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A Educação Inclusiva sob o prisma da deficiência visual: relato de experiência no sistema regular de ensino

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A Educação inclusiva sob o prisma da deficiência visual: relato de

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experiência no sistema regular de ensino

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Flávia Menezes de Oliveira1 5

Marina Neiva Alvim 2 6 7 8 RESUMO 9 10

Este trabalho apresenta um relato de experiência em uma escola da rede regular de 11

ensino com um deficiente visual. Foi proporcionada por meio do estágio obrigatório 12

de docência. Apresenta reflexões acerca da formação de futuros educadores e de 13

legislações que asseguram a inclusão de alunos com necessidades educacionais 14

especiais (NEE) preferencialmente no sistema regular de ensino. Para tanto é 15

necessário a colaboração de todos os integrantes da instituição de ensino e de 16

projetos voltados para a concretização não só da integração do aluno, mas da sua 17

inclusão. Conclui-se existir a necessidade de conter na grade curricular dos ensinos 18

superiores em licenciatura disciplinas específicas que possibilitem a capacitação dos 19

futuros docentes para atendimento aos portadores de NEE, e também a importância 20

da formação continuada destes. Isso muito pode ser concretizado com incentivos 21

governamentais às escolas que cumpram com o processo de inclusão e que 22

promova a especialização do seu corpo docente. 23

24 25 26

Palavras-chave: Educação inclusiva, Necessidades educacionais especiais,

27

Formação docente para a inclusão. 28

29

INTRODUÇÃO

30 31

A Educação Especial teve suas origens fundadas na necessidade de atender a 32

educandos portadores de necessidades especiais na aquisição de conhecimento, 33

pois estes nem sempre tiveram acesso a ela de forma escolarizada, por muito tempo 34

foram privados deste serviço por diversas razões (MAZZOTA, 2001). 35

De acordo com Laplane e Batista (2008) na década de 1950 surgiram as

36

primeiras escolas especializadas e classes especiais, assim a Educação Especial 37

era um subsistema da educação comum. 38

1

Graduanda do Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail: flaviamenezes28@hotmail.com

2

(2)

2

Em 1994, na Espanha, delegados de 87 países referendaram uma série de 39

princípios e diretrizes, sob a designação de Declaração de Salamanca, cujo 40

paradigma fundamental é a educação como direito, em uma visão de escola 41

inclusiva. As escolas devem receber e acolher crianças independentemente de suas 42

condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. 43

Estudantes com necessidades educacionais especiais devem ser incluídos nos 44

programas educacionais, mesmo quando apresentarem desvantagem severa. A 45

escola tem o dever de amoldar-se às necessidades do alunado, respeitar o ritmo e 46

os processos de aprendizagem, propondo uma pedagogia centrada nas 47

potencialidades humanas, em contraposição à sociedade que inabilita e reforça os 48

impedimentos (BRASIL, 1994). 49

Atualmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação- LDB n.º 9394/1996, com

50

nova redação dada pela Lei n.º 12.796/2013 define a Educação Especial como 51

“modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de 52

ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, 53

altas habilidades ou superdotação” (art.58). 54

Segundo as Diretrizes Nacionais da Educação Especial para a Educação Básica 55

o conceito de uma escola inclusiva implica em uma nova postura da escola comum 56

que propõe em seu projeto pedagógico, no currículo, na metodologia de ensino, na 57

avaliação e na atitude dos educadores ações que favoreçam a interação social e a 58

opção por práticas heterogêneas para atender as peculiaridades da clientela da 59

Educação Especial (Brasil, 2001a). 60

A Resolução do Conselho Nacional de Educação / Conselho Pleno- CNE /CP n.º 61

1, de 18 de fevereiro de 2002 evidencia no seu art. 3º que a formação dos 62

professores que atuarão nas diferentes etapas e modalidades da educação 63

observarão princípios norteadores desse preparo para o exercício profissional 64

específico de forma que haja coerência entre a formação oferecida e a prática 65

esperada do futuro professor (BRASIL, 2002). 66

A LDB n.º 9394/1996 também complementa em seu artigo 59, inciso III que os 67

sistemas de ensino assegurarão aos educandos professores com especialização 68

adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado e 69

professores do ensino regular capacitados para a integração dos mesmos nas 70

classes comuns (BRASIL, 1996). 71

(3)

3

Entretanto para Kafrouni e Pan (2001) o processo de integração desses alunos, 72

preconizado na LDB, não é facilmente alcançado através da instauração de uma lei, 73

tampouco pode ser concluído rapidamente, exige uma série de medidas gradativas 74

de reformulação do ensino que começa no currículo e métodos e vão muito além do 75

mesmo. 76

Para Paraná (1988, p.8) citado por kafrouni e Pan (2001), o processo de 77

integração se traduz em uma estrutura que visa favorecer um ambiente de convívio 78

o menos restritivo possível, em que haja participação da pessoa com necessidades 79

especiais em diversos setores sociais, já a prática da inclusão propõe um novo modo 80

de interação social no qual há uma revolução de valores e atitudes que exige 81

mudanças na estrutura da sociedade e da própria educação escolar. 82

Porém segundo Lacerda (2006), muitos problemas são enfrentados na proposta

83

de inclusão, pois o atendimento às características particulares da criança com 84

necessidades especiais implica em informação, cuidados individualizados e revisões 85

curriculares que não ocorrem apenas pelo empenho do professor, mas que 86

dependem também de um trabalho de discussão e formação que envolve custo e 87

que tem sido pouco realizado. 88

Com base nisto o objetivo do presente trabalho foi relatar a experiência vivida no 89

estágio obrigatório de docência, em uma escola do sistema regular de ensino 90

apresentando reflexões sobre a formação dos professores frente à educação de 91

alunos com necessidade educacionais especiais – NEE. 92

93

METODOLOGIA

94

O estudo foi desenvolvido em uma escola particular localizada em Contagem, 95

Minas Gerais, onde houve o acompanhamento de um aluno deficiente visual 96

matriculado no 3º ano do Ensino Fundamental I, inserido em uma classe de 22 97

alunos sem essa deficiência. As considerações contidas neste trabalho foram 98

relacionadas à experiência de vivência e observação na escola, que foi 99

proporcionada por meio do estágio obrigatório de docência do curso de Ciências 100

Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, e a partir dessa 101

experiência serão apresentadas reflexões sobre a formação do docente em face à 102

Educação Inclusiva. O estágio foi realizado entre os meses de Abril e Maio de 2013, 103

acompanhando todas as aulas de diversas diciplinas, no turno vespertino. 104

(4)

4 RESULTADOS

106 107

Desde o primeiro dia do estágio fui muito bem recebida e rapidamente integrada 108

à sala de aula. Foi percebido que havia socialização entre todos os alunos, até 109

mesmo do aluno deficiente visual existente na turma, que participava inclusive de 110

atividades de educação física e dança. 111

Com relação à escolarização foi possível perceber que há certo despreparo dos 112

docentes, dos quais os mesmos evidenciam, alguns são formados a bastante tempo 113

e não receberam uma base para atender alunos com necessidades educacionais 114

especiais. A ministração das aulas não propiciava condições de ativa participação 115

do aluno, o conteúdo passado na lousa não era lido em voz alta, e sempre um dos 116

demais colegas copiava esse conteúdo para ele, que se sentava na ultima carteira 117

perto da porta, o que facilitava sua locomoção, mas poderia prejudicar seu 118

entendimento. 119

As provas do aluno eram realizadas em uma sala separada, em que é necessário 120

um profissional auxiliar, porque não podendo ausentar-se da sala de aula o docente 121

precisava esperar todos os alunos acabarem para posteriormente aplicá-las com ele. 122

A minha função na escola era a de observação e fiquei a disposição para 123

qualquer atividade que envolvesse o estágio, ajuda aos professores e aos alunos. 124

Assim, acabei desenvolvendo naturalmente o papel de ledora junto ao aluno com 125

NEE. 126

Segundo Leiria (2002), o ledor transforma em linguagem sonora o que se 127

aprende em códigos visuais, estabelecendo um nível de mediação importante entre 128

o autor do texto escrito e do ouvinte cego. Porém os livros falados e a informática 129

não podem substituir o braille no desenvolvimento cultural do cego, pois não refletem 130

a ortografia e nem a pontuação. 131

O método utilizado foi o de ler, durante as aulas, todas as atividades, em voz 132

amena para não atrapalhar os demais alunos, como me assentava ao lado do aluno, 133

não havia problemas. Assim, em todas as aulas de todas as disciplinas eram lidas as 134

atividades impressas e de livros, explicando-lhe minuciosamente as tarefas e 135

descrevendo uma cena, um animal ou um brinquedo, isto propiciou a realização de 136

várias tarefas, o que o deixou muito feliz. 137

Termos como “bilboquê” e “Jacarandá”, mesmo que em atividades de separação 138

de sílaba eram descritos para o aluno, que perguntava seus significados, talvez pelo 139

(5)

5

fato de serem elementos dos quais houve pouco ou nenhum contato dele com os 140

mesmos. 141

Como auxiliava o aluno nas aulas de todas as disciplinas foi constatada a falta de 142

material didático adequado ou adaptado para auxiliar o educando, as folhas de 143

atividades muitas vezes apresentavam letras muito apagadas que impossibilitariam 144

mesmo um aluno de visão subnormal (com baixa visão) de acompanhar, o único 145

material tátil observado incluiu o “material dourado” utilizado por todos os alunos, 146

estes são cubos de madeira que auxiliam em pequenas operações de matemática, 147

mas não em operações maiores. 148

Não foram presenciadas muitas aulas de ciências, do qual a minha formação me 149

possibilitará a docência, a maioria das aulas eram direcionadas as disciplinas de 150

matemática e português, as duas únicas aulas de ciências que acompanhei referia-151

se aos sentidos. 152

Durante a minha permanência na escola era eu quem aplicava as provas com o 153

aluno na sala separada, e notei que ele não se importava, pelo contrário. Mas notei 154

a importância da alfabetização em Braile, pois sem ajuda não havia anotações, 155

somente a memorização dos conteúdos, não havia uma sala de recursos, ou 156

qualquer tecnologia assistiva, que são recursos desenvolvidos e disponibilizados 157

para os deficientes com o fim de ampliar suas habilidades, como impressora em 158

Braile, jogos adaptados, Sorobã (ábaco japonês para fazer cálculos), mapas táteis, 159

gravadores para registrar as aulas, entre outros, nem profissionais especializados 160

dentro da escola para dar suporte ao aluno e ao professor. Um profissional 161

especializado em Educação Especial na escola seria necessário para auxiliar o 162

aluno e buscar juntamente com o professor a melhor forma de aplicar exercícios com 163 o mesmo. 164 165 DISCUSSÃO 166

Com as observações feitas durante o estágio foi possível perceber que há 167

dificuldade em atender alunos com necessidades educacionais especiais nas 168

classes regulares, pois muitas vezes faltam recursos, apropriados e conhecimentos 169

específicos. 170

Com a falta de profissionais especializados dentro da escola, ou vindos de outra 171

instituição, foi possível perceber a falta de apoio ao aluno e aos docentes, muitas 172

das estratégias adotadas, como a prova oral em sala separada, foram criadas pelos 173

(6)

6

próprios, mas não há adaptações curriculares e estratégias de aulas diferenciadas 174

que incluam a todos os alunos. 175

Quanto a isso Ferreira et al (2007) afirmam que o ensino colaborativo, que é a 176

parceria entre profissionais da Educação Regular e da Especial é fundamental para 177

que juntos possam compartilhar objetivos e expectativas. Veltrone e Mendes (2006) 178

também destacam que essa parceria entre os profissionais poderá auxiliar os 179

professores a elaborarem seus métodos de diferenciação, neste caso o uso de 180

recursos que facilitem o entendimento do aluno deficiente visual, como o Sorobã, 181

atividades em Braile, dentre outros. Pois de acordo com o Artigo 12, § 2º da 182

Resolução do Conselho Nacional de Educação-CNE/CEB Nº. 02/2001“ deve ser 183

assegurada no processo educativo de alunos que apresentem dificuldades de 184

comunicação e sinalização diferenciadas dos demais educandos, a acessibilidade 185

ao conteúdos curriculares, mediante a utilização de linguagens e código aplicáveis, 186

como o sistema braile e a língua de sinais” (BRASIL, 2001b). 187

A formação dos docentes também é algo a ser refletido, muitos professores 188

evidenciam que não foram preparados para receber um aluno com necessidades 189

educacionais especiais nas classes regulares, atualmente a disciplina de LIBRAS é 190

obrigatória aos cursos de licenciatura e isto se constituiu um avanço, mas com 191

relação a deficientes visuais a uma certa deficiência. 192

Para Gasparetto et al, (2001) geralmente os professores da Educação Básica não 193

recebem em seus currículos de formação inicial um preparo especial para lidar com 194

alunos deficientes visuais e por esta razão sentem-se despreparados. 195

Foi percebido que proceder da melhor forma com um aluno deficiente visual em 196

sala, demanda conhecimentos específicos, por isso há a necessidade de uma boa 197

formação e capacitação para que os professores possam atender aos alunos com 198

limitação visual em suas necessidades, sabendo organizar métodos e estratégias 199

para atendê-los. 200

A resolução CNE/CP nº 1/2002 que estabelece as diretrizes curriculares para a 201

formação de professores da Educação Básica define que as instituições de ensino 202

superior devem prever em sua organização curricular formação docente voltada para 203

a atenção à diversidade contemplando conhecimentos sobre as especificidades dos 204

alunos com necessidades educacionais especiais. Essa mesma resolução evidencia 205

também a necessidade de na formação tanto continuada como inicial serem 206

discutidos princípios da inclusão. 207

(7)

7

É preciso que as faculdades preparem seus alunos, para lidar com diversas 208

necessidades especiais, porém sabemos que não há possibilidade de estarmos 209

totalmente preparados para todas as situações que advenham, assim cabe também 210

ao professor estar buscando novo conhecimentos. 211

Quanto á formação dos professores para inclusão Veltrone e Mendes (2006) 212

alertam que a formação voltada para uma perspectiva inclusiva implica não somente 213

na inserção de algumas disciplinas, mas sim de uma formação voltada efetivamente 214

para os princípios da inclusão os quais poderão garantir maior qualidade no ensino. 215

Nos cursos de formação de professores deve ser discutida a temática da 216

diferenciação do ensino. Segundo Veltrone e Mendes (2006) as práticas 217

pedagógicas não são fixas elas devem ser moldadas de acordo com o alunado, é 218

necessário então que os professores saibam organizar situações de ensino 219

aprendizagem que possa atender as necessidades educacionais de todos. 220

Em uma pesquisa realizada por Kafrouni e Pan (2001), em 9 escolas regulares, 221

com 31 alunos com necessidades educacionais especiais, 33 professores e 15 222

membros de equipe pedagógica foi constatado além da falta de um projeto de 223

inclusão, a falta de esclarecimento sobre essas necessidades especiais e recursos 224

disponíveis e a necessidade de especialização e instrumentalização dos professores 225

e destacaram que uma das medidas mais urgentes para possibilitar a inclusão é a 226

elaboração de um projeto de inclusão nas escolas, o que requer preparo por parte 227

dos encarregados em elaborá-lo, assim poderão ser feitas mudanças efetivas tais 228

como alterações curriculares avaliativas e metodológicas, sendo necessário também 229

que sejam integrados vários conhecimentos para que se produza a 230

interdisciplinaridade indispensável ao processo de inclusão (KAUFROUNI E PAN, 231

2001). 232

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB n.º 9394/1996 não define 233

claramente de quem é a responsabilidade pela especialização e capacitação dos 234

professores apesar de declarar que as escolas regulares devem se preparar para 235

atender às peculiaridades dos estudantes com NEE, a incumbência das reformas 236

educacionais propostas para atendê-los fica muitas vezes a cargo dos próprios 237

professores. Sendo assim, cabe aos próprios docentes buscar por esta capacitação, 238

quando não foi suprida em sua formação superior, mas não é somente 239

responsabilidade do professor e da escola, por isso é preciso que haja também 240

investimento na formação continuada e valorização do profissional. 241

(8)

8

Para isso Oliveira e Amaral (2007) destacam a importância da disponibilidade de 242

financiamento específico, por parte de gestores governamentais, para a formação 243

destes professores, quando afirmam que as Diretrizes Curriculares para a Educação 244

Especial (Resolução do CNE, n. 2, 2001) representam um progresso na definição 245

das políticas para a Educação Inclusiva e nas propostas para a sua operalização. 246

Para Carvalho (2011), mais urgente que a especialização é a capacitação de 247

todos os educadores para a inclusão de alunos com necessidades educacionais 248

especiais nas turmas do ensino regular. Mudança de atitudes frente à diferença, 249

conhecimento sobre os processos de desenvolvimento humano e sobre a 250

aprendizagem, sobre currículos e suas adaptações, sobre trabalhos em grupo, são 251

alguns dos temas que devem ser discutidos por todos os professores. 252

Há a necessidade de reformulação do sistema de ensino oferecendo suporte e 253

capacitação adequada a professores como também de equipes técnicas, o que para 254

Kafrouni e Pan (2001) serão necessários tempo e esforços e salienta que a inclusão 255

não é somente um movimento da educação, é muito mais abrangente, constituindo 256

um processo social do qual a escola faz parte, mas nunca o encerra, pois a 257

formação sólida de um professor nunca se esgota. A inclusão além de estar 258

alicerçada em mudanças no sistema de ensino deve contar também como o apoio 259

das famílias dos alunos, do governo e da sociedade. 260

A dimensão social da aprendizagem, a remoção de barreiras e criação de 261

estratégias que favoreçam o uso coletivo de materiais e a cooperação, permitirá ao 262

professor utilizar recursos, sejam eles, tateáveis/visuais/auditivos e organizar a sala 263

de aula de modo que seja acessível a todos os alunos (BENETI, 2006). Segundo a 264

autora nem sempre as estratégias de ensino requerem recursos especiais, mas 265

sempre exigem a presença de um professor atento, informado e com dinamismo 266

capaz de identificar as necessidades de seus alunos (BENETI, 2006). 267

É importante que os pais acompanhem seus filhos com o dever de casa, pois 268

esse acompanhamento contribui muito para o processo de ensino-aprendizagem. E 269

é nesse momento que os alunos terão a oportunidade de rever os conteúdos e se 270

prepararem para as aulas e provas. Os deveres de casa além de contribuírem para o 271

aprendizado do aluno reforçam a interação entre família e escola. Quando existe 272

esse vínculo, o resultado do trabalho é diferenciado e extremamente produtivo 273

(CARVALHO, 2004). 274

(9)

9

Com a possibilidade de minha inserção na realidade de uma escola regular foi 275

observado que na prática pode até haver integração entre os alunos com 276

necessidades educacionais especiais, mas não há uma inclusão efetiva destes. O 277

que o Estado afiança, na prática não ocorre. 278

Acredita-se que a formação dos docentes não garante que os mesmos atuem em 279

todos os segmentos de ensino, como docentes, gestores de escola e ainda como 280

educadores especiais, devendo os mesmos obterem uma profissionalização 281

continuada para lidar com diversas necessidades especiais, é preciso também haver 282

investimento na formação dos profissionais, seja em nível inicial ou continuado.

283

Constata-se que o trabalho desenvolvido em sala envolve uma heterogeneidade 284

de situações dos quais é muito difícil estar totalmente preparados para cada uma 285

delas especificamente, o professor tem o direito e o dever de buscar novos 286

conhecimentos e formação adequada. Assim sugere-se a necessidade de apoio e 287

ações colaborativas, para que um bem comum seja garantido da melhor forma 288

possível a educação e qualidade para todos os alunos. 289 290 291 292 293 294 295 296 297 298 299 300 301 302 303 304 305 306 307 308

(10)

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

309 310

A inclusão plena de alunos com necessidades educacionais especiais no 311

sistema regular de ensino ainda é um ideal a ser alcançado, legalmente oferecido, 312

mas ainda há muito o que se adaptar para promover o suporte adequado às suas 313

necessidades. 314

Para facilitar o aprendizado dos deficientes visuais é necessário desenvolver 315

projetos de inclusão, com métodos próprios e metodologia adequada. O que inclui 316

materiais didáticos tateáveis e reformulação nas atividades avaliativas. 317

As faculdades precisam inserir no plano de ensino disciplinas e estágios que 318

ofereçam ao aluno a oportunidade de esclarecimento sobre várias necessidades 319

especiais. É na graduação que se tem a formação profissional inicial, portanto a 320

instituição superior precisa preparar seus futuros docentes para lidar com as 321

diferentes situações, devendo serem discutidas temáticas como princípios da 322

inclusão e importância do trabalho cooperativo e interdisciplinar. 323

A formação do docente deve ser contínua, e contemplar que este tenha condição 324

de acolher um aluno com necessidades educativas especiais propiciando condições 325

favoráveis para seu desenvolvimento, juntamente aos demais alunos. 326

Alguns apontamentos são sugeridos para a formação continuada do professor 327

como: promover ações formativas compartilhadas, entre grupo de professores, com 328

o conteúdo dos cursos com relação aos problemas e situações vivenciadas pelos 329

mesmos, se possível serem realizados dentro da própria escola em que trabalham, 330

prover contribuições de colaboradores, como professores universitários, e que seja 331

realizada dentro do período letivo para não haver desânimos ou desistência dos 332

professores por diversos motivos. 333

Financiamentos específicos por parte de gestores governamentais devem auxiliar 334

as instituições de ensino na instrumentalização de seus docentes. 335

O trabalho em conjunto de todos os membros da instituição de ensino, 336

professores, alunos e funcionários é imprescindível no processo de inclusão, e a 337

família será o grande suporte para o sucesso do aluno incluído. 338

339 340 341 342

(11)

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Referências

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