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O Cérebro Humano x Inteligência Artificial

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Academic year: 2021

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O Cérebro Humano x

Inteligência Artificial

EDUCA TIONAL INTERF ACE DESIGN

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Objetivos de Aprendizagem

• Debater sobre diferenças entre a mente humana e as máquinas; • Compreender sobre a inteligência humana e a inteligência artificial.

O Cérebro Humano x Inteligência Artificial

Conteúdo organizado por Deborah Costa do livro Future Minds: How the

Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It, publicado em 2010 por Nicholas Brealey. Atualizado em 2021.

Introdução

Tornou-se moda argumentar que a caixa de bits conhecida como cérebro humano é como uma máquina

complexa. Especificamente, o cérebro é como um computador e a mente é seu software ou sistema operacional. Contudo, a mente não é um software que vem pronto quando nascemos. Embora muitas instruções já venham codificadas (como chorar, mamar, etc), a mente se desenvolve e evolui à medida que aprende a interpretar os sinais que recebe do restante do corpo. Sem a informação trazida pelos sentidos, ela simplesmente não se

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desenvolve.

Existem estudos que mostram que a internet (supostamente uma espécie de

cérebro que liga pessoas e ideias) está dobrando de tamanho a cada ano, ela logo superará a inteligência humana e eventualmente se tornará autoconsciente.

Essas ideias não são novas. Em 1938, HG Wells escreveu um livro de ensaios

chamado World Brain, sobre uma enciclopédia global que ajudaria todas as pessoas do planeta a se tornarem mais informadas.

Quanto aos pensadores robóticos serem uma séria ameaça para a humanidade, essa ideia também não é nova. Mas, embora todas essas ideias sejam ótimas manchetes de jornais, elas fundamentalmente deturpam a forma como a mente humana

funciona e o que a torna tão especial.

O cérebro humano é extremamente complexo e possui propriedades que a maioria dos cientistas da neurociência e engenheiros de software ainda precisam desvendar. Em outras palavras, a mente humana é muito mais complexa do que uma simples série de zeros e uns ou a chamada inteligência artificial.

Uma criança de 5 anos tem mais bom senso do que um computador. Ao estudar sobre robôs na escola, uma criança escreveu em um pedaço de papel descrevendo as diferenças entre humanos e robôs: “Os robôs não funcionam”. Ela estava se

referindo à inutilidade geral em vez de à falta de oportunidades de emprego adequadas, e ela não estava totalmente errada.

A razão pela qual uma criança tem mais inteligência geral do que um computador (ou robô) é que ele ou ela tem mais experiência do mundo exterior. Como Neil Gershenfield aponta em seu livro Quando as coisas começam a pensar, o erro de muitos pesquisadores de inteligência artificial foi gastar muito tempo e dinheiro em cérebros de computadores e não o suficiente em corpos de computadores (ou seja, sentidos). A cognição está ligada à percepção e o cérebro é uma via de mão dupla em termos de informação que entra e sai. Da mesma forma, a sabedoria (em oposição à inteligência) está conectada à experiência. Se você quer fazer

uma máquina inteligente, a primeira coisa que precisa fazer é projetar uma com experiência e raciocínio.

E aí reside a singularidade e o valor da mente humana, o que significa que estamos provavelmente a anos de distância da proximidade da verdadeira inteligência da

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máquina. Apesar da ideia de que o poder de processamento do computador dobra a cada dois anos, tem uma falha fatal, que é que o consumo de energia também aumenta. Se for possível projetar ‘supercomputadores’, poderemos descobrir que não podemos executá-las.

Os críticos, é claro, apontarão para eventos como o computador da IBM chamado Deep Blue, que derrotou Garry Kasparov no xadrez em 1997. Mas, embora o

computador fosse, sem dúvida, muito bom no xadrez, era inútil em tudo o mais. Afinal, se Deep Blue fosse realmente inteligente, certamente teria ficado em volta do bar depois com algumas outras máquinas inteligentes celebrando sua vitória. Os computadores também são facilmente quebrados quando não funcionam. Enquanto o cérebro humano, em contraste, pode ser seriamente danificado, geralmente ainda funciona, embora de uma maneira diferente.

O que é fantástico sobre a mente humana é que, embora tenhamos grande

dificuldade em lembrar uma sequência de mais de sete ou oito dígitos (em termos de computador, tudo isso requer 40 bits de memória), podemos pintar figuras ou compor músicas que podem fazer as pessoas chorarem ou escreverem livros que possam fazer as pessoas rirem.

Diferenças entre a mente e as máquinas

• A base da inteligência humana é a experiência e baseia-se na percepção sensorial da informação que entra, bem como na nossa resposta a ela.

• As máquinas não podem pensar em seu próprio pensamento – elas não são autoconscientes.

• Os seres humanos possuem inteligência generalizada; as máquinas são programadas para tarefas específicas.

• Uma máquina carece de sentidos verdadeiros – ela pode “saber” que está fria, mas não pode “sentir” frio.

• As máquinas não têm empatia ou moralidade e não podem sentir amor, alegria, ódio ou qualquer outra emoção.

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• Dispositivos eletrônicos não são capazes de criatividade, intuição ou imaginação.

• As pessoas atualmente têm privacidade mental, mas o funcionamento das máquinas é transparente.

• Podemos baixar informações em uma máquina, mas ainda não no cérebro humano.

• Máquinas não possuem uma mente subconsciente, mas isso, mais do que a mente consciente, é a base da maioria dos pensamentos e comportamentos humanos.

• O cérebro humano evoluiu ao longo de milhares de anos, por isso é altamente resiliente e adaptável às circunstâncias em mudança.

Computadores x inteligência humana

Existem, de fato, paralelos entre a inteligência humana e da máquina em termos de processamento de informação, mas aí a semelhança termina. Em suma, os computadores não podem pensar em seu próprio pensamento. Eles são frios, calculistas e estúpidos. O que computadores sabem realizar é a análise lógica, mas eles geralmente são incapazes de criticar seu próprio pensamento ou criar seus próprios problemas. Sem consciência, uma máquina não pode ser considerada

inteligente.

Mesmo colocando essa questão escorregadia para o lado, os cientistas não

conseguem nem concordar sobre o que um cérebro artificial representaria. Um cérebro humano não é apenas informação, ou pelo menos não é informação como a conhecemos. Nossos cérebros são caldeirões complexos de conexões,

produtos químicos e eletricidade que, de maneira um tanto irônica, nossos cérebros conscientes não conseguem entender.

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Em certo sentido, a questão de saber se as máquinas serão mais inteligentes que os humanos é enganosa. É provável que criemos máquinas especializadas que serão muito melhores do que os humanos em determinadas tarefas rotineiras, repetitivas ou lógicas, mas é improvável que criemos inteligência geral - uma

máquina que possa executar humanos em toda a linha - a qualquer momento. Uma grande questão, portanto, não é se as máquinas ficarão mais inteligentes e mais humano, mas se os humanos ficarão mais ignorantes e semelhantes a máquinas.

A neurociência ainda está em sua infância. Embora existam descobertas que ainda possam ser feitas de forma a transformar o pensamento atual de cabeça para baixo, parece que as redes de neurônios são muito diferentes das redes de transistores. Por exemplo, o cérebro e a mente humanos são interdependentes, portanto a analogia com o hardware e o software do computador está incorreta. Além disso, enquanto computadores cada vez mais inteligentes forem construídos, como eles serão capazes de fazer muitas das coisas simples que nós, humanos, tomamos como garantidos?

O pensamento humano é baseado na experiência e no senso de si mesmo. Enquanto isso, é “sentido” diretamente (através dos nossos sentidos), também é ensinado a nós por outros seres humanos. Em outras palavras, nós não apenas

“vemos” as coisas como elas são, mas em um contexto de significado dado a nós por muitos anos por nossas próprias experiências e as dos outros.

Assim, enquanto um computador pode ser ensinado a “saber” que está frio lá fora (por exemplo, através de um simples medidor de temperatura) e

relacioná-lo a outras coisas que o computador aprendeu, só um humano pode fisicamente experimentar frio. E, criticamente, apenas uma pessoa pode relacionar emocionalmente a frieza a outras experiências baseadas na emoção. Em outras palavras, apenas os humanos têm coração; o que, curiosamente, é precisamente onde os antigos egípcios pensavam que a lógica e a racionalidade deveriam ser encontradas.

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Somente os seres humanos podem pensar em ser frios e somente os humanos podem ligar a frieza a sentimentos como raiva, alegria, tristeza, medo e surpresa que outras pessoas pensaram ou experimentaram no passado. Além disso, nunca duas pessoas experimentarão o mesmo objeto (por exemplo, uma pintura) ou evento de maneira idêntica, porque o objeto ou evento é informado por outros objetos e eventos e por nossos sistemas e experiências de valores mais amplos. O cérebro funciona através de processos eletroquímicos e o pensamento

ocorre dentro do córtex. O desenvolvimento da neurobiologia e o uso da ressonância magnética funcional tecnologia, tomografia de emissão positiva e eletroencefalografia quantitativa nos dá mais informações. Podemos ver o sangue fluindo para diferentes partes do cérebro durante diferentes atividades e, assim, estamos começando a ver como a atividade cerebral influencia o comportamento. No entanto, não podemos olhar para uma imagem do cérebro e dizer com algum grau de certeza se o pensamento consciente ou subconsciente está ocorrendo. Uma descoberta recente é que a perda de concentração pode estar ligada a mudanças na atividade cerebral. Em certas circunstâncias, uma perda de

concentração pode causar acidentes bastante sérios, então, se você puder prever quando ocorrerá, pode, em teoria, tomar medidas para evitar que o acidente

aconteça de verdade. Isso não é exatamente viagem no tempo, mas está chegando perto.

Portanto, ainda não temos quase nenhuma ideia de como a criatividade humana acontece e ainda estamos muito longe de poder prever a originalidade ou

desenvolver um conjunto de regras generativas para a solução de problemas ou a criação de ideias. A ciência também não tem quase nada a dizer sobre nossa imaginação e, quando os cientistas falam sobre a consciência humana, eles mal conseguem defini-la, quanto mais explicá-la.

Para algumas pessoas isso importa, porque eles gostariam de construir máquinas que um dia seriam capazes de criar ideias. Outras pessoas gostariam de entender mais sobre como o pensamento original acontece porque existe interesse

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Saiba Mais

Conceitos Fundamentais:

Inteligência Artificial (IA) é uma vertente da ciência da computação

que se propõe a elaborar dispositivos e máquinas que simulem a

capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas, enfim, a capacidade de ser inteligente.

O córtex cerebral é a parte que cobre determinados órgãos.

Trata-se de um tecido orgânico de alguns milímetros, também chamado de matéria cinza, que protege os dois hemisférios do cérebro.

Deep Blue foi um supercomputador e um software criados pela IBM

especialmente para jogar xadrez com 256 coprocessadores, capazes de analisar aproximadamente 200 milhões de posições por segundo.

Materiais Complementares:

1- O cérebro e o pensamento. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1517-24302006000100006>

2- Inteligência Artificial, Humana e a Emoção. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0012.PDF>

3- Watson, o computador que pensa. Disponível em: <https:// canaltech.com.br/mercado/Conheca-o-Watson-o-computador-que-pensa/>

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Em Resumo

Apesar de todo o debate sobre o desenvolvimento de inteligência artificial e de supermáquinas pensantes, ainda existe um longo caminho que os

pesquisadores devem percorrer. O cérebro é uma máquina bio-químico-elétrica. Ao contrário do computador, a mente/cérebro trabalha num jogo combinando

precisão e imprecisão, incerteza e rigor, e cruza rememoração, computação,

cogitação. Afinal, embora tenhamos grande dificuldade em lembrar uma sequência de mais de sete ou oito dígitos, podemos escrever livros, pintar figuras ou compor músicas que podem fazer as pessoas se emocionarem.

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Referências Bibliográficas

Gershenfeld, N. (1999). When Things Start to Think. Henry Holt and Co.

Watson, R. (2010). Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It. Nicholas Brealey Publishing.

Wells, H.G. (1938). World Brain. London: Methuen & Co., Ltd.; Garden City, NY: Doubleday, Doran & Co.

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ATIVIDADES DE AUTOESTUDO

1. Sobre o cérebro humano, avalie as proposições

abaixo:

a) Ambas as afirmativas são verdadeiras. b) A afirmativa A é verdadeira e a B é falsa. c) Ambas as afirmativas são falsas.

d) A afirmativa A é falsa e a B é verdadeira.

A. O cérebro humano é extremamente complexo e possui propriedades que a maioria dos cientistas da computação e engenheiros de software ainda precisam desvendar.

B. O cérebro humano evoluiu ao longo de milhares de anos, por isso é altamente resiliente e adaptável às circunstâncias em mudança.

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a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) I, II e III, apenas.

2. De acordo com os estudos, sobre mentes e

má-quinas, avalie as afirmativas abaixo:

I. A base da inteligência humana é a experiência e baseia-se na percepção sensorial da informação que entra, bem como na nossa resposta a ela.

II. Uma máquina carece de sentidos verdadeiros – ela pode “saber” que está fria, mas não pode “sentir” frio.

III. Máquinas não possuem uma mente subconsciente, mas isso, mais do que a mente consciente, é a base da maioria dos pensamentos e comportamentos humanos.

IV. O que computadores sabem realizar é a análise lógica e já são capazes de criar seus próprios problemas.

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3. Sobre o pensamento humano e o cérebro, avalie

as afirmações a seguir:

A. O pensamento é baseado na experiência e no senso de si mesmo.

Enquanto isso é “sentido” diretamente (através dos nossos sentidos), também é ensinado a nós por outros seres humanos.

B. O cérebro e a mente humanos não são interdependentes, sendo que cada um exerce uma função de pensamento.

Com base na análise das afirmativas, pode-se afirmar que:

a) Ambas as afirmativas são verdadeiras. b) A afirmativa A é verdadeira e a B é falsa. c) Ambas as afirmativas são falsas.

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Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It

Richard Watson

Referências

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