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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA MAURÍCIO DE JESUS LISBOA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA

MAURÍCIO DE JESUS LISBOA

A ESCOLHA DA LICENCIATURA PELOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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A ESCOLHA DA LICENCIATURA PELOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Educação Física do Instituto de Educação Física e Esportes- IEFES da Universidade Federal do Ceará para a obtenção do título de Licenciado em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. João Airton de Matos Pontes

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A ESCOLHA DA LICENCIATURA PELOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Monografia apresentada ao Curso de

Educação Física do Instituto de Educação Física e Esportes da

Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do Título de Licenciado em Educação Física.

Aprovada em _____/_____/_______.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________________ Prof. Dr. João Airton de Matos Pontes (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

___________________________________________________________________________ Prof. Ms. Edson Silva Soares

Universidade Federal do Ceará (UFC)

___________________________________________________________________________ Prof. Ms. Otávio Nogueira Balzano

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Agradeço a Deus pelas bênçãos alcançadas em toda a minha vida.

Agradeço a minha mãe Marli e a meu pai José Lisboa pelo apoio incondicional em todos os momentos, pelo amor e carinho recebido por eles e pela constante motivação em enfrentar meus desafios e conseguir meus objetivos e sonhos.

Agradeço a toda minha família pelo carinho e dando o apoio na busca de meus objetivos de vida.

Agradeço à Universidade Federal do Ceará (UFC) e ao Instituto de Educação Física e Esportes por fornecer toda a infraestrutura necessária para a minha formação acadêmica. Agradeço a todos os meus professores, pelo constante apoio e a imensa contribuição realizada por todo no enriquecimento de meus conhecimentos.

Agradeço ao Professor Dr. João Airton de Matos Pontes, pela orientação do trabalho de conclusão de curso, solucionando minhas dúvidas e ajudando da melhor forma possível na realização do meu trabalho.

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O objetivo da presente pesquisa foi investigar os motivos que levaram a escolha da Licenciatura em Educação Física pelos professores da rede pública dos Bairros Canindezinho e Siqueira na cidade de Fortaleza. Como instrumento da pesquisa foi realizado um questionário onde este continha questões abertas e fechadas. A pesquisa foi realizada com 10 (dez) professores em 6 (seis) escolas diferentes dos bairros Canindezinho e Siqueira. A coleta de dados foi realizada nas escolas diretamente com o professor. As metodologias utilizadas foram a qualitativa e a quantitativa e os resultados obtidos foram ilustrados através de gráficos e as respostas dos pesquisados foram analisadas com o intuito de se obter o maior número de informações possível. Questões como a satisfação da escolha feita, se há o desejo de mudança da profissão, os maiores problemas no exercício da licenciatura e as alternativas que os professores buscam para enfrentar esses problemas também foram abordados na pesquisa. Os resultados mostraram que o gosto pela prática esportiva e o desejo de lecionar foram alguns fatores que levaram a escolha da Licenciatura em Educação Física, os problemas mais recorrentes relatados no exercício da profissão foram a falta de estrutura adequada para a realização das aulas, a falta de materiais além de outros problemas relatados, apesar disso também foi demonstrado o elevado grau de satisfação pela profissão que apesar dos problemas enfrentados, o prazer em ser professor de Educação Física é maior. A conclusão realizada é que a licenciatura em Educação Física é uma profissão que gera grande satisfação pelos professores ao exercê-la, porém é necessário mais investimentos na área escolar para que cada vez mais se tenham melhores condições de trabalho para eles e melhores ambientes de aprendizado para os alunos, com isso as aulas podem se tornar cada vez melhores em todo o sistema de ensino e aprendizagem.

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The aim of this research was to investigate the reasons why the choice of the Degree in Physical Education by public school teachers of Neighborhoods Canindezinho and Smith in Fortaleza. As research instrument was carried out a questionnaire where it contained open and closed questions. The survey was conducted with 10 (ten) teachers in six (6) different schools of Canindezinho and Siqueira neighborhoods. Data collection was carried out in schools directly with the teacher. The methods used were the qualitative and quantitative and the results were illustrated in graphs and the responses of the subjects were analyzed with the intention of obtaining the greatest possible number of information. Issues such as the satisfaction of the choice made, if there is a desire to change the profession, the biggest problems in the exercise of degree and the alternatives that teachers seek to address these issues have also been addressed in this study. The results showed that the taste for sports practice and the desire to teach were some factors that led to the choice of degree in Physical Education, the most recurrent problems reported in the profession were the lack of adequate infrastructure for conducting classes, lack materials and other reported problems, although it has also demonstrated the high degree of satisfaction with the profession that despite the problems faced, happy to be a physical education teacher is greater. The conclusion made is that the degree in Physical Education is a profession that generates great satisfaction for teachers to exercise it, but more investments on school grounds so that increasingly have better working conditions for them and better learning environments is necessary for students with this class can become better and better throughout the education system and learning.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...9

2 OBJETIVOS...11

2.1 Objetivo Geral...11

2.2 Objetivos Específicos...11

3 REFERENCIAL TEÓRICO...12

3.1 A Escolha Profissional...12

3.2 A importância da família no processo da escolha profissional...15

3.3 A Orientação Profissional...18

3.4 A Formação do Professor...20

3.5 A Satisfação Profissional...24

4 METODOLOGIA...26

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES...30

6 CONCLUSÃO...43

REFERÊNCIAS...44

ANEXO A...47

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1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, um problema que está se tornando mais frequente é a diminuição da procura pelos cursos de licenciatura, o que é uma situação preocupante, já que com menos interesse por parte dos alunos em se tornar futuros professores, isso trará consequências no decorrer dos anos como, por exemplo, a queda no número de profissionais para ministrar as aulas nas escolas, pois o número de alunos só tende a crescer e para poder ensiná-los também é necessário um bom número de professores para atender a demanda escolar.

Segundo Tartuce; Nunes e De Almeida (2010, p.449), a literatura na área de formação de professores tem discutido os fatores que podem ser determinante na não escolha pela docência, alguns deles são condições de trabalho, baixos salários, violência nas escolas e precarização do trabalho docente.

De acordo Fanfani (2007); Dussel (2006); Tedesco (2006) apud TARTUCE; NUNES e DE ALMEIDA (2010, p.449), tem havido um crescente aumento de exigências no exercício da docência, como por exemplo, lidar com questões como a violência e as drogas, o que não é papel do professor, mas que em algumas escolas, dependendo da realidade em que está inserido, o professor vai ter que enfrentar esses problemas, isso é mais um fator que faz com que ele se desestimule em exercer a docência, já que terá que cumprir mais funções além do seu papel original na escola.

Segundo Fanfani (2007 apud TARTUCE; NUNES e DE ALMEIDA, 2010, p.450), o professor no ato de ensinar precisa enfrentar constantemente com outros problemas como a indisciplina e o desinteresse dos alunos, desenvolver atividades com grande número de alunos e isso faz com que haja uma distância entre o que é o modelo docente ideal e a realidade atual.

A importância de se pesquisar sobre os fatores que levaram a escolha da licenciatura pelos profissionais de Educação Física é relevante para se mensurar e analisar os motivos que os professores da rede pública escolheram atuar nas escolas e em ensinar Educação Física.

Informações contidas nesta pesquisa pode ajudar a entender quais os maiores fatores que levaram a escolha pela docência e podendo também ajudar ou influenciar pessoas que estão indecisas sobre seguir na carreira de licenciatura em Educação Física, pois a pesquisa levará a alguns dados sobre quem já exerce a profissão nas escolas.

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dificuldades no relacionamento interpessoal com os alunos, a pesquisa terá como um dos objetivos investigar os maiores problemas que os professores enfrentam no dia a dia nas escolas e também saber como eles enfrentam e quais as soluções que eles tomam para solucionar as dificuldades que aparecerem.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

 Analisar a opinião dos professores de Educação Física das escolas públicas do bairro do Canindezinho e Siqueira sobre a escolha pela Licenciatura.

2.2 Objetivos Específicos

 . Investigar os fatores que levaram os professores de Educação Física das escolas públicas do bairro do Canindezinho e Siqueira a escolherem a Licenciatura.

 Investigar os possíveis problemas no exercício da Licenciatura na Educação Física.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A Escolha Profissional

A escolha profissional permeia os pensamentos dos jovens que buscam a inserção ao mercado de trabalho a todo o momento, dúvidas, insegurança, incerteza, são alguns exemplos do que se passa nesse momento tão crucial na carreira de cada um, ainda mais quando se aproxima o período de conclusão do ensino médio e o desafio de se encontrar a carreira correta para que no futuro possa se sentir seguro da escolha feita. De acordo com Veinstein (1994 apud BARDAGI; LASSANCE; PARADISO, 2003, p.154) “a escolha

envolve mudanças, perdas, medo do fracasso e da desvalorização.”.

A ansiedade é muito comum nessa fase da vida, o momento da escolha profissional é um importante passo que deve ser dado e com ele vem o medo e a dúvida se está tomando a decisão correta. Segundo, Dias (2004, p.78), a ansiedade desperta o desejo de parar o tempo, pois terá que se despedir da sua vida anterior para seguir em frente, pois o jovem embora animado com as novas aquisições ao mesmo tempo lhe vem o sentimento de perda dos bons momentos e condições que ele já teve e a partir de agora terá que abrir mão para assim tomar um novo rumo na sua vida. As escolhas profissionais muitas vezes

envolvem a detectar “objetos internos” que muitas vezes não são percebidos pelo jovem, mas

que devem ser localizados a fim de esclarecer qual aptidão lhe é mais adequada.

Vários aspectos devem ser levados em consideração no momento em que se decide escolher uma profissão a seguir: Gostar da área de atuação, se imaginar como seria daqui a alguns anos trabalhando na carreira escolhida e ainda se imaginar feliz ou não atuando na profissão definida, a questão financeira também é importante, enfim, vários aspectos devem ser levados em análise. É importante que seja feita uma pesquisa profunda sobre a área em questão e ter como subsídio uma conversa informal com profissionais já formados.

O ambiente escolar é relevante e pode se caracterizar em um papel preponderante nessa escolha, pois detém de instrumentos capazes de esclarecer as dúvidas, mostrar novas perspectivas, esclarecer sobre as profissões, isso tudo é de grande ajuda ao jovem que está indeciso.

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de trabalho e ao transmitir esses dados, passam também sua visão e da sociedade podendo contribuir para a formação do adolescente, é necessário a conscientização dos professores no sentido de ajudar seus alunos, pois eles podem mudar significativamente esse processo da escolha profissional, já os adolescentes devem evitar generalizar uma experiência ruim com um professor a todos os professores da mesma disciplina, pois eles podem lidar melhor com um docente do que outro e assim descobrir novas aptidões que antes não foram descobertas. Já a instituição deve se preocupar em conjunto com o aspecto psicológico e afetivo dos seus alunos com o lado pedagógico e intelectual, no sentido de se fazer a melhor orientação profissional possível, de como pôr em prática os seus conhecimentos adquiridos na busca da sua carreira profissional.

No entanto, Muller (1988 apud BARDAGI; LASSANCE; PARADISO, 2003, p.

154) salienta que “a escola, por exemplo, não ensina a escolher, a pensar, a resolver conflitos, a refletir sobre as realidades: social, cultural, histórica e profissional; se o faz, isso acontece

de forma ocasional e desarticulada.”

“As práticas atuais de orientação profissional no Brasil centram-se no indivíduo que escolhe, buscando auxiliar na escolha de uma profissão que concilie desejos pessoais e

mercado de trabalho” (LISBOA, 2002 apud BARRETO; VAISBERG, 2007, p. 108).

De acordo com Neiva (2007, p.22-23), os alunos possuem uma alta quantidade de informações sobre as profissões, pois os colégios organizam eventos para ajudar nesse

processo como é o exemplo da “Feira das Profissões”, porém muita informação profissional é

diferente de orientação profissional, pois apesar da grande importância desse evento e de se ter todo o repertório de dados sobre as diferentes carreiras, é necessário que o adolescente também tenha consciência de suas aptidões, interesses e valores para, a partir daí optar a melhor carreira a seguir, sem isso, o adolescente corre o risco de escolher uma profissão que

está “na moda” e não necessariamente será o que ele gosta de fazer, fazendo com que corra o

risco de ele se tornar insatisfeito na carreira escolhida no futuro.

Oportunidades de emprego não são iguais para todas as áreas no Brasil, sendo com isso um importante fator que influencia na escolha profissional, conciliar o que gosta de fazer com as oportunidades de emprego que terá, também é um aspecto que deve ser considerado.

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angústia e medo, sentimentos que acompanham os não demitidos (Laranjeira, 2000, p. 14 apud BARRETO; VAISBERG, 2007, p.108).

De acordo com Super (1955 apud NEIVA; SILVA; MIRANDA; ESTEVES, 2005, p.2), o desenvolvimento vocacional é um processo gradativo e se dá de acordo com a maturação das ideias, a solução das dúvidas e incertezas que persistiam em ser um obstáculo para a melhor escolha da vocação a seguir. Seu modelo de maturidade vocacional é composto por cinco dimensões: orientação para a escolha profissional; informação e planejamento; coerência da escolha; cristalização dos traços e pertinência da escolha.

Medos e incertezas são comuns entre os jovens que estão no momento de escolher à carreira que vai seguir durante a vida, enfrentar eles é parte do processo que faz com que a escolha possa ser feita, medo da reprovação da família, de não conseguir emprego, dúvida se está tomando a decisão certa, se vai ser bem remunerado, se vai ser competente na carreira, tudo isso faz parte do ciclo de se decidir o que fazer profissionalmente no futuro. Segundo, Neiva (2007, p.59) conhecer todos os riscos e buscar soluções ajuda a superar as incertezas do futuro, outro aspecto frequente ao adolescente é a exposição da mídia, sociedade e pessoas sobre as informações das profissões que em alguns casos saem distorcidas, isso pode causar fantasias sobre as carreiras e mercado de trabalho devido às necessidades e desejos do adolescente, cabe a ele analisar e conhecer realmente o que lhe está sendo passado, pois ele deve relacionar estas informações com suas aptidões e interesses para, a partir desse estudo e relações, decidir a profissão que deseja seguir.

O adolescente ao conhecer a si próprio passa por muitos receios sobre o que vai acontecer no seu futuro, isso faz parte no processo da escolha profissional, como afirma Muller (1988, p.142), o adolescente passa pelo desafio de reconhecer-se na sociedade não apenas na busca de trabalho, mas também nas suas ocupações em seu tempo livre, o medo que permeia sua mente pode aparecer de diversas formas: separação dos amigos, de ter uma vida de rotina e chatice no futuro, de não se desenvolver profissionalmente, de não conseguir se inserir no mercado de trabalho após muitos anos de estudo e de fazer a escolha errada.

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Ter sua própria escolha é um momento especial de sentir-se único, de tomar sua própria decisão seguindo suas próprias intuições, objetivos e desejos, o que lhe trará consequências para os próximos momentos da vida. Como afirma, Muller (1988, p.137), escolher implica reconhecer-se diferente, separado dos seus familiares, com sua própria identidade, que esta não vai ser definitiva, ela pode voltar a ser posta em dúvida a qualquer momento com novos questionamentos e com a constante possibilidade de novos conhecimentos.

Aprender a escolher é um processo gradativo, que é preciso experiência para se chegar a tomar uma boa decisão, segundo, Muller (1988, p.141) aprender a escolher leva anos, que são divididos em etapas ao longo da vida e ao se definir uma profissão ou caminho a seguir, a escolha é resultado do conhecimento de si próprio, de sobre o que gosta, o que lhe faz bem e a partir desses aspectos, a definição é tomada, é imaginar-se na profissão depois de alguns anos, um exercício de futurologia, mas também estando atentas as condições de mercado e oportunidades na área que também é um lado importante a ser analisado. Para o adolescente é um momento de se desprender do mundo familiar e começar a explorar o mundo externo, um caminho já conhecido iniciado na família e que se desenvolve no ambiente externo e ainda desconhecido que é a sociedade, onde ele ainda vai ter que procurar um lugar para se alocar.

3.2 A importância da família no processo da escolha profissional

Acontece em muitas famílias a vontade do filho seguir a profissão exercida pelos pais, porém isso, pode ser um grande erro no futuro, pois o filho pode não ter a mesma identificação com a profissão e como resultado um profissional que não é feliz com a escolha influenciada pelos pais, portanto, o melhor caminho é a família deixar seu filho descobrir o que ele gosta de fazer, quais suas aptidões, para assim escolher a profissão que o tornará feliz no futuro.

A “necessidade” (Lucchiari, 1993 apud DOS SANTOS, 2005, p.57). da escolha não afeta apenas o jovem. O grupo familiar também é direta ou indiretamente afetado, pois alguns pais buscam realizar-se por meio dos filhos (Boholasvsky, 1987 apud DOS SANTOS, 2005, p.57). e outros sofrem com o desgaste vivenciado pelo filho que tem dificuldade para decidir.

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escolha ainda mais difícil, pelo motivo que no final terá que abrir mão de algumas dessas carreiras quando no início se pensava exercer.

“A escolha configura-se também como uma despedida, um luto; decidir é na

verdade um ato de coragem” (LEVENFUS; BOCK, 1997 apud DOS SANTOS, 2005, p.58). Todos possuem uma história influenciada pela sua cultura, o meio em que vive sua família, seus conceitos, suas aptidões, isso tudo somado constrói a identidade do indivíduo e com isso a escolha profissional final será resultado de toda essa série de fatores que construíram suas preferências.

De acordo com Conger e Petersen (1984 apud DE ALMEIDA; DE PINHO, 2008, p. 176), “a identidade ocupacional forma uma parte importante do senso de identidade,

constituindo-se numa das principais tarefas desenvolvimentais da adolescência.”

Quando a escolha da profissão será realizada, o adolescente escolherá simplesmente um trabalho, escolherá um cotidiano, um ambiente a se viver, um estilo de vida que fará parte, sua decisão será resultado do que ele será durante sua vida (FILOMENO, 1997 apud DE ALMEIDA; DE PINHO, 2008, p. 177).

De acordo com Lucchiari (1997 apud DOS SANTOS, 2005, p. 59), o homem precisa da família para a construção e o andamento dos seus projetos pessoais e profissionais, pois conhecer a si mesmo é resultado de tudo o que o cerca: seu passado, seu presente e o que se deseja para o seu futuro.

De acordo com Neiva (2007, p.71-72), a medida que o adolescente vai crescendo, também vai criando o seu senso crítico, questionando os valores, apontando possíveis falhas e discordando sobre alguns assuntos passados pela família, isso faz parte do processo de independência, essas mudanças são comuns a medida que os anos se passam e os pais devem entender que cada vez mais que isto é um processo natural, haja vista que podem criar conflitos com os filhos ao não aceitar a sua maturação e a sua própria visão e opinião do mundo. No que diz respeito, a escolha profissional, o adolescente pode seguir exemplos vistos de sua família como, por exemplo, o prestígio alcançado na carreira de algum parente, desejar seguir a carreira do pai, enfim, os modelos passados lhe podem ser positivos ou negativos, os valores familiares possui papel importante na decisão, pois o adolescente convive com exemplos de profissões no seu dia a dia o que lhe fará colher informações sobre cada uma delas. Um problema vocacional dos pais pode mudar a escolha profissional do filho, pois há casos de os pais depositarem seus próprios desejos nele.

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lhes é passada. A família tem uma enorme responsabilidade na orientação das preferências de seus filhos, pois ela pode criar ou privar recursos e experiências através de informações que possam ser dadas a eles ou não, eles podem ajudar ou dificultar o conhecimento a novos campos de interesses a eles. No momento que o adolescente começa a descobrir diversas carreiras e suas diferenças e lhe desperta o interesse em exercer alguma atividade, é papel da família valorizar e mostrar a ele a importância de cada atividade, o seu valor, que ali se encontra uma forma de se viver, que com uma carreira pode-se conseguir o sucesso e a satisfação profissional, as constantes conversas e estímulo por parte dos pais tem um grande valor educativo para os filhos que estão em busca da sua identidade futura.

As influências que os pais e os parentes podem causar no adolescente também podem mudar o rumo da escolha profissional tanto de forma positiva, quanto negativa. Como afirma Bohoslavsky (1977, p.58), as satisfações ou insatisfações do grupo familiar que o adolescente recebe em seu lar durante as vivências podem influenciar diretamente no seu comportamento, pois este mesmo grupo pode servir de participação ou de referência exercendo um papel importante na origem da sua identidade ocupacional.

Segundo Dias (2004, p.75), no momento da escolha profissional, a família que estiver com muitos conflitos, ocasionará problemas ao filho, pois isso causará ansiedade em todo o grupo, os pais podem reviver as dúvidas quando passaram por este momento e dependendo como resolveram essa questão terão formas de ajudar ou não o seu filho nesse processo da escolha, a orientação profissional se preocupa com essa relação do filho com a família, estando atento a possíveis sentimentos trazidos da sua relação familiar que possam estar sendo um obstáculo para a decisão final.

A família deve ter a consciência que o momento de o filho ter que enfrentar o mundo vai chegar, vai chegar a hora que ele terá identidade e conceitos próprios e isso fará tornar o que ele é. Como afirma, Muller (1988, p.141-142), os pais também terão o seu momento de aprendizagem nesse processo, que seus filhos não são só deles e sim integrantes da sociedade e que terão seus próprios destinos com seus projetos e desejos que buscam seguir.

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3.3 A Orientação Profissional

A escolha profissional é um importante passo a ser tomado, para ajudar nesse momento, é preciso atentar-se as preferências, aptidões e habilidades não apenas no momento de se concluir o ensino médio, essa avaliação também tem grande valor já durante o ensino fundamental, como afirma Gibson (1975, p.17-18), as primeiras preferências de possíveis escolhas profissionais não devem ser feitas como um planejamento em longo prazo e sim uma forma de exploração e descoberta, desenvolvendo o valor e assimilando a importância do trabalho para o ser humano e sabendo que chegará o inevitável momento da decisão profissional, adquirindo o entendimento da ampla possibilidade de oportunidades, deve-se também mostrar ao aluno do ensino fundamental a importância do momento de dar valor ao trabalho e assim ter conhecimentos sobre as profissões, que através da sua carreira, é possível ficar satisfeito com a sua escolha, mas para isso conhecer a profissão e a si mesmo é fator essencial, para todo esse trabalho ser efetivo é necessário um orientador profissional capacitado, se há um programa vocacional para um aluno do ensino fundamental, este deve ser guiado por um orientador educacional.

Segundo Gibson (1975, p. 27), enquanto o aluno prossegue nos anos do ensino fundamental e tem a limitação do seu campo de escolha profissional é uma tragédia educacional para ele, pois nos anos finais, ele pode ter recebido informações distorcidas sobre algumas profissões decorrentes de algumas experiências que teve, isso já compromete a escolha de algumas carreiras no futuro, a orientação profissional no ensino fundamental deve ter como um dos seus objetivos criar no aluno sentimentos de respeito por todo trabalho honesto, essa tarefa deve ser realizada com a ajuda do professor, o que não é fácil já que a criança está a todo momento recebendo informações distorcidas do mundo, por este motivo o sistema de informação tem grande missão nesse processo de orientação da escola.

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Segundo Spaccaquerche e Fortim (2009, p.39), a orientação profissional geralmente é buscada por jovens que estão cursando o ensino médio ou concluíram há pouco tempo, mas também há casos da procura de jovens já cursando uma faculdade, muitos fatores podem ser explicados para acontecer isso: a insegurança da escolha do curso escolhido diante das vivências acontecidas durante ele, o que pensava anteriormente sobre o curso não foi confirmada na prática, visão mais ampla de outras possibilidades o que dá a sensação de dúvida sobre a escolha feita, a questão financeira também pode afetar nesse processo pela necessidade de se obter trabalho mais rápido para sustentar a si e sua família e assim buscando outra área que não foi a antes escolhida. A orientação profissional deve-se preocupar com o contexto psicossocial vivido pelo orientando, suas necessidades, interesses, valores levando-se em consideração sua convivência com família, amigos, afazeres e perspectivas, pois se não levar em conta o mundo vivido pelo orientando, corre o risco de a orientação não ser bem feita e apenas acontecer a imposição de valores que não são considerados verdadeiros pelo orientando.

O plano emocional tem grande influência no momento em que o adolescente decide escolher qual profissão seguir. Como afirma, Spaccaquerche e Fortim (2007, p.52-53), dois aspectos devem ser considerados: a autoestima e a ambivalência, o jovem ao mesmo momento que pode se sentir capaz de tudo e de qualquer coisa, também pode se sentir mal, incapaz de ter sucesso em sua carreira, no meio desses extremos há o medo da realidade, por isso deve haver um equilíbrio entre essas sensações, a orientação profissional deve ajudar o jovem a enfrentar o mundo real sem perder seus objetivos e sonhos, há também a indecisão, a falta do discernimento de discriminar o valor de objetos de escolha diferentes para ele, lhe faltam subsídios para ter o poder de diferenciar o que lhe traz mais interesse e prazer em exercer no futuro, o que também é o papel de uma orientação profissional ajudar ao jovem a aos poucos ir diferenciando cada campo de escolha.

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Segundo Dias (2004, p.73), a orientação profissional se compara a uma psicoterapia com foco na vida ocupacional ou psicopedagógica do sujeito, pois busca compreender as relações entre ele entre no campo ocupacional e educacional, para assim se identificar inconscientemente as aptidões dele. Relacionar os campos da sua própria vida com o seu desempenho na escola é uma forma de se tentar entender como a decisão profissional vai ser escolhida da melhor forma, pois será um conjunto de todas as áreas.

De acordo com Muller (1988, p.138), a orientação vocacional, se ocupa da dúvida, o obstáculo ou o fracasso diante da decisão vocacional do orientando que é um sujeito que possui um repertório a ser estudado como a relação com sua família, sua estrutura psíquica, suas aptidões e preferências ainda inconscientes e seu lugar social em que está inserido.

3.4 A Formação do Professor

A formação do professor é um processo de constante movimento, pois mesmo depois de graduado, ele não pode parar seus estudos, deve sempre se manter atualizado, estudar as melhores maneiras de se relacionar com os alunos, de resolver conflitos na escola, de como fazer da sua aula a mais agradável possível e para que os alunos entendam o conteúdo e assimilem da maneira correta, para isso constantes estudos, cursos, participação em seminários ou tudo que for ajudar nesse grande processo é bem vindo para tornar a aula cada vez melhor.

Para o professor permanecer em constante atualização deve buscar formas de melhorar cada vez mais suas aulas e saber como entender seus alunos e ajuda-los da melhor forma possível, uma importante atividade que nunca deve ser deixada de lado por ele é a leitura, pois através dela é possível conhecer novos saberes, tendências, técnicas e meios de como tornar suas aulas mais ricas, como afirma Silva (1993 apud BARTALO; PEGORARO; OLIVEIRA; BERTAN, 1996, p.2), a leitura é uma atividade imprescindível a todas as áreas do saber, por meio dela podemos adquirir novas visões e criar novas experiências, ela é um meio de transformação da cultura e está diretamente ligado ao sucesso do profissional, o bom leitor tem o poder de comparar pontos de vista, ter senso crítico, consegue relacionar o texto lido com seu repertório de vivências.

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informações de forma passiva, a busca por livros por parte deles está diminuindo cada vez mais, daí o valor da conscientização em sala de aula do hábito de ler, porém não apenas a leitura em si, mas também tudo que está em volta nesta ação, como afirma Aguiar (1991 apud BARTALO; PEGORARO; OLIVEIRA; BERTAN, 1996, p.4), o professor ao selecionar os textos deve se atentar aos aspectos inerentes a eles como a sua finalidade, o assunto abordado, o estilo e o interesse por parte dos alunos.

Segundo Rangel (1990 apud BARTALO; PEGORARO; OLIVEIRA; BERTAN, 1996, p.4), para aprender é essencial que se tenha a prática da boa leitura, mesmo com o constante aumento de recursos tecnológicos, nada pode tirar o valor de se ter o hábito de ler, para se aprender é necessário se dedicar, se interessar, buscar novos conhecimentos e ler é um aspecto muito importante nesse processo e para se adquirir esse hábito é preciso o constante exercício que nem sempre trará satisfação, mas que é necessário, é um dos papéis do professor buscar formas de incentivar os seus alunos a cada vez mais criar esse importante hábito.

Na escola, a utilização da biblioteca pode e deve ser um meio de ajudar cada vez mais a melhorar as aulas, como há um grande acervo de informações e variedade de ideias, o professor pode usar isso como forma de enriquecer o repertório de conhecimentos dos alunos, porém como afirma Bartalo; Pegoraro; Oliveira e Bertan (1996, p.6), a maioria dos professores brasileiros ainda não descobriu que esses acervos em conjunto com a busca e produção de novos saberes podem ser importantes e indispensáveis nesse processo.

Mostrar o valor da leitura aos alunos é um processo que pode ser feito por todos, em conjunto, a estimulação, o apoio e o acompanhamento desse hábito pode ajudar a melhorar a assimilação de novos conhecimentos. De acordo com Bartalo; Pegoraro; Oliveira e

Bertan (1996, p.7), “esse processo, bem estruturado, com supervisores e/ou bibliotecários,

significa uma possibilidade de repensar o real pela compreensão mais profunda dos aspectos

que o compõem.”

Apesar da importância da Universidade na formação de professores, Silva e Frade (1997 apud ALFERES; MAINARDES, 2011, p.3), alertam que, as práticas de formação necessitam também de uma reflexão sobre o que acontece na realidade escolar para se assim obter discussões e se chegar a métodos para a solução de problemas recorrentes. A Universidade pode ajudar bastante nessa discussão e construção de reflexões sobre o melhor modo de lidar e resolver os atritos, mediações de conflitos entre alunos, problemas com evasão das aulas e outros problemas que persistem em acontecer no ambiente escolar.

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presente nos currículos, esse processo deve se ter também a reflexão, a discussão, as medidas para a solução de problemas que o professor enfrentará na sua profissão, o saber lidar mediante aos conflitos é um fator muito importante para a melhor aplicação de suas aulas.

Cada vez mais há uma constante mudança sobre o que se requer do aluno, não apenas um aluno que só ouça, mas também um aluno que possa exprimir suas ideias e questionar, como afirma, Ribas (2000, p.34), hoje se quer um aluno que seja um sujeito crítico e criativo que seja apto a interpretar as informações corretamente, que assimile o saber e o reconstrua, com essa mudança o trabalho do professor torna-se ainda mais difícil, pois precisa fazer isso com as limitações no seu ambiente de trabalho, há professores cientes dessa mudança e para por em prática buscam novas formas de ministrar suas aulas, porém também há professores receosos de que isso possa tirar a sala de aula do controle e ainda não tiveram a iniciativa de se começar essa nova forma de ensino.

De acordo com Popkewitz (1992 apud DE BRITO, 2007, p.402), hoje há exigência de ensino que estimule e valorize o pensamento crítico dos alunos, de torna-los capazes de questionar os padrões sociais, o professor deve ter ciência da relação que deve ter o seu ensino com o currículo em que ele está atrelado.

Segundo Facci (2004 apud ALFERES; MAINARDES, 2011, p.6), o professor tem a finalidade de solucionar os problemas por meio de aplicação rigorosa de teorias e técnicas científicas, necessitando então de um ensino reflexivo para se entender os problemas e a melhor forma possível de solucioná-los para o melhor desenvolvimento de suas aulas.

De acordo com Soares (2008 apud ALFERES; MAINARDES, 2011, p.7)., professor-reflexivo e professor-pesquisador são tipos diferentes mas com a mesma finalidade: a formação e a prática docente deve ter como base os estudos e as reflexões sobre suas práticas.

Segundo Ferreira (2008 apud ALFERES; MAINARDES, 2011, p.10), espera-se que os professores cada vez mais aprimorem seus estudos, suas práticas docentes tendo como base uma concepção crítica para assim sempre buscar o melhor desenvolvimento das suas aulas e o que fazer para se conseguir cada vez mais, melhores resultados nas suas ações pedagógicas, reconhecendo sempre o seu papel como professor.

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empregados, estando apto a inovar em suas aulas, tendo consigo os conhecimentos adquiridos histórico e socialmente, aceitando questionamentos, críticas de outros professores e a partir destes se aperfeiçoando cada vez mais. A formação contínua mostra que com o professor estabelecido em seu local trabalho, aumenta seu compromisso com o aluno em lhe propiciar o conhecimento não apenas repassando, mas sim construindo de forma coletiva com ele, essa formação torna o professor um profissional cada vez mais motivado para se desenvolver cada vez mais.

A prática docente não deve ser vista apenas como individualizada e setorizada, mas sim construída coletivamente, como afirma Ribas (2000, p.58), ela sofre influência de outras pessoas, de constantes estudos seja os que ainda estão em processo de análise quanto os que já estão sendo postos em prática. É necessária também uma formação teórica do professor, para que este possa fazer análises sobre a atual estrutura escolar e social e de como ele pode ajudar para melhorar cada vez mais este quadro.

Como afirma, Ribas (2000, p.54), a escola não precisa de um professor especialista em apenas um campo ou ser praticante de ideias onde todo mundo aceita, nem ser um excelente transmissor de informações, pois não há uma linearidade entre aprendizagem e ensino.

O papel do professor na escola é bastante amplo, não apenas transmitir informações, mas também ajudar ao seu aluno através dela a criar e recriar sua própria visão do mundo. De acordo com Ribas (2000, p.64), o papel do professor é facilitar o aprendizado, a consciência do professor é o motor da humanização, o seu principal objetivo é ajudar a formar seus alunos com possibilidades de descobrir novos assuntos, ter suas próprias ideias e enfrentar seus próprios limites, não lhe passar qualquer informação e sim aquelas que lhe forem úteis durante a vida.

A constante formação dos professores também não resolvem todos os problemas, é necessária também investimento nas escolas para que eles possam exercer seu trabalho da melhor maneira possível, estrutura precária, falta de materiais didáticos, desvalorização do

profissional são alguns problemas recorrentes na área escolar. “É necessário acabar com a

deterioração das condições de trabalho sofrida pela escola pública, sem deixar de lado a formação dos professores, pois só haverá melhoria na educação com a qualificação destes.”

(24)

3.5 A Satisfação Profissional

Durante o exercício da profissão, vários fatores nos levam a questionar o que nos faz estarmos satisfeitos ou não com a profissão que escolhemos, condições de trabalho, salário, relacionamento interpessoal são alguns dos aspectos que influenciam para essa reflexão. É comum com o decorrer dos anos uma profissão que no começo se tinha uma visão, se transformar ao longo dos anos, às vezes para o lado bom mas em outras para o lado ruim.

De acordo com Bastos (1995 apud PEDRO; PEIXOTO, 2006, p.247), a satisfação no trabalho é um conjunto de alguns fatores como a auto-estima, envolvimento e comprometimento com a profissão, ou seja, é influenciado muito pelo sentimento e a afetividade de cada um no exercício das suas tarefas.

No que se refere ao exercício da docência, a satisfação e o bem-estar profissional é muito importante para o bom funcionamento e desenvolvimento das aulas, pois um professor com prazer em trabalhar, consequentemente se esforçará para sempre melhorar suas aulas, trazendo alternativas, novos métodos e reflexões sobre como deixar o seu ato de ensinar mais agradável para os alunos.

Segundo, Esteve (1992 apud PEDRO; PEIXOTO, 2006, p.248), o mal-estar docente pode trazer consequências, pois sua prática de ensinar será prejudicada e assim a qualidade das aulas cairá porque insatisfeito com o trabalho, o professor trará consigo estresses emocionais, desinteresses, desejos de abandono, autodesvalorização e a perda da vontade de continuar a ministrar aulas.

De acordo com Seco (2000 apud MOREIRA; FERREIRA, A; FERREIRA, J, 2014, p.70-71), não há um consenso entre os investigadores sobre a definição de um conceito sobre a satisfação ou insatisfação docente, isso pode ser explicado pelas divergências de análises para se poder definir um quadro tão complexo como esse, em comum as análises são feitas levando-se em conta uma perspectiva geral, atentando-se a fatores internos ao exercício da docência pelo professor como a sua autonomia e a sua socialização e interação com os alunos e também aos fatores externos como a questão do crescimento na carreira, salários, o reconhecimento e a questão das condições materiais que ele tem para exercer o seu trabalho.

(25)

(26)

4 METODOLOGIA

Foi realizado um estudo de caso, transversal, e utilizando as metodologias qualitativa e quantitativa.

A PESQUISA QUALITATIVA

A pesquisa qualitativa tem como um dos objetivos analisar a reflexão dos pesquisados sobre determinado tema, ao contrário do método quantitativo, não pode ser mensurado em quantidade ou números exatos, pois necessita de respostas descritas através da reflexão individual sobre o assunto pesquisado em questão.

Patton (1986 apud ALVES; 1991, p.54), diz que a abordagem da pesquisa qualitativa, as pessoas respondem de acordo com seus sentimentos, suas crenças, no que elas acreditam sua vida, ou seja é um método de pesquisa bastante variável, onde cada pesquisado vai responder as perguntas de acordo com seu modo de ser.

De acordo com Guba e Lincoln (1989 apud ALVES; 1991, p.60), o investigador é o principal instrumento do método qualitativo de pesquisa, pois no trabalho de campo terá que conversar com as pessoas, ter um senso de observação no ato da resposta das perguntas, se empenhando para se conseguir o máximo de detalhes possível para enriquecer os resultados da sua pesquisa.

Segundo Godoy (1995, p.58), a pesquisa qualitativa diferentemente da quantitativa, não usa de enumeração, estatísticas e medição dos dados, nesse tipo de pesquisa outros aspectos são levados em consideração como a descrição das experiências vividas pelo pesquisador no ato da pesquisa como, por exemplo, as informações sobre pessoas, lugares, situações, interações e a partir desse conjunto buscar a compreensão desses fenômenos, segundo a visão das pessoas que foram pesquisadas.

A PESQUISA QUANTITATIVA

(27)

De acordo com Gatti (2004, p.13), há dois aspectos a ser considerados na abordagem quantitativa: os números e as medidas impõem limites nas operações que se pretende fazer com eles e para boas pesquisas é necessária a boa formulação de perguntas por parte do pesquisador, o que necessita uma clara visão do problema abordado por ele, daí se é o ponto de partida para suas interpretações e conclusões. Sem levar em consideração estes dois pontos, se corre o risco de usar as estatísticas de maneira equivocada e não obter os resultados com qualidade, pois os significados dos dados, números e testes realizados só vai ser dado realmente pela bagagem teórica trazida pelo pesquisador.

Segundo Gatti (2004, p. 14), com relação ao uso de dados quantitativos no Brasil, não se teve uma tradição e nem foi usada de forma ampla o que ocasionou a dificuldade de se ter uma opinião com mais fundamentos sobre o que esse recursos pode ou não oferecer e quando a discussão sobre esse método é posto em prática há a dificuldade de se contextualizar e se ter uma visão crítica sobre ele.

Locais do estudo e seleção de amostra

A pesquisa foi realizada em escolas públicas dos bairros Canindezinho e Siqueira com um total de 10 (dez) professores em 6 (seis) escolas diferentes.

Os pesquisados foram professores de escola pública dos Bairros Canindezinho e Siqueira localizados em Fortaleza para exemplificar com embasamento prático os motivos que levaram a escolha da Licenciatura pelos profissionais em Educação Física. Não existem critérios de exclusão.

Instrumentos de coleta de dados

(28)

O QUESTIONÁRIO

De acordo com Gil (1989, p.124), o questionário pode ser definido como a técnica de investigação onde pode conter um número pequeno ou elevado de questões escrito apresentados a pessoa com o intuito de se obter o conhecimento de opiniões, interesses, sentimentos ou experiências da pessoa

Vantagens: Segundo Gil (1989, p.125), pode se atingir maior número de pessoas, mesmo que estejam em locais distantes, podendo ser enviados via correio, exige menos gastos pois não exige treinamento para sua aplicação, a identidade dos pesquisados não é exposta, há a possibilidade do pesquisado responder no momento que for melhor para ele, não há a exposição do pesquisado e influência da opinião e do aspecto pessoal do entrevistado.

Desvantagens: Segundo Gil (1989, p. 125-126), exclui as pessoas que não sabem ler e escrever, impede o auxílio ao informante quando não há o entendimento das instruções ou perguntas, não há o conhecimento das circunstâncias em que o questionário foi respondido, não há a garantia que a maioria dos pesquisados devolvam a pesquisa totalmente preenchido o que pode diminuir a representação da amostra, geralmente há número pequeno de questões, pois o número alto corre o grande risco de não haver o preenchimento, pode causar resultados críticos quanto aos seus objetivos, pois o significado das perguntas pode ter diferenças para cada pessoa pesquisada.

Procedimentos de coleta de dados

Foram realizados questionários com os professores onde foram respondidas as questões no intuito de se analisar os dados e atingir o objetivo geral e específicos deste trabalho.

Ao chegar as escolas da rede pública dos bairros Canindezinho e Siqueira, procurei o professor(a) ou professor(es) da escola e me apresentei como aluno da instituição perguntando se era possível realizar a pesquisa, com a resposta positiva, apresentei o termo de consentimento livre e esclarecido e com a assinatura do professor(a), apliquei o questionário para os professores de Educação Física que trabalham em cada uma das 6 (seis) escolas pesquisadas nos bairros mencionados.

(29)

(30)

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 1: Professores formados e não formados em Educação Física

Figura 2: Professores formados em Educação Física na área da Licenciatura Plena

Conclui que dentre os 10 (dez) pesquisados, todos eles são formados em Educação Física, Licenciatura Plena.

A formação em Licenciatura Plena é muito importante, pois com os conhecimentos adquiridos em sua formação, os professores de Educação Física podem colocar em prática tudo que aprendeu, sempre adquirindo novas experiências e somando cada vez esses conhecimentos de suas vivências no exercício da profissão ao seu repertório de aprendizado no intuito de se ministrar a melhor aula possível.

Segundo Benites; Neto e Hunger (2008, p.345),

100%

Professores formados e não formados em

Educação Física

Formados Não Formados

100%

Professores formados em Educação Física na

área da Licenciatura Plena

(31)

as diretrizes mais atuais, que foram sancionadas em 2002 e 2004 pelo Conselho Nacional de Educação, apresentam como proposta para a Formação dos Professores da Educação Básica, licenciatura plena, um curso com identidade própria, com conhecimentos e competências específicos para a atuação docente, privilegiando [...] o preparo do professor; a aprendizagem como um processo de construção de conhecimento, habilidades e valores; conteúdos, como meio de suporte na constituição das competências e avaliação como parte integrante do processo de formação. (Brasil, 2002a, p. 2)

Figura 3: Tempo de graduação dos Professores de Educação Física

Conclui que dentre os 10 (dez) pesquisados, há um tempo de experiência, já que 40% (quarenta por cento) deles já são formados entre 5 (cinco) e 10 (dez) anos, um é formado há mais de 20 (vinte) anos e metade deles, ou seja, 5 (cinco) pesquisados se formaram há pouco tempo, há menos 5 (cinco) anos. Pode-se perceber com esses dados, uma variedade de perfis de professores de Educação Física na rede pública dos bairros Siqueira e Canindezinho, onde ambos são importantes, tanto os mais recém-formados que estão descobrindo a cada dia como é o exercício da profissão, trazendo novas ideias, o que aprendeu durante o tempo na faculdade sobre como deixar suas aulas cada vez melhor, quanto para os mais experientes que podem sempre ajudar passando suas vivências para os alunos e melhorando cada vez mais suas aulas, acredito ser muito importante essa troca de informações e experiências entre os mais novos na profissão e os mais experientes que podem ajudar como lidar aos problemas mais frequentes nas aulas, cada professor se ajudando, vão acumulando novas formas de ministrar da melhor maneira possível suas aulas.

De acordo com Shigunov; Farias e Nascimento (2002 apud FLORES; CONTREIRA; ILHA; CRISTINO; KRUGER; KRUG, 2010), nos três primeiros anos da

50% 40%

10%

Tempo de Graduação dos Professores de

Educação Física

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carreira docente, à medida que o tempo passa, os professores vão diminuindo o impacto que sofreram no início ao lidarem com a realidade escolar, isso faz com que eles ganhem experiência e criem um amadurecimento tanto profissional quanto emocional e com esse maior conhecimento adquirido sobre a realidade em que trabalham, eles criam maior poder de argumentação sobre suas práticas pedagógicas.

Segundo Huberman (1992 apud FLORES; CONTREIRA; ILHA; CRISTINO; KRUGER; KRUG, 2010), entre os 4 e 6 anos de docência, este período chama-se de fase de estabilização, onde é um momento onde o professor torna-se independente com comprometimento definitivo a sua carreira, uma fase onde o professor se sente integrado ao conjunto do corpo docente e tem a visão mais clara que se tornou realmente professor, é um período onde as preocupações com sua didática, seu trabalho e seu comprometimento pedagógico se acentua, essa é uma fase muito importante, pois é nela que o professor vai se afirmando cada vez mais na carreira docente.

Figura 4: Se os professores de Educação Física possuem especialização ou formação em outra área.

Conclui que apenas um dos dez pesquisados possui formação em outra área que

foi o “Pesquisado 2” que relatou que tem formação em Atendimento Educacional Especializado e agora está exercendo a função de professor de Educação Física, o

“Pesquisado 1” possui especialização em Nutrição e Exercício Físico, ou seja, é um

complemento para a formação já tida em Educação Física.

A constante busca de novos conhecimentos, capacitações e especializações por parte do professor de Educação Física é muito importante, pois cada vez mais com seu campo

80% 20%

Se os professores de Educação Física possuem

especialização ou formação em outra área

(33)

de conhecimentos ampliado, isso poderá ser traduzido na melhoria da qualidade em suas aulas.

De acordo com Imbernón (1997 apud GUNTHER; MOLINA NETO, 2000, p.74), a formação permanente no campo educacional é explicada na busca constante de conhecimentos e novas habilidades para enriquecer cada vez mais suas aulas por parte do professor.

O que levou você a escolher ser professor de Educação Física?

Os motivos mais citados pelos pesquisados sobre o que levou a escolherem ser professores de Educação Física foram: gosto pela prática esportiva que foi citado por 5 (cinco) pesquisados e o desejo de lecionar que foi citado por 2 (dois) pesquisados. Outros motivos também foram citados como:

Pesquisado 5: “influência escolar, atleta na época de colégio”

Pesquisado 9: “o movimento corporal, desenvolvimento humano, a prática de esportes”

Pesquisado 10: “admiração pelo curso”

Um fator comum entre os pesquisados, foi o prazer pela prática esportiva, as experiências com esportes fizeram que despertassem a vontade de lecionar e trabalhar com a Educação Física. Com essas respostas podemos perceber a importância do professor de Educação Física na escola, pois com os alunos motivados, interessados nas aulas, isso pode fazer com que no futuro eles despertem também a vontade de ensinar, de trabalhar com esportes e seguir na área.

O Pesquisado 2 relatou que: “A Ed. Física valoriza o individuo como um todo, se preocupa com a saúde, bem estar e a qualidade de vida, formação humana, valores, recreação,

(34)

O Pesquisado 7 relatou que: “Sempre gostei muito de esportes e adorava minhas

aulas de educação física, tive ótimos exemplos dos meus professores.”. Deste relato, vemos

que o gosto pelos esportes aliado a ótimos exemplos de professores fez com que o entrevistado seguisse a profissão, se por acaso, o entrevistado tivesse tido professores ruins, muito provavelmente isso não seria suficiente para que despertasse o interesse de lecionar no futuro, conclui assim que o professor de Educação Física pode mudar rumo de vidas de alguns dos seus alunos com o passar dos anos, pois se pode deixar uma impressão positiva ou negativa da profissão.

Segundo Gati e cols. (1996 apud PRIMI; MUNHOZ; BIGHETTI; NUCCI; PELLEGRINI; MOGGI, 2000, p. 451-452), a escolha da profissão é um processo que envolve alguns fatores, a decisão deve ser tomada considerando as suas características pessoais ao mesmo tempo fazendo relação com as características das suas opções, a escolha deve levar em conta seus desejos pessoais, mas sem esquecer a realidade do mercado de trabalho.

Figura 5: Fatores determinantes para a escolha da Licenciatura em Educação Física (%)

Pude concluir que o fator emocional (gostar da profissão) é bastante comum no momento da escolha de se tornar professor de Educação Física, como vimos na questão

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Fator Emocional Fator Financeiro Mercado de Possibilidades

Amplo na Licenciatura

Outros Motivos

Fatores determinantes para a escolha da

Licenciatura em Educação Física (%)

(35)

anterior, o prazer por tudo que a disciplina engloba é um fator determinante na escolha e isso aliado a professores marcantes que tiveram durante a vida escolar.

Apenas 1 (um) pesquisado marcou a opção “Fator Financeiro”, o que pude

concluir que a remuneração ainda não é um fator que atrai na escolha de ser professor e o gostar pela profissão ainda tem peso maior na hora da decisão.

A opção “Mercado de possibilidades amplo na Licenciatura” foi levado em

consideração por 3 (três) dos 10 (dez) pesquisados, o que pude concluir que a grande possibilidade de se conseguir um emprego e a grande variedade de possibilidades na licenciatura, também é um fator levado em consideração no momento da escolha pela profissão, o que é compreensível, haja vista que existem profissões com um mercado mais restritivo, onde o formado ao terminar o curso tem muitas dificuldades de se inserir no mercado de trabalho.

A opção “Outros motivos” foi marcada por 3 (três) pesquisados.

O Pesquisado 3 relatou que um fator determinante para escolher a profissão foram

“A prática de atividades esportivas e paixão pelo esporte”, ou seja, o prazer pela atividade

física e os esportes ajudaram no momento da escolha.

O Pesquisado 6 relatou que um fator determinante para a decisão foi “Aproveitar

disciplinas do 1º semestre em outro curso da saúde”, este relato é bastante interessante, pois

em outro curso, ele descobriu a vontade de cursar e lecionar Educação Física, através de uma disciplina cursada na faculdade em outro curso da área da saúde, houve então o processo da descoberta de uma nova área que ele se identificava mais, o que foi bom para ele, pois se não tivesse cursado essa disciplina que lhe mostrou uma nova gama de possibilidades, talvez não teria cursado o que realmente ele gostava.

O Pesquisado 8 relatou que “Tive excelentes professores no ensino médio, nestes me espelhei e me motivei a ingressar na área”, mais uma vez pude perceber a importância dos professores ministrar a melhor aula possível mantendo todos os alunos interessados e animados durante o maior tempo possível, conclui com esse relato que os professores do entrevistado serviram de inspiração para ele se tornar um professor também e seguir na área, pois ele teve ótimas aulas e acabou o motivando a lecionar.

(36)

Figura 6: Pretensão de continuação apenas na Licenciatura, mudança para o Bacharelado ou desejo de atuação nas duas áreas simultaneamente.

Pude perceber entre os resultados, que há sim uma satisfação no exercício da Licenciatura, pois dentre os 10 (dez) pesquisados, apenas um não quer mais seguir na área, os outros nove pesquisados, quatro deles pretendem seguir também no Bacharelado, mas sem abrir mão da licenciatura e os outros cinco pesquisados pretende fica apenas na Licenciatura.

Conclui que a área do Bacharelado também é bastante atrativa, pois quatro dos pesquisados pretendem seguir nas duas vertentes simultaneamente, mas um lado positivo é que mesmo querendo seguir no bacharelado, não pretendem deixar a licenciatura de lado.

Segundo Faria Junior (1987, 1992 apud NETO; ALEGRE; HUNGER; PEREIRA, 2004, p. 121), ele defende a formação do professor generalista, este sendo capaz de atuar no sistema formal e não formal, sendo que este professor possui uma visão humanística, o professor especialista é o que possui formação em Bacharelado, pois este escolheu um campo específico para atuar que pode ser a dança, recreação ou outro campo da educação física de sua preferência, sua formação tem como base uma visão mais técnica.

50%

10% 40%

Pretensão de continuação apenas na

Licenciatura, mudança para o bacharelado ou

desejo de atuação nas duas áreas

simultaneamente

Apenas Licenciatura

Mudança para o Bacharelado

(37)

Figura 7: Você está satisfeito com a escolha da Licenciatura em Educação Física?

Houve um grande grau de satisfação com a escolha da licenciatura em Educação Física, já que 9 (nove) dentre os 10 (dez) pesquisados estão sim satisfeitos com a decisão da sua carreira profissional. O único pesquisado que não está satisfeito com a escolha relatou:

“Problemas com a área escolar, conceitos diferentes dos que estão sendo empregados nas escolas”, pude concluir que infelizmente os problemas enfrentados diariamente pelos professores fizeram que o pesquisado se desmotivasse em lecionar, o que é um fato que também acontece, ao ver que a realidade escolar em alguns casos é bem diferente do que se imaginava antes de começar a ministrar aulas, acredito que para se evitar casos como este, é necessário maior investimento nas escolas, maior valorização dos professores e dar a melhor estrutura possível necessária para uma boa aula de Educação Física, tanto em relação a quantidade e variedade dos materiais, o espaço para as aulas práticas e as salas de aula para as aulas teóricas.

Dentre as justificativas dos pesquisados que estão satisfeitos com a escolha feita em sua profissão, pude perceber que apesar das dificuldades enfrentadas, o desejo e o prazer de lecionar são maiores, poderem trabalhar com os alunos e perceber sua alegria e motivação nas aulas é um grande estímulo a cada dia, como relatou o Pesquisado 10: “Eles costumam participar das aulas com muito prazer, isso é muito gratificante”. Acredito que o professor quando percebe que sua aula está proporcionando interesse, motivação e alegria por parte dos alunos, faz com que cada vez mais o docente também traga para suas aulas, novas experiências, novos conhecimentos para eles e consequentemente ocasionando mais satisfação ao professor no exercício da sua profissão, porém se a aula não ocasiona esses sentimentos aos alunos, também é um desafio para o professor criar novas alternativas de se

90% 10%

Você está satisfeito com a escolha da

Licenciatura em Educação Física?

(38)

tornar mais estimulante, que desperte o interesse e a curiosidade de aprender novas coisas a cada aula ministrada, a criatividade é um fator essencial neste processo, pois aulas diferentes despertam mais ainda a atenção e a iniciativa de se fazer as atividades propostas.

Para se manter e aumentar a satisfação profissional, a autoestima é um importante fator que deve ser sempre trabalhado, refletido e melhorado a cada dia para o melhor bem estar físico e emocional no exercício das atividades docentes. Harter (1999 apud PEDRO;

PEIXOTO, 2006, p. 250) “refere-se à autoestima como um construto dotado de carácter

avaliativo, descritivo e susceptível de desenvolvimento”.

Segundo Noal (2003 apud FLORES; CONTREIRA; ILHA; CRISTINO; KRUGER; KRUG, 2010), o professor torna-se satisfeito em seu trabalho quando este adquire a segurança e confiança em exercer a docência além de outros fatores que ajudam a ter cada vez mais uma relação saudável entre ele e os seus alunos e com isso consegue-se o sucesso profissional.

Figura 8: Você pensa em mudar de profissão?

Com os resultados obtidos nesta questão, pude perceber mais uma vez a satisfação dos pesquisados em trabalhar na Educação Física escolar e em sua maioria não existe o desejo de mudança da profissão, pois dentre os 10 (dez) pesquisados, apenas um marcou a opção que

pensa em mudar de profissão, os motivos relatados pelo pesquisado foram: “divergências com a área educacional”, com os problemas enfrentados, o pesquisado acabou se desestimulando e assim pensa em buscar outra área que ele relatou que seria: “Administrativa, por ter influência da família no campo”, pude concluir que a área administrativa se tornou mais atrativa a ele, já

10%

90%

Você pensa em mudar de profissão?

(39)

que a família tem experiência na área e com isso ele teria mais afinidade em exercer essa profissão.

Segundo Esteve (1992, p.89 apud RABELO, 2010, p.286), algumas consequências da insatisfação com a docência pode ser explicado com: desconforto ao lidar com os problemas na área escolar em choque ao que gostaria de realizar como professor, cansaço constante ao lidar com os problemas rotineiros, estresse emocional, depressão, desejo de mudar de profissão e outros.

Segundo Jesus (2002, p.235-236 apud RABELO, 2010, p.286), o mal-estar docente também pode ser explicado com a quantidade de exigências ao professor, sem este ter os recursos necessários para atender, isto faz com que ele aumente seus esforços ocasionando estresses emocionais e com isso pode se tornar uma causa de insatisfação com a profissão.

Quais os maiores problemas enfrentados por você no exercício da Licenciatura em Educação Física?

Dentre as 10 (dez) pesquisas realizadas, os problemas mais citados foram: 5 (cinco) pesquisados citaram a falta de materiais básicos e 4 (quatro) pesquisados citaram a falta de estrutura adequada como um dos problemas enfrentados, além desses dois problemas relatados, também foram citados vários outros que eles enfrentam no exercício da profissão:

Pesquisado 1: “condições precárias de trabalho”

Pesquisado 3: “salas superlotadas, infraestrutura quase sempre apresenta problemas e a falta de disponibilidade de material adequado e em condições de uso”

Pesquisado 4: “carga horária extenuante, pouco tempo para planejar, salas superlotadas, baixos salários, indisciplina dos alunos”

Pesquisado 7: “ falta de valorização do profissional de educação física”

Pesquisado 8: “alunos querem apenas jogar futebol, alunos sempre tem competição muito forte(competem com muita veemência em qualquer atividade), participação feminina”

(40)

a ele melhores estruturas físicas e materiais didáticos de qualidade para as aulas teóricas, aumentar a quantidade de materiais para se poder ensinar os diversos esportes, assim seria mais fácil se poder realizar aulas de diversas modalidades, despertando cada vez mais o interesses dos alunos em como jogar da melhor forma, aprender as regras e praticar constantemente outros esportes além do futebol e futsal, melhorias e investimento nas escolas seria benéfico a todos, tanto para os professores que cada vez mais poderiam ministrar aulas diversificadas e melhores, quanto para os alunos que também se motivariam com espaços físicos e materiais de qualidade para aprender tudo que a Educação Física proporciona, assim as aulas se tornariam cada vez melhores e consequentemente o aprendizado também aumentaria pois lhes foram proporcionado condições e estrutura para isso.

Segundo Pérez Gómez (1997 apud GUNTHER; MOLINA NETO, 2000, p.76), os conhecimentos adquiridos na graduação são recursos de reflexão quando são integralizadas juntamente com a prática profissional vivida, quando há o conjunto entre a teoria e a realidade na prática em que o professor está atuando.

De acordo Contreras, 1997; Liston & Zeichner (1997 apud GUNTHER; MOLINA NETO, 2000, p.75), os professores devem estar ciente das condições e da realidade social em que estão inseridos no exercício das suas aulas, a reflexão profunda por parte dele sobre o quadro em que vive é uma grande possibilidade de que com suas práticas pedagógicas possam mudar e transformar essa realidade para cada vez melhor.

Segundo Schon (1995, 1998 apud GUNTHER; MOLINA NETO, 2000, p.75), o professor no pensamento sobre suas práticas deve levar em consideração o conhecimento e a reflexão sobre suas ações, o que significa relacionar suas ações com os problemas em que está envolvido, lidar com situações imprevistas faz parte deste processo, o que precisará de reflexão por parte do professor para novas ações fora do seu programado para lidar com esses fatos da melhor maneira possível.

O que você faz de alternativas para enfrentar os problemas no exercício da Licenciatura em Educação Física?

(41)

Segundo Martins (2002, p.186), o ensino da Educação Física na escola é muito amplo, a criatividade e os recursos materiais que os professores possuem são muito importantes nesse processo, além da sua visão de escola e o constante compromisso no intuito de formar novos cidadãos.

Com o elevado número de problemas enfrentados pelo professor de Educação Física, também é comum ter inúmeras formas de como lidar com eles para poder ministrar a aula da melhor maneira possível. Dentre as alternativas realizadas pelos 10 (dez) professores estão:

Pesquisado 1: “adaptação na forma de aplicar os métodos”

Pesquisado 2: “criar com alunos materiais alternativos. Ter criatividade sempre”

Pesquisado 3:

“Nas aulas teóricas, apresento conteúdos em sala, disponibilizando aos alunos de forma que eles possam ter acesso. Nas aulas práticas, utilizo atividades que necessitem de pouco ou nenhum material, exercícios com o peso do corpo, atividades em grupo e jogos”

Pesquisado 4: “A única alternativa é através da luta da categoria, através de greves e mobilizações em busca de uma educação de qualidade, uma educação livre, consciente,

crítica, onde nossos alunos possam ter uma visão global do mundo”

Pesquisado 5: “Inicial a conscientização dos alunos sobre a disciplina e jogos e

brincadeiras diferenciadas, temas mais próximos a realidade”

Pesquisado 6: “Tenho muitas vezes o meu próprio material”

Pesquisado 7: “Devemos usar todos os conhecimentos adquiridos na graduação e

estar sempre se atualizando e pesquisando novas formas para diversificar as aulas e usar

muito a criatividade”

Pesquisado 8: “Sempre procuro me aproximar dos alunos e aplicar aulas com uma grande diversidade de atividades”

Pesquisado 9: “Jogos de raciocínio, aulas de campo e dinâmicas”

Pesquisado 10: “Tento mostrar meu trabalho da melhor forma possível para que

ele seja valorizado, porque as aulas de Educação Física não é simplesmente entregar uma bola

para o aluno”

Imagem

Figura 2: Professores formados em Educação Física na área da Licenciatura Plena
Figura 3: Tempo de graduação dos Professores de Educação Física
Figura 4: Se os professores de Educação Física possuem especialização ou formação em outra  área
Figura 5: Fatores determinantes para a escolha da Licenciatura em Educação Física (%)
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Referências

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