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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS - CAV MESTRADO EM CIÊNCIA ANIMAL MICHELLE DE PAULA GABARDO

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS - CAV

MESTRADO EM CIÊNCIA ANIMAL

MICHELLE DE PAULA GABARDO

CARACTERIZAÇÃO SANITÁRIA DE SUÍNOS CRIADOS EM

SISTEMA “

WEAN-TO-FINISH

Dissertação apresentada à Coordenação do Curso de Mestrado em Ciência Animal, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre.

Orientadora: Dr.ª Sandra Davi Traverso Co-orientador: Dr. José Cristani

LAGES, SC

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Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Renata Weingärtner Rosa – CRB 228/14ª Região

(Biblioteca Setorial do CAV/UDESC)

Gabardo, Michelle de Paula

Caracterização sanitária de suínos criados em sistema “wean-

to-finish”. /Michelle de Paula Gabardo. – Lages, 2010. 79 p.

Dissertação (Mestrado) – Centro de Ciências Agroveterinárias / UDESC.

1.Wean-to-finish. 2. Suíno. 3. Patologias. I. Título.

CDD – 636.40896016

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DEDICO

À Deus por mais esse sonho vencido.

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AGRADECIMENTOS

À Deus e Nossa Senhora de Fátima, pois com o caminho que escolheram para mim, trouxeram-me crescimento, conhecimento e paz. Deus, obrigada por percorrer comigo o caminho até aqui.

À minha família, em especial à minha mãe e meu pai, as principais pessoas de minha vida. Todos tentam achar motivos para agradecer, mas não consigo em poucas palavras escrever tudo. Agradeço aos meus irmãos, Monike e Rodrigo, e meu cunhado Marcelo, por me mostrarem que com estudo, força e coragem tudo pode ser alcançado. Ao meu sobrinho, que com seu sorriso mostra como a vida é simples.

À minha orientadora, professora Dra. Sandra Davi Traverso, pelos ensinamentos, pela orientação, pelos conselhos, muitas vezes, pelas broncas e pela amizade. Por me mostrar que tudo da certo no final.

Ao Professor José Cristani, pela ajuda nas dúvidas, pelos ensinamentos de suinocultura, e pelas oportunidades no acompanhamento de granjas e projetos, e pela oportunidade de pesar leitões pela madrugada.

Ao Professor Dr. Aldo Gava, por ter aberto as portas do Departamento de Patologia Animal, para a realização do mestrado, e pelos conhecimentos adquiridos nessa fase, principalmente em patologia e plantas tóxicas.

À Universidade do Estado de Santa Catarina e em especial ao Setor de Patologia Animal e Setor de Suinocultura durante esses anos.

À Nelson Morés e sua efique de funcionários pela realização das imuno-histoquimicas na EMBRAPA Suínos e Aves.

À Cooperativa COPERIO, por abrir suas portas, por me receber tão bem e colaborar com o projeto.

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Aos frigoríficos e funcionários da AURORA – Fache 1 e 2, pela colaboração nas avaliações dos órgãos ao abate.

Aos técnicos e médicos veterinários da Cooperativa, e ao estagiário Paulo Todeschini, pela ajuda, conhecimento e paciência infinita, durante a realização do projeto, principalmente em horas intermináveis de necropsias e contagem de tosse e espirro.

Aos produtores e suas famílias: Ana Maria Albieiro, Hamiltom Abatti, Leandro Surdi, Edmilson Ferronato, Vidal Grisa, Paulo Ferrari, Valdecir Dalberti e Neri Melere. Estes merecem todos os meus agradecimentos, pois abriram as portas dos seus galpões e muitas veses de suas casas. Sem a compreensão e ajuda deles o projeto não poderia ser realizado.

À família Traverso, em especial ao João Artur e Luciane, por abrirem a porta de suas casas e pela amizade no tempo de realização do projeto. Seu João, agradeço também pelo empréstimo do Jeepe.

Às amigas Vanessa Borelli, Tiffany Emmerich, Fernanda Laskoski, Juliana Lazaroto, Leise Parizotto, Renata Assis Casagrande e Cecília Camargo, pela amizade, pelo companheirismo, pelas ajudas e risadas. Em especial a Luciane Orbem Veronezi, pela amizade e pela força nos momentos que tudo parecia estar errado.

Ao Alencar Zandonai, pois, mesmo longe estava sempre perto. Obrigada pelo companheirimo em dias inteiros de estudos sobre Patologia Suína e Suinocultura. E por me escutar quando nem eu mesma me aguentava. Obrigada por estar ao meu lado.

Ao Diego Lacir Froelich, pois dois anos, de convivências e confidências risadas e momentos filosóficos entre “baias”, não poderiam passar em branco.

Aos amigos e colegas do Laboratório: Fernando Furlan, Marcos Bruno Mazzocco, Valdecir Nunes, Roberto Parizotto, Marcelo de Césaro, Daniela Lentz, Kialani Almeida, Fernanda Jonk e Claudia Wisser pelo companheirismo, amizade e convivência nestes anos que passamos juntos.

À Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC/CAV, ao Programa de Monitoria (PROMOP), pela concessão de bolsa de capacitação para realização deste trabalho.

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“Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento.”

Albert Einstein

“Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”

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RESUMO

O trabalho descreve a avaliação sanitária de suínos criados no sistema wean-to-finish (WF). O projeto foi realizado na região do Meio Oeste de Santa Catarina, no período de janeiro a junho de 2009. Foram acompanhadas oito granjas, com total de 3.545 suínos, criados no sistema wean-to-finish, alojados com média de 28 dias de idade e 8,22Kg de peso vivo. Os dados foram obtidos através de oito avaliações sanitárias, realizadas nos dias 0, 7, 14, 38, 69, 102, 137 e 143 de alojamento, sendo denominadas avaliações 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 respectivamente. A avaliação 0 consistiu em visualização geral dos suínos e condições das instalações no momento do alojamento. As avaliações 1, 2, 3, 4, 5 e 6 consistiram em monitorias clínicas, sendo avaliados índices de diarreia, tosse e espirro. A avaliação 7 consistiu em monitoria de abate para enfermidades respiratórias, renais, hepáticas e úlcera gástrica. Avaliações clínicas adicionais, com realizações de necropsias e/ou coleta de material para análises bacteriológicas e histopatológicas, foram efetuadas quando ocorreram problemas sanitários nas granjas. As frequências de tosse e espirro nas granjas avaliadas aumentaram na 13a e 18a semanas de idade. O maior índice de diarreia foi observado no período de creche, na primeira avaliação, sendo isolado Escherichia coli e Yersinia enterocolitica. Na fase de crescimento e terminação foi diagnosticado Brachyspira sp. (86 dias de alojamento/114 dias de idade), Salmonella sp. (77 dias de alojamento/105 dias de idade) e Lawsonia intracelullaris (60 dias de alojamento/88 dias de idade). No período de creche a doença mais observada foi a diarreia pós desmame e na fase de crescimento e terminação foi a circovirose. A mortalidade na fase de creche variou de 0,00% a 1,08% e na fase de crescimento e terminação de 1,82% a 6,72%, entre granjas. As principais causas de mortalidade determinadas foram a circovirose seguida de Síndrome da distensão intestinal suína (SDI) e septicemia, que representaram 25,20%, 11,02% e 6,30%, respectivamente. O desvio de carcaça pelo SIF variou de 1,02 a 6,71%, sendo a pleurisia a principal causa (23,08 a 100%). As frequências de rinite atrófica progressiva e pneumonia variaram de 13% a 70% e 16,7% a 72,7%, dos animais avaliados e os IRAP e IPP variaram de 0,13 a 1,0 e 0,25 a 1,27, respectivamente. As lesões renais variaram de 33 a 50%, sendo a nefrite a mais prevalente. A percentagem de fígado com manchas brancas variou de 4 a 37%. Em todas as granjas observou-se lesão na pars esofágica do estômago, com frequência de 70 a 100%, sendo a lesão de grau 1 a mais observada.

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ABSTRACT

This paper presents the results of sanitary evaluation of pigs raised in a wean-to-finish system (WF). The experiment was carried out in the Midwestern region of Santa Catarina, from January to June 2009. During this period, eight herds were evaluated with a total of 3545 pigs, weaned with an average of 28 days of age and 8.22 kg of body weight. Data were collected through eight sanitary assessments, performed on days 0, 7, 14, 38, 69, 102, 137 and 143 after wean, which were called assessment 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 and 7 respectively . The assessment 0 consisted of an overview of the herds and facilities conditions at the time of the housing of the animals. The assessments 1, 2, 3, 4, 5 and 6 consisted of tutoring clinics, being evaluated rates of diarrhea, coughing and sneezing. The assessment 7 consisted in a slaughter evaluation for pulmonary, renal, hepatic and gastric lesions. Additional clinical evaluations, with achievement of necropsies followed by collection of samples for bacteriological and histopathological exams were made in animals when there were health problems in the respective herd. The rates of coughing and sneezing in the evaluated herds increased at the 13th and 18th weeks of age. The highest rate of diarrhea was observed during the nursery period in the first assessment, when Escherichia coli and Yersinia enterocolitica were isolated. During the growing and finishing period, Brachyspira sp. (114 days old), Salmonella sp. (105 days old) and Lawsonia intracelullaris (88 days old) were diagnosed. During the nursery period the most observed diseases was post-weaning diarrhea, and during the growing and finishing period the main disease was PCV2 assosiated disease. During the nursery period the mortality rate ranged from 0 to 1.08% and during the growing and finishing period it ranged from 1.82 to 6.72%. The main causes of mortality determined were circovirosis, Porcine intestinal distencion syndrome and septicemia, which accounted for 25.20%, 11.02% and 6.30% respectively. The rate of carcass condemnation by SIF (Federal Inspection) ranged from 1.02 to 6.71%, and the main cause was pleurisy (23.08 to 100%). The frequency of atrophic rhinitis and pneumonia ranged from 13 to 70% and 16.7 to 72.7% and the which index IRA and IPP ranged from 0.13 to 1.0 and 0.25 to 1.27, respectively. Renal lesions ranged from 33 to 50%, and nephritis was the most observed. The percentage of liver with white spots ranged from 4 to 37% of animals. Lesions in the pars esophageal of the stomach were observed in all the herds with frequency between 70 and 100%. The lesion grade 1 was the most frequently.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF.Número de animais alojados, número de origem dos animais, peso médio dos suínos no alojamento e métodos de separação por baia em cada granja... 26

Tabela 02 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Idade e dias de alojamento dos suínos em cada avaliação sanitária... 26

Tabela 03 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de animais abatidos e de animais avaliados no frigorífico de cada granja... 29

Tabela 04 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Interpretação dos índices de rinite atrófica progressiva... 29

Tabela 05 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Interpretação dos valores obtidos no cálculo do Índice para pneumonia (IPP)... 30

Tabela 06 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Escore das lesões macroscópicas observadas na mucosa da pars esofágica... 30

Tabela 07 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Média das frequências de diarreia por granja em cada avaliação clínica... 34

Tabela 08 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Resultado de isolamento bacteriano aeróbio de zaragatoas retais de suínos com diarreia em cada granja e os dias de alojamento e tipo de monitoria realizada no momento de cada coleta... 35

Tabela 09 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Médias das frequências de espirro por granja em cada avaliação... 36

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Tabela 11 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de animais mortos e mortalidade em cada fase por granja... 38

Tabela 12 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de cada diagnóstico durante o acompanhamento, total de mortos e porcentagem de mortos por diagnóstico, por granja... 38

Tabela 13 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Mortalidade semanal por granja durante o período de alojamento... 39

Tabela 14 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de animais abatidos, idade ao abate, peso médio de carcaça e o número de carcaças desviadas pelo SIF, no abate, por granja... 51

Tabela 15 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de animais avaliados, no frigorífico, por grau de lesão nos cornetos nasais e a porcentagem de animais com algum grau de lesão em cada granja... 51

Tabela 16 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de pulmões avaliados, no frigorífico, número de pulmões por categoria de lesão, porcentagem de animais com alguma lesão pulmonar e porcentagem de pleurisia, em cada granja... 52

Tabela 17 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Índice de rinite atrófica progressiva e índice de pneumonia, nos animais avaliados, no frigorífico, para cada granja... 52

Tabela 18 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de estômagos avaliados, no frigorífico, por grau de lesão na pars esofágica e a porcentagem de animais com algum grau de lesão em cada granja... 53

Tabela 19 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de rins avaliados, no frigorífico, por lesão e a porcentagem de animais com alguma lesão em cada granja... 53

Tabela 20 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de fígados avaliados, no frigorífico, por grau de lesão de manchas brancas e a porcentagem de animais com algum grau de lesão em cada granja... 53

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Caracterização dos galpões. A - Galpão com forro fixo, cortinas duplas e, comedouros automáticos (seta). B – Galpão sem forro, com cortinas simples e comedouros lineares convencionais. C - Comedouro automático e comedouros auxiliares, para leitões de início de creche. D – Comedoudo linear auxiliar, para leitões de início de creche... 33

Figura 02 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Sistema de aquecimento a lenha utilizado nos galpões... 34

Figura 03 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Caracterização das diarreias: A – Leitão nas primeiras semanas de creche com diarreia aquosa. B – Suínos de crescimento e terminação com diarreia aquosa e amarelada. C – Diarreia avermelhada observada em fase de crescimento e terminação. D – Fezes cremosa acinzentada observada em fase de crescimento e terminação... 36

Figura 04 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Sinais clínicos e aspectos lesionais da circovirose. A - Baia hospital com animais refugos. B – Animal caquético em estágio avançado da doença. C – Linfonodos mesentéricos aumentados. D – Linfonodos inguinais aumentados... 42

Figura 05 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Aspectos lesionais da circovirose. A – Pulmão não colabado, com consolidação antero ventral e edema interlobular. B – Pulmão com pneumonia intersticial (EH. obj. 10X)... 42

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Figura 07 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Padrão lesional de órgãos de animais com circovírus. A – Fígado: detalhe das células gigantes (HE. obj. 40X). B – Intestino, detalhes das células gigantes na mucosa (HE. obj. 40X). C – Linfonodo com infiltrado de histiócitos moderado (HE. obj. 10X). D – Linfonodo: detalhe do infiltrado de histiócitos com células gigantes. (HE. obj. 40X)... 44

Figura 8 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF: Lesões renais encontradas em animais com diagnóstico de circovirose. A – Rim: múltiplos pontos esbranquiçados, distribuídos por toda superfície capsular. B – Rim: infiltrado inflamatório mononuclear intersticial (HE). C – Rim: Superfície de corte de rim pálido com múltiplos pontos avermelhados na cortical. D – Rim: infiltrado de macrófagos intersticial acentuado difuso, com glomerulonefrite membranosa (detalhe), dilatação tubular e cilindros hialinos (HE. obj. 10X)... 45

Figura 9 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF: Cortes histológicos de intestinos. A – Criptas com proliferação das células epitelieais e dimimuição das células caliciformes. B – Marcação positiva de imunoistoquímica para Lawsonia intracellularis nas células epiteliais (HE. obj. 10X). ... 46

Figura 10 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Lesões macroscópicas de Polisserosite. A – Aderência do saco pericárdio ao epicárdio, com deposição de fibrina hidropericárdio. B – Cavidade abdominal com líquido citrino e aderência das alças intestinais... 47

Figura 11 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF: Sinais clínicos e achados e necropsia em animais com úlcera gástrica. A - Animal com palidez generalizada. B - Palidez de mucosa vaginal. C – Ulceração ativa em 100% do quadrilátero esofágico. D – Conteúdo sanguinolento na luz intestinal... ... 48

Figura 12 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Lesões encontradas nas necropsias de aminais mortos com Síndrome da distensão intestinal suína (SDI). A – Alças intestinais avermaladas e deslocadas, com o céco localizado no lado direito da cavidade abdominal (seta). B – Fragmento de alça intestinal com parede avermelhada e conteúdo sanguinolento na luz... 48

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 17

2.1 SISTEMA DE CRIAÇÃO DE SUÍNOS... 17

2.2 WEAN-TO-FINSH... 19

2.2.1 Instalações... 19

2.2.2 Fatores que podem influenciar o desempenho econômico e sanitário do wean-to-finish... 21

2.3 ANÁLISE SANITÁRIA COMPARATIVA ENTRE O SISTEMA WEAN-TO-FINISH E SISTEMA CONVENCIONAL DE CRIAÇÃO... 22

3 OBJETIVO... 24

3.1 OBJETIVO GERAL... 24

3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO... 24

4 MATERIAL E MÉTODOS... 25

4.1 AVALIAÇÕES SANITÁRIAS... 25

4.2 MONITORIAS CLÍNICAS... 27

4.2.1 Monitoramento de diarreias... 27

4.2.2 Monitoramento de doenças respiratórias... 27

4.3 COLETA E MONITORIA LABORATORIAL... 28

4.4 CARREGAMENTO, TRANSPORTE E MONITORIA AO ABATE... 28

4.4.1 Monitoria de renite atrófica... 29

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4.4.3 Monitoria de úlcera gástrica... 30

4.4.4 Monitoria de lesões renais... 31

4.4.5 Monitoria de lesões hepáticas... 31

4.4.6 Condenação de carcaça... 31

5 RESULTADOS... 32

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS GALPÕES... 32

5.2 DADOS DAS AVALIAÇÕES CLÍNICAS DAS GRANJAS... 33

5.3 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E DE NECROPSIA... 37

5.3.1 Mortalidade... 37

5.3.2 Sinais clínicos, achados de necropsia e histológico... 40

5.3.2.1 Circovirose... 40

5.3.2.2 Enteropatia proliferativa... 45

5.3.2.3 Polisserosite... 46

5.3.2.4 Úlcera gástrica... 47

5.3.2.5 Síndrome da distensão intestinal suína (SDI)... 47

5.3.2.6 Septicemia... 49

5.3.2.7 Achados adicionais... 49

5.4 DADOS DE ABATE... 51

6 DISCUSSÃO... 55

7 CONCLUSÃO... 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 62

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1 INTRODUÇÃO

A suinocultura brasileira, a exemplo de outras cadeias produtivas do agronegócio, cresceu significativamente nos últimos anos. Esse crescimento é notado quando se analisa os vários indicadores econômicos e sociais, como volume de exportações, participação no mercado mundial e número de empregos diretos e indiretos.

A importância da suinocultura para Santa Catarina é demonstrada através dos seus 24 mil produtores, sendo 12 mil com produção em escala comercial e outras 12 mil com produção de subsistência. O Estado possui um rebanho de 6,2 milhões de cabeças sendo responsável por 25% da produção nacional e participa com 28% das exportações brasileiras. Na região Oeste concentra-se a maior produção, com 79% do rebanho; seguido pela região Sul, com 7,8% e o restante, 13,2% distribuídos nas demais regiões. No PIB Estadual, a suinocultura é a principal atividade, participando com 21,43% do total. A atividade emprega diretamente em torno de 65 mil e, indiretamente, mais de 140 mil trabalhadores (ACCS, 2010).

Para manter esses índices a suinocultura catarinense investe em novas tecnologias e sistemas de criação, que reduzam os custos de produção, não demandem altos custos financeiros, atendam os quesitos de bem estar animal e não agridam ao meio ambiente, visando o desenvolvimento econômico e sustentável tanto para empresa quanto para os produtores.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O wean-to-finish (WF) é um sistema de produção de suínos, no qual os animais são desmamados e alojados diretamente em um galpão onde permanecem até o abate (FIRKINS, 1998; JACOBSON, 1998; DHUYVETTER, TOKACH & DRITZ, 2007). Esse sistema é utilizado nos Estados Unidos, Canadá (YACENTIUK, 2007), Chile (PERALTA, 2008) e México (FANO & TORREMORELL, 2008). Nos Estados Unidos iniciou nos anos de 1990 no Centro-Oeste (VANSICKLE, 2001), e corresponde aproximadamente 15% do total dos suínos alojados na terminação (BRUMM, COLGAN & STOWELL, 2005). No Chile, os primeiros testes com o sistema WF foram realizados em 1996, e a sua implantação massiva ocorreu em 1999 (PERALTA, 2008).

No Brasil o WF começou em 2007, no Meio-Oeste do Estado de Santa Catarina, e foi implantado definitivamente por uma integração, no inicio de 2008, com 70% das granjas produzindo nesse sistema. A meta até 2010 é para que todos os produtores integrados a essa integração estejam adaptados ao WF (PORKWORLD, 2008).

Um fator que determinou a implantação do sistema no Brasil ocorreu em 2006, quando produtores parceiros registraram uma superlotação nas creches e foram obrigados a retirar os animais precocemente e antecipar o seu alojamento na terminação onde alcançaram, mesmo assim, bons índices produtivos. Com isso, iniciou-se um estudo da viabilidade de implantação do WF em diversos integrados (PORKWORLD, 2008).

2.1 SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE SUÍNOS

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O galpão da maternidade é a instalação utilizada para o parto e fase de lactação, onde os leitões ficam, geralmente, até 21 dias de idade, com média de 6 kg de peso vivo (SOBESTIANSKY et al., 1998). O galpão de creche é destinado aos leitões desmamados, e compreende o período que se inicia após o desmame; permanecendo até a idade entre 63 a 70 dias com peso médio de 18 a 25 Kg (SOBESTIANSKY et al., 1998; FERREIRA; FIALHO & LIMA, 2004). A instalação para crescimento/terminação é uma edificação única onde são alojados os animais da saída de creche até o abate. A fase de crescimento compreende desde a saída do animal da creche até a idade de 120 dias, com um peso médio de 60 kg. A terminação é subsequente à fase de crescimento e vai até o abate, variando a idade e o peso conforme as exigências do mercado e o custo de produção (FERREIRA; FIALHO & LIMA, 2004).

As fases de criação dos suínos podem ser realizadas em uma ou mais áreas geográficas diferentes, determinando os sítios de criação (SOBESTIANSKY et al., 1998).

No Brasil, os sistemas praticados são: Sistema de ciclo completo, onde todas as etapas de criação são realizadas em um mesmo local. Nesse sistema, animais de diferentes idades convivem em um mesmo meio ambiente ocasionando alguns problemas sanitários inerentes, como dificuldade de eliminação de doenças infecciosas, ocorrência de doenças enzoóticas e maior número de animais com doenças crônicas (SOBESTIANSKY et al., 1998).

No sistema em dois sítios, há dois locais de produção independentes. No primeiro sítio ficam alojadas os reprodutores, as matrizes e os leitões até a fase de creche e no segundo sítio alojam os animais em fase de crescimento e terminação (SOBESTIANSKY et al., 1998).

Harris propôs que a alocação dos vários estágios da produção de suínos em locais diferentes facilitaria a eliminação de diversas doenças infecciosas, sugerindo a produção em múltiplos sítios (três sítios). Nesse sistema, a produção é realizada em três locais, no primeiro ficam alojadas as matrizes e os leitões até o desmame, o segundo destina-se à fase de creche e o terceiro sítio as fases de crescimento e terminação (SOBESTIANSKY et al., 1998).

Há o sistema de produção em quatro sítios, pouco utilizado pelos suinocultores brasileiros; trata-se de um modelo de produção com local especializado na preparação de leitoas considerando manejos sanitários, diferenciação de nutrição, manejo reprodutivo e entrega de matrizes cobertas por demanda (BRANDT, 2007).

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(SOBESTIANSKY et al., 1998), além do estresse de remanejo dos suínos em cada transferência (SHERRITT et al., 1974; WELLOCK, EMMANS & KYRIAZAKIS, 2003).

No sistema wean-to-finish utiliza-se a produção em dois sítios. Nele os galpões de reprodução e maternidade são idênticos às estruturas comumente empregadas em sistemas tradicionais. No entanto, o que o torna diferente é a adaptação de tecnologias utilizadas nos sistema de creche e crescimento/terminação combinadas em uma única unidade de produção (YACENTIUK, 2007).

Uma das vantagens desse sistema é a economia em transporte, pois não há a saída dos animais do galpão de creche para o de crescimento/terminação (FIRKINS, 1998). Outro fator a ser considerado é que um caminhão transporta um número maior de animais de uma única vez, se comparado ao sistema convencional, pois no WF os suínos alojados são mais novos e consequentemente menores e mais leves (COPERIO, 2008).

A não transferência dos animais de galpão também facilita a utilização do sistema todos dentro - todos fora, com diminuição dos dias de vazio sanitário/ano/instalação, que no sistema WF é em média 20 dias e no sistema de três sítios são 70 dias (FIRKINS, 1998; PERALTA, 2008), e diminuição dos custos com limpeza e desinfecção (FIRKINS, 1998).

O ganho sanitário desse sistema está em manter a integridade do grupo, evitando a mistura de animais após o período de creche e o estresse causado pelo estabelecimento de novas hierarquias (JACOBSON, 1998; BRUMM et al., 2002). Trazendo com isso economia no uso de medicamento e menores perdas por morte (JACOBSON, 1998; PERALTA, 2008).

A redução de custos juntamente com menor estresse a que os animais são submetidos, o melhor desempenho por eles apresentados (DHUYVETTER, TOKACH & DRITZ, 2007), e a simplificação da logística no sistema de criação de suínos são os fatores favoráveis a aceitação deste novo sistema (HOLLIS, 2007).

2.2 WEAN-TO FINISH

2.2.1 Instalações

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A saída da maternidade para a creche representa um choque para os leitões, pois deixam a companhia da porca e, em substituição ao leite materno, passam a se alimentar exclusivamente de ração (AMARAL et al., 2000). Por essa razão, os cuidados dedicados aos leitões, principalmente nos primeiros dias de creche, são importantes para evitar perdas e queda no desempenho, que normalmente resultam na ocorrência de diarreias (BERTOL, 2000).

Sendo assim, os galpões WF necessitam de adaptações para o alojamento de leitões na fase de creche. Uma mudança necessária, principalmente em um galpão totalmente ripado, é a instalação de uma superfície sólida e aquecida para repouso dos leitões. Esteiras de madeira compensada, ou mantas de borracha, podem ser colocadas para servir como local de repouso e alimentação (JACOBSON, 1998; HOLLIS, 2007; YACENTIUK, 2007). Algum tipo de calor radiante, lâmpada de calor ou campânula, é necessário na área sólida, para obter uma temperatura de superfície adequada durante as primeiras semanas (JACOBSON, 1998; YACENTIUK, 2007).

Em galpões com divisórias ripadas, pode ser necessário adicionar barras horizontais na parte inferior para dificultar a passagem dos animais entre as baias (JACOBSON, 1998; YACENTIUK, 2007). Também é necessária a instalação de barreiras nos comedouros para impedir que os leitões deitem sobre a comida (JACOBSON, 1998), ou a instalação de comedouros especializados até que os leitões atinjam um tamanho adequado (YACENTIUK, 2007).

Se forem utilizados bebedouros tipo nipple, a pressão da água e altura dos bebedouros devem ser reguladas de acordo com a faixa etária dos animais (JACOBSON, 1998). Alguns autores preconizam a utilização de bebedouros tipo concha para os leitões pequenos (FIRKINS, 1998; YACENTIUK, 2007).

Para o funcionamento no inverno, o galpão é diminuído para que possa ser ventilado mecanicamente e ocorra um menor fluxo de ar, diferente do utilizado para suínos de terminação. Lonas podem ser grampeadas, por quatro a oito semanas dependendo da temperatura, para melhor vedação das baias (JACOBSON, 1998; YACENTIUK, 2007). Peralta (2008) afirma haver um maior gasto de energia para aquecimento no período pós-desmame.

(23)

Devido às exigências, o custo de construção dos galpões WF são geralmente 10-20% mais caros se comparados aos galpões convencionais para crescimento e terminação (WILSON, 1999). A subutilização das instalações nas primeiras semanas aumenta os custos fixos das construções por área (FIRKINS, 1998; JACOBSON, 1998; BRUMM et al., 2002; WOLTER et al., 2002; PERALTA, 2008). Essa subutilização de espaço durante o período inicial de alojamento ocorre quando os suínos são alojados em grupos de tamanho adequado para suínos em fase de terminação (WOLTER et al., 2002).

Na tentativa de aumentar a produção do sistema WF e utilizar de forma eficiente o espaço das baias, alguns lotes adotaram a prática de alojar, inicialmente, o dobro de leitões desmamados (alojamento duplo) (WOLTER et al., 2002). Posteriormente, quando os animais chegam ao peso corporal ideal, os grupos são divididos e metade é transferida para outras baias dentro do mesmo galpão ou para outras unidades convencionais de terminação (WOLTER et al., 2002; YACENTIUK, 2007). Essa prática reduz a vantagem de não mover os suínos, mas também reduz a desvantagem associada à subutilização do espaço no galpão (WOLTER et al., 2002).

2.2.2 Fatores que podem influenciar o desempenho econômico e sanitário do wean-to-finish.

Nos Estados Unidos e Canadá produtores utilizam, no sistema WF, o desmame precoce segregado, onde a idade média de desmame é de 14 a 21 dias (FIRKINS, 1998; BRUMM et al., 2002; WOLTER et al., 2003, DAVIS et al., 2006). No Chile os leitões são desmamados com média de 21 dias (PERALTA, 2008), e no Brasil com aproximadamente 28 dias de idade (PORKWORLD, 2008).

(24)

Com relação à mortalidade, esta foi maior nos suínos desmamados aos 14 dias de idade em comparação com leitões desmamados aos 21 dias. Embora os resultados de diagnóstico para determinar o agente causador das mortes foram inconclusivos, os suínos apresentaram sinais clínicos de Streptococcus suis (DAVIS et al., 2006).

Wolter et al. (2002) realizaram dois experimentos comparando a eficiência dos suínos alojados em lotação simples e em lotação dupla em baias WF, e obtiverem resultados similares nos dois estudos. No entanto, a lotação dupla fez aumentar o tempo necessário para chegar ao peso corporal final em dois a seis dias.

Quanto ao tamanho dos grupos, trabalhos realizados em sistema WF, também não indicaram qualquer diferença no rendimento de carcaça, espessura de toucinho, profundidade e área de olho de lombo ou da porcentagem de carne magra e período de alojamento, quando comparando com animais criados no sistema convencional (WOLTER et al., 2001).

2.3 ANÁLISE SANITÁRIA COMPARATIVA ENTRE O SISTEMA WEAN-TO-FINISH E SISTEMA CONVENCIONAL DE CRIAÇÃO.

Na suinocultura intensiva, a fase de creche é um período crítico na produção de leitões, devido a ocorrência simultânea de vários fatores imunossupressores, principalmente, relacionados a separação da porca, mistura de leitões para formação de lotes na creche, a mudança brusca na alimentação e no ambiente (MORÉS et al., 2000; MORÉS & AMARAL, 2001). Em conseqüência, nessa fase ocorrem vários problemas de desempenho e de ordem sanitária. A síndrome da diarreia pós-desmame (SDPD), doença do edema (DE), (MORÉS & AMARAL, 2001; GRIGOLETTO, 2005) meningite estreptocócica (MADUREIRA & SONCINI, 1999) são algumas das doenças mais freqüentes nessa fase.

(25)

(MORÉS, 2009; GRIGOLETTO, 2005) também são problemas importantes na suinocultura moderna.

Em um estudo sobre a sanidade dos suínos criados no sistema WF comparando com o sistema convencional, a diarreia por E. coli foi diagnosticada aos 17 e 33 dias de idade no sistema convencional e WF, respectivamente. Enteropatia Proliferativa foi observada aos 112 de idade no WF e aos 126 no sistema convencional, sendo essa a principal causa de morte nos dois sistemas. Aumento do número de tosse foi observado aos 110 dias de idade, 10% e 15% no sistema WF e tradicional, respectivamente. Esse aumento foi observado no intervalo do aumento do número de animais soropositivos para Mycoplasma hyopneumoniae no WF e para Vírus da Influenza no sistema tradicional (FANGMAN, 2001).

Brumm et al. (2002) utilizaram animais de três grupos de diferentes origens e distancias. Cada grupo teve seus animais separados no sistema WF, WF duplo alojados e sistema de creche, crescimento/terminação. A principal causa de morte em todos os grupos, no período de oito semanas da fase de creche, foi Streptococcus suis. Em dois grupos, a doença do edema foi diagnosticada na 2° a 3° semanas pós desmame. Nesses casos os suínos do WF e WF duplo alojados apresentaram sintomas mais severos da doença comparados aos suínos de creche, mas apesar dos problemas de saúde, os suínos do WF apresentaram desempenho melhor que os WF duplo alojados e os de creche durante os primeiros 56 dias de alojamento nos três grupos.

(26)

3 OBJETIVO

O presente trabalho teve por objetivos:

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a prevalência das principais doenças da suinocultura intensiva em granjas que utilizam o sistema wean-to-finish na região do meio Oeste de Santa Catarina.

3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Caracterizar os seguintes aspectos sanitários: a) Principais problemas sanitários;

(27)

4 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido na região do Meio Oeste de Santa Catarina, no período de janeiro a junho de 2009. Foram acompanhadas oito granjas de suínos, criados no sistema wean-to-finish. As granjas foram selecionadas ao acaso de acordo com os alojamentos realizados na semana. Foram alojados 3.545 animais com média de 28 ± 2 dias de idade, provenientes de granjas produtoras de leitões do Município de Braço do Norte - SC. Todos os animais foram vacinados no desmame para Mycoplasma hyopneumoniae. Os suínos foram carregados no dia do alojamento, e transportados, em caminhões convencionais com três andares, em média por 7 a 8 horas de viagem e 400 km.

Em quatro granjas (1, 3, 5 e 7), no alojamento, os animais foram pesados individualmente e separados em baias de acordo com o peso, seguindo o seguinte critério: animais ≤ 7 Kg, de 7,1 a 8 Kg, de 8,1 a 9 Kg e > 9 Kg. Logo após a pesagem, foram

submetidos ao manejo de rotina. Nas outras quatro granjas (2, 4, 6 e 8), o alojamento foi realizado conforme a rotina do produtor, sendo os animais separados por peso aproximado através de observação visual. Em todas as propriedades os animais recebiam água e ração à vontade.

O número de animais alojados, número de origens dos animais, peso médio e método de separação dos animais em cada granja são demonstrados na Tabela 1.

Os animais foram alojados inicialmente em uma densidade de 0,3 a 0,5m2/animal, ocupando em torno de 50 a 65% das baias. Conforme o crescimento dos suínos, mais baias foram ocupadas e a lotação passou a ser em média de 1m2/animal, ocupando todo o galpão até o momento do carregamento.

4.1 AVALIAÇÕES SANITÁRIAS

(28)

granjas. A oitava consistiu no monitoramento de abate. As avaliações, idade dos animais e os dias de alojamento, estão representados na Tabela 2.

Tabela 01 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de animais alojados número de origens dos animais, peso médio dos suínos no alojamento e métodos de separação por baia em cada granja.

Granjas animais alojados Número de N° de origens (28 dias idade) Peso médio Métodos de separação por baia

1 415 4 7,95 Peso

2 469 11 8,67 Seleção visual

3 517 4 8,14 Peso

4 739 13 8,51 Seleção visual

5 440 4 7,7 Peso

6 309 3 8,07 Seleção visual

7 461 4 8,35 Peso

8 195 3 8,36 Seleção visual

Tabela 02 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Idade e dias de alojamento dos suínos em cada avaliação sanitária.

Avaliação Idade dos animais (dias) Dias de alojamento

0 – avaliação geral 28 0

1- monitoria clínica 35 7 ± 5

2- monitoria clínica 42 14 ± 5

3- monitoria clínica 64 38 ± 5

4- monitoria clínica 97 69 ± 5

5- monitoria clínica 130 102 ± 5

6- monitoria clínica 165 137 ± 5

7- monitoria de abate 171 143 ± 4 Abate

As datas de avaliações foram pré determinadas de acordo com as idades de maior ocorrência das doenças no sistema de criação tradicional e os problemas de maior ocorrência a campo no sistema WF1.

1

(29)

As monitorias clínicas foram realizadas, pelo mesmo avaliador, em baias escolhidas inicialmente ao acaso, por sorteio, representando 50% dos animais alojados. A medida que o galpão foi totalmente ocupado, as baias avaliadas foram sempre as mesmas e representavam 50% do número de animais alojados.

Além das avaliações clínicas pré-fixadas, avaliações adicinonais e realização de necropsias com coleta de material foram realizadas sempre que ocorriam problemas sanitários na granja.

Em todas as avaliações, foram anotados os dados de manejo, como limpeza, altura das cortinas, fornecimento da ração, para posterior correlação com os achados.

A metodologia adotada nas monitorias clínicas, estão descritas a seguir.

4.2 MONITORIAS CLÍNICAS

Durante as monitorias clínicas os dados foram anotados em fichas de controle (Anexo A, B e C), para posterior compilação dos dados.

4.2.1 Monitoramento de diarreias

A incidência de diarreia foi analisada segundo procedimento modificado descrito por Morés et al. (1990). Utilizando-se o escore de consistência das fezes em: 1 = normais; 2 = pastosas; e 3 = líquidas. Para o escore 1 as fezes foram consideradas como não diarreicas e para 2 e 3 como diarreicas. Granjas que apresentaram até 10% dos animais com diarreia foram consideradas granjas com problemas insignificantes; de 10 a 20% pouco significativos e acima de 20% muitos significativos (Morés et al., 1990).

Quando, na avaliação da diarreia, as granjas apresentarem índices acima de 10%, zaragatoas retais foram realizadas, conservados em gelo e encaminhados para análise microbiológica.

4.2.2 Monitoramento de doenças respiratórias

(30)

contagens/Número de animais na baia) x 100. Granjas com frequências de espirro maior ou igual a 15% e de tosse maior ou igual a 10% foram considerados com problema importante de rinite atrófica e pneumonias, respectivamente (Sobestiansky et al., 1998).

4.3 COLETA E MONITORIA LABORATORIAL

Foram realizadas necropsias e coletas de materiais para análise histopatológica e microbiológica nos animais que morreram durante o período de acompanhamento das granjas. As amostras de fezes e de órgãos para o exame microbiológico foram coletadas, acondicionadas em pacotes plásticos estéreis, armazenadas em isopor com gelo e encaminhadas para os Laboratórios de Microbiologia do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (CEDIMA - CAV-UDESC). Para exame histopatológico fragmentos de todas as vísceras e sistema nervoso central, foram coletados, fixados em formalina a 10%, processados rotineiramente, pela técnica de Hematoxilina e Eosina (HE) (PROPHET et al., 1992) e observados em microscopia óptica no laboratório de Patologia Animal CAV-UDESC. Colorações especiais adicionais e técnica de imuno-histoquímica foram realizadas para PCV2, Actinobacillus pleuropneumoniae, Lawsonia intracellularis. As técnicas de colorações especiais seguiram PROPHET et al. (1992). As imuno-histoquímicas foram realizadas na EMBRAPA Suínos e Aves (Concórdia) seguindo protocolos próprios.

4.4 CARREGAMENTO, TRANSPORTE E MONITORIA AO ABATE

No carregamento foi seguida a exigência de jejum alimentar de 12 horas na granja. Os animais foram carregados na tarde do dia anterior ao abate, transportados em caminhões convencionais de dois pisos até o frigorífico, onde permaneceram em baias descanso, por no mínimo 6 horas, até o abate.

Nas propriedades 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, todos os animais foram carregados para o abate no mesmo dia. O carregamento e abate dos animais da granja 1 foram realizados em dois momentos devido a problemas respiratórios na granja. Somente o primeiro abate foi acompanhado, pois nesse os animais foram retirados ao acaso, não havendo prioridade pelos animais mais ou menos doentes.

(31)

confiança de 95%. O número de animais abatidos e o número de animais avaliados de cada granja encontram-se na Tabela 3.

Tabela 03 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de animais abatidos e de animais avaliados no frigorífico de cada granja.

Granja Número de animais abatidos Número de animais avaliados

1 387 22

2 457 60

3 501 60

4 640 60

5 431 60

6 300 60

7 447 54

8 185 60

Pulmão, fígado e rim foram avaliados na linha de abate e os cornetos nasais e estômago foram retirados da linha para avaliação. Os dados foram anotados em fichas de controle (Anexo E, F, G, H, I).

Para as monitorias de rinite atrófica, pneumonia, úlcera gástrica, lesões renais e hepáticas foram seguidas as orientação de Sobestiansky; Matos e Souza (2001).

4.4.1 Monitoria de renite atrófica

Para a avaliação dos cornetos nasais, foram realizados cortes transversais do focinho na altura entre o 1° e o 2° dentes pré-molares. Foi realizada a inspeção macroscópica e determinado o grau de severidade da atrofia dos cornetos e o índice de rinite atrófica progressiva (RAP). A interpretação dos índices de RAP está sumarizada na Tabela 4.

Tabela 04 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Interpretação dos índices de rinite atrófica progressiva.

IRAP Interpretação 0 Rebanho livre de RAP

até 0,5 Rebanho onde a RAP está presente, mas não constitui uma ameaça de 0,51 a 0,84 Limiar de risco

acima de 0,84 Rebanho onde a RAP é problema, tanto maior quanto mais elevado for o índice.

(32)

4.4.2 Monitoria de pneumonia

Cada lobo pulmonar foi analisado visualmente e por palpação. Avaliando a extensão de hepatização pulmonar, presença de aderência de pleura, nódulos e abscessos no parênquima. Em seguida foi calculado a prevalência e o índice de pneumonia da granja. A interpretação dos valores obtidos no cálculo do Índice para pneumonia encontra-se na Tabela 5.

Tabela 05 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Interpretação dos valores obtidos no cálculo do Índice para pneumonia (IPP).

IPP Interpretação

Até 0,55 Rebanho livre de pneumonia

De 0,56 a 0,89 Rebanho onde a pneumonia está presente, mas não constitui uma ameaça De 0,90 acima Representa situação ruim, com ocorrência grave de pneumonia, tanto maior

quanto mais elevado for o índice

Fonte: Sobestiansky; Matos e Souza (2001)

4.4.3 Monitoria de úlcera gástrica

Os estômagos foram abertos pela curvatura maior para avaliação da mucosa e determinação do grau de lesão da região da pars esofágica. Conforme Tabela 6.

Tabela 06 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Escore das lesões macroscópicas observadas na mucosa da pars esofágica.

Escore

das lesões Estômago Características macroscópicas observadas na mucosa 0 Normal Mucosa daalterações visíveis pars esofágicacom epitélio liso, brilhante e sem

1 Paraqueratose Mucosa da brilho, podendo ter pequenas erosões pars esofágica com epitélio proliferado, rugoso, sem

2 Paraqueratose e ulceração

Mucosa da pars esofágicacom paraqueratose e ulceração menor que 33%

3 Paraqueratose e ulceração

Mucosa da pars esofágicacom paraqueratose e ulceração entre 34% e 66%

4 Paraqueratose e ulceração

Mucosa da pars esofágicacom paraqueratose e ulceração entre 67% e 100%

(33)

4.4.4 Monitoria de lesões renais

Os rins foram avaliados na linha de abate e analisados para a presença de cistos, infartos, nefrites e hemorragias.

4.4.5 Monitoria de lesões hepáticas

Os fígados foram avaliados para alterações na consistência (fígado friável ou duro), presença de abscesso e alterações de cor (fígado amarelado, hemorragias e manchas brancas). A classificação do grau da alteração do fígado, segundo o número de manchas brancas, foi 0, para fígado sem manchas; 1, até 10 manchas e 2, acima de 10 manchas brancas.

4.4.6 Condenação de carcaça.

(34)

5 RESULTADOS

5.1. CARACTERIZAÇÃO DOS GALPÕES

Todos os galpões utilizados eram originalmente galpões de crescimento e terminação e foram adaptados para receberem os animais em idade de creche, exceto a granja 7, onde os animais foram alojados sem nenhuma benfeitoria prévia ao alojamento.

Nas granjas 2, 3, 6 e uma parte do galpão da granja 4, as divisórias entre as baias eram vazadas e nas demais granjas compactas. Na granja 2, durante os primeiros dias de alojamento, os leitões passavam de uma baia a outra. Todas as granjas possuíam piso de concreto compacto.

Os galpões das granjas 2, 3, 4, 5 e 6 apresentavam forro fixo e cortinas duplas. O galpão 1 continha cortina dupla, sem forro; o galpão 8 tinha forro, mas as cortinas eram simples e o galpão 7, não tinha forro e a cortina era simples (Figura 1 – A e B).

Os comedouros nas granjas 3 e 4 eram automáticos, na granja 7 eram convencionais lineares e as demais granjas possuíam comedouros semi-automáticos.

No inicio do alojamento, nas granjas 2, 3, 5 e 6, foram instalados comedouros auxiliares para os leitões, não sendo determinada a quantidade exata para o número de animais por baia (Figura 1 – C e D).

(35)

Figura 01 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Caracterização dos galpões. A - Galpão com forro fixo, cortinas duplas e, comedouros automáticos (seta). B – Galpão sem forro, com cortinas simples e comedouros lineares convencionais. C - Comedouro automático e comedouros auxiliares, para leitões de início de creche. D – Comedouro linear auxiliar, para leitões de início de creche.

As granjas 1, 2, 5, e 8 tinham aquecedores a lenha como sistema de aquecimento para os leitões jovens (Figura: 2). A única granja que utilizou o sistema de aquecimento para os leitões no período de alojamento foi o 8, que aqueceu os animas na segunda semana de alojamento.

5.2. DADOS DAS AVALIAÇÕES CLÍNICAS DAS GRANJAS

Na avaliação geral das granjas, no momento do alojamento todos os animais apresentavam-se ativos e com um bom escore corporal, apesar de alguns animais estarem com baixo peso para a idade de 28 dias.

(36)

Figura 02 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Sistema de aquecimento a lenha utilizado nos galpões.

Tabela 07 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Média das frequências de diarreia, em percentegem, por granja em cada avaliação clínica.

Granja

Média das frequências de diarreia por avaliação clínica (%) Avaliação

1 2 3 4 5 6

1 0,93 6,20 2,17 1,08 0,00 0,00

2 7,37 2,31 0,37 0,00 0,87 0,00

3 15,31 7,65 0,00 1,97 0,80 0,00

4 14,80 3,05 0,89 2,43 0,00 0,00

5 22,68 6,44 0,00 0,00 0,00 0,00

6 7,80 4,71 0,00 2,00 0,00 0,00

7 7,80 4,42 2,98 1,62 2,53 0,00

8 5,17 2,60 0,00 4,04 0,67 2,04

(37)

Os resultados microbiológicos das coletas de zaragatoas retais, realizadas nas granjas que apresentaram índices de diarreia acima de 10% durante o monitoramento clínico e os coletados durante os acompanhamentos extras das granjas, encontram-se na Tabela 8.

Tabela 08 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Resultado de isolamento bacteriano aeróbio de zaragatoas retais de suínos com diarreia em cada granja e os dias de alojamento e tipo de monitoria realizada no momento de cada coleta.

Granja alojamento Dias de Tipo de monitoria Resultado

2 86 Avaliação extra Sem isolamento

3 7 1ª avaliação clínica Yersinia enterocolitica

3 56 Avaliação extra Escherichia coli

4 6 1ª avaliação clínica Escherichia coli

5 6 1ª avaliação clínica Escherichia coli

8 52 Avaliação extra Escherichia coli

8 77 Avaliação extra Salmonella sp. e Escherichia coli

Na granja 2, aos 107 dias de idade, cinco baias (26,65% dos animais) apresentaram diarreia líquida de coloração variando de amarelo-esverdeada a acinzentada, e aos 114 dias todos animais das baias manifestavam diarreia. No exame microbiológico das fezes não foi possível isolar o agente. Não foi adicionado antimicrobiano na ração, mas os animais tiveram melhora espontânea.

Casos esporádicos de diarreias avermelhadas, que respondiam ao tratamento parenteral e não acarretaram prejuízo aparente ao animal foram observadas em todas granjas.

Os tipos de diarreia observados durante o alojamento estão ilustrados na Figura 4. Na Tabela 9 apresentam-se as médias das frequências de espirro por avaliação em todas as granjas.

(38)

Figura 03 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Caracterização das diarreias: A – Leitão nas primeiras semanas de creche com diarreia aquosa. B – Suínos de crescimento e terminação com diarreia aquosa e amarelada. C – Diarreia avermelhada observada em fase de crescimento e terminação. D – Fezes cremosa acinzentada observada em fase de crescimento e terminação.

Tabela 09 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Médias das frequências de espirro por granja em cada avaliação.

Granjas

Médias das frequências de espirro por avaliação (%) Avaliação

1 2 3 4 5 6

1 0,69 3,67 7,24 4,82 7,75 2,05

2 10,88 2,81 4,81 7,34 13,95 5,62

3 8,78 2,67 5,20 7,74 8,94 2,19

4 2,53 1,03 3,35 4,07 5,16 7,44

5 3,43 0,87 3,50 8,72 5,39 3,83

6 1,76 1,12 3,88 4,00 5,44 1,57

7 2,96 0,40 8,60 5,75 10,91 4,90

8 6,96 0,88 0,00 8,13 8,04 11,40

(39)

A Tabela 10 apresenta as médias das frequências de tosse por avaliação em todas as granjas.

Tabela 10 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Média das frequências de tosse por granja em cada avaliação.

Granja

Médias das frequências de tosse por avaliação (%) Avaliação

1 2 3 4 5 6

1 4,09 4,20 1,57 4,67 4,01 4,77

2 1,90 2,20 2,19 2,22 4,44 2,77

3 0,56 4,73 3,84 9,83 3,89 2,31

4 5,88 5,32 4,90 5,23 3,78 2,18

5 9,92 11,10 5,10 5,70 5,21 2,51

6 3,07 4,63 2,97 7,11 3,82 1,56

7 4,37 6,10 3,04 12,18 6,47 1,17

8 5,79 2,83 1,76 13,93 5,44 4,51

Na Tabela 10 pode-se observar que as granjas 3, 6, 7 e 8 tiveram maior incidência de tosse na 4ª avaliação, e a granja 2, na 5ª avaliação. A granja 1 teve os índices constante ao longo do experimento, exceto na avaliação 3. A granja 4 teve os índices semelhantes nas 4 primeiras avaliações, com diminuição na 5ª e 6ª avaliação. Na granja 5 os índices mais elevados de tosse foram na 1ª e 2ª avaliação.

5.3 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E DE NECROPSIA

5.3.1 Mortalidade

Os diagnósticos da causa morte foram baseados nos históricos, achados de necropsia, histologia, e em alguns casos, auxiliados com imuno-histoquimica. Os índices de mortalidade em cada fase e o total de mortos por granja encontram-se na Tabela 11.

Na Tabela 12, apresentam-se os diagnósticos dos animais mortos e eutanasiados durante o acompanhamento em cada granja.

(40)

inconclusivos são os animais que foram necropsiados pelos produtores, mas que não foi possível chegar a causa da morte por insuficiência de amostras coletadas ou processo avançado de autólise. Já os diagnósticos indeterminados são considerados os animais mortos ou eliminados pelo produtor que não foram mecropsiados, devido a falta de comunicação pelo produtor, ou à longa distância entre as granjas que impossibilitou a necropsia em tempo viável.

Tabela 11 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de animais mortos e mortalidade em cada fase por granja.

Granja Número de animais alojados

Número de animais mortos e mortalidade (%) Total de

mortos Mortalidade total (%) Fase de creche

28 a 63 dias Fase de cresc/term 64 dias ao final

1 415 0 (0,00) 28 (6,74) 28 6,74

2 469 0 (0,00) 12 (2,55) 12 2,55

3 517 2 (0,39) 14 (2,71) 16 3,09

4 739/664* 5 (0,67) 24 (3,61) 29 4,74

5 440 1 (0,22) 8 (1,82) 9 2,04

6 309 0 (0,00) 9 (2,91) 9 2,91

7 461 5 (1,08) 9 (1,97) 14 3,03

8 195 0 (0,00) 10 (5,12) 10 5,12

*Retirado 70 animais após o período de creche

Tabela 12 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de cada diagnóstico durante o acompanhamento e o total de mortos por granja.

Diagnósticos Granjas Total %

mortes 1 2 3 4 5 6 7 8

Pneumonia por circovirus 8 1 - 1 3 - - - 13 10,24 Circovirose multissistêmica 1 2 2 8 - - 4 2 19 14,96 Circovirose total 9 3 2 9 3 - 4 2 32 25,20 Síndrome da distensão intestinal suína (SDI) 2 3 1 1 - 1 3 3 14 11,02

Septicemia 4 1 1 1 1 - - - 8 6,30

Ulcera gástrica 1 - - 1 - 3 - - 5 3,94

Polisserosite - - - 3 - 1 - - 4 3,15

Enteropatia proliferativa - - - 1 - 1 0,79

Outros 4 3 3 2 4 - 1 3 20 15,74

Inconclusivo 1 1 4 3 1 2 2 - 14 11,02

Indeterminado 7 1 5 9 1 2 3 2 30 23,62

(41)

A distribuição das mortes, nas semanas de alojamento em cada granja, está ilustrada na Tabela 13.

Tabela 13 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Mortalidade semanal por granja durante o período de alojamento.

Semanas de alojamento

Granjas

1 2 3 4 5 6 7 8

1 - - 2 3 - - - -

2 - - - 1 - - 2 -

3 - - - -

4 - - - -

5 - - - 1 1 - 3 -

6 - 3 - - - - 2 -

7 1 - 1 - - - - 1

8 - - 1 - 2 - - 4

9 - - 1 3 - - 1 -

10 - - 4 5 - 1 1 -

11 2 - - 1 - 1 - -

12 2 - - 2 - 1 - -

13 1 2 1 2 - 1 - -

14 2 1 3 3 - - 2 -

15 3 2 - 1 1 1 1 2

16 5 0 2 3 - - - -

17 6 1 - 1 1 2 1 -

18 1 - - 2 2 - - 2

19 2 1 1 1 2 - 1 1

20 3 2 - - - 2 - -

21 - - - -

Como pode-se observar na Tabela 13, todas as granjas não seguiram um padrão de mortalidade, mas em todas elas no período de creche, dos 28 aos 63 dias de idade (da 1ª a 5ª semanas de alojamento), foi o período que apresentou o menor número de mortalidade.

A granja 1 obteve uma mortalidade de 6,74%, com pico na 16ª e 17ª semanas, devido a mortes por problemas respiratórios, sendo a pneumonia por circovirus associada a infecção secundária o maior problema observado.

Na granja 2 observou – se mortalidade de 2,55% dos animais. A maioria das mortes ocorreu entre a 13ª e 20ª semana. A granja não teve um problema sanitário específico, sendo as principais causas de morte a Síndrome da distensão intestinal suína (SDI) e a circovirose.

(42)

semana (4 casos) porém, desses, somente um caso foi fechado o diagnóstico de peritonite secundária a encarceramento de alça intestinal no mesentério.

Na granja 4 foi observado uma mortalidade de 4,74%, sendo a Circovirose o principal problema encontrado. As mortalidades concentraram-se entre a 9ª e a 18ª semanas de alojamento.

A granja 5 teve mortalidade 2,04%. Como se observa na Tabela 13 as doenças respiratórias associadas à circovírus foram as principais causas de morte. A maior mortalidade ocorreu na 8ª, 18ª e 19ª semana.

A granja 6 apresentou uma mortalidade de 2,91%, tendo como a ulcera gástrica a principal causa de morte. Essa granja não apresentou picos de mortalidade e todas ocorreram durante a fase de crescimento e terminação.

Na granja 7 observou-se uma mortalidade de 3,03%, tendo a circovirose como uma das causas de mortalidade, além de Síndrome da distensão intestinal suína (SDI) e eliminação de refugos sem a comunicação do produtor.

A granja 8 teve mortalidade de 5,12%, sendo a Síndrome da distensão intestinal suína (SDI) a principal causa, com pico de mortalidade na 8ª semana.

Os problemas sanitários mais encontrados através das necropsias foram a circovirose como síndrome de refugagem multisistêmica, nas granjas 3, 4 e 7; seguidos de circovirose associado a problema respiratório nas granjas 1 e 5. Nas granjas 2, 7 e 8 os principais problemas detectados foram relacionados ao manejo, como Síndrome da distensão intestinal suína (SDI), nas granjas 2 e 8. Na granja 6 o maior problema foi a úlcera gástica.

5.3.2 Sinais clínicos, achados de necropsia e histológicos.

5.3.2.1 Circovirose

(43)

Na histologia do baço e linfonodo as lesões variavam de depleção moderada a acentuada de tecido linfóide ou infiltrado de histiócitos leve a acentuado às vezes associados à células gigantes.

Nos pulmões, as lesões caracterizavam-se por infiltrado mononuclear nos septos alveolares, de moderado a intenso, às vezes com células sinciciais e em alguns casos, acompanhado de infiltrado mononuclear perivascular. Quando associado a infecções secundárias a lesão era acompanhada de infiltrado focalmente extenso de neutrófilos e macrófagos no interior de alvéolos e brônquios, em alguns casos obliterando a luz.

No fígado foram observados infiltrados de neutrófilos e macrófagos centrolobular leve, alguns com necrose centro lobular leve. Um fígado apresentou necrose multifocal associada a infiltrado de macrófagos com algumas células gigantes.

Nos rins haviam dois padrões histológicos distintos. Os rins que na macroscopia caracterizavam-se por áreas brancas multifocais na histologia apresentavam infiltrado de macrófagos multifocais, leves a acentuados, associados ou não a células gigantes. Os rins pálidos com pontos vermelhos na necropsia revelavam, na microscopia, infiltrado de macrófagos intersticial acentuado difuso, com glomerulonefrite membranosa, esclerose glomerular e material eusinofílico no espaço de Bowman, acompanhado de necrose acentuada multifocal de grupos de túbulos, dilatação tubular acentuada e cilindros hialinos.

As lesões intestinais, em todos os segmentos, consistiram em infiltrado de macrófagos intenso na mucosa e placas de peyer, às vezes associados a células gigantes. Em alguns casos observara-se, acompanhando a lesão, áreas multifocais de necrose na mucosa e algumas criptas com infiltrado polimorfonuclear.

(44)

Figura 04 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Sinais clínicos e aspectos lesionais da circovirose. A - Baia hospital com animais refugos. B – Animal caquético em estágio avançado da doença. C – Linfonodos mesentéricos aumentados (seta). D – Linfonodos inguinais aumentados.

(45)
(46)

Figura 07 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Padrão lesional de órgãos de animais com circovírus. A – Fígado: detalhe das células gigantes (HE. obj. 40X). B – Intestino, detalhes das células gigantes na mucosa (HE. obj. 40X). C – Linfonodo com infiltrado de histiócitos moderado (HE. obj. 10X). D – Linfonodo: detalhe do infiltrado de histiócitos com células gigantes. (HE. obj. 40X).

(47)

Figura 08 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Lesões renais encontradas em animais com diagnóstico de circovirose. A – Rim: múltiplos pontos esbranquiçados, distribuídos por toda superfície capsular. B – Rim: infiltrado mononuclear intersticial, multifocal a coalescente. (HE. obj. 10X). C – Rim: Superfície de corte de rim pálido com múltiplos pontos avermelhados na cortical. D – Rim: infiltrado de macrófagos intersticial acentuado difuso, com glomerulonefrite membranosa (detalhe), dilatação tubular e cilindros hialinos (HE. obj. 10X).

5.3.2.2 Enteropatia proliferativa

(48)

Figura 09 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Cortes histológicos de intestinos. A – Criptas com proliferação das células epitelieais e dimimuição das células caliciformes (HE. obj. 40X). B – Marcação positiva de imunoistoquímica para Lawsonia intracellularis nas células epiteliais (HE. obj. 10X).

5.3.2.3 Polisserosite

(49)

Figura 10 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Lesões macroscópicas Polisserosite. A – Aderência do saco pericárdio ao epicárdio, com deposição de fibrina e hidropericárdio. B – Cavidade abdominal com líquido citrino e aderência das alças intestinais.

5.3.2.4 Úlcera gástrica

Foram necropsiados 5 animais que morreram por consequência de úlcera gástrica, 4 na forma aguda e 1 na forma crônica da doença. A forma crônica manifestou-se por perda de peso, cansaço, mucosas e pele pálidas (Figura 12 – A e B), fezes ressequidas vermelho-escuras, com evolução para morte em 10 dias. Na necropsia havia fígado com padrão lobular evidente, líquido na cavidade abdominal, edema pulmonar e cicatriz na pars esofágica. A forma aguda caracterizou-se por morte súbita e na necropsia apresentava palidez generalizada de carcaça, úlcera ativa ocupando 100% da pars esofágica, coágulos no estômago e intestino (Figura 12 – C e D).

5.3.2.5 Síndrome da distensão intestinal suína (SDI)

(50)

Figura 11 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Sinais clínicos e achados e necropsia em animais com úlcera gástrica. A - Animal com palidez generalizada. B - Palidez de mucosa vaginal. C – Ulceração ativa em 100% do quadrilátero esofágico. D – Conteúdo sanguinolento na luz intestinal.

(51)

5.3.2.6 Septicemia

Os diagnósticos de septicemia foram dados em oito animais, associados a canibalismo de cauda (2 casos), a lesões de membro (2 casos), a hérnias escrotal com perfuração de intestino (2 casos), a contaminação umbilical (1 caso) e intussuscepção (1 casos). Três animais foram eutanasiados por atraso no desenvolvimento e cinco animais morreram em consequência da septicemia. Na necropsia as lesões variavam em múltiplos abscessos distribuídos pelo parênquima pulmonar (3 casos), renais (2 casos) e hepáticos (1 casos), pericardite purulenta (2 casos) e peritonite (3 casos) (Figura 14).

Figura 13 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Lesões macroscópicas de animais com diagnóstico de septicemia. A – Coleção purulenta no saco pericárdico. B - Pericardite purulenta. C – Pulmão: nódulos esbranquiçados multifocais difusos pelo parênquima. D – Encarceramento de alça intestinal com deposição de material fibrinopurulento sobre a serosa e fígado com múltiplos pequenos abscessos no parênquima (ponta de seta).

5.3.2.7 Achados adicionais

(52)

variavam de grau 1 a 3 (Figura 15). Na granja 1 foi observado grau 1, 2 e 3, nas granjas 3 e 4 foram observados os graus 1 e 2 e nas demais granjas grau 0. As lesões de peneumonia enzoótica caracterizavam-se por consolidação dos lóbulos acessórios, que na microscopia correspondiam por pneumonia broncointerstical moderada.

Imagem

Tabela  02  -  Acompanhamento  sanitário  de  animais  criados  no  Sistema  WF.  Idade  e  dias  de  alojamento  dos  suínos em cada avaliação sanitária
Tabela 03 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Número de animais abatidos e de  animais avaliados no frigorífico de cada granja
Tabela 05 - Acompanhamento sanitário de animais criados no Sistema WF. Interpretação dos valores obtidos no  cálculo do Índice para pneumonia (IPP)
Figura  01  -  Acompanhamento  sanitário  de  animais  criados  no  Sistema  WF.  Caracterização  dos  galpões
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