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Aumento do rendimento na Indústria de Processo no Kaizen Institute Consulting Group

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Academic year: 2021

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                          Aos meus pais,    Ao meu irmão.     

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Resumo  

Baseado  na  filosofia  kaizen,  este  projecto  desenvolveu‐se  num  contexto  inovador  em  Portugal,  a  implementação de um sistema global de melhoria contínua na indústria de processo. Com produção  em contínuo, em que a intervenção humana é essencialmente de apoio às máquinas, a introdução da  filosofia kaizen tem o potencial de contribuir para a melhoria do rendimento da fábrica. “Aumento  do  Rendimento  na  Indústria  de  Processo”  é  então  parte  de  um  projecto  do  Kaizen  Institute  Consulting Group na “New Glass”, empresa que pretende a liderança mundial a nível operacional, no  sector do vidro. 

Tendo como objectivo o aumento da eficiência da fábrica, o projecto trata essencialmente de temas  relacionados com o Total  Productive  Maintenance  (TPM). Inicialmente, a abordagem à organização  teve  uma  índole  técnica,  com  bons  resultados  nas  linhas  piloto.  Através  da  metodologia  SMED,  da  inovadora  Análise  Diferencial  e  da  melhoria  focalizada  de  equipamentos  (Kobetsu  Kaizen),  as  três  componentes básicas do Overall Equipment Effectiveness (OEE) foram abordadas. No entanto, apesar  de  o  foco  estar  no  pilar  TPM,  o  projecto  seguiu  sempre  as  directrizes  basilares  do  Kaizen  Management System. 

Após  terem  sido  obtidas  melhorias  nas  máquinas,  foi  sentida  a  necessidade  de  criar  rotinas  de  melhoria  contínua  nas  pessoas  da  organização.  Envolver  os  colaboradores  na  melhoria  contínua  estruturada  em  fábricas  de  indústria  de  processo  com  desempenho  de  classe  mundial  é  uma  das  maiores dificuldades sentidas na implementação de um projecto kaizen. A dedicação dos operadores  às  tarefas  do  seu  dia‐a‐dia  cria  barreiras  naturais  à  mudança.  Contudo,  após  o  trabalho  feito  em  temas  de  gestão  da  mudança  da  organização  e  com  a  elaboração  de  um  plano  de  comunicação  a  toda  a  organização,  o  envolvimento  de  todos  começa‐se  a  fazer  sentir  e  a  mudança  cultural  está  eminente. 

O projecto kaizen na empresa “New Glass” foi o suporte necessário para agora, com a necessidade  de desenvolver vantagens competitivas e conquistar novos mercados, ter a capacidade de produzir  séries mais curtas sem prejuízo da eficiência da fábrica. Com o trabalho já realizado e com o que está  planeado,  a  “New  Glass”  terá  todas  as  condições  para  ser  uma  referência  mundial  em  eficiência  operacional. 

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Aumento do Rendimento na Indústria de Processo

Yield Increase in the Process Industry

Abstract  

Based on kaizen philosophy, this project has been developed in an innovative framework in Portugal,  the  implementation  of  a  global  system  of  continuous  improvement  in  the  process  industry.  With  continuous  production,  in  which  human  intervention  is  primarily  to  support  machines,  the  introduction of the kaizen philosophy has the potential to help improve the yield of the plant. "Yield  Increase in the Process Industry” is then part of a project of the Kaizen Institute Consulting Group in  "New Glass", a company seeking global leadership at the operational level in the glass sector. 

Aimed at increasing the efficiency of the plant, the project comes mainly from issues related to Total  Productive  Maintenance  (TPM).  Initially,  the  approach  to  the  organization  had  a  technical  nature,  with  good  results  in  pilot  lines.  Through  SMED  methodology,  the  innovative  Differential  Diagnosis  and  focused  equipment  improvement  (Kobetsu  Kaizen),  the  three  basic  components  of  Overall  Equipment  Effectiveness  (OEE)  were  addressed.  In  spite  of  being  focused  at  the  TPM  pillar,  the  project has always followed the basic guidelines of Kaizen Management System. 

After having been obtained improvements in machinery, it was felt the need to establish routines for  continuous  improvement  in  organization’s  people.  Involve  employees  in  structured  continuous  improvement in process industry plants with world‐class performance is one of the major difficulties  encountered in implementing a kaizen project. The dedication of the operators to the tasks of their  day‐to‐day  creates  barriers  to  change.  However,  after  the  work  done  on  issues  of  change  management of the organization, and the drafting of a communication plan across the organization,  the involvement of all begins to be noted and cultural change is imminent. 

The  project  kaizen  in  the  company  "New  Glass"  was  the  support  necessary  to  have  now,  with  the  need  to  develop  competitive  advantages  and  attract  new  markets,  the  ability  to  produce  shorter  series  without  prejudice  to  the  efficiency  of  the  plant.  With  the  work  already  done  and  what  is  planned, the "New Glass" will have all conditions to be a world reference in operational efficiency. 

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Agradecimentos  

A  todas  as  pessoas  do  Kaizen  Institute  Consulting  Group,  fundamentais  no  meu  processo  de  integração  na  empresa,  em  especial  as  ligadas  a  este  projecto:  o  Eng.º  Tiago  Costa,  o  Eng.º  Luís  Devesa e o Eng.º Nuno Martinho. 

Aos professores do MIEIG, que contribuíram para a minha formação académica e pessoal.   À professora Henriqueta Nóvoa pela sua ajuda neste projecto. 

À  empresa  “New  Glass”  e  aos  seus  colaboradores,  que  me  proporcionaram  experiências  enriquecedoras, pessoal e profissionalmente. 

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Aumento do Rendimento na Indústria de Processo

Glossário  

5S  –  Ferramenta  que  consiste  em  cinco  passos  (triagem,  arrumação,  limpeza,  normalização  e  disciplina) e se destina ao aumento da produtividade, através da organização de espaços de trabalho.  Os 5S são uma ferramenta utilizada como base para a implementação de projectos kaizen para criar  condições básicas de trabalho numa organização.  Amostras – Conjunto de embalagem de vidro com um determinado defeito, utilizada para afinar as  máquinas de inspecção automática nas mudanças de fabrico.  Avulso – Paletes de produto acabado incompletas, que são aproveitadas para efectuar afinações nas  máquinas de inspecção automática e nos paletizadores nas mudanças de fabrico.  Ciclo Plan‐Do‐Check‐Act (PDCA) – Embora seja muitas vezes chamado de ciclo de Deming, este ciclo  foi desenvolvido por Walter A. Shewart e é uma ferramenta fundamental nos sistemas de melhoria  contínua.  As  quatro  fases  do  ciclo  são  planear,  fazer,  verificar  e  actuar.  Planear  consiste  na  identificação do problema e definição dos objectivos. Fazer corresponde ao plano de acções traçado  para resolver o problema, plano esse que deve ser avaliado na fase de verificação. A quarta fase é a  implementação das melhorias validadas e criação de novos métodos de trabalho.  Ciclo Standardize‐Do‐Check‐Act (SDCA) – O ciclo SDCA é uma derivação do ciclo PDCA. Enquanto o  PDCA se foca na melhoria, o ciclo SDCA tem como principal objectivo a normalização do trabalho, de  forma a eliminar a variabilidade dos processos e permitir a consolidação das melhorias obtidas com o  ciclo PDCA.  Fabricação – Nome corrente atribuído à Zona Quente pelas pessoas da empresa “New Glass”.  Handling – Tipo de perdas de eficiência na Zona Quente, devido ao manuseamento das embalagens  de vidro.  Idle – Tipo de perda de eficiência na Zona Quente provocado por micro‐paragens nas máquinas de  conformação.  Indíce Médio de Mudanças (IMM) – Indicador utilizado pela empresa “New Glass” para monitorizar  o rendimento nas dozes horas contadas a partir do início de uma mudança de fabrico.  Kaizen – Palavra japonesa formada por justaposição dos termos Kai (que significa mudar) e Zen (que  significa  bom).  O significado da palavra Kaizen é  mudar para  melhor, o que  introduz o  conceito de  melhoria contínua. 

Kaizen Diário – Actividades desenvolvidas pelos operadores de uma organização, com o objectivo de  criar  rotinas  diárias  de  melhoria  contínua.  Esta  ferramenta  está  ligada,  essencialmente,  à  mudança  cultural das organizações. 

Kanban  ‐  Sistema  de  reposição  automática  de  materiais,  com  uma  quantidade  a  encomendar  calculada com base nos consumos e no tempo de resposta do fornecedor. Esta ferramenta é utilizada  na  criação  de  fluxo  de  materiais  e  informação  nas  organizações  e  também  pode  ser  utilizada  no  âmbito dos 5S. 

Kobetsu  Kaizen  –  Ferramenta  do  pilar  Total  Productive  Maintenance  que  consiste  é  um  método  normalizado para realizar a melhoria focalizada de equipamentos. 

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Muda – Palavra japonesa que significa desperdício. A eliminação de Muda nas organizações faz parte  da  forma  de  actuação  do  KICG  em  qualquer  projecto,  pelo  que  está  na  base  do  modelo  do  Kaizen  Management System. 

Reject – Perda de eficiência na Zona Quente devido a rejeição automática de embalagens por mau  posicionamento durante o transporte, lubrificação dos moldes, entre outros factores. 

Setup – Termo inglês utilizado para mencionar as mudanças de fabrico. 

Zona Fria – Zona da fábrica que se destina, essencialmente, a actividades de inspecção de qualidade  e  embalagem.  Esta  zona  da  fábrica  depende  da  Zona  Quente,  na  medida  em  que  o  único  stock  intermédio existente entre ambas é o que está em transporte nas linhas. Se a Zona Quente parar a  produção, rapidamente a Zona Fria não terá produto para trabalhar. 

Zona Quente – Zona da fábrica onde se dá a moldagem das embalagens de vidro. É nesta parte da  fábrica  que  o  vidro  fundido  é  transformado  em  embalagens.  A  Zona  Quente  é  a  responsável  pela  marcação do ritmo da fábrica, na medida em que este está condicionado pela cadência das máquinas  de conformação. 

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Índice 

Índice de Figuras ... xi  Índice de Tabelas ... xii  1. Introdução ... 1  1.1. Kaizen Institute Consulting Group (KICG) ... 1  1.2. A Empresa “New Glass” e a Indústria de Processo ... 1  1.3. O Projecto “Aumento do Rendimento na Indústria de Processo” ... 3  1.4. Organização e Temas Abordados ... 4  2. Enquadramento teórico ... 5  2.1. Modelo Kaizen Management System... 5  2.1.1. Gestão da Mudança ... 6  2.1.2. Kaizen Diário ... 7  2.1.3. Princípios Kaizen ... 7  2.1.4. Normalização e Ciclos SDCA / PDCA ... 8  2.1.5. 5S ... 9  2.1.6. Gestão Visual ... 10  2.1.7. Os Sete Muda ... 10  2.2. Total Productive Maintenance ... 11  2.2.1. O indicador Overall Equipment Effectiveness (OEE) ... 14  2.2.2. SMED no âmbito do TPM ... 15  2.2.3. Resolução Estruturada de Problemas (Kobetsu Kaizen) ... 18  2.2.4. Análise Diferencial ... 20  2.3. Síntese ... 23  3. Desenho e Implementação da Solução ... 24  3.1. SMED em Zona Fria ... 24  Aplicação da Metodologia ... 25  Resultados ... 31  3.2. Resolução Estruturada de Problemas em Zona Quente (Kobetsu Kaizen) ... 32  Aplicação da Metodologia ... 32  Resultados ... 36  3.3. Análise Diferencial ... 37  Aplicação da Metodologia ... 38  Resultados ... 40  3.4. 5S e Gestão Visual ... 40  Aplicação da metodologia ... 41  Resultados ... 42 

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x  3.5. Síntese ... 43  4. Análise dos Resultados ... 44  4.1. Resultados do Projecto “Aumento do Rendimento na Indústria de Processo” ... 44  4.2. Resultados Globais ... 44  4.3. Síntese ... 46  5. Conclusões e Perspectivas de Trabalhos Futuros ... 47  Referências ... 49  Apêndice A – SMED em Zona Fria (1) ... 51  Apêndice B – SMED em Zona Fria (2) ... 53  Apêndice C – SMED em Zona Fria (3) ... 54  Apêndice D – Kobetsu Kaizen em Zona Quente ... 55  Apêndice E – Análise Diferencial ... 57  Apêndice F – 5S Área de Manutenção de Máquinas ... 58       

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Aumento do Rendimento na Indústria de Processo xi 

Índice de Figuras 

Figura 1 ‐ Processo produtivo simplificado da “New Glass” ... 2  Figura 2 ‐ Processo de conformação da embalagem de vidro (fonte desconhecida) ... 2  Figura 3‐ Modelo do Kaizen Management System (KICG, 2009) ... 5  Figura 4 ‐ Significado da bandeira do KICG (KICG, 2009) ... 7  Figura 5 ‐ Janela SDCA (KICG, 2009) ... 8  Figura 6 ‐ O papel das normas nas organizações (KICG, 2009) ... 9  Figura 7 ‐ Muda de espera de materiais – stock (KICG, 2009) ... 11  Figura 8 ‐ Modelo TPM (KICG, 2009) ... 12  Figura 9 ‐ As três componentes do OEE ... 14  Figura 10 ‐ Cálculo do OEE ... 15  Figura 11 ‐ Etapas da Metodologia SMED – Kaizen (KICG, 2009)... 16  Figura 13 ‐ Modelo de Plano de Acção (KICG, 2009) ... 19  Figura 12 ‐ Diagrama de Ishikawa para aplicar aos 4M's (KICG, 2009) ... 19  Figura 14 ‐ As Quatro Dimensões da Análise Diferencial ... 21  Figura 15 ‐ Modelo para preparação dos testes experimentais (KICG, 2009) ... 22  Figura 16 ‐ Tempo de mudança de diversos equipamentos ... 25  Figura 17 ‐ Gráfico spaghetti da mudança de uma máquina FPX ... 26  Figura 18 ‐ Pareto do tempo de execução das tarefas ... 28  Figura 19 ‐ Melhorias técnicas ... 28  Figura 20 ‐ Plataforma de ferramentas e carro de componentes críticos ... 29  Figura 21 ‐ Layout e organização do armazém de avulso ... 29  Figura 22 ‐ Layout e organização do armazém de amostras ... 30  Figura 23 ‐ Melhorias técnicas no paletizador (A ‐ carro de extracção de cabeças, B ‐ mesa de  suporte de cabeças, C ‐ aumento das portas para saída das cabeças) ... 30  Figura 24 ‐ Indicador de paletização à mão ... 31  Figura 25 ‐ Resultado da aplicação do SMED em Zona Fria ... 32  Figura 26 ‐ Estrutura de perdas em Zona Quente ... 32  Figura 27 ‐ Análise 5W2H para o problema de handling ... 33  Figura 28 ‐ Diagramas de Ishikawa sobre o problema de handling ... 34  Figura 29 ‐ Alteração de uma acção correctiva ... 34  Figura 30 ‐ Normalização das melhorias ... 35  Figura 31 ‐ Comparação de rendimentos de fábrica por referência (linha piloto) ... 36  Figura 32 ‐ Comparação de rendimentos de fábrica por referência (linhas de multiplicação) ... 36  Figura 33 ‐ Pareto das Perdas por Defeito ... 37  Figura 34 ‐ Exemplo de seda vertical e marisa ... 37  Figura 35 ‐ Perdas Devido a Sedas Verticais por Linha ... 38  Figura 36 ‐ Evolução Diária da Produção de Sedas Verticais ... 39  Figura 37 ‐ Redesenho do layout da zona de reescolha ... 41  Figura 38 ‐ Sala de Soldadura (antes e depois da triagem) ... 42  Figura 39 ‐ Nova arrumação das ferramentas de trabalho ... 42  Figura 40 ‐ Evolução do rendimento da fábrica ... 45  Figura 41 ‐ Evolução do rendimento do forno X ... 45  Figura 42 ‐ Evolução do IMM ... 46 

(12)

xii 

Índice de Tabelas 

Tabela 1 ‐ Objectivos do projecto kaizen ... 4  Tabela 2 ‐ Objectivos do projecto "Aumento do Rendimento na Indústria de Processo" ... 4  Tabela 3 ‐ Etapas da metodologia 5S ... 10  Tabela 4 ‐ Sucesso através do TPM ... 13  Tabela 5 – Etapas do Método SMED segundo Shigeo Shingo e KICG ... 17  Tabela 6 ‐ Desenho da solução para a primeira fase do projecto kaizen ... 24 

Tabela  7  ‐  Tarefas  externas  à  mudança  das  máquinas  FP  /FPX  não  contempladas  no  modo  operatório ... 27 

Tabela 8 ‐ Resumo das conclusões da Análise Diferencial ... 40 

Tabela  9  ‐  Síntese  dos  resultados  do  projecto  "Aumento  do  Rendimento  na  Indústria  de  Processo" ... 44   

 

(13)

Aumento do Rendimento na Indústria de Processo

1. Introdução 

Ao longo deste capítulo introdutório é feita a descrição do Kaizen Institute Consulting Group (KICG),  bem como das particularidades da empresa onde o projecto “Aumento do Rendimento na Indústria  de  Processo”  decorreu.  Por  fim,  serão  mencionadas  algumas  características  do  projecto  e  apresentados os temas abordados neste trabalho.  Os problemas específicos da indústria do vidro foram analisados tendo como base as metodologias  desenvolvidas pelo KICG. Nesta abordagem, foram tratados temas técnicos e também o lado humano  das organizações, como o trabalho em equipa e o envolvimento dos operadores. 

1.1. Kaizen Institute Consulting Group (KICG) 

Presente em todos os continentes e em mais de vinte países, o KICG é uma empresa marcadamente  global,  criada  em  1986  pelo  Sr.  Masaaki  Imai.  A  empresa  conta  com  um  escritório  em  Portugal,  responsável  pela  actividade  em  toda  a  Península  Ibérica  e  que  ocupa  uma  posição  de  destaque  a  nível  mundial.  Assim,  o  projecto  “Aumento  do  Rendimento  na  Indústria  de  Processo”  foi  realizado  com o suporte do Kaizen Institute Iberia (KII). 

Com  o  enorme  desenvolvimento  que  se  fez  sentir  no  Japão  após  a  II  Guerra  Mundial  e  após  ter  ajudado  empresários  japoneses  a  aprender  as  melhores  práticas  industriais  americanas,  Masaaki  Imai passou a organizar visitas para mostrar aos empresários ocidentais o que de melhor se fazia no  Japão,  com  base  na  filosofia  de  melhoria  contínua.  Após  vários  anos  a  organizar  estas  viagens  e  a  difundir  a  filosofia  Kaizen  por  diversos  países,  tanto  através  de  palestras,  como  de  livros,  Masaaki  Imai fundou o KICG, no Japão, com o intuito de ajudar as empresas a implementar sistemas capazes  de as tornar aptas a competir em mercados cada vez mais exigentes. 

A filosofia base da empresa está subjacente no seu nome, pois Kaizen é uma palavra formada pelos  termos  japoneses  “Kai”,  que  significa  mudar,  e  “Zen”,  que  significa  bom.  Ora,  as  duas  palavras,  quando justapostas, formam o conceito Kaizen, que significa mudar para melhor. O KICG desenvolve  modelos  e  ferramentas  que  permitem  implementar  sistemas  de  melhoria  contínua,  possibilitando  aos seus clientes ter um crescimento sustentável. 

1.2. A Empresa “New Glass” e a Indústria de Processo 

Por motivos de confidencialidade, o nome da empresa não será divulgado, passando, a partir deste  ponto, a ser designada “New Glass”. Como o nome sugere, a empresa “New Glass” actua no ramo do  vidro,  mais  precisamente,  no  de  embalagens  em  vidro  destinadas  às  indústrias  alimentar  e  de  bebidas. Para a implementação do projecto kaizen foi escolhida a fábrica do grupo que apresentava  na  altura  uma  gestão  mais  estabilizada  e  um  sistema  de  produção  fiável,  para  poder  servir  de  referência a uma futura multiplicação às restantes fábricas. 

Na indústria de processo, ao contrário de outros tipos de indústria, os operadores têm muito pouco  contacto  com  o  produto,  dado  que  este  circula,  tanto  nas  máquinas  como  nos  transportadores  a  elevadas  cadências.  A  maior  parte  do  trabalho  das  pessoas  é  concentrada  em  temas  relacionados  com a manutenção do bom funcionamento das máquinas. 

A  produção  em  contínuo  e  a  focalização  em  produzir  o  máximo  possível  a  partir  da  matéria‐prima  disponibilizada (variável que não depende dos operadores) condiciona toda a forma de actuação das 

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constante  co equipamento oria  contínu rolar‐se natu m deste facto do sistema d resultados ta a “New Glass qual já não  apostos pelo dimento, dim tecção de m tico dos siste utivo, cuja re mas nos forn para actuar a  Figura idro  fundido ura 2), onde  ra 2 ‐ Process nsferidas  d m tratamento ridade máxim o  de  anoma máquinas  a  ngo de uma h

perável de 5% este  problem

ra  ou  com  m

om  a  máqui os  é  um  fa ua,  pois  num

uralmente e o, a indústria de melhoria  angíveis, de q s”, com rend é frutífero f o facto de ex minuição de  uitas ineficiê emas de melh epresentação nos. Esta fas partir das m a 1 ‐ Processo o  é  cortado ganha a form so de conform a  máquina  o térmico, en ma tanto de alia  que  poss 100%,  qual hora de trab % no rendim ma  não  se  fa mais  turnos 

na  e  a  urgê ctor  potenc m  projecto  g  não existem a de processo contínua. Po que os ganh dimentos de azer esforço xistirem mui tempos de s ências ao lon horia contín o simplificad e do process máquinas de  o produtivo sim

o  em  gotas  ma da emba mação da emb de  conform nquanto aind e operadores sa  surgir  no quer  micro‐ balho a máqu mento da máq aria  sentir,  p para  compe ência  das  pe cialmente  lim lobal,  como  m pessoas de o tem ainda  or um lado, e os são indire  fábrica alto os de melhor itos ganhos  setup ou red ngo do proce ua.  da se apresen so encontra‐ conformação mplificado da

e  cai  na  m lagem prete balagem de vi mação  para da estão que s, como de c s  equipamen ‐paragem  é  uina estiver  quina. No ca ois,  no  limit ensar  a  prod

essoas  em  r mitador  da  é  o  caso,  a edicadas exc dois paradig existe a ideia ectos e difíc s, tendem a  ria (Melton, 2 mensuráveis dução dos cu esso produtiv nta na Figura ‐se fora do â o.   a “New Glass” máquina  de  ndida.   dro (fonte de

a  um  tapet entes, para d chefias é rep ntos.  Sendo  uma  perda parada três  so de uma in te,  seria  pos

ução  perdid esolver  rapi implementa a  actividade  lusivamente gmas que co a generaliza eis de medir considerar q 2005). Estes  s (como, por ustos de ma vo, possível  a 1, começa  âmbito do p ”  conformaçã esconhecida) 

te,  as  emba depois serem 2 parar o mais o  objectivo a  directa  de minutos, há ndústria que sível  fazer  a da  durante  o damente  os ação  de  um da  empresa  ao projecto ndicionam a da de que o r. Por outro, que já estão paradigmas r exemplo, o nutenção) e com o olhar com a fusão rojecto, que   o  (processo   alagens  são m arrefecidas 2  s  o  e  á  e  a  o  s  m  a  o  a  o  ,  o  s  o  e  r  o  e  o  o  s 

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Aumento do Rendimento na Indústria de Processo

3  controladamente  e  submetidas  a  novo  tratamento  térmico.  Depois  deste  tratamento  ocorre  a  inspecção,  que  para  esta  indústria  é  realizada  a  100%  dos  produtos,  em  três  tipos  de  máquinas  diferentes. Feita a inspecção e rejeitadas as garrafas defeituosas, os produtos são acondicionados em  paletes,  posteriormente  plastificadas,  para  depois  serem  enviadas  para  o  armazém  de  produto  acabado. 

Além  do  processo  produtivo,  a  Figura  1  também  evidencia  uma  divisão  existente  na  fábrica  entre  Zona  Quente  (ou  fabricação)  e  Zona  Fria.  Enquanto  na  Zona  Quente  se  dá  a  transformação  da  matéria‐prima em embalagens de vidro, na Zona Fria não existe nenhuma transformação do produto  para além do arrefecimento e do segundo tratamento térmico. Esta situação leva a que a Zona Fria  tenha a sua actividade muito condicionada pela Zona Quente, pois é nesta última que se gera toda a  carga de trabalho a que a Zona Fria terá que dar vazão. 

1.3. O Projecto “Aumento do Rendimento na Indústria de Processo” 

O  projecto  “Aumento  do  Rendimento  na  Indústria  de  Processo”  representa  uma  parte  do  projecto  planeado  pelo  KII  para  a  empresa  “New  Glass”.  Enquanto  o  projecto  aqui  discutido  terminou  em  Junho  de  2009,  o  segundo  continuará  até  ao  final  do  mesmo  ano. No  entanto,  o  período  em  que  decorreu  o  primeiro  foi  suficientemente  amplo  para  que  tivessem  sido  tratados  temas  técnicos  específicos da indústria do vidro e temas de envolvimento das pessoas da organização. 

Em termos globais, o sucesso do projecto Kaizen será medido através de um indicador característico  da  indústria  do  vidro  em  particular:  rendimento  de  fábrica,  cujo  cálculo  é  efectuado  através  da  expressão: 

á ú

 

 

Nesta expressão, a quantidade de vidro útil é o peso das embalagens que podem ser expedidas para  o  cliente  e  a  quantidade  de  vidro  utilizada  é  o  total  de  matéria‐prima  debitada  pelos  fornos.  O  indicador rendimento de fábrica, embora não distinga as perdas, é equivalente ao Overall Equipment  Effectiveness  (OEE)  da  fábrica  ou  de  uma  determinada  linha  de  produção.  Desta  forma,  neste  trabalho  as  técnicas  utilizadas  para  o  aumento  do  OEE  foram  as  escolhidas  para  aumentar  o  rendimento de fábrica. 

Apesar de toda a importância atribuída ao rendimento de fábrica, a implementação de um sistema  de melhoria que consolide as melhorias implica o envolvimento de todos os colaboradores, todos os  dias e em todos os lugares. A adopção dos novos hábitos criados no âmbito dos projectos kaizen só é  possível se todos, desde os operadores à gestão de topo, estiverem envolvidos (Coimbra, 2009). Para  isso,  os  princípios  kaizen  e  o  desenvolvimento  das  pessoas  com  recurso  a  trabalho  de  equipa  são  fundamentais. 

No tipo de indústria em que decorreu o trabalho, a principal preocupação prende‐se com aspectos  da disponibilidade das máquinas. Desta forma, a fase de preparação do projecto kaizen, anterior ao  projecto  aqui  debatido,  focou‐se  na  identificação  dos  principais  factores  que  prejudicam  o  rendimento  de  fábrica.  A  análise  feita  identificou  três  grandes  fontes  de  perdas  de  rendimento  a  atacar  na  fase  inicial:  mudanças  de  fabrico,  perdas  de  eficiência  na  Zona  Quente  e  ocorrência  de  defeitos. 

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4  Tendo  em  conta  tratar‐se  de  um  trabalho  global,  isto  é,  com  intervenção  em  toda  a  área  fabril,  o  projecto  tem  objectivos  que  dizem  respeito  a  todo  o  processo  produtivo.  Assim,  os  objectivos  delineados para o projecto Kaizen a atingir ao fim de doze meses contemplam o rendimento de toda  a fábrica, o rendimento de um forno específico e também um indicador de mudanças utilizado pela  empresa “New Glass”, o Índice Médio de Mudanças (IMM), que reflecte o rendimento de uma linha  nas doze horas seguintes à realização de um setup. A Tabela 1 sumariza os objectivos do projecto. 

Tabela 1 ‐ Objectivos do projecto kaizen 

Rendimento da fábrica  Rendimento do Forno X  IMM 

Aumento de 1 ponto  percentual face ao orçamento  Aumento de 1 ponto  percentual face ao orçamento  Aumento de 10% face a 2008    Os objectivos do projecto “Aumento do Rendimento na Indústria de Processo” são mais focalizados  nas  metodologias  escolhidas  para  o  mesmo.  Tendo  sido  escolhidas  quatro  áreas  de  intervenção,  também foram traçados quatro objectivos, que se apresentam na Tabela 2.  Tabela 2 ‐ Objectivos do projecto "Aumento do Rendimento na Indústria de Processo"  Mudança de Fabrico  na Zona Fria  Ineficiências na Zona  Quente  Problemas de  Qualidade  Envolvimento das  pessoas  Redução do tempo de  setup em cerca de 45  minutos para as  máquinas de inspecção  automática e 15  minutos para os  paletizadores  Redução das perdas  por handling de 0,9%  para 0,36% (na linha  piloto)  Determinação das  causas raiz do defeito  sedas verticais e  preparação da  implementação de  acções de melhoria  Aumento do  envolvimento dos  colaboradores da  empresa no projecto  kaizen    É importante salientar que os objectivos do projecto kaizen deverão ser atingidos no final de 2009.  Desta  forma,  o  trabalho  “Aumento  do  Rendimento  na  Indústria  de  Processo”,  que  decorreu  no  primeiro semestre desse ano tem como objectivo contribuir para esses resultados, mas não atingi‐los  na  sua  totalidade.  Os  objectivos  deste  trabalho  foram  sendo  definidos  ao  longo  do  projecto,  conforme a avaliação da situação inicial de cada um dos temas. 

1.4. Organização e Temas Abordados 

O  presente  relatório  está  dividido  em  seis  secções.  A  primeira  tem  como  principal  objectivo  contextualizar o projecto, descrevendo sucintamente as empresas e os projectos em causa. 

A segunda secção permite introduzir e  debater os conceitos que guiaram todo o trabalho levado a  cabo,  servindo  de  enquadramento  teórico  do  trabalho  e  dando  ênfase  aos  tópicos  mais  relevantes  para o projecto. 

Na terceira secção descreve‐se o desenho da solução a implementar e analisam‐se os problemas, as  metodologias e soluções propostas e os resultados obtidos. 

Finalmente, a análise dos resultados obtidos e as conclusões ficam remetidos para as secções quatro  e cinco, respectivamente. 

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Aumento do Rendimento na Indústria de Processo

2. Enquadramento teórico 

Para o presente capítulo, delinearam‐se três grandes objectivos. O primeiro é introduzir os conceitos  que  foram  implementados  no  projecto  “Aumento  do  Rendimento  na  Indústria  de  Processo”.  O  segundo é introduzir conceitos, que embora não tenham sido as ferramentas principais do projecto,  representam  a  forma  de  estar  e  de  actuar  do  KICG.  Por  fim,  o  terceiro  objectivo  é  cruzar  todo  o  conhecimento  desenvolvido  e  disponibilizado  pelo  KICG  com  conhecimento  científico  existente,  relativamente aos temas abordados. 

2.1. Modelo Kaizen Management System 

Todas as metodologias e conceitos aplicados pelo KICG nos seus projectos podem ser apresentados  de forma condensada, num diagrama de blocos como o da Figura 3.      A Figura 3 pode ser dividida em quatro níveis distintos. O nível superior corresponde à missão e visão  da empresa. O objectivo máximo para os accionistas de uma determinada empresa, mesmo que esta  tenha  um  desempenho  operacional  extraordinário,  é  obter  boas  rentabilidades.  Por  isto,  a  metodologia Kaizen, não é um fim em si mesma, é uma ferramenta necessária para sustentar uma  estratégia bem delineada. O conceito Quality, Cost and Delivery (QCD) representa as três principais  exigências  do  mercado.  Segundo  a  figura,  para  ser  possível  entregar  produtos  /  serviços  com  qualidade, a um preço competitivo e na quantidade e tempo certos, é necessário fazer um esforço  para aproximar a organização de cinco pontos‐chave: existência de fluxo no processo, zero defeitos,  eficácia do processo e dos colaboradores e um suporte eficaz. 

No  segundo  nível,  estão  representados  os  cinco  pilares  do  modelo,  isto  é,  as  cinco  áreas  chave  de  actuação do KICG, que representam a sua forma de actuar. 

O  pilar  Total  Flow  Management  (TFM)  tem  como  objectivo  criar  fluxo  de  informação  e  materiais  dentro  das  organizações.  Para  tal,  o  TFM  tem  ferramentas  que  actuam  na  criação  da  estabilidade  básica do sistema, no fluxo da produção, no fluxo das logísticas interna e externa e também em toda 

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6  a  cadeia  de  valor,  desde  o  fornecedor  de  matéria‐prima  ao  cliente  final.  Esta  análise  da  cadeia  de  valor  é  obtida  com  base  no  mapeamento  de  todo  o  processo,  que  se  designa  por  Value  Stream  Mapping. 

 O pilar Total Productive Maintenance (TPM) actua essencialmente sobre o aumento da eficiência dos  equipamentos  das  organizações.  Este  pilar,  por  ter  especial  relevo  no  projecto  kaizen  em  análise,  será discutido com mais detalhe na secção 0. 

O pilar Total Quality Control (TQC) é o conjunto de ferramentas utilizado para abordar problemas de  gestão da qualidade, entre elas, a resolução estruturada de problemas. 

O  pilar  Total  Service  Management  (TSM)  é  a  aplicação  dos  conceitos  Kaizen  a  organizações  de  serviços, bem como às áreas administrativas das organizações industriais. 

O  terceiro  nível  é  o  pilar  Total  Change  Management  (TCM),  pilar  que  formaliza  a  metodologia  utilizada para introduzir o sistema de melhoria contínua nas organizações. Este pilar é transversal aos  quatro  do  segundo  nível,  pois  na  implementação  de  qualquer  um  dos  outros  quatro  é  necessário  incutir o espírito de mudança nas organizações. 

No último nível, estão os princípios e valores kaizen, que representam a forma de pensar e de agir de  uma organização focada na melhoria contínua.  

2.1.1. Gestão da Mudança 

Dada  a  grande  resistência  que  as  pessoas  opõem  aos  esforços  de  mudança,  este  tema  é  particularmente  sensível.  Embora  essa  resistência  seja  natural,  o  aumento  da  competição  entre  empresas em tempos cada vez mais difíceis, torna a agilidade das organizações e a sua capacidade de  adaptação  factores  cruciais  para  ter  sucesso.  Como  diria  Charles  Darwin  (KICG,  2008),  “Não  são  as  espécies  mais  fortes  que  sobrevivem.  Nem  sequer  as  mais  inteligentes.  Mas  as  mais  sensíveis  à  mudança”. 

A gestão da mudança é a parte organizacional do KMS, isto é, a sua principal preocupação é como  promover  a  mudança  e  como  implementar  um  sistema  de  melhoria  contínua  na  organização.  Para  isso, a gestão da mudança aborda três componentes chave: 

• Trabalho  em  equipa  eficaz  –  que  promove  as  actividades  de  melhoria  em  grupos  com  dimensão  variável,  conforme  as  melhorias  que  se  pretendem.  Nesta  área  podem  ser  abordados temas estratégicos com a gestão de topo, realizados workshops no terreno para  obter melhorias rápidas e também hábitos diários de melhoria; 

• Direcção  e  controlo  –  que  consiste  na  definição  do  ponto  de  partida  da  organização  e  da  situação  que  pretende  alcançar  com  o  esforço  de  melhoria.  Para  este  tema  é  fundamental  fazer  auditorias,  implementar  indicadores,  avaliar  processos  e  resultados,  coordenar  o  esforço  de  mudança  (com  equipas  de  suporte)  e  promover  o  kaizen.  Uma  ferramenta  bastante  útil  para  o  controlo  da  performance  é  o  relatório  A3,  que  consiste  numa  página  dividida em quatro quadrantes e que permite controlar a evolução de projectos e também da  resolução  de  problemas.  Esta  ferramenta  é  um  dos  suportes  do  sistema  de  melhoria  PDCA  utilizado pela Toyota (Sobek II, et al., 2008); 

• Capacidade pessoal – que se foca no envolvimento e desenvolvimento de todas as pessoas  da  organização.  Para  isso  é  fundamental  sensibilizar  os  diversos  níveis  hierárquicos  para  as  vantagens  da  melhoria  contínua  e  também  o  treino  de  facilitadores  internos.  Estes  facilitadores, que hierarquicamente são chefias intermédias são uma peça vital na mudança  cultural de uma organização, pois são os responsáveis directos pelos operadores. 

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A  tr impre aceite 2.1.2 O  ka melh melh A Figu Se se esfor tarefa manu como Estas algum o  seu reflic adeq máqu indica Com  maus Para  algun pesso pesso Nesta ser d acçõe Estas esfor (segu 2.1.3 Em q ansmissão  escindível pa e, todos dev 2. Kaizen Di aizen  diário  oria  é  contí orias é funda ura 4 repres e dividisse a b rço  de  melho as,  mas  com utenção das  o se pode ve s actividades  ma relutância u  quotidiano ta a sua per uada para a  uina,  pode  s ador abaixo  isto, começa s resultados,  criar esta di ns  hábitos  r oas  se  reuni oas,  sem  se  a área de reu ividido em q es correctiva s reuniões di rços  de  mel uindo o ciclo  3. Princípio ualquer proj dos  conhec ara que a m vem ser trein iário  consiste  na  nua  e  para  amental par enta a bande

Figu

bandeira em oria  e  manu m  mais  foco  normas. De r na bandeir diárias não  a em aceitar o.  O  que  se  rformance, o sua activida ser  relevant do normal d a‐se a garant  criando nov inâmica de m elacionados  rem,  a  uma  apercebere união (ponto quatro quadr as, seguir os i árias para a horia,  fome PDCA).   s Kaizen  jecto Kaizen, cimentos  d udança seja ados nos fun criação  de  que  o  possa a envolver a eira do KICG ura 4 ‐ Signific m três níveis,  utenção  das  na  melhoria sta forma, o a do KICG.  devem ocup r estas activi pretende  é ou seja, para ade. Por exem te  seguir  o  devem ser a tir que as pe vas soluções  melhoria, é n com  estas  hora  fixa,  c em,  adquiram o de encontro rantes, para  indicadores  ctividades d entando  o  e , existem trê de  melhoria  bem suced ndamentos k hábitos  diá a  ser  realme s pessoas de  e revela o se

ado da bande

a gestão ter normas.  As  a.  Por  fim,  o os operadore par muito te dades por h é  que  os  op  cada grupo  mplo, para u OEE  desse  nalisadas as  essoas come para os prob necessário c actividades  com  uma  du m  o  hábito  o) deve esta ter formato  e criar norm e melhoria t espírito  de  r ês princípios  Aumento d a  contínua  ida. Assim, d kaizen.  ários  de  me ente,  a  dedic e uma organi eu significad eira do KICG ( ria sob sua re chefias  inte os  operador es devem ter mpo aos op aver a possib eradores  sig de kaizen d uma equipa q equipament possíveis ca çam a criar h blemas.  criar condiçõ kaizen.  A  d ração  contro de  se  reuni r presente u PDCA, perm as para as m têm a vantag resolução  de basilares imp do Rendiment às  pessoas de forma a q elhoria.  Pela  cação  de  alg ização.  do.  (KICG, 2009)  esponsabilid ermédias  ter es  têm  a  se r actividades eradores. Po bilidade de f gam  diariam iário deve se que trabalha o  diariamen ausas e defin hábitos de m ões para que definição  de olada,  são  m irem  para  a m quadro da mitindo ident melhorias dev gem de envo e  problemas prescindíveis to na Indústria s  das  orga que a filosof definição  d gum  tempo    dade a inovaç riam  um  pou eu  cargo  a  m s diárias de m or vezes, as p ficarem sem  mente  um  in er definida u a com uma d nte.  Para  os nidas acções  melhoria e qu e os operado e  um  local  f mecanismos  ctividades  d a equipa. O q tificar proble vidamente va olver os ope s  de  forma  s.  a de Processo 7 anizações  é fia seja bem de  kaizen,  a a  pequenas ção e alguns uco  das  três melhoria  e  a melhoria, tal pessoas têm tempo para dicador  que uma métrica determinada s  valores  do correctivas. ue reagem a ores ganhem fixo  para  as para  que  as de  melhoria. quadro deve emas, definir alidadas.   eradores nos estruturada o 7  é  m  a  s  s  s  a  l  m  a  e  a  a  o  .  a  m  s  s  .  e  r  s  a 

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Não  culpar  /  não  julgar  –  este  princípio  defende  a  mudança  de  paradigma  na  abordagem  aos  problemas.  Quando  ocorre  um  problema,  a  tendência  é  procurar  de  imediato  o  culpado.  Dessa  forma, as pessoas sentem‐se intimidadas e escondem os problemas, para não serem prejudicadas. Se  em vez de se procurar os culpados se procurar as causas do problema, as organizações enfrentarão  os  problemas  com  naturalidade,  agindo  sobre  as  causas,  de  forma  a  prevenir  a  recorrência  dos  mesmos. 

Sistemas  globais  –  através  da  análise  das  organizações  como  um  todo,  é  possível  optimizar  o  desempenho total e não apenas da soma de todos os departamentos / divisões das mesmas. Assim,  assume‐se  que  o  desempenho  de  uma  determinada  divisão  pode  não  ser  o  melhor,  se  esse  facto  contribuir  para  uma  melhor  performance  de  toda  a  empresa.  Com  este  princípio  evita‐se  a  departamentalização das organizações, aumentando a visibilidade em cada ponto das mesmas.  Processos e resultados – para que seja possível obter os resultados esperados, é necessário garantir  que  os  processos  são  consistentes.  Contudo,  o  papel  das  pessoas  não  pode  ser  ignorado,  pois  são  estas que tornam os processos consistentes. Um dos princípios da norma ISO 9001:2000, refere‐se à  abordagem  por  processos,  no  âmbito  da  qualidade  como  meio  para  entender  e  responder  melhor  aos  requisitos  dos  clientes,  para  gerir  melhor  os  resultados  e  a  eficácia  dos  processos,  bem  como  para fomentar a melhoria contínua (NP EN ISO 9001:2000). A análise dos resultados permite verificar  a eficácia dos processos, o que cria condições para os melhorar continuamente. 

2.1.4. Normalização e Ciclos SDCA / PDCA 

O  princípio  base  do  conceito  de  normalização  num  projecto  de  melhoria  contínua  consiste  em  considerar que só existe uma melhor forma conhecida para executar uma determinada tarefa. Se um  determinado  operador  executa  uma  tarefa  melhor  do  que  todos  os  outros,  torna‐se  evidente  que  existe alguma diferença entre eles. Neste caso, é preciso criar normas e formar os operadores, para  que  todos  passem  a  executar  a  dita  tarefa  da  mesma  forma.  Com  isto,  a  normalização  permite 

eliminar a variabilidade com base no melhor método conhecido no momento. A Figura 5 esquema a 

janela  Standardize‐Do‐Check‐Act  (SDCA),  que  permite  perceber  rapidamente  se  existe  algum  problema relativo à normalização.  Quando encontrar um  problema verificar:  Perguntar aos responsáveis:  “Existe alguma norma?”  Sim  Não  Perguntar aos  operadores: “Existe  alguma norma?” 

Sim  Questionar a norma  A norma está formalizada? 

Não  Formação dos operadores  Os responsáveis definem as 

normas, aplicando SDCA 

Figura 5 ‐ Janela SDCA (KICG, 2009) 

Na existência de um problema na execução de um dado procedimento, é necessário perceber o que  se passa relativamente à norma. No caso de o problema ser da norma, esta deve ser estabelecida ou  redefinida.  Por  outro  lado,  o  problema  pode  dever‐se  a  falta  de  comunicação.  A  confirmar‐se  esta  hipótese,  todos  os  operadores  devem  tomar  conhecimento  da  norma  e  ser  treinados,  para  que  se  reúnam as condições para a cumprir. 

No entanto, a normalização levanta um dilema, se por um lado a utilização de normas cria condições  para  a  execução  das  tarefas  da  melhor  forma  possível,  por  outro  pode  ser  um  factor  limitador  da 

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Aumento do Rendimento na Indústria de Processo 9  melhoria contínua, na medida em que pode conferir demasiada rigidez ao dia‐a‐dia dos operadores  (Liker, 2004). Para evitar esta burocratização, a responsabilidade pela melhoria das normas deve ser  partilhada com os operadores.  O papel das normas nas organizações pode ser explicado de forma sintética através da Figura 6. 

Numa  organização  que  ambicione  atingir  um  patamar  competitivo  no  que  respeita  à  qualidade  é  indispensável  existir  um  esforço  contínuo  de  melhoria,  representado  pela  roda  da  melhoria.  No  entanto, são as normas que permitem a implementação das melhorias validadas e a criação de novos  hábitos. Assim, o ciclo Plan‐Do‐Check‐Act (PDCA) tem que ser complementado com um outro ciclo,  que o impede de voltar atrás, o ciclo SDCA. 

2.1.5. 5S 

O  nome  da  ferramenta  5S  deriva  dos  vocábulos  japoneses  (Seiri,  Seiton,  Seiso,  Seiketsu  e  Shitsuke)  que  designam  as  cinco  etapas  da  organização  de  um  determinado  local  de  trabalho.  Apesar  da  elementaridade  dos  conceitos  que  utiliza,  esta  ferramenta  é  muito  importante,  pois  prepara  e  permite a implementação de outras técnicas mais avançadas e complexas. Por exemplo, a gestão dos  níveis  de  stock  de  um  determinado  material  pode  ser  feita  através  de  um  sistema  de  kanban1,  sistema  que  pode  ser  implementado  na  segunda  etapa  da  metodologia  5S.  A  Tabela  3  enumera  e  explica sucintamente cada um dos passos.                           1 Kanban é um sistema de reposição automática de materiais, com uma quantidade a encomendar calculada  com base nos consumos e no tempo de resposta do fornecedor.  Figura 6 ‐ O papel das normas nas organizações (KICG, 2009) 

(22)

10 

Tabela 3 ‐ Etapas da metodologia 5S 

Etapa  Descrição 

1 ‐ Triagem (Seiri)  Eliminação  de  materiais  e  equipamentos  que  não  sejam  necessários, que estejam em quantidades erradas ou que devam  ser enviados para um armazém central. 

2 ‐ Arrumação (Seiton)  A máxima “Um local para cada coisa, uma coisa para cada local!”  define  bem  a  etapa  da  arrumação,  na  qual  se  definem  e  assinalam  os  espaços  destinados  aos  diversos  materiais  e  equipamentos. 

3 ‐ Limpeza (Seiso)  A limpeza serve dois grandes objectivos: (1) obrigar as pessoas a  observar  as  máquinas,  levando  a  que  se  apercebam  cedo  de  possíveis  anomalias;  e  (2)  elevar  a  moral  das  pessoas,  ao  criar  locais de trabalho mais agradáveis. 

4 ‐ Normalização (Seiketsu)  A  normalização  garante  que  as  três  etapas  anteriores  não  são  esquecidas,  sendo  definidas  regras  relativamente  às  tarefas  (como o quê e quando fazer) e aos responsáveis pelas mesmas. 

5 ‐ Disciplina (Shitsuke)  A  disciplina  é  a  responsabilização  das  pessoas,  para  que  seja  possível manter e melhorar a organização através de três meios:  formação, acções de melhoria e auditorias. 

 

Com  a  aplicação  sistemática  desta  metodologia  consegue‐se  diminuir  o  tempo  de  procura  de  materiais  e  ferramentas,  evitar  quebras  de  stocks  com  uma  gestão  rápida  e  eficaz  dos  mesmos,  aumentar a segurança e a moral, com locais de trabalho mais agradáveis. Perante estas vantagens, é  imediato concluir que uma implementação eficaz desta metodologia, com o envolvimento de todas  as  pessoas  da  organização,  conduz  ao  aumento  da  produtividade.  Assim,  ao  contrário  da  ideia  generalizada  de  que  os  5S  são  um  mero  esforço  pontual  de  arrumação  do  local  de  trabalho,  esta  metodologia  é  uma  forma  bastante  atractiva  a  nível  económico,  para  atingir  patamares  bastante  elevados de qualidade e de produtividade (Gapp, et al., 2008). 

2.1.6. Gestão Visual 

A gestão visual é uma ferramenta utilizada para comunicar de forma simples e eficaz com as pessoas.  Através desta técnica toda a informação necessária para o funcionamento correcto das organizações  fica  evidente.  Informação  relacionada  com  o  funcionamento  de  equipamentos,  a  performance  dos  trabalhadores, a disponibilidade de materiais, o trabalho conforme as normas ou com os resultados  obtidos,  pode  estar  disponível  de  forma  bastante  simples  e  imediata  a  todas  as  pessoas  que  dela  necessitam. A gestão visual, embora não tenha um procedimento formalizado, deve ser aplicada aos  5M, sendo eles os elementos essenciais de qualquer organização: mão‐de‐obra, máquinas, materiais,  métodos e medidas (Imai, 1986). 

2.1.7. Os Sete Muda 

Na  base  do  modelo  KMS,  estão  os  fundamentos  kaizen,  assentes  na  eliminação  de  Muda  (termo  japonês,  que  significa  desperdício).  A  necessidade  de  eliminar  Muda  nas  organizações  está  relacionada  com  o  conceito  de  valor  acrescentado,  que  reflecte  o  que  o  mercado  está  disposto  a  pagar, sendo tudo o resto desperdício. Para que seja facilitada a identificação dos Muda, estes estão  agrupados em sete tipos. De seguida descreve‐se sucintamente cada um deles. 

(23)

Aumento do Rendimento na Indústria de Processo

11  Sobre  Produção: A  produção excessiva leva ao aumento de stocks e à utilização desnecessária dos  diversos recursos das organizações. 

Espera  de  Pessoas:  Os  operadores  esperam  enquanto  as  máquinas  executam  o  trabalho,  pelo  que  nesse tempo de espera não acrescentam valor algum. 

Espera de Materiais (stock): O stock, além de ser desperdício, no sentido em que representa capital  parado, também esconde vários tipos de problemas, como se representa na Figura 7. 

Movimentação  de  Pessoas  e  de  Materiais:  Como  os  movimentos  não  acrescentam  valor  aos  produtos / serviços, representam desperdício.  

Sobre  Processamento:  O  sobre  processamento  representa  todas  as  operações  que  o  mercado  não  está disposto a pagar e que são executadas, devido a ineficiências. 

Produção  de  Defeitos:  A  produção  de  defeitos  é  um  desperdício,  dado  que  obriga  a  produzir  mais  peças do que o necessário ou a reparar os defeitos. 

2.2. Total Productive Maintenance 

Dada  a  natureza  do  projecto  “Aumento  do  Rendimento  na  Indústria  de  Processo”,  o  pilar  do  KMS  descrito  na  secção  2.1.,  com  mais  relevo  para  os  objectivos  traçados  é  o  pilar  Total  Productive  Maintenance. Este pilar foca‐se na eficiência de equipamentos e fábricas em geral e foi desenvolvido  segundo o modelo do Japan Institute of Plant Maintenance.  

Para  muitas  empresas  que  começaram  a  implementar  modelos  como  Just  in  Time  (JIT)  ou  Total  Quality  Management,  os  resultados  obtidos  nem  sempre  eram  os  melhores  e  no  seguimento  da  observação  desta  lacuna  surgiu  a  preocupação  com  a  manutenção  da  produtividade.  Por  exemplo,  em projectos relacionados com a criação de fluxo nas organizações é usual aplicar técnicas de TPM a  equipamentos críticos, como os bottlenecks de uma determinada linha produtiva. Por outro lado, as  dificuldades  económicas  sentidas  nos  anos  70  também  ajudaram  a  acelerar  o  desenvolvimento  do  TPM,  embora  só  a  partir  dos  anos  90  a  indústria  ocidental  se  tenha  apercebido  do  real  potencial  deste modelo (Ireland, et al., 2001). A Figura 8 esquematiza o modelo do TPM. 

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12   

Figura 8 ‐ Modelo TPM (KICG, 2009) 

O  modelo  TPM  seguido  pelo  KICG  é  formado  por  oito  pilares,  sendo  os  primeiros  cinco  os  mais  utilizados,  a  saber:  Kobetsu  Kaizen,  manutenção  autónoma,  manutenção  planeada,  formação  e  treino e gestão antecipada. Assim, as ferramentas base do TPM são: 

• Kobetsu  Kaizen  –  ferramenta  de  resolução  estruturada  de  problemas.  Um  método  normalizado que permite obter melhorias num determinado problema; 

• Manutenção autónoma – sequência de sete passos, com vista a aumentar a fiabilidade dos  equipamentos,  passando  a  responsabilidade  da  manutenção  quotidiana  do  equipamento  para os operadores; 

• Manutenção  planeada  –  pilar  que  analisa  conceitos  como  Mean  Time  Between  Failures  (MTBF)  e  Mean  Time  To  Repair  (MTTR),  com  o  objectivo  de  minimizar  esforços  de  manutenção imprevistos, através do aumento da fiabilidade dos equipamentos; 

• Formação  e  treino  –  através  do  diagnóstico  da  necessidade  de  conhecimento  de  cada  colaborador  é  possível  delinear  planos  de  formação  e  criar  matrizes  de  competências,  de  forma a mitigar as falhas de competências das organizações, o que permite desdobrar mais a  responsabilidade ao longo da hierarquia; 

• Gestão  antecipada  –  ferramenta  que  permite  para  novas  instalações,  equipamentos  ou  produtos,  detectar  os  problemas  dos  projectos  em  fases  mais  precoces  onde  o  custo  de  correcção  dos  erros  é  substancialmente  mais  baixo  do  que  em  fases  mais  avançadas,  de  forma a minimizar custos de desenvolvimento ao mesmo tempo que se aumenta a qualidade  percebida pelo cliente final; 

• Qualidade  –  ferramenta  que  remete  para  o  pilar  Total  Quality  Control  e  que  aumenta  a  performance dos produtos ao resolver ou minimizar problemas de qualidade; 

• Segurança e Ambiente – abordagem que se foca na manutenção de locais de trabalho com  condições  necessárias  à  operação  em  segurança  por  parte  dos  colaboradores,  bem  como  cumpridora das normas relativas ao meio ambiente; 

• Kaizen Office – metodologia que facilita a organização dos espaços administrativos de forma  a  eliminar  eficiências  nestes  processos  de  suporte  das  organizações,  recorrendo  a  técnicas  que pertencem ao pilar Total Service Management. 

De forma genérica, o TPM é utilizado para garantir a produção com elevada eficiência, preocupando‐ se com a gestão da vida dos equipamentos, com o recurso ao envolvimento das pessoas, desde os  operadores de produção e manutenção até à gestão de topo (McKone, et al., 1999). Nakajima, uma 

(25)

Aumento do Rendimento na Indústria de Processo 13  das personalidades mais ligadas à evolução do TPM, dava três significados à palavra Total, no âmbito  da manutenção da produtividade: eficiência total, sistema de manutenção total e, relativamente às  pessoas, participação total dos operadores.  No que diz respeito aos equipamentos, o TPM visa aumentar a eficiência das máquinas, das fábricas  e  dos  processos  utilizados.  Para  alcançar  este  objectivo,  actua  na  redução  e  prevenção  das  perdas  por avarias, micro‐paragens (perdas de velocidade em geral) e produção de defeitos. Relativamente  aos operadores, o TPM tem como táctica passar a responsabilidade sobre a máquina para os níveis  mais  baixos  da  hierarquia.  A  manutenção  autónoma  é  exemplo  disso,  ao  tornar  o  operador  da  produção  o  primeiro  responsável  pela  correcta  manutenção  quotidiana  e  funcionamento  do  equipamento.  Mesmo  sendo  a  manutenção  uma  actividade  de  equipa,  os  primeiros  responsáveis  pela mesma devem ser as pessoas que lidam diariamente com os equipamentos, os operadores.  Embora  o  modelo  do  TPM  tenha  objectivos  claros  e  ferramentas  bem  estruturadas,  os  passos  a  seguir  na  sua  implementação  nem  sempre  são  fáceis  de  delinear.  Contudo,  há  pontos‐chave  imprescindíveis  para  a  obtenção  do  sucesso  do  TPM.  Um  destes  pontos  é  a  garantia  da  criação  de  sinergias entre as equipas de produção e de manutenção da organização. Embora o TPM necessite  de  abranger  todas  as  divisões  das  organizações,  a  estrita  relação  entre  produção  e  manutenção  é  vital  para  o  seu  sucesso.  Por  exemplo,  enquanto  os  operadores  da  produção  devem  garantir  o  cumprimento  das  normas  e  a  detecção  rápida  de  pequenas  anomalias,  as  pessoas  da  manutenção  devem ter atenção ao desenvolvimento de métodos de detecção de anomalias, à criação de novos  procedimentos  para  interacção  com  os  equipamentos  e  à  reposição  das  condições  normais  de  trabalho quando houver problemas (Chan, et al., 2005). Outros pontos‐chave para a implementação  do  modelo  TPM  são  o  desenvolvimento  de  planos  de  treino  e  formação  para  os  diversos  níveis  hierárquicos,  a  comunicação  da  importância  do  TPM  para  a  organização,  o  comprometimento  da  gestão  de  topo,  a  criação  de  equipas  multidisciplinares  e  a  nomeação  de  líderes  responsáveis  pela  implementação das diversas ferramentas. 

A  implementação  de  um  modelo  de  manutenção  da  produtividade  tem  inúmeras  vantagens,  sem  serem necessariamente relacionadas de forma directa com os equipamentos. A gestão da eficiência  feita com o TPM é o suporte necessário para obter resultados mais estratégicos. Com isto, o TPM é  um  meio  para  que  as  organizações  atinjam  uma  melhor  performance.  A  Tabela  4  resume  as  vantagens do modelo TPM.  Tabela 4 ‐ Sucesso através do TPM  Melhoria  Vantagens  Elevada  disponibilidade das  máquinas e  equipamentos 

Diminuição de Stocks  Fluxo mais rápido  Just in time com os 

clientes 

Maior fiabilidade  Menos paragens  Processos estáveis  Melhor qualidade 

Mais valor  acrescentado  Elevada eficiência  dos equipamentos  Corte de custos  Melhoria dos  resultados das  empresas   

(26)

A tab a ma optim dispo estre quan vanta proac atribu em  e vanta funda 2.2.1 A  prá traba se po critér de  O indica moni equip Este  perda        A  dis que  refer capac comp neces  De fo que s de  pa activi perda bela anterior  ior fiabilidad mização do d onibilidade d itar  relações tificados,  ex agens  estão ctividade  do uída à manu equipas  mul agens  sejam amentais par 1. O indicad

ática  de  mon alhos de mel ode analisar  rios bem def EE,  uma  mé ador  intitul torização  d pamentos, o rácio é com as, exemplifi         ponibilidade não  há  carg ências,  entr cidade,  peq ponente,  a  ssidade de re ora do cálcu sejam devida aragens,  par idades  em  g a. Há mesmo  remete nov de promove  desempenho das máquina s  com  o  me xistem  algum o:  aceitação os  operadore utenção bási tidisciplinare m  difíceis  de ra consolida dor Overall  nitorização  d horia contín a produtivid finidos (de R étrica  clara  e lado  de  O os  resultado u até mesmo posto por tr icadas na Fig  

e  retira  ao  te ga  para  a  m e  outras  pe uenas  avar qualidade,  c etrabalhos.  lo do OEE, is as a falta de  ra  as  quais  n grupo,  que  o o quem defe

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r os resultad  Equipment da  performa nua. Contudo dade dos equ Ron, et al., 20 e  eficaz  para Overall  Equi os  das  mel o de fábricas rês compone gura 9.   Figura 9 ‐ empo  de  ab máquina),  os rdas.  As  per ias  e  funcio considera  as sto é, sem pr carga das m não  existe  u obriguem  à  nda que a in

bilidade

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a os princípi estabilidade amentos per maior flexibil m  dos  resulta ens  não  me al  da  resp roblemas  co pamentos e  solução  de  p estejam  ma dos de longo  t Effectiven

nce  dos  equ o, havendo u uipamentos,  005). Foi com a  monitoriza ipement  Eff horias  para  s.  entes diferen ‐ As três comp bertura  da  m s  tempos  ga rdas  de  velo onamento  t s  perdas  de rejudicar ou  máquinas, ou  ma  regra  ríg paragem  do nclusão ou nã •Paragens Reabaste •Baixas ca específic Micro‐pa •Rejeiçõe Peças de os báiscos d e com conse mite reduzir idade para a ados  mencio ensuráveis,  m onsabilidade om  os  equip

desenvolvim problemas  ( ais  voltadas  prazo.  ness (OEE)  uipamentos  uma vasta di surgiu a nec m base nesta r  o  desempe fectiveness um  determ ntes que, po ponentes do O máquina  (tem astos  em  ma ocidade  refe temporário  evido  à  prod afectar o se seja, falta d gida.  Por  ex o  equipame ão destes tip s previstas; Ava ecimento adências (abaix cado para o equ aragens; Ciclos  s; Reparações ( e ensaio o triângulo Q equente mel r custos. Por as organizaç onados  na  Ta mas  muito  e  pelas  m pamentos,  au mento de co (Chan,  et  al para  o  int

 

é  fundamen iversidade d cessidade de a necessidad enho  de  equ (OEE),  per minado  equ or sua vez, re OEE  mpo  total  de anutenção  p rem‐se  a  fu sem  estar  dução  de  p u resultado  e encomend emplo,  activ ento  nem  se pos de perda arias; Setups;  o do  uipamentos);  em vazio (retoques);  Quality‐Cost‐ horia da qua r sua vez, o  ões, o que l abela  4,  que relevantes.  áquinas,  au umento  da  ompetências  .,  2005).  Em terior  da  em

ntal  para  a  c e métricas c e criar uma m de que surgiu uipamentos  rmite  muita ipamento,  c eflectem vár   escontando  a planeada,  m ncionament a  produzir. eças  defeitu ficam todas  das. Existem  vidades  de  f empre  são  c as deve ser a 14 ‐Delivery. Se alidade, já a aumento da hes permite e  podem  ser Entre  essas umento  da importância de trabalho mbora  estas mpresa,  são condução  de com as quais métrica com u o conceito em  geral.  O as  vezes  a conjunto  de rios tipos de as  horas  em mudanças  de o  abaixo  da   A  terceira uosas  e  por

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