DIREITO DO TRABALHO
Jornadas Especiais: Turnos ininterruptos de revezamento - Trabalho em Regime de Tempo Parcial
Descanso Semanal Remunerado (DSR’s)
Labor em domingos e feriados. Possibilidade e legalidade.
Remuneração do labor em DSR’s e feriados.
Férias.
Sonia Soares
Turnos ininterruptos de revezamento- Art. 14, XIV da CF
Art. 7º, XIV- jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
O turno ininterrupto de revezamento pressupõe trabalho em horários com sucessivas modificações, em atividade empresarial contínua
Justificativa: a alternância de horários prejudica a saúde
Turno: divisão de trabalho dentro da jornada
Ininterrupto = Empregador que funciona 24 hs
Revezamento = troca contínua de horários de trabalho, de forma que um empregado trabalhe todos os horários de um dia em períodos diferentes. TST vem entendendo que o
trabalho em dois turnos caracteriza -Escalas fixas
OJ-SDI1-395. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO.
HORA NOTURNA REDUZIDA. INCIDÊNCIA. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)
O trabalho em regime de turnos ininterruptos de
revezamento não retira o direito à hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições
contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da
Constituição Federal.
Súmula 360 - Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intrajornada e semanal (Res. 79/1997, DJ 13.01.1998)
A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com
jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.
Súmula 423 - Turno ininterrupto de revezamento. Fixação de jornada de trabalho mediante negociação coletiva. Validade.
(Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 169 da SBDI-1- Res.
139/2006, DJ 10/10/2006)
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular
negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.
Tese Jurídica Prevalecente 11 do TRT da Segunda Região:
11 – Turnos ininterruptos de revezamento. Caracterização. Validade da jornada de oito horas prorrogada por acordo coletivo. Pagamento de horas extras. (Res. TP nº 06/2016 - DOEletrônico 31/05/2016)
I) O labor em apenas dois turnos de trabalho, não abarcando totalmente o ciclo de vinte e quatro horas do dia, não descaracteriza o turno ininterrupto de revezamento.
II) A prestação habitual de horas extras além da 8ª diária invalida a negociação coletiva que instituiu turno ininterrupto de revezamento de 8 horas diárias.
RECURSO DE REVISTA. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO.
NORMA COLETIVA. FIXAÇÃO DE JORNADA SUPERIOR A OITO HORAS.
SÚMULA Nº 423 DO TST 1. A jornada especial reduzida de seis horas para os empregados submetidos a turnos ininterruptos de
revezamento é ditada por razões de higiene, saúde e segurança. 2.
Apenas excepcionalmente, em observância à parte final da norma do inciso XIV do art. 7º da Constituição Federal e à autonomia privada coletiva dos sindicatos, é válida norma coletiva que estipule, para tais empregados, jornada diária de oito horas. Incidência da Súmula nº 423 do TST. 3. Não se revela válida, portanto, por frustrar a
proteção constitucional (inciso XIV do art. 7º), norma coletiva que fixa jornada diária em turnos ininterruptos de revezamento superior a oito horas. Precedente da SbDI-1 do TST. 4. Recurso de revista do Reclamante de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR:
9478420115030026, Relator: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 09/03/2016, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/03/2016)
RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. TURNOS ININTERRUPTOS DE
REVEZAMENTO. I. A Orientação Jurisprudencial nº 360 da SBDI-1 desta Corte consagra o entendimento de que faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da Constituição Federal, o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, desde que
compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno. II. No caso dos autos, o Reclamante trabalhava em turnos ininterruptos de revezamento com jornada superior a 8 horas diárias. Extrai-se do acórdão regional que o Autor laborou em dois turnos distintos, um essencialmente diurno e outro parcialmente
noturno. Nesse contexto, o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento está caracterizado, pois incontroverso que o Reclamante exerceu suas atividades em sistema de alternância de turnos entre os horários diurno e noturno. III. Por outro lado, esta Corte Superior firmou jurisprudência no sentido de que o
elastecimento da jornada de trabalho além da 6ª diária no trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento somente é permitido quando previsto em negociação coletiva e desde que não seja ultrapassada a jornada de oito horas diárias (Súmula nº 423 do TST). IV. Recurso de revista de que se conhece, por
contrariedade à Súmula nº 423 do TST e à OJ/SBDI-1 nº 360 desta Corte, e a que se dá provimento.(TST - RR: 102123920135030027, Data de Julgamento: 17/02/2016, Data de Publicação: DEJT 19/02/2016)
Redação anterior Nova redação Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo
parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais
X “Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou,
ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas
semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.
X INALTERADO.
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva. .
X INALTERADO
TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL
Redação anterior
Nova redação
NIHIL X § 3o As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal.
NIHIL X § 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a
vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins
do pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais.
NIHIL. . X § 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas.
Redação anterior
Nova redação
NIHIL. . X § 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário.
NIHIL. . X § 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta Consolidação.” (NR)
.
ANTES DA RT, as férias eram disciplinadas pelo art. 130-A;
consideravam a jornada para estabelecer os dias de gozo: I - 18 dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; II - 16 dias, para a duração do
trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas; etc – Art. 130-A FOI REVOGADO
Não exceda de 30 horas na semana
Não pode laborar em horário extra
Não exceda de 26 horas na semana
Pode laborar até 6 horas extras
semanais
Podem ser
compensadas
diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo a quitação na folha de pagamento ocorrer no mês subsequente
RESUMO TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL
JORNADAS ESPECIAIS:
Há categorias profissionais que possuem previsão legal de jornada de trabalho inferior a 8 (oito) horas diárias.
Bancário:
Art 24 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana;
§ 1º - A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará compreendida entre 7 (sete) e 22 (vinte e duas) horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo de 15 (quinze) minutos para alimentação. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo.
Art. 225 - A duração normal de trabalho dos bancários poderá ser
excepcionalmente prorrogada até 8 (oito) horas diárias, não excedendo de 40 (quarenta) horas semanais, observados os preceitos gerais sobre a duração do trabalho.
Art. 226 - O regime especial de 6 (seis) horas de trabalho também se aplica aos empregados de portaria e de limpeza, tais como porteiros, telefonistas de mesa, contínuos e serventes, empregados em bancos e casas bancárias
Parágrafo único - A direção de cada banco organizará a escala de serviço do
estabelecimento de maneira a haver empregados do quadro da portaria em função, meia hora antes e até meia hora após o encerramento dos trabalhos, respeitado o limite de 6 (seis) horas diárias
Art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana.
Súmula nº 109 do TST
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O bancário não enquadrado no § 2º do art. 224 da CLT, que receba
gratificação de função, não pode ter o salário relativo a horas extraordinárias compensado com o valor daquela vantagem.
Súmula nº 113 do TST
BANCÁRIO. SÁBADO. DIA ÚTIL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado. Não cabe a repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração.
Súmula nº 102 do TST BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA (mantida) - Res.
174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos. (ex-Súmula nº 204 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II - O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e recebe gratificação não inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas extraordinárias excedentes de seis. (ex-Súmula nº 166 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982)
III - Ao bancário exercente de cargo de confiança previsto no artigo 224, § 2º, da CLT são devidas as 7ª e 8ª horas, como extras, no período em que se verificar o pagamento a menor da gratificação de 1/3. (ex-OJ nº 288 da SBDI-1 - DJ
11.08.2003)
IV - O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8 (oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava.
(ex-Súmula nº 232- RA 14/1985, DJ 19.09.1985)
V - O advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, não exerce cargo de confiança, não se enquadrando, portanto, na
hipótese do § 2º do art. 224 da CLT. (ex-OJ nº 222 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
VI - O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de
confiança. Se perceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, essa remunera apenas a maior responsabilidade do
cargo e não as duas horas extraordinárias além da sexta. (ex-Súmula nº 102 - RA 66/1980, DJ 18.06.1980 e republicada DJ 14.07.1980)
VII - O bancário exercente de função de confiança, que percebe a gratificação não inferior ao terço legal, ainda que norma coletiva
contemple percentual superior, não tem direito às sétima e oitava horas como extras, mas tão somente às diferenças de gratificação de função, se postuladas. (ex-OJ nº 15 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994)
Súmula nº 119 do TST
JORNADA DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários não têm direito à jornada especial dos bancários.
SUM-55 FINANCEIRAS (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 As empresas de crédito, financiamento ou investimento, também denominadas financeiras, equiparam-se aos estabelecimentos bancários para os efeitos do art.224 da CLT.
Súmula nº 239 do TST
BANCÁRIO. EMPREGADO DE EMPRESA DE
PROCESSAMENTO DE DADOS (incorporadas as
Orientações Jurisprudenciais nºs 64 e 126 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
É bancário o empregado de empresa de processamento de dados que presta serviço a banco integrante do mesmo
grupo econômico, exceto quando a empresa de
processamento de dados presta serviços a banco e a
empresas não bancárias do mesmo grupo econômico ou a terceiros. (primeira parte - ex-Súmula nº 239 - Res.
15/1985, DJ 09.12.1985; segunda parte - ex-OJs n
ºs64 e 126 da SBDI-1 - inseridas, respectivamente, em
13.09.1994 e 20.04.1998)
Súmula 199 do TST - Bancário. Pré-contratação de horas extras. (Res.
5/1985, DJ 10.05.1985. Redação alterada pela Res 41/1995, DJ 17.02.1995.
Nova redação em decorrência da incorporação das Orientações
Jurisprudenciais nºs 48 e 63 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005)
I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do trabalhador bancário, é nula. Os valores assim ajustados apenas remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas extras com o adicional de, no mínimo, 50%
(cinqüenta por cento), as quais não configuram pré-contratação, se pactuadas após a admissão do bancário. (ex-Súmula nº 199, Res 41/1995, DJ
17.02.1995 e ex-OJ 48 - Inserida em 25.11.1996)
II - Em se tratando de horas extras pré-contratadas, opera-se a prescrição total se a ação não for ajuizada no prazo de cinco anos, a partir da data em que foram suprimidas. (ex-OJ nº 63 – Inserida em 14.03.1994)
Súmula nº 257 do TST
VIGILANTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O vigilante, contratado diretamente por banco ou por intermédio de empresas especializadas, não é
bancário.
Descanso Semanal Remunerado
Origem histórica:
o Historicamente o descanso semanal tem origem religiosa.
o repouso semanal remunerado é encontrado na Bíblia, a palavra sábado (sabbath), possuindo o significado de descanso. De acordo com a Bíblia, Deus, ao criar o mundo, trabalhou seis dias e no sétimo o abençoou e repousou (Gênesis).
o descanso semanal foi substituído do sábado para o domingo, do latim dies domini, que significa celebrar o dia do Senhor, recordando a ressurreição de Jesus Cristo, que ocorreu em um Domingo. O Imperador Constantino, proibiu o trabalho aos domingos, no ano de 321 d.C.
No estado moderno, foi instituído pela Convenção 14 da OIT em 1.921.
É regulado no direito brasileiro pela Lei 605/49.
Está também garantido no art. 7º, inciso XIV da Constituição Federal e é de 24 horas consecutivas.
Conceito: “É o período de tempo, de vinte e quatro horas consecutivas, preferencialmente coincidente com o domingo, em que o empregado deixa de prestar serviços ao
empregador, bem como de se colocar à disposição deste.”
Ricardo Resende (g.n.)
Repouso semanal
Periodicidade deve coincidir com a semana
24 horas podendo iniciar a qualquer hora( não um dia)
Ex: Gema sujeita a TIR trabalhou sábado até 8h; usufrui do dsr de 8h de sábado até 8 de domingo, mais o intervalo interjornada até 19h de domingo para iniciar nova jornada. Gema usufruiu de 24 horas de d.s.r. e não um dia inteiro
OJ 410 SDI1 TST
REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)
Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal
remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.
DSR tem por objetivo a reconstituição das energias físicas e mentais do trabalhador, despendidas no curso de uma semana. Tem ainda, importante objetivo de possibilitar a inserção social, política, familiar e comunitária do
trabalhador empregado. Amauri Cesar Alves.
A cada 6 dias de trabalho, intervalo intersemanal de 24 horas consecutivas, respeitado o intervalo de interjornadas;
Se Gema encerra atividade às 20h do sábado, somente será exigível novo serviço a partir das 7h de 2ª. Feira (intervalo total de 35 horas)
Empregado sujeito a regime de 12 x 36 tem garantido o r.s.r.?
Súmula nº 444 do TST
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 - republicada em decorrência do despacho proferido no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente
mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O
empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.
Fontes Normativas:
art.7º., XV
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
art. 67 CLT:
Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade
imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será
estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização.
Lei 605/49:
Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas,
preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.
D.s.r. = coincidência com o domingo,
salvo
se aatividade explorada pelo empregador estiver autorizada a funcionar aos domingos.
Empregadores autorizados a funcionar aos domingos:
Em regra, o trabalho aos domingos e feriados não é permitido
Contudo, existem empresas que, em razão do interesse
público, ou pelas condições peculiares às suas atividades ou ao local onde se estabeleceram, são legalmente autorizadas a funcionar nesses dias. Nessa hipótese, o empregador
deverá elaborar escala de revezamento, de forma que o d.s.r. coincida com o domingo, observando o disposto:
o Art.386 CLT: em se tratando de mulheres, “será organizada escala de revezamento quinzenal, que favoreça o repouso dominical”;
o para o comércio em geral, a Lei 10.101/2000 anuncia:
Art. 6o Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição
Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de
três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em
negociação coletiva.
Art. 6o-A. É permitido o trabalho em feriados nas atividades do
comércio em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal, nos
termos do art. 30, inciso I, da Constituição.
Autoriza trabalho aos domingos e feriados nas atividades do comércio em geral. PARA OS FERIADOS deve haver convenção coletiva
o Portaria 417, 10/06/1966 folga deve coincidir no domingo a cada 7 semanas:
Art. 2º - Os agentes da Fiscalização do Trabalho, no tocante ao repouso semanal limitar-se-ão a exigir:
b) das empresas legalmente autorizadas a funcionar, nesses dias, a organização de escala de revezamento ou folga, como estatuído no parágrafo único do mesmo artigo, a fim de que, pelo menos em um período
máximo de 7 (sete) semanas de trabalho, cada empregado usufrua um domingo de folga.
Críticas sobre a admissibilidade da Portaria, com a edição da Lei 10.101/2000, muito embora se destine ao comércio em geral
o Art. 68 CLT:
Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do art. 67, será sempre subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
Parágrafo único - A permissão será concedida a título
permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades.
Nos demais casos, ela será dada sob forma transitória, com discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 (sessenta) dias.
Permissão permanente: Encontram-se listadas Decreto 27.048/49 atividades autorizadas a funcionar de forma permanente aos domingos e feriados
Casos excepcionais trabalho aos domingos e feriados – atividade do empregador:
o Além das empresas legalmente autorizadas, de forma permanente, excepcionalmente, admitir-se-á o trabalho em dia de repouso nos seguintes casos:
a) quando ocorrer motivo de força maior, cumprindo à empresa justificar a ocorrência perante a
autoridade regional do trabalho no prazo de 10 dias;
b) quando, para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa
acarretar prejuízo manifesto, a empresa obtiver da autoridade regional do trabalho autorização prévia, com discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 dias.
Nos dias de repouso, em que for permitido o trabalho, não é permitida a execução de serviços que não se enquadrem nos motivos determinantes da permissão.
Requisitos para pagamento do d.s.r.:
frequência e pontualidade:
Lei 605/49: Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado
durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
Pode ser descontado se o empregado faltar injustificadamente durante a semana;
Faltas justificadas art. 473 CLT e outras abonadas
Perde a remuneração, mas o repouso é mantido.
Feriados: Lei 9093, de 12/09/1995:
Art. 1º São feriados civis:
I - os declarados em lei federal;
II - a data magna do Estado fixada em lei estadual.
III - os dias do início e do término do ano do centenário de fundação do Município, fixados em lei municipal. (Inciso incluído pela Lei nº 9.335, de 10.12.1996)
Art. 2º São feriados religiosos os dias de guarda,
declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, neste
incluída a Sexta-Feira da Paixão.
Lei 662/49:
Art. 1o São feriados nacionais os dias 1o de janeiro, 21 de abril, 1o de maio, 7 de setembro, 2 de novembro, 15 de novembro e 25 de dezembro. (Redação dada pela Lei nº 10.607, de 19.12.2002) Art. 2º Só serão permitidas, nos feriados nacionais, atividades
privadas e administrativas absolutamente indispensáveis.
Art. 3º Os chamados “pontos facultativos”, que os Estados,
Distrito Federal ou os Municípios decretarem, não suspenderão as horas normais do ensino, nem prejudicarão os atos da vida forense, dos tabeliães e dos cartórios de registro.
Lei 6.802, 30/06/1980 “feriado nacional o dia 12 de outubro, para culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil”
Particularidades:
o Carnaval não é feriado, salvo se declarado por lei municipal por exemplo;
o Caso o feriado coincida com o descanso semanal remunerado, as remunerações não se cumulam
Trabalho realizado descanso semanal remunerado/feriados:
O trabalho em domingos e feriados sem folga
compensatória na mesma semana deve ser remunerado com adicional de 100% (em dobro) - Lei 605/49, art. 9º.
Súmula nº 146 do TST
TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO (incorporada a Orientação
Jurisprudencial nº 93 da SBDI-1) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O trabalho prestado em domingos e feriados, não
compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
FÉRIAS:
Conceito:
“As férias constituem direito do empregado de abster-se de trabalhar durante um determinado número de dias consecutivos por ano, sem prejuízo da remuneração e após cumpridas certas exigências, entre elas a assiduidade.” Alice Monteiro de Barros Fundamentos:
fisiológico, relacionado ao cansaço do corpo e da mente; econômico, no sentido de que o empregado descansado produz mais; psicológico, que relaciona momentos de relaxamento com o equilíbrio mental; cultural, segundo o qual o espírito do trabalhador, em momentos de descontração, está aberto a outras culturas; o político, como mecanismo de equilíbrio da relação entre empregador e trabalhador; e social, que enfatiza o estreitamento do convívio familiar. Arnaldo Sussekind e Mozart Victor Russomano ttps://tst.jusbrasil.com.br/noticia FÉRIAS : natureza jurídica
Para o contrato é uma interrupção no contrato de trabalho;
Para o empregado é uma obrigação negativa porque ele está proibido de trabalhar para o empregador que o afastou;
Para o empregador uma obrigação cumulativa de dar e fazer, porque imposto o pagamento da remuneração e o afastamento do trabalho
Para o empregador, quanto à escolha do momento da concessão é uma faculdade condicionada, porque pode, unilateralmente, determinar o início do repouso, sob a sanção de remuneração em dobro e da concessão pela autoridade judicial
OBRIGAÇÃO NEGATIVA PARA O EMPREGADO:
Está proibido de trabalhar no período de férias, sob pena de justa causa
Art. 138 - Durante as férias, o empregado não
poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele
JUSTA CAUSA
FÉRIAS : PERÍODO DE GOZO
O período de gozo é fixado a critério do EMPREGADOR.
Razões: subordinação jurídica do empregado x comprometimento da atividade econômica
Período concessivo = 12 meses subsequentes ao término do período aquisitivo
EMPREGADOR - DESRESPEITO À CONCESSÃO NO PRAZO LEGAL
= SANÇÕES
PAGAMENTO DOBRADO da remuneração de férias (Art. 137 – é automática;
Concessão judicial ao empregado com remuneração dobrada (Art. 137, §§1º a 3º)
MULTA diária de 5% do salário mínimo, por dia de descumprimento da decisão judicial + SANÇÃO ADMINISTRATIVA do Art. 153 da CLT
Se o empregador desrespeita o período concessivo:
(a) Pagamento em dobro;
(b) Fixação judicial
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.
(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja
cumprida. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo.
concessão das férias:
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador.
§ 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.
§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.
Súmula 81 do TST - Férias (RA 69/1978, DJ 26.09.1978) Os dias de férias gozados após o período legal de
concessão deverão ser remunerados em dobro.
EXEMPLO.
Trabalhador adquire o período de férias e goza 20 dias dentro do período concessivo e 10 dias após o prazo legal.
O cálculo da dobra deve ser sobre 10 dias.
Súmula 450. Férias. Gozo na época própria. Pagamento fora do prazo. Dobra devida. Arts. 137 e 145 da CLT.
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço constitucional, quando, ainda que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo
previsto no art. 145 do mesmo diploma legal
Na hipótese as férias foram concedidas no prazo legal, mas
não foram pagas no prazo de até 2 (dois) dias antes do início
do respectivo período
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143 serão
efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e do termo das férias.
EXEMPLO:
Empregado sai de férias no dia 01. Deve receber até dia
28 (mês de 30 dias). Suponha que o reclamante tenha
usufruído das férias, mas somente as recebeu no dia 05
(quando seria devido o salário). É devida a dobra das
férias com um terço!
EMBARGOS SUJEITOS À SISTEMÁTICA DA LEI Nº 11.496/07 FÉRIAS USUFRUÍDAS, E NÃO REMUNERADAS NA ÉPOCA PRÓPRIA
PAGAMENTO EM DOBRO
(1) As férias constituem obrigação complexa, que só é efetivamente adimplida com a satisfação completa de dois requisitos: (a) o pagamento a n tecipado do salário acrescido do ad i cional; e (b) o afastamento do empr e gado das atividades laborais. 2. Destarte, somente é possível considerar concedidas as férias se os dois requisitos são cumpridos, na ordem legal.
Se a remuneração é paga após o gozo do período de descanso, o empregado não tem a possibilidade de exercer por completo o direito às fé rias e, sendo assim, frustra-se a finalidade do instituto, que é propiciar ao trabalhador período remunerado de descanso e lazer, sem o qual se torna inviável a sua recuperação f í sica e mental para o retorno ao tr a balho. 3.
Se é assim, o mero afastamento do empregado equivale a simples conce s são de licença, não se podendo cons i derar como adimplida a obrigação p a tronal. Nesses termos, o pagamento das férias fora do prazo a que se r e fere o art. 145 da CLT enseja a co n denação em dobro, em razão do disposto no art. 137 consolidado. Embargos conhecidos e providos.
E-RR - 510/2006-006-12-00 , Ministra MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI Redatora Designada
FÉRIAS : COMUNICAÇÃO DO EMPREGADOR:
Art. 135 - A concessão das férias será participada, por
escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo.
Precedente Normativo 116 do TST
No cancelamento ou adiantamento das férias comunicadas somente poderá ocorrer por necessidade imperiosa e, ainda assim, mediante o ressarcimento ao empregado dos prejuízos financeiros por este comprovados.
FÉRIAS ANUAIS: AQUISIÇÃO e GOZO
AQUISIÇÃO DO DIREITO
PERÍODO = 12 meses contratuais (Art.
130)
FORMA = proporcional à frequência no serviço (Art. 130, I a IV) e 130-A, I a VI)
CAUSAS IMPEDITIVAS = as do Art. 133 da CLT
GOZO DO DIREITO
FORMA = afastamento (concessão) pelo empregador (Art. 134 e §1º da CLT)
PERÍODO = 12 meses seguintes à aquisição (Art. 130)
PAGAMENTO = antecipado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período48 hs do
afastamento (Art. 145)
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na
seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
PERÍODO AQUISIÇÃO: 2 DIAS E MEIO PARA CADA MÊS OU PERÍODO SUPERIOR A 15 DIAS
FÉRIAS : aquisição
A aquisição é progressiva e proporcional, pela verificação da
frequência no serviço, dia a dia, ao longo de todo o ano do contrato;
É mais justo o sistema do que o do DSR, porque neste se exige a frequência INTEGRAL na semana, para a aquisição do descanso;
No Art. 131 da CLT se definem as FALTAS JUSTIFICADAS;
Até 5 faltas = 30 dias De 6 a 14 faltas = 24 dias De 15 a 23 faltas = 18 dias De 24 a 32 faltas = 12 dias A partir de 33 faltas = nihil Art. 130 da CLT
Art. 130-A da CLT Estabelece
proporcionalidade no trabalho em tempo parcial
Na greve ocorre a SUSPENSÃO do contrato de trabalho =
(a) não há salário
(b) período não conta como tempo de serviço
GREVE e AQUISIÇÃO DO DIREITO DE FÉRIAS
Então o período de greve não conta para aquisição
de férias.
No acordo coletivo, os sindicatos buscam
reposição dos dias parados, para que conte como tempo de serviço e não
interfira nas férias
CAUSAS IMPEDITIVAS DA AQUISIÇÃO DE FÉRIAS:
Art. 133 da CLT
Deixar o emprego e não for readmitido no prazo de 60 dias;
Licença remunerada por mais de 30 dias;
Paralisação do serviço da empresa por mais de 30 dias, com remuneração;
Percepção da Previdência Social de prestações de acidente do trabalho ou auxílio-doença por mais de 6 meses;
PERDA DO DIREITO ÀS FÉRIAS (art.133):
Empregado que deixar o serviço e não for readmitido no prazo de 60 dias (pode ser em qualquer situação:
dispensa imotivada, rescisão por justa causa ou pedido de demissão)
permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias;
deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa (ex. quando a empresa possui estoque);
tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
Art. 133 - § 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.
Novo marco para contagem do período aquisitivo.
Exemplo: Admitido em Janeiro. Licença
previdenciária por 7 meses a partir de abril a
outubro. Alta em 05.10.2012. No dia subsequente
tem que se apresentar ao trabalho e tem início de
novo período aquisitivo
Redação anterior Nova redação
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
X idem
§ 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos.
X § 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias
corridos, cada um.
§ 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqüenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez
X revogado
FÉRIAS COLETIVAS
Artigos 139 e 140
Previsão do Art. 140 da CLT;
Pode abranger a totalidade da empresa, ou setores; pode ser gozada em 2 períodos anuais
Comunicação prévia de 15 dias, com cópia da comunicação enviada ao sindicato;
Quem não tiver completado o período aquisitivo anual, gozará das férias coletivas, na proporção do direito adquirido, permanecendo à disposição do empregador nos dias que sobejarem, sendo
considerados em licença remunerada se não forem convocados. O empregador poderá considerar que as férias coletivas trata-se de concessão antecipada das férias, também;
Para o caso do empregado que não tiver 12 meses de contrato de emprego, inicia-se novo período aquisitivo
ABONO PECUNIÁRIO:
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.
§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono.
§ 3º - O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo parcial.
Esse prazo tem natureza DECADENCIAL!!!
Portanto, trata-se de exercício de DIREITO POTESTATIVO do trabalhador!!!
Não é o empregador quem decide se paga ou não 1/3 do período de férias (10 dias) em dinheiro.
Nas férias coletivas, o abono deve ser objeto de ACORDO COLETIVO
No trabalho a regime parcial, não cabe a conversão de 1/3 das férias em ABONO!!
ACRÉSCIMO CONSTITUCIONAL:
No Art. 7º, XVII da CF, garante-se aos trabalhadores o gozo de férias anuais remuneradas, com pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
Possui caráter acessório: durante o contrato possui natureza salarial; na rescisão contratual, natureza indenizatória;
Súmula 328 do TST- Férias. Terço constitucional (Res. 20/1993, DJ 21.12.1993)
O pagamento das férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou
não, na vigência da CF/1988, sujeita-se ao acréscimo do terço
previsto no respectivo art. 7º, XVII.
FÉRIAS E RESCISÃO CONTRATUAL
EMPREGADOS COM MAIS DE 1 ANO = Art. 146, parágrafo único
EMPREGADOS COM MENOS DE 1 ANO= Art. 147 e Súmula 171 do TST Efeitos da
EXTINÇÃO CONTRATUAL
Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em
dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido.
Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo
com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.
EFEITOS DA EXTINÇÃO CONTRATUAL
A Convenção n. 132 da OIT, diz respeito ao instituto das férias anuais remuneradas, buscando a garantia do valor qualidade de vida do ser humano inserido na cadeia produtiva;
A aprovação da Convenção no Brasil se deu por meio do Decreto n.
3.197, de 05 de outubro de 1999;
O TST, na Súmula 171, abrandou o entendimento legal x Convenção Internacional 132 da OIT
Súmula nº 171 do TST
FÉRIAS PROPORCIONAIS. CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO (republicada em razão de erro material no registro da referência legislativa), DJ 05.05.2004
Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT)
A Convenção 132 da OIT dispõe que as férias proporcionais são devidas, não fazendo qualquer exceção para ruptura por JUSTA CAUSA
Entretanto, diante da manutenção dos termos da Súmula 171 do TST, o que se tem entendido é que há espaço na previsão da
Convenção para disciplinar a questão, porque não está expressamente previsto que é devida na JUSTA CAUSA!
Artigo 4º - Convenção 132 da OIT
1. - Toda pessoa que tenha completado, no curso de 1 (um) ano determinado, um período de serviço de duração inferior ao período necessário à obtenção de direito à
totalidade das férias prescritas no Artigo terceiro acima terá direito, nesse ano, a férias de duração proporcionalmente reduzidas.
FÉRIAS e PRESCRIÇÃO
Há prescrição parcial ou de parcelas no curso da relação e total após a extinção do contrato de trabalho (5 e 2 anos = Art. 7º, XXIX da CF;
A prescrição é perda da pretensão, isto é do poder de exigir o crédito trabalhista;
Então, apenas quando há pretensão, inicia-se o prazo prescricional para requerer férias indenizadas;
A exigibilidade desse crédito ocorre a partir do término do PERÍODO CONCESSIVO, porque o gozo das férias depende da vontade do empregador;
Atentar para a existência de DECADÊNCIA no capítulo de férias. Exemplo raro = Art. 143, §1º > pedido de abono até 15 dias antes do término do período aquisitivo