Programa da disciplina
ANP11 – Análise de Sistemas Simbólicos: introdução à obra de Claude Lévi-Strauss
PPGAS/UFRGS – 2022/1
Professor: Vítor Queiroz – queiroz.avila@ufrgs.br Carga Horária: 60hrs - 4 Créditos
Modalidade: Presencial
Horário: Sexta-feira –14h às 18h
Inscrição: Pesquisadores de mestrado e/ou doutorado do PPGAS e de outros Programas de Pós-Graduação da UFRGS, bem como estudantes previstos na modalidade de aluno especial de acordo com as regras do programa.
Qualquer forma não-oficial de participação (ouvintes não cadastrados como aluno especial) deve ser solicitada diretamente ao professor.
Número de vagas: 40
Súmula: Estudo dos sistemas simbólicos e da organização social. Mito, ritual e simbolismo. Classificações, categorias e modelos de pensamento. Transformações simbólicas. Análise da produção de identidades e processos de diferenciação. Neste oferecimento da disciplina, todos estes temas serão apresentados e aprofundados através da obra de Claude Lévi-Strauss.
Objetivos: Capacitar os alunos a analisarem o caráter simultaneamente estruturante e transformador dos símbolos, levando-se em conta, sobretudo, suas combinações em sistemas simbólicos variados e as relações destes últimos com a chamada organização social. Estimular reflexões inventivas sobre a produção e a reprodução da identidade e da diferença que abarquem tanto os pressupostos, os esquemas classificatórios e os modelos de pensamento quanto o manejo de elementos e situações concretas. Pretende-se com isso fornecer elementos para que os alunos superem algumas das contradições históricas presentes nas Ciências Humanas: entre determinação física ou social e criatividade, estrutura e processo, sincronia e diacronia, etc. Para tanto, as potencialidades e os dilemas da análise simbólica serão ressaltados a partir de temáticas específicas como o parentesco, a linguagem, as expressões artísticas e a religião. Espera-se, neste sentido, propiciar o aprofundamento, compreensão e questionamento de alguns conteúdos fundamentais ao estudo dos símbolos e à formação em Antropologia. Neste semestre todos estes tópicos serão discutidos através da obra do etnólogo francês Claude Lévi-Strauss. Posteriormente esta mesma disciplina poderá ser oferecida em outras modalidades, privilegiando outros debates e outros autores.
Dinâmica:
- Aulas expositivas e participativas no horário regular da disciplina.
- Oferecimento de material complementar que deverá ser acessado pelos alunos fora do horário acima estabelecido.
- Ao longo do semestre, pesquisadores que trabalham com os temas abordados neste programa poderão ser convidados a participar de algumas sessões.
Forma de avaliação:
1 – Trabalho individual sobre temas/conteúdos trabalhados durante o curso (a ser entregue em data acordada previamente com a turma)
2 – Prevê-se também a realização de provas ou exercícios, individuais ou em grupo.
Estas atividades deverão preparar o aluno para a elaboração do trabalho final.
Correspondências: A = 9,0 a 10; B = 8,0 a 8,9; C = 7,0 a 7,9, D = 0 a 6,9 (reprovação).
OBS1: Não é permitida a divulgação de nenhum material disponibilizado para fins educacionais nessa disciplina.
OBS2: Essa ementa estará disponível na Plataforma UFRGS/Moodle junto com outras orientações, textos e informações pertinentes à disciplina.
OBS3: Esse cronograma, bem como o conteúdo das aulas, poderá sofrer alterações ao longo do semestre.
Cronograma e bibliografia
(pode haver alterações ao longo do semestre)1ª Sessão – Dia 08/04 Abertura
Apresentação do programa e dos objetivos do curso, organização das avaliações.
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS, Claude e ERIBON, Didier. “Prólogo”. In: LÉVI-STRAUSS, C. e ERIBON, D. De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005 (1988).
- LOYER, Emmanuelle. “Introdução: os mundos de Claude Lévi-Strauss”. In:
LOYER, E. Lévi-Strauss. São Paulo: Sesc, 2018(2015).
Leitura e filmografia complementar:
- ALMEIDA, Mauro. Lévi-Strauss atual (palestra online), 2021. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Um0CVKrQR4g Acesso em 25/01/2022.
- PERRONE-MOYSÉS, Beatriz. “Aberturas”. In: QUEIROZ, Ruben Caixeta de e NOBRE, Renarde (orgs.). Lévi-Strauss: leituras brasileiras. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
- LÉVI-STRAUSS e ERIBON. “Cap. 9: ´Não se sente o tempo passar´” In: LÉVI- STRAUSS e ERIBON. De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
Inspirações:
- RAMEAU, Jean-Philippe. Zaïs: Overture, 1748.
- CERVANTES, Miguel de “Donde se da cuenta de la grande aventura de La cueva de Montesinos, que está en el corazón de la Mancha, a quien dio felice cima el valeroso don Quijote de la Mancha” e “De las admirables cosas que el extremado don Quijote contó que había visto en la profunda cueva de Montesinos, cuya imposibilidad y grandeza hace que se tenga esta aventura por apócrifa” (Segunda Parte, Caps. XXII e XXIII, 1615). Madri: Alfaguara, 2004.
Parte I – O engenhoso fidalgo e os magos encantadores
2ª Sessão – Dia 22/04
Dom Quixote enfrenta os gigantes
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “Introdução à obra de Marcel Mauss.” In: MAUSS, Marcel.
Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003(1950).
- LÉVI-STRAUSS. “O que a etnologia deve à Durkheim” (1960). In: LÉVI-STRAUSS.
Antropologia Estrutural Dois. São Paulo: Ubu, 2017(1973).
- -LÉVI-STRAUSS. “Cap. VI: Como surge um etnógrafo”. In: LÉVI-STRAUSS. Tristes trópicos. São Paulo: Editora Anhembi, 1957.
Leitura complementar e de referência:
- MERLEAU-PONTY, Maurice. “De Mauss à Claude Lévi-Strauss”. In: MERLEAU- PONTY, M. Textos selecionados. São Paulo: Abril Cultural, 1980 (1960).
- SIGAUD, Lygia. As vicissitudes do “Ensaio sobre o Dom”. Mana, 5(2), 1999.
- ÁLVARES, Lucas. Lévi-Strauss diante de Marx. R@U, 13(1), 2021.
- KARSENTI, Bruno. Lévi-Strauss et le marxisme. Diogène, 238, 2012.
- DRACH, Marcel e TOBOUL, Bernard (org.). L´anthropologie de Lévi-Strauss et la psychanalyse. Paris: La Découverte, 2008.
- MARX, Karl. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo, 2011 (1852).
- DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 2003 (1912).
- __________ e MAUSS, Marcel. “Algumas formas primitivas de classificação”
(1903). In: DURKHEIM, E. Sociologia. São Paulo: Ática, 1990.
- FREUD, Sigmund. O eu e o id (1923). São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
3ª Sessão – Dia 29/04
Uma história do tempo em que os homens e os animais ainda não eram diferentes
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “Jean-Jacques Rousseau, fundador das ciências do homem”
(1962). In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural Dois. São Paulo: Ubu, 2017.
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. I: Natureza e cultura”. In: LÉVI-STRAUSS. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes, 1982 (1949).
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. XXXVIII: Um copinho de rum”. In: LÉVI-STRAUSS. Tristes trópicos. São Paulo: Editora Anhembi, 1957(1955).
Leituras complementar e de referência:
- LÉVI-STRAUSS. A lição de sabedoria das vacas loucas. Estudos Avançados, 23(67), 2009 (1996).
- LÉVI-STRAUSS e ERIBON. “Cap. 17: Literaturas” In: LÉVI-STRAUSS e ERIBON.
De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
- DESCOLA, Philippe. As duas naturezas de Lévi-Strauss. Sociologia e Antropologia, 1(2), 2011 (2004).
- __________ . Além de natureza e cultura. Tessituras, 3(1), 2015 (2006).
- ROUSSEAU, Jean-Jacques. “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” (1750) e “Ensaio sobre a origem das línguas”
(1781). In: ROUSSEAU, J.J. Escritos sobre a política e as artes. São Paulo: Ubu, 2020.
4ª Sessão – Dia 06/05
Esses encantadores que me perseguem
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “O campo da antropologia” (1960). In: LÉVI-STRAUSS.
Antropologia Estrutural Dois. São Paulo: Ubu, 2017.
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. XXVI: Na linha” e “Cap. XXII: Em família”. In: LÉVI- STRAUSS. Tristes trópicos. São Paulo: Editora Anhembi, 1957.
Leitura e filmografia complementar:
- LÉVI-STRAUSS. The social use of kinshp terms among Brazilian indians.American Anthropologist, 45, 1943.
- FAUSTO, Carlos e SOUZA, Marcela. Reconquistando o campo perdido: o que Lévi-Strauss deve aos ameríndios. Revista de Antropologia, 47(1), 2004.
- MATAREZIO, Edson (dir.). O que Lévi-Strauss deve aos ameríndios (documentário), 2014. Disponível em: https://vimeo.com/123957494 Acesso em 24/02/2022.
- SZTUTMAN, Renato e MATAREZIO, E. Sobre Lévi-Strauss e filosofias indígenas:
entrevista com Renato Sztutman. Porto Urbe, 16, 2015.
Parte II – A coivara e a biblioteca: entre categorias sensíveis e inteligíveis
5ª Sessão – Dia 13/05
Nos desertos do Brasil central
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS e ERIBON. “Cap. 2: O etnólogo em campo” In: LÉVI-STRAUSS e ERIBON. De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
- LÉVI-STRAUSS, Dina e LÉVI-STRAUSS, C. Vida na aldeia Bororo; Funeral Bororo: Na aldeia de Nalike, Serra da Bodoquena – MT; Festa do Divino Espírito Santo, Mogi das Cruzes – SP e O trabalho de gado em uma fazenda de MT – filmes curtos produzidos entre 1935 e1936.
- LÉVI-STRAUSS. “Sexta parte – Bororo” (“Cap. XXI: O ouro e os diamantes”; “Cap.
XXII: Bons selvagens” e “Cap. XXIII: Os vivos e os mortos”). In: LÉVI-STRAUSS.
Tristes trópicos. São Paulo: Editora Anhembi, 1957.
Leitura complementar:
- MARTINS, Luciana. “A ´tropical Papagueno:’ Claude Lévi-Strauss and Roberto Ipureu in Mato Grosso, Brazil”. In: JOBS, Sebastian e MACKENTHUN, Gesa (eds.).
Agents of Transculturation. Münster: Waxmann, 2013.
- TAYLOR, Anne-Christine. Dom Quixote na América: Claude Lévi-Strauss e a antropologia americanista. Sociologia e Antropologia, 1(2), 2011.
- PERRIN, Michel. Regards croisés. L´Homme, 165, 2003.
- PEIXOTO, Fernanda. Lévi-Strauss no Brasil: a formação do etnólogo. Mana, 4(1), 1998.
6ª Sessão – Dia 20/05 A couvade etnográfica
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. XXXI: Robinson” e “Cap. VII: O por do sol”. In: LÉVI- STRAUSS. Tristes trópicos. São Paulo: Editora Anhembi, 1957.
- MAIA, Maria (dir.). Saudades do Brasil (documentário), 2005. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=PK7Hh0hZzeE Acesso em 03/03/2022.
- LÉVI-STRAUSS. A crise moderna da antropologia (1961). Revista de Antropologia, 10(1-2), 1962.
Leitura complementar:
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. XXXVII: A apoteose de Augusto”. In: LÉVI-STRAUSS.
Tristes trópicos. São Paulo: Editora Anhembi, 1957.
- GOMES JUNIOR, Guilherme. Lévi-Strauss e Corneille, autores de Cina. Novos Estudos CEBRAP, 59, 2001.
- PEIXOTO, Fernanda. O nativo e o narrativo: os trópicos de Lévi-Strauss e a África de Michel Leiris. In: GROSSI, Miriam, MOTTA, Antonio et al (eds.). Antropologia francesa no século XX. Recife: Massangana, 2006.
Inspirações:
- Trechos de Robinson Crusoe romance de Daniel Defoe, 1719.
7ª Sessão – Dia 27/05 A ciência do concreto
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “A ciência do concreto”. In: LÉVI-STRAUSS. O Pensamento Selvagem. Campinas: Papirus, 1997(1962).
- LÉVI-STRAUSS e ERIBON. “Cap. 11: Qualidades sensíveis” In: LÉVI-STRAUSS e ERIBON. De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
- LÉVI-STRAUSS. “O triângulo culinário” (1965). In: CORDIER, Stephane (org.).
Lévi-Strauss. São Paulo: Documentos, 1962.
Leitura complementar:
- JOHNSON, Cristopher. Bricoleur et bricolage: from metaphor to universal concept.
Paragraph, 35(3), 2012.
- WERNECK, Mariza. Claude Lévi-Strauss e a experiência sensível da Antropologia.
Cronos, 9(2), 2008.
- LÉVI-STRAUSS. “O feiticeiro e sua magia” (1949) e “A eficácia simbólica” (1955).
In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008 (1958).
- DEBAENE, Vincent. “Un quartier de Paris aussi inconnu que l´Amazone”:
surréalisme et recit ethnographique. Les Temps Modernes, 628, 2004.
- LÉVI-STRAUSS. O totemismo hoje. Lisboa: Edições 70, 1986 (1962).
Inspirações:
- Pinturas, poemas, colagens e objets trouvés (ready mades) do grupo surrealista de Nova York (Dali, Breton, Césaire, Ernst, Duchamp, etc.).
8ª Sessão – Dia 03/06
Estrutura e modelo ou A origem dos poderes xamânicos
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “A noção de estrutura em etnologia” (1953). In: LÉVI-STRAUSS.
Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
- ALMEIDA, Mauro. “Simetria e entropia: sobre a noção de estrutura de Lévi- Strauss” (1990). In: ALMEIDA, M. Caipora e outros conflitos ontológicos. São Paulo:
Ubu, 2021.
Leitura complementar:
- LÉVI-STRAUSS. “Sentido e uso da noção de modelo” (1960) e “Como morrem os mitos” (1971). In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural Dois. São Paulo: Ubu, 2017.
- JEANPIERRE, Laurent. Les structures d´une pensé d´exilé: la formation du structuralisme de Claude Lévi-Strauss. French Politics, Culture and Society, 28(1), 2010.
- MACEDO, Eric. Os frutos selvagens: entropia e etnocentrismo em Claude Lévi- Strauss. Antropolítica, 49, 2020.
- MANIGLIER, Patrice. A bicicleta de Lévi-Strauss. Cadernos de Campo, 17, 2008.
Inspirações:
- “M245 TUKUNA: A origem dos poderes xamânicos”. In: LÉVI-STRAUSS. Do mel às cinzas – Mitológicas II. São Paulo: Cosac Naify, 2004 (1967).
- Wabi sabi (arte da imperfeição): poemas, teatro clássico (Nô e Kabuki), arquitetura e gravuras japonesas (ukyo-e).
- CAROLL, Lewis. Aventuras de Alice no país das maravilhas (1865) e Através do espelho (1872). Rio de Janeiro: Zahar, 2002.
9ª Sessão – Dia 10/06
Desde então, os humanos envelhecem e morrem
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. XXVII: Lição de escrita” e “Cap. XXVIII: Homens, mulheres, chefes”. In: LÉVI-STRAUSS. Tristes trópicos. São Paulo: Editora Anhembi, 1957.
- LÉVI-STRAUSS e ERIBON. “Cap. 12: Os Sioux, os filósofos e a ciência” e
“Cap.13: Na lixeira da história”. In: LÉVI-STRAUSS e ERIBON. De perto e de longe.
São Paulo: Cosac Naify, 2005.
- LÉVI-STRAUSS. “História e etnologia” (1949). In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
Leitura complementar:
- LÉVI-STRAUSS. Finale. In: LÉVI-STRAUSS. O Homem Nu – Mitológicas IV. São Paulo: Cosac Naify, 2011 (1971).
- LÉVI-STRAUSS. Voltas ao passado. Mana, 4(2), 1998.
- LÉVI-STRAUSS e ERIBON. “Cap. 16: Raça e política” In: LÉVI-STRAUSS e ERIBON. De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
- LÉVI-STRAUSS. “Raça e história” (1952). In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural Dois. São Paulo: Ubu, 2017.
- LÉVI-STRAUSS. “Raça e cultura” In: LÉVI-STRAUSS. O olhar distanciado.
Lisboa: Edições 70, 2010 (1983).
- CLASTRES, Pierre. “Copérnico e os selvagens” (1969). In: CLASTRES, P. A sociedade contra o estado. São Paulo: Cosac Naify, 2003 (1974).
Inspirações:
- “M81 TUKUNA: A vida breve” e “M5 BORORO: A origem das doenças”. In: LÉVI- STRAUSS. O Cru e o Cozido – Mitológicas I. São Paulo: Cosac Naify, 2004 (1964).
- A imolação de Brunhilde (O auto-sacrifício / O mundo queimado / Surgimento da humanidade) cena final de O Crepúsculo dos Deuses (Ato III, cena 3), ópera, de Richard Wagner, 1876.
- Totonha(Canto XI) dos Contos Negreiros de Marcelino Freire, 2005.
Parte III – Xadrez de estrelas: a beleza da análise estrutural
10ª Sessão – Dia 17/06 O vigarista e o nevoeiro
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “A estrutura dos mitos” (1955). In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
- LÉVI-STRAUSS. Prefácio In: LÉVI-STRAUSS. História de Lince. São Paulo: Cia.
das Letras, 1993 (1991).
- LÉVI-STRAUSS. Mito e significado. Lisboa: Edições 70, 2007 (1978).
Leitura complementar:
- LÉVI-STRAUSS e ERIBON. “Cap. 14: Seguindo um desaninhador de pássaros” e
“Cap. 15: O exercício do pensamento” In: LÉVI-STRAUSS e ERIBON. De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
- KECK, Frédéric. L´esprit humain, de la parenté aux mythes, de la théorie à la pratique. Archives de Philosophie, 66, 2003.
- VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo; LAGROU, Els e BELAUNDE, Maria Elvira. Do mito grego ao mito ameríndio: uma entrevista sobre Lévi-Strauss com Eduardo Viveiros de Castro. Sociologia e Antropologia, 1(2), 2011.
- SAEZ, Oscar Calávia. Os mitos filosofam entre si?: a variação mítica como reflexão. ST 23: Uma notável reviravolta: antropologia (brasileira) e fiilosofia (indígena). Anpocs, 2001.
- ALMEIDA, Mauro. “A fórmula canônica do mito” (2008). In: ALMEIDA, M. Caipora e outros conflitos ontológicos. São Paulo: Ubu, 2021.
Inspirações:
- Tristão e Isolda, ópera de Richard Wagner, 1859.
- Pelléas et Melisande, ópera de Claude Debussy, 1902.
- Dedicatio phaseli (Catulo IV), poema de Gaio Valério Catulo, c.50 a.C.
11ª Sessão – Dia 24/06
A casa dos homens – parentesco e organização social
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. II: O problema do incesto”; “Cap. III: O universo das regras”; “Cap. V: O princípio de reciprocidade” e “Cap. XXIX: Os princípios do parentesco.” In: LÉVI-STRAUSS. As estruturas elementares do parentesco.
Petrópolis: Vozes, 1982.
- LÉVI-STRAUSS e ERIBON. “Cap. 10: Os rigores do casamento” In: LÉVI- STRAUSS e ERIBON. De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
Leitura complementar:
- LÉVI-STRAUSS. O conceito de primitividade. Amazônica, 12(1), 2020 (1968).
- LÉVI-STRAUSS. Guerra e comércio entre os índios da América do Sul. Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, 1942.
- LÉVI-STRAUSS. “As organizações dualistas existem?” (1956). In: LÉVI-STRAUSS.
Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
- LÉVI-STRAUSS. “Maison”. In: BONTÉ IZARD, Pierre e IZARD, Michel (orgs.).
Dictionnaire de l´éthnologie et d l´anthropologie. Paris: PUF, 1991.
- ALMEIDA, M. Nota sobre a resenha das Estruturas Elementares do Parentesco por Simone de Beauvoir. Campos, 8(1), 2007.
- FAVRET-SAADA, Jeanne. La pensé Lévi-Strauss. Journal des Antrhopologues, 82-3, 2000.
- CLASTRES, Pierre. “Troca e poder: filosofia da chefia indígena” (1962) e
“Independência e exogamia” (1963). In: CLASTRES. A sociedade contra o estado.
São Paulo: Cosac Naify, 2003.
Inspirações:
- Les Noces, cantata dançada de Igor Stravinski, 1923.
12ª Sessão – Dia 03/07
Entre o acaso e a necessidade – lingüística estrutural
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “A análise estrutural em linguística e antropologia” (1945). In:
LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
- LÉVI-STRAUSS. “A estrutura e a forma” (1960). In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural Dois. São Paulo: Ubu, 2017.
Leitura complementar:
- JAKOBSON, Roman e POMORSKA, Krystyna. Diálogos. São Paulo: Cultrix, 1985 (1980).
- MANIGLIER, Patrice. La pensée struturaliste. Nouvel Observateur, 51, 2003.
Disponível em: http://1libertaire.free.fr/PenseeStructuraliste.html Acesso em 24/02/2022.
- LÉVI-STRAUSS. “Linguagem e sociedade” (1951); “Lingúistica e antropologia”
(1953) e “Posfácio aos capítulos III e IV” (1958). In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
Inspirações:
- Pinturas vanguardistas na França e na Rússia: Paul Cézanne, fauvismo (Matisse) cubismo (Picasso) e suprematismo (Malevich, Tatlin, Rodchenko, Stepanova, etc).
13ª Sessão – Dia 08/07 Arabescos e arapucas – arte
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. XX: Uma sociedade indígena e seu estilo”. In: LÉVI- STRAUSS. Tristes trópicos. São Paulo: Anhembi, 1957.
- LÉVI-STRAUSS. “O desdobramento da representação nas artes da Ásia e da América” (1945). In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008 (1958).
- LÉVI-STRAUSS. “Abertura.” In: LÉVI-STRAUSS. O Cru e o Cozido. São Paulo:
Cosac Naify, 2004.
Leitura complementar:
- LÉVI-STRAUSS e CHARBONNIER, Georges. “Capítulo V: A arte e o grupo”;
“Capítulo VI: Três diferenças”; “Capítulo VII: Arte natural e arte cultural” e “Capítulo VIII: Da arte como sistema de signos”. In: LÉVI-STRAUSS e CHARBONNIER, G.
Arte, linguagem e etnologia: entrevistas com Claude Lévi-Strauss. Campinas:
Papirus, 1989 (1961).
- LÉVI-STRAUSS. “Nova York pós e pré-figurativa” In: LÉVI-STRAUSS. O olhar distanciado. Lisboa: Edições 70, 2010.
- LÉVI-STRAUSS. A via das máscaras. Lisboa: Editorial Presença, 1979.
- LÉVI-STRAUSS e ERIBON. “Cap. 18: O conteúdo da pintura”; “Cap. 19: A música e as vozes” e “Epílogo”. In: LÉVI-STRAUSS e ERIBON. De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
- RIBEIRO, Darcy. Kadiwéu. Petrópolis: Vozes, 1980.
- BARCELOS NETO, Aristóteles. A serpente com o corpo repleto de canções.
Revista de Antropologia, 54(2), 2011.
Inspirações:
- Pequena fuga em sol menor (BWV 578), Johann S. Bach, c.1705.
- Variações Diabelli (Op. 20), Ludwig van Beethoven, 1823.
- GREILSAMMER, David. Scarlatti : Cage : Sonatas. (CD), 2014.
14ª Sessão – Dia 15/07 A farsa do japim
Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. XXXIII: A aldeia dos grilos” e “Cap. XXXIV: A farsa do Japim.” In: LÉVI-STRAUSS. Tristes trópicos. São Paulo: Anhembi, 1957.
- LÉVI-STRAUSS. O suplício do Papai Noel. São Paulo: Cosac Naify, 2008 (1952).
Leitura complementar:
- LÉVI-STRAUSS. “Relações de simetria entre ritos e mitos de povos vizinhos”
(1971). In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia Estrutural Dois. São Paulo: Ubu, 2017.
- CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. “Xamanismo e tradução” (1997) e “Um difusionismo estruturalista existe?” (2008). In: CARNEIRO DA CUNHA, M. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
- NODARI, Alexandre. A tradução da/dá origem: noras sobre mito, romance e encontro de mundos. Belas Infiéis, 9(2), 2020.
- DA SILVA, Vagner. O sentir das estruturas e as estruturas do sentir: a poesia que lévistrouxe. Revista de Antropologia, 42(1-2), 1999.
Inspirações:
- DE CAMPOS. Haroldo. Galáxias. São Paulo: Editora 34, 2011 (1984).
- Cartas Celestes, José de Almeida Prado, 1974-1985.
15ª Sessão – Dia 22/07
Epílogo: A abertura para o outro
Avaliação coletiva e encerramento do curso Leitura obrigatória:
- LÉVI-STRAUSS. “Cap. 4: Um mito para voltar no tempo”, “Cap. 5: A sentença fatídica” e “Cap. 19: A ideologia bipartida dos ameríndios.” In: LÉVI-STRAUSS.
História de Lince. São Paulo: Cia. das Letras, 1993 (1991).
Leitura complementar:
- CARNEIRO DA CUNHA, M. “Lógica do mito e da ação: o movimento messiânico canela de 1963” (1973). In: CARNEIRO DA CUNHA. Cultura com aspas. São Paulo:
Cosac Naify, 2009.
- SZTUTMAN, R. Lévi-Strauss e o desafio americanista. Novos Estudos CEBRAP, 61, 2001.
__________ . Ética e profética nas Mitológicas de Lévi-Strauss. Horizontes Antropológicos, 15(31), 209.
- VIVEIROS DE CASTRO, E. “Atualização e contra-efetuação do virtual: o processo do parentesco.” In: VIVEIROS DE CASTRO. A Inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac Naify, 2002.
- __________. A propriedade do conceito. ST 23: Uma notável reviravolta:
antropologia (brasileira) e fiilosofia (indígena). Anpocs, 2001.
Inspirações:
- THEVET, André. “Os gêmeos” (1575). In: CLASTRES, Pierre. A fala sagrada:
mitos e cantos sagrados dos índios Guarani. Campinas: Papirus, 1990 (1974).
- DUA BUSE (Pajé Dua Buse). “Kape Tawã Pukeni – história do jacaré” e “Yube Inu Dua Buse – história do cipó.” In: Coletivo Una Shubu Hiwea e Itaú Cultural (orgs.).
Una Shubu Hiwea: livro escola viva do povo Huni Kuin. Itaú Cultural: São Paulo, 2017.
- Obras de arte indígena contemporânea do Coletivo MAHKU (Movimento de Artistas Huni Kuin), Denilson Baniwa e Jaider Esbell, dentre outros.