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Parecer CRM/MS N 06/2016 Processo consulta CRM MS nº 19/2015 Interessado Parecerista Palavras-chave EMENTA:

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1 Parecer CRM/MS N° 06/2016

Processo consulta CRM MS nº 19/2015 Interessado: VRSR

Parecerista: Heitor Soares de Souza

Palavras-chave: Junta médica militar, oficial médico militar, médico civil, Código de

Ética Médica.

EMENTA: O médico militar está sujeito às normas do Código de Ética Médica e

Resoluções do Conselho Federal e Regionais de Medicina e quando investido de função como médico perito de Junta Médica de Saúde, obedecerá as normas e resoluções vigentes, exceto nas condições previstas na Lei 6681/79.

Em 05 de novembro de 2015, o CRMMS recebe solicitação de esclarecimento por parte do DR. VRSR, que segue abaixo:

Solicito esclarecimentos quanto aos fatos que se seguem: Um paciente militar da ativa foi avaliado por mim e teve diagnóstico de espondiloartrose avançada lombossacra em fase aguda, sendo-lhe recomendado tratamento padronizado pelas diretrizes da AMB/CFM qual seja, analgesia potente em politerapia, repouso temporário curto de todas atividades laborativas e terapias auxiliares. Todo este tratamento inicial foi homologado pela junta de saúde de sua organização militar. Com o sucesso do controle da dor prossegui com seu tratamento para liberação para o trabalho com restrições quanto a atividades que comprovada ou potencialmente piorasse o quadro doloroso, ou seja, de todo e qualquer período do que chamam "serviço', quer seja armado ou não, por período de 180 dias, mantendo a utilização de medicação analgésica para dor crônica, incluindo droga neuroléptica. O paciente retornou à consulta com queixas de que seu atestado não foi homologado pela junta de saúde nem no período nem no tipo de dispensa. Alteraram o prazo para 60 dias e não liberaram do serviço não armado. Quando pediu esclarecimentos sobre tal decisão uma tenente médica membro da junta sugeriu-lhe que mudasse de médico ou que voltasse em seu médico e trouxesse novo atestado ou relatório ou ainda que não tomasse o medicamento prescrito por seu médico no dia que estivesse de "serviço" e que pedisse que trocasse sua receita

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para algo que não provocasse efeitos colaterais indesejáveis, tais como sonolência excessiva que interferisse em seu "serviço" no quartel. Tudo isso verbalmente.

Tendo em vista tais absurdas colocações por parte deste perito e à luz do Código de Ética Médica no que diz respeito à medicina pericial, atestado médico e médicos militares seguem os questionamentos:

1- Pode qualquer médico perito, civil ou militar, interferir dessa forma mudando a prescrição de um tratamento?

2- Pode anular um atestado e produzir novo atestado com diferentes recomendações daquelas do médico assistente? O primeiro atestado do médico assistente perde a validade nesse caso?

3- O médico perito militar responde diferentemente do médico civil, quando

exercendo atividade exclusiva de médico, a alguma autoridade além das estabelecidas pela legislação vigente?

Certo de poder contar com o essencial esclarecimento e colaboração de tão renomada instituição despeço-me cordialmente.

Sem mais.

Campo Grande em 05 de novembro de 2015.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE

O Processo-consulta cfm n° 7.783/2001 pc/cfm/nº 01/2002, em sua ementa,

prevê:

A Junta Médica pode e deve, quando em situações de conflito entre o atestado

médico emitido pelo médico assistente e o observado, pela própria Junta, no exame físico e na análise dos exames complementares do periciado, recusar ou homologar o entendimento semelhante ou diverso do médico assistente, atendendo ao previsto nas diretrizes recomendadas em consensos das sociedades de especialidades.

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3 A RESOLUÇÃO CFM nº 1.488/1998 (Publicada no D.O.U., 06 março 1998, Seção I,

pg.150) Modificada pela Resolução CFM n. 1.810/2006 Modificada pela Resolução CFM nº 1.940/2010 Modificada pela Resolução CFM n. 2.015/2013, que dispõe de

normas específicas para médicos que atendam o trabalhador em seu Art. 6°

que:

São atribuições e deveres do perito-médico de instituições previdenciárias e seguradoras: I - avaliar a capacidade de trabalho do segurado, através do exame clínico, analisando documentos, provas e laudos referentes ao caso; II - subsidiar tecnicamente a decisão para a concessão de benefícios; III - comunicar, por escrito, o resultado do exame médico-pericial ao periciando, com a devida identificação do perito-médico (CRM, nome e matrícula); IV - orientar o periciando para tratamento quando eventualmente não o estiver fazendo e encaminhá-lo para reabilitação, quando necessária.

O Código de Ética Médica, em seu Capítulo XI - AUDITORIA E PERÍCIA MÉDICA, prevê em seus artigos que é vedado ao médico: Art. 94: Intervir, quando

em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório; em seu Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou de perito, procedimentos propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente; e em seu Art. 98. Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuições e de sua competência. Parágrafo único. O médico tem direito a justa remuneração pela realização do exame pericial.

LEI No 6.681, DE 16 DE AGOSTO DE 1979.

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cirurgiões-dentistas e farmacêuticos militares em Conselhos Regionais de Medicina, Odontologia e Farmácia, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Os médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos, em serviço ativo nas Forças Armadas, como integrantes dos respectivos Serviços de Saúde, inscrever-se-ão nos Conselhos Regionais de Medicina, Odontologia e Farmácia, de acordo com as disposições dos respectivos Regulamentos, mediante prova que ateste essa condição, fornecida pelos órgãos competentes dos Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Parágrafo único. A inscrição será efetuada no Conselho Regional sob a jurisdição do qual se achar o local de atividades do médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico a que se refere o presente artigo, independente de sindicalização, do pagamento de imposto sindical e da anuidade prevista no respectivo Regulamento.

Art. 2º Nas Carteiras Profissionais a serem excedidas pelos Conselhos Regionais, em nome dos médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos a que se refere o art. 1º desta Lei, constará, além das indicações estatuídas em Lei ou Regulamento, a qualificação médico militar, cirurgião-dentista militar ou farmacêutico militar.

§ 1º Os médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos militares já inscritos nos respectivos Conselhos Regionais providenciarão, mediante a apresentação do atestado a que se refere o art. 1º desta Lei, para que passe a constar de suas Carteiras Profissionais a qualificação médico militar, cirurgião-dentista militar ou farmacêutico militar.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplicar-se-á também aos médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos que venham a ingressar nos Serviços de Saúde das Forças Armadas após a vigência desta Lei e já estejam inscritos em Conselhos Regionais de Medicina, Odontologia ou de Farmácia.

§ 3º Os médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos, a que se refere o parágrafo anterior, terão lançada em suas Carteiras Profissionais a qualificação

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médico militar, cirurgião-dentista militar ou farmacêutico militar, e ficarão isentos da sindicalização, do pagamento de imposto sindical e de anuidades.

Art. 3º Os médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos em Serviço Ativo nas Forças Armadas, quando inscritos em um Conselho Regional e mandados servir em área situada na jurisdição de outro Conselho Regional, apresentarão ao Presidente, deste, para fins de visto, a Carteira Profissional de que são portadores.

Art. 4º É vedado aos médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos militares participarem de eleições nos Conselhos em que estiverem inscritos, quer como candidatos, quer como eleitores.

Art. 5º Os médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos militares, no exercício de atividades técnico-profissionais decorrentes de sua condição militar, não estão sujeitos à ação disciplinar dos Conselhos Regionais nos quais estiverem inscritos, e sim, à da Força Singular a que pertencerem, à qual cabe promover e calcular a estrita observância das normas de ética profissional por parte dos seus integrantes.

Parágrafo único. No exercício de atividades profissionais não decorrentes da sua condição de militar, ficam os médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos militares sob a jurisdição do Conselho Regional no qual estiverem inscritos, que, em caso de infração da ética profissional, poderá puni-los dentro da esfera de suas atividades civis, devendo em tais casos comunicar o fato à autoridade militar a que estiver subordinado o infrator.

Art. 6º Cessará automaticamente a aplicação do disposto nesta lei aos médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos militares, que foram desligados do Serviço Ativo das Forças Armadas.

§ 1º Se desejarem continuar a exercer a respectiva profissão, deverão os médicos, cirurgiões - dentistas e farmacêuticos, ao serem desligados do Serviço Ativo das Forças Armadas, requerer ao Presidente do Conselho no qual estiverem inscritos o cancelamento, em sua Carteira Profissional, da qualificação médico militar, "cirurgião-dentista militar ou farmacêutico militar.

§ 2º Fica assegurada, aos que usarem da faculdade prevista no parágrafo anterior, a isenção do pagamento de quaisquer imposto ou anuidades correspondentes ao período em que estiverem inscritos nos Conselhos Regionais de Medicina, Odontologia ou Farmácia, nas condições previstas no art. 1º desta Lei.

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Art. 7º Ao médico, cirurgião-dentista e farmacêutico, civil ou militar da Reserva não Remunerada das Forças Armadas, convocado para o Serviço de Saúde de uma das Forças Singulares, em caráter temporário, aplicar-se-á o prescrito nos parágrafos 2º e 3º do art. 2º, do art. 5º e seu parágrafo único, e nos arts. 3º, 4º e 6º desta lei, devendo ser anotada em sua Carteira Profissional a qualificação médico militar convocado, cirurgião-dentista militar convocado ou farmacêutico militar convocado.

Art. 8º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 9º Ficam revogadas a Lei nº 5.526, de 5 de novembro de 1968, e demais disposições em contrário.

CONCLUSÃO:

À luz da legislação vigente, claro está que o médico militar é médico e portanto deve seguir as normas, resoluções e leis vigentes que norteiam o exercício da Medicina, respeitando-se o contido na legislação vigente. Para que um oficial médico atue como tal, mesmo que atenda exclusivamente em unidade militar, não tendo atuação fora desta, deverá obrigatorialmente se inscrever no CRM da região em que estiver lotado como oficial médico do Exército. Ao se inscrever no CRM, aceita e jura cumprir o CEM, levando-se em conta o contido na Lei 6681/79. Claro está que questões internas de funcionamento de Junta Médica Militar norteiam as condutas e decisões dos médicos, cabendo sempre ao periciado o direito de recurso à Junta Recursal, mas não há conflito entre as citadas normas e o CEM.

Respondendo aos quesitos:

1- Pode qualquer médico perito, civil ou militar, interferir dessa forma mudando a prescrição de um tratamento?

Resposta: Não, exceto o previsto no Art. 97 do CEM (É vedado ao médico perito... modificar... procedimentos... terapêuticos instituídos, salvo... em situações de urgência, emergência ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente.)

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2- Pode anular um atestado e produzir novo atestado com diferentes recomendações daquelas do médico assistente? O primeiro atestado do médico assistente perde a validade nesse caso?

Resposta: Não

3- O médico perito militar responde diferentemente do médico civil, quando exercendo atividade exclusiva de médico, a alguma autoridade além das estabelecidas pela legislação vigente?

Resposta: Sim, conforme a Lei 6681/79. Eis o Parecer, s.m.j.

Campo Grande MS, 14 de abril de 2016

Heitor Soares de Souza Conselheiro Parecerista.

Parecer aprovado na Sessão Plenária do dia 15.04.2016

Dra. Rosana Leite de Melo Presidente

Referências

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