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BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL EM GESTANTES NO TRATAMENTO DO EDEMA: ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA

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BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL EM GESTANTES NO TRATAMENTO DO EDEMA: ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA

Layane Mayara CIOFFI1,, Maura Karine Pereira AZEVEDO1, Vanessa MIGLIACCIO1 Fabricio CALVO1

1. Centro Universitário São Lucas (UniSL).Email: fcalvo@usp.br

RESUMO:A gestação é um período que traz grandes mudanças físicas e psicológicas para a mulher. Entre essas

mudanças está a formação de edema, que é causado por um descontrole no sistema linfático. O edema se instala com frequência nos membros inferiores e causa sensação de peso e dores agudas. A Drenagem Linfática Manual (DLM) é um método capaz de reduzir o edema na gestação, além de trazer outros benefícios, melhorando a qualidade de vida da mulher durante o período gravídico. O objetivo desse artigo foi descrever sobre os benefícios da DLM durante a gestação. A metodologia empregada é a de revisão de literatura de caráter descritivo, na qual se fez uso de descritores importantes que facilitou a busca por artigos para compor a estrutura bibliográfica do trabalho. Em muitos estudos, é comprovado que a DLM reduz o edema, proporcionando um controle fisiológico no sistema linfático, e com isso, melhora os mecanismos de defesa e proporciona uma mudança na qualidade de vida diária da gestante.

PALAVRAS-CHAVE: Gestantes; Edema; Drenagem Linfática; Sistema Linfático.

INTRODUÇÃO

O período gestacional é o momento em que uma mulher gera por nove meses outro ser, que surgiu a partir do encontro entre espermatozoide e óvulo no momento da cópula. Em decorrência da gestação, a mulher passa por diversas mudanças fisiológicas e psicológicas. (ALMEIDA, 2005).

As alterações fisiológicas e psicológicas aparecem devido ao aumento da carga de hormônios e outros fatores que surgem na primeira semana da gestação, persistindo até o momento do parto. É importante frisar que o período gestacional causa mudanças bruscas, e que em nenhuma outra fase da vida, é visto tantas mudanças repentinas. (BARACHO, 2007).

As mudanças hormonais que são observadas nas gestantes são o aumento do estrogênio, progesterona, beta HCG, prolactina e uma variedade de hormônios e mediadores que alteram as funções do organismo. (ALVES et al., 2005).

Já as mudanças físicas são constatadas a partir de sinais e sintomas que aparecem no decorrer do período gravídico podendo ser cefaleia, tontura,

sensação de ardência ou calor na pele, cansaço e fadiga constantes, lombalgia e edemas. (ZUGAIB; RUOCCO, 2005).

O edema é o problema mais comum na gestação e traz grande desconforto para a mulher, pois muitas vezes apresenta sintomas como dor, sensação de peso, sensação de dormência nos pés e nas pernas, além de interferir na visão estética da mulher, que se incomoda com o inchaço. O edema gestacional caracteriza-se como um excesso de líquido nos tecidos e aparecendo de forma repentina, geralmente aparece entre a 38º semana de gestação. (BAMIGHBOYE; HOFMEYER, 2006).

O edema não é uma patologia, é apenas o sinal de algum distúrbio no organismo. Clinicamente, o edema é desequilíbrio entre o aporte líquido retirado dos capilares sanguíneos pela filtragem e a drenagem do líquido. (LEDUC; LEDUC, 2000).

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quantidade de proteínas no sangue, compressão de válvulas venosas, além da retenção de líquido que ocorre em decorrência dos hormônios estrogênio, progesterona, cortisol e relaxina. (SOUZA, 2000).

A Drenagem Linfática Manual (DLM) é um método de massagem que providencia uma redução do líquido retido no corpo, permitindo que haja uma melhor oxigenação nos músculos e diminuição edema na gestação. A DML promove uma melhora na circulação sanguínea, visto que na gravidez a quantidade de sangue na gestante está aumentada. (SILVA; MEJIA, 2013).

Esse artigo tem por objetivo geral apresentar os benefícios da DLM na gestação. Já os objetivos específicos é descrever sobre o período gestacional; tecer sobre o mecanismo de formação deedemas e relatar os benefícios da DLM na gestação.

Esse trabalho apresenta grande relevância na área de estética, pois permite ao profissional trazer um conforto para a gestante durante o período gravídico, e a DLM é um método comprovado e que traz diversos benefícios.

MATERIAIS E MÉTODOS

Esse trabalho utilizou o método de revisão de literatura, baseado em leitura sistemática de artigos que evidenciassem a importância da DLM em gestante. EM bases de dados como a Scielo, Medline e Lilacs foram encontrados os artigos. O uso de descritores facilitou a busca, tendo sido estes: gestantes, edema, drenagem.

MECANISMO E FORMAÇÃO DE EDEMAS

O edema é caracterizado como o acúmulo de líquido no espaço intersticial. Durante a circulação sanguínea, juntamente com alguns glóbulos brancos, sai um pouco de líquido dos vasos

sanguíneos e entram no espaço entre as células corpóreas, formando o líquido intersticial. Este fluído se apresenta de cor clara e transparente, sendo composto por aminoácidos, açúcares, ácidos graxos, coenzimas, neurotransmissores, sais, resíduos de células e hormônios. (COELHO, 2004).

O edema surge a partir de uma irregularidade entre os mecanismos que controlam a distribuição do volume do líquido no espaço intersticial. Esse desequilíbrio pode envolver apenas os fatores que influenciam o fluxo de líquido ao longo do leito capilar, ou, ainda, pode surgir devido alterações de mecanismos de controle do volume do compartimento extracelular e do líquido corporal total. (COELHO, 2004).

Dependendo da localização e mecanismo, o edema pode ser do tipo localizado ou generalizado. Geralmente, em mulheres gestantes, o edema é localizado, ou seja, fica limitando nos membros inferiores, ocasionando inchaço nas pernas, joelhos, tornozelos e/ou pés. Quando o inchaço é intenso, ao pressionar a região pode ocorrer o chamado “pitting”, que é a formação de covas na pele. (FERRO et al., 2012).

O conhecimento dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos na formação de edema é importante, pois permite uma racionalização terapêutica na busca dos melhores resultados possível. (SILVA; MEJIA, 2013).

 Aspectos Fisiopatológicos

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do seu compartimento. Entretanto, a pressão oncótica, atrai água para o seu compartimento. (BERNARDI et al., 2009).

Na extremidade do leito capilar, a pressão hidrostática precisa ser maior do que a pressão oncótica. Essa variação de pressão permite que o fluxo do compartimento intravascular extravase para o interstício. Após esse processo, a pressão hidrostática tende a ser menor, e a pressão oncótica se eleva devido a concentração de proteínas. Em geral, após todo esse processo fisiopatológico, o líquido intersticial deve ser drenado pelos vasos linfáticos. (COELHO, 2004).

 Sistema linfático

O sistema linfático é um auxiliar do sistema venoso. É composto por um sistema vascular, constituído por capilares linfáticos, vasos coletores, troncos linfáticos e linfonodos. Ele faz a drenagem do líquido intersticial e fornece mecanismos de defesa para o organismo, através da produção de células imunológicas como linfócitos, monócitos e células produtoras de anticorpos (plasmócitos). (GUYTON, 2006).

Esse sistema é formado por vasos e órgãos linfoides (baço, linfonodos, amígdalas, adenoides e o timo), e por ele circula a linfa. Sua função é transportar grandes moléculas, principalmente àquelas que o sistema venoso não consegue recolher. Essas moléculas passam pelos capilares linfáticos e em seguida pelos vasos linfáticos. Quando chegam aos troncos linfáticos, essas moléculas são lançadas em veias de médio e grande calibre. (OLIVEIRA, 2010).

O sistema linfático é um importante auxiliar do sistema imunológico, pois age junto aos glóbulos brancos, protegendo o organismo contra infecções por microrganismos. (NETTER, 2008).

 Linfa

A linfa é composta por 96% de água, e é considerado o líquido mais nobre do organismo. Contém 99% de linfócitos em sua composição. Possui uma parte líquida que se origina no espaço intersticial e se assemelha ao plasma sanguíneo. A outra parte é a carga linfática obrigatória, que é constituída por substâncias que precisam ser retiradas do meio intersticial para garantir o equilíbrio do sistema. (OLIVEIRA, 2010).

 Capilares linfáticos

Os capilares linfáticos são pequenos vasos constituídos por células endoteliais unidas ao tecido conjuntivo. A pressão do liquido intersticial fora dos capilares, empurra as bordas das células endoteliais e com isso facilitando a sua entrada. A junção entre as células endoteliais e o tecido conjuntivo forma uma válvula de sentindo único. Após a entrada do líquido intersticial nos capilares, não tem como sair, uma vez que a válvula se fecha. Os capilares linfáticos são mais permeáveis do que alguns capilares sanguíneos. Portanto, o sistema linfático é considerado um sistema de corrente única, ou seja, o liquido intersticial só pode voltar para a corrente circulatória, e dessa forma, prevenir o edema. (HERPERTZ, 2006).

 Linfonodos

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velocidade e a pressão exercida. (BORGES, 2006).

Os vasos que chegam aos linfonodos são mais numerosos e de menor calibre do que os vasos que saem, por isso que o fluxo é lento neste local, pois a linfa que chega percorre entre os seios linfáticos, onde as impurezas são retiradas e passam para a linfa os linfócitos recém-produzidos. Existem linfonodos nas axilas, virilha, pescoço, pernas e em regiões mais profundas do corpo humano. (BORGES, 2006).

A GESTAÇÃO E AS ALTERAÇÕES NO CORPO DA MULHER

A gestação tem duração de 38 a 40 semanas, tendo início no momento da fecundação entre os gametas. Muitas alterações físicas ocorrem no corpo da mulher gestante, permitindo que haja um maior conforto para o feto que está sendo gerado. Algumas alterações provocam desconfortos para a gestante, entre esses desconfortos está a dor. (SILVA et al., 2014).

Em muitas outras alterações, ocorre um desequilíbrio proteico, lipídico e glicídico, aumento do débito cardíaco, aumento do volume sanguíneo, aumento do volume do plasma, alterações na pressão arterial, aumento do fluxo glomerular entre outras alterações. (SILVA; MEJIA, 2013).

É na chegada do terceiro trimestre da gestação que os desconfortos surgem com mais intensidade. Nesta fase, entre a 27º a 40º semana, o útero está grande e começam a surgir as contrações regulares, sem dor. As queixas principais das gestantes nessa fase são a dor lombar, micção frequente e edema de membros inferiores e cansaço. (SILVA; BRONGHOLI, 2006).

Os hormônios desempenham um importante papel no organismo feminino durante a gestação. Os mais importantes

são a progesterona, estrogênio e relaxina. (BARACHO, 2007).

A progesterona é um hormônio que é secretado pelo corpo lúteo até a décima semana de gestação, onde posteriormente passa a ser secretado pela placenta. A função da progesterona é reduzir o tônus muscular, reduzindo as contrações uterinas a fim de evitar aborto. Com a redução do tônus muscular, a mulher sente enjoos, devido a permanência prolongada do bolo alimentar no estômago. (BARACHO, 2007).

O estrogênio é outro hormônio importante na gestação. No início, este hormônio é secretado através do sangue materno. A partir da vigésima semana de gestação, 90% da produção desse hormônio passa pela glândula supra-renal fetal. A função do estrogênio é aumentar os níveis de prolactina para preparar as mamas para o período de amamentação. Também é responsável pelo aumento do útero materno e preparar depósitos de relaxina nas articulações pélvicas. O estrogênio causa a retenção de líquido, e isso faz com que haja retenção de sódio na mulher, onde, portanto, forma o edema gestacional. (SILVA; BRONGHOLI, 2006).

A relaxina é um hormônio essencial para a gestante, e é secretado pelo corpo lúteo do ovário e dos tecidos placentários. Durante a gestação, a sua concentração é variável, sendo maior no primeiro trimestre. A função da relaxina é substituir o colágeno já existente por outro que apresenta maior flexibilidade e extensibilidade. (BARACHO, 2007).

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Em média, a retenção hídrica aumenta cerca de 6,5 litros durante a gestação, isto se deve ao aumento do líquido amniótico e do volume sanguíneo. (BARACHO, 2007).

Quando o edema fica acumulado de modo anormal nos membros inferiores, pode causa compressão do nervo cutâneo femoral lateral da coxa ao passar pelo ligamento inguinal. Se houver a presença de edema nos tornozelos pode haver compressão do nervo tibial posterior em seu percurso ao maléolo medial, causando parestesia e fraqueza muscular. (SPAGGIARI, 2008).

As grandes mudanças que ocorrem no corpo da mulher durante a gestação pode gerar sentimentos de medo e ansiedade, deixando a mulher mais vulnerável. Em muitas mulheres, essa sensibilidade da gravidez pode promover a formação de edemas. (MOLLART, 2003).

Com objetivo de intervir e amenizar os desconfortos durante a gestação algumas técnicas são utilizadas. Entre elas está a Drenagem Linfática Manual (DLM), que consiste através da massoterapia, mobilizar a linfa e remover o acúmulo de líquido do corpo. A DLM repara alguma alteração no sistema linfático, impedindo a formação de edemas. (SCHWUCHOW et al., 2008).

A DLM é muito recomendada para gestantes, pois promove uma redução significativa do líquido retido no corpo, melhorando a oxigenação nos músculos e reduzindo os inchaços. (PORTER, 2005).

Em um estudo realizado por Cardoso et al. (2003), gestantes do terceiro trimestre realizaram oito sessões de DLM. Foi constatada uma diminuição do edema, seguido de redução de pressão arterial e frequência cardíaca devido ao efeito relaxante da massagem, além de melhora na frequência respiratória.

HISTÓRICO DA DLM

A DLM é uma técnica que desloca a linfa na direção dos gânglios linfáticos proporcionando um diferencial de pressão movendo a linfa e o fluido intersticial para a corrente sanguínea, e consequentemente, reduzindo o edema do local tratado. Essa técnica tem sido bastante utilizada por gestantes e consiste em trazer um conforto quanto a redução de edemas e retenção de líquido. (LEDUC; LEDUC, 2000).

A DLM foi criada em 1932, pelo biólogo dinamarquês Emil Vodder e sua esposa EstridVodder. O casal era experiente em técnicas de massagens em Cannes, Riviera Francesa. A DLM surgiu após eles observarem que muitas pessoas com quadros gripais, constipação e retenção de líquidos apresentavam inchaço nos linfonodos na região cervical. Através de movimentos de estimulação físicos no local, obtiveram resultados satisfatórios. A partir desse quadro desenvolveu-se a técnica de DLM, com a sistematização de alguns tipos de movimentos e da orientação do sentido de drenagem. (REBELLO; MEJIA, 2011).

Em 1936, a técnica foi publicada em Paris, e, a partir dessa divulgação, várias pessoas aceitaram os conceitos e utilizam-se desse método até hoje.

Em 1963, a técnica de Volder foi validada pelo médico Dr. Johannes Asdonk, que além de comprovar os efeitos terapêuticos da drenagem linfática, explicou cientificamente sobre os efeitos fisiológicos da drenagem. (SCHWUCHOW et al., 2008).

A DLM tem sido o método de primeira escolha para reduzir os linfedemas. Nos últimos anos, médicos têm estimulado seus pacientes a buscar a técnica por meio de fisioterapeutas ou pessoas habilitadas à técnica. (REBELLO; MEJIA, 2011).

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Dentre os métodos terapêuticos utilizados inseridos na área dermato-funcional está a drenagem linfática, que se destaca pela ampla variedade de técnicas, podendo ser aplicada em diferentes casos. Através da DLM, o líquido acumulado é escoado até os gânglios linfáticos que o drena para a circulação. (HERPERTZ, 2006).

Földi, Leduc, Casley-Smith, Nieto, Ciucci, Beltramino, Mayal e outros, são grupos que utilizam a técnica desenvolvida por Volder. Cada um desses grupos acrescentaram seus conhecimentos e contribuíram para o aprimoramento da DLM, mas mantiveram as alegações de Volder. (GODOY; GODOY, 2004).

Földi contribuiu de maneira significativa com a técnica, pois sugeriu a associação de drenagem linfática, bandagens e cuidados higiênicos. Essa técnica é conhecida como Terapia Física Complexa de Földi. (GODOY; GODOY, 2004).

 Técnica de Vodder

A Técnica de Vodder foi a primeira a surgir, e consiste em drenar macromoléculas e resíduos celulares. De acordo com alguns estudos, estas macromoléculas são as responsáveis pelo acúmulo de água e gordura, promovendo assim o aparecimento de edemas, o que afeta o bem-estar da gestante. O principal objetivo da Técnica de Vodder é massagear o local onde está o edema e retirar os líquidos entre as células e os resíduos metabólicos. Essas substâncias são encaminhadas para o sangue através da circulação, e por meio de movimentos variados e suaves, são encaminhadas para a eliminação. (SATO, 2013).

A drenagem de Vodder ocorre em dois processos: a evacuação que usada para desobstruir os canais linfáticos; e a captação, que é o inicio da drenagem. De forma manual, são aplicados movimentos de pressão leve, suave, rítmica, lenta e

precisa. Não há a necessidade de manobras que provoquem dor ou desconforto. Com esta prática, são ativados gânglios linfáticos, estimulando a defesa imunológica do organismo e combatendo infecções. (SANTOS, 2013).

A pressão proposta na técnica de Vodder deve ser de 15 mmHg a 40 mmHg, dessa forma consegue-se ativar a drenagem da linfa sem influenciar na irrigação do sangue. Os movimentos de massagem são realizados em direção aos gânglios linfáticos. Basicamente, a técnica de Vodder é baseada em manobras de bombeamento, tração, torção e movimentos circulares no sentido do fluxo sanguíneo. (ELWING; SANCHES, 2010).

A Técnica de Leduc é no mesmo seguimento de Vodder, a diferença está apenas no local de aplicação. Vale ressaltar que a DLM está baseada na técnica desses dois autores.

 Técnica de Godoy & Godoy Desde 1999, o Prof. Dr. José Maria Pereira de Godoy, médico e cirurgião vascular, e a Profa. Dra. Maria de Fátima Guerreiro Godoy, terapeuta ocupacional, divulgam a técnica Godoy & Godoy, onde sugere a utilização de roletes durante a drenagem. Durante o processo de validação do método, Godoy & Godoy seguiram as fases de avaliação científica, onde a técnica foi analisada em três etapas:

In vitro, In vivo e clínico. O uso de roletes

é o principal objetivo dessa técnica, que consiste em seguir o sentido do fluxo dos vasos linfáticos. Além dos roletes, o uso das mãos é permitido nesta técnica, desde que seja seguido o fluxo. Os resultados obtidos a partir do uso de um instrumento foram satisfatórios, tendo em vista que a pressão externa geralmente é maior quando há o uso de um equipamento. (GODOY; GODOY, 2004).

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hipótese é que esse estímulo interfira na estimulação dos linfonodos a partir do Sistema Nervoso Central. O uso de movimentos mais objetivos é o principal foco dessa técnica, visto que se utiliza de regras da hidrodinâmica, anatomia e fisiologia.

No método de Godoy & Godoy, a velocidade da massagem deve ser realizada de maneira criteriosa, pois os linfonodos limitam o funcionamento do fluxo, portanto, os movimentos precisam lentos quanto o trajeto da linfa. (SANTOS; MEJIA, 2015).

DLM APLICADA DURANTE A GESTAÇÃO

A DLM é uma técnica muito válida para as mulheres no período gestacional. É considerada segura para a gestante, e auxilia no bom funcionamento do sistema linfático, reduzindo os edemas e melhorando o sistema imunológico. (SOUZA; SANTOS; GIACOMOLLI, 2015).

Geralmente, a DLM é aplicada nos membros inferiores de gestantes, pois é o local onde o edema mais se manifesta. A DLM é feita de maneira lenta e rítmica, permitindo que a linfa seja conduzida de forma progressiva. A pressão no local do edema deve ser exercido de forma suave e leve, entre 25 mmHg a 40 mmHg. (EMRICH, 2013).

Um estudo realizado por Spaggiari (2008) buscou analisar o efeito da DLM em gestantes durante a 28º semana de gravidez. O resultado, segundo o autor, foi satisfatório, pois houve redução significativa do edema, diminuição nos valores da PA e redução das dores. Piccinin et al. (2009) em seus estudos, observaram o quão eficaz é a DLM no período gestacional.

Fonseca et al. (2009) relataram que a DLM auxilia na retenção do líquido corporal, melhora a oxigenação dos músculos e diminui os inchaços

provenientes da gestação, além de ativar a circulação sanguínea, pois esta se torna mais lente devido ao aumento do volume de sangue.

De acordo com Borges (2010), após sessões de DLM, a gestante passa a estar mais ativa e disposta, havendo também diminuição de sinais e sintomas de desconforto. Após a redução do edema, o volume urinário pode aumentar significativamente.

A técnica em gestantes não deve ser aplicada na região do abdômen, pois devido a pressão exercida, pode ocorrer o aborto espontâneo. Outro cuidado é com a quantidade de vezes que a DLM pode ser aplicada durante a semana. O ideal é que seja feita de duas a três sessões semanais para que não sobrecarregue o sistema linfático da gestante. (SPAGGIARI, 2008). Em outro estudo, Silva e Brongholi (2006) obtiveram resultados satisfatórios. Na pesquisa realizada, através da DLM, duas gestantes relataram que se sentiram confortáveis e satisfeitas com o tratamento, visto que além da redução na retenção hídrica, houve melhora significativa no sono. As mesmas ainda relataram que puderam retornar com as suas atividades da vida diária e atividades profissionais.

Além de todos os benefícios já citados, a DLM auxilia na redução e prevenção de celulites durante a gestação, promove o relaxamento físico e mental, tem ação descongestionante, aumenta a diurese e a liberação de toxinas. (SILVA; MEJIA, 2013).

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Isso se deve pela pressão do útero sobre a veia cava inferior e as grandes veias pélvicas, o que promove um aumento de sangue nos membros inferiores, diminuindo o retorno do sangue venoso ao coração. Recomenda-se a posição em decúbito lateral (principalmente lado esquerdo), pois dessa forma evita a obstrução da veia cava inferior. (FONSECA et al., 2009).

A DLM é contraindicada para gestantes que fazem o uso de heparina, pois estas apresentam risco de trombocitopenia, fator que pode ser agravado com a técnica. Pessoas com tumores benignos e malignos, flebite, inflamação aguda, furúnculos, processos infecciosos e fragilidade capilar, não podem ser submetidos à técnica. (FONSECA et al., 2009).

CONCLUSÃO

A técnica de DLM surgiu a muitos anos atrás, e de lá pra cá houve

aprimoramento para que os seus efeitos se tornassem cada vem mais satisfatórios.

Comprovou-se por meio desse estudo que a DLM traz muitos benefícios às mulheres no período gravídico e que passa a ser recomendada pelos médicos a partir da vigésima semana de gestação.

Para tratamento de edema na gestação, a DLM é muito eficaz, pois reduz o líquido retido e melhora os desconfortos decorrentes desse problema.

Além de tratar o edema, constatou-se através dos estudos, que a DLM possui efeito relaxante, melhora o sono, melhora as atividades diárias das gestantes, promove redução da PA, entre outros benefícios.

______________________________________________________________________________________ BENEFITS OF MANUAL LYMPHATIC DRAINAGE IN EDESTORS IN EDEMA

TREATMENT: BIBLIOGRAPHIC APPROACH

ABSTRACT:Gestation is a period that brings great physical and psychological changes to the woman. Among

these changes is the formation of edema, which is caused by a lack of control in the lymphatic system. Edema often occurs in the lower limbs and causes a sensation of weight and sharp pain. Manual Lymphatic Drainage (DLM) is a method capable of reducing edema during pregnancy, in addition to providing other benefits, improving the quality of life of the woman during the pregnancy period. The purpose of this article was to describe the benefits of DLM during pregnancy. The methodology used is that of a literature review of a descriptive character, in which important descriptors were used, which facilitated the search for articles to compose the bibliographical structure of the work. In many studies, DLM has been shown to reduce edema, providing physiological control in the lymphatic system, thereby improving defense mechanisms and providing a change in the pregnant woman's daily quality of life.

KEYWORDS: Pregnant women; Edema; Lymphatic drainage; Lymphatic system.

REFERÊNCIA

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