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COORDENAÇÃO HENRIQUE CORREIA ROGÉRIO SANCHES CUNHA OAB. Exame de Ordem 14ª. Revista atualizada ampliada. edição

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2022

HENRIQUE CORREIA ROGÉRIO SANCHES CUNHA

14ª

edição

Revista atualizada ampliada

OAB Exame de Ordem

(2)

Deontologia

Dailson Soares de Rezende

TABELA DE INCIDÊNCIA DE QUESTÕES

Distribuição das questões organizada por ordem didática de assuntos

Assunto Número

de Questões Peso

1. ATIVIDADE DE ADVOCACIA 8 8,16%

2. DOS DIREITOS DO ADVOGADO 17 17,35%

3. DA INSCRIÇÃO NA OAB 6 6,12%

4. DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS 7 7,14%

5. DO ADVOGADO EMPREGADO 2 2,04%

6. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 11 11,22%

7. DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS 2 2,04%

8. DA ÉTICA DO ADVOGADO 20 20,41%

9. DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES 5 5,10%

10. DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 18 18,37%

11. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS 2 2,04%

Total 98 100%

(3)

Deontologia

Dailson Soares de Rezende

 QUESTÕES

1. ATIVIDADE DE ADVOCACIA

01. (FGV – Exame de Ordem – 2021.2) Anderson, advoga- do, decidiu renunciar ao mandato outorgado por Adriana.

Nessa hipótese, segundo o Estatuto da Advocacia e da OAB, é correto afirmar que Anderson continuará a representar Adriana por

a) 10 dias, contados da notificação da renúncia, ainda que Adriana constitua novo advogado antes desse prazo.

b) 15 dias, contados da notificação da renúncia, ainda que Adriana constitua novo advogado antes desse prazo.

c) 15 dias, contados da notificação da renúncia, exceto se Adriana constituir novo advogado antes desse prazo.

d) 10 dias, contados da notificação da renúncia, exceto se Adriana constituir novo advogado antes desse prazo.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.

Alternativa “d” (responde as demais alternativas). O ad- vogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o man- dante, salvo se for substituído antes do término desse prazo (Lei nº 8.906/94, art.4º, §3º).

Alternativa correta: letra “d”.

02. (FGV/OAB/XXX_Exame – 2019) O advogado Geraldo foi regularmente constituído por certo cliente para defendê-lo em um processo judicial no qual esse cliente é réu. Geraldo ofe- receu contestação, e o processo segue atualmente seu trâmite regular, não tendo sido, por ora, designada audiência de instru- ção e julgamento.

Todavia, por razões insuperáveis que o impedem de con- tinuar exercendo o mandato, Geraldo resolve renunciar. Em 12/02/2019, Geraldo fez a notificação válida da renúncia. Três dias depois da notificação, o mandante constituiu novo advo- gado, substituindo-o. Todo o ocorrido foi informado nos autos.

Considerando o caso narrado, de acordo com o Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) Geraldo continuará a representar o mandante durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia.

b) O dever de Geraldo de representar o mandante cessa dian- te da substituição do advogado, independentemente do decurso de prazo.

c) Geraldo continuará a representar o mandante até que seja proferida e publicada sentença nos autos, ainda que recor- rível.

d) Geraldo continuará a representar o mandante até o térmi- no da audiência de instrução e julgamento.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: o advogado deve notificar o cliente da renúncia ao mandato, preferencialmente mediante carta com aviso de recepção, comunicando, após o Juízo.

Alternativa “b” (responde as demais alternativas). O ad- vogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o man- dante, salvo se for substituído antes do término desse prazo (Lei nº 8.906/94, art.5º, §3º).

Alternativa correta: letra “b”.

03. (FGV – Exame de Ordem/2018.3) Guilherme é bacharel em Direito, não inscrito na OAB como advogado. Ao se deparar com situações de ilegalidade que ameaçam a liberdade de lo- comoção de seus amigos César e João, e com situação de abuso de poder que ameaça direito líquido e certo de seu amigo An- tônio, Guilherme, valendo-se de seus conhecimentos jurídicos, impetra habeas corpus em favor de César na Justiça Comum Estadual, em 1ª instância; habeas corpus em favor de Antônio, perante o Tribunal de Justiça, em 2ª instância; e mandado de segurança em favor de João, na Justiça Federal, em 1ª instância.

Considerando o que dispõe o Estatuto da OAB acerca da atividade da advocacia, assinale a afirmativa correta.

a) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César, mas não pode impetrar habeas corpus em favor de Antô- nio, nem mandado de segurança em favor de João.

b) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César e Antônio, mas não pode impetrar mandado de segurança em favor de João.

c) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César e Antônio, e também pode impetrar mandado de seguran- ça em favor de João.

d) Guilherme pode impetrar mandado de segurança em favor de João, mas não pode impetrar habeas corpus em favor de César e Antônio.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são pri- vativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Alternativa “a” (responde as demais alternativas). São atividades privativas de advocacia: I – a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; II – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. Não se inclui na ativi- dade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. (Estatuto da OAB, Art. 1º, inciso I e II, § 1º).

Alternativa correta: letra “a”.

04. (FGV – Exame de Ordem 2018.2) O advogado José Maria celebrou contrato de mandato, há muitos anos, com o cliente Antônio para defendê-lo extrajudicialmente em certa questão.

(4)

O instrumento não previu, de forma expressa, o prazo de dura- ção do mandato.

Considerando a hipótese descrita, assinale a afirmativa correta.

a) Ausente previsão de prazo no instrumento, o contrato de mandato extrajudicial é válido e será extinto pelo decurso do prazo de 15 anos, salvo renovação expressa.

b) Ausente previsão de prazo no instrumento, o mandato ex- trajudicial é válido e não será extinto pelo decurso de qual- quer prazo.

c) Ausente previsão de prazo no instrumento, o mandato extrajudicial é anulável e não será extinto pelo decurso de qualquer prazo, mas a anulabilidade pode ser pronunciada por decisão judicial, mediante alegação dos interessados.

d) Ausente previsão de prazo no instrumento, o mandato ex- trajudicial é válido e será extinto pelo decurso do prazo de 20 anos, salvo renovação expressa.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: Cessa o mandato: I – pela revogação ou pela renúncia; II – pela morte ou interdição de uma das par- tes; III – pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer; IV – pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.

Alternativa “b” (responde as demais alternativas). A va- lidade e existência do mandato judicial ou extrajudicial não es- tão condicionadas ao limitador do tempo, mas sim à conclusão da sua finalidade (presumida em caso de finalização da causa ou arquivamento do processo), salvo se assim for pactuado por escrito (CEDOAB, arts.13 e 18).

Alternativa correta: letra “b”.

05. (FGV – Exame de Ordem 2018.1) O advogado Ícaro dos Santos, regularmente constituído para a defesa judicial de cer- to cliente, necessitou, para o correto exercício do mandato, que o cliente lhe apresentasse alguns documentos. Após Ícaro so- licitar-lhe os documentos diversas vezes, realizando inúmeras tentativas de contato, o cliente manteve-se inerte por prazo superior a três meses.

Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

a) Diante da inércia do cliente, o Código de Ética e Disciplina da OAB dispõe que se presume extinto automaticamente o mandato.

b) Diante da inércia do cliente, o Código de Ética e Disciplina da OAB dispõe que é recomendada a renúncia ao mandato.

Ainda de acordo com o diploma, a renúncia ao patrocínio deve ser feita com menção do motivo que a determinou.

c) Diante da inércia do cliente, o Código de Ética e Disciplina da OAB dispõe que é recomendado ao advogado peticio- nar nos autos, solicitando a intimação pessoal do cliente para apresentação dos documentos. Apenas após o ato, se mantida a inércia, presume-se extinto o mandato.

d) Diante da inércia do cliente, o Código de Ética e Disciplina da OAB dispõe que é recomendada a renúncia ao mandato.

Ainda de acordo com o diploma, a renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: O advogado não deve deixar ao aban- dono ou ao desamparo as causas sob seu patrocínio, sendo RECOMENDÁVEL que, em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato.

Alternativa “d” (responde as demais alternativas). Con- siderando a inércia do cliente do advogado Ícaro dos Santos, por não fornecimento do documento de sua responsabilidade mesmo solicitado por diversas vezes, é recomendação ética que o advogado comunique a renúncia ao mandato (sem men- ção do motivo que a determinou) (CEDOAB, arts.15 e 16).

Alternativa correta: letra “d”.

06. (FGV – Exame de Ordem 2017.2) Diogo é estudante de Direito com elevado desempenho acadêmico. Ao ingressar nos últimos anos do curso, ele é convidado por um ex-professor pa- ra estagiar em seu escritório.

Inscrito nos quadros de estagiários da OAB e demonstran- do alta capacidade, Diogo ganha a confiança dos sócios do escritório e passa a, isoladamente e sob a responsabilidade do advogado, retirar e devolver autos em cartório, assinando a res- pectiva carga; visar atos constitutivos de sociedades para que sejam admitidos a registro; obter junto a escrivães e chefes de secretaria certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; assinar petições de juntada de documentos a pro- cessos judiciais ou administrativos; e subscrever embargos de declaração opostos em face de decisões judiciais.

Considerando as diversas atividades desempenhadas por Diogo, isoladamente e sob a responsabilidade do advogado, de acordo com o Estatuto e Regulamento da OAB, ele pode a) retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva

carga, bem como visar atos constitutivos de sociedades, para que sejam admitidos a registro.

b) obter, junto a escrivães e chefes de secretaria, certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos, bem co- mo assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.

c) obter, junto a escrivães e chefes de secretaria, certidões de peças ou autos de processos findos, mas não de processos em curso, bem como subscrever embargos de declaração opostos em face de decisões judiciais.

d) assinar petições de juntada de documentos a processos ju- diciais, mas não a processos administrativos, nem subscre- ver embargos de declaração opostos em face de decisões judiciais.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: a prática de ato excedente à sua habili- tação é considerada infração ética punível com censura.

Alternativa “b” (responde as demais alternativas). A re- gra é a exigência de atuação do estagiário de forma conjunta e sob a responsabilidade do advogado com relação aos atos privativos da advocacia. A atuação isolada exige que seja sob a responsabilidade do advogado se restringe a: I – retirar e devol- ver autos em cartório, assinando a respectiva carga; II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administra- tivos; IV – exercer atos extrajudiciais mediante prévia autoriza- ção ou substabelecimento do advogado (Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, artigo 29).

Alternativa correta: letra “b”.

07. (FGV – Exame de Ordem 2017.2) Juliana é integrante da equipe de recursos humanos de certa sociedade anônima, de grande porte, cujo objeto social é o comércio de produtos ele- trônicos. Encontrando-se vago um cargo de gerência jurídica, Juliana organizou processo seletivo, tendo recebido os currícu- los de três candidatas. A primeira delas, Mariana, é advogada

(5)

DEONTOLOGIA regularmente inscrita na OAB, tendo se especializado em Direi-

to Penal. A segunda, Patrícia, não é graduada em Direito, porém é economista e concluiu o doutorado em direito societário e mercado de capitais. A terceira, Luana, graduada em Direito, foi aprovada no exame da OAB e concluiu mestrado e doutorado.

É conselheira de certo tribunal de contas estadual, mas encon- tra-se afastada, a pedido, sem vencimentos.

Considerando a situação narrada, assinale a afirmativa correta.

a) Qualquer das candidatas poderá exercer a função de ge- rência jurídica, mas apenas Mariana poderá subscrever os atos privativos da advocacia.

b) Qualquer das candidatas poderá exercer a função de ge- rência jurídica, mas apenas Mariana e Luana poderão subs- crever os atos privativos da advocacia.

c) Apenas Mariana poderá exercer a função de gerência jurí- dica.

d) Apenas Mariana e Luana poderão exercer a função de ge- rência jurídica.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas são privativas de advogado.

Alternativa “c” (responde as demais alternativas). A ge- rência jurídica é cargo de direção, privativa de advogado (Lei nº 8.906/94, art. 1º, II). Para ser advogado há a necessidade da regular inscrição perante a OAB, com preenchimento de todos os requisitos previstos no art. 8º da Lei nº 8.906/94, sendo que a aprovação em Exame de Ordem é apenas um dos demais elencados.

Alternativa correta: letra “c”.

08. (FGV – Exame de Ordem 2017.1) Carolina, Júlia, Bianca e Maria são advogadas. Carolina é servidora estadual não enqua- drada em hipótese de incompatibilidade; Júlia está cumprindo suspensão por infração disciplinar; Bianca está licenciada por requerimento próprio justificado; e Maria é servidora federal não enquadrada em hipótese de incompatibilidade. As quatro peticionam, como advogadas, isoladamente e em atos distin- tos, em ação judicial proposta em face da União.

Diante da situação narrada, de acordo com o Estatuto da OAB, são válidos os atos praticados

a) por Carolina, apenas.

b) por Carolina e Bianca, apenas.

c) por Carolina, Bianca e Maria, apenas.

d) por Carolina, Julia, Bianca e Maria.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: são nulos os atos privativos de advoga- do praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.

Alternativa “a” (responde as demais alternativas). São também nulos os atos praticados por advogado impedido – no âmbito do impedimento – suspenso, licenciado ou que pas- sar a exercer atividade incompatível com a advocacia (Lei nº 8.906/94, art. 4º, parágrafo único). Carolina é a única que não está impedida, licenciada ou exercendo atividade incompatível com a advocacia. Júlia está suspensa. Bianca está licenciada.

Maria é impedida de exercer a advocacia contra a Fazenda Pú- blica que a remunera, nos termos do inciso I do art. 30 da Lei nº 8.906/94).

Alternativa correta: letra “a”.

2. DOS DIREITOS DO ADVOGADO

09. (FGV – Exame de Ordem 2021.1) Maria, advogada, adotou o recém-nascido João. A fim de organizar sua rotina, Maria veri- fica que tem contestação a apresentar em quinze dias e audiên- cia agendada em quarenta dias, em processos distintos, nos quais figura como única advogada das partes que representa.

Sobre a situação apresentada, assinale a afirmativa correta.

a) Maria, ao comparecer ao fórum para a realização da au- diência, terá direito a reserva de vaga na garagem.

b) Maria terá preferência de ordem para a realização da au- diência, mediante comprovação de sua condição.

c) Maria terá o prazo para apresentar a contestação interrom- pido, desde que notifique o cliente por escrito.

d) Maria, ao comparecer ao fórum para a realização da au- diência, não deverá ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raio X, se estiver acompanhada de João.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: A suspensão é diferente de interrupção, pois apesar de ambos paralisarem a contagem, este resulta em retomada do prazo total (CPC, art.113, §2º), enquanto aquele de apenas do residual (CPC, art.221, caput). Este foi o motivo do erro da alternativa “c”.

Alternativa “a”. A reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais é direito apenas da advogada gestante, durante seu estado gravídico (Lei nº 8.906/94, artigo 7º-A, inciso I, letra

“b”).

Alternativa “b”. Há preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, por parte da advogada adotante, mediante comprovação de sua condi- ção e dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias da adoção (Lei nº 8.906/94, artigo 7º-A, inciso III; e CLT, artigo 392).

Alternativa “c”. SUSPENDE-SE o processo pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a única patrona da causa. O período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da concessão da ado- ção, mediante apresentação de termo judicial que tenha con- cedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (CPC, artigo 313, inciso IX e §6º). Aqui, o erro está no uso da palavra interrompido ao invés de suspenso, com conceitos diferentes, conforme destacado na nota do autor acima.

Alternativa “d”. A não submissão da advogada a detecto- res de metais e aparelhos de raios X, somente ocorre se estiver gestante, durante o estado gravídico (Lei nº 8.906/94, artigo 7º- A, inciso I, letra “a”).

Alternativa correta: letra “b”.

10. (FGV – Exame de Ordem 2021.1) O advogado Júnior foi procurado pela família de João, preso em razão da decretação de prisão temporária em certo estabelecimento prisional. Diri- gindo-se ao local, Júnior foi informado que João é considerado um preso de alta periculosidade pelo sistema prisional, tendo em vista o cometimento de diversos crimes violentos, inclusi- ve contra um advogado, integração a organização criminosa e descobrimento de um plano de fuga a ser executado pelo mes- mo grupo.

Diante de tais circunstâncias, o diretor do estabelecimento conduziu Júnior a uma sala especial, onde poderia conversar com João na presença de um agente prisional destinado a ga- rantir a segurança do próprio Júnior e dos demais. Além disso, foi exigida a apresentação de procuração pelo advogado antes de deixar o estabelecimento prisional.

(6)

Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

a) É exigível a apresentação de procuração. Quanto às con- dições exigidas para a realização da entrevista, por serem devidamente justificadas, não indicam violação de direitos.

b) Não é exigível a apresentação de procuração. Já as condi- ções exigidas para a realização da entrevista violam direitos e implicam o cometimento de fato penalmente típico pelo diretor do estabelecimento.

c) É exigível a apresentação de procuração. Já as condições exigidas para a realização da entrevista indicam violação de direitos, devendo ser combatidas por meio das medidas ju- diciais cabíveis, tais como a impetração de habeas corpus.

d) Não é exigível a apresentação de procuração. Já as condi- ções exigidas para a realização da entrevista indicam vio- lação de direitos, devendo ser combatidas por meio das medidas judiciais cabíveis, tais como a impetração de ha- beas corpus, não se tratando de fato tipificado penalmente.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: são considerados crimes de abuso de autoridade o ato de IMPEDIR, sem justa causa, a entrevis- ta pessoal e reservada do preso com seu advogado (Lei nº 13.869/19, artigo 20), bem como VIOLAR a prerrogativa do advogado, de entrevistar, sem procuração e de forma pessoal e reservada, preso, detido, recolhido ou incomunicável em es- tabelecimentos civis ou militares (Lei nº 8.906/94, artigo 7º, inciso III).

Alternativa “b” (responde as demais alternativas). É pessoal, reservada e sem necessidade de procuração a comu- nicação entre advogado e cliente preso, detido, recolhido ou incomunicável em estabelecimentos civis ou militares (Lei nº 8.906/94, artigo 7º, inciso III), incorrendo em crime seu violador (Lei nº 8.906/94, artigo 7º-B) ou impedidor sem justo motivo (Lei nº 13.869/19, artigo 20). Exigir procuração JAMAIS pode ser considerada condição plausível ao exercício da prerrogativa em questão e o agente prisional poderia ficar próximo à porta, do lado de for da sala, para o caso de eventual necessidade de in- tervenção para segurança do advogado.

Alternativa correta: letra “b”.

11. (FGV – Exame de Ordem 2021.1) A advogada Clotilde, em manifestação oral em juízo, proferiu algumas palavras sobre o adversário processual de seu cliente. Na ocasião, a pessoa men- cionada alegou que teria sido vítima de crime de injúria.

Considerando o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, é correto afirmar que

a) as palavras proferidas podem constituir crime de injúria, a fim de se tutelar a adequada condução da atividade jurisdicional. Além disso, Clotilde poderá responder dis- ciplinarmente perante a OAB pelos excessos que tiver co- metido.

b) a imunidade profissional conferida a Clotilde assegura que as palavras proferidas não constituem injúria, tampouco são passíveis de responsabilização disciplinar perante a OAB, independentemente da alegação de excesso.

c) a imunidade profissional conferida a Clotilde assegura que as palavras proferidas não constituem injúria. Contudo, ela poderá responder disciplinarmente perante a OAB pelos excessos que tiver cometido.

d) as palavras proferidas podem constituir crime de injúria, a fim de se tutelar a adequada condução da atividade juris- dicional. Contudo, não são passíveis de responsabilização disciplinar perante a OAB, independentemente da alega- ção de excesso.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: a imunidade profissional apenas exclui a tipificação de injúria e difamação nas manifestações profis- sionais, mas não isenta o advogado do dever ético, dentre os quais de proceder com urbanidade nas suas relações com os colegas de profissão, agentes políticos, autoridades, servidores públicos e terceiros em geral, tratando a todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em que preservará seus direi- tos e prerrogativas, devendo exigir igual tratamento de todos com quem se relacione.

Alternativa “c” (responde as demais alternativas). O ad- vogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria e difamação puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, SEM PREJUÍZO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES PERANTE A OAB, PELOS EXCES- SOS QUE COMETER. (Lei nº 8.906/94, artigo 7º, §2º).

Alternativa correta: letra “c”.

12. (FGV-Exame de Ordem 2019.2) A conduta de um juiz em certa comarca implicou violação a prerrogativas de advogados previstas na Lei nº 8.906/94, demandando representação admi- nistrativo-disciplinar em face do magistrado.

Considerando a hipótese narrada, de acordo com o Regu- lamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) É competência dos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção formularem a repre- sentação administrativa cabível. Em razão da natureza da autoridade e da providência, o ato não pode ser delegado a outro advogado.

b) É competência apenas dos presidentes do Conselho Fede- ral ou do Conselho Seccional formularem a representação administrativa cabível. Todavia, pode ser designado outro advogado, investido de poderes bastantes, para o ato.

c) É competência apenas do presidente do Conselho Seccio- nal formular a representação administrativa cabível. Em ra- zão da natureza da autoridade e da providência, o ato não pode ser delegado a outro advogado.

d) É competência dos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção formularem a represen- tação administrativa cabível. Todavia, pode ser designado outro advogado, investido de poderes bastantes, para o ato.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: não há hierarquia nem subordinação en- tre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.

Alternativa “d” (responde as demais alternativas). Com- pete ao Presidente do Conselho Federal, do Conselho Seccio- nal ou da Subseção, ao tomar conhecimento de fato que possa causar, ou que já causou, violação de direitos ou prerrogativas da profissão, adotar as providências judiciais e extrajudiciais ca- bíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, em sua plenitude, inclusive mediante representação administrativa.

O Presidente pode designar advogado, investido de poderes bastantes, para tal mister (Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, art.15).

Alternativa correta: letra “d”.

13. (FGV-Exame de Ordem 2019.2) O advogado João, conse- lheiro em certo Conselho Seccional da OAB, foi condenado, pe- lo cometimento de crime de tráfico de influência, a uma pena privativa de liberdade. João respondeu ao processo todo em

(7)

DEONTOLOGIA liberdade, apenas tendo sido decretada a prisão após o trânsito

em julgado da sentença condenatória.

Quanto aos direitos de João, considerando o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) João tem direito à prisão domiciliar em razão de suas ati- vidades profissionais, ou à prisão em sala de Estado Maior, durante todo o cumprimento da pena que se inicia, a crité- rio do juiz competente.

b) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior duran- te o cumprimento integral da pena que se inicia. Apenas na falta desta, em razão de suas atividades profissionais, terá direito à prisão domiciliar.

c) João não tem direito a ser preso em sala de Estado Maior em nenhum momento do cumprimento da pena que se inicia, nem terá direito, em decorrência de suas atividades profissionais, à prisão domiciliar.

d) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior ape- nas durante o transcurso de seu mandato como conselhei- ro, mas não terá direito, em decorrência de suas atividades profissionais, à prisão domiciliar.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: O Estatuto da Advocacia e a OAB não tem previsão de local especial para advogado preso em virtude de decisão penal condenatória transitada em julgado.

Alternativa “c” (responde as demais alternativas). É di- reito do advogado não ser recolhido preso, ANTES de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com ins- talações e comodidades condignas, e, na sua falta, em prisão domiciliar (Lei nº 8.906/94, art.7º, inciso V).

Alternativa correta: letra “c”.

14. (FGV-Exame de Ordem 2019.2) O advogado X foi preso em flagrante enquanto furtava garrafas de vinho, de valor bas- tante expressivo, em determinado supermercado. Conduzido à delegacia, foi lavrado o auto de prisão em flagrante, sem a presença de representante da OAB.

Com base no disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada de nulidade, em razão da ausência de representante da OAB, devendo a prisão ser relaxada.

b) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é viciada, desde que haja comunicação expressa à seccional da OAB respectiva.

c) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada de nulidade, em razão da ausência de representante da OAB, devendo ser concedida liberdade provisória não cumulada com aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.

d) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é viciada e independe de comunicação à seccional da OAB respectiva.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: o advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, com presença do representante da OAB pa- ra a lavratura do respectivo auto.

Alternativa “b” (responde as demais alternativas). A presença de representante da OAB, para lavratura do auto de prisão em flagrante, somente é direito do advogado, se for por motivo ligado ao exercício da advocacia. Nos casos diversos, o direito se restringe à comunicação expressa à seccional da OAB (Lei nº 8.906/94, art.7º, inciso IV).

Alternativa correta: letra “b”.

15. (FGV/OAB/XXX_Exame – 2019) Antônio e José são advo- gados e atuam em matéria trabalhista. Antônio tomou conhe- cimento de certos fatos relativos à vida pessoal de seu cliente, que respondia a processo considerado de interesse acadêmico.

Após o encerramento do feito judicial, Antônio resolveu abor- dar os fatos que deram origem ao processo em sua dissertação pública de mestrado. Então, a fim de se resguardar, Antônio notificou o cliente, indagando se este solicitava sigilo sobre os fatos pessoais ou se estes podiam ser tratados na aludida dis- sertação. Tendo obtido resposta favorável do cliente, Antônio abordou o assunto na dissertação.

Por sua vez, o advogado José também soube de fatos pes- soais de seu cliente, em razão de sua atuação em outro processo.

Entretanto, José foi difamado em público, gravemente, por uma das partes da demanda. Por ser necessário à defesa de sua honra, José divulgou o conteúdo particular de que teve conhecimento.

Considerando os dois casos narrados, assinale a afirmativa correta.

a) Antônio infringiu o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, violando o dever de sigilo profissional. Por outro lado, José não cometeu infração ética, já que o dever de sigilo profissional cede na situação descrita.

b) Antônio e José infringiram, ambos, o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, violando seus deveres de sigi- lo profissional.

c) José infringiu o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, violando o dever de sigilo profissional. Por outro lado, Antônio não cometeu infração ética, já que o dever de sigi- lo profissional cede na situação descrita.

d) Antônio e José não cometeram infração ética, já que o de- ver de sigilo profissional, em ambos os casos, cede nas si- tuações descritas.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: constitui infração disciplinar violar, sem justa causa, sigilo profissional (Lei nº 8.906/94, art.34, VII). O Có- digo de Ética e Disciplina da OAB (art.37) elenca como hipóte- ses de justa causa, os casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria.

Alternativa “a” (responde as demais alternativas). O in- teresse acadêmico não é justa causa para violação do sigilo pro- fissional, sendo irrelevante a autorização do constituinte, por se tratar de dever de ordem pública (CED, art.36), logo Antônio cometeu infração ética. Já a grave ameaça à honra e a defesa própria são justas causas para quebra do sigilo profissional, lo- go José não praticou infração ética.

Alternativa correta: letra “a”.

16. (FGV/OAB/XXX_Exame – 2019) Em certa situação, uma advogada, inscrita na OAB, foi ofendida em razão do exercício profissional durante a realização de uma audiência judicial. O ocorrido foi amplamente divulgado na mídia, assumindo gran- de notoriedade e revelando, de modo urgente, a necessidade de desagravo público.

Considerando que o desagravo será promovido pelo Con- selho competente, seja pelo órgão com atribuição ou pela Dire- toria ad referendum, assinale a afirmativa correta.

a) A atuação se dará apenas mediante provocação, a pedido da ofendida ou de qualquer outra pessoa. É condição pa- ra concessão do desagravo a solicitação de informações à pessoa ou autoridade apontada como ofensora.

b) A atuação se dará de ofício ou mediante pedido, o qual de- verá ser formulado pela ofendida, seu representante legal

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ou advogado inscrito na OAB. É condição para concessão do desagravo a solicitação de informações à pessoa ou au- toridade apontada como ofensora.

c) A atuação se dará de ofício ou mediante provocação, seja da ofendida ou de qualquer outra pessoa. Não é condição para concessão do desagravo a solicitação de informações à pessoa ou autoridade apontada como ofensora.

d) A atuação se dará de ofício ou mediante pedido, o qual de- verá ser formulado pela ofendida, seu representante legal ou advogado inscrito na OAB. Não é condição para conces- são do desagravo a solicitação de informações à pessoa ou autoridade apontada como ofensora.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: o desagravo público, como instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, não depen- de de concordância do ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido a critério do Conselho.

Alternativa “c” (responde as demais alternativas). No procedimento de desagravo público, o contraditório e ampla defesa devem ser possibilitados ao imputado ofensor das prer- rogativas de toda a advocacia, de forma prévia (com intimação para possibilitar informações, instrução e posterior decisão) ou diferida (com desagravo imediato e ad referendum do Conselho competente e posterior intimação para possibilitar informa- ções) (Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, art.18).

Alternativa correta: letra “c”.

17. (FGV – Exame de Ordem/2018.3) O advogado Mário dos Santos, presidente do Conselho Seccional Y da OAB, foi grave- mente ofendido em razão do seu cargo, gerando violação a prerrogativas profissionais. O fato obteve grande repercussão no país.

Considerando o caso narrado, de acordo com o Regula- mento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afir- mativa correta.

a) Compete ao Conselho Seccional Y da OAB promover o de- sagravo público, ocorrendo a sessão na sede do Conselho Seccional Y.

b) Compete ao Conselho Federal da OAB promover o desagra- vo público, ocorrendo a sessão na sede do Conselho Fede- ral.

c) Compete ao Conselho Seccional Y da OAB promover o de- sagravo público, ocorrendo a sessão na sede da subseção do território em que ocorreu a violação a prerrogativas pro- fissionais.

d) Compete ao Conselho Federal da OAB promover o desa- gravo público, ocorrendo a sessão na sede do Conselho Seccional Y.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: O inscrito na OAB, quando ofendido comprovadamente em razão do exercício profissional ou de cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público pro- movido pelo Conselho competente, de ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa.

Compete ao Conselho Federal promover o desagravo pú- blico de Conselheiro Federal ou de Presidente de Conselho Seccional, quando ofendidos no exercício das atribuições de seus cargos e ainda quando a ofensa a advogado se revestir de relevância e grave violação às prerrogativas profissionais, com repercussão nacional. O Conselho Federal, observado o pro- cedimento previsto no art. 18 deste Regulamento, indica seus

representantes para a sessão pública de desagravo, na sede do Conselho Seccional, salvo no caso de ofensa a Conselheiro Fe- deral. (Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, Art. 19, Parágrafo único).

Alternativa correta: letra “d”.

18. (FGV – Exame de Ordem/2018.3) A advogada Mariana, gestante, ao ingressar em certo Tribunal de Justiça, foi solici- tada a passar por aparelho de raios X e por detector de metais.

Considerando o caso narrado, de acordo com o Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) Mariana tem o direito de não ser submetida a aparelho de raios X, embora deva passar pelo detector de metais, inde- pendentemente de motivação.

b) Mariana tem o direito de não ser submetida a aparelho de raios X. Quanto ao detector de metais, deverá passar pelo aparelho apenas se evidenciada situação especial de segu- rança, em ato motivado.

c) Mariana deverá, por medida de segurança, passar pelo apa- relho de raios X e pelo detector de metais, a menos que haja contraindicação médica expressa.

d) Mariana tem o direito, independentemente do teor da ale- gação sobre segurança, de não ser submetida ao detector de metais, nem ao aparelho de raios X.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: Os direitos previstos à advogada ges- tante ou lactante aplicam-se enquanto perdurar, respectiva- mente, o estado gravídico ou o período de amamentação.

São direitos da advogada gestante: entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X (Estatuto da OAB, Art. 7-A, inciso I, alínea a).

Alternativa correta: letra “d”.

19. (FGV – Exame de Ordem 2018.2) O advogado Fred di- rigiu-se, em certa ocasião, a uma delegacia de polícia e a um presídio, a fim de entrevistar clientes seus que se encontravam, respectivamente, prestando depoimento e preso. Na mesma data, o advogado Jorge realizou audiências na sede de um juizado especial cível e no interior de certo fórum regional da comarca.

Considerando o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) É direito de Fred e Jorge a instalação de salas especiais per- manentes para os advogados nos seguintes locais visitados:

sede do juizado especial cível e fórum regional da comarca.

Quanto aos demais, embora seja recomendável a existência de salas especiais, não há dever legal de instalação.

b) É direito de Fred e Jorge a instalação de salas especiais per- manentes para os advogados em todos os locais visitados.

Quanto aos quatro locais, há dever legal de instalação das salas.

c) É direito de Fred e Jorge a instalação de salas especiais permanentes para os advogados nos seguintes locais vi- sitados: sede do juizado especial cível, fórum regional da comarca e presídio. Quanto à delegacia de polícia, embora seja recomendável a existência de salas especiais, não há dever legal de instalação.

d) É direito de Fred e Jorge a instalação de salas especiais permanentes para os advogados nos seguintes locais visi- tados: fórum regional da comarca e presídio. Quanto aos demais, embora seja recomendável a existência de salas especiais, não há dever legal de instalação.

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DEONTOLOGIA COMENTÁRIOS

› Nota do autor: o STF, no julgamento da ADI 1127 DF, afirmou a constitucionalidade das salas especiais permanentes, previstas no §4º do art.7º da Lei nº 8.906/94, excluindo apenas o controle pela OAB.

Alternativa “b” (responde as demais alternativas). O Poder Judiciário e o Poder Executivo DEVEM instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso asse- gurados à OAB (Lei nº 8.906/94, art.7º, §4º).

Alternativa correta: letra “b”.

20. (FGV – Exame de Ordem 2018.2) Rafaela, advogada, atua como árbitra em certa lide. Lena, também regularmente inscri- ta como advogada perante a OAB, exerce atualmente a função de mediadora. Ambas, no exercício de suas atividades, toma- ram conhecimento de fatos relativos às partes envolvidas. To- davia, apenas foi solicitado a Rafaela que guardasse sigilo sobre tais fatos.

Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

a) Apenas Rafaela, no exercício da profissão, submete-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de que tomou conheci- mento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra, bem como em caso de defesa própria.

b) Apenas Lena, no exercício da profissão, submete-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de que tomou conheci- mento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra, bem como em caso de defesa própria.

c) Ambas as advogadas, no exercício da profissão, submetem- -se ao dever de guardar sigilo dos fatos de que tomaram conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circuns- tâncias excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra, bem como em caso de defesa própria.

d) Apenas Rafaela, no exercício da profissão, submete-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de que tomou conheci- mento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra. Porém, não se admite a relativização do dever de sigilo para exercício de defesa própria.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: o advogado, quando no exercício pro- fissional e das funções próprias, de mediador, conciliador, árbitro e quaisquer funções desempenhadas na Ordem dos Advogados do Brasil, se submete às regras de sigilo profissional (CEDOAB, arts.35, parágrafo único e 36, §2º).

Alternativa “c” (responde as demais alternativas). Co- mo no caso ambas são advogadas no exercício das funções de mediador e arbitro, o sigilo profissional deve ser resguardado, salvo em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria (CEDOAB, arts.36,

§2º e 37).

Alternativa correta: letra “c”.

21. (FGV – Exame de Ordem 2018.1) José Carlos Santos, advogado, dirigiu-se ao Ministério Público a fim de tomar

apontamentos sobre investigação criminal em andamento, conduzida pelo Parquet, em face de seu cliente, em que foi de- cretado sigilo. Dias depois, José Carlos foi à delegacia de polícia no intuito de examinar e retirar cópias de autos de certo inqué- rito policial, em curso, no qual também foi decretado sigilo, ins- taurado contra outro cliente seu.

Consoante o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) Em ambos os casos, José Carlos deverá apresentar procura- ção tanto para tomar apontamentos sobre a investigação em trâmite perante o Ministério Público quanto para exa- minar e retirar cópias do inquérito policial.

b) Apenas é necessário que José Carlos apresente procuração para tomar apontamentos sobre a investigação em trâmite perante o Ministério Público, não sendo exigível a apresen- tação de procuração para examinar e retirar cópias do in- quérito policial.

c) Apenas é necessário que José Carlos apresente procuração para examinar e retirar cópias do inquérito policial, não sendo exigível a apresentação de procuração para tomar apontamentos sobre a investigação em trâmite perante o Ministério Público.

d) Não é exigível a apresentação de procuração para exami- nar e retirar cópias do inquérito policial, nem para tomar apontamentos sobre a investigação em trâmite perante o Ministério Público.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: é direito do advogado examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apon- tamentos, em meio físico ou digital.

Alternativa “a” (responde as demais alternativas). Nos autos sigilosos de investigações de qualquer natureza, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direi- tos de examinar, copiar peças e tomar apontamentos (Lei nº 8.906/94, art.7º, XIV, §10).

Alternativa correta: letra “a”.

22. (FGV – Exame de Ordem 2017.3) A advogada Ana encon- tra-se no quinto mês de gestação. Em razão de exercer a pro- fissão como única patrona nas causas em que atua, ela receia encontrar algumas dificuldades durante a gravidez e após o parto.

Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

a) O Estatuto da OAB confere a Ana o direito de entrar nos tribunais sem submissão aos detectores de metais, vagas reservadas nas garagens dos fóruns onde atuar, preferência na ordem das audiências a serem realizadas a cada dia e suspensão dos prazos processuais quando der à luz.

b) O Estatuto da OAB não dispõe sobre direitos especialmente conferidos às advogadas grávidas, mas aplicam-se a Ana as disposições da CLT relativas à proteção à maternidade e à trabalhadora gestante.

c) O Estatuto da OAB confere a Ana o direito de entrar nos tri- bunais sem submissão aos detectores de metais e preferên- cia na ordem das audiências a serem realizadas a cada dia, mas não dispõe sobre vagas reservadas nas garagens dos fóruns e suspensão dos prazos processuais quando der à luz.

d) O Estatuto da OAB confere a Ana o direito de entrar nos tribunais sem submissão aos detectores de metais,

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preferência na ordem das audiências a serem realizadas a cada dia e vagas reservadas nas garagens dos fóruns, mas não dispõe sobre suspensão dos prazos processuais quan- do der à luz.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: os direitos previstos à advogada gestan- te ou lactante aplicam-se enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação. Os direitos ao acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao aten- dimento das necessidades do bebê e à preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia de titularidade da advogada adotante ou que der à luz

serão concedidos pelo prazo da licença maternidade de cento e vinte dias. A suspensão de prazos processuais se dará pelo pra- zo de oito dias ao advogado que se tornar pai e pelo prazo de trinta dias à advogada gestante ou adotante, ambos contados a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que o advogado ou advoga- da responsáveis pelo processo constituir os únicos patronos da causa E haja notificação por escrito ao cliente.

Alternativa “a” (responde as demais alternativas). O seguinte quadro bem demonstra os direitos da advogada incluídos pela Lei nº 13.363/2016:

DIREITOS INCLUÍDOS PELA LEI Nº 13.363/2016

DIREITOS ADVOGADA

GESTANTE ADVOGADA

LACTANTE ADVOGADA

ADOTANTE ADVOGADA QUE DER À LUZ

ADVOGADO QUE SE TORNAR

PAI Entrada em tribunais SEM ser submeti-

da a detectores de metais e aparelhos de raios X

X Reserva de vaga em garagens dos fó-

runs dos tribunais X

Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessi- dades do bebê

X X X

Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realiza- das a cada dia, mediante comprovação de sua condição

X X X X

Suspensão de prazos processuais X X X

Alternativa correta: letra “a”.

23. (FGV – Exame de Ordem 2017.3) Tânia, advogada, diri- giu-se à sala de audiências de determinada Vara Criminal, a fim de acompanhar a realização das audiências designadas para aquele dia em feitos nos quais não oficia. Tânia verificou que os processos não envolviam segredo de justiça e buscou ingressar na sala de audiências no horário designado.

Não obstante, certo funcionário deu-lhe duas orientações.

A primeira orientação foi de que ela não poderia permanecer no local se todas as cadeiras estivessem ocupadas, pois não seria autorizada a permanência de advogados de pé, a fim de evitar tumulto na sala. A segunda orientação foi no sentido de que, caso ingressassem na sala, Tânia e os demais presentes não poderiam sair até o fim de cada ato, salvo se houvesse li- cença do juiz, para evitar que a entrada e saída de pessoas atra- palhasse o regular andamento das audiências.

Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

a) A primeira orientação dada pelo funcionário viola os direitos assegurados ao advogado, pois Tânia possui o direito de per- manecer, mesmo que de pé, na sala de audiências. Todavia, a segunda orientação coaduna-se com o poder-dever do magistrado de presidir e evitar tumulto no ato judicial, não violando, por si, direitos normatizados no Estatuto da OAB.

b) A segunda orientação dada pelo funcionário viola os direi- tos assegurados ao advogado, pois Tânia possui o direito de retirar-se a qualquer momento, independentemente de licença do juiz, da sala de audiências. Todavia, a primeira orientação coaduna-se com o poder-dever do magistrado de presidir e evitar tumulto no ato judicial, não violando, por si, direitos normatizados no Estatuto da OAB.

c) Ambas as orientações violam os direitos assegurados, pelo Estatuto da OAB, ao advogado, pois Tânia possui o direito de permanecer, mesmo que de pé, na sala de audiências, bem como de se retirar a qualquer momento, independen- temente de licença do juiz.

d) Nenhuma das orientações viola os direitos assegurados ao advogado, pois se coadunam com o poder-dever do ma- gistrado de presidir e evitar tumulto no ato judicial, não contrariando, por si sós, direitos normatizados no Estatuto da OAB.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: a ampla defesa e o contraditório exi- gem a existência de direitos e prerrogativas profissionais dos advogados para atuarem na defesa de interesse de seus clientes.

Alternativa “c” (responde as demais alternativas). Para o livre exercício da advocacia na defesa dos interesses de seus clientes, é prerrogativa do advogado o ingresso, a permanência sentado ou em pé e a retirada sem prévia licença dos seguin- tes recintos: a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados;

b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartó- rios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; c) em qual- quer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profis- sional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, des- de que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa

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DEONTOLOGIA participar o seu cliente, ou perante a qual este deva compare-

cer, desde que munido de poderes especiais (Lei nº 8.906/94, art.7º, VI e VII).

Alternativa correta: letra “c”.

24. (FGV – Exame de Ordem 2017.1) Juliana, advogada, foi empregada da sociedade empresária OPQ Cosméticos e, em razão da sua atuação na área tributária, tomou conhecimento de informações estratégicas da empresa.

Muitos anos depois de ter deixado de trabalhar na empre- sa, foi procurada por Cristina, consumidora que pretendia ajui- zar ação cível em face da OPQ Cosméticos por danos causados pelo uso de um de seus produtos.

Juliana, aceitando a causa, utiliza-se das informações estra- tégicas que adquirira como argumento de reforço, com a finali- dade de aumentar a probabilidade de êxito da demanda.

Considerando essa situação, segundo o Estatuto da OAB e o Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) Juliana não pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, tampouco se utilizar das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa.

b) Juliana pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, mas não pode se utilizar das informações es- tratégicas a que teve acesso quando foi empregada da em- presa.

c) Juliana pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos e pode se utilizar das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa.

d) Juliana não pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, mas pode repassar as informações estra- tégicas a que teve acesso quando foi empregada da empre- sa, a fim de que sejam utilizadas por terceiro que patrocine a causa de Cristina.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: o advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no exercício da profissão, que tenha tido conhecimento em virtude de funções desempenhadas na Ordem dos Advogados do Brasil ou tome conhecimento no exercício das funções de mediador, concilia- dor e árbitro. No entanto, O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa, co- mo nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria.

Alternativa “b” (responde as demais alternativas). O ad- vogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente ou ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissional (Novo CEDOAB, art. 21).

Alternativa correta: letra “b”.

25. (FGV – Exame de Ordem 2017.1) Viviane, Paula e Milena são advogadas. Viviane acaba de dar à luz, Paula adotou uma criança e Milena está em período de amamentação.

Diante da situação narrada, de acordo com o Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) Viviane e Milena têm direito a reserva de vaga nas garagens dos fóruns dos tribunais.

b) Viviane e Paula têm direito à suspensão de prazos proces- suais, em qualquer hipótese, desde que haja notificação por escrito ao cliente.

c) Viviane, Paula e Milena têm direito de preferência na ordem das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição.

d) Paula e Milena têm direito a entrar nos tribunais sem serem submetidas a detectores de metais e aparelhos de raio-X.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: os direitos previstos à advogada gestan- te ou lactante aplicam-se enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação. Os direitos ao acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao aten- dimento das necessidades do bebê e à preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia de titularidade da advogada adotante ou que der à luz serão concedidos pelo prazo da licença maternidade de cento e vinte dias. A suspensão de prazos processuais se dará pelo pra- zo de oito dias ao advogado que se tornar pai e pelo prazo de trinta dias à advogada gestante ou adotante, ambos contados a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que o advogado ou advoga- da responsáveis pelo processo constituir os únicos patronos da causa E haja notificação por escrito ao cliente.

Alternativa “c” (responde as demais alternativas). A advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz, tem direito à preferência na ordem das sustentações orais e das au- diências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição (Lei nº 8.906/94, art. 7º-A, III).

Alternativa correta: letra “c”.

3. DA INSCRIÇÃO NA OAB

26. (FGV – Exame de Ordem – 2021.2) Carlos é aluno do pri- meiro período do curso de Direito. Vinícius é bacharel em Di- reito, que ainda não realizou o Exame da Ordem. Fernanda é advogada inscrita na OAB. Todos eles são aprovados em con- curso público realizado por Tribunal de Justiça para o preenchi- mento de vagas de Técnico Judiciário.

Após a investidura de Carlos, Vinícius e Fernanda em tal car- go efetivo e, enquanto permanecerem em atividade, é correto afirmar que

a) Carlos não poderá frequentar o estágio ministrado pela ins- tituição de ensino superior em que está matriculado.

b) Vinícius preencherá os requisitos necessários para ser ins- crito como advogado na OAB, caso venha a ser aprovado no Exame da Ordem.

c) Fernanda deverá ter sua inscrição na OAB cancelada de ofí- cio ou em virtude de comunicação que pode ser feita por qualquer pessoa.

d) Fernanda deverá ter sua inscrição na OAB suspensa, restau- rando-se o número em caso de novo pedido.

COMENTÁRIOS

› Nota do autor: A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com ocupantes de cargos ou funções vin- culados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário.

Alternativa “a”. O aluno de curso jurídico que exerça ati- vidade incompatível com a advocacia pode frequentar o está- gio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB (Lei nº 8.906/94, art.9º, §3º).

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Deontologia

Dailson Soares de Rezende

 RESUMOS NORMATIVOS – LEI Nº 8.906/94 E NORMAS CORRELATAS

1. DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA – ARTIGOS 1º A 5º DA LEI Nº 8.906/94 E ART.9º DA LEI Nº 9.099/95

A advocacia é a atividade privativa do advogado e dos integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Mu- nicípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional (Lei nº 8.906/94, art.3º).

O estagiário de advocacia, REGULARMENTE INSCRITO na OAB, atua sempre sob responsabilidade do advogado, poden- do praticar os seguintes atos:

i – em conjunto com o advogado ou defensor público, os atos privativos da advocacia (Lei nº 8.906/94, art.2º, §2º e Re- gulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, art.29, caput).

ii – isoladamente, retirar e devolver autos em cartório, as- sinando a respectiva carga, obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos e assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos (Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, art.29, §1º).

iii – isoladamente E mediante autorização ou substabele- cimento do advogado, o exercício de atos extrajudiciais (Regu- lamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, art.29, §2º).

O advogado NÃO exerce função pública, mas presta SER- VIÇO PÚBLICO e FUNÇÃO SOCIAL (Lei nº 8.906/94, art.2º, §1º).

A advocacia NÃO É uma atividade comum.

A advocacia NÃO É uma atividade empresarial.

NOVIDADE: OS SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE ADVOGA- DO SÃO, POR SUA NATUREZA, TÉCNICOS E SINGULARES, QUANDO COMPROVADA SUA NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO.

Considera-se notória especialização o profissional ou a so- ciedade de advogados cujo CONCEITO NO CAMPO DE SUA ESPECIALIDADE, decorrente de desempenho anterior, estu- dos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o SEU TRABALHO É ESSEN- CIAL E INDISCUTIVELMENTE O MAIS ADEQUADO À PLENA SATISFAÇÃO DO OBJETO DO CONTRATO (Lei nº 8.906/94, art.3º-A).

Para o exercício da advocacia, o advogado deve apresentar seu documento de identidade profissional.

Os documentos de identidade profissional do advoga- do são a carteira e o cartão emitidos pela OAB, de uso obrigató- rio pelos advogados e estagiários inscritos, para o exercício de suas atividades, os quais podem ser emitidos de forma digital.

A versão digital do cartão pressupõe a prévia expedição e en- trega formal do cartão físico (Resolução CFOAB, art.2º, parágra- fo único)

São privativas de advogado a postulação a órgão do Poder Judiciário bem como as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas (Lei nº 8.906/94, art.1º, caput e incisos I e II).

Nos Juizados Especiais Cíveis, a assistência de advogado é facultativa em causas de até vinte salários mínimos e obri- gatória em ações de valores superiores (art.9º, caput, da Lei nº 9.099/95, declarado constitucional na ADIN 1.127-8)

JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS Causas de até 20 salários mí-

nimos

Causas entre 20 – 40 salários mínimos

Participação facultativa de ad- vogado

Participação obrigatória de ad- vogado

O Habeas Corpus pode ser impetrado por qualquer pes- soa, independentemente da representação por Advogado (Lei nº 8.906/94, art.1º, §1º). Privilegia-se ao máximo o direito de ir e vir, cuja supressão pode ser conhecida até de ofício pelo Juiz.

Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas somente podem ser admitidos a registro quando visados por advogados, sob pena de nulidade (Lei nº 8.906/94, art.1º, §2º).

Para tanto, o advogado deverá verificar se os respectivos instru- mentos preenchem os requisitos legais.

` ATENÇÃO: Não poderá visar atos e contratos o advogado que preste serviço a órgão ou entidade da Administração direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer repartições administrativas competentes para o mencionado registro.

A prática de atos privativos de advogado por não regu- larmente inscrito na OAB, suspenso, licenciado ou que exerce atividade incompatível com a advocacia resulta em nulidade de pleno direito e sanções civis, penais e administrativas (Lei nº 8.906/94, art.4º).

ATOS PRIVATIVOS DE ADVOGADO

PRATICADOS POR QUEM NÃO É ADVOGADO: NULOS DE PLENO DIREITO! (Lei nº 8.906/94, art.4º)

O advogado postula desde que faça prova do mandato. É possível o ajuizamento sem procuração, desde que afirme ur- gência, devendo apresentá-la no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período (Lei nº 8.906/94, art.5º, caput e §1º).

A procuração para o foro em geral habilita o advogado para a prática de todos os atos judiciais, salvo os que exijam poderes especiais (Lei nº 8.906/94, art.5º, §2º). Exigem poderes especiais receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedi- do, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso, assinar de- claração de hipossuficiência econômica, além de outros casos expressamente previstos em normas (CPC, art.105, caput).

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Se houver renúncia ao mandato, deverá o advogado noti- ficar o constituinte de tal ato, respondendo pelo processo nos próximos dez dias seguintes, SALVO se for substituído antes do término do prazo (Lei nº 8.906/94, art.5º, §3º).

2. DOS DIREITOS DO ADVOGADO – ARTIGOS 2º,

§1º, 6º, 7º, 7º-A, 7º-B, 31, §1º DA LEI Nº 8.906/94 2.1. DO CRIME DE VIOLAÇÃO A PRERROGATIVAS TIPIFICADAS – ARTIGO 7º-B DA LEI Nº 8.906/94

Após 03/01/2020, É CONSIDERADO CRIME VIOLAR OS DI- REITOS OU PRERROGATIVAS DE ADVOGADO, consistente na in- violabilidade profissional, comunicação com clientes, presença de representante da OAB em prisão em flagrante no exercício profissional (art. 7º-B da Lei nº 8.906/94).

Nesse sentido:

PRERROGATIVAS. VIOLAÇÃO AO SIGILO TELEFÔNI- CO, TELEMÁTICO, ELETRÔNICO E DE DADOS. É crime contra as prerrogativas da advocacia a violação ao sigilo telefônico, telemático, eletrônico e de dados do advogado, mesmo que seu cliente seja alvo de interceptação de comunicações (Súmula 12/2020, Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB, DEOAB, 18/06/2020, p. 01)

2.2. DA INDEPENDÊNCIA DO ADVOGADO ANTE O JUIZ E OS AGENTES PÚBLICOS – ARTIGOS 6º E 31, §1º, DA LEI Nº 8.906/94

NÃO HÁ HIERARQUIA E NEM SUBORDINAÇÃO entre advo- gados, magistrados e membros do Ministério Público. A CONSI- DERAÇÃO E O RESPEITO devem ser recíprocos. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dis- pensar ao advogado, no exercício da profissão, TRATAMENTO COMPATÍVEL COM A DIGNIDADE DA ADVOCACIA E CONDIÇÕES ADEQUADAS A SEU DESEMPENHO (Lei nº 8.906/94, art.6º).

O advogado, no exercício da profissão, deve manter inde- pendência em qualquer circunstância. Nenhum receio de desa- gradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão (Lei nº 8.906/94, art.31, §1º).

2.3. DA INVIOLABILIDADE DO LOCAL E DOS MEIOS DE EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ARTIGOS 2º, §3º, 7º, II E §§6º E 7º, DA LEI Nº 8.906/94

O advogado é inviolável por seus atos e manifestações no exercício da advocacia (Lei nº 8.906/94, art.2º, §3º).

VIA DE REGRA, VIGORA A INVIOLABILIDADE do escritório ou do local de trabalho do advogado, bem como de seus instru- mentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da ad- vocacia (Lei nº 8.906/94, art.7º, II).

Essa inviolabilidade é relativa, exigindo-se MANDADO DE BUSCA e APREENSÃO específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB (Lei nº 8.906/94, art.7º, §6º).

Não é possível apreender documentos de clientes, salvo se estiverem sendo formalmente investigados como partícipes ou coautores pela prática do MESMO CRIME que deu causa à quebra da inviolabilidade (Lei nº 8.906/94, art.7º, §§6º e 7º).

• REGRA: INVIOLABILIDADE (relativa).

• MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO ESPECÍFICO

• NÃO É POSSÍVEL APREENDER DOCUMENTOS DE CLIENTES, SALVO SE ESTIVEREM SENDO FORMALMENTE INVESTIGA- DOS.

2.4. DA COMUNICAÇÃO COM CLIENTE PRESO – ARTIGO 7º, III, DA LEI Nº 8.906/94

O advogado tem o direito de comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis (Lei nº 8.906/94, art.7º, III).

• DIREITO DE COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE.

• AINDA QUE O CLIENTE ESTEJA INCOMUNICÁVEL.

2.5. DA PRISÃO EM FLAGRANTE DO ADVOGADO – ARTIGO 7º, IV, V E §3º, DA LEI Nº 8.906/94

O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício profissional, em caso de crime inafiançável (Lei nº 8.906/94, art.7º, 3º).

É direito do advogado, se preso ANTES de sentença transi- tada em julgado, de ser recolhido em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, e, na sua falta, em prisão domiciliar (Lei nº 8.906/94, art.7º, V).

IMPORTANTE: Para o Supremo, sala de Estado Maior é:

1) uma verdadeira sala, e não cela ou cadeia;

2) instalada no Comando das Forças Armadas ou de outras instituições militares;

3) um tipo heterodoxo de prisão, pois destituída de grades ou de portas fechadas pelo lado de fora.

LEMBRE-SE: a exigência de reconhecimento pela OAB, com relação à Sala de Estado Maior, foi considerada inconsti- tucional pelo STF, no julgamento da ADI 1.127-8. Na ocasião, o STF, por maioria, declarou a inconstitucionalidade da expressão

“assim reconhecidas pela OAB”, contida no inciso V, do art.7º, do EAOAB, vencidos os Senhores Ministros Relator, Eros Grau e Carlos Britto, sob o fundamento de violar prerrogativa indele- gável do Estado em administrar os estabelecimentos prisionais e congêneres.

Se preso em flagrante por motivo ligado ao exercício da advocacia, deve ser garantida a presença de representante da OAB, para a lavratura do auto, sob pena de nulidade. Para os demais casos, deverá haver comunicação à Seccional da OAB (Lei nº 8.906/94, art.7º, IV).

Prisão em flagrante de advogado Motivo ligado à advocacia Por outro motivo Direito de ter presença de repre-

sentante da OAB, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade.

Comunicação expressa à seccional da OAB.

2.6. DO DIREITO DE INGRESSO, USO DA PALA- VRA ORAL E ESCRITA E RECLAMAÇÃO EM ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS E LOCAIS PÚBLICOS – ARTIGO 7º, V, VI, VIII, X, XI E XII, DA LEI Nº 8.906/94

Para o exercício da atividade de advocacia, o advogado tem, também, as seguintes prerrogativas:

a) ingressar livremente e permanecer em pé ou sentado (Lei nº 8.906/94, art.7º, VI):

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