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ANÁLISE ERGONÔMICA RELACIONADA A ATIVIDADE DE INSTRUTORES DE UMA AUTOESCOLA NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

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Academic year: 2021

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ANÁLISE ERGONÔMICA

RELACIONADA A ATIVIDADE DE

INSTRUTORES DE UMA AUTOESCOLA

NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

Debora de Souza Soares (UTFPR )

deborasouzasoares@yahoo.com.br

Tassio de Morais Garcia (UTFPR )

tassio.m@Hotmail.com

Thais Garrido (UTFPR )

thaisgarrid@gmail.com

Dalila Natalia Costa da Luz (UTFPR )

dalilanatalia2010@hotmail.com

Izabela Fernandes Soares (UTFPR )

izabela_soares_@hotmail.com

A ergonomia surgiu com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do homem moderno, sendo conhecida como a adaptação do trabalho ao homem. Esta ciência não estuda somente a relação homem máquina, mas toda atividade onde há produção. Realizou-se uma análise ergonômica do posto de trabalho de sete instrutores de uma autoescola localizada no oeste do Paraná com o objetivo de reconhecer os principais fatores causadores de desconforto que podem causar possíveis danos à saúde e sugeriu-se medidas corretivas para amenizar os desconfortos e dores. A maioria dos entrevistados relatou dores de cabeça, pescoço e coluna, o que pode indicar um alto nível de estresse devido à responsabilidade dessa profissão e a carga horária inadequada exercida por esses profissionais. Grande parte dos entrevistados relatou que há melhora dos sintomas quando não estão exercendo suas atividades laborais. Dor e cansaço foram os tipos de desconforto mais frequentes entre as queixas dos entrevistados, evidenciando a inadequação dos carros para realização do trabalho, uma vez que os carros que a autoescola possui não têm a regulagem para altura do assento. Através do estudo ergonômico pode-se sugerir a aplicação da ginástica laboral durante a jornada de trabalho. O problema dos instrutores está relacionado ao fato de que eles passam muitas horas na mesma posição em posto de trabalho não adaptado o suficiente. Há carros que promovem um maior conforto para os usuários, sendo assim indicado o uso destes automóveis em autoescolas.

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1. Introdução

O homem busca satisfação e bem-estar em sua vida, tanto no trabalho, no lazer e no ambiente doméstico. A ergonomia surgiu com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do homem moderno, despertando assim a atenção de todos. (OLIVEIRA, 2010)

A adaptação do trabalho ao homem é conhecida como ergonomia. Esta ciência não estuda apenas a relação homem máquina, mas toda atividade onde há produção. Uma vez que a ergonomia visa à saúde, é inadmissível que o homem se adapte às características da máquina, já que a adaptação deve ocorrer nos processos e equipamentos. (IIDA, 2005)

O estudo da ergonomia é significativo e possui a capacidade de esclarecer informações pouco exploradas até então e é equivocada a informação de que esta é uma ciência nova. (SILVA; PASCHOARELLI, 2010)

A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) adotou a seguinte definição para ergonomia:

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.

A ergonomia no Brasil começou a ser introduzida nos anos 60 pela Universidade de São Paulo (USP), onde o professor Sergio Penna Khel encorajou o pesquisador Itiro Iida a desenvolver sua primeira tese sobre Ergonomia do manejo. O maior impulso foi dado nos anos 70, com a vinda do professor Iida para o programa de Engenharia de Produção, com escala na Escola Superior de Desenho Industrial, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). (OLIVEIRA, 2010)

2. Metodologia

A pesquisa foi realizada com sete instrutores, entre estes, uma mulher e seis homens, de uma autoescola da cidade de Medianeira, localizada no oeste do Paraná. O nome da autoescola e dos instrutores foram mantidos em sigilo devido a questões éticas.

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3 No ramo da atividade escolhida, esta empresa avaliada é a que possui o maior número de funcionários do município, isto justificou a sua escolha para realização de tal pesquisa. Optou-se por avaliar as atividades exercidas por instrutores de uma autoescola devido à falta de pesquisas nesse setor.

Os dados coletados foram quantificados e qualificados de acordo com o objetivo principal do presente estudo, reconhecer os principais fatores causadores de desconforto que podem causar possíveis danos à saúde, podendo assim sugerir medidas corretivas.

e em seguida os mesmos constituíram gráficos que representaram a realidade dos fatos estudados.

Aplicou-se o questionário estruturado adaptado dos autores Alves e Cavalcante (2011) para análise ergonômica do posto de trabalho, este encontra-se no anexo I. Porém as respostas coletadas não foram suficientes para uma correta conclusão dos dados, logo foi necessária a aplicação de um novo questionário formulado pelos próprios autores com perguntas complementares. Este questionário encontra-se no anexo II. As respostas foram analisadas, estudadas e interpretadas para análise dos dados, atingindo assim o objeto principal do presente estudo.

Optou-se, no presente estudo, pela investigação qualitativa, os métodos qualitativos auxiliam no trabalho de construção do objeto estudado, facilitam na descoberta de dimensões desconhecidas do problema e, além disso, permitem formular e comprovar novas hipóteses. (SERAPIONI, 2000)

3. Resultados e discussão

O Gráfico 1 apresenta as respostas dos entrevistados com relação ao local em que sentem maior desconforto ou dor.

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4 0 10 20 30 40 50

Ombros Pescoço Coluna Punho Joelho Pernas Cabeça

Fonte: Próprio autor

Dos resultados, a maior porcentagem citada pelos instrutores foi dor de cabeça, representando 42,85% das reclamações. Em seguida, os locais de maior desconforto ou dor foram o pescoço e coluna, representando 28,47% cada. Dor nos ombros, punho e joelho representam cada 0,07% das reclamações.

Ao mencionar dores na região da cabeça e pescoço evidencia grande relação de estresse devido a atividade exigir extrema atenção por parte dos instrutores, uma vez que motoristas precisam estar atentos para evitar acidentes e como os alunos são responsabilidade dos instrutores, estes precisam de atenção redobrada.

O fato de citarem dores na coluna pode ser um indicador de que mesmo os instrutores regulando os assentos dos carros não é o suficiente para sanar as dores, visto que, na posição sentada, praticamente todo o peso do corpo é suportado pela pele que cobre o osso ísquio e exige atividade muscular do dorso e do ventre. (Amaral, 2010)

No Gráfico 2 está representado a quantidade de colaboradores da autoescola estudada que consideram haver relação ou não dos sintomas com o trabalho.

Gráfico 2- Relação entre os sintomas e o trabalho

Existe Relação

Não Existe Relação

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5 Dos 7 instrutores que participaram da pesquisa, 71,4% afirmam haver relação com o trabalho. Isso enfatiza a necessidade de intervenção para melhoria da qualidade de vida dos colaboradores, evitando assim um afastamento por problemas de saúde.

As dores dos demais instrutores que responderam não haver relação com o trabalho é de origem desconhecida, pois todos afirmaram não realizar outras atividades.

O Gráfico 3 apresenta o tipo de desconforto que os colabores afirmam sentir com maior frequência.

Gráfico 3 – Tipo de desconforto

0 20 40 60 80 100 Dor Sensação de Peso Cansaço Formigamento/Amortecimento Estalos

Fonte: Próprio autor

Dos resultados obtidos através do questionamento sobre o tipo de desconforto, 85% afirma sentir dores pelo corpo, representando a maior porcentagem. Em seguida, 71,4%, reclamaram de cansaço. Sensação de peso representa 42,8% das reclamações dos instrutores da autoescola pesquisada. Com a mesma porcentagem, formigamento e/ou amortecimento e estalos representam 14,2% de reclamação.

As dores pelo corpo relatadas pela maioria pode indicar que os carros não são adequados o suficiente para execução do trabalho, uma vez que os automóveis que a autoescola possui não têm a regulagem para altura do assento e carros foram projetados para garantir conforto e bem-estar aos usuários, esses também devem proporcionar conforto aos que o utilizam como objeto de trabalho.

A grande porcentagem de reclamação em relação ao cansaço indica a carga horária inadequada dos instrutores, estes trabalham doze horas por dia com pausas insuficientes de cinco minutos a cada aula para descanso, o que diminui a expectativa de carreira, levando ao estresse e afastamento por motivos de saúde.

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6 O fato de sentirem formigamento e/ou amortecimento, estalos pelo corpo e sensação de peso evidenciam que o fato de ficar muito tempo na mesma posição gera desconforto e isso pode ser facilmente evitado com medidas ergonômicas.

O Gráfico 4 mostra como os instrutores classificaram os sintomas.

Gráfico 4 – Classificação dos Sintomas

0 20 40 60 80

Baixo Moderado Alto Não

Responderam

Fonte: Próprio autor

Dentre as respostas dadas pelos instrutores, 14,2% afirmaram que os sintomas são relativamente baixos, 71,4% disseram ser moderados. Nenhum classificou o sintoma como alto e 14,4% não responderam a essa pergunta. Isso evidencia que não se pode ignorar as dores dos instrutores, pois a maioria indicou os sintomas com uma intensidade moderada, o que tem grande impacto a médio e longo prazo. Não interferindo de imediato, há uma grande chance de acarretar danos irreversíveis a saúde do trabalhador.

No Gráfico 5, está discriminado a porcentagem de trabalhadores que indicaram se há ou não melhora dos sintomas quando não estão em seu local de trabalho.

Gráfico 5 - Melhora dos sintomas quando não está exercendo o trabalho

Sim Não

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7 Dos 7 instrutores avaliados, 71% afirmam que há melhora dos sintomas quando não estão exercendo suas atividades ocupacionais na autoescola e 29% relatam que não há melhora dos sintomas quando não estão em sua jornada de trabalho.

A maioria dos instrutores que participaram desta pesquisa sente alívio das dores fora do local de trabalho, porém uma minoria afirma que quando não estão exercendo suas atividades profissionais, não notaram melhora. Isto indica que, ao estarem relaxados, sem o estresse e a longa jornada de trabalho na mesma posição, as dores são amenizadas. Isso enfatiza a necessidade de uma intervenção ergonômica no posto de trabalho desses profissionais.

O gráfico 6 apresenta a porcentagem dos profissionais que utilizam algum tipo de medicamento para alívio da dor.

Gráfico 6 – Uso de medicamentos, emplastos ou compressas

0 20 40 60

Não utiliza Utiliza às vezes Utiliza com frequência

Fonte: Próprio autor

No gráfico apresentado nota-se que 57% dos instrutores analisados responderam que às vezes utilizam medicamentos quando necessário e 43% disseram que não fazem o uso dos medicamentos. Nenhum dos entrevistados utiliza medicamentos com frequência. Com relação aos dados obtidos é nítido que o uso de medicamentos não é habitual. Diante dessas respostas, não é possível tirar nenhuma conclusão sobre o motivo de utilizarem ou não medicamentos, pois nenhum dos entrevistados justificou essa resposta.

Na última pergunta do questionário, abriu-se um espaço para que os instrutores sugerissem alguma melhoria para seu posto de trabalho que possa amenizar as dores e desconfortos diários. Apenas dois entrevistados sugeriram alguma melhoria. Foi sugerida a redução de jornada de trabalho para no máximo 8 horas diárias, o que pode amenizar o cansaço e estresse dos instrutores da autoescola. A aquisição de carros mais confortáveis pode solucionar o problema de dores na coluna, sensação de peso e formigamento e/ou amortecimento.

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8

4. Conclusão

Diante da pesquisa realizada com intermédio de dois questionários, evidencia-se que as reclamações mais frequentes foram dores no pescoço, coluna e cabeça. Através do estudo ergonômico pode-se sugerir a inserção de ginástica laboral durante a jornada de trabalho, aliviando assim os sintomas relatados. Em suma, o maior desconforto está relacionado com a parte superior do corpo humano, segundo as reclamações dos entrevistados. O problema dos instrutores se deve ao fato de que eles passam muitas horas na mesma posição, em um posto de trabalho desconfortável. Existem carros que promovem um maior conforto para os passageiros, sendo indicado o uso destes automóveis em autoescolas que possibilitem a regulagem da altura para melhor acomodação e alívio das dores.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO Brasileira de Ergonomia (ABERGO). O que é ergonomia. Disponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia> Acesso em 14 jan. 2014. AMARAL, Francisco Armond do. Ergonomia. Universidade Estadual do Maranhão. 2010. IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

OLIVEIRA, Rogéria Bernardo. Benefícios da Ergonomia física, cognitiva e organizacional para as empresas. 25 set. 2010. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/beneficios-da-ergonomia-fisica-cognitiva-e-organizacional-para-as-empresas/48442> Acesso em: 08 fev. 2014.

SERAPIONI, Mauro. Métodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em saúde: algumas estratégias para a integração. Ciência & Saúde Coletiva. Ceará. v. 5, n. 1, p. 187-192, 2000.

SILVA, José Carlos Plácido; PASCHOARELLI, Luís Carlos. A evolução histórica da ergonomia no mundo e seus pioneiros. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

ANEXO I

Análise Ergonômica do Posto de Trabalho

01- Marque com um "X", no desenho do corpo humano, os pontos que você sente dor ou desconforto:

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9 02 - Quanto à relação entre os sintomas e o trabalho no setor atual, você considera que: ( ) Existe relação entre os dois fatores. ( ) Não existe relação entre os dois fatores. 03 - Quanto ao tipo de desconforto:

( ) Dor.

( ) Sensação de peso. ( ) Cansaço.

( ) Formigamento e/ou amortecimento. ( ) Estalos.

( ) Perda da Força.

( ) Limitação dos movimentos. ( ) Choque.

04 - Você classificaria esses sintomas como: ( ) Baixos. ( ) Moderados. ( ) Altos.

05 - Há alguma melhora desses sintomas quando não está exercendo seu trabalho? ( ) Sim. ( ) Não.

06 - Quanto ao uso de medicamentos, emplastos ou compressas para poder trabalhar: ( ) Não utiliza. ( ) Utiliza às vezes. ( ) Utiliza com frequência.

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10 ___________________________________________________________________________ 07 - Quais sugestões você teria para resolver e/ou melhorar seu posto de trabalho?

___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

ANEXO II

Questionário Complementar

1 – Informe o horário que respondeu o questionário: ______________________________ 2 – Qual a carga horária da jornada de trabalho diária? ____________________________ 3 – Os carros oferecem regulagem de assento?

( ) Sim ( ) Não

4 – Se sim, com que freqüência você realiza essa regulagem?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca 5 – Existe pausa entre as aulas? Se sim, qual a duração das mesmas?

___________________________________________________________________________ 6 – Exerce alguma outra atividade que possa ocasionar problemas físicos? Se sim, cite-a. ___________________________________________________________________________

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