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O software microsoft powerpoint na educação superior: percepções e alunos

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Academic year: 2017

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XÊNIA MARA HONÓRIO

O SOFTWARE MICROSOFT POWERPOINT NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: PERCEPÇÕES DE PROFESSORES E ALUNOS

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O SOFTWARE MS POWERPOINT NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: PERCEPÇÕES DE PROFESSORES E ALUNOS

Dissertação apresentada ao Programa de pós-graduação stricto sensu da Universidade Católica

de Brasília como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação, na área de Ensino-Aprendizagem.

Orientador: Professor Dr. José Florêncio Rodrigues Junior.

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ii

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iii

A Deus, autor da vida, que permitiu e me nutriu de forças e sabedoria para chegar até aqui.

Ao Prof. Florêncio, orientador deste trabalho, que com sua fé, paciência, compreensão e sabedoria acreditou em meu potencial e soube prestar orientações

valiosas a fim de que este trabalho fosse executado.

Aos Profs. Afonso Galvão e Gilberto Lacerda, por aceitarem o convite para participarem da banca examinadora e por suas sugestões na organização deste

trabalho.

Aos Diretores das Licenciaturas, Professores e Alunos da Universidade Católica de Brasília, que colaboraram e participaram na realização da pesquisa.

Aos meus filhos, que me deram forças e se abdicaram, por diversas vezes, de minha companhia.

Aos meus pais, que me deram força e apoio durante esta trajetória.

A Marcelo, companheiro de caminhada por vários anos, pelo apoio e por assumir, muitas vezes, além do seu papel, o papel de mãe durante este período.

A Sérvio Túlio, amigo incondicional, que sempre me apoiou e colaborou para que este trabalho fosse realizado.

A Elda, ajudante na organização do meu lar e parceira na educação de Pedro Vítor, ouvinte das minhas lamentações e amenizadora da minha ausência.

As amigas, Cristiane, Valéria, Raquel entre outras, que me apoiaram durante o desenvolvimento deste trabalho.

Aos colegas do mestrado, que de alguma forma contribuíram durante esta caminhada.

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iv

Você não pode ensinar nada a um homem; você pode apenas ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo.

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v

A presente pesquisa de natureza exploratório-descritiva objetivou investigar como o Microsoft PowerPoint tem sido utilizado por professores dos cursos de Licenciatura na condução de suas aulas no Ensino Superior. O estudo procurou identificar as percepções, concepções e expectativas de alunos e professores quanto ao emprego de tal recurso na condução das aulas; procurou também analisar como estas apresentações têm sido formatadas e como os conteúdos têm sido dispostos em seus slides e apresentados em sala de aula. Serviram de bússola teórica as concepções de Masetto e Moran (2000) e Barr e Tagg (1995), os quais advogam a necessidade de mudança de paradigma na educação formal; Sampaio e Leite (1999), as quais argumentam a favor da formação tecnológica do professor; finalmente se apoiou nas propostas de Polito (2003) e Tufte (2003), no tocante a instruções para construção de apresentações de slides. A investigação foi desenvolvida por meio de um estudo de caso institucional, e contou com a participação de 30 professores e 154 alunos dos cursos de licenciatura de uma universidade do Centro-Oeste. Para a coleta de dados foram empregados três instrumentos de pesquisa: questionário, entrevista e observação. Os resultados indicaram que o MS PowerPoint é visto por professores e alunos como um recurso audiovisual bastante útil nas salas de aula; porém, ele tem sido empregado, na maioria das vezes, apenas para auxiliar o professor no processo de exposição dos conteúdos de uma determinada disciplina.

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vi

The present exploratory-descriptive research aimed to investigate how the Microsoft PowerPoint (MPP) has been used by faculty of teacher preparation programs at the higher education level in conducting their classes. The study sought to identify perceptions, conceptions and expectations of students and faculty concerning the use of this tool in delivering classroom instruction; it also sought to analyze how these presentations have been formatted and its content displayed in slides and presented in the classrooms. Theoretical compass was provided by Masetto and Moran (2000) and Barr and Tagg (1995), who plead for a change in paradigm in formal education; Sampaio and Leite (1999), who argue for a technological equipping of the instructor; finally, the study relied theoretically on the prescriptions of Polito (2003) and Tufte (2003) concerning the construction and presentation of slides. The investigation was carried out by means of an institutional case study, having the participation of 30 faculty and 154 students of teacher preparation programs of a Middle-West Brazil university. Data collection was performed using three research instruments: a questionnaire, interviews and classroom observation. The results showed that MS PowerPoint is perceived by faculty as well as by students as a useful instrument; however, in many instances it has been used mainly as a support for the teacher in content presentation in his discipline.

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vii

LISTA DE ANEXOS viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE TABELAS x

Capítulo I. O PROBLEMA ... 01

Introdução Formulação da situação-problema Justificativa Objetivos 1. Objetivo geral 2. Objetivos específicos Referencial teórico Definição de termos Limitações do estudo Organização do estudo II. REVISÃO DA LITERATURA ...13

O Microsoft PowerPoint Apresentações geradas por computador Apresentações geradas pelo Microsoft PowerPoint Apresentações geradas por computador aumentam a motivação e o interesse de estudantes? Apresentações geradas por computador aumentam o desempenho dos estudantes? III. METODOLOGIA...26

Modelo do estudo Seleção do local Seleção dos sujeitos Instrumentos de coleta de dados Coleta dos dados Tratamento dos dados IV. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS... 36

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... ... 89

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viii

Anexo Página

Anexo 1 - modelo da primeira carta enviada aos diretores dos cursos

de licenciatura... 95

Anexo 2 - modelo da segunda carta enviada aos diretores dos cursos de licenciatura ...97

Anexo 3 - modelo da carta enviada aos professores, anexa ao questionário ...99

Anexo 4 - modelo da carta entregue aos alunos, anexa ao questionário...101

Anexo 5 - modelo de questionário aplicado aos professores...103

Anexo 6 - modelo do questionário aplicado aos alunos...109

Anexo 7 - modelo de entrevista aplicada aos professores...113

Anexo 8 - modelo de entrevista aplicada aos alunos...115

Anexo 9 - modelo de lista de verificação utilizada durante a observação...117

Anexo 10 - tabulação dos resultados das entrevistas realizadas com os professores...119

Anexo 11 - tabulação dos resultados das entrevistas realizadas com os alunos...123

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ix

Figura Página

Figura 1.1 – Imagem inserida em slide de PowerPoint com alta definição de

detalhes... 42

Figura 1.2 - Imagem inserida em slide de PowerPoint com baixa definição de detalhes... 43

Figura 1.3 – Slide de PowerPoint sobrecarregado de texto... 43

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x

Tabela 1.1 - Percepções de vantagens obtidas por meio do questionário...37

Tabela 1.2 - Percepções de vantagens obtidas por meio da entrevista...39

Tabela 1.3 - Sumário das vantagens percebidas pelos professores por meio

dos três instrumentos de pesquisa...46

Tabela 1.4 - Percepções de desvantagens obtidas por meio do questionário...46

Tabela 1.5 - Percepções de desvantagens obtidas por meio da entrevista...47

Tabela 1.6 – Ordem de importância atribuída pelos docentes a três aspectos

do PowerPoint obtidas por meio do questionário...49

Tabela 1.7 – Percepções dos professores sobre suas condutas em aulas

com auxílio de PowerPoint (incidentes positivos)...49

Tabela 1.8 – Percepções dos professores sobre suas condutas em aulas

com auxílio de PowerPoint (incidentes negativos)...50

Tabela 1.9 – Condutas dos professores em aulas com PowerPoint obtidas por meio de observação...50

Tabela 1.10 – Percepções dos professores sobre os objetos que os alunos

gostam ou não em uma apresentação de PowerPoint...51

Tabela 1.11 – Percepções sobre a participação dos alunos em aulas

com PowerPoint obtidas no questionário...52

Tabela 1.12 – Percepções sobre a participação dos alunos em aulas

com PowerPoint obtidas na entrevista (incidentes positivos)...53

Tabela 1.13 – Percepções sobre a participação dos alunos em aulas com

PowerPoint obtidas na entrevista (incidentes negativos)...53

Tabela 1.14 – Participação dos alunos em aula com PowerPoint obtida por meio de observação...54

Tabela 1.15 – Percepções de professores sobre a aprendizagem dos alunos

obtidas por meio de questionário...55

Tabela 1.16 – Percepções sobre o nível de dispersão dos alunos obtidas por

(12)

xi

Tabela 1.18 – Percepções de professores sobre o nível de dispersão dos alunos em aulas com PowerPoint obtidas por meio de entrevista (incidentes negativos)...57

Tabela 1.19 – Nível de dispersão dos alunos obtida por meio de observação ...57

Tabela 1.20 – Percepções de professores sobre envolvimento dos alunos em aulas nas quais se utiliza o PowerPoint obtidas por meio de

questionário...58

Tabela 1.21 – Percepções de professores sobre o comportamento dos alunos

obtidas por meio de questionário...59

Tabela 2.1 - Percepções de alunos sobre o número de professores que

ministram aulas com PowerPoint...60

Tabela 2.2 – Percepções de alunos sobre a freqüência de aulas com PowerPoint..61

Tabela 2.3 - Percepções de alunos sobre vantagens do PowerPoint obtidas por meio do questionário...61

Tabela 2.4 - Percepções de alunos sobre vantagens do MS PowerPoint obtidas por meio da entrevista...62

Tabela 2.5 - Percepções de insatisfações com relação ao PowerPoint obtidas

por meio de questionário...64

Tabela 2.6 - Percepções de insatisfações com relação ao PowerPoint obtidas

por meio de entrevista...65

Tabela 2.7 – Causas de insatisfações de alunos com relação à conduta do professor durante uma aula com PowerPoint obtidas por meio

de entrevista...66

Tabela 2.8 – Ordem de importância atribuída pelos discentes a três aspectos

do PowerPoint...66

Tabela 2.9 – Percepções dos alunos sobre condutas de seus professores

(incidentes positivos)...67

Tabela 2.10 – Percepções dos alunos sobre condutas de seus professores

(incidentes negativos)...68

Tabela 2.11 – Procedimentos adotados pelos professores em aulas com

(13)

xii

Tabela 2.13 – Percepções sobre expectativas centradas no aluno em aulas

com PowerPoint obtidas por meio de questionário...70

Tabela 2.14 – Percepções sobre expectativas centradas no professor em aulas com PowerPoint obtidas por meio de entrevista...70

Tabela 2.15 – Percepções dos alunos sobre os objetos de que gostam ou não em uma apresentação de PowerPoint obtidas por meio de

questionário...72

Tabela 2.16 – Percepções dos alunos sobre suas participações em aulas com

PowerPoint obtidas por meio de questionário...73

Tabela 2.17 – Percepções dos alunos sobre suas participações em aulas com

PowerPoint obtidas por meio da entrevista (incidentes positivos)...73

Tabela 2.18 – Percepções dos alunos sobre suas participações em aulas com

PowerPoint obtidas por meio da entrevista (incidentes negativos)....74

Tabela 2.19 – Participação dos alunos em aulas com PowerPoint obtida por

meio de observação...74

Tabela 2.20 – Percepções dos alunos sobre seu nível de dispersão em aulas

com PowerPoint obtidas por meio de questionário...75

Tabela 2.21 – Percepções sobre o nível de dispersão dos alunos durante uma

aula com PowerPoint obtida por meio de observação...76

Tabela 2.22– Percepções dos alunos sobre seus envolvimentos em aulas

com PowerPoint obtidas por meio de questionário...77

Tabela 2.23 – Percepções dos alunos sobre seus comportamentos em aulas

com PowerPoint obtidas por meio de questionário...78

Tabela 3.1 – Expectativas centradas no professor obtidas por meio de

questionário...79

Tabela 3.2 – Expectativas centradas no aluno obtidas por meio de questionário...80

Tabela 3.3 – Expectativas centradas no professor e aluno obtidas por meio

de entrevista...80

Tabela 4.1 – Expectativas dos alunos em relação à utilização do PowerPoint

por seus professores obtidas por meio de questionário...82

Tabela 4.2 – Expectativas dos alunos em relação à utilização do PowerPoint

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CAPÍTULO I

O PROBLEMA

Introdução

Durante boa parte da história humana, a maioria das interações sociais realizou-se face a face. Os indivíduos se relacionavam entre si principalmente na aproximação e no intercâmbio de formas simbólicas. As tradições dependiam, para sobreviver, de um processo contínuo, através de histórias contadas em contextos de interação face a face. Com o desenvolvimento da tecnologia e o uso cada vez mais generalizado dos recursos audiovisuais criaram-se novas formas de ação e de interação e novos tipos de relacionamentos sociais.

Essas tecnologias, cada vez mais, passam a fazer parte de vários aspectos da vida cotidiana das pessoas, inclusive do processo educacional. No entanto, a introdução das novas tecnologias nas instituições de ensino provocou e ainda provoca questionamentos do tipo: o que realmente o professor precisa saber a respeito dessas novas tecnologias? Por quê? Para quê? São dúvidas e receios legítimos, pois esse instrumental não fez parte de sua experiência escolar nem, muitas vezes, foi vivenciado durante o seu processo de formação docente.

A inserção das novas tecnologias na educação formal, de certa forma, pressiona as instituições de ensino a mudarem. Com isto se quer dizer que as exigências educacionais de nossa época devem levar educadores a repensar sua prática pedagógica. Paulo Freire (1980), Libâneo (2001), Barr e Tagg (1995), Masetto e Moran (2000), entre outros, advogam que as instituições de ensino precisam deixar de ser meramente agências transmissoras de informações, visto que este papel não mais corresponde às necessidades da sociedade de hoje. Dessa forma, o ambiente educativo deve transformar-se em espaço de análises críticas e produção da informação, onde o conhecimento possibilita a atribuição de significados àquelas informações.

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novas tecnologias, principalmente devido ao excesso e à dispersão das informações hoje disponíveis (BELLONI, 1999). Por isso, torna-se fundamental a preocupação com a formação dos educadores de todos os níveis de ensino, principalmente os que hoje atuam no ensino superior, visto que estes estão preparando profissionais para atuar no mercado de trabalho. Pessoas que precisam ter capacidade para encontrar informações úteis e válidas, que sejam capazes de processar estas informações, combiná-las com outras informações e, assim, construir novos conhecimentos, que dêem respostas novas a problemas novos, num processo de aprendizagem contínua (FONSECA, 2002). Dessa forma, o foco da educação desloca-se do ensino para a aprendizagem. Esse será talvez o maior desafio a ser enfrentado por educadores, alunos e principalmente pelo sistema educacional.

As novas tecnologias, quando bem empregadas, podem ter um impacto muito significativo na construção da aprendizagem, nas mais diversas áreas, uma vez que podem favorecer o desenvolvimento nos alunos, e também nos professores, de atitudes mais críticas e uma visão mais ampla sobre os conteúdos trabalhados (MASETTO, 2000). Mas, para que isso seja possível, necessita-se de profissionais da educação que, além de possuir certo domínio dessas tecnologias, sejam capazes de reconhecer seus potenciais e incorporá-las ao processo de aprendizagem (SAMPAIO e LEITE, 1999). Mais que uma expectativa, o que se tem é um verdadeiro desafio para os professores e também para as instituições de ensino superior.

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um discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola, e termina com o uso limitado e ganhos educacionais modestos (CYSNEIROS, 1998).

Dessa forma, Sampaio e Leite (1999) enumeram algumas competências que devem ser consideradas no processo de formação do profissional da educação para que se modifique esta realidade: a) Aprender usando as novas tecnologias; b) Identificar as potencialidades e limitações de cada tecnologia; c) Ser capaz de criar ambientes que favoreçam a autonomia e aprendizagem dos alunos. Sendo assim, para que o professor consiga fazer uso destas tecnologias em sua prática pedagógica, de forma a estimular a aprendizagem dos seus alunos deve, em primeiro lugar, aprender a utilizá-las em seu cotidiano: para pesquisas, comunicação, planejamento de suas aulas, entre outros fins. Em segundo lugar, deve refletir criticamente sobre suas potencialidades e limitações, ou seja, identificar o papel destes instrumentos no processo de aprendizagem, para só depois incorporá-los à sua prática pedagógica.

De acordo com essa concepção, o ideal seria que os cursos de formação de docentes em qualquer nível e, particularmente, para o ensino superior, nas diversas áreas, se constituíssem no locus natural para a apreensão, compreensão e prática dos conhecimentos sobre o emprego das novas tecnologias no processo de aprendizagem. Tricate (2001) acrescenta que deve haver sempre um elo entre teoria, prática e vivência desses recursos tecnológicos por alunos e por seus formadores.

Percebe-se que o debate sobre a importância da formação de professores da graduação para o uso das novas tecnologias - especialmente o computador e a internet - nas suas aulas, está, a cada dia, ganhando ênfase no país. Entretanto, ainda são poucas as iniciativas das instituições formadoras, desses profissionais, no sentido de implantarem projetos consistentes e coerentes com as diretrizes curriculares para a formação tecnológica de professores.

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formação crítica, do professor, em relação a estes recursos. Além disso, essas capacitações, normalmente, ocorrem sem a oportunidade de prática em situação real. O que, certamente, não possibilitará ao professor adquirir conhecimentos e vivências suficientes a fim de que possa transpor suas experiências para sua prática docente.

Independentemente dessa perspectiva, as instituições de ensino superior que se sentem pressionadas a mudar, também pressionam seus educadores para que utilizem, cada vez mais, recursos tecnológicos em suas aulas. Esta realidade, muitas vezes, leva à disseminação do juízo de que o bom professor é aquele que utiliza tecnologias de última geração, principalmente computador, datashow e Internet, em sua prática pedagógica. Este pensamento, muitas vezes acrítico, tem levado docentes a empregar os instrumentos tecnológicos, sem o devido conhecimento quanto ao seu potencial e limitações pedagógicas, apenas por pressão ou modismo (SAMPAIO e LEITE, 1999).

Formulação da situação-problema

Dentre as várias novas tecnologias utilizadas com finalidades educacionais, uma que tem sido utilizada com bastante amplitude é a apresentação de slides desenvolvida no software MS PowerPoint, pois é fácil de ser construída, pode ser elaborada por qualquer pessoa que tenha conhecimentos básicos de informática e em curto espaço de tempo. Entretanto, segundo Polito (2003), se slides forem construídos sem critério e usados de maneira inadequada, poderão favorecer para que uma apresentação seja um verdadeiro fracasso. Isso é o que, muitas vezes, se observa nas aulas do ensino superior, o professor utilizando esse recurso devido à grande facilidade de elaboração, porém de forma precária, visto que não adquiriu competências e conhecimentos suficientes para a incorporação dessa tecnologia à suas aulas.

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(texto, gráfico, som, vídeo e animação), proporcionando o acesso às informações de uma forma associativa e não linear.

Em vista da problemática exposta, questionou-se: Como as apresentações eletrônicas, desenvolvidas no software MS PowerPoint, têm sido usadas na prática pedagógica de professores do Ensino Superior?

Desse modo também foi importante investigar:

Quais percepções o professor de ensino superior tem acerca do emprego do software MS PowerPoint em sua prática pedagógica?

Quais expectativas esse professor tem quanto à utilização desse software na condução de suas aulas?

Quais percepções o aluno do ensino superior tem sobre a utilização do software MS PowerPoint por seus professores?

Quais expectativas esse aluno tem quanto à utilização desse software por seus professores?

Como são construídas e conduzidas as apresentações de PowerPoint utilizadas nas aulas de Ensino Superior?

Justificativa

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Sabe-se que o software MS PowerPoint é utilizado em todo o mundo para a condução de palestras, seminários e aulas. No Brasil, e especificamente nas aulas do ensino superior, nota-se que este programa é utilizado em grande escala, entretanto pesquisas sobre sua influência no processo de ensino e aprendizagem ainda são ingênuas ou inexistentes no país. E, fora do Brasil poucas são as investigações sobre este assunto. Alem do mais, não se encontrou nenhum estudo brasileiro que tivesse como foco identificar se as apresentações geradas por computador são utilizadas para facilitar o processo de construção da aprendizagem ou simplesmente para transmitir informações.

Dessa forma, a presente investigação pode servir de subsídio aos professores das instituições universitárias que necessitam fazer uso competente das apresentações multimídias, principalmente àqueles que utilizam o software MS PowerPoint. Além dos professores individualmente, esta investigação pode ser útil às instituições que desejam oferecer um ensino de qualidade, particularmente àquelas instituições formadoras de docentes, visto que se constituem no lócus natural para a apreensão, prática e divulgação dos conhecimentos sobre o emprego das tecnologias educacionais na área de ensino-aprendizagem. Dentro dessa perspectiva, a presente investigação pareceu ser oportuna e relevante, podendo contribuir, com outros estudos, pesquisas e debates para que possam mudar o quadro da realidade social.

Objetivos

1. Objetivo geral

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2. Objetivos específicos

- Identificar percepções de professores de Ensino Superior em relação à

utilização do software MS PowerPoint na condução de suas aulas.

- Identificar expectativas dos professores de Ensino Superior quanto à utilização do software MS PowerPoint na condução de suas aulas.

- Identificar percepções de alunos de Ensino Superior sobre a utilização do software PowerPoint por seus professores na condução de suas aulas.

- Identificar expectativas de alunos de Ensino Superior sobre a utilização do software PowerPoint por seus professores na condução de suas aulas.

- Verificar como são construídas as apresentações de PowerPoint utilizadas nas aulas de Ensino Superior?

Referencial teórico

Pensar atualmente a educação e sua função a partir do pressuposto da transmissão de conhecimentos socialmente elaborados não parece resistir às novas tecnologias de transmissão de dados e informação, tais como a rede Internet. O crescente número de softwares, mesmo sem um caráter marcadamente educativo, como o MS PowerPoint, têm proporcionado um acesso mais rápido, lúdico e variado às informações, provocando uma atração maior por parte de estudantes e fazendo com que professores tenham que repensar sua prática educativa.

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sensibilidade e da subjetividade de seus alunos como se eles ainda se encontrassem antes da Revolução Industrial.

Assim a categoria teórica que deu suporte a este estudo foi a anteposição entre dois paradigmas educacionais: o paradigma do “ensinar” e o paradigma do “aprender”. Essa anteposição vem sendo trazida ao cenário de discussões sobre a aprendizagem e instrução por autores como Barr e Tagg (1995) e Masetto e Moran (2000), os quais chamam a atenção para a necessidade de deslocamento do modelo “fornecer informações” para o modelo “produzir informações”. Visto que este modelo clássico do “ensinar” não responde mais à quantidade de informações que atualmente invadem e saturam a sociedade.

A pesquisa também se apoiou nos postulados de Sampaio e Leite (1999), uma vez que tratam da alfabetização tecnológica do professor para a interpretação e ação crítica junto às novas tecnologias. Só por meio do conhecimento das tecnologias existentes no ambiente educacional, e principalmente através do contato com elas e da análise crítica de sua utilização e de suas linguagens que o professor será capaz de utilizá-las pedagogicamente. O docente precisa entender que a tecnologia apresenta-se como meio, como ferramenta para auxiliar no processo de aprendizagem.

Finalmente, a investigação se embasou nos posicionamentos de Polito (2003) e Tufte (2003) sobre a construção e formatação de apresentações eletrônicas. Os recursos audiovisuais se constituem em poderosa e eficiente ferramenta para o sucesso de uma apresentação, no entanto para que cumpram esse papel com sucesso precisam ser elaborados e utilizados com certos critérios. O recurso visual jamais poderá ofuscar a pessoa que o está utilizando. Essas tecnologias devem ser usadas em função dos objetivos a que se propõe que no caso são de aprendizagem, elas devem ser escolhidas de acordo com o que se pretende que os alunos aprendam.

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de experiências, os debates de dúvidas, os questionamentos, entre outros (MASETTO, 2000). Abordagens que se fundem na aquisição de habilidades, na adaptação às mudanças, na descoberta de significados nos seres, fatos e acontecimentos (ABREU e MASETTO, 1990). Entretanto, não significa substituir os elementos do paradigma velho pelos elementos do paradigma novo, pois neste novo modelo de educação há lugar para muitos elementos do modelo anterior (BARR e TAGG, 1995).

Esta mudança de paradigma requer por parte do professor, um esforço no sentido de refletir sobre o que se deseja que o aluno aprenda, buscando ajudá-lo a construir o conhecimento, procurando criar condições para que a aprendizagem realmente aconteça. Dentro dessas condições o aprendiz será capaz de organizar sua estrutura cognitiva, de forma que conseguirá relacionar as novas informações aos seus conhecimentos prévios, de forma significativa, e aplicá-los na resolução de novos problemas.

Definição de termos

Quatro termos recorrentemente empregados neste trabalho necessitam de explicitação. Nesta sessão eles são apresentados em seus fundamentos com vistas a dar-lhes contornos precisos e entendimento unívoco. São eles: expectativa, multimídia, PowerPoint e percepção.

Expectativa

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Neste estudo, expectativa abrange tanto cognição (crença) como afetividade (avaliação) com referência a apresentações de MS PowerPoint em sala de aula. Explicitando, procura-se verificar que crenças e avaliações professores e estudantes têm e fazem com relação ao emprego daquele recurso na instrução.

Microsoft PowerPoint

O Microsoft PowerPoint é um dos programas que fazem parte do pacote Office da Microsoft, destina-se a apresentações gráficas dinâmicas com recursos de multimídia, como sons, filmes e figuras (GENNARI, 1999). É uma aplicação que permite o design de apresentações, sejam estas com texto ou gráficas. Tem um vasto conjunto de ferramentas, nomeadamente a inserção de som, imagens, efeitos automáticos e formatação de vários elementos.

É uma ferramenta para fazer apresentações em vídeo ou telão, slides e

transparências. Possui perfeita interação com qualquer aplicativo para Windows. Com o programa é possível organizar, ilustrar e expor idéias de maneira fácil e profissional, seja em uma reunião de negócios, palestra ou em aulas (OLIVEIRA, 2004). Nesta investigação, o estudo se focou no seu emprego por professores nas aulas do ensino superior.

Multimídia

Multimídia é mais que um meio de comunicação, veiculado por meio de uma apresentação de slides, de um programa, de um site da Internet etc. É normalmente empregada para a combinação de texto, som e vídeo (GENNARI, 1999). Integram-se a esIntegram-se conjunto imagens, luz, hipertextos e movimentos (MASETTO, 2000).

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tempo etc.) e vídeo (utilizado para mostrar coisas que se movem) na representação de dados.

Percepção

Este termo tem raízes fincadas em dois territórios do conhecimento: a Filosofia e a Psicologia (ABBAGNANO, 1982). No âmbito da Psicologia a percepção é entendida como organização de informação oriunda dos sentidos. É com esse contorno que a define Wagemans: “aquisição de informação acerca do ambiente por meio dos sentidos” (1995, p. 4376). A abordagem psicológica da percepção tem

dado ênfase ao sentido da visão e distingue o olhar do ver, sendo este último

caracterizado por impressões finas na retina.

A Filosofia lida com a percepção com três entendimentos: o geral, o restrito e o técnico (ABBAGNANO, 1982). O sentido geral de percepção é de qualquer atividade destinada a conhecer; o sentido restrito vincula a percepção a um objeto real e no sentido técnico percepção é entendida como uma operação determinada do homem em suas relações com o meio ambiente.

A pesquisa educacional inclina-se a tratar a percepção com conotação mais próxima daquela da Filosofia. Assim, Onwuegbuzie e colaboradores (2007) a utilizam como objeto de estudo, focalizando percepções de estudantes universitários sobre características de docentes eficientes.

(25)

Limitações do estudo

A realização do presente estudo foi acometida por algumas dificuldades. A primeira delas diz respeito escassez de literatura, uma vez que não foi encontrada pesquisa significativa sobre a aplicação do software MS PowerPoint na educação formal no Brasil. O que se encontrou foram apenas alguns artigos superficiais de jornais e/ou revistas. A literatura que deu embasamento teórico para o estudo foi toda retirada de bases de dados internacionais.

A segunda dificuldade está relacionada à pequena amostra de professores selecionados para a pesquisa de campo. Este fato ocorreu devido ao tempo disponibilizado para a realização da investigação, visto que se deu início a pesquisa em outubro de 2006, pouco tempo antes do final do semestre. A investigação ficou ainda mais prejudicada porque poucos professores, neste período, utilizaram do recurso PowerPoint para ministrar aulas, uma vez que muitos já estavam finalizando seus conteúdos do semestre.

Organização do Estudo

(26)

CAPÍTULO II

REVISÃO DA LITERATURA

O presente capítulo busca primeiramente apresentar algumas opiniões de escritores e teorias sobre o emprego do MS PowerPoint no atual cenário educacional. Posteriormente se detém sobre estudos e pesquisas relativos à utilização deste software de apresentação por professores em sala de aula. Foram consultadas bases de dados nacionais como IBICT, Portal da CAPES, as bibliotecas digitais de universidades brasileiras (Unicamp, USP, UFRGS, UFG, UFSC, UFRJ, UNB, UCB, dentre outras). Também foi utilizado o site de busca http://scholar.google.com.br para a localização de artigos e periódicos relacionados ao tema abordado. Escassos estudos sobre esta temática foram encontrados, todos desenvolvidos fora do Brasil e compreendidos entre 1990 e 2000.

Neste capítulo, trata-se de cinco tópicos relacionados com o tema central do estudo, ou seja, a função do MS PowerPoint no processo de ensino e aprendizagem. Esses tópicos são os que seguem: (a) o software MS PowerPoint, no qual se apresentam críticas de escritores e pesquisadores sobre o emprego do programa no processo de educação formal; (b) apresentações geradas por computador, no qual se examina o papel da informática nas apresentações com foco no ensino; (c) apresentações geradas pelo software MS PowerPoint, detendo-se em particular nesse aplicativo e seu uso no ensino; (d) apresentações geradas por computador aumentam a motivação e o interesse de estudantes? Como o título antecipa, investiga a literatura atinente ao papel das apresentações geradas por computador na motivação e interesse dos estudantes e (e) apresentações geradas por computador aumentam o desempenho dos estudantes? Que examina a literatura sobre efeitos de apresentações apoiadas no computador sobre a aprendizagem cognitiva.

O Microsoft PowerPoint

(27)

uma técnica “multimidiática e hipermidiática” (MASETTO, 2000, p. 162), que integra além de imagens, sons, luz, textos e movimentos, pesquisas por meio de buscas em links já estruturados para o conteúdo nos próprios slides ou com possibilidades de acesso à Internet.

A possibilidade de elaborar slides com efeitos especiais melhora as apresentações projetadas por meio de data show. O uso do programa facilita o trabalho do apresentador, uma vez que chama a atenção do público devido à mudança de cor, de imagens, esmaecimento dos tópicos anteriores, inserção de figuras aos diálogos, observações na própria apresentação entre outras coisas. Esses recursos por serem apresentados de forma integrada disponibilizam ao mesmo tempo informações e orientações para os trabalhos.

Vale ressaltar que as apresentações de slides não nasceram com o MS PowerPoint, já que sua primeira versão no mercado data de 1990, quando foi lançado o pacote Microsoft Office (MICROSOFT, 2007). Muito antes, seja usando transparências (com retroprojetor) ou slides fotográficos, o modelo “slideware” já reinava no mundo das apresentações de negócios. Este programa também não é obviamente a única ferramenta voltada para esse tipo de aplicação, mas com certeza é a mais difundida no âmbito de empresas, e mais recentemente, no ambiente educacional, principalmente nas salas de aula do ensino superior.

(28)

Porém, é importante ressaltar que, antes de qualquer coisa, é preciso que o educador defina qual papel didático ele tenciona imprimir à apresentação. Além de transmitir uma mensagem, outros papéis podem ser igualmente desempenhados pelos recursos didáticos no ensino-aprendizagem (CARNEIRO, 1993). Caso o educador não tenha em mente qual o objetivo deseja alcançar, uma apresentação poderá levar o aluno à perda de interesse pelo assunto que está em foco. Esse é um dos fatores que levam escritores a se contraporem ao uso de apresentações de slides. Varella (2006) descreve em matéria publicada no jornal Folha de São Paulo que as apresentações de slides são insossas e impessoais, que transformam mestres inspirados em expositores sem imaginação. Esta crítica de certa forma induz o leitor a acreditar que a ferramenta PowerPoint é capaz de transformar grandes educadores em meros apresentadores de slides. Esta posição é contraposta por Levy (1998), Almeida (1998) e Masetto (2000) quando enfatizam que a tecnologia tem um valor relativo, ou seja, ela não é boa nem ruim, a maneira como ela é usada é que definirá as conseqüências de seu emprego, estas poderão ser positivas ou negativas.

Aquino (2006) apregoa que a ascensão da ‘pedagogia PowerPoint’ é prova material da lenta agonia do ofício de ensinar. “A lousa preparada de véspera é a senha de passagem para um mundo marcado pelo esvaziamento e pela mistificação da palavra” diz ele (p. 62). Enquanto telas impecáveis são projetadas, o apresentador repete literalmente o que está disposto na tela de projeção, acompanhado pela platéia, que se restringe a fazer o mesmo. Essa escolha é conseqüência e causa de uma drástica redução das formas narrativas em oposição à incerteza e aos erros dos que outrora falavam pela própria boca. Na verdade, o que hoje ocorre é que se procura “despojar de tudo aquilo que soe antiquado, inoperante, ultrapassado [...]” para provar sua afiliação às novidades pedagógicas (op. cit. p. 62).

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sentido para a maioria de um grupo de aprendizes” (op. cit. p. 7). Ele diz que essas tecnologias amplificam a capacidade expositiva do professor, mas reduzem a posição relativa do aluno ou aluna na situação de aprendizagem.

Melo (2006) diz que a educação superior pode se beneficiar muito com o uso das novas tecnologias para o aprimoramento do processo ensino-aprendizagem, incluindo aí o recurso data show, entretanto ele diz que a utilização de tal artefato na educação merece questionamentos, uma vez que o uso do recurso ao mesmo tempo em que representa modernidade, pode causar transtorno na relação professor x aluno. Ele diz que está vendo surgir a cada dia um novo tipo de docente, o que ele chama de “Professor data show”, aquele professor que não ministra mais aulas sem o equipamento. O mau uso desse equipamento em sala de aula tem causado um enorme prejuízo didático aos alunos, visto que o professor, muitas vezes, quando utiliza tal recurso tem adotado o papel de transmissor de informações, de repassador de conteúdos, e seu papel em sala de aula não se restringe a isso, é muito mais amplo.

A partir das colocações citadas, percebe-se que as incursões sobre a utilização do software Ms PowerPoint no processo de ensino aprendizagem no Brasil são apenas opinativas e portanto superficiais, mesmo no cenário mundial ainda são escassas. No Brasil, o único estudo que se teve acesso foi desenvolvido por Tajra (2006), nos meses de setembro e outubro de 1999, na instituição social – FUNDHAS – Fundação de Atendimento à Criança e ao Adolescente “Hélio Augusto de Souza” situada na cidade de São José dos Campos/SP. A investigação teve como objetivo analisar a possibilidade de aplicação de módulos de conteúdos desenvolvidos no software Ms PowerPoint, disponibilizados no ambiente AulaNet da PUC-RJ, para a multiplicação de aprendizagem presencial.

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sintam que estão trilhando o caminho correto e, para que se sintam motivados. Enfim, o resultado da utilização destes instrumentos é dependente das pessoas envolvidas no processo de aprendizagem: professores e alunos, e não apenas do recurso tecnológico.

Conforme Masetto (2000), as apresentações de PowerPoint devem ser usadas para apresentar os conteúdos de forma sucinta, mas também para aumentar o envolvimento dos alunos. Devem ser preparados questionamentos, desafios e inseri-los na apresentação. É possível também deixar espaços na apresentação para as intervenções dos alunos, criando cenários para reflexões, discussões e debates em sala de aula. Se a apresentação for projetada apropriadamente poderá até conter um espaço para que os alunos influenciem nos resultados da apresentação.

Apresentações geradas por computador

Uma das primeiras pesquisas efetivas sobre apresentações geradas por computador aconteceu em 1990, antes de ser criado um software de apresentação multimídia para o ambiente educacional. A investigação aconteceu na University of Minnesota e foi nomeado “Enhancing lecture presentations in introdutory Biology with computer-based multimedia” (FIFIELD E PEIFER, 1994).Como ainda não havia um software de apresentação fácil de usar, os pesquisadores criaram um. O

software desenvolvido foi chamado de MacPresentsTM, Multimedia Presentation

Manager (MPM). O programa incorporava textos, arquivos de imagens, animações e

filmes.

Estudos realizados por Fifield e Peifer (1994) demonstravam que o uso de ilustrações em apresentações orais aumentava a motivação e interesse de estudantes. Tendo isso como base, eles decidiram incorporar a mesma idéia nas apresentações geradas por computador.

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positiva em relação ao sistema multimídia. Por meio dos comentários dos estudantes, sobre as animações e ilustrações baseadas em computador, foi possível identificar que eles acharam que elas foram úteis para o entendimento do material e que lhes despertou interesse. Uma resposta de um estudante em particular durante a coleta de dados incluiu o seguinte comentário: “Me fez ficar mais interessado no material. Eu disse às pessoas sobre isso. Meu amigo está pegando as aulas por

causa disso” (p. 239). Assim, Fifield e Peifer concluíram, por meio dos resultados

dos exames e comentários dos alunos, que a multimídia baseada em computador aumenta o interesse e entendimento por um assunto, eleva o nível cognitivo e as técnicas de pensamento dos estudantes.

Outra investigação, publicada por Beets e Lobingier (2001), objetivou estudar sobre o desempenho e preferência dos estudantes em relação a determinadas técnicas pedagógicas. Nesta investigação, três técnicas pedagógicas diferentes foram usadas em uma classe de Introdução à Contabilidade. O estudo examinou aulas de discussão facilitadas por quadro e giz, um retro projetor com transparências preto e branco e apresentações projetadas por computador contendo textos multicoloridos e gráficos. Após um terço do semestre, um exame foi administrado. Então, as técnicas foram revezadas até passar mais dois terços do semestre, e outro exame foi aplicado. As técnicas foram revezadas novamente e um exame final foi aplicado já no fim do curso. Testes diários também foram administrados. Os estudantes também completaram um questionário alguns dias antes do exame final.

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Esse resultado não surpreendeu os pesquisadores, embora se esperasse um resultado diferente. Outros estudos em que se utilizaram filmes preto-e-branco versus filmes a cor tiveram resultado semelhante: ou seja, os alunos gostam mais do a cor, porém a aprendizagem resultante dos dois formatos se equivale.

Apresentações geradas pelo software MS PowerPoint

Mantei (2000) realizou uma pesquisa experimental conduzida em Southwest Missouri State University, durante o período de 1992 a 1998. A pesquisa objetivou

comparar o desempenho dos estudantes em aulas de Geologia Física usando o método tradicional de apresentação e aulas com slides de PowerPoint com o uso da Internet. No ambiente tradicional, o material foi apresentado usando quadro de giz e transparências. Mantei coletou a pontuação conseguida nos exames dos estudantes que tiveram o material exibido por meio dos métodos tradicionais durante 10 semestres, entre 1992 e 1996. Esse grupo de estudantes foi tomado como controle.

O grupo experimental teve aulas com apresentações de PowerPoint, que foram preparadas usando slides animados. Este grupo foi representado por 4 semestres do mesmo curso e foram coletados dados de 1997 e 1998. O material apresentado para este grupo foi convertido para a Internet, e poderia ser acessado na web juntamente com links para sites adicionais, permitindo aos estudantes complementarem as informações sobre um determinado conceito.

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Outro estudo (ATKINS-SAYRE, HOPKINS, MOHUNDRO, e SAYRE, 1998) de caráter exploratório, objetivou confirmar, por meio da percepção dos estudantes, se o PowerPoint é uma ferramenta de valor para o ensino. A pesquisa aconteceu em Del Mar College, em Corpus Christi – Texas. Os participantes da pesquisa eram

alunos do curso de Basic Fundamentals of Public Speaking e compreendiam 485 estudantes, de diferentes etnias, com idades entre 17 e 57 anos, com média de idade de 24 anos. Destes 73 foram selecionados para o grupo de controle (não teriam aula com PowerPoint) enquanto os outros fariam parte do grupo experimental (teriam aula com PowerPoint).

Os dados foram coletados por meio de questionário aberto e fechado, que abordava quatro áreas: questões gerais sobre PowerPoint, efetividade percebida nas instruções com PowerPoint, dados demográficos dos respondentes, e preferência do estudante sobre o uso do PowerPoint futuramente.

Os resultados indicaram que o PowerPoint parece ser uma ferramenta efetiva no ensino, visto que 73% dos respondentes sentiram que PowerPoint ajudou a manter o interesse nas aulas; 69% perceberam que o PowerPoint auxiliou no entendimento do material e 68% acredita que PowerPoint ajudou a reter o material; mas não houve teste para determinar o nível cognitivo ou retenção dos alunos.

Também ficou evidente que o uso das tecnologias aumentou significativamente o desejo dos estudantes em aprender sobre tecnologia e em ver a tecnologia ser usada em outras aulas, já que aulas expositivas com o apoio das ferramentas do PowerPoint tinham maior efeito. Ficou claro, também, que o uso da tecnologia por professores influenciou no modo como os estudantes viam as habilidades dos professores, já que 72% dos investigados reportaram que acharam que o PowerPoint melhorou a transmissão de informações pelo instrutor e 69% acharam que PowerPoint aumentou a credibilidade do instrutor.

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aprendizagem dos estudantes. Os resultados também podem ter sofrido interferências, já que os pesquisandos eram de idades e etnias diversas.

O estudo apresentado por Bushong (1998) objetivou: (a) verificar se instruções orais sobre como consultar catálogos de referências de livros em bibliotecas com o apoio de apresentações de PowerPoint são mais efetivas do que instruções orais sem o apoio daquelas apresentações; (b) verificar se os alunos que tiveram instruções orais com assistência de apresentações de PowerPoint obtiveram melhores notas do que alunos que tiveram apenas instruções orais.

O estudo aconteceu no outono de 1997 e foi realizado com 122 alunos da graduação de quatro turmas do Curso de Literatura Infantil da Bowling Green State University. Todas as turmas receberam instruções orais, e duas tiveram instruções orais com o apoio de apresentações de PowerPoint. Após as instruções todos os participantes da pesquisa tiveram 15 minutos para realizarem exercícios relacionados ao conteúdo trabalhado. Após a realização das atividades os estudantes responderam a um questionário, com questões fechadas, que visava colher informações demográficas e opiniões sobre a instrução.

Os resultados indicaram que os alunos que tiveram a instrução com auxílio do PowerPoint necessitaram de mais ajuda para realizar os exercícios do que os alunos que tiveram apenas instrução oral. Os estudantes que não tiveram instrução com o apoio de PowerPoint apresentaram maior entendimento sobre como utilizar os livros de referência e sentiram que a instrução foi mais útil para seu entendimento sobre os livros de referência do que aqueles que viram a apresentação de PowerPoint. Demonstraram também maior entusiasmo sobre a instrução. Entretanto, as notas de todos os participantes da pesquisa quando comparadas não apresentaram diferenças significativas. Assim, Bushong concluiu que o software de apresentação deveria ser usado como uma intensificação de processos instrucionais e não como fator determinante para o sucesso de estudantes.

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habituado a usá-los; b. As aulas não foram ministradas pelos mesmos instrutores; c. Os critérios de avaliação dos exercícios foram diferenciados. A fim de evitar interferências deste tipo é ideal que, em uma pesquisa, que se objetive comparar variáveis dependentes entre os grupos controle e experimental, não se modifique as variáveis independentes.

Ahmed (1998) apresentou um trabalho na conferência de South Dakota Association for Health, Physical Education and Recreation. O trabalho apresentado

foi resultado de uma pesquisa conduzida para comparar PowerPoint versus projeções tradicionais a fim de determinar qual era mais efetiva para o aprendizado.

O estudo foi desenvolvido com 143 estudantes, vindos do quarto semestre do Programa de Educação de uma Faculdade do centro-oeste dos EUA, no período de quatro semestres. Durante os dois primeiros semestres os estudantes tiveram aulas com projeções tradicionais de um programa de educação sobre drogas para escolas. Cada estudo/discussão teve a duração de 1h20min. No meio do semestre foi aplicado um teste com seis questões. Nos próximos dois semestres os mesmos tópicos foram apresentados, só que desta vez usando slides de PowerPoint. Novamente, o estudo/discussão teve a duração de 1h20min e, no meio do semestre, o mesmo teste com as seis questões foi aplicado. Depois da análise dos dados detectou-se que houve muito pouca diferença na pontuação dos testes quando comparando os dois métodos. Dessa forma, ficou explícito, após o estudo, que a tecnologia não é uma solução mágica, e que o mais importante em uma sala de aula é um bom professor.

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Para testar a hipótese utilizou-se análise de regressão, que foi usada com as notas dos estudantes como variáveis dependentes. As notas foram medidas por porcentagem sobre o total de pontos que o estudante recebeu em todo o semestre. Características individuais também foram incluídas na análise dos participantes, visto que poderiam interferir no desempenho dos estudantes. Assim, foram coletados dados como: sexo do pesquisando, horário de estudo, se era calouro ou não, se já havia participado de aulas sobre economia no Ensino Médio. Os dados coletados revelaram que não houve efeitos significativos no desempenho de estudantes em aulas de Introdução a Economia com o auxílio de apresentações de PowerPoint.

Apresentações geradas por computador aumentam a motivação e o interesse

de estudantes?

Reynolds e Barba (1996) afirmam que a tecnologia pode contribuir positivamente para o processo de aprendizagem, visto que pode aumentar a motivação dos estudantes. Elas também sugerem que estudantes gostam de trabalhar em ambientes de aprendizagem tecnologicamente acentuados. Isso é o que fica evidenciado com os estudos conduzidos por Fifield e Peifer (1994), Atkins-Sayre, Hopkins, Mohundro, Sayre (1998), Beets e Lobingier (2000) e Mantei (2000). Estas investigações demonstraram que as apresentações geradas por computador podem motivar e manter o interesse dos estudantes durante as aulas.

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Apresentações geradas por computador aumentam o desempenho dos

estudantes?

Pelos resultados encontrados nos diversos estudos não há evidências conclusivas em relação aos benefícios do uso de apresentações geradas por computador na aprendizagem de estudantes, visto que há divergências nos resultados obtidos nas investigações. Por exemplo, os estudos apresentados por Mantei (2000), Fifield e Peifer (1994), Campbell e Leonard (apud, Mantei, 2000) evidenciam que métodos com apoio de computador podem aumentar o desempenho dos estudantes.

Entretanto, os estudos conduzidos por Daniels (1998, apud ATKINS-SAYRE, HOPKINS, MOHUNDRO, SAYRE, 1998), Bushong (1998), Beets e Lobingier (2001), Ahmed (1998), Rankin e Hoaas (1998) revelaram que não havia diferença significativa entre o desempenho cognitivo dos estudantes que tiveram aulas com o auxílio de apresentações de PowerPoint e aqueles que tiveram aulas sem o auxílio de apresentações de PowerPoint.

Porém, pelas evidências dos estudos apresentados percebe-se que essa ferramenta tem muitas outras vantagens. Slides de PowerPoint e outras apresentações geradas por computador têm o potencial de aumentar a motivação e o interesse de estudantes. Essas apresentações também têm sido utilizadas para aumentar habilidades cognitivas, criando modelos mentais melhores. Clarck (1993) advoga que a mídia por si só não influencia no aprendizado; entretanto, aspectos como animação ou sons podem ajudar os estudantes. Pode facilitar a aquisição de uma imagem mais clara do que está sendo exposto e, também reduz o número de erros de concepções que os estudantes adquirem na sala de aula.

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estudos, também podem ter sofrido interferências diversas, o que pode ter contribuído para a divergência nos resultados, influindo na fidedignidade dos mesmos.

(39)

CAPÍTULO III

METODOLOGIA

Este capítulo ocupa-se dos procedimentos metodológicos utilizados no presente estudo. A primeira seção classifica o estudo e as que seguem tratam dos aspectos referentes à seleção dos locais de realização da pesquisa, seleção dos sujeitos, instrumentos para coleta de dados, o processo de coleta e tratamento dos dados.

Modelo do Estudo

Investigar a ação empírica, em acontecimentos sociais, exige a utilização de instrumentos que favoreçam a captação de dados sobre os acontecimentos, a

interpretação dos materiais coletados e uma análise sistemática desses

acontecimentos. No cenário da pesquisa nas ciências sociais ocorrem debates sobre a validade das pesquisas qualitativa e quantitativa; na verdade, ambas são interdependentes, já que não existe quantificação sem qualificação, nem análise estatística sem interpretação (MINAYO, 1998).

Assim, a presente pesquisa empregará as abordagens quantitativa e qualitativa, buscando estabelecer complementaridade entre elas. Na perspectiva qualitativa, de acordo com Triviños (1992), o pesquisador está preocupado com os processos e não apenas com os resultados. A escolha dessa abordagem deve-se à ênfase que é dada ao significado. Essa perspectiva será necessária ao investigar a maneira como as apresentações eletrônicas, desenvolvidas no software MS PowerPoint, têm sido usadas na prática pedagógica de professores do Ensino Superior. Por essa perspectiva, será relevante obter dados sobre o que pensam os sujeitos da pesquisa, professores e alunos, quais são suas percepções e expectativas. Também será importante colher dados sobre como os conteúdos são apresentados nos slides de PowerPoint e sobre como esses slides são formatados. A pesquisa caracteriza-se, ainda, por ter o ambiente natural como fonte de dados.

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e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, ou seja, é uma atividade que localiza o pesquisador no mundo, através de um conjunto de interpretações que tornam o mundo visível; (b) o material coletado é rico em descrições de pessoas, situações, acontecimentos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada; (c) há maior preocupação com o processo do que com o produto; (d) procura-se interpretar os significados que as pessoas dão aos fenômenos; (e) a análise dos dados tende à aproximação indutiva. O estudo realizado tendo como base esta abordagem combina múltiplas práticas metodológicas, o que se constitui numa estratégia que adiciona rigor, largura, complexidade, riqueza e profundidade para qualquer investigação (DENZIN e LINCOLN, 1994).

Concomitantemente, a pesquisadora utilizou a abordagem quantitativa, visto que esta é projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise estatística (ETHOS, 2006). Assim, esta abordagem foi utilizada com o propósito de identificar correlações entre percepções e expectativas de alunos e professores quanto ao emprego de tal recurso na condução das aulas no Ensino Superior, assim como para identificar características nas apresentações de slides, que possam de alguma forma influenciar o comportamento dos alunos.

Dessa forma, a natureza da pesquisa aqui proposta teve caráter exploratório e descritivo, visto que se desejou estudar e entender um determinado fenômeno sobre o qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Portanto, foi realizado um estudo de caso institucional nos cursos de licenciatura da Universidade Católica de Brasília, uma vez que está instituição possui um manancial

bastante grande do equipamento data show e disponibiliza o software MS

PowerPoint para que os professores os utilizem na condução de suas aulas.

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investigar vários aspectos em relação ao mesmo fenômeno. As conclusões e descobertas ficam mais convincentes e apuradas já que advém de um conjunto de corroborações. Além disso, os potenciais problemas de validade de constructo são atendidos, pois os achados, nestas condições, são validados através das várias fontes de evidência. Portanto, escolheu-se este tipo de estudo, para que se pudesse explorar, descrever e conhecer a fundo um determinado fenômeno, que ocorre em um contexto da vida real.

Seleção do Local

A pesquisa foi desenvolvida nos cursos de licenciatura de uma Instituição de Ensino Superior – Universidade Católica de Brasília - UCB. A IES foi selecionada por ser uma instituição de renome no DF e por possibilitar aos professores acesso aos novos recursos tecnológicos: dentre eles computador com software MS PowerPoint e Data show.

Seleção dos Sujeitos

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Perfil do professor integrante da amostra

Disciplinas ministradas pelos professores no segundo semestre de 2006

Os resultados obtidos por meio de questionário indicaram que boa parte

dos professores (40%) ministrou três disciplinas no segundo semestre de 2006; um número também bastante significativo de professores (23%) ministrou cinco ou mais disciplinas no semestre; 20% dos professores ministraram apenas duas disciplinas; 10% quatro disciplinas e apenas 7% dos professores ministraram uma disciplina.

Freqüência de utilização do MS PowerPoint para ministrar aulas durante o segundo semestre de 2006

Os dados obtidos por meio do questionário indicaram que um número

significativo de professores (40%) utiliza o PowerPoint em todas as suas aulas. Entretanto, 57% dos professores parecem fazer um uso mais equilibrado do programa, uma vez que o utiliza alternando aula sim, aula não, ou a cada duas ou três aulas. Esta parece ser uma utilização mais consciente. Segundo 80% dos

estudantes, na entrevista (Anexo 11), não é bom que o PowerPoint seja usado em

todas as aulas, e sim em uma aula ou outra, pois cansa os alunos, o que acaba prejudicando a aprendizagem. Conforme Melo (2006) há professores que não mais ministram aulas sem o uso de tais recursos. Ele diz: “estamos vendo surgir a cada dia um novo tipo de docente, o que chamo de ‘Professor data show’” (p. 1). Segundo ele este tipo de profissional está com os dias contados nas instituições de ensino, uma vez que educar é uma arte e, é para poucos, caso contrário não necessitaríamos de professores, “contrataríamos robôs, ou melhor, data shows” (op. cit.).

Professores capacitados para o emprego pedagógico do software PowerPoint

De acordo com os dados registrados em questionário apenas 23% dos

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feito curso de capacitação, 14 aprenderam sozinhos, participando de congressos e seminários e três com colegas ou vizinhos.

Instrumentos de coleta de dados

O desenvolvimento de um estudo de caso, na maioria das vezes, requer uma variedade de dados, coletados em diferentes momentos, em situações variadas e por meio diversos procedimentos, a fim de garantir a qualidade dos resultados obtidos em um processo de investigação. Desta forma, é possível cruzar informações, confirmar ou rejeitar hipóteses, descobrir novos dados, afastar suposições, enfim é possível conferir a validade do estudo, evitando que o pesquisador fique subordinado a uma extrema subjetividade e ou objetividade na sua investigação (LUDKE e ANDRÉ, 1999). Sendo assim, para estudar a problemática em questão, utilizou-se de questionários, entrevistas semi-estruturadas e observações na realidade empírica.

O uso do instrumento questionário, além de possibilitar o conhecimento direto da realidade, à medida que os pesquisados informam acerca de suas crenças e opiniões, possibilita também a obtenção de grande quantidade de dados em curto espaço de tempo (GIL, 2002). Os questionários foram elaborados, revisados e aplicados para a coleta de dados preliminares. O modelo que foi aplicado aos professores (Anexo 5) foi composto de onze questões fechadas e quatro abertas, o que foi aplicado aos alunos (Anexo 6) compreendeu dez questões fechadas e três abertas. Este instrumento foi aplicado a toda a amostra da população: 47 professores e a 154 estudantes (alunos dos professores participantes da entrevista), entretanto dos 47 questionários enviados aos professores, apenas 30 foram devolvidos respondidos. Alguns docentes explicaram o motivo por não ter respondido, outros não. Os dados coletados com a aplicação do questionário possibilitaram identificar preliminarmente quais percepções e expectativas os docentes e discentes possuem sobre o uso do software Ms PowerPoint na condução de aulas no Ensino Superior.

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são peculiares. Portanto, para o aprofundamento e complementação do questionário foi realizada entrevista semi-estruturada com 15 docentes, respondentes do questionário, que se disponibilizaram a continuar participando da investigação e com 30 discentes - 2 alunos de cada um dos professores participantes da entrevista. A entrevista aplicada aos professores e alunos (Anexos 7 e 8) foi composta por duas questões centrais determinadas pela Técnica do Incidente Crítico (FLANAGAN, 1954). Essa técnica foi proposta e utilizada por Flanagan (1954) na década de 50, e é usada para levantar traços gerais de profissionais ou funções específicas a partir de relatos de experiências críticas marcantes – positivas ou negativas – nas quais as pessoas entrevistadas estiveram envolvidas.

É importante ressaltar que a utilização deste tipo de técnica requer certos cuidados: definir com clareza o que se quer do entrevistado; enfatizar os incidentes críticos, visto que são mais fáceis de identificação; enfatizar os incidentes que revelam a diferença entre o satisfatório e o desagradável; ter percepção clara e objetiva sobre o incidente por parte do entrevistado. A partir dessa coleta de dados foi possível delinear com maior precisão a conduta do professor em sala de aula, a metodologia empregada por ele e o emprego do software MS PowerPoint nas duas situações.

A técnica de observação é um elemento fundamental em investigações científicas, já que obriga o investigador a um contato mais direto com a realidade (LAKATOS e MARCONI, 2005). Neste tipo de procedimento, o pesquisador presencia os fatos, mas não participa deles, não se deixa envolver pelas situações, faz mais o papel de espectador (op. cit.). No entanto, a simples presença do observador pode causar influência, modificando o contexto e a situação a ser observada. Entretanto, a observação é uma das mais importantes fontes de informações em pesquisa, e quando bem realizada, fornece uma imagem bastante clara da realidade estudada. Conforme Vianna (2003, p. 12):

Sem acurada observação, não há ciência. Anotações cuidadosas e detalhadas vão constituir os dados brutos das observações, cuja qualidade vai depender, em grande parte, da maior ou menor habilidade do observador e também da sua capacidade de observar.

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(Anexo 9). Esta foi dividida em duas partes: a primeira foi elaborada com base nas sugestões de Polito (2003) e de Tufte (2003), a fim de analisar as formatações dos slides e a forma como os conteúdos foram dispostos nas apresentações eletrônicas, que apoiaram as aulas; a segunda foi elaborada com base nas teorias de Barr e Tagg (1995), Moran e Masetto (2000), e procurou identificar as condutas de professores e alunos em aulas ministradas com o PowerPoint.

A técnica de observação foi de extrema relevância para o estudo, uma vez que pôde fornecer subsídios para complementar os resultados obtidos por meio dos outros instrumentos. Esta técnica de pesquisa foi usada para acessar a teoria em uso pelos professores (KANE, SANDRETTO e HEATH, 2002). Por meio dela foi possível obter maior veracidade para fatos expostos pelos pesquisados nos questionários e entrevistas, dando maior credibilidade aos dados coletados.

É importante esclarecer que os questionários, as entrevistas e a lista de verificação - usada nas observações, foram submetidos a um teste piloto a fim de identificar possíveis falhas na elaboração dos mesmos. Os instrumentos foram elaborados de acordo com os objetivos que se pretendia alcançar com o estudo. Assim, o pré-teste dos instrumentos foi realizado com uma população tão similar quanto possível à que foi estudada (GIL, 2002). Os instrumentos foram aplicados a sujeitos com o mesmo perfil requerido pela investigação. Quatro (4) professores de duas instituições de ensino superior e quatro (4) alunos da graduação. Ajustes foram feitos nos questionários e na lista de verificação após o pré-teste.

Coleta de dados

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Após a etapa descrita acima, foi realizada uma pesquisa sobre os números dos telefones de cada uma das direções dos cursos de licenciatura, no site (www.ucb.br) da instituição de ensino. Posteriormente, por meio de ligação telefônica, foi agendada uma visita a cada um dos Diretores dos cursos de licenciatura. No dia da visita foi comunicado verbalmente e também por meio de cartas (Anexos 1 e 2) o interesse e justificativa para a realização do estudo, bem como a solicitação e orientação para a colaboração dos Diretores dos cursos no desenvolvimento da pesquisa. Neste mesmo dia (o dia da visita) foram deixados com cada um dos diretores as cartas (Anexo 3) e os questionários (Anexo 5) , para serem direcionados aos professores do curso em questão, que haviam sido selecionados devido à freqüência de uso do data show no primeiro semestre de 2006.

A carta direcionada aos professores deixava claro o interesse e justificativa para a realização do estudo, orientava sobre os questionários, data de devolução dos mesmos e também solicitava aos professores colaboração no sentido de continuarem participando da pesquisa. Essa participação incluía: disponibilidade para responder a entrevista, permissão para que a pesquisadora assistisse a uma aula com auxílio de PowerPoint e acesso da pesquisadora aos slides utilizados na aula observada. Dos 47 professores selecionados, apenas 30 devolveram os questionários respondidos à direção dos cursos, e apenas 15 se prontificaram a continuar participando da pesquisa.

Assim, depois do contado com os professores por meio de correio eletrônico e/ou telefone e agendamento, de data e horário procedeu-se as observações de 12 aulas. Cada aula observada, de 50 minutos, foi registrada em uma lista de verificação, e em apenas duas aulas todos os slides que constituíam a apresentação eletrônica foram projetados dentro deste período.

(47)

lado da qual estava o professor, e duraram aproximadamente dez minutos, foram devidamente gravadas e transcritas pela pesquisadora para a análise dos dados coletados.

No dia das entrevistas com os professores também foi aplicado o questionários aos alunos, que se disponibilizaram a responder. Em cada turma foi solicitado que pelo menos 5 estudantes respondessem a tal instrumento de pesquisa. Ao todo, 154 alunos responderam ao questionário. As apresentações de slides foram obtidas no horário da aula, por meio de correio eletrônico enviado pelos professores, e duas foram baixadas do banco de matérias, com autorização dos professores.

Tratamento dos dados

A etapa de tratamento dos dados é um dos momentos mais importantes, pois “é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa e analisa-os sob o crivo dos objetivos e/ou das hipóteses” (RAUEN, 1999, p. 141). Esta é realizada por meio de sistematização das respostas dos participantes, identificando e classificando as categorias mais significativas, contrabalanceando com a teoria. Neste caso foi feita uma exploração progressiva das respostas, utilizando subcategorias de dados organizados por temas.

As respostas às questões fechadas do questionário foram tabuladas conforme procedimento de contagem da freqüência com auxílio do Microsoft Excel. Foram processadas e analisadas a partir de tabelas de distribuição de freqüências, ou seja, submetidas à análise estatística.

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determinado assunto (BAUER, 2002). Assim, para a análise dos dados obtidos por meio destes dois instrumentos (questões abertas e entrevista) utilizou-se a categorização das respostas, classificando-as em unidades de significação.

Os dados obtidos por meio da observação foram registrados em folhas de verificação e submetidos à análise estatística.

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CAPÍTULO IV

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Como foi assinalado na Introdução, o estudo sobre a utilização do software Microsoft PowerPoint no Brasil encontra-se num estágio incipiente. Por outro lado, ressalta a necessidade e importância de que se investigue essa prática, dada a crescente utilização dessa ferramenta por docentes, particularmente no Ensino Superior. Muitos professores, nesse nível de ensino, por se sentirem pressionados pelas inovações tecnológicas, pelas instituições acadêmicas e/ou pelos próprios alunos acabam subutilizando o programa, visto que, na maioria das vezes, não têm capacitação para sua aplicação pedagógica. Ao se falar do emprego do PowerPoint no Ensino Superior não se pretende creditar a este recurso soluções mágicas para a resolução dos problemas nas salas de aula desse nível de ensino, mas estudar as percepções e expectativas de professores e alunos sobre o emprego desse software na condução das aulas dos professores de graduação.

O objetivo deste capítulo é apresentar os resultados relacionados com as questões de pesquisa que são: Quais percepções e expectativas o professor de ensino superior tem acerca do emprego do software MS PowerPoint em sua prática pedagógica? Quais percepções e expectativas o aluno do ensino superior tem sobre a utilização do software MS PowerPoint por seus professores? Como são construídas as apresentações de PowerPoint utilizadas nas aulas de Ensino Superior?

A fim de apresentar a triangulação dos dados obtidos mediante os instrumentos de pesquisa (questionários, entrevista e observação), o capítulo será subdividido em tópicos de acordo com as questões de pesquisa, apresentadas acima. Será utilizado, ao longo das discussões, o recurso gráfico negrito para explicitar ao leitor o instrumento utilizado para a coleta dos resultados ali apresentados. Seguem então, as interpretações apresentadas nas seguintes categorias:

1. Percepções de professores sobre o emprego do software MS PowerPoint na

Imagem

Tabela 1.1 - Percepções de vantagens obtidas por meio do questionário
Tabela 1.2 - Percepções de vantagens obtidas por meio da entrevista
Figura 1.1 – Imagem inserida em slide de PowerPoint com alta definição de detalhes
Figura 1.2 - Imagem inserida em slide de PowerPoint com baixa definição de detalhes
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