@ufc.br

Resumo

Abstract

The image may be the main information that builds and re-build the universe of mental representations of human beings. It is inherent in the process of thinking and acting on and under the reality, in its various levels of freedom. The móvernent of pulsar, to remain alive in whatever size they are, is motivated by inspiration, as desire, to seek the execution, achieving the targets which we aspire, as well, driven by the expiration, while attainment, overcome obstacles, always existing and important guidance for the trial of a human being. We feel the presence imagery by ali our senses, and played at every moment of the second, this field of virtual and actual images. Key-Words: picture, Sense, Reality, Truth, Freedom.

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o

mundo é constituído pelas imagens, sejam elas quais forem. Palavras, números, símbolos, desenhos, fotos, matérias das mais simples às mais complexas, compõem o universo múltiplo e infinito de imagens. Cada imagem possui linguagem e objetivos próprios. Bem como é dotada de um poder de influência e significado para os olhos de quem vê, e para o corpo de quem não vê. A imagem pode transmitir sensação e mensa-gem particulares e universais para as pessoas. Isso dependerá de aspectos potenciais da imagem e do indivíduo, como a intenção de quem a criou ou a história de quem a recebeu.

Ler uma imagem historicamente é mais do que apreciar o seu

es-queleto aparente, pois elaé construção histórica em determinado momento e lugar, e quase sempre foi pensada e planejada. C..) O cenário preparado aproxima a imagem de outros interesses ou in-tenções como, por exemplo, o de apresentar uma determinada

re-a l i d re-a d e ' (SARDELlCH, 2 0 0 6 , p . 2 0 3 - 2 1 9 ) .

Olha-se para o céu e vê-se a imagem de uma nuvem. A nuvem é

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um "Agregado de vapor de água condensado na atmosfera em gotículas e que se mantêm em altitude relativamente constante; vapores condensados de qualquer líquido volatilizado (...)". Ela é vista como nuvem a partir de uma construção histórica da sociedade, além de nuvem, os indivíduos criam outras formas, inferem outros significados, sejam eles meramente poéticos, conceituais, imaginários. Atribui-se à tudo que é visto uma in-terpretação individual e coletiva, presente na mente de todos. Tornamo-nos veículos de mediação daquilo que existe dentro e fora de nós. Não interpretamos somente a partir de nós mesmos, mas das referências exter-nas, que se encontram também dentro de nós, na nossa história de vida.

Ao ver uma imagem, já a tornamos um fato, já construímos sua existência enquanto imagem em universos reais (atuais) ou não. Mesmo que ela não tenha sido concretizada na realidade atual, já o foi na reali-dade virtual. A todo instante produz-se um conjunto de realidades que se confundem e até se fundem entre virtual e atual, as quais podem transpor espaço e, principalmente, tempo. É como pensar nas idéias de Teoria e Prática. Uma ideia teoricamente construída arremete ao imaginário, ao que é potencialmente possível, concretiza-se então, a realidade virtual. Já as idéias práticas, já transpuseram a barreira do imaginário e são partes do presente realizado.

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Finalmente, essa VISUALlZAÇÃO generalizada é o aspecto

marcante daquilo que atualmente recebe o nome de VIRTUALIZAÇÃO. A famosa 'realidade virtual' nãoé tanto a

nave-gação no CIBERESPAÇOdas redes, mas antes a AMPLIFICAÇÃO DA ESPESSURAÓTICA das aparências do mundo real? (VIRILlO,

1 9 3 2 , p . 2 1 ) .

Essa espessura ótica citada por Virilio seria uma espécie de óculos "fundo de garrafa", através do qual vemos a realidade. As complexas cons-truções imagéticas fazem com que toda imagem possa ser representada por qualquer forma, por qualquer pensamento, sentimento, raciocínio. E nem precisa ser vista para isso, basta desencadear qualquer tipo de sensa-ção. Por todos os sentidos pode-se construir imagem. A imagem do chei-ro, a imagem do gosto, a imagem do som, a imagem do olhar, a imagem da sensação tátea. O cheiro das rosas, o gosto do café, o som dos pássa-ros, a textura do cobertor, tudo provoca a construção de imagens.

A complexidade do sistema visual aumenta com o fato das infor-mações relacionadas com a forma, o movimento e a cor, serem conduzidas não por um único percurso hierárquico, mas por, no mínimo, três (e possivelmente mais) percursos cerebrais, paralelos e interativos, de processarnento' (BERTOLO, 2006, p.ô).

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Existiria uma definição de realidade verdadeira? O movimento de construção das imagens é subsidiado por outras imagens formadas por um constante processo de virtualização. Como afirma Mondzain (1996) "A imagem nunca é verdadeira", para acentuar o seu carácter fundamen-talmente dinâmico, o seu carácter de mobilidade e manifestação. Não se sente apenas o vento no rosto, imagina-se também se é dia ou se é noite, se faz calor ou frio, se o sol se esconde nas nuvens ou se a lua é cheia. O pensamento se liga a outras diversas imagens que se unem para compor a cena, o imagético de cada situação vivida.

A imagem não pode ser verdadeira ou falsa, porque não é uma proposição; não é sentença afirmativa completa, como dizer "A nuvem é um agregado de vapor de água". Não se pode dizer "A imagem é ... ". Ela é construída em níveis que se encontram entre o que é verdadeiro e o que é falso. Pode então variar entre lógicas operacionais, como formas geo-métricas; entre conceitos, como quente e frio, mas ainda não existiria uma lógica que pudesse estruturar o conceito de imagem. Haveria de ser

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uma lógica "ilógica", pois não há como se formalizar a construção e pro-dução dessas imagens, à medida que elas se conectam em campos ilimi-tadamente permeáveis.

Enquanto seres que vivem e experimentam, somos movidos pela gama de receptores sensórios que nos conduzem a produzir nossa pró-pria trajetória imagética. Os mecanismos tecnológicos digitais e analógicos que dispomos como ferramentas para modificar e experimentar a realida-de, apesar de se tornarem cada vez mais independentes desse conjunto de receptores, jamais substituirão as ferramentas próprias da nossa per-cepção. Nenhum processo tecnológico livrar-se-a da capacidade própria do ser humano de degustar com todos os seus sentidos o mundo objetivo e subjetivo.

A imagem nãoé nem um objecto que existe fora de nós ou longe

do mundo, nem um estado mais ou menos transitório da nossa subjetividade. Ela não pode existir sem nós eé por ela que o

mun-do advérn" (MONDZAIN, 1996).

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A imagem não existe sem o indivíduo e nem o indivíduo sem a imagem. É um evento da consciência humana. Todas as coisas que exis-tem permeiam cadeias e mais cadeias de significados, desencadeando uma teia complexa de "flashes" imagéticos, transformando-se numa eter-na criação de tudo que mobilizará as ações dos indivíduos diante da sua realidade. A imagem é constituída pelo movimento de inspiração, a partir do qual o ser humano aspira a vida, deseja, cria, para alcançar metas, objetivos, para sentir, experimentar; e pelo movimento de expiração, pelo qual ele atingirá os objetivos, completará a missão estabelecida (inspira-da) por ele, chegará ao fim.

Mediamos as imagens pela necessidade, pelas intenções. Existe por trás de todo o universo, uma cadeia intencionada, com expectativas, com busca por respostas, com envio de suprimentos, os quais procuram ali-mentar o organismo sedento por experimentação. Não existirá mais a humanidade quando chegar o dia em que em tudo se tenha tocado e a tudo se tenha visto. Seja de que natureza for esse universo experimental não encontra barreiras quando o único limite prescreve-se pela lógica. E como a imagem não possui ainda uma lógica estabelecida, ela não pos-sui limite. Somos limitados apenas por aquilo que ainda não superamos. E essa não superação nos impulsiona para novas realidades virtuais, para novas produções imagéticas.

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A criação de uma realidade virtualizada, o aniquilamento de dis-tâncias e fronteiras, é fator mobilizador da negação do real. O ser huma-no não sobrevive sem ver além do que existe na realidade atual. Essa realidade não mata a sua sede de alcançar o inatingível. A imagem, por-tanto, entra por todos os sentidos, por todos os poros. Tudo afeta a todos; por qualquer orifício, por qualquer brecha. Não existe uma única entra-da, o corpo todo, com todos os seus mecanismos, recepciona a imagem.

As imagens são traduções do pensamento. E o pensamento utiliza-rá as ferramentas sensoriais para transmitir a informação imagética. E essa informação é mais permeável que a água ou até mesmo que o ar. Não existe barreira que ela não possa transpor. Ela se fixa e se movimenta fora e dentro do pensamento, bagunça e organiza, prende e liberta, une e separa pedaços de um quebra cabeça que existe numa constante transfor-mação na mente humana, fragmentando-se ora em pedaços menores, ora em maiores. Ora transformando-se em uma única forma, ora em for-ma algufor-ma. Cordeiro diz "A imagem constitui-se na pulsação do real que nos captura e da vida que nos liberta" (CORDEIRO, 1999).

Apoiamo-nos todo instante nessa produção caótica e equilibrada

de imagens significantes, para orientar nossos passos, nossos gestos, nos-

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sos olhares, nossa motivação de caminhar para frente e para trás, de lem-brar e esquecer o que passou ou o que vai passar. De decidir o próximo segundo de vida. O presente é um segundo para o futuro ou para o passa-do. Daqui a um segundo é futuro, e o segundo anterior já se tornou passa-do. A história e os planos são construídos no tempo e no espaço perten-centes a uma seqüência milimétrica de segundos que transpassam ima-gens visíveis e quase invisíveis.

É esse o processo do tempo. É o tempo que realiza o movimento no olhar e, na medida em que se trata de um espaço-tempo, o tempo impregna toda a figura de espaço e o movimento habitajáa imagem (mesmo "parada") independentemente de qualquer mani-festação ternporalizada.'

Projetamos a curto, médio e longo prazo, mas não projetamos a cada segundo. Porém, cada segundo se projeta em nós, trazendo consi-go a bagagem imagética do mundo objetivo e subjetivo dentro e fora de nós, bagagem esta em constante movimento. A cada instante somos pro-dutos do vivido. Dentro de nós temos todas as nossas células, órgãos, tecidos, todo o organismo vivo que engloba nosso mundo interior. Fora

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de nós temos a matéria viva ou morta, que é sentida por nós. Temos o mundo que gira em torno de um centro gravitacional, é o mundo obje-tivo exterior.

Os mundos individuais e coletivos, exteriores e interiores, se condensam em imagens, derretem-se num líquido imagético que toma-mos a cada instante de segundo, que nos impulsiona a degustar a vida, essa vida que se cobre de subjetividade, de fenômenos que se definem numa cadeia inconstante de ações e reações, de ligações complexas en-tre indivíduos e indivíduos, indivíduos e coisas, coisas e coisas.

Toda matéria se relaciona e transgride a possibilidade de se prever o futuro e de se modificar o passado, aprisionando o universo no tempo presente. Não se controla a vida a partir do próximo segundo que virá, nem muito menos, a partir daquele que acabou de passar.

a s i m p l e s s u c e s s ã o a f e c t a o s p r e s e n t e s q u e p a s s a m , m a s c a d a p r e -s e n t e c o e x i s t e c o m u m p a s s a d o e u m f u t u r o s e m o s q u a i s e l e p r ó -p r i o n ã o p a s s a r i a " ( D E L E U Z E , 1 9 8 5 , p . 5 5 ) .

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A ilusão da realidade virtual aprisiona o universo, o ser humano e toda outra matéria. A imagem produzida no agora, a partir do segundo que passou e daquele próximo, será a verdadeira força da vida. Não im-portando a intensidade dessa força, ou mesmo, onde ela será depositada, o movimento sempre acontecerá, o movimento de criação e representa-ção dessa imagem. Por conseguinte, os níveis de lógica ultrapassam qual-quer tentativa de racionalização desse processo dotado de campos ilimi-tados de superação.

A realidade é uma constante e infinita representação imagética conduzida pela força de cada segundo que foi e que vai. Percorre-se nas veias dessa realidade, o sangue composto pelo mundo objetivo e subjeti-vo, dando vida à toda e qualquer existência das matérias viva e morta, as quais interagem num só organismo universal.

É pertinente a idéia concreta de que a imagem é viva, enquanto orgânica ou inorgânica, material ou imaterial, pois é sentida por todos os aspectos inerentes às sensações separadas ou indissociáveis. Ver e não ouvir, falar e não sentir dor, sentir tudo, ou sentir parte do todo, imagem constrói-se independentemente de sentidos completos ou incompletos, podendo pertencer a um conjunto específico de características sensoriais inerentes a cada indivíduo. Bertolo diz: "Ver com o olho da mente" (2006).

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As características constituídas por cada indivíduo, equacionam um eterno movimento de internalização e exteriorização de imagens repre-sentadas dentro e fora do indivíduo através das ferramentas individuais e coletivas, as quais coexistem dentro e fora de nós. Somos parte do coleti-vo e parte do nosso individual, partes estas pelas quais o nosso todo é composto. O coletivo é parte de nós e também parte de todos, e também reúne o seu significado de todo. Somos então a soma da coletividade interna e externa e da individualidade nossa, que resulta na formação do organismo imagético universal.

Esse organismo sobrevive a todo instante através das complexas representações que compõem a existência de todas as coisas. Não só a existência das coisas é representada, mas a inexistência também, o que chamamos de imaginação, virtualização do universo subjetivo e objeti-vo. Imaginamos o que não existe e o que existe, e a mistura dessas duas representações leva o indivíduo a um infinito campo de criação e re-criação da realidade.

Não existe uma maneira uniforme de sentir o mundo das coisas. A imagem invade o organismo humano e retrata segundo por segundo uma

nova representação da realidade. E mesmo num campo imagético, essa

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representação consiste já numa realidade, pois existe enquanto imagem e age enquanto pensamento.

o principal da imagem não é tanto o que se

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v ê mas sim o que não

ev ê , e que o seu exercício implica, muito mais do que r e c o n h e c i

-m e n t o , e como diz Mondzain, 'perda de conhecimento"

(COR-DEl RO, 1999)

Durante muito tempo precisar-se-á discorrer a respeito dos mistéri-os que circundam o processo de produção de imagens, que por enquanto entende-se que mesmo com privações sensoriais, dissipa um conjunto infinito de construções imagéticas, as quais compõem e recompõem idéi-as concretidéi-as ou abstratas, mas que já pertencem a uma realidade, seja ela

qual for, virtual ou não. .

A grande e maior descoberta constantemente reinventada será a da imagem. Com seus níveis de lógica e seus aspectos perceptivos, provoca muitos estudos, principalmente na linha da lógica, na qual se aspira a possibilidade de compreender a estrutura mental que constrói, produz e representa o imagético. Imagético que não possui base e nem topo, não possui uma estrutura hierárquica, linear, muita menos lógica, de forma-ção. Não pode ser explicada só por quem vê ou só por quem não vê.

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Não se pode explicar o início, e não existe o fim, um processo de formação de imagens, transpõe horizontes e nega origens. Há apenas as possibilidades, as quais dão lugar ao que é impossível. O impossível é apenas passageiro, e à medida que é superado, logo é substituído por mais uma meta inatingível, e que por ser, temporariamente considerada assim, move os sentidos para uma nova busca. A busca pelo incrível, pelo fantástico, pela superação do presente e controle do futuro.

A sociedade humana presencia a velocidade com que imagem tem tomado lugar nas redes de comunicação, principalmente na internet. O acesso à informação tem ultrapassado o espaço e o tempo, distorcendo a relação com o real. E quando se fala de realidade virtual, de universo sem limites, totalmente livre para criação imagética, supõe-se o descontrole dos sentidos por conta da verossimilhança entre o potencial e o atual. Virilio discorre sobre isso quando diz:

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Assim, com a progressiva DIGITALlZAÇÃO das informações audiovisuais, táteis e olfativas, indo de par com o declínio das sen-sações imadiatas, a

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s e m e l h a n ç a a n a l ó g i c a do próximo, do compa-rável, cederia lugar à v e r o s s i m i l h a n ç a d i g i t a l do longe, de todos os longes, poluindo assim, de forma definitiva, a ecologia do sensí-velB (VIRILlO, 1 9 3 2 , p.lll).

Virilio não pode esquecer que a realidade atual é conseqüência da realidade virtual. Que tudo que existe no presente, enquanto coisa que é, antes era coisa que foi. Antes era uma imagem potencial que já revelava uma realidade que pudesse chegar a ser.

A "ecologia do sensível" pode até perder um pouco a sensibilidade perceptiva por conta do bombardeio imagético, porém, não perde nunca sua força sensível de re-criar o universo imagético, mediado sempre pe-los limites físicos e temporais da matéria atual, e pela ilusão da realidade virtual, a qual constrói a inexistência do mundo, o movimento do estáti-co, mutável o tempo todo pela história, pela ação presente e pelo imagi-nário futuro.

Referências Bibliográficas

SARDELlCH, Maria Emília. L e i t u r a d e i m a g e n s e c u l t u r a v i s u a l . . . I n : Edu-car, Curitiba, n. 27, p. 203-219, 2006. Editora UFPR.

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I m a g e m t o c a d o p a r t o d o s o s s e n t i d o s

VIRILlO, Paul.

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DELEUZE, Gilles. L ' i m a g e - t e m p s , Éditions de Minuit, Paris, 1985.

Notas

SARDELlCH, Maria Emília. Leitura de imagens e cultura visual. .. In: Educar, Curitiba, n. 27, 2006. Editora UFPR.

2 VIRILlO, Paul. A Bomba Informática. Tradução: de Luciano Vieira

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Machado. São Paulo: Estação Liberdade, 1999.

3 BÉRTOLO, Hélder. O que vê quem não vê? Revista Bimestral

Proformar Online. Ed. 1403,2006.

4 MONDZAIN, Marie-José. L'image naturelle. Le Nouveau Commerce,

Paris, 1995.

5 CF. Ropars, Marie-Claire. L'idée d'image. Presses Universitaires de

Vincennes, Saint-Denis, 1995.

6 DELEUZE, Gilles. L'image-temps, Éditions de Minuit, Paris, 1985. 7 CORDEIRO, Edmundo. Virtual: realidade da imagem, ou o que é que

nos impede de ver? 3º Congresso da Lusocom, Braga, 29 de Outubro de 1999.

B VIRILlO, Paul. A Bomba Informática. Tradução: de Luciano Vieira

Machado. São Paulo: Estação Liberdade, 1999.

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Referências

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