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A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA AGRICULTURA ORGÂNICA 1. Palavras-chave: produção orgânica; biofertilizantes; extensão universitária; análise de solo.

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Academic year: 2021

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A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA AGRICULTURA ORGÂNICA1 Área Temática: Meio ambiente

Deonísia Martinichen (Coordenadora da Ação de Extensão)

Deonísia Martinichen2 Toni Elton Schinemann3 Eric de Paula Zaranski4 Eliza Montenegro5 Alexandre Pessoa6 Jéssica Franciele Santos7 Sandra Galbeiro8

Palavras-chave: produção orgânica; biofertilizantes; extensão universitária; análise de solo.

Resumo: O cotidiano do Engenheiro Agrônomo é constituído de diversas práticas em que o mesmo se insere. Na agricultura orgânica há vários métodos para otimizar a produção rural. Este trabalho objetiva sintetizar, através da experiência de uma equipe multidisciplinar do projeto de extensão universitária “Inclusão Digital em Associações de Produtores Rurais em Comunidades de Guarapuava/PR”, as áreas de atuação e práticas para resolução dos diversos problemas encontrados pelo produtor rural em seu dia a dia, bem como enumerar algumas das ferramentas que podem ser utilizadas no sistema de produção orgânica. O diálogo com o produtor acarreta no acúmulo de aprendizado e experiência de ambos os lados da extensão: da Universidade que leva o conhecimento, e da comunidade.

Introdução

A produção orgânica está ligada a não utilização de um sistema convencional, valorizando a preservação do ecossistema local, cuja produção traz benefícios à saúde humana e animal, e ao ambiente como um todo. Atualmente, a agricultura

1 Projeto financiado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – SETI. 2

Doutora. Docente do Departamento de Agronomia da UNICENTRO, campus Cedeteg. Email: dmartinichen@unicentro.br

3

Acadêmico do Curso de Agronomia da UNICENTRO, campus Cedeteg. Bolsista do projeto. 4

Graduado em História pela UNICENTRO e pós graduado em Educação do Campo. Bolsista egresso do projeto.

5

Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da UNICENTRO, campus Cedeteg. Bolsista do projeto.

6

Acadêmico do Curso de Comunicação Social – Jornalismo da UNICENTRO, campus Santa Cruz. Bolsista do projeto.

7

Bacharel em Agronomia pela UNICENTRO. Bolsista egressa do projeto. 8

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atrelada ao agronegócio é baseada principalmente na utilização de agrotóxicos e plantas melhoradas geneticamente, visando altas produtividades que muitas vezes levam à exigência do uso demasiado de defensivos agrícolas. Em contrapartida, a utilização de biofertilizantes na agricultura familiar é sinal de sustentabilidade ambiental, incluindo a preservação dos recursos não renováveis, buscando dentro da propriedade rural fontes de nutrientes para as culturas (PENTEADO, 2001).

O projeto de extensão rural universitária Inclusão Digital em Associações de Produtores Rurais em Comunidades de Guarapuava/PR foi um projeto que levou um ano para concretizar as suas ações de melhoria de qualidade de vida em áreas rurais do município. O foco maior deste projeto se deu em ministrar oficinas de informática básica para produtores rurais da região, a fim de ampliar o conhecimento dos produtores sobre o assunto. Os conteúdos sempre se pautaram no ensino de softwares como processadores de texto, planilhas e o uso da internet. Nas aulas, os conteúdos foram direcionados ao campo de produção rural. Outrossim, identificamos inclusive através de visitas às propriedades rurais que 100% das pessoas que praticam atividades agrícolas fazem a agricultura familiar, geralmente com menor utilização de terras, e com mão de obra local. Nesse contexto, os acadêmicos de Agronomia e Medicina Veterinária, integrantes do projeto, auxiliaram os produtores em questões primordiais acerca da rotina laboral do homem do campo, em seus mais diversos níveis.

A equipe identificou que existiam grandes dúvidas por parte das pessoas sobre a utilização de biofertilizantes, sobre quais produtos alternativos poderiam ser utilizados, e também é necessário enaltecer que muitos agricultores desconheciam o quão importante é a prática de análise de solo e os benefícios que podem ser obtidos através da correção adequada do mesmo, se possível de maneira sustentável (FERNANDES, 2008).

Outro problema identificado pelos proponentes do projeto esteve ligado ao controle de pragas e doenças existentes nas culturas produzidas. Dessa maneira a equipe demonstrou que há plantas potenciais, das quais podem ser obtidos extratos utilizados para o controle de pragas, assim como o uso de caldas fungicidas evidenciando, mais uma vez, a relevância da análise química do solo, como a mesma deve ser feita, bem como os motivos de seguir as recomendações explícitas neste documento. Pois somente a partir de uma análise correta do solo é possível fazer um diagnóstico correto e recomendações adequadas, visando maximizar a produtividade das culturas (LOPES e GUILHERME, 2004). Dessa forma é possível mitigar a utilização de agrotóxicos, produzindo alimentos mais saudáveis, já que o consumo em grande parte é subsistente, e não há nos produtores o sinal de que os mesmos visam à lucratividade, mas sim a qualidade de vida no campo.

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se deve conceber a extensão universitária. Respeitando as vontades e desejos daquele que foi contemplado com tal ação, buscando resolver, a partir dos conhecimentos científicos, as mazelas existentes nas áreas rurais, e claro, aprendendo na prática e com o auxílio do produtor rural, como se faz o trabalho de campo no campo. Para realização das atividades extensionistas, o projeto contou com a parceria de diversas instituições: o Colégio Estadual do Campo Professora Maria de Jesus Pacheco Guimarães, localizado no distrito de Guará; o Colégio Estadual Rural Benedito de Paula Louro, no distrito de Guairacá; a EMATER de Guarapuava, e a Secretaria de Agricultura do município.

Metodologia

O projeto Inclusão Digital em Associações de Produtores Rurais em Comunidades de Guarapuava/PR foi financiado pela SETI. A equipe que compôs o projeto foi totalmente multidisciplinar abrangendo pessoas recém-formadas em Ciências Humanas e Ciências Agrárias, além de acadêmicos dessas áreas. A intenção geral do projeto foi auxiliar os produtores rurais na gestão das propriedades a partir do uso do computador. Entretanto, o projeto não se limitou somente a isso. O conceito de gestão foi ampliado e, com o auxílio do conhecimento científico dos bolsistas, os agricultores puderam melhorar sua produção, e consequentemente sua renda. Podemos destacar algumas atividades desenvolvidas pelos acadêmicos bolsistas do projeto, cuja intenção, mesmo que secundária, era a de fornecer informações e conhecimentos acerca da produção rural. Atividades práticas como a confecção de um biofertilizante líquido, denominado “supermagro”; a coleta de amostras deformadas de solo para análise química, a fim de corrigir o solo de forma adequada. Também nos dias de oficina de informática, os acadêmicos realizaram, esporadicamente, algumas palestras nos colégios parceiros do projeto, onde ocorria a inclusão digital. Essas palestras foram formuladas a partir da necessidade de informar o produtor rural, naquilo que este se encontrava mais carente.

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pertencem à agricultura orgânica, favorecendo assim a qualidade de vida e assegurando a segurança alimentar dos produtores rurais.

Entre uma visita técnica e outra, os acadêmicos de Agronomia abordavam com os produtores rurais assuntos relacionados à função dos principais nutrientes de plantas utilizados na adubação, tanto no sistema orgânico quanto convencional. Os bolsistas ressaltaram quais são as fontes de nutrientes que podem ser utilizadas para o convencional ou o orgânico, como a utilização de adubos verdes, fosfatos naturais, ou até mesmo o próprio esterco dos animais. Durante as conversas com os produtores, nas várias visitas efetuadas, foram discutidos os critérios que devem ser analisados no momento da aquisição de um fertilizante ou corretivo de solo, como por exemplo, o percentual do nutriente na formulação do adubo ou o índice de PRNT (Poder reativo de neutralização total) do calcário. Como cada produtor tem um modo de trabalhar, uma disponibilidade de equipamentos e mão de obra desproporcionais um ao outro, não tendo a generalização de trabalho entre os mesmos, sempre se buscou adaptar os planos de manejo das culturas priorizando a conservação do solo, e o uso consciente de fertilizantes e defensivos.

É importante frisar que todas as atividades executadas pelos bolsistas acadêmicos de Agronomia e Medicina Veterinária tinham o respaldo da professora coordenadora do projeto. Também é necessário ressaltar que como se trata de profissionais em formação, os mesmos não estão habilitados a fornecer receituários ou qualquer tipo de orientação técnica. A prática de campo dos acadêmicos servia mais como oficinas e mediações das informações prestadas aos produtores rurais participantes do projeto, atuando como uma ponte entre as dúvidas desses beneficiários do projeto e os profissionais já habilitados na área, integrantes do projeto ou não. Um exemplo disso é que as propriedades acompanhadas recebiam orientações dos professores integrantes do projeto e de técnicos agrícolas a serviço da prefeitura municipal de Guarapuava, a qual, através da sua Secretaria de Agricultura, foi parceira do projeto em questão. Foram beneficiados mais de 30 produtores rurais, tanto da região do distrito de Guairacá, quanto do distrito de Guará.

Resultados e discussão

A partir das aplicações das orientações e planos de mediação dos proponentes do projeto, pode-se afirmar que com a aplicação de uma calda bordalesa ou sulfocálcica é possível prevenir uma grande quantidade de doenças fúngicas que são prejudiciais à produção e, que muitas vezes comprometem indiretamente a produção, por diminuição da área fotossintética. Diretamente, essas doenças podem afetar a qualidade nutricional dos alimentos e seu valor comercial que consequentemente podem causar grandes prejuízos econômicos ao produtor (FERNANDES, 2008).

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momento é o controle químico, que interfere aumentando a resistência de pragas a longo prazo se utilizadas inadequadamente. Em contrapartida, um defensivo orgânico tem o benefício de atuar no controle de pragas ou simplesmente como um repelente para as mesmas, além de valorizar a agricultura orgânica (SOUSA et al, 2012). Outro fator que pesa a favor de defensivos alternativos é o seu baixo custo em relação aos químicos.

Dentro da agricultura orgânica existe uma grande deficiência em fontes de nutrientes, principalmente os de via folhar. Sendo assim, a prática de confeccionar biofertilizantes, como é chamado de forma pejorativa o “supermagro”, dispõe de mais uma ferramenta que pode ser utilizada dentro de um modelo de produção orgânica, especialmente como uma fonte de micronutrientes. As vantagens da aplicação e confecção desse biofertilizante é que ele pode ser armazenado para ser aplicado ao longo do tempo, em diversas culturas tais como hortaliças, frutíferas, e até mesmo em cereais, sem qualquer tipo de contraindicação. Logicamente, respeitando o seu período de carência até o consumo (LOPEZ, 2013).

Além do supermagro e da utilização de defensivos, sem respaldo de dúvida o principal meio de atingir uma boa produtividade é através da correção adequada do solo. É imprescindível que o agricultor sempre faça análise química do solo para produção de qualquer gênero de plantas cultivadas. A partir dos resultados da análise de solo, é de fundamental importância que as correções sejam feitas de acordo com o que o documento especifica indiferente se o agricultor praticar agricultura orgânica ou convencional. Neste caso, o que muda são as fontes de nutrientes às quais o produtor terá que recorrer. É ideal que o produtor deve sempre buscar o auxílio de um profissional capacitado na área para que seja indicada a melhor opção a ser utilizada em cada local.

Os produtores atendidos pelo projeto, como mencionado anteriormente, adotam o sistema de produção orgânica, o mais indicado neste caso seria a utilização de adubações verdes, que devem ser manejadas com o intuito de fixação de nutrientes ao solo, assim como a utilização de esterco (EMBRAPA, 2008). A prática da calagem e a adubação fosfatada com fosfatos naturais também devem ser levadas em consideração e seguidas dependendo dos resultados obtidos nas análises de solo, pois todas as práticas citadas podem ser efetivadas na agricultura orgânica (PENTEADO, 2001).

Considerações Finais

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Referências

EMBRAPA. Circular Técnica no 65. Adubação no Sistema Orgânico de Hortaliças. Brasília: Julho de 2008.

FERNANDES, Maria do Carmo de Araujo; LEITE, Eliane Conde Barroso; MOREIRA, Viviane Ernandes. Defensivos Alternativos. Niterói: Programa Rural, 2008.

LOPES, Alfredo Scheid; GUILHERME, Luis Roberto Guimarães. Interpretação e Análise de Solo: conceitos e aplicações. Boletim Técnico no 2. Associação Nacional para Difusão de Adubos.

LOPEZ, Miguel Alfredo Ruiz. Comportamento Químico e Microbiológico no Biofertilizante Tipo Supermagro. Dissertação de Mestrado em Agronomia. Universidade de Brasília, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – Programa de Pós Graduação em Agronomia. Brasília: Março de 2013. Disponível

em: <

http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/13730/1/2013_MiguelAlfredoRuizLopez.pdf> Acessado em: 06/08/2014.

PENTEADO, Sérgio Roberto. Agricultura Orgânica: série produtor rural. Piracicaba: ESALQ, 2001. SOUSA, Marcia Ferreira de; SILVA, Larissa Vieira; BRITO, Maria Dias;

FURTADO, Daniela Cavalcanti de Medeiros. Tipos de Controle Alternativo de Pragas e Doenças nos Cultivos Orgânicos no Estado de Alagoas, Brasil. Revista Brasileira

Referências

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