DOS ALIMENTOS PROVISIONAIS
CPC arts. 852/854
1. Conceito de alimentos
2. Espécies de alimentos
3. Conceito da ação de alimentos provisionais
4. Características principais
5. Cabimento
6. Procedimento
1 – Conceito de alimentos
Os alimentos são prestações destinadas a satisfazer as
necessidades vitais daqueles que não podem provê-las por si.
Marcus Vinicius Rios Gonçalves
2 – Espécies de alimentos
Definitivos
Provisórios
Provisionais
Gravídicos
Definitivos: são os alimentos fixados pelo juiz ou por
acordo entre as partes, com prestações periódicas de caráter
permanente, ainda que suscetíveis de eventual revisão.
Provisórios: são os alimentos fixados liminarmente na ação
de alimentos, de procedimento especial, prevista na Lei nº
5.478/68, que exige prova constituída da obrigação legal de
alimentos.
Provisionais: são os alimentos fixados na ação cautelar. São
chamados, também, de ad litem (para o processo).
Gravídicos: são os alimentos fixados para a mulher
gestante, de acordo com a Lei nº 11.804, de 5 de novembro
de 2008, em ação própria (ação principal).
3 - Conceito da ação de alimentos provisionais
A ação cautelar de alimentos provisionais consiste na pretensão
da obtenção do necessário para o sustento, habitação e vestuário
do alimentando, mais as custas e despesas da demanda, durante a
pendência do processo principal.
Art. 852. ...
Parágrafo único. ... , a prestação
alimentícia devida ao requerente abrange, além
do que necessitar para sustento, habitação e
vestuário, as despesas para custear a demanda.
4 – Características principais
é acessória (de separação, anulação, alimentos)
é preventiva (evita a falta de alimentos)
5 – Cabimento
A ação cautelar admite a forma preparatória ou incidental
A preparatória sujeita-se ao prazo de 30 dias (art. 806)
Previsão no art. 852 – caráter exemplificativo do preceito
Art. 852. É lícito pedir alimentos provisionais:
I - nas ações de desquite e de anulação de
casamento, desde que estejam separados os cônjuges;
II - nas ações de alimentos, desde o despacho da
petição inicial;
III - nos demais casos expressos em lei.
6 – Procedimento
Competência:
A mesma da ação principal
Sempre em primeiro grau de jurisdição
Art. 853. Ainda que a causa principal penda de
julgamento no tribunal, processar-se-á no primeiro
grau de jurisdição o pedido de alimentos provisionais.
Petição inicial: requisitos dos arts. 282 e 801 do CPC
Expor:
necessidades do requerente
possibilidades do requerido
Art. 854. Na petição inicial, exporá o requerente as suas necessidades e as possibilidades do alimentante.
Admite a concessão de liminar inaudita altera pars – arts. 854, parágrafo único, e 804
Art. 854. ...
Parágrafo único. O requerente poderá pedir que o juiz, ao despachar a petição inicial e sem audiência do requerido, lhe arbitre desde logo uma mensalidade para mantença.
Valor da causa: doze prestações mensais (art. 259, VI)
Prosseguimento: aplica-se o procedimento comum cautelar Sentença – recurso: apelação (art. 520, IV)
LEITURA OBRIGATÓRIA:
- Vicente Greco Filho, Direito Processual Civil Brasileiro, vol. 3, 19ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. /.
- Antônio Claudio da Costa Machado, Código de Processo Civil Interpretado, 7ª ed., São Paulo: Manole, 2008, p. 1203/1207
Seção VII
Dos Alimentos Provisionais
Art. 852. É lícito pedir alimentos provisionais:
I - nas ações de desquite e de anulação de casamento, desde que estejam separados os cônjuges;
II - nas ações de alimentos, desde o despacho da petição inicial; III - nos demais casos expressos em lei.
Parágrafo único. No caso previsto no no I deste artigo, a prestação alimentícia
devida ao requerente abrange, além do que necessitar para sustento, habitação e vestuário, as despesas para custear a demanda.
Art. 853. Ainda que a causa principal penda de julgamento no tribunal, processar-se-á no primeiro grau de jurisdição o pedido de alimentos provisionais.
Art. 854. Na petição inicial, exporá o requerente as suas necessidades e as possibilidades do alimentante.
Parágrafo único. O requerente poderá pedir que o juiz, ao despachar a petição inicial e sem audiência do requerido, Ihe arbitre desde logo uma mensalidade para mantença.
LEI Nº 11.804, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008.
Mensagem de Veto Disciplina o direito a alimentos gravídicos e a forma como ele será exercido e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido.
Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.
Art. 3º (VETADO)
Art. 4º (VETADO)
Art. 6o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. Art. 7o O réu será citado para apresentar resposta em 5 (cinco) dias.
Art. 8º (VETADO)
Art. 9º (VETADO)
Art. 10º (VETADO)
Art. 11. Aplicam-se supletivamente nos processos regulados por esta Lei as disposições das Leis nos 5.478, de 25 de julho de 1968, e 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil.
Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
DISPOSIÇÕES SOBRE ALIMENTOS NO CPC PROJETADO
RELATÓRIO DO SENADOR VALTER PEREIRA
“o) a execução de alimentos, inegavelmente esquecida pelas reformas do Código vigente, ganhou nova disciplina a partir das propostas do texto original do projeto, tanto para as hipóteses em que ela toma como base título executivo judicial, como também com base em título executivo extrajudicial, situação que tem tudo para ser a mais comum até mesmo em relação à viabilidade de divórcios extrajudiciais, já aceita pelo Código vigente e prestigiada pela proposta.”
REGRAS DE COMPETÊNCIA
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL ...
Art. 22. Também caberá à autoridade judiciária brasileira
processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver seu domicílio ou sua residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos pessoais no Brasil, tais como posse de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos.
...
Art. 53. É competente o foro:
I - ...
II - do domicílio ou da residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos.
SEGREDO DE JUSTIÇA
Art. 164. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia,
em segredo de justiça os processos: I - em que o exigir o interesse público;
II - que dizem respeito a casamento, separação de corpos, divórcio, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
DO VALOR DA CAUSA
Art. 267. O valor da causa constará da petição inicial ou do
pedido contraposto e será: ...
VI - na ação de alimentos, a soma de doze prestações mensais pedidas pelo autor;
CAPÍTULO IV
DO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
Art. 514. No cumprimento de sentença que condena ao pagamento
de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixa alimentos, o juiz mandará intimar pessoalmente o devedor para, em três dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1º Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de um a três meses.
§ 2º O cumprimento da pena não exime o devedor do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
§ 3º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
Art. 515. Quando o devedor for funcionário público, militar, diretor
ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia.
§ 1º Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício.
§ 2º O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no cadastro de pessoas físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deva ser feito o depósito.
Art. 516. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo,
observar-se-á o disposto nos arts. 509 a 513, com a ressalva de que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
Art. 517. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos
definitivos ou provisórios, independentemente de sua origem.
Art. 518. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de
alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.
§ 1º Esse capital, representado por imóveis, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do devedor.
§ 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.
§ 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.
§ 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário mínimo.
§ 5º Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.
CAPÍTULO VI
DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
Art. 867. A execução fundada em título executivo extrajudicial que
contém obrigação alimentar, o juiz mandará citar o devedor para, em três dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1º Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de um a três meses.
§ 2º O cumprimento da pena não exime o devedor do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
§ 3º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
Art. 868. Quando o devedor for funcionário público, militar, diretor
ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento a importância da prestação alimentícia.
§ 1º Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício.
§ 2º O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no cadastro de pessoas físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deva ser feito o depósito.
Art. 869. Não requerida a execução nos termos desta Seção,
observar-se-á o disposto no art. 781 e seguintes, com a ressalva de que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.