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Adequação nutricional e estado ponderal em crianças : trabalho de investigação : Nutritional adequacy and weight status in children

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Academic year: 2021

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Adequação nutricional e estado ponderal em crianças

Nutritional adequacy and weight status in children

Ana Maria Araújo Costa

Orientação: Dr.ª Patrícia Padrão

Tipo de documento: Trabalho de Investigação

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i

Agradecimentos

À minha orientadora Dr.ª Patrícia Padrão, por me ter aturado, apoiado e acompanhado de uma forma indescritível por toda esta odisseia.

Ao meu namorado sem o qual eu nunca teria conseguido, obrigada pela paciência, apoio e dedicação.

E à minha companheira de caminhada Paulina, sem a qual todo este caminho não teria tido tanto sentido.

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ii

Índice

Agradecimentos ... i

Lista de Abreviaturas ... iii

Resumo em Português ... iv Abstract ... vi Introdução ... 1 Objectivos ... 5 Participantes e Métodos ... 6 Resultados ... 9 Discussão ... 19 Conclusões ... 25 Referências Bibliográficas ... 26

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Lista de Abreviaturas

AHA – American Heart Association AGPI – Ácidos Gordos Polinsaturados

AGPI n-3 – Ácidos Gordos Polinsaturados n-3 AGPI n-6 – Ácidos Gordos Polinsaturados n-6 AI – Adequate Intake

BMI – Body Mass Index DP – Desvio-Padrão

EAR – Estimated Average Requirements for Groups EB1 – Escola Básica do primeiro ciclo

EUA – Estados Unidos da América

FAO – Food and Agriculture Organization IMC – Índice de Massa Corporal

IOTF – International Obesity Task Force MQA – Manual de Quantificação de Alimentos NA – Não Aplicável

OMS – Organização Mundial de Saúde PUFA – Poly Unsaturated Fatty Acids

PUFA n-3 – Poly unsaturated fatty acids n-3 PUFA n-6 – Poly unsaturated fatty acids n-6 SPSS – Statistical Package for Social Sciences UL – Tolerable Upper Intake Levels

USDA – United States Department of Agriculture VET – Valor Energético Total

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iv

Resumo em Português

Uma alimentação equilibrada e completa, que assegure o aporte nutricional que satisfaça as necessidades, é essencial para o crescimento adequado e para a prevenção da obesidade e outras doenças crónicas. Os objectivos deste trabalho foram avaliar a prevalência de excesso de peso e obesidade numa amostra de crianças do 1º ciclo do ensino básico de Guimarães, determinar a prevalência de crianças que cumpria as recomendações para a ingestão de macro e micronutrimentos de acordo com os valores de referência, estabelecendo a comparação no que respeita à adequação da ingestão nutricional, entre crianças com peso normal e aquelas com excesso de peso/obesidade.

Foram convidados a participar neste estudo transversal, 586 alunos que frequentavam 1º ciclo do ensino básico de um agrupamento de escolas públicas de Guimarães, dos quais 464 aceitaram participar. Para avaliar a ingestão alimentar, aplicou-se um questionário de recordação das 24h anteriores, tendo a conversão dos alimentos em nutrimentos sido realizada através do programa informático Food Processor Plus versão 10.0. Para estimar a adequação da ingestão nutricional, usaram-se as recomendações propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para os macronutrimentos e os Dietary Reference Intakes (DRIs) do Food and Nutrition Board (Estimated Average Requirements for Group (EAR) e Adequate Intakes (AIs)), para os micronutrimentos. Foi avaliado o peso e altura das crianças, calculado o Índice de Massa Corporal (IMC), tendo sido usados para a classificação ponderal, os pontos de corte definidos pela International Obesity Taskforce (IOTF). A informação relativa às características sócio-demográficas foi recolhida por questionário dirigido aos encarregados de

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v educação. Para a comparação da ingestão nutricional entre crianças normoponderais e aquelas com excesso de peso/obesidade, utilizou-se o teste T para amostras independentes ou teste de Mann-Whitney, dependendo da distribuição das variáveis em estudo. Para a comparação de proporções, utilizou-se o teste de Qui-quadrado.

A prevalência de excesso de peso/obesidade nesta amostra, foi de 30,6% e observou-se, genericamente, uma baixa prevalência de adequação nutricional, no que se refere tanto a macro como a micronutrimentos.

Verificou-se que a ingestão média de proteína se encontrava acima das recomendações da OMS, a de hidratos de carbono abaixo do recomendado e a de gordura dentro das recomendações. Verificou-se não existirem, para a maioria dos nutrimentos, diferenças na ingestão e adequação nutricionais, entre crianças com peso normal e com excesso de peso/obesidade, traduzindo as diferenças encontradas, uma melhor adequação da ingestão nutricional por parte das crianças normoponderais.

Os resultados deste trabalho reforçam a necessidade de incluir no planeamento de políticas de saúde pública, estratégias de promoção de uma alimentação saudável, o mais precocemente possível.

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Abstract

A balanced diet is essential for growing healthy and for preventing obesity and other chronic diseases. This study aimed to estimate the prevalence of overweight and obesity in a sample of children and to assess the nutritional adequacy, according to weight status.

We invited 586 children studying in 7 public primary schools from Guimarães and 464 have accepted to participate in this cross-sectional study. A 24h recall questionnaire was used to assess food intake and a questionnaire on socio-demographical characteristics was filled out by parents. Anthropometric measures (weight and height) were obtained, Body Mass Index (BMI) computed and overweight/obesity classified according to IOTS’s cut-off points. Food Processor Plus 10.0 was used to convert food into nutrients. World Health Organization (WHO) recommendations for macronutrients were used to estimate macronutrients adequacy and Dietary Reference Intakes (DRIs) from Food and Nutrition Board (Estimated Average Requirements for Group (EAR) and Adequate Intakes (AIs)), were used to evaluate micronutrient adequacy. T-test for two independent samples and Mann-Whitney test were used to compare nutritional intake between normal weight children and those overweight/obese. Proportions were compared by Chi-square test.

The prevalence of overweight/obesity in this sample was 30.6%. Low nutritional adequacy prevalence (macro and micronutrient) was found in this sample.

Mean protein intake was higher than WHO recommended intake, carbohydrate intake was above and fat intake was inside the WHO recommendations. Regarding nutritional intake and adequacy, for the majority of

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vii nutrients, no statistical difference was found between normal weight and overweight/obese children. However, the differences observed, showed a better nutritional adequacy in normal weight children.

These results emphasize the need to include healthy diet promotion strategies during childhood, when planning public health politics.

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Introdução

Uma alimentação adequada constitui uma componente essencial de um estilo de vida saudável, que está directamente relacionado com uma melhor qualidade de vida e com um aumento da esperança de vida. Por outro lado, um estilo de vida saudável associa-se a uma menor probabilidade de ocorrência de doenças crónicas nomeadamente, Diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares (1) , tão prevalentes em Portugal.

Uma alimentação equilibrada e completa, que assegure o aporte nutricional que satisfaça as necessidades, é essencial na infância para o crescimento e este, por sua vez, é um indicador sensível da adequação da ingestão nutricional (2).

A implementação de hábitos alimentares saudáveis e a educação do gosto individual na infância, condicionam a sua manutenção por toda a vida, sendo por isso fundamental promover escolhas alimentares saudáveis nas crianças, de forma a impedir nomeadamente o crescimento da epidemia da obesidade (3). Há por exemplo, evidência que os padrões de ingestão de hortofrutícolas quando aprendidos na infância, com os pais, tendem a manter-se ao longo da vida (4-6).

É por isso essencial, estudar os hábitos alimentares, a adequação da ingestão nutricional, e outras influências ambientais e sociais que moldam a aquisição de comportamentos na infância, para se poder actuar, no sentido de corrigir potenciais deficiências e promover a saúde, o mais precocemente possível

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.

A obesidade tem sido definida pela Organização Mundial de Saúde como uma doença crónica. Esta definição é normalmente atribuída ao adulto, mas dada a relação forte, entre obesidade e todas as complicações na criança e no adolescente, que se prolongam na idade adulta, considera-se que possa ser

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usada também em idade pediátrica (8). Em Portugal, a prevalência de excesso de peso e obesidade em crianças entre os 7 e os 9 anos é de 31,6%, sendo que 20,3% corresponde ao excesso de peso e 11,3%, a obesidade (9).

A obesidade na infância, conduz frequentemente, à obesidade no adulto, estando desta forma relacionada com o aumento da morbilidade e mortalidade (9). Trata-se de uma doença de etiologia multifactorial, com influência genética, hormonal, metabólica, comportamental e social (10). Embora o seu desenvolvimento seja atribuído a múltiplas interacções entre os genes e o ambiente, há investigadores que sugerem que a epidemia da obesidade infantil possa dever-se essencialmente aos factores ambientais (9).

Um factor alimentar determinante para o excesso de peso/obesidade é a quantidade de energia ingerida (7), sabendo-se que a chave para a manutenção do peso corporal reside no balanço entre a energia ingerida e a energia dispendida (11). A obesidade ocorre quando a energia ingerida, supera a que é dispendida, muito embora existam indivíduos biologicamente mais susceptíveis ao desenvolvimento desta patologia. De qualquer forma, o aumento da prevalência de obesidade, tem sido demasiado rápido para ser atribuído aos factores genéticos, reflectindo por isso mudanças no padrão alimentar e nos níveis de actividade física das populações optando-se mais frequentemente por actividades sedentárias (7, 12, 13).

A crescente prevalência da obesidade está então intimamente associada a mudanças de estilos de vida que, nos últimos anos, foram grandes. Registaram-se mudanças significativas nomeadamente no tipo de alimentos consumidos, assistindo-se a um consumo crescente de alimentos de elevada densidade energética, e ao aumento do número de refeições realizadas fora de casa (11).

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3 Grande parte dessas refeições têm lugar em restaurantes de comida rápida, designada de fast food (12). Pensa-se, inclusive, que o consumo de fast food, influencia as escolhas alimentares das crianças e adolescentes, podendo estar associada a uma alimentação rica em alimentos gordos e pobre em hortofrutícolas e leite (12).

Segundo a American Heart Association (AHA), os alimentos e bebidas de elevada densidade nutricional, tais como hortofrutícolas, que contribuam grandemente para a satisfação das necessidades nutricionais, são adequados para que o crescimento das crianças ocorra da forma desejada, enquanto que os alimentos e bebidas com elevada densidade energética, apresentam frequentemente baixo valor nutricional, daí a necessidade de associar estes alimentos a ingestões ocasionais, de forma a atingir o equilíbrio alimentar (14).

Sabe-se, por outro lado, que o défice em alguns nutrimentos pode atrasar o crescimento e afectar a maturação esquelética, acarretando consequências graves para a criança e futuro adulto, tais como, o atraso da puberdade e a osteoporose (15). E uma vez que as crianças mais novas tendem a ingerir pequenas quantidades de alimentos às refeições, quer por terem pouco apetite quer por, neofobia, que se manifesta como receio de ingerir alimentos que não lhe são familiares (16), torna-se imprescindível a presença de alimentos com elevada densidade nutricional a fim de fornecer ao seu organismo os nutrimentos necessários em qualidade e em quantidade. Caso contrário, rapidamente se poderão desenvolver carências nutricionais. Nestas faixas etárias as recomendações para a fibra alimentar, por exemplo, raramente são atingidas, enquanto as de gordura total, gordura saturada e açúcares são ultrapassadas, o que revela inadequação nutricional (17), facilitada pela predisposição inata para o

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paladar doce (16). Assim se compreende que as crianças constituam um grupo de risco, pelas necessidades aumentadas de micronutrimentos indispensáveis a um óptimo crescimento e desenvolvimento (18).

O Leite e outros produtos lácteos, por exemplo, são fontes de proteína, cálcio, vitamina D, fósforo, potássio, magnésio, riboflavina, niacina, vitamina B12 e A, importantes para a qualidade da alimentação da criança. Estes são considerados alimentos com elevada densidade nutricional necessários para promover o crescimento ósseo e reduzir o risco de doenças crónicas como a osteoporose (19).

Segundo as recomendações do United States Department of Agriculture USDA (2005) (20) as crianças americanas deveriam aumentar o consumo de hortofrutícolas e cereais integrais e reduzir a ingestão de açúcares de forma a controlarem o peso e alcançarem as recomendações de macro e micronutrimentos (20).

Também na Europa, na maioria dos estudos publicados, verifica-se que, uma proporção significativa da população, apresenta uma ingestão de micronutrimentos abaixo das recomendações (18, 21).

Embora à partida se possa pensar que a probabilidade de satisfazer as necessidades em micronutrimentos seja superior nas crianças com uma ingestão energética mais elevada, este facto que nem sempre corresponde à realidade (22).

Segundo autores americanos, a deficiência de ferro é comum em crianças com excesso de peso e obesidade, apesar de estas ingerirem maior quantidade de alimentos e energia (23, 24).

Deste modo parece-nos imprescindível conhecer a prevalência de inadequação nutricional nas crianças portuguesas, averiguando se esta depende

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5 do seu estado ponderal, para que se possa delinear um programa de saúde pública coerente e capaz de melhorar o estado nutricional das crianças, tendo em conta eventuais especificidades encontradas neste grupo-alvo.

Objectivos

Este trabalho teve como objectivos:

- Avaliar a prevalência de excesso de peso e obesidade, numa amostra de crianças que frequentam escolas EB1 de um agrupamento de Guimarães;

- Determinar a prevalência de crianças que cumpre as recomendações para a ingestão de macro e micronutrimentos de acordo com os valores de referência;

- Comparar a prevalência de adequação de macro e micronutrimentos entre as crianças normoponderais e aquelas com excesso de peso/obesidade.

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Participantes e Métodos

Participantes

Foi seleccionado, por conveniência, o agrupamento de escolas do concelho de Guimarães, convidado a participar neste trabalho, tendo sido todas as crianças que frequentavam as 7 escolas do agrupamento, convidadas a integrar o estudo (n = 586). Aceitaram participar 464 crianças (225 rapazes e 239 raparigas), entre os 6 e os 12 anos, as quais foram avaliadas antropometricamente e do ponto de vista alimentar. Responderam ao questionário que continha informação socio-demográfica, os encarregados de educação de 405 participantes.

Desenho do estudo

Este estudo transversal, coordenado na FCNAUP pelo Prof. Doutor Pedro Moreira, foi conduzido entre Outubro de 2007 e Março de 2008, num agrupamento de escolas do concelho de Guimarães. Foi inicialmente enviado um pedido de autorização dirigido ao presidente do Conselho executivo do agrupamento de escolas Santos Simões, que contemplava informação sobre o objectivo do estudo e os procedimentos nele envolvidos. Depois de concedida essa autorização, procedeu-se à recolha dos contactos de todas as EB1 pertencentes ao agrupamento, tendo sido, de seguida, convidados os seus coordenadores a colaborarem no projecto.

Aceitaram participar as 7 escolas contactadas, sendo o número de alunos convidados em cada escola, distribuído da seguinte forma: EB1 de Serzedo (77 alunos), EB1 de Infantas (86 alunos), EB1 de Paçô-Vieira (44 alunos), EB1 de São Romão (111 alunos), EB1 da Cruz da Argola (158 alunos), EB1 da Arcela (48 alunos) e EB1 de Monte Largo (62 alunos). Foi distribuído a cada aluno um envelope contendo um documento explicativo sobre o estudo bem como uma

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7 declaração de consentimento a ser assinada pelos encarregados de educação que autorizassem que o seu educando participasse no projecto.

Numa fase seguinte, procedeu-se à recolha das declarações de consentimento e à avaliação antropométrica e alimentar das crianças cuja declaração tinha sido assinada pelo encarregado de educação. A avaliação dos participantes decorreu numa sala seleccionada pelo coordenador da escola para o efeito, em ambiente tranquilo e de modo a assegurar privacidade. Aos alunos avaliados foi entregue um questionário que visava a recolha de informação sócio-demográfica, a ser preenchido pelo encarregado de educação, o qual foi recolhido numa visita posterior.

Avaliação antropométrica

A avaliação antropométrica foi conduzida, usando procedimentos internacionalmente recomendados (25, 26). As medições foram realizadas com a criança vestida com roupas leves (5 a 6 peças de roupa no total) e sem sapatos.

A altura foi medida usando um estadiometro, incorporado na balança Seca® 703, com a cabeça orientada de acordo com o plano de Frankfort. A cabeça, costas, nádegas e pernas a tocar a craveira, as pernas direitas, ombros relaxados, e os calcanhares próximos, a altura foi aferida até ao 0,1 centímetro. O peso foi medido com o indivíduo colocado no centro da balança Seca ® 703, no centro da balança, com o corpo posicionado na vertical, os braços pendentes ao longo do corpo e a cabeça orientada de acordo com o plano de Frankfort (25).

Posteriormente, procedeu-se ao cálculo do IMC, de acordo com a fórmula peso (kg) /altura2 (m) (27). Para determinar o estado ponderal das crianças, foram utilizados os critérios do IOTF, que define excesso de peso e obesidade usando pontos de corte internacionais para o IMC, específicos para sexo e idade(28).

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Para análise, agrupamos num só grupo, as crianças com excesso de peso e obesidade (descrito ao longo do trabalho como “excesso de peso/obesidade”), o qual foi comparado com o grupo de crianças normoponderais, para vários parâmetros nutricionais em estudo.

Avaliação da ingestão alimentar

Para a avaliação da ingestão alimentar usou-se o método de recordação das 24 horas anteriores, usando como ferramenta de auxílio à quantificação, o Manual de Quantificação de Alimentos (MQA)(29).O inquérito foi realizado sem o prévio conhecimento da criança. A informação recolhida foi codificada e introduzida no programa informático Food Processor Plus versão 10.0., para a conversão dos alimentos em nutrimentos. Este programa utiliza a tabela de composição de alimentos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (EUA), e inclui alimentos crus e/ou processados. Esta base de dados inclui ainda conteúdos nutricionais de alimentos ou pratos culinários tipicamente portugueses, de acordo com informações nacionais(30).

Para proceder à quantificação dos alimentos e respectiva codificação foi utilizada, para além do MQA (29) ,a informação publicada, em 1993, por Amaral et al. (31).

Neste estudo foram analisados os seguintes parâmetros nutricionais: ingestão energética total, hidratos de carbono totais, açúcares (entenda-se como açúcares monossacarídeos e dissacarídeos), proteína total, fibra alimentar, gordura total, ácidos gordos saturados, ácidos gordos polinsaturados, ácidos gordos polinsaturados 3 (AGPI 3), ácidos gordos polinsaturados 6 (AGPI n-6), ácidos gordos trans, vitaminas A, C, E, B1, B2, B3, B6, B12 e folato, cobre, iodo, ferro, magnésio, molibdénio, fósforo, selénio, zinco e cálcio.

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9 Para a avaliação da adequação nutricional em macronutrimentos foram utilizadas as recomendações propostas pela OMS (32) e para determinar a adequação nutricional em micronutrimentos, utilizaram-se como valores de referência as DRIs propostas pelo Food and Nutrition Board (EARs ou Ais no caso dos micronutrimentos para os quais não existiam EARs) (33).

Análise estatística

Para a análise estatística usou-se o programa informático Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 14.0. Primeiro testou-se a normalidade das variáveis contínuas através do teste não paramétrico Kolmogorov-Smirnov. Para comparar ingestão nutricional entre crianças normoponderais e crianças com excesso de peso/obesidade, usou-se o teste T para amostras independentes (para as variáveis contínuas, com distribuição normal), e o teste de Mann-Whitney (para as variáveis contínuas, com distribuição diferente da normal). Para a comparação de proporções, utilizou-se o teste de Qui-quadrado. Considerou-se que havia significado estatístico quando p <0,05.

Resultados

Na amostra analisada, a média de idades foi de 8,53 anos (DP=1,25) e a média do IMC foi de 17,91 kg/m2 (DP=2,73). Verificou-se uma prevalência de

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10

excesso de peso de 23,3% (22,6% nas raparigas e 24,0% nos rapazes) e a de obesidade situou-se nos 7,3% (7,5% nas raparigas e 7,1% nos rapazes), não sendo as diferenças entre sexos, estatisticamente significativas. No global, a prevalência de excesso de peso/obesidade foi de 30,6% (30,1% para raparigas (48,6% dos 6 aos 8 anos de idade e 51,4% dos 9 aos 12 anos de idade) e 31,1% para rapazes (44,3% dos 6 aos 8 anos de idade e 55,7% dos 9 aos 12 anos de idade) (tabela 1).

Idade (anos) Estado Ponderal Raparigas n (%)

Rapazes n (%)

6 – 8 Normal 88 (52,7%) 80 (51,6%)

Excesso peso / Obesidade 35 (48,6%) 31 (44,3%)

9 - 12 Normal 79 (47,3%) 75 (48,4%)

Excesso peso / Obesidade 37 (51,4%) 39 (55,7%)

p 0,562 0,309

Tabela 1 - Prevalência de excesso de peso / obesidade por faixa etária e sexo

A ingestão energética média na amostra total foi de 2066,4 kcal (DP=642,5), não se encontrando diferenças estatisticamente significativas entre crianças normoponderais e aquelas com excesso de peso/obesidade (raparigas: 1994,4 ±583,6 kcal para as normoponderais e 1828,4±544,2 kcal para aquelas com excesso de peso/obesidade, p = 0,495; rapazes: 2159,4±718,7 kcal para os normoponderais e 2219,2±560,1 kcal para aqueles com excesso de peso/obesidade, p= 0,469) (tabela 2).

No que respeita aos valores absolutos de ingestão de macronutrimentos, (tabela 2) apenas se encontraram diferenças significativas entre crianças normoponderais e com excesso de peso/obesidade, em relação aos valores absolutos de AGPI e AGPI n-6, apresentando as raparigas normoponderais, um valor de ingestão destes nutrimentos superior (AGPI: 9,02 g vs 7,49 g, p = 0,020; AGPI n-6: 7,47 g vs 5,98 g, p = 0,015).

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11 Como é visível na tabela 2, nos rapazes verificou-se que os normoponderais apresentaram uma ingestão inferior de colesterol, quando comparados com aqueles com excesso de peso /obesidade (207,92 mg vs 247,13 mg, p = 0,019). Já quando se comparou a ingestão percentual dos macronutrimentos em relação ao VET, entre os dois grupos de estado ponderal, observou-se que os rapazes com excesso de peso reportaram uma ingestão superior aos normoponderais para proteína (16,29 % vs 15,23 %, p = 0,042) e inferior para hidratos de carbono (51,42 % vs 49,16 %, p = 0,043).

Não se observou mais nenhuma diferença de ingestão nutricional, com significado estatístico, entre as duas classes ponderais, nesta amostra de crianças.

Comparando agora os valores médios de ingestão de nutrimentos, com as recomendações, verificou-se que o contributo percentual para o VET de, gordura total, açúcares, ácidos gordos saturados, ácidos gordos trans, bem como o valor absoluto de ingestão de colesterol, encontraram-se dentro dos valores recomendados pela OMS, em ambos os sexos; já o de proteína e AGPI n-6, encontraram-se ligeiramente acima das recomendações enquanto que os de hidratos de carbono, AGPI, AGPI n-3 e fibras, se situaram abaixo das recomendações.

Quanto à ingestão de micronutrimentos (tabela 3), em geral, não se encontraram diferenças significativas entre crianças normoponderais e aquelas com excesso de peso/obesidade, exceptuando a ingestão de niacina que foi inferior nos rapazes normoponderais (19,09 mg vs 22,46 mg, p = 0,017).

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12

Comparando as médias dos valores de ingestão de micronutrimentos nesta amostra, com as recomendações, verificou-se que apenas a média de ingestão das vitaminas A e E, se situou abaixo das EAR estipuladas, em ambos os sexos.

Estado ponderal Energia e

Macronutrimentos

Normal Excesso peso/

Obesidade p (Média +/- DP) (Média +/- DP) RAP ARI G A S Energia Kcal 1994,4±583,6 1828,4±544,2 0,495 Proteína g 77,27±25,99 73,33±26,03 0,285 % VET 15,52±4,13 15,53±4,01 0,516 Hidratos de carbono g 253,11±84,54 233,64±74,52 0,920 % VET 50,78±8,11 51,42±7,76 0,573 Açúcares g 28,87±30,98 28,60±24,22 0,866 % 5,80±4,77 6,95±4,74 0,380 Gordura total g 64,18±26,52 57,51±23,96 0,051 % 29,82±6,68 28,58±5,78 0,172 AG. Saturados g 15,57±9,76 14,01±8,47 0,224 % 7,75±3,32 7,58±2,84 0,708 AGPI g 9,02±4,60 7,49±4,67 0,020 % 4,26±1,55 3,91±1,54 0,109 AGPI n-3 g 0,27±0,311 0,23±0,21 0,051 % 0,14±0,13 0,13±0,09 0,187 AGPI n-6 g 7,47±4,13 5,98±3,84 0,015 % 3,55±1,44 3,18±1,43 0,071 AG. Trans g 0,05±3,09 0,00±2,48 0,484 % 0,027±1,33 0,00±1,09 0,496 Colesterol mg 200,72±158,98 195,93±103,49 0,215 % 88,63±63,56 90,98±41,48 0,833 Fibras g 13,50±7,35 12,54±6,25 0,553 RAP AZ E S

Valor energético Kcal 2159,4±718,7 2219,2±560,1 0,469

Proteína g 83,73±34,28 92,47±30,30 0,068 % VET 15,23±3,99 16,29±4,06 0,042 Hidratos de carbono g 273,93±92,56 270,68±73,76 0,796 % VET 51,42±7,90 49,16±7,31 0,043 Açúcares g 28,60±21,94 28,47±22,71 0,912 % 5,4±4,3 4,9±4,2 0,548 Gordura total g 66,49±33,57 69,93±28,49 0,175 % 29,42±6,67 30,51±5,90 0,241 AG. Saturados g 17,47±10,43 19,07±9,12 0,595 % 7,86±2,95 7,90±2,87 0,928 AGPI g 9,71 ±5,75 10,61±7,41 0,191 % 4,16±1,68 4,49±1,70 0,172 AGPI n-3 g 0,30±0,37 0,37±0,51 0,152 % 0,13±0,11 0,15±0,13 0,194 AGPI n-6 g 7,94±5,36 8,31±6,62 0,470 % 3,46±1,65 3,62±1,61 0,496 AG. Trans g 0,00±3,20 0,00±3,23 0,334 % 0,00±1,18 0,00±1,12 0,304

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13

Colesterol mg 207,92±137,01 247,13±214,27 0,019

% 89,33±46,03 96,96±90,99 0,021

Fibras g 13,27±7,08 16,31±6,60 0,107

Tabela 2 - Ingestão de energia e macronutrimentos, de acordo com o estado ponderal e por sexo.

Estado ponderal

Micronutrimentos Normal Excesso peso/ Obesidade p

(Média +/- DP) (Média +/- DP) RAP ARI G A S Vitamina A 239,11±299,26 253,34±524,16 0,441 Vitamina C 56,56±78,43 65,21±36,94 0,140 Vitamina E 1,71±1,34 1,60±1,08 0,571 Tiamina 0,74±0,52 0,66±0,39 0,376 Riboflavina 0,99±0,722 0,97±0,50 0,747 Niacina 19,39±9,36 18,43±8,81 0,303 Vitamina B6 1,07±0,89 1,08±0,79 0,905 Folato 239,94±155,58 263,49±126,66 0,683 Vitamina B12 2,45±4,41 2,79±9,87 0,544 Cobre 0,56±0,41 0,53±0,91 0,375 Iodo 157,02±90,60 147,14±64,08 0,262 Ferro 10,17±5,37 9,97±4,66 0,391 Magnésio 244,07±89,12 239,45±74,70 0,361 Molibdénio 17,78±15,61 19,22±16,99 0,488 Fósforo 1317,99±443,37 1234,67±379,86 0,166 Selénio 66,63±38,36 60,26±39,46 0,248 Zinco 5,96±3,34 6,21±4,19 0,619 Cálcio 983,58±501,58 955,76±399,78 0,751 RAP AZ E S Vitamina A 232,90±275,08 266,56±224,29 0,338 Vitamina C 58,29±53,73 64,57±59,31 0,310 Vitamina E 1,72±1,43 1,76±1,31 0,566 Tiamina 0,81±0,61 0,83±0,58 0,714 Riboflavina 1,05±0,68 1,01±0,61 0,419 Niacina 19,09±13,05 22,46±11,46 0,017 Vitamina B6 1,19±0,91 1,35±0,831 0,839 Folato 269,29±176,61 221,74±140,92 0,364 Vitamina B12 2,94±4,91 2,89±9,87 0,623 Cobre 0,60±0,37 0,59±0,36 0,920 Iodo 174,55±79,22 173,73±75,67 0,939 Ferro 11,32±6,19 10,36±5,39 0,567 Magnésio 255,81±93,74 281,67±74,66 0,128 Molibdénio 20,93±12,55 18,98±8,96 0,594 Fósforo 1408,33±483,89 1461,48±376,00 0,372 Selénio 70,83±46,49 78,02±38,98 0,120 Zinco 6,44±4,55 6,85±3,56 0,432 Cálcio 1022,64±439,84 1066,56±596,41 0,518

Tabela 3 - Ingestão de micronutrimentos de acordo com o estado ponderal e por sexo.

Relativamente à prevalência de adequação de macronutrimentos (tabela 4), não se encontraram diferenças significativas entre crianças normoponderais e

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crianças com excesso de peso/obesidade, à excepção dos hidratos de carbono, verificando-se uma maior prevalência de rapazes normoponderais que cumpria as recomendações deste nutrimento (31,6% vs 18,6%, p=0,043).

Verificou-se que uma elevada proporção de crianças revelou uma ingestão de macronutrimentos que se encontrava fora dos limites recomendados pela OMS, independentemente do sexo e do estado ponderal. Por exemplo no que respeita a proteína e gordura total, uma prevalência elevada de crianças encontrava-se acima das recomendações (proteína: variou entre 52,9% e 61,4 %, e gordura total: variou entre 37,5 % e 50,0%, dependendo do sexo e estado ponderal). Já no que se refere à ingestão de gordura saturada, uma proporção elevada de crianças (entre 71,4 % e 81,9%, dependendo do sexo e estado ponderal), encontrou-se dentro dos valores recomendados pela OMS (tabela 4). Independentemente do sexo e estado ponderal, a prevalência de crianças que não atingiu os valores recomendados de AGPI, e particularmente de AGPI n-6 e n-3, foi muito elevada (variou entre 82,6 % e 100%, tabela 4). No que respeita à adequação da ingestão de hidratos de carbono, verificou-se que uma baixa proporção de crianças se encontrava dentro dos limites recomendados pela OMS (variou entre 18,6% e 34, 7%, dependendo do sexo e estado ponderal).

Por outro lado, em relação à adequação de ingestão de ácidos gordos trans, verificou-se que uma elevada proporção de crianças (variou entre 67,1% e 69,4%), se situava dentro dos limites recomendados pela OMS. Quanto à prevalência de adequação de ingestão de colesterol, a totalidade das crianças apresentou valores dentro dos limites recomendados. No que diz respeito ao consumo de fibra alimentar, verificou-se que uma elevada proporção de crianças (variou entre 92,3% e 97,2%) se apresentou abaixo do recomendado pela OMS.

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15 Relativamente à prevalência de adequação de micronutrimentos (tabelas 5 e 6), verificou-se que uma elevada proporção de crianças (quase sempre mais de 50 %), se situou abaixo dos valores recomendados. Por exemplo, no caso da vitamina E e do cobre, a quase totalidade das crianças (entre 98,7 % e 100%), revelaram uma ingestão abaixo do preconizado pelas EAR.

Não se encontraram diferenças significativas entre crianças normoponderais e crianças com excesso de peso/obesidade, relativamente à adequação de ingestão de micronutrimentos, à excepção do folato, cuja proporção de rapazes dos 9 aos 12 anos, normoponderais, que cumpriu as recomendações, foi superior àquela encontrada nos rapazes desta faixa etária, com excesso de peso/obesidade (25,2 % vs 17,1 %, p = 0,031).

No que diz respeito ao limite máximo de ingestão (UL), verificou-se que este foi ultrapassado por uma proporção de crianças que variou entre 6% e 9%, para alguns micronutrimentos (vitamina A, iodo, ferro, fósforo, selénio, zinco e cálcio).

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16

Nutrimentos

Estado ponderal

p

Normal Excesso peso / Obesidade

< Rec. n (%) Rec. n (%) > Rec. n (%) < Rec. n (%) Rec. n (%) > Rec. n (%) RAPARIGAS Proteína 10 (6,0) 62 (37,1) 95 (56,9) 2 (2,8) 29 (40,3) 41 (56,9) 0,559 Hidratos de carbono 119 (71,3) 47 (28,1) 1 (0,6) 47 (65,3) 25 (34,7) 0,493 Açúcares NA 139 (83,2) 28 (16,8) NA 57 (79,2) 15 (20,8) 0,453 Gordura total 2 (1,2) 87 (52,1) 78 (46,7) 45(62,5) 27 (37,5) 0,244 AG. Saturados NA 135 (80,8) 32 (19,2) 59 (81,9) 13 (18,1) 0,841 AGPI 147 (88) 20 (12,0) 65 (90,3) 6 (8,3) 1 (1,4) 0,227 AGPI. n-3 167 (100) 72 (100) No stat AGPI. n-6 141 (84,4) 26 (15,6) NA 63 (87,5) 8 (11,1) 1 (1,4) 0,215 AG. trans NA 122 (67,1) 55 (32,9) NA 50 (69,4) 22 (30,6) 0,718 Colesterol 165 (98,8) 2 (1,2) NA 72 (100) NA NA 1,000 Fibras 155 (92,8) 12 (7,2) NA 70 (97,2) 2 (2,8) NA 0,239 RAPAZES Proteína 9 (5,8) 64 (41,3) 82 (52,9) NA 27 (38,6) 43 (61,4) 0,091 Hidratos de carbono 106 (68,4) 49 (31,6) 57 (81,4) 13 (18,6) 0,043 Açúcares NA 131 (84,5) 24 (15,5) NA 60 (85,7) 10 (14,3) 0,816 Gordura total 2 (1,3) 78 (50,3) 75 (48,4) 35 (50) 35 (50) 0,628 AG. Saturados NA 123 (79,4) 32 (20,6) 50 (71,4) 20 (28,6) 0,192 AGPI 128 (82,6) 27 (17,4) 59 (84,3) 10 (14,3) 1 (1,4) 0,284 AGPI. n-3 155 (100) 70 (100) No stat AGPI. n-6 128 (82,6) 26 (16,8) 1 (0,6) 63 (90) 6 (8,6) 1 (1,4) 0,231 AG. trans NA 117 (75,7) 38 (24,5) NA 47 (67,1) 23 (32,9) 0,193 Colesterol 154 (99,4) 1 (0,6) NA 69 (98,6) 1 (1,4) NA 0,526 Fibras 143 (92,3) 12 (7,7) NA 65 (92,9) 5 (7,1) NA 0,875

Tabela 4 – Prevalência de adequação em macronutrimentos (tendo em conta as recomendações da OMS) de acordo com estado ponderal, por sexo.

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Estado ponderal

Nutrimentos Idade Normal

Excesso peso / Obesidade p Recomendado n (%) Recomendado n (%) RAP ARI G A S Vitamina A 6-8 34(20,4) 15(20,8) 0,666 9-12 21(12,6) 8(11,1) 0,565 Vitamina C 6-8 79(47,3) 32(44,4) 1,000 9-12 53(31,7) 29(40,3) 0,213 Vitamina E 6-8 2(1,2) 0(0) 1,000 9-12 0(0) 0(0) No stat Tiamina 6-8 64(38,3) 26(36,1) 0,860 9-12 40(24) 16(22,2) 0,458 Riboflavina 6-8 48(28,7) 24(33,3) 0,671 9-12 72(43,1) 29(40,3) 0,892 Niacina 6-8 86(51,5) 31(43,1) 0,054 9-12 76(45,5) 37(51,4) 0,550 Vitamina B6 6-8 68(40,7) 27(37,5) 0,988 9-12 48(28,7) 25(34,7) 0,479 Folato 6-8 54(32,3) 20(27,3) 0,666 9-12 34(20,4) 13(18,1) 0,419 Vitamina B12 6-8 69(41,3) 28(38,9) 0,845 9-12 58(34,7) 29(40,3) 0,565 Cobre 6-8 0(0) 0(0) No stat 9-12 0(0) 0(0) No stat Iodo 6-8 78(46,7) 31(43,1) 1,000 9-12 69(41,3) 30(41,7) 0,374 Ferro 6-8 82(41,3) 31(43,1) 0,468 9-12 72(43,1) 32(44,4) 0,517 Magnésio 6-8 86(51,5) 32(44,4) 0,139 9-12 59(35,3) 28(38,9) 0,908 Molibdénio 6-8 42(25,1) 20(27,3) 0,346 9-12 19(11,4) 9(12,5) 0,974 Fósforo 6-8 88(52,7) 33(45,8) 0.079 9-12 59(35,3) 28(38,9) 0,908 Selénio 6-8 81(48,5) 32(44,4) 1,000 9-12 72(43,1) 30(41,7) 0,136 Zinco 6-8 59(35,3) 24(33,3) 0,871 9-12 17(10,2) 3(4,2) 0,075 Cálcio 6-8 63(37,7) 27(37,5) 0,531 9-12 31(18,6) 12(16,7) 0,479

Tabela 5 – Prevalência de adequação em micronutrimentos em raparigas (tendo em conta os valores recomendados pelas do Food and Nutrition Board: EAR e AI) de acordo com estado ponderal. No stat - sem estatística.

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Estado ponderal

Nutrimentos Idade Normal

Excesso peso / Obesidade p Recomendado n (%) Recomendado n (%) RAP AZ E S Vitamina A 6-8 34(21,9) 17(24,3) 0,242 9-12 17(11,0) 9(12,9) 0,966 Vitamina C 6-8 73(47,1) 28(40) 1,000 9-12 58(37,4) 31(44,3) 0,792 Vitamina E 6-8 2(1,3) 0(0) 1,000 9-12 0(0) 0(0) No stat Tiamina 6-8 61(39,4) 26(37,1) 0,382 9-12 49(31,6) 23(32,9) 0,504 Riboflavina 6-8 51(32,9) 25(35,7) 0,675 9-12 74(47,7) 28(40,0) 0,708 Niacina 6-8 77(49,7) 31(44,3) 0,558 9-12 70(45,2) 36(51,4) 1,000 Vitamina B6 6-8 64(41,3) 29(41,4) 0,082 9-12 50(32,3) 24(34,3) 0,586 Folato 6-8 44(28,4) 17(24,3) 0,988 9-12 39(25,2) 12(17,1) 0,031 Vitamina B12 6-8 74(47,7) 26(37,1) 0,286 9-12 52(33,5) 27(38,6) 0,991 Cobre 6-8 0(0) 0(0) No stat 9-12 0(0) 0(0) No stat Iodo 6-8 78(50,3) 31(44,3) 1,000 9-12 69(44,5) 38(54,3) 0,419 Ferro 6-8 74(47,7) 31(44,3) 0,183 9-12 65(41,9) 35(50) 0,769 Magnésio 6-8 77(49,7) 31(44,3) 0,558 9-12 59(38,1) 32(45,7) 0,669 Molibdénio 6-8 48(31,0) 17(24,3) 0,620 9-12 21(13,5) 7(10,0) 0,237 Fósforo 6-8 80(51,6) 31(44,3) No stat 9-12 56(36,1) 35(50) 0,057 Selénio 6-8 73(47,1) 31(44,3) 0,187 9-12 69(44,5) 34(48,6) 0,507 Zinco 6-8 57(36,8) 25(35,7) 0,312 9-12 15(9,7) 10(14,3) 0,490 Cálcio 6-8 64(41,3) 24(34,3) 0,763 9-12 31(20,0) 16(22,9) 0,975

Tabela 6 – Prevalência de adequação em micronutrimentos em rapazes (tendo em conta os valores recomendados pelas do Food and Nutrition Board: EAR e AI) de acordo com estado ponderal. No stat - sem estatística.

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Discussão

Este trabalho de investigação que pretendeu, para além de estimar a prevalência de excesso de peso/obesidade numa amostra de crianças do 1º ciclo de ensino básico de Guimarães, avaliar a adequação da sua ingestão nutricional, segundo o estado ponderal, apresenta algumas limitações.

Importa referir, por exemplo, que o IMC, usado neste estudo para a classificação do estado ponderal, apresenta uma capacidade limitada de reflectir a quantidade de gordura corporal, muito embora seja amplamente utilizado e seja considerado um estimador válido do excesso de peso e obesidade das populações (34, 35). Por outro lado, os pontos de corte para crianças são mais complexos do que para adultos, porque variam de acordo com a idade e o sexo

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. Assim, para a classificação ponderal, poderiam usar-se os critérios de classificação do Centers for Disease Control (CDC) ou os da International Obesity Task Force (IOTF), cujos pontos de corte foram propostos por Cole (28). Segundo alguns autores, os critérios da IOTF tendem a ser mais conservadores que os do CDC, apesar de ambos apresentarem consistência (37). Estes, no entanto, permitem classificar as crianças em normoponderais, com excesso de peso e com obesidade, não permitindo, contudo, distinguir o baixo peso do peso normal, incluindo assim todas as crianças que estão abaixo do primeiro ponto de corte, como sendo normoponderais.

Para a recolha da ingestão alimentar usou-se o inquérito de recordação das 24 horas anteriores, que tem sido amplamente usado em estudos com crianças (38). É um método rápido, económico e de fácil administração, sendo por isso usado frequentemente neste tipo de estudos. No entanto, este método, por si, também apresenta limitações, uma vez que: recorre à memória; o dia alimentar

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20

que está a ser avaliado pode não corresponder a uma ingestão habitual e por outro lado, o relato da ingestão alimentar pode sofrer algum viés, por sofrer influência do que é considerado socialmente desejado ou aprovado. Também os instrumentos utilizados para proceder à codificação (MQA) e ao tratamento dos dados alimentares, (programa Food Processor Plus), apresentam um número de alimentos e pratos limitado, podendo esse facto constituir uma limitação para avaliar a ingestão alimentar e a adequação nutricional.

A amostra foi seleccionada por conveniência, podendo não ser representativa da população em estudo. Por outro lado, o facto de ser um estudo transversal, embora permita avaliar prevalências, bem como relacionar variáveis, não permite a detecção de factores de causalidade.

Os resultados do presente estudo apontaram para uma prevalência de excesso de peso/obesidade de 30,6% (30,1% para raparigas e 31,1% para rapazes), o que vai de encontro ao descrito por Padez et al., em 2004, num trabalho que incluiu uma amostra de crianças portuguesas entre os 7 e os 9 anos

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. É de salientar neste estudo, uma prevalência elevada de crianças com ingestão acima das recomendações da OMS para proteína. Este resultado pode ser preocupante tendo em conta que parece existir uma associação entre um elevado consumo deste nutrimento em idades jovens e a ocorrência de obesidade

(39, 40). Por outro lado, sabe-se que a ingestão de proteína durante o aleitamento

materno exclusivo é baixa, mas quando a criança introduz a alimentação diversificada, esta aumenta marcadamente (41). Torna-se por isso importante, intervir o mais precocemente possível, para que as crianças quando deixam de ser amamentadas, continuem a ter a uma alimentação equilibrada, nomeadamente no que se refere ao contributo da ingestão proteica para o VET.

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21 Também a prevalência de crianças a ultrapassar as recomendações de gordura total foi elevada e o inverso sucedeu em relação aos hidratos de carbono, para os quais uma proporção considerável de crianças, não atingiu as recomendações. Há autores que defendem que uma alimentação com elevado conteúdo de gordura e baixo teor de hidratos de carbono, tem sido associada ao desenvolvimento da adiposidade infantil (42). A gordura é o macronutrimento mais denso energeticamente, por isso torna-se crucial adequar a ingestão às recomendações (2). No que se refere à ingestão de gordura saturada e ácidos gordos trans, uma proporção relativamente grande de crianças encontrou-se dentro dos valores recomendados pela OMS. O consumo de algumas das fontes alimentares de ácidos gordos trans como algumas margarinas, bolachas e “snacks” (43), têm sido associados a um aumento do risco de desenvolver doenças cardíacas (44).

Verificámos também uma elevada prevalência de inadequação no que diz respeito aos AGPI (particularizando os AGPI n-3 e AGPI n-6). Uma ingestão insuficiente de AGPI n-3, também descrita por outros autores (45), poderá não favorecer um bom estado de saúde, uma vez que estes ácidos gordos apresentam benefícios na prevenção de doenças cardiovasculares (2). As suas principais fontes são o óleo de peixe, pelo que deve ser promovido o consumo de peixe, e em particular o gordo, uma vez que, frequentemente, o seu consumo escasseia (45). Reforçam esta ideia, alguns estudos que relacionam a obesidade infantil com o consumo de AGPI e que postulam que um aumento no consumo de AGPI n-6, associado a uma elevada razão entre ácido linoleico/ ácido linolénico, pode favorecer o desenvolvimento contínuo do tecido adiposo durante a infância

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22

Embora a ingestão de açúcares recordada pelas crianças desta amostra, esteja dentro dos limites recomendados pela OMS, parece-nos que poderá ter sido alvo de sub estimativa. A sub estimativa da ingestão alimentar é frequentemente resultado de uma alimentação menos cuidada, acompanhada de um consumo elevado de gorduras e açúcares (47), e parece ser influenciada pelo estado ponderal (48), sendo este viés normalmente superior em indivíduos do sexo feminino (49).

Relativamente à prevalência de adequação de micronutrimentos, verificou-se que uma elevada proporção de crianças, verificou-se situou abaixo dos valores recomendados. Estes resultados vão de encontro aos relatados por outros autores que defendem que, na Europa, as deficiências de micronutrimentos, nomeadamente, iodo e ferro, são comuns (50, 51), e a deficiência de zinco, ocorre frequentemente, durante a infância (52). Estes resultados são preocupantes, uma vez que a ingestão sub óptima destes micronutrimentos, pode comprometer o crescimento e o desenvolvimento intelectual das crianças (52, 53).

O caso da vitamina E e do cobre, por exemplo, em que a prevalência de adequação foi de 0%, é muito preocupante, uma vez que é sabido que algumas vitaminas como o caso da vitamina E e alguns minerais como o cobre, apresentam propriedades antioxidantes (54), tornando-se por isso importante encontrar estratégias que promovam a sua ingestão. Contudo, importa referir que esta tão elevada prevalência de inadequação, poderá ser em parte ser explicada pela baixa ingestão de vísceras, moluscos e sub estimativa da ingestão das gorduras adicionadas ao cozinhado ou usadas na confecção, nomeadamente o azeite.

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23 Por outro lado, seria de esperar que as crianças com mais peso apresentassem melhor adequação de micronutrimentos, proporcional ao consumo energético, facto que não se verifica, o que nos poderá sugerir que estes indivíduos possam ter um estilo de vida mais sedentário, e que o aporte energético não lhes permita preencher as necessidades nutricionais. Também poderá acontecer que nesta amostra, a insuficiente ingestão de micronutrimentos se deva ao consumo de alimentos de baixa densidade nutricional e à escolha concomitante de alimentos de elevada densidade energética. Em grande parte dos casos, o insuficiente aporte de micronutrimentos em crianças, deve-se à ingestão de alimentos designados “vazios calóricos”, ao “petiscar” frequente e à ingestão cada vez menor de hortofrutícolas, o que conduz, por um lado a uma elevada proporção de crianças em risco nutricional e por outro, a um aumento da prevalência de obesidade (18). Lembramos que o aporte adequado de micronutrimentos, é necessário para que ocorra um desenvolvimento adequado do indivíduo (50).

O afastamento de um padrão alimentar saudável, e por outro lado, a incorporação de alimentos de grande densidade energética podem ser a explicação para as baixas prevalências de adequação nutricional encontradas nas crianças deste estudo.

Neste trabalho, foram avaliadas crianças dos 6 aos 12 anos, sendo por volta dos seis anos de idade que ocorre o segundo período de crescimento rápido de tecido adiposo designado por adiposity rebound; é neste período que quer o tamanho quer o número de adipócitos aumenta (55). Assim, ao intervirmos nesta faixa etária, poderemos prevenir o aparecimento e/ou desenvolvimento de obesidade, ensinando as crianças a fazerem escolhas mais acertadas (56).

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Segundo um relatório conjunto WHO/FAO existe evidência de que um consumo elevado de alimentos de elevada densidade energética, pode traduzir-se no aumento do risco de obesidade. Também a publicidade exagerada à comida do tipo fastfood e a elevada ingestão de bebidas açucaradas, foram considerados como factores de risco prováveis no desenvolvimento da doença. Por outro lado, o aumento do tamanho das porções de comida disponível, foi considerado como factor de risco possível para o seu aparecimento (7).

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Conclusões

Encontrou-se nesta amostra uma elevada prevalência de excesso de peso/obesidade (30,1% nas raparigas e 31,1% nos rapazes) e observou-se, genericamente, uma baixa prevalência de adequação nutricional, no que se refere tanto a macro como a micronutrimentos.

Verificou-se que a ingestão média de proteína se encontrava acima das recomendações da OMS, a de hidratos de carbono, se situava abaixo do recomendado, enquanto a de gordura total se encontrava dentro dos valores recomendados. Por outro lado, verificou-se não existirem, para a maioria dos nutrimentos, diferenças na ingestão e adequação nutricionais, entre crianças com peso normal e com excesso de peso/obesidade, reportando as diferenças encontradas, uma melhor adequação da ingestão nutricional por parte das crianças normoponderais.

A baixa prevalência de adequação nutricional observada nas crianças deste estudo, deve incentivar ao planeamento de políticas de saúde pública que contemplem estratégias de promoção de uma alimentação saudável, introduzida o mais precocemente possível, para que hábitos alimentares saudáveis sejam criados e desenvolvidos de forma sólida para serem capazes de se manterem durante toda a vida. Parece-nos por exemplo, que seria importante, explorar no 1º ciclo de ensino básico, noções de alimentação saudável, para que as crianças possam ser veículos de informação sobre este tema, até aos familiares e amigos e passem a fazer escolhas alimentares mais saudáveis.

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Referências Bibliográficas

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Tabela 1 - Prevalência de excesso de peso / obesidade por faixa etária e sexo
Tabela 2 - Ingestão de energia e macronutrimentos, de acordo com o estado ponderal e por  sexo
Tabela 4 – Prevalência de adequação em macronutrimentos (tendo em conta as  recomendações da OMS) de acordo com estado ponderal, por sexo

Referências

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