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Ergonomia do ambiente construído: uma avaliação da secretaria municipal de planejamento e gestão participativa de Biguaçu/SC

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LUANA SCHMITT MONTERO

ERGONOMIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO:

UMA ANÁLISE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARTICIPATIVA DE BIGUAÇU/SC

Florianópolis 2017

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LUANA SCHMITT MONTERO

ERGONOMIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO:

UMA AVALIAÇÃO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARTICIPATIVA DE BIGUAÇU/SC

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. Dr. Luciano Dutra.

Florianópolis 2017

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LUANA SCHMITT MONTERO

ERGONOMIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO:

UMA AVALIAÇÃO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARTICIPATIVA DE BIGUAÇU/SC

Esta Monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e aprovada em sua forma final pelo Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, (dia) de maio de 2017.

______________________________________________________ Professore orientador Prof. Dr. Luciano Dutra

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Dedico este trabalho aos meus colegas de trabalho que se esforçam todos os dias para fazer a diferença.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu namorado, Ricardo Azevedo, que me incentivou a iniciar a especialização e me acompanhou durante todo o processo.

Agradeço aos meus pais Felix e Edite por todo amor e carinho, por todos os momentos de apoio, por serem minha base e minha inspiração para chegar até aqui.

Agradeço ao meu Orientador Luciano Dutra, pela sua dedicação e ajuda para a realização deste trabalho.

Agradeço ao Secretário Municipal de Planejamento e Gestão Participativa da Prefeitura Municipal de Biguaçu, Matheus Hoffmann Machado, por permitir que a secretaria fosse o local de estudo deste trabalho.

Agradeço aos servidores da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Participativa da Prefeitura Municipal de Biguaçu por participarem das entrevistas e permitirem que o trabalho fosse realizado.

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“Para o homem, apenas há três acontecimentos: nascer, viver e morrer. Ele não sente o nascer, sofre ao morrer e esquece-se de viver.” (Jean de La Bruyere)

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RESUMO

O conforto nos locais de trabalhos contribui, positivamente ou negativamente, na segurança, no bem-estar, na produtividade e, notadamente, na saúde das pessoas. As condições de conforto são determinantes para a percepção e sensação do trabalhador no tocante ao desconforto, que se traduz através de sinais e sintomas de fadiga visual, tais como visão turva, irritabilidade visual, dores de cabeça, dores musculares, stress e dificuldade de concentração (VEITCH, 2008 apud PAIS, 2011). A motivação deste trabalho ocorreu pela observação da aparente precariedade das condições físicas da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Participativa – Prefeitura Municipal de Biguaçu, Estado de Santa Catarina. Assim, o objetivo da pesquisa é analisar as condições de conforto no ambiente de trabalho. Como método da pesquisa foi feito a análise ergonômica do ambiente construído, que é composta por quatro etapas: análise global do ambiente, identificação da configuração ambiental, avaliação do ambiente em uso no desempenho das atividades e análise da percepção do usuário. A preocupação com o conforto ambiental e sua consequente adaptação aos padrões recomendáveis proporcionaria não apenas conforto e bem-estar aos trabalhadores, mas contribuiria excepcionalmente para elevar as condições de saúde de todas as pessoas envolvidas no processo, sendo determinante, portanto, para o ganho de desempenho esperado pela gestão pública.

Palavras-chave: Locais de trabalho, Análise Ergonômica do ambiente construído, percepção do usuário.

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ABSTRACT

The comfort in work places contributes, positively or negatively, to the safety, well-being, productivity and, clearly people’s health. The comfort conditions are determinant for the perception and sensation of the worker when it comes discommodity, that translates itself through signals and symptoms of visual fatigue, as blurred vision, visual irritability, headaches, muscular pains, stress and concentration difficulty (VEITCH, 2008 apud PAIS, 2011). The motivation for writing this paper came of the observation of the precariousness of the ambient conditions of the Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Participativa – Prefeitura Municipal de Biguaçu, Estado de Santa Catarina. In addition, the purpose of this research is to analyze the comfort conditions in the work place. As research methodology the ergonomics analyses of the work place was done, which includes four steps: global analyses of the environment, identification of the environment configuration, evaluation of the work environment while developing activities and analyses of the worker perception. The concern with environment comfort and its late adaptation to the recommended standards would not only provide comfort and well-being to workers but also specially contribute to raise the welfare conditions of all people involved in the process, being crucial, therefore, for higher productivity expected by public administration.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO ... 10 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ... 10 1.3 JUSTIFICATIVA ... 10 1.4 OBJETIVOS ... 11 1.4.1 Objetivo Geral ... 11 1.4.2 Objetivos Específicos... 11 1.5 METODOLOGIA ... 11

1.5.1 Análise global do ambiente ... 12

1.5.2 Identificação da configuração ambiental ... 12

1.5.3 Avaliação do ambiente em uso ... 12

1.5.4 Análise da Percepção do Usuário ... 13

1.6 ESTRUTURA ... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15 2.1 CONFORTO AMBIENTAL ... 16 2.1.1 CONFORTO LUMINOSO... 16 2.1.2 CONFORTO TÉRMICO ... 23 2.1.3 CONFORTO ACÚSTICO ... 26

2.2 PERCEPÇÃO AMBIENTAL (PISCOLOGIA AMBIENTAL) ... 37

2.2.1 Constelação de Atributos ... 38

3 ANÁLISES E RESULTADOS... 41

3.1 CAMPO DE PESQUISA ... 41

3.2 RESULTADOS ... 41

3.2.1 Análise global do ambiente ... 41

3.2.2 Identificação de configuração ambiental ... 43

3.2.3 Análise do Ambiente em Uso ... 46

3.2.4 Análise da Percepção do Usuário ... 49

3.3 ANÁLISES ... 53

3.4 RECOMENDAÇÕES ... 55

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 57

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1 INTRODUÇÃO

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

Avaliação Ergonômica do Ambiente Construído em funções administrativas, da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Participativa da Prefeitura Municipal de Biguaçu/SC e as consequências para a saúde desses trabalhadores.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

O conforto nos locais de trabalhos contribui, positivamente ou negativamente, na segurança, no bem-estar, na produtividade e, notadamente, na saúde das pessoas. As condições de conforto são determinantes para a percepção e sensação do trabalhador no tocante ao desconforto, que se traduz através de sinais e sintomas de fadiga visual, dores de cabeça, dores musculares, stress, dificuldade de concentração e consequentemente baixa produtividade

Diante deste contexto esta pesquisa tem com questão investigativa: quais as condições de conforto no ambiente de trabalho através da análise ergonômica do ambiente construído, percepções psicológicas dos trabalhadores e as suas consequências para a saúde dos trabalhadores.

1.3 JUSTIFICATIVA

Aspectos relacionados a conforto e percepção em espaços de atividades administrativas, como repartições públicas são, muitas vezes, subjetivas. Ambientes de trabalho confortáveis, impactam positivamente na produtividade, na qualidade de vida e consequentemente na saúde e produtividade dos trabalhadores. No entanto, ambientes mal projetados, podem resultar em constrangimentos físicos e psíquicos, que com o passar do tempo podem prejudicar a saúde e a eficiência dos trabalhadores e consequentemente a resposta, destes servidores públicos, aos seus clientes, que somos todos nós.

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1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Avaliar a interferência da configuração espacial de ambientes de trabalho na saúde do trabalhador, identificando os condicionantes do espaço construído e da percepção dos trabalhadores, a partir dos conceitos da Ergonomia do Ambiente Construído (VILLAROUCO, 2008) e da Psicologia Ambiental, na Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Participativa.

1.4.2 Objetivos Específicos

A. Analisar a iluminação, ventilação, ruído, fluxos, leiaute, deslocamentos, materiais de revestimento e condições de acessibilidade nos ambientes de trabalho da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Participativa da Prefeitura de Biguaçu/SC.

B. Analisar aspectos psicológicos do espaço de trabalho.

C. Através das análises, do ambiente físico e dos aspectos psicológicos, propor recomendações.

1.5 METODOLOGIA

A análise das condições ambientais foi baseada na metodologia da Avaliação Ergonômica do Ambiente Construído, proposto por Villarouco (2008). O método é aplicado a partir de quatro etapas: Análise Global do ambiente, identificação da Configuração Ambiental; Avaliação do ambiente no desempenho das atividades e análise da percepção do usuário.

A fase de análise física compõe-se de três etapas: análise global do ambiente, identificação da configuração ambiental e avaliação do ambiente em uso nos desempenhos das atividades. A fase de análise da percepção é baseada na Psicologia Ambiental.

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Para a análise física foram realizados o levantamento do leiaute, as medições das condições ambientais através de medições de temperatura, iluminamento e os resultados comparados com as Normas Regulamentadoras.

Entrevistas e aplicação de questionários com os trabalhadores e observação sistemática das atividades, fazem parte da avaliação do ambiente no desempenho das atividades e da percepção do usuário.

1.5.1 Análise global do ambiente

Consiste em analisar a configuração espacial mais abrangente, identificando problemas, através de observação e entrevistas com os trabalhadores, busca-se obter o maior número de informações possível sobre o ambiente de trabalho.

1.5.2 Identificação da configuração ambiental

Análise de todos os condicionantes físico-ambientais do ambiente de trabalho, com o leiaute e pontos de medição da iluminação e dos ruídos.

Para levantamento de dados em campo foi utilizada a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)de Santos e Fialho (1997), objetivando avaliação de dados físicos do ambiente e da psicologia foi utilizada a Constelação de Atributos (Moles, 1968), que permite a identificação de variáveis da percepção dos usuários. Com o cruzamento dos dados obtidos pela AET e pela Constelação de Atributos, foram feitas análises no intuito de verificar as relações entre as variáveis do espaço de trabalho e a produtividade, obtidas no caso estudado.

1.5.3 Avaliação do ambiente em uso

Para esta avaliação foi aplicada a técnica de walkthrought, que segundo Correia e Bastos, 2004, consiste em se caminhar pelo ambiente observando. Esta etapa observa o ambiente em uso, identificando se ele é facilitador ou dificultador no desenvolvimento das atividades dos trabalhadores. Através de observação direta e entrevistas com os trabalhadores foi realizado uma análise das interferências no desempenho das atividades.

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1.5.4 Análise da Percepção do Usuário

Segundo Villarouco (2008) não se pode conceber o estudo do ambiente construído sem a busca do entendimento da percepção do usuário acerca desse espaço.

A aplicação da técnica da Constelação de Atributos se apresenta como uma ferramenta que permite uma identificação da percepção que os trabalhadores têm em relação aos espaços de trabalho, e a partir desses dados, verificar quais fatores estão mais fortemente ligados aos aspectos psicológicos.

Sua aplicação baseou-se nas descrições de Ekambi-Schmidt (1974) sobre essa técnica. Portanto, foram feitas entrevistas com todos os trabalhadores do ambiente, de todos os níveis hierárquicos,consistindo na aplicação de perguntas-chave para se montar o gráfico da constelação de atributos.

A primeira pergunta pretende avaliar a imagem simbólica do indivíduo frente ao ambiente

1. Quando você pensa em um ambiente de trabalho para desenvolver suas atividades, o que lhe vem em mente (conceitos, imagens ou ideias)?

Posteriormente, para efeito de análise das relações entre o ambiente em questão, seguiu-se com a pergunta:

2. Quando você pensa no seu ambiente de trabalho (este que você usa aqui), o que lhe vem em mente (conceitos, imagens ou ideias)?

Assim, foi possível identificar as características que compõem o imaginário dos trabalhadores em relação a questões de produtividade e questões espaciais, permitindo sua posterior comparação com a situação existente atualmente.

Os dados foram compilados e analisados, resultando em gráficos da constelação dos atributos pertinentes, possibilitando verificar quais são os que estão mais intimamente relacionados com a percepção dos usuários e como eles se configuram no espaço de trabalho existente.

1.6 ESTRUTURA

O trabalho está estruturado em quatro partes, sendo que na primeira parte - Introdução, são apresentados os objetivos deste estudo, o problema a ser analisado, sua limitação e os resultados esperados.

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Na segunda parte será realizado um levantamento bibliográfico, trazendo para discussão todos os conceitos e características do assunto.

Na terceira parte o Estudo de caso, investiga-se a relação dos usuários com os espaços que trabalham, através de coleta de dados obtidos com o uso da metodologia na análise ergonômica do espaço construído.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para Martins (2006):

“A ergonomia do ambiente construído estuda a relação humana nas suas interações com o espaço construído, para tanto, incorpora o conhecimento de disciplinas relacionadas ao ser humano (antropologia, antropometria, sociologia, psicologia, semiótica, etc,) e disciplinas relacionadas ao ambiente físico (arquitetura, engenharia, design, etc.) de modo a analisar as interações e adequações ao ser humano.” – aponta-se este como maior mérito do estudo da ergonomia do ambiente construído. (MARTINS et al, 2006).

A forma como a tarefa é abordada na relação do usuário com o ambiente é outro aspecto relevante no estudo da ergonomia ambiental. Segundo Ribeiro & Mont’Alvão (2004), a ergonomia do ambiente construído preocupa-se com a relação do homem com a tarefa que executa e os meios utilizados, o sistema homem-tarefa-máquina, sendo assim a ergonomia busca adaptar os meios da tarefa para o bem estar do homem, que segundo a autora, os meios são o ambiente construído. Neste mesmo raciocínio, Buti (1998) apud Oliveira (2011), explica de que forma o meio (ou o ambiente), torna-se elemento fundamental no estudo da ergonomia. Para o autor:

“A ergonomia do ambiente construído deve ocupar-se de quem usará, que coisa será usada, mas principalmente onde virá ser usada. O onde, é o ambiente de destinação que deve ser analisado como lugar físico e sócio/cultural que condiciona a interação entre o homem e o objeto”(BUTTI, 1998apudOLIVEIRA, 2011).

Visando em aprofundamento maior no que se refere o estudo do ambiente físico, a tarefa e a relação do usuário com o ambiente, desenvolve-se a Ergonomia do Ambiente Construído.

Os elementos, segundo Villarouco (2002), que compõe o ambiente que devem ser considerados pela ergonomia do ambiente construído, são os referentes ao conforto ambiental,

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“percepção ambiental, aos materiais de revestimento e acabamentos, e aos postos de trabalho, espacial e mobiliário. Sendo assim, uma abordagem sistêmica é necessária, avaliando as possíveis avariáveis, sendo abordadas em duas etapas. A primeira o ambiente físico o qual responde “as necessidades dos usuários em termos funcionais (físico/cognitivo) e a segunda os aspectos psicológicos com características como habitabilidade e satisfação.

Guimarães (2004) aponta outros fatores que são importantes para ergonomia ambiental e, que influenciam diretamente na produtividade. Explica que a influência dos fatores ambientais sobre o comportamento humano é inegável, pois os estímulos do ambiente físico repercutem sobre a satisfação do indivíduo que vem a influenciar o desempenho dos indivíduos. Estes fatores influenciam de forma acentuada na produtividade e nos níveis de satisfação dos usuários, e consequentemente na saúde destes trabalhadores.

2.1 CONFORTO AMBIENTAL

Para cada uma das variáveis ambientais (luz, clima, ruídos, odores, cores) há características específicas mais ou menos facilitadoras das sensações humanas, resultando nos segmentos de percepção visual, lumínico, acústico, higrotérmico, olfativo e ergonômico.

Para Vischer (2007) apud Costa (2011), o conceito de conforto do ambiente ultrapassa o reconhecimento da necessidade de um ambiente de trabalho saudável e seguro.

O conforto físico, segundo Costa (2011), é a condição necessária para a habitabilidade da construção, que atendam a padrões de saúde e segurança, tais como calor, frio ou ruído. Estes padrões garantem, que os trabalhadores não sejam submetidos a estresse indevidos.

2.1.1 CONFORTO LUMINOSO

A luz, desperta-nos a curiosidade e estimula-nos a inteligência e a imaginação. É essencial para a realização de inúmeras tarefas em nosso trabalho. É crucial para a nossa segurança.

Nosso primeiro contato com o mundo é a visão. Ela é a nossa janela para o exterior. O olho é uma extensão do nosso cérebro e é a nossa ligação direta entre o ambiente físico (exterior) e a nossa parte psicológica (interior).

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Indiscutivelmente a visão é, dos 5 sentidos, o que mais necessitamos para trabalhar. Estudos realizado por Veitch et al (2008) evidenciam uma relação entre as condições de iluminação e o bem-estar e o desempenho visual. Os resultados obtidos revelam que condições de visibilidade adequadas aos espaços de trabalho de escritório facilitam o desempenho das tarefas visuais (PAIS, 2011).

Uma boa iluminação deve necessariamente ser adequada à tarefa, tendo em vista o conforto e a eficiência visual do trabalhador. Pode ter efeito significativo na produtividade da organização e no bem estar dos trabalhadores.

2.1.1.1 Visão Humana e Conforto Visual

Segundo Anshel (2005a), os olhos são instrumentos simples concebidos para captar a luz. Eles recebem, filtram e conduzem a informação ao cérebro, que processa as imagens, fazendo a análise e a interpretação da informação,proporcionando-nos a percepção visual do mundo que nos rodeia(PAIS,2011).

A interação com o ambiente que nos rodeia, no qual se inclui o ambiente de trabalho, impõe o recurso a variados mecanismos de defesa dos olhos e do sistema visual.

Segundo Anshel (2005b) o olho humano é o órgão da visão, no qual uma imagem óptica do mundo externo é produzida e transformada em impulsos nervosos para ser conduzida ao cérebro(PAIS,2011).

O globo ocular é responsável pela captação da luz refletida pelos objetos existentes à nossa volta. A luz incide, em primeiro lugar, na córnea, que é um tecido transparente que cobre a íris. Em seguida, a luz passa através do humoraquoso, penetrando no globo ocular através da pupila, atingindo de imediato o cristalino, que funciona como uma lente de focalização, que converge os raios luminosos para um ponto focal sobre a retina (figura 01).

É na retina, constituída por cones e bastonetes, que se processam os primeiros passos do processo perceptivo.

A retina transmite os dados visuais, através do nervo óptico e do núcleo geniculado lateral, para o córtex cerebral. No cérebro se tem, então, início o processo de análise e interpretação, que nos permite reconstruir as distâncias, cores, movimentos e formas dos objetos que nos rodeiam.

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Figura 1. Olho Humano Fonte: Honda, 2014

O olho tem o papel fundamental de ser a janela para o corpo humano, fazendo com que este interaja com o seu meio, e através dessa interação tenha sensações diversificadas, tanto psicologicamente, quanto biologicamente, pois os fatores que atravessam a percepção visual dos espaços e dos objetos sob a luz, e da própria luz em si, não configuram apenas o campo “programado” dos indivíduos, mas interagem com toda a bagagem de sensações e experiências vivenciadas por eles ao longo de suas vidas (SILVA, 2013).

O processo acima descrito é o normal, sendo o que acontece quando o olho e o sistema visual funcionam em condições perfeitas.

No entanto, esta situação nem sempre ocorre. Muitas vezes, acontece algo que perturba o funcionamento normal do olho, e que se reflete em alguns defeitos da visão, como por exemplo, a miopia, o astigmatismo, a hipermetropia, a presbiopia.

2.1.1.2 Conforto Visual

Uma boa iluminação deve necessariamente ser adequada à tarefa, tendo em vista o conforto visual do indivíduo. As exigências de quantidade e de qualidade da iluminação (iluminância, luminância, uniformidade, contraste, cor, outros) contribuirão para determinar as condições de visibilidade.

O conforto visual está relacionado com o conjunto de condições, num determinado ambiente, no qual o ser humano pode desenvolver tarefas visuais com o máximo

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de acuidade e precisão visual, com o menor esforço, com o menor risco de prejuízos à vista e com reduzidos riscos de acidentes (LAMBERTSet al, 2004).

Além de afetar a sua segurança e de aumentar o risco de acidente, uma má iluminação pode provocar tensões psíquicas e fisiológicas, que se traduzem através de sinais e sintomas como dificuldade de concentração na execução das tarefas, stress, dores de cabeça, fadiga física e nervosa, tendo como consequências finais o absentismo (LAMBERTS et al, 2004).

2.1.1.3 Sinais e sintomas de desconforto visual

As condições de iluminação condicionam a percepção e a sensação do trabalhador face ao desconforto visual, que se traduz através de sinais e sintomas de fadiga visual, visão turva, irritabilidade visual, dores de cabeça,dores musculares, stress, dificuldade de concentração (VEITCH, 2008apud PAIS, 2011).

A)Fadiga visual :

A fadiga visual é uma manifestação de desconforto, de dor e de irritação visual.É provocada pelo enfraquecimento dos músculos ligados ao globo ocular,responsáveis pelo movimento, fixação e focalização dos olhos (SILVA, 1995). O termo médico usado para definir fadiga visual é astenopia.

B) Visão turva:

A acuidade visual é a capacidade de distinguir dois pontos situados a uma determinada distância, ou seja, é a capacidade de visualização de detalhes, que permite a formação de imagens nítidas.

A visão turva acontece quando a formação da imagem em frente, ou atrás, da retina, impressiona uma imagem desfocada, originando sintomas de visão de aspecto baço, ou de falta de nitidez, e dificuldade de concentração.

A acuidade visual, nitidez ou poder de resolução, pode ainda ser definida quantitativa, ou qualitativamente. A acuidade visual é afetada pelos seguintes fatores:

• A qualidade do olho, como instrumento óptico (idade, miopia, astigmatismo, presbiopia);

• O tempo disponível para a percepção, isto é, para a interpretação dos estímulos visuais;

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• A presença, ou ausência, de fatores perturbadores (encandeamento, grande contraste de cor de fundo);

• Posicionamento inadequado das telas do computador, em relação às fontes de luz;

• As condições de iluminação do campo visual.

C) Irritabilidade visual :

A irritabilidade visual, ou olho seco, é provocada pela falta de umidificação do globo ocular, que resulta do pestanejar das pálpebras. O pestanejar permite a “lubrificação” do olho, fornecendo oxigênio às estruturas externas.

A concentração exigida pelo trabalho em frente a tela do computador faz diminuir a frequência do pestanejar, originando irritabilidade ocular nos utilizadores de computador.

D)Dores de cabeça:

As dores de cabeça são uma das queixas relacionadas com sintomas de astenopatia ou fadiga visual. Este sintoma relaciona-se com algumas condições visuais, como por exemplo o astigmatismo, com condições inadequadas do espaço de trabalho,relacionadas com a existência de brilhos e reflexos, iluminação insuficiente e espaços de trabalho inadequados, e também com algumas formas de estresse,como estados de ansiedade e de depressão (ANSHEL, 2005d apud PAIS,2011).

E)Estresse:

O estresse é um sintoma comum, fazendo parte integrante do nosso dia de trabalho, tal como em muitos aspectos do nosso quotidiano.

O estresse está normalmente associado à tensão muscular, e o stress visual com trabalho com computador. O estresse afeta facilmente a visão uma vez que o olho e o sistema visual estão ligados ao cérebro.

2.1.1.4 Iluminação em ambientes de Trabalho

Além da redução dos riscos de acidentes de trabalho e riscos a saúde do trabalhador, assegurar que os níveis de iluminação no local de trabalho estão adequados, contribui para satisfação no local de trabalho.

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Uma boa iluminação reduz a ocorrência de erros de trabalho, diminui o cansaço visual, dores de cabeça, náuseas e dores de pescoço que muitas vezes acompanham o cansaço visual.

O nível e a qualidade de iluminação necessária dependem de vários fatores onde se inclui a natureza da tarefa, a acuidade visual de cada trabalhador e o ambiente onde a atividade é realizada.

Os estudos efetuados por Wout e Bommel (2006) revelam a contribuição que a descoberta das células foto receptoras, no olho, tiveram na compreensão dos benefícios de uma iluminação adequada no trabalho, levando em conta os efeitos visuais e os efeitos biológicos (saúde, bem-estar, estado de alerta). Assim, deforma a manter a estabilidade destes efeitos, é necessário projetar sistemas de iluminação que mantenham a quantidade suficiente de iluminação nos locais de trabalho, não descuidando a sua qualidade (PAIS,2011).

2.1.1.5 Legislações

A NBR ISO/CIE 8995-1 determina todos os requisitos para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente.

Essa norma brasileira especifica os requisitos de iluminação para locais de trabalho internos e os requisitos para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, com conforto e segurança durante todo o período de trabalho.

A norma cancela e substitui as normas ABNT NBR 5413 (Iluminância de interiores), com última revisão em 1992 e a ABNT NBR 5382 (Iluminação de ambientes de trabalho), que havia sido inicialmente publicada em 1977 e que se encontrava sem atualização há 28 anos (desde 1985).

Segundo a norma, a prática de uma boa iluminação para locais de trabalho é muito mais que apenas fornecer uma boa visualização da tarefa. É essencial que as tarefas sejam realizadas facilmente e com conforto. (ABNT).

A Iluminância recomendada na área de tarefa, segundo a norma, leva em conta os seguintes fatores:

• requisito para a tarefa visual, • segurança,

• aspectos psicofisiológicos assim como conforto visual e bem-estar, • economia,

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• experiência prática.

Para escritórios a norma recomenda requisitos de iluminação conforme a tabela 1 a seguir:

Tabela 1. Planejamentos dos Ambientes (Áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade da cor.

Tipo de Ambiente, tarde ou atividade Em lux

UGRL Ra Observações 22. Escritórios

Arquivamento, cópia, circulação etc. 300 19 80

Escrever, teclar, ler, processar dados 500 19 80 Para Trabalho com VDT, ver 4.10

Desenho técnico 750 16 80

Estações de projeto assistido por computador 500 19 80 Para trabalho com VDT, ver 4.10. Salas de reunião e conferência 500 19 80 Recomenda-se que a iluminação

seja controlável

Recepção 300 22 80

Arquivos 200 25 80

Onde:

Em (lux) = Iluminância mantida

UGRL = Índice limite de ofuscamento unificado Ra = Índice de reprodução de cor mínimo

Fonte: ABNT NBR ISO/CIE 8995- 2013

Além da norma acima mencionada, o Ministério do Trabalho, através da NR 17, coloca que em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.

• Item 17.5.3.1 – A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

• Item 17.5.3.2 - A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

• Item 17.5.3.3 – Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO

• Item 17.5.3.4 – A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência.

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• Item 17.5.3.5 – Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso.

2.1.2 CONFORTO TÉRMICO

Segundo a ASHRAE (American Societyof Heating Refrigerationand Air Conditioning Engineers): ”conforto térmico é o estado da mente que expressa satisfação do homem com o ambiente térmico que o circunda”.

Para Olygay (1973) apud Silva (2013):

"A zona de conforto representa aquele ponto no qual a pessoa necessita de consumir a menor quantidade de energia para se adaptar ao ambiente circunstante".

A Norma Brasileira NBR-15220-3(ABNT), define o conforto térmico como: “... a satisfação psicofisiológica de um indivíduo com as condições térmicas do ambiente”.

Assim, o conforto térmico pode ser definido pela sensação de bem-estar, relacionada à temperatura ambiente e umidade. Isto envolve equilibrar o calor produzido pelo corpo com o calor perdido para o meio ambiente circundante.

A sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura resultante existente no local e do esforço físico que fazemos para executar um trabalho. Esta temperatura resultante é em função dos fatores: unidade relativa do ar, velocidade e temperatura do ar e calor radiante produzido por fontes de calor do ambiente (como fornos e maçaricos). Tais fatores refletem na relação dos trabalhadores com o ambiente que executam suas atividades, sendo desta forma, o conforto térmico um fator condicionante no conforto do ambiente construído.

2.1.2.1 Mecanismo Termoreguladores

A temperatura do corpo humano só é constante nos órgãos vitais, como cérebro, coração e órgãos abominais, nos demais há variação de temperatura para que o organismo consiga manter esta constância onde é necessário. Esta alternância de temperatura se dá

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através de mecanismos termoreguladores, que são capazes de controlar a troca de calor com o ambiente variável.

Quando a ambiente é frio, esses termoreguladores reagem de forma que o organismo consiga manter a temperatura constante onde é necessário, através de vasoconstrição periférica (figura 2), arrepio (figura 3) e aumento do metabolismo.

Figura 2. Vasoconstrição periférica Fonte: LAMBERTS et al, 2004

Figura 3. Arrepio Fonte: LAMBERTS et al, 2004

A necessidade de mecanismos reguladores precisos é acentuada quando a temperatura corporal mantém-se relativamente elevada, já que elevações na temperatura causam disfunção nervosa e desnaturação proteica (RHOADES; TANNER, 2005 apud CAMARGO; FURLAN, 2011). Assim, quanto mais quente o ambiente, maior é a produção de calor pelo corpo e/ou a carga de calor e, consequentemente, maior a elevação da temperatura corporal dificultando o corpo em manter o equilíbrio térmico.

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2.1.2.2 Temperatura e Conforto Térmico

Dificilmente um trabalhador nota o clima do seu ambiente quando ele “normal”, mas quando ele se desvia de um padrão de conforto, assim que desvio aumenta a atenção em relação a esse clima também aumenta.

O desconforto sentido pode aumentar de um simples desconforto até a dor. O desconforto é um sistema biológico prático que todos os animais de sangue quente têm, que os fazem reagir para restaurar o equilíbrio. Essa reação pode aumentar ou reduzir o metabolismo, alterando o nível de atividade muscular.

As alterações podem apresentar-se em nível de menor complexidade, como cansaço e sonolência, redução do desempenho físico e aumento de erros devido à perda de atenção e concentração (KROEMER; GRANDJEAN, 2005). Entretanto, podem tornar-se perigosas quando as reações físicas e a perda de concentração provocarem acidentes de trabalho e lesão térmica. Isto ocorre porque o organismo humano não suporta variações acima de 4 °C em sua temperatura interna sem queda da capacidade física e mental do indivíduo (GALLOIS, 2002).

2.1.2.3 Sinais e sintomas de desconforto térmico

Nos estudos de conforto térmico, a neutralidade térmica é tida como um estado em que o indivíduo não está sentindo nem frio nem calor, ou seja, encontra-se neutro em relação à temperatura ambiente.

O calor excessivo influi de maneira importante na capacidade de trabalho, produz queda na produtividade e aumenta a quantidade de erros e acidentes. O estresse térmico por calor aumenta a fadiga e pode dar lugar a enfermidades provocadas pela exposição ao calor. Ao contrário, super-resfriamento, gera superatividade, reduzindo o estado de alerta e concentração, principalmente nas atividades mentais (KROEMER; GRANDJEAN, 2005).

2.1.2.4 Conforto térmico em ambientes de Trabalho

O calor em excesso proporciona além de desconforto, irritabilidade e sudorese. Trabalhadores submetidos à temperatura de 34°C chegam a apresentar queda de 39% de

(26)

rendimento, além de 700% de aumento de chances de tomar más decisõe

calor e da umidade chega a reduzir a capacidade de trabalho das pessoas em 10% no verão, de acordo com pesquisa da revista Natural Climate

A pressão corporal tende a baixar com t trabalho deixando o indivíduo,

entre os trabalhadores tende a ser afetado, uma fez que essas temperaturas tendem a aumentar a irritabilidade, gerando maior propensão para discussões

O desempenho int que nessas condições o corpo é e

motivação que temos para exercer qualquer atividade

2.1.2.5 Legislações

Segundo a NR17

temperatura do ambiente de trabalho

laboratórios, escritórios, sala de desenvolvimento e projetos deve ficar entre 20 centígrados, com umidade relativa

A ISO 9241, estabelece que o ideal é manter a temperatura entre 20 no verão e 23º e 26º no inverno,

2.1.3 CONFORTO ACÚSTICO

O som é uma onda longitudinal, que só se propaga em meios materiais (sólidos, líquidos ou gases). Ao contrário do que ocorre com a luz, o som não pode se propagar no vácuo, ou seja, não é possível pe

que vibra e o nosso ouvido.

Todos os fenômenos sonoros estão relacionados às vibrações dos corpos materiais. Quando escutamos um som é porque um determinado corpo está vibrando, produzindo aquele som.

Seres humanos

o que permite saber a distância e posi

O Som é qualquer oscilação de pressão (no ar, água ou outro meio) que o ouvido humano possa detectar.

rendimento, além de 700% de aumento de chances de tomar más decisõe

calor e da umidade chega a reduzir a capacidade de trabalho das pessoas em 10% no verão, de acordo com pesquisa da revista Natural Climate Change (ZOTARELLI, 2017)

A pressão corporal tende a baixar com temperaturas abafada indivíduo, fisicamente abatido e com pouco ânimo

trabalhadores tende a ser afetado, uma fez que essas temperaturas tendem a aumentar maior propensão para discussões.

O desempenho intelectual melhora em ambientes neutros nessas condições o corpo é estimulado a produzir adrenalina, que motivação que temos para exercer qualquer atividade (ZOTARELLI, 2017)

NR17/Ergonomia (BRASIL, 1990), do Ministério do Trabalho, a temperatura do ambiente de trabalho onde são executadas atividades intelectuais como nos

órios, escritórios, sala de desenvolvimento e projetos deve ficar entre 20 centígrados, com umidade relativa não inferior a 40%.

ISO 9241, estabelece que o ideal é manter a temperatura entre 20 no inverno, com umidade relativa entre 40% e 80%.

CONFORTO ACÚSTICO

O som é uma onda longitudinal, que só se propaga em meios materiais (sólidos, líquidos ou gases). Ao contrário do que ocorre com a luz, o som não pode se propagar no vácuo, ou seja, não é possível perceber o som se não existir um meio material entre o corpo que vibra e o nosso ouvido.

Todos os fenômenos sonoros estão relacionados às vibrações dos corpos materiais. Quando escutamos um som é porque um determinado corpo está vibrando,

Seres humanos percebem sons com o sentido da audição, com seus dois ouvidos, o que permite saber a distância e posição da fonte sonora: a chamada audição

qualquer oscilação de pressão (no ar, água ou outro meio) que o ouvido Os sons são formados por vibrações cujas frequências são rendimento, além de 700% de aumento de chances de tomar más decisões. O aumento do calor e da umidade chega a reduzir a capacidade de trabalho das pessoas em 10% no verão, de

(ZOTARELLI, 2017).

abafadas nos locais de nimo. O relacionamento trabalhadores tende a ser afetado, uma fez que essas temperaturas tendem a aumentar

ou levemente frio, já stimulado a produzir adrenalina, que afeta o grau de

(ZOTARELLI, 2017).

do Ministério do Trabalho, a onde são executadas atividades intelectuais como nos órios, escritórios, sala de desenvolvimento e projetos deve ficar entre 20º e 23º graus

ISO 9241, estabelece que o ideal é manter a temperatura entre 20º e 24º graus com umidade relativa entre 40% e 80%.

O som é uma onda longitudinal, que só se propaga em meios materiais (sólidos, líquidos ou gases). Ao contrário do que ocorre com a luz, o som não pode se propagar no rceber o som se não existir um meio material entre o corpo

Todos os fenômenos sonoros estão relacionados às vibrações dos corpos materiais. Quando escutamos um som é porque um determinado corpo está vibrando,

, com seus dois ouvidos, ção da fonte sonora: a chamada audição estereofônica. qualquer oscilação de pressão (no ar, água ou outro meio) que o ouvido

(27)

harmônicas, como a música ou fala. Faixa de frequência audível pelo homem é de 20Hz a 20.000 Hz.

O Ruído é a superposição de vários movimentos de vibração com frequências e intensidades diferentes, seus componentes não são harmônicos.

Entende-se por ruído um agente contaminante de tipo físico; é um som indesejável e, desta forma, incômodo. É definido como o som ou grupo de sons de tal amplitude que pode ocasionar adoecimentos ou interferência no processo de comunicação. Quanto à diferença entre som e ruído, sabe-se que o primeiro pode ser quantificado, enquanto que o segundo é considerado um fenômeno subjetivo.

Para o Ministério da Saúde (2012), “ O termo ruído é usado para descrever sons indesejáveis. “ Normalmente são estímulos que não apresentam informações relevantes para determinadas tarefas. Quando submetidos a níveis elevados, pode causar danos:

Além da perda da audição, o ruído pode causar problemas cardiovasculares e digestivos. Níveis elevados de ruído podem provocar transtornos do sono, irritabilidade e cansaço. O ruído também diminui o nível de atenção e aumenta o tempo de reação do indivíduo frente a estímulos diversos e isso favorece o crescimento do número de erros cometidos e acidentes que repercute negativamente na qualidade e produtividade (FUNDACENTRO,

2012)

2.1.3.1 Ouvido e Conforto Acústico

Os sons são captados no ouvido externo, amplificados no ouvido médio e levados ao cérebro, que os interpreta, no ouvido interno.

Quando o som atinge o ouvido externo, as ondas sonoras percorrem o canal auditivo até chegar no tímpano. Este, por sua vez, vibra quando identifica variações de pressões mesmo muito pequenas, causadas pelas ondas sonoras.

As vibrações do tímpano avisam a dois ossos da cavidade timpânica (martelo e bigorna) que existe um som e estes, então, acionam outro osso (o estribo) que repassa essa informação ao ouvido interno. Os três ossos atuam como alavancas, aumentando cerca de vinte e duas vezes a força da vibração inicial recebida pelo tímpano. Esse estímulo ampliado é

(28)

conduzido à membrana que cobre a janela oval. Ao passarem por cada um desses obstáculos, as ondas sonoras são amplificadas e chegam a cóclea.

O ouvido interno (Figura 4) é composto por cóclea que tem um formato de caracol. A cóclea é formada por mais de 15.000 células ciliadas que vibram de acordo com o som. Essa propagação ocorre de forma fácil em virtude de um líquido existente dentro do ouvido interno, que estimula as células nervosas do nervo auditivo enviando esses sinais ao cérebro, fazendo com que tenhamos a percepção do som.

Figura 4. O Ouvido humano Fonte: Ferreira, 2012

O som é provocado pela percepção do sistema auditivo da variação da pressão atmosférica ambiente. A menor variação que o aparelho auditivo humano pode detectar é da ordem de 2 x 10-5 Pa, a qual denomina-se limiar de audibilidade. O limiar da dor, por outro lado, corresponde à variação da pressão em 60 Pa. No entanto, esta variação deve ocorrer em forma de ciclos para que seja percebida.

(29)

2.1.3.2 Defeitos da Audição

Todos perdem a audição mais cedo ou mais tarde, o que significa dizer que, perda auditiva é uma consequência natural relacionada a idade. A capacidade auditiva piora a partir dos 30 aos 40 anos e avança quando se atinge a faixa etária de 80 anos.

Uma outra causa comum de deficiência auditiva é a exposição a ruídos. Vive-se num mundo de ruídos, os quais são provocados no ambiente de trabalho, em exposições naturais, como de motor, música de rock, concertos, clubes noturnos, discotecas e som estéreo - com ou sem o uso de headphones.

A perda auditiva pode também ocorrer como resultado de enfermidade, infecção e uso de medicamentos. Pode ser hereditária ou ser resultado de um dano físico ou lesões cerebrais.

A) Perda Auditiva de Condução:

Resulta de dificuldades do som em chegar ao ouvido médio. Uma vez que o som só aí chega por via condutiva, este tipo de perda auditiva denomina-se perda condutiva. É dos dois tipos de perda auditiva a mais rara.

B) Perda Auditiva Neurosensorial:

O tipo de perda auditiva mais comum é a Neurosensorial. Este tipo de perda auditiva é normalmente chamado de perda neural, se bem que raramente a origem deste problema seja o nervo auditivo. O problema encontra-se normalmente nas células da cóclea.

C) Perda Auditiva Mista:

Trata-se da conjugação dos dois tipos de perda mencionados anteriormente.

2.1.3.3 Efeito do Ruído na Saúde do Ser Humano

O Ruído age sobre o organismo humano de várias maneiras, prejudicando não só o funcionamento do aparelho auditivo como comprometendo a atividade física, fisiológica e mental do indivíduo a ele exposto. Ruídos acima de 90 decibéis (dB) são prejudiciais aos seres humanos, ocasionando extremo desconforto, proporcionando problemas de concentração e resultando em alterações fisiológicas (Iida,2005).

(30)

Figura 5. Efeitos Fisiológicos do Ruído no Ser Humano Mello, 2016

Várias pesquisas experimentais revelaram que a exposição a níveis elevados de ruído por um curto período de tempo, pode desencadear respostas cardiovasculares semelhantes às que ocorrem no estresse agudo, com aumento da freqüência cardíaca e da pressão sangüínea, mediado pelo aumento da resistência vascular periférica. Estudos epidemiológicos vêm avaliando a associação entre exposição ocupacional a ruído e hipertensão.

Figura 6. Efeitos do Ruído Fonte: Fiepbrasil, 2011

(31)

O Ruído prejudica não só a produtividade (Figura 6), mas atua diretamente no sistema neurovegetativo nas horas de folga, no sono, afetando a saúde e bem-estar, favorecendo o surgimento de doenças.

Cada indivíduo possui uma sensibilidade diferente do outro no que se refere à audição. Isto significa que cada pessoa percebe os sons de formas diferentes. A sensibilidade pode e geralmente variar com a idade, sexo, etnia, exposições anteriores.

Tabela 2. Níveis de Ruído Nível de ruído

dB(A)

Atividade

50 A maioria considera como um ambiente silencioso, mas cerca de 25% das pessoas terão dificuldade para dormir

55 Máximo aceitável para ambientes que exigem silêncio

60 Aceitável em ambientes durante o dia

65 Limite máximo aceitável para ambientes ruidosos 70 Inadequado para trabalho em escritórios. Conversação difícil. 75 É necessário aumentar a voz para conversação

80 Conversação muito difícil

85 Limite máximo tolerável para a jornada de trabalho de 8 horas diárias

Fonte: Iida, Ergonomia: projeto e produção. 2005, p. 505 2.1.3.4 Sinais e sintomas de desconforto acústico

O ruído é responsável por uma série de alterações auditivas, e não auditivas. É uma sensação subjetiva que afeta com intensidade diferente os indivíduos,porém,mesmo que não perturbe algumas pessoas,seus órgãos auditivos e seus organismos estão sendo atingidos.

Perdas auditivas causadas pelo ruído excessivo podem ser divididas em três tipos: Trauma acústico, que é a perda auditiva de ocorrência repentina, causada pela perfuração do tímpano, acompanhada ou não da desarticulação dos ossículos do ouvido médio; Surdez temporária, também conhecida como mudança temporária do limiar de audição, ocorre após uma exposição a um ruído intenso, por um curto período de tempo e Surdez permanente, que é a exposição repetida, cotidianamente, a um ruído excessivo, que pode levar o indivíduo a uma surdez permanente. Caso esta exposição ocorra durante o trabalho, a perda auditiva recebe o nome de Surdez Profissional. A surdez profissional é o efeito mais conhecido do ruído excessivo

(32)

Os efeitos do ruído traduzem-se em tensão, tendo sido descritas alterações psíquicas, fisiológicas e até anatômicas em vários órgãos de animais e no próprio homem (COHEN, 1973 apud GAMINE ET AL, 2010).

As principais reações do organismo ao ruído encontradas nas literaturas pesquisadas foram os seguintes sistemas:

A) Circulatório

Reações no sistema circulatório ocorrem sobre os vasos sanguíneos, acontecendo redução de seu diâmetro (vasoconstrição) e sobre o coração, que pode bater mais rapidamente (taquicardia) e mais forte, o que parece ser consequência de um estímulo glandular (aumento de catecolaminas). Como reação à vasoconstrição aparece alterações na pressão arterial que representam uma ação compensatória do coração.

Indivíduos expostos a situações de ruído intenso e prolongados apresentam maior prevalência de hipertensão arterial sistêmica, bem como da frequência cardíaca e doenças cardiovasculares, além de maiores variações pressóricas (ROCHA ET AL, 2002). O organismo humano prepara-se para poder responder a um desejo ou situação de medo, frente a uma tensão, ativando suas glândulas que liberam os hormônios, aumentando a adrenalina. Trabalhadores em metalurgias barulhentas tinham uma incidência relativamente grande de alterações cardiovasculares, como bradicardia, conforme o National Institute of Ocupational Safety Health (NIOSH) (FUSCO, 1981 apud GANIME 2010).

B) Respiratório

Apesar de escassas as comprovações e pesquisas científicas, as alterações do sistema nervoso central em trabalhadores expostos ao ruído de baixa frequência (RBF, <500 Hz, incluindo infra-sons) foram observadas pela primeira vez há 25 anos, em técnicos de aeronaves. Ao mesmo tempo, foi também identificada patologia respiratória nos mesmos trabalhadores, mais tarde reproduzida em modelos animais sob exposição a ruído de baixa frequência. Atualmente, a doença vibroacústica define-se como patologia sistêmica causada por exposição excessiva a ruído de baixa frequência (FERREIRA, 2006). Em indivíduos expostos a ruído no trabalho, as queixas brônquicas aparecem nos primeiros 4 anos de atividade e, nesta fase, reduzem ou desaparecem quando de férias ou removidos do seu local de trabalho por outros motivos. Com a exposição prolongada, poderão surgir situações mais graves, como derrames pleurais, insuficiência respiratória, fibrose pulmonar e carcinomas do aparelho respiratório (BRANCO, 2007).

(33)

C) Gastrointestinal

Há redução de secreção gástrica e salivar o que causa certa diminuição da velocidade de digestão. A exposição mais prolongada pode levar a alterações da função intestinal e cardiovascular e mesmo, a lesões teciduais dos rins e do fígado. A queda de resistência a doenças infecciosas e disfunções na função reprodutora tem sido descrita na literatura (ASTETE, 1978).

D) Neurológico

Há maior incidência de irregularidades circulatórias e neurológicas entre os metalúrgicos trabalhando em locais ruidosos, quando comparados com outros grupos que trabalham em locais menos ruidosos (FUSCO, 1981 apud GAMINE 2010).

E) Psíquico

Há queixas de irritabilidade, fadiga e mal - ajustamento incluindo também, conflitos sociais entre os trabalhadores expostos ao ruído (COHEN, 1973). Evidências reais de alterações psíquicas causadas pelo barulho ainda carecem de estudos mais detalhados e prolongados.

Há alterações no estado de ânimo, modéstia e afetividade, dado que o trabalhador deverá aumentar seu nível de concentração, aumentando a fadiga (DEL CARLO, 1976).

F)Comunicação

A comunicação é uma das principais ferramentas para se ter êxito na realização do trabalho em variados locais, a eficácia de uma boa comunicação está intimamente ligada ao sucesso na execução do trabalho. Dentre as variadas formas de comunicação encontramos a oral, a qual tem sido uma das mais afetadas com a exposição excessiva ao ruído.

Um dos efeitos do ruído é a sua influência sobre a comunicação oral. O barulho intenso provoca o mascaramento da voz. Este tipo de interferência atrapalha a execução ou o entendimento de ordens verbais, a emissão de aviso de alerta ou perigo (COUTO, 1995).

Paralelamente, o ruído pode diminuir a eficiência das comunicações pela conversação, telefone, rádio, etc. Sabe-se também que o número de acidentes na indústria aumenta com nível de ruído, justamente pela diminuição da eficiência nas comunicações (DEL CARLO, 1976).

(34)

O ruído passa a ser prejudicial a saúde quando ultrapassa o nível de 85dB em uma jornada de trabalho continua de 8 horas diárias (NR 15). Além de tempo de exposição, há também uma correlação entre tempo de exposição e intensidade do ruído, isto é, um somatório destes dois fatores, pois os trabalhadores ficam expostos a sons intensos diários por vários anos.

2.1.3.5 Conforto Acústico em ambientes de Trabalho

Estímulos sonoros, positivos ou negativos, fazem parte das condições de trabalho e podem ser determinantes da fadiga. Primeiramente, a saúde dos trabalhadores pode ser afetada quando são expostos de maneira excessiva ao ruído, o que favorece um quadro de cefaléia, sensação de ouvido cheio, fadiga e tontura. A continuidade dessa exposição pode desencadear uma perda auditiva irreversível, assim como, influenciar negativamente a vida social das pessoas. Além das consequências relacionadas à saúde, o ruído pode interferir na segurança dos trabalhadores, sendo necessário protegê-los contra o ruído que os atrapalha ou impede as suas ações.

Imagine-se diante de uma tarefa de trabalho. Você sabe o que tem que ser feito e como fazer, mas algo não vai bem e você não sabe exatamente o que é. Essa dificuldade de concentração e execução pode ter origem em níveis de ruídos inadequados no seu ambiente. Uma conversa exaltada entre colegas ou mesmo um celular em alto volume podem representar uma barreira para uma concentração plena.

Os trabalhadores apresentam diferenças individuais em relação à tolerância aos ruídos. Embora a exposição a ruídos de até 85 dB durante 8 horas por dia não cause danos à saúde dos trabalhadores, a exposição acima de 65 dB dificulta a conversação e a concentração, podendo provocar aumento dos erros e redução do desempenho. Além do nível de intensidade sonora, a qualidade do ruído também influencia o desempenho.

Ruídos intermitentes ou agudos podem ser mais irritantes; ruídos significativos, como conversas sobre o trabalho, exercem mais força de distração. Por isso alguns trabalhadores usam fones de ouvido e escutam música durante toda a jornada de trabalho, mascarando ruídos e falas com outros sons, mas que podem causar danos devido a sua intensidade.

Escritórios panorâmicos podem ser mais conviviais e facilitar conversas, mas causam perturbações pela inexistência de barreiras físicas. Soluções intermediárias, entre espaços abertos e salas individuais, podem ser mais adequadas, subdividindo o espaço com

(35)

paredes de vidro (que permitem contato visual) e agrupando pessoas com atividades interdependentes em salas menores. Atividades que requerem interação frequente com outras pessoas, por telefone ou presencialmente, são incompatíveis com atividades que exigem forte concentração.

As tarefas que exigem muita atenção, concentração ou velocidade e precisão de movimentos sofrem prejuízos quando o trabalhador é exposto a ruídos intensos e podem piorar após duas horas de exposição. O ruído causa aborrecimentos quando promove a interrupção forçada da tarefa e pode prejudicar a memória de curta duração. Além disso, também prejudica as tarefas que exigem muitas informações verbais porque os trabalhadores precisam falar mais alto que o ruído e nem sempre são compreendidos. Conflitos entre colegas podem se originar dessas perturbações provenientes do ruído. Os efeitos do ruído podem afetar mesmo a vida pessoal e familiar, tornando os trabalhadores pouco tolerantes a ruídos do ambiente doméstico, como choro dos filhos.

No entanto, ressalta-se que os ambientes de escritórios, como é o caso das repartições públicas, não possuem, via de regra, ruídos que excedam os níveis indicados pelas normas de saúde e segurança do trabalho. Assim, a maioria dos ruídos encontrados no dia a dia dizem respeito aos produzidos pelas pessoas nas interações próprias dos ambientes de trabalho, e seus níveis, conforme o recomendado por Kromer e Grandjean (2005) devem estar entre 40 e 45 dB (Tabela 3).

Tabela 3. Níveis de ruído usuais em escritórios

Tipo de Escritório Níve de Ruído LeqemdB(A)

Escritórios pequenos muitos silenciosos 40-45

Escritórios grandes, silenciosos 46-52

Escritórios grandes, barulhentos 53-60

Fonte: Kromer, K. H. E. e Grandjean, E., 2005

2.1.3.6 Legislações

Em relação ao ruído ocupacional a NR 15/Atividades e Operações Insalubres, apresenta um limite de Tolerância (Tabela 4), que pode ser definido como: LT: intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente que não causará dano à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.

(36)

Tabela 4. Níveis de Tolerância em função do tipo de Ruído Limite de Tolerância LT

Ruído Contínuo ou Intermitente 85,0 dB(A) para uma jornada de trabalho de 8 horas

Ruído Impacto 130 dB (linear) ou 120 dB(C) Fonte: NR 15, Anexo1, Anexo 2

Obs.: O ruído de impacto superiores a 140 dB(linear) ou superiores a 130 dB(C), oferecerão risco grave e iminente.

A NR 17/Ergonomia Conforto acústico - Ergonomia aponta em seu item 17.5.2 que nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, condições de conforto:

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; (117.023-6 / I2)

b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três graus centígrados); (117.024-4 / I2)

c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; (117.025-2 / I2)

d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. (117.026-0 / I2)

O item 17.5.2.1. define que para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.

A NBR 10152 (NB-95) - Níveis de ruído para conforto acústico, fixa os limites de ruído para cada finalidade do ambiente e é feita de duas formas: pelo nível de ruído encontrado em medição normal (em dB(A)), ou com o uso das curvas NC ou NCB (Tabela 5).

Tabela 5. Níveis de ruído para conforto acústico em ambientes

Locais dB(a) NC

Escritórios 30-40 25-35

Sala de reunião 35-45 30-40

Sala de gerência, salas de projetos e de administração

(37)

Sala de computadores 50-60 45-55

Salas de mecanografia 50-60 45-55

Notas:

a) O valor inferior da faixa representa o nível sonoro para conforto, enquanto que o valor superior significa o nível sonoro aceitável para a finalidade.

b) Níveis superiores aos estabelecidos nesta Tabela são considerados de desconforto, sem necessariamente implicar risco de danos à saúde (ver Nota a do Capítulo 1).

Fonte: NBR 10152 (NB-95) - Níveis de ruído para conforto acústico

A Norma de Higiene Ocupacional da Fundacentro (NHO 01, 2001) tem o objetivo de estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao ruído, que implique risco potencial de surdez ocupacional. Aplica-se à exposição ocupacional a ruído contínuo ou intermitente e a ruído de impacto, contudo não está voltada para a caracterização das condições de conforto acústico.

2.2 PERCEPÇÃO AMBIENTAL (PISCOLOGIA AMBIENTAL)

Para uma boa compreensão das inter-relações entre o trabalhador e o ambiente, o estudo da percepção e dos processos cognitivos se torna imprescindível.

A Psicologia Ambiental, segundo Gifford (1987:2), é o “estudo das transações entre indivíduos e seus ambientes físicos” apud Elali (2002). Okamoto (2002), defende o pensamento de McFarling, onde explica “para fins de definição, considera a Psicologia Ambiental como uma disciplina que trata das relações entre o comportamento humano e o ambiente físico do homem. (MCFARLING; HEIMSTRA, 1978 apud OKAMOTO, 2002). Na sua visão, a relação entre homem e espaço, no contexto do meio ambiente, tem sido objeto de questionamento para a formação do comportamento, uma vez que o homem é constituído de dois universos: um exterior, em constante processo de adaptação ao meio, e outro interior que se exterioriza em ações como resposta à interpretação da realidade que o cerca.

Assim, segundo Okamoto (2002), o comportamento é conduzido por uma resposta à percepção do ambiente através dos estímulos provocados pelo mesmo. O processo ocorre da seguinte forma: “Temos a sensação do ambiente pelos estímulos desse meio, sem se ter consciência disso. Pela mente seletiva, diante do bombardeio de estímulos, são selecionados os aspectos de interesse ou que tenham chamado a atenção, e só aí é que ocorre a percepção

(38)

(imagem) e a consciência (pensamento, sentimento), resultando em uma resposta que conduz a um comportamento.” (OKAMOTO, 2002).

VICENTE DEL RIO (2002) defende que a Psicologia Ambiental trata do “estudo das implicações psicológicas e psicossociais das inter-relações entre o homem e o meio ambiente”. Nesse sentido, os três principais campos de estudo abordados pela psicologia ambiental investigam etapas importantes e distintas, representando fases (ou momentos) do processo de interação entre o homem e o seu ambiente: a percepção, a cognição e o comportamento. (VICENTE DEL RIO, 2002,).

Bins Ely (2003) explica que “a percepção é o ponto de partida de toda atividade humana. É a percepção, que nos fornece toda informação necessária para nossa orientação em um ambiente específico. Recebemos informações do meio ambiente ou das demais pessoas através de nossos sistemas de percepção: audição, visão, paladar/olfato, háptico e equilíbrio.

2.2.1 Constelação de Atributos

Villarouco (2008) afirma que não se pode conceber o estudo do ambiente construído sem a busca do entendimento da percepção do usuário acerca deste espaço, pois é ele que de fato sofre os impactos das sensações que o ambiente pode transmitir.

Sob a ótica de Elali (1997) o edifício deixa de ser encarado apenas a partir das suas características físicas (construtivas) e passa a ser avaliado/discutido enquanto espaço “vivencial”, sujeito à ocupação, leitura, reinterpretação e/ou modificação pelos usuários.

A Constelação de atributos consiste numa ferramenta qualitativa derivada da entrevista, caracterizando-se por possuir apenas uma pergunta. Nessa pergunta, uma amostra previamente selecionada, irá descrever as imagens ou ideias que lhe vêm a mente sobre um determinado objeto de estudo.

Foi idealizada por Moles, em 1968 e posteriormente desenvolvida por Ekambi-Schmidtem 1974, trazendo a luz da percepção espacial uma ferramenta que auxilia os profissionais ligados à área de projeto de espaços construídos, pois busca pelo conhecimento da consciência psicológica dos usuários em relação ao espaço (SILVA, 2003).Busca identificar a percepção que os usuários têm em relação aos espaços, através da obtenção das imagens que o usuário tem frente a um determinado ambiente.

Permite ainda, conforme afirma Ekambi-Schmidt (1974), uma separação da imagem estereotipada de um espaço, de sua imagem subjetiva. As variáveis obtidas nessa

(39)

etapa distinguirão o que é objetivo do que é subjetivo na percepção dos usuários de um determinado espaço. Isso é conseguido através do chamado método dos atributos induzidos.

É uma técnica experimental que, segundo Ekambi-Schmidt (1974), permite uma representação gráfica perfeitamente legível para uma grande variável de respostas, agrupando assintética e ordenadamente. A Figura 8 exemplifica um modelo de representação da Constelação de Atributos.

Figura 7. Modelo de um gráfico da Constelação de Atributos Fonte: Silva, 2003

De acordo com Ekambi-Schmidt (1974), são feitos questionamentos aos usuários,obtendo-se respostas onde são analisadas as associações referentes a um objeto de estudo, de acordo com sua intensidade, frequência e imediatismo de relação. Assim, uma cadeia de atributos é estruturada, permitindo evidenciar quais são os que têm uma maior relevância com

a questão estudada.

Para se montar o gráfico da constelação de atributos, deve-se primeiramente elaborar um questionário com apenas uma pergunta do tipo: quais são as imagens ou ideias que lhe vem à cabeça quando você pensa em... (determinado objeto). As respostas são abertas e são permitidas quantas o usuário desejar. O objetivo é identificar e enumerar os atributos ligados a percepção do ambiente pelo usuário (Ekambi-Schmidt, 1974).

(40)

As respostas obtidas são então classificadas, podendo ser agrupadas por categorias de acordo com seus significados e afinidades (SILVA, 2003). Palavras com significados parecidos são mescladas em um único qualificativo.

Classificam-se as variáveis de acordo com sua frequência de aparição nas respostas.

As “distâncias psicológicas”, conforme define Ekambi-Schmidt (1974), são calculadas a partir do número de aparições de determinado atributo.

Em primeiro lugar determina-se a probabilidade relativa da associação de um atributo ao objeto através da seguinte fórmula (SILVA, 2003):

Pi = ni x 100 N

Onde:

Pi = Probabilidade de associação do atributo i. ni = nº de aparições do atributo i

N = nº total de respostas

Em seguida, aplicamos esse resultado à função logarítmica: D = 1

logPi Onde:

D = Distância psicológica do atributo, em centímetros. Pi = Probabilidade de associação do atributo i.

Com esses dados é possível traçarmos o gráfico, que tem como centro o objeto de estudo por onde são feitas conexões com atributos obtidos através dos questionários com a população. Quanto mais próximas as conexões, maior é a relação desses com o objeto. Quanto mais longas forem as conexões, menor a relação desse atributo na contribuição da percepção do objeto (SILVA, 2003).

Referências

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