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Educação Ambiental em Empresas: um estudo sobre projeto em empresas brasileiras e/ou com filiais no Brasil

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Trabalho de Conclusão de Curso

Educação Ambiental em Empresas: um estudo sobre

projeto em empresas brasileiras e/ou com filiais no

Brasil

Isis Viglioni Galliza Curso de Ciências Biológicas

Belo Horizonte – MG 2009

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Isis Viglioni Galliza

Trabalho de Conclusão de Curso

Educação Ambiental em Empresas: um estudo sobre

projetos em empresas brasileiras e/ou com filiais no

Brasil

Trabalho de conclusão de curso apresentado junto ao Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, como requisito parcial para obtenção do titulo de licenciado no curso de Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Fábio Augusto Rodrigues e Silva

Belo Horizonte – MG. 2009

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Agradecimentos

Agradeço a Deus pela oportunidade a mim concedida, pela vida, pelo apoio e conforto em todos os momentos e por mais esta conquista.

Aos meus pais Geraldo Magela do Espírito Santo Galliza e Eliane Quites Viglioni Galliza, pelo amor, carinho e apoio. Vocês são sem dúvida, os principais responsáveis por tudo o que me tornei como profissional e ser humano.

Ao meu noivo e namorado Evandro, pelo amor e carinho, pela cumplicidade, e por toda paciência que teve comigo durante toda essa jornada.

Aos amigos que contribuíram de alguma forma para mais essa conquista.

Aos professores, funcionários e a coordenação do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.

Ao meu orientador Professor Fábio Silva pelo apoio, pela paciência e pelo profissional que é e sempre foi.

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Educação Ambiental em Empresas: Estudo de Caso em empresas brasileiras e/ou com filiais no Brasil

Resumo

O modo de vida e a cultura da humanidade levaram as populações a adotarem atitudes pouco preventivas e muito abusivas quanto ao consumo dos recursos naturais. Neste contexto, surge a Educação Ambiental (EA), como uma alternativa de minimizar a destruição do planeta e o esgotamento dos recursos naturais. Para que a EA atinja a comunidade e seja efetiva em seus objetivos, é imprescindível que seja abordada de diversas formas e em diversos setores da sociedade, incluindo associações e empresas. A Educação Ambiental Empresarial (EAE) é a prática que normalmente se baseia em programas de consciência ambiental em iniciativas empresariais. O presente trabalho tem como objetivo analisar projetos ambientais em empresas brasileiras e/ou com filiais no Brasil, a fim de verificar sua importância para a sociedade. Para esta avaliação, foi utilizada a pesquisa em caráter qualitativo, a partir de uma pesquisa bibliográfica, seguida da análise de projetos de Educação Ambiental em três empresas brasileiras: uma brasileira e duas com filiais no Brasil, pertencentes a grupos estrangeiros. Após análise desses projetos observa-se que os mesmos foram efetivos, pois atingiram os objetivos propostos; porém a maior dificuldade está em conscientizar e sensibilizar efetivamente todos os funcionários das empresas.

Palavras-chave: Educação Ambiental, empresas, projetos de Educação Ambiental, Meio Ambiente.

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Introdução

O modo de vida e a cultura da humanidade levaram as populações a adotarem atitudes pouco preventivas e muito abusivas quanto ao consumo dos recursos naturais. Neste contexto, atualmente, uma das grandes preocupações da sociedade moderna é em relação à questão do meio ambiente e da qualidade de vida. Essa questão tem sido cada vez mais trabalhada com o desenvolvimento e o incentivo à Educação Ambiental, que surge como alternativa de minimizar a destruição do planeta e o esgotamento dos recursos naturais. De acordo com a Conferência Internacional sobre Educação Ambiental aos países membros realizada em Tbilisi em 1977, a EA é o resultado de uma reorientação e articulação de diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio ambiente, tornando possível uma reação mais racional e capaz de responder às necessidades sociais.

Pedrini e Pelliccione (2009) afirmam que no Brasil, a Educação Ambiental (EA) é uma prática que insurge no cenário nacional após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992.

Malheiros, Junior e Coutinho (2008) apontam que nessa Conferência foram produzidos documentos como a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Declaração de Princípios sobre o Uso das Florestas, a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e a Agenda 21 Global. A Agenda 21 é um processo de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável e tem como eixo central a sustentabilidade e a conservação ambiental. A sua versão brasileira explicita as questões a serem enfrentadas pelo governo, e conta com o apoio da sociedade para atingir a sustentabilidade ambiental, econômica, social e institucional, apresentando diagnósticos e propondo soluções (Malheiros, Junior e Coutinho, 2008).

Em 1999, com a criação da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), tem acontecido uma busca da identificação de problemas e estão sendo propostas soluções para que a sociedade reduza os impactos negativos, decorrentes de sua interação com o meio ambiente por meio da educação ambiental. A PNEA é viabilizada e delineia as ações do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA).

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Neste contexto histórico e legal, segundo Abreu (2008), a Educação Ambiental no Brasil é uma forma de educação que “deve estimular o espírito crítico, a ação participativa e democrática, e o exercício pleno da cidadania, através de ações concretas que possam repercutir no cotidiano de cada um”. Ela objetiva a valorização do meio ambiente, conservando-o de maneira sustentável e com consciência ecológica.

Dessa forma, baseada na Declaração de Tbilisi, a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.

Ainda de acordo com documentos que fundamentam a EA são seus princípios básicos: o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural. A educação ambiental deve ter tais princípios, pois assim sendo, tem sua prática efetivada, já que as pessoas passam a se integrar como parte do meio ambiente e se tornam conscientes de seu papel na conservação.

Dessa forma a EA tem a intenção de desenvolver a compreensão do conceito de meio ambiente e suas relações com os diversos setores, garantindo a democratização das informações ambientais, estimulando a consciência crítica sobre a problemática ambiental e incentivando a participação individual e coletiva.

Segundo Pedrini e Brito (2006), a EA enfoca tanto a conscientização e transmissão de conhecimentos quanto à promoção de valores e hábitos, o desenvolvimento de habilidades, a orientação para a tomada de decisões e a busca de soluções para problemas ambientais.

Para que a EA atinja a comunidade e seja efetiva em seus objetivos pode ser abordada de diversas formas e em diversos setores da sociedade. Essas formas incluem dentre outras, palestras, oficinas e projetos, que são realizadas na educação formal (escolas) e na educação não-formal, que inclui associações e empresas.

Pelliccione e Pedrini (2009) argumentam que a empresa é o ícone da lógica capitalista, com imensa responsabilidade ambiental e que possui questões pendentes e preocupantes. Sendo assim, ela também deve cumprir

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determinações legais instituídas pelo PNEA a fim de preservar o meio ambiente.

A Educação Ambiental Empresarial (EAE) é a prática que normalmente se baseia em programas de consciência ambiental em iniciativas empresariais e tem o papel de desenvolver cidadania no ambiente empresarial (Pedrini e Brito 2006). Ainda de acordo com Pedrini (2008) inicialmente ela ocorria a partir da sugestão de medidas ambientais para compensar ou mitigar impactos socioambientais originados da ação e do trabalho das empresas. Posteriormente, as empresas começaram a perceber os benefícios financeiros da implantação de Projetos de Educação Ambiental, através da redução de custos com tratamento e disposição de resíduos e pelo não pagamento de multas.

Segundo Abreu (2004), esses Projetos de EA também estão ligados a condicionantes de licenças ambientais, já que os Órgãos de Proteção Ambiental que as fornecem exigem tais iniciativas. Essas licenças, assim como a certificação ISO 14001, que também exigem projetos, proporcionam à empresa melhor posicionamento social e empresarial, sendo um incentivo maior as companhias para se engajarem em atitudes ambientais. Para tal, as iniciativas devem demonstrar a responsabilidade socioambiental da empresa que é exigida através de ações permanentes e sérias.

Interessado na prática de EAE no Brasil, o objetivo desse trabalho é analisar projetos a fim de verificar sua importância para a sociedade. Nesse sentido, serão descritos e avaliados aspectos desse processo educativo, suas etapas de implantação, as dificuldades encontradas e as formas propostas para a manutenção do Projeto nessas empresas.

Para esta avaliação, foi utilizada a pesquisa em caráter qualitativo baseada em informações obtidas através de documentos. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, seguida da análise de Projetos de Educação Ambiental em três empresas: uma genuinamente brasileira e outras demais com filiais no Brasil, pertencentes a grupos estrangeiros. Os Projetos analisados foram buscados em publicações de acesso público e posteriormente foram visualizadas suas páginas corporativas na Internet para atualização das informações.

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DESENVOLVIMENTO

EAE como instrumento de gestão

Para que a EA atinja o objetivo de desenvolver a compreensão do conceito de meio ambiente e suas relações com os diversos setores, deve esta, abranger as diversas áreas da sociedade incluindo a empresarial. Dessa forma, o papel de empresa consiste em atender as determinações legais de acordo com a Lei nº 9.795/99.

Conforme artigo 3º dessa mesma Lei as empresas, as entidades de classe e as instituições públicas e privadas, devem promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como as repercussões do processo produtivo no meio ambiente.

Sendo assim, a EAE possui uma política pública que a torna obrigatória, sendo a mesma vinculada ao PNEA e ao Sistema Nacional de Meio Ambiente, o SISNAMA.

Segundo Pedrini e Brito (2006) a EAE deve enfocar tanto a conscientização e transmissão de conhecimentos, quanto à promoção de valores e hábitos, o desenvolvimento de habilidades, a orientação para a tomada de decisões e a busca de soluções para problemas ambientais, sendo parte integrante dos processos de Gestão Ambiental.

“A Gestão Ambiental pode ser definida como uma estrutura

organizacional que possui atividade de planejamento,

responsabilidades, prática, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental”. (Farias, p. 3)

Atualmente, observa-se uma tendência crescente em pesquisas, demonstrando que a boa reputação ou imagem corporativa, tem valor estratégico para a organização que a possui em vista de seu potencial para criação de valor e, também, pela dificuldade de replicação pelos concorrentes (Roberts e Dowling, 2002).

“O arranjo organizacional de uma empresa que queira considerar aspectos ambientais na sua gestão dependerá, além do tipo de atividade que ela desempenha, de como ela operacionalizará os aspectos envolvendo as variáveis ambientais”. (Cruz, 2004, p. 2).

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No que se refere à implantação de Sistemas de Gestão Ambiental é imprescindível a ampla divulgação da política, das inovações incorporadas nos processos produtivos, da legislação vigente, entre outros e que sejam disseminados através de treinamentos a todos os funcionários da empresa, de forma que o componente ambiental seja incorporado nas tarefas cotidianas, a fim de que as metas estabelecidas sejam atingidas e se transformem em vantagem competitiva para a organização. Neste sentido, os processos de EAE podem colaborar como disseminadores de boas práticas ambientais, sendo fundamentais para a boa gestão do processo de produção.

Projetos Ambientais em empresas brasileiras e/ou com filiais no Brasil

Santander Banespa

O artigo analisado foi um Estudo de Caso no Santander Banespa sobre a implementação de um programa de Conscientização Ambiental, é de autoria de Maria Cristina Reszecki Alves Cruz e foi publicado no ano de 2004, na VII SEMEAD (Seminários em Administração), FEA, USP, São Paulo.

O Santander Banespa pertence ao grupo Santander, que é uma multinacional com sede na Europa, e faz parte do setor financeiro. No Brasil, segundo dados da empresa, a mesma conta com cerca de 22.000 colaboradores diretos e terceiros. Seus escritórios estão instalados em diversas cidades brasileiras, estando à maior parte deles na região Sudeste do país.

A empresa, ao perceber sua importância no mercado bancário e visando contribuir para o consumo responsável de papel, realizou uma tentativa, em maio de 2003, de redução do uso deste, utilizando como estratégia folhetos educativos que foram afixados nos escritórios, no sentido de incentivar as melhores práticas. Também disponibilizou para suas áreas internas, um papel 30% reciclado, sendo que todas as medidas eram aplicadas em caráter facultativo. A implantação do papel não gerou o resultado esperado, pois nem todas as áreas aderiram à prática.

Segundo Abreu (2008) para que os Programas de Educação Ambiental nas Empresas sejam efetivos, é necessário que ocorram etapas para sua implantação, que vão desde a sensibilização do público alvo, passando pelo diagnóstico, levantamentos, implementação, até os resultados e benefícios. Então, percebe-se que as áreas não aderiram à prática, pois os colaboradores

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não foram devidamente conscientizados, nem sensibilizados sobre os benefícios para o meio ambiente desse tipo de papel por meio de nenhuma estratégia.

Em seguida, outubro de 2003, de acordo com as etapas descritas acima, foi implantado no Brasil, um programa com slogan “Consumo Consciente”, que teve como principal objetivo a conscientização ambiental através da redução do consumo excessivo de papel e a substituição do convencional papel branco pelo papel reciclado.

O programa contou com o apoio dos colaboradores internos, e para que sua implantação fosse efetiva foi utilizada uma campanha interna, composta por dois concursos, além de ações motivadoras como distribuição de flores e sementes de Pau-Brasil, e mudanças na página da intranet. Esses concursos foram apresentados ao público alvo e além das ações motivadoras, foram ministradas palestras sensibilizando-os sobre o uso consciente de papel e os benefícios em se utilizar papel reciclado.

Um destes concursos foi de caráter individual, e ocorreu através do envio de sugestões que gerassem ações na instituição, objetivando a redução do consumo de papel. O outro concurso aconteceu em nível de unidades objetivando a análise e mensurando os setores do Santander Banespa e estes foram mais efetivos na redução do consumo de papel. Ambos os concursos contaram com a premiação dos “vencedores”. No primeiro concurso, os colaboradores que elaboraram as dez melhores sugestões ganharam uma viagem a Fernando de Noronha e no segundo concurso a premiação foi a distribuição de passagens aéreas para as unidades selecionadas.

No dia do lançamento do Programa, a divulgação ocorreu através da distribuição de 22.000 cartas do presidente, afixação de 3.200 cartazes informativos, colagem de 4.700 adesivos em impressoras, distribuição de 22.000 folhetos explicativos, afixação de 22.000 prendedores de papéis, instalação de 650 móbiles, implementação de 240 coletores de coleta seletiva, divulgação do programa na intranet e palestras ao longo das duas semanas seguintes. Essas formas de divulgação foram efetivas, porém a geração de lixo de papel ao longo da divulgação foi muito grande, o que impacta bastante o meio ambiente, mesmo havendo o descarte nos coletores de coleta seletiva. Portanto, a melhor forma de divulgação, talvez fossem as palestras e a

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divulgação na intranet, pois assim o próprio programa atenderia o objetivo de reduzir o consumo excessivo de papel.

O programa de conscientização foi efetivo já que atingiu o público alvo através das palestras e das ações motivadoras, podendo ter suas ações continuadas. O que de fato é relatado no site da empresa ainda em 2009.

Teksid do Brasil Ltda.

O trabalho analisado foi um Estudo de Caso na Teksid do Brasil Ltda. sobre a implementação do Sistema de Gestão Ambiental, é de autoria de Geraldo Magela do Espírito Santo Galliza e Marluci Alves Cunha e foi apresentado no ano de 2008, ao programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais.

A Teksid do Brasil Ltda. é uma indústria siderúrgica de fundição de ferro, pertencente ao Grupo Fiat, fundada no ano de 1976. Conforme dados da empresa, sua fábrica está localizada em Betim (MG), possui 387.287m2 de área total, sobre qual, a área construída alcança 113.098m2 de extensão. Tem capacidade instalada para 300 mil toneladas de ferro gusa/ano e gera mais de 3.000 empregos diretos.

O processo de implantação do Sistema de Gestão Ambiental teve início em 1998 e, como ferramenta, foram utilizadas campanhas internas de conscientização, a fim de mudar a cultura dos colaboradores e gestores envolvidos no processo. O primeiro desses programas foi o de coleta seletiva de lixo, em que cada um dos funcionários levou para o domicílio as técnicas de coleta seletiva e de tratamento do lixo doméstico. Essa iniciativa visou um preparo inicial que resultasse na separação e reciclagem do lixo industrial.

Segundo dados da empresa, a mesma construiu em 2001, de acordo com as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), uma grande central de resíduos, chamada de Ilha Ecológica, que visou qualificar a destinação dos resíduos industriais e dos resíduos provenientes da coleta seletiva.

Além disso, foram desenvolvidos programas de incentivo às boas idéias, como: minimizar gasto com energia elétrica, através da instalação de equipamentos, insumos e lâmpadas ecologicamente corretas e revisão do

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processo de tratamento dos esgotos industriais, diminuindo a emissão de poluentes nos rios.

Para que os colaboradores fossem conscientizados, foram feitos treinamentos com todos os funcionários de todos os turnos de trabalho, em sala de aula e no próprio local de trabalho e foi constatado que houve grande envolvimento da população da empresa, fornecedores e prestadores de serviços.

Dentre os programas de incentivo, a empresa investe no tratamento da água utilizada na indústria. Todo o processo inicia-se com a separação dos efluentes líquidos através de redes de coleta separadas para esgoto doméstico (restaurantes, lanchonete, sanitários, etc.) e os gerados no processo industrial; e das águas pluviais (águas de chuva). Os esgotos domésticos são conduzidos até a estação de tratamento de efluentes biológicos.

A empresa também investe na redução da emissão de partículas para a atmosfera. As emissões atmosféricas são controladas através de sistemas de exaustão, compostos por membranas filtrantes, hidroventuris e hidrofiltros que retêm as partículas, reduzindo de forma considerável a emissão de poeira para o planeta.

O resultado da implantação do Sistema de Gestão Ambiental foi a certificação NBR ISO 14001, que mostrou que os produtos, processos e serviços da empresa, seguem uma norma internacional de preservação do meio ambiente.

Sendo assim, o Sistema de Gestão Ambiental na empresa foi efetivo, pois o processo de implantação inseriu uma cultura em cada um dos que dela participaram e ainda participam para uma mudança substancial e os conceitos trabalhados pela empresa foram levados para dentro das casas e para as comunidades, contribuindo para melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade.

Fischer Fraiburgo Agrícola Ltda.

O artigo analisado foi um Estudo de Caso na Fischer Fraiburgo Agrícola Ltda. sobre o processo de Educação Ambiental, é de autoria de Maria José Ancieta Melgar, Hans Michael van Bellen e Rogério João Lunkes e foi

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publicado no ano de 2006, na Revista Contemporânea em Contabilidade, da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC.

O Grupo Fischer é um grupo brasileiro, fundado em 1932, e dedica-se à produção e industrialização de laranja e maçãs, e exportação de suco dessas frutas. A companhia explora ainda o cultivo de outras frutas, com destaque para o kiwi e para a ameixa. A Fischer S/A - Com. Ind. e Agricultura é uma indústria componente do Grupo Fischer, está situada no município de Fraiburgo, no Estado de Santa Catarina e conta com uma produção anual, em torno de 130.000 toneladas de maçãs (predominantemente nas variedades Royal Gala e Fuji Suprema), com destino ao mercado interno e externo.

A companhia foi pioneira na introdução da maçã brasileira no mercado internacional em 1986, e tem abastecido mais de 25 países. Ela conta com 3.400 hectares destinados ao cultivo de maçãs. Possui 03 unidades de processamento e armazenagem, com uma área de aproximadamente 65.663 metros quadrados e sua capacidade de armazenagem gira em torno de 70.000 toneladas.

A Fischer atualmente tem aumentado o investimento em programas de Gestão Ambiental e essas políticas beneficiam os consumidores, seus funcionários e toda a sociedade.

O Projeto ambiental ECO FISCHER inclui reflorestamento com mudas nativas, reciclagem de lixo, tratamento de efluentes, recuperação e reuso de água, controle de ruídos, observação dos programas de boas Práticas de Fabricação Agrícolas e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle.

Nas áreas, cerca de 3.700 hectares de terras, inadequadas para exploração da fruticultura, são desenvolvidas atividades de reflorestamento com pinus dos gêneros Taeda e Eliotti, cuja produção é transformada em madeira serrada e destinada a fabricantes de móveis e embalagens. O reflorestamento realizado pelo ECO-FISCHER é sustentado por um viveiro, com produção de mudas de essências nativas, para reposição de árvores nativas mortas nas fazendas próprias.

Segundo MELGAR, BELLEN, e LUNKES (2006), o processo de reciclagem de materiais tem a colaboração dos funcionários da empresa. A partir de reuniões e palestras, a participação tem crescido e conta com cerca de 60% dos colaboradores, mas para o restante o lixo ainda é resíduo, sendo

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imprescindível sua sensibilização a respeito da importância do aproveitamento de resíduos.

A empresa coloca em prática seu projeto diariamente, já que possui em uma de suas fazendas uma central de reciclagem, em que os resíduos são fotografados e mede-se a quantidade do que está sendo reciclado a partir da quantidade de material que está sendo produzido e vendido. Esses valores são anotados em quadros mensais a fim de diagnosticar as áreas menos eficazes e incentivar o aumento da produção de materiais reciclados.

Percebe-se que apesar do comprometimento da empresa com a questão ambiental, ainda é difícil que todos os seus colaboradores estejam colocando em prática os conceitos de Educação Ambiental trabalhados pela organização. O índice de 60% de participação dos funcionários da empresa no projeto de Educação Ambiental demonstra que está ocorrendo uma mudança gradativa na cultura e hábitos dessa população.

O projeto de Educação Ambiental da Fischer parece ser efetivo, pois foi fundamentado em uma análise global dos princípios e da filosofia da empresa, foi adaptado segundo o nível de envolvimento, função e instrução dos envolvidos, apesar de haver dificuldades em sensibilizar e conscientizar os funcionários de nível de escolaridade baixa e da realização das ações por parte dos funcionários mais antigos da empresa.

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CONCLUSÃO

A Educação Ambiental nas empresas é uma prática de grande importância para a sociedade. Dentre as empresas analisadas foram observados que os projetos possuíram atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. E todas atingiram de maneira efetiva os objetivos de seus projetos ambientais e os mantém funcionando até o momento desta pesquisa.

Observou-se que dentre o maior problema enfrentado no que diz respeito à implantação de projetos ambientais, se refere a sensibilização e conscientização da população, sendo necessário ao projeto, além de sensibilizar, conscientização e informar, buscar ações elaboradas pelos próprios colaboradores e colocá-las em prática, a fim de que os mesmos se integrem e se envolvam com o projeto como parte integrante, responsável e importante para o mesmo e percebam sua contribuição para a conservação do Meio Ambiente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sites consultados:

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