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MANUAL PARA O FEEDBACK ESTRUTURADO

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Academic year: 2021

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MANUAL

PARA O

FEEDBACK

ESTRUTURADO

UMA ESTRATÉGIA ADAPTADA DE FEEDBACK ESTRUTURADO PAUTADO EM GRUPOS FOCAIS DE DISCENTES E DOCENTES EM

AMBULATÓRIO DE MEDICINA VOLTADO PARA A GRADUAÇÃO

ISRAEL LEITÃO MAIA

CLÁUDIA MARIA COSTA DE OLIVEIRA

MARCOS KUBRUSLY

MÔNICA CORDEIRO XIMENES DE OLIVEIRA

KRISTOPHERSON LUSTOSA AUGUSTO

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MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM SAÚDE

DO CENTRO UNIVERSITÁRIO CHRISTUS

MANUAL PARA O

FEEDBACK ESTRUTURADO

UMA ESTRATÉGIA ADAPTADA DE FEEDBACK ESTRUTURADO PAUTADO EM GRUPOS FOCAIS DE DISCENTES E DOCENTES EM AMBULATÓRIO DE

MEDICINA VOLTADO PARA A GRADUAÇÃO

ISRAEL LEITÃO MAIA

CLÁUDIA MARIA COSTA DE OLIVEIRA

MARCOS KUBRUSLY

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APRESENTAÇÃO

O presente manual é produto do Mestrado Profissional em Ensino em Saúde dos autores, sendo desenvolvido na área de Metodologias Ativas de Ensino em Saúde. O estudo que o originou realizou a implantação de feedback estruturado nos ambulatórios didáticos do internato em Medicina onde foi realizado, com o objetivo de verificar as mudanças de atitude e desenvolvimento de competências nos alunos participantes e seu impacto no cuidado com o paciente, contribuindo para a melhora da qualidade do processo ensino-aprendizagem.

O FEEDBACK

O feedback (ou devolutiva) na educação médica é uma informação específica provida pelo professor com o objetivo de melhorar o desempenho do estudante.1

A devolutiva tem sido considerada ferramenta essencial no processo de formação e supervisão do médico.2 E, ainda que exista uma evidente falta de uso de feedback

durante o curso médico, os alunos desejam e valorizam essa ferramenta construtiva, considerando-a um aspecto importante na qualidade do ensino.3

Os discentes admiram os professores que sabem fornecê-lo de maneira eficaz.4 Em um

estudo com mais de 3 mil alunos do internato e residência médica, a habilidade de dar e receber feedback efetivo foi considerada a segunda mais importante habilidade de ensino, ficando atrás apenas da capacidade de estar aberto para questionamentos.5

Em entrevistas estruturadas realizadas com alunos do internato em Medicina segundo a técnica de Grupo Focal6, os autores deste manual obtiveram relatos de experiências

sobre como os estudantes gostariam de receber o feedback e sobre as características mais importantes dos professores e alunos para o feedback formativo:

(4)

Resultados das Entrevistas pela Técnica Análise de

Conteúdo de Bardin

7

Qualidades para o feedback efetivo relativas ao discente

Qualidades para o feedback efetivo relativas ao docente

Como fazer o feedback

Ter humildade Ser resiliente Ter paciência Saber ouvir

Estar aberto a receber críticas Refletir sobre suas ações

Ser respeitoso Ter empatia Saber ouvir

Saber falar a mensagem

Não querer humilhar ou intimidar Ser exemplo de profissionalismo Estar aberto a questionamentos Focar o feedback nas ações

Ambiente adequado e respeitoso Assegurar a privacidade

(5)

Tais resultados serviram de base para as recomendações que serão apresentadas. Apresentamos a seguir a tabela com as instruções para o feedback formativo para sua aplicação na prática dos ambulatórios didáticos do internato em Medicina. Recomenda-se que o professor a tenha em mãos para que o uso ocorra de forma regular e continuada.

4

Instruções para o Feedback

1

2

3

4

5

6

Estabelecer um ambiente de ensino adequado e respeitoso

Ter o ensino como o objetivo primordial

Ser claro e objetivo

Basear o feedback na observação direta

Dar o feedback logo após realizada a tarefa

Assegurar a Privacidade

A hora e o local para o feedback devem ser previamente acordados com o aluno. Um clima positivo de aprendizado é essencial para o feedback efetivo. Professor e aluno devem ter respeito e confiança mútuos. O professor deve ter cuidado com as palavras para não ser intimidador.

É fundamental garantir a privacidade do estudante, logo uma sala silenciosa com o professor e o aluno sentados ao mesmo nível seria o ambiente ideal. Evitar comentar sobre os erros e vulnerabilidades do estudante diante de seus pares, o que pode gerar sentimentos de vergonha e humilhação.

É importante a ideia de que professor e aluno estejam, ambos, empenhados no processo ensino-aprendizado. O professor deve informar previamente o aluno sobre a existência e as razões da devolutiva, assegurando que fiquem claros os objetivos de ensino.

Falar de maneira clara, facilitando o entendimento do estudante. Certifique-se que o mesmo entendeu o feedback e deixe-o à vontade para fazer perguntas.

O professor deve estar presente no momento em que o estudante executa as tarefas, realizando suas observações a partir do que presencia. Não pode realizar o feedback a partir de relatos de terceiros.

O feedback deve ser realizado o mais brevemente possível após a realização da tarefa, pois os eventos abordados serão relembrados de maneira mais acurada. Como sua função é mudar atitudes e comportamentos, isso facilita que as mudanças já sejam postas em prática antes do final do estágio.

(6)

PASSO

1

PASSO

3

PASSO

5

PASSO

2

PASSO

4

Começar o feedback com a autoavaliação

do estudante sobre o que ele fez de bom

Perguntar ao estudante o que ele poderia ter

feito melhor.

Ratificar os comportamentos corretos

observados

Apontar as mudanças necessárias

A prática da reflexão é ponto chave para o aprendizado. Iniciar a sessão com a autoavaliação do que foi feito é uma boa maneira de iniciar o feedback.

A maior parte dos estudantes tem o discernimento sobre o que fez de errado e no que apresenta fragilidades. Ao usar esse recurso é o próprio aluno quem introduz os aspectos negativos de seu desempenho,

tirando do professor a exclusividade de apontar os pontos fracos de seu aprendiz.

Primeiro reforçar as boas práticas, o que foi observado de bom e exemplar. Isso é importante para a autoconfiança do aluno.

Concordar de forma apropriada com o que foi dito, adicionando dessa vez o feedback corretivo, provendo exemplos corretos e sugestões de melhora.

(7)

36

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Até o mais experiente professor pode achar desafiador prover a devolutiva aos estudantes. O desenvolvimento e treinamento do corpo docente das Instituições de Ensino Superior nessa área é fundamental para que a cultura do feedback seja estimulada e torne-se perene.

Para atender a esse fim, este manual, poderá ser distribuído, discutido e aplicado em oficinas de capacitação nessas instituições, visando contribuir com o ensino para a formação de médicos qualificados cada vez mais capacitados para o exercício da profissão.

Ele também visa descontruir algumas das barreiras mais comuns que impedem um

feedback efetivo: os objetivos da devolutiva não estarem claros para o professor nem para

o aluno, a falta de tempo e local adequados para o feedback e a falta de capacitação dos professores nessa ferramenta de ensino.

Está em nossas mãos a iniciativa para transformar para melhor o que já fazemos de bom. Que tal um feedback?

(8)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - ROGERS, D. A. et al. Engaging medical students in the feedback process. American Journal of Surgery, v. 203, n. 1, p. 21-25, 2012.

2 - KILMINSTER, S. et al. AMEE Guide No. 27: effective educational and clinical supervision. Medical Teacher, v. 29, n. 1, p. 2-19, 2007.

3 - DOBBIE, A.; TYSINGER, J. W. Evidence-based strategies that help office-based teachers give effective feedback. Family Medicine, v. 37, n. 9, p. 617-619, 2005.

4 - ROTENBERG, B. W. et al. A needs assessment of surgical residents as teachers. Canadian Journal of Surgery Journal Canadien de Chirurgie, v. 43, n. 4, p. 295-300, 2000.

5 - SCHULTZ, K. W. et al. Medical students’ and residents’ preferred site characteristics and preceptor behaviours for learning in the ambulatory setting: a cross-sectional survey. BMC medical education, v. 4, p. 12, 2004.

6 - CRUZ NETO, O.; MOREIRA, M. R.; SUCENA, L. F. M. Grupos focais e pesquisa social qualitativa: o debate orientado como técnica de investigação. XIII Encontro da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, n. XIII, p. 26, 2002.

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