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Influência das desuniformidades do pneumático no conforto vibracional de um veículo

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Academic year: 2021

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Tha´ıs Barbosa dos Santos

Influˆ

encia das Desuniformidades do

Pneum´

atico no Conforto Vibracional de um

Ve´ıculo

Disserta¸c˜ao de Mestrado apresentada `a Comiss˜ao de P´os-Gradua¸c˜ao da Fac-uldade de Engenharia Mecˆanica como requisito para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Engenharia Mecˆanica.

´

Area de concentra¸c˜ao: Mecˆanica dos S´olidos e Projeto Mecˆanico

Orientador: Prof. Dr. Jos´e Roberto de Fran¸ca Arruda

Campinas 2010

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(5)

Agradecimentos

Este trabalho n˜ao poderia ser conclu´ıdo sem a ajuda de diversas pessoas `as quais presto minha homenagem:

• `A minha fam´ılia, respons´avel por proporcionar minha estrutura pessoal: Concei¸c˜ao, Ademir e Danilo;

• Ao meu namorado Felipe, pelo carinho, pelo apoio e pela parceria constantes;

• Ao professor Jos´e Roberto de Fran¸ca Arruda, pelo exemplo de ser humano e pela dedica¸c˜ao a este trabalho;

• Ao amigo Adriano Fabro, pela colabora¸c˜ao no trabalho, principalmente na ´area de Incertezas;

• Aos demais professores e funcion´arios do Departamento de Mecˆanica Computacional da Unicamp, pessoas que se dedicam individualmente a cada aluno, criando um ambiente agrad´avel de trabalho;

• Ao Dr. Argemiro Costa e ao Engo. Daniel Pugliese, pela constante contribui¸c˜ao a este trabalho;

• `A minha amiga Ana Paula Otrenti, pela revis˜ao do texto;

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O que chamamos de inspira¸c˜ao ´e a capacidade de reter e ampliar, com um toque

pr´oprio e ´unico, um flash ou insight, uma coisinha de nada que atravessa o nosso

pensamento e pode fugir. Por´em, boa parte dessa inspira¸c˜ao ´e fruto da nossa

capacidade de concentra¸c˜ao, de disciplina, de esfor¸co mental e at´e de teimosia.

Precisamos n˜ao de um dia bonito de c´eu azul, mas de uma boa dose de paciˆencia

para produzir alguma coisa interessante, para organizar racioc´ınios, transformar barro em tijolos e tijolos em casas.

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Resumo

O presente trabalho consiste no estudo estoc´astico da influˆencia da variabilidade do pneum´atico no conforto vibracional dos ocupantes do ve´ıculo. Elementos de viga curva Euler-Bernoulli formam um anel que representa o pneu. Este ´e sujeito a uma for¸ca girante na dire¸c˜ao ra-dial e sua resposta ´e calculada atrav´es do M´etodo do Elemento Espectral. Tal for¸ca girante ´e modelada como um pulso triangular fora de fase aplicada nos diferentes n´os do anel. A press˜ao interna, os efeitos inerciais e o efeito da rigidez da parede lateral em duas dire¸c˜oes s˜ao considerados na modelagem. A componente radial da for¸ca resultante no eixo do pneum´atico ´e analisada como crit´erio de conforto. Ela resulta da atua¸c˜ao do pneu na absor¸c˜ao das im-perfei¸c˜oes do solo, ou seja, ´e uma medida do desempenho do pneum´atico. Os valores obtidos atrav´es da simula¸c˜ao s˜ao comparados com dados experimentais fornecidos pela Pirelli Pneus Ltda. Partindo desse modelo validado, uma metodologia de aplica¸c˜ao da teoria estoc´astica para analisar a variabilidade de pneum´aticos ´e desenvolvida e desuniformidades como emen-das s˜ao inseriemen-das no modelo como informa¸c˜oes de car´ater aleat´orio. O M´etodo de Monte Carlo ´e utilizado como solver.

Palavras Chave: Pneum´atico, Conforto Vibracional, Desuniformidade, An´alise

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Abstract

The present work consists in a stochastic study of the influence of the pneumatic variability on the vehicle passengers vibrational comfort. Euler-Bernoulli curved beam elements con-stitute a ring which represents a pneumatic tire. It is subjected to a rotating radial force and its response is calculated through Spectral Elements Method. The internal pressure, the inertial effects and the side-wall stiffness in two directions effect are considered in the model. The radial component of the resultant hub force is analysed as the comfort criterion. It is the tire performance result on the soil impecfections absorbation. The obtained numerical data are compared with experimental data provided by Pirelli Pneus Ltda. Starting from this validated model, a methodology for the stochastic theory application in order to represent the tire variability is developed. Imperfections like amendments are introduced in the model as informatons with an aleatory character. The Monte Carlo Method is used as solver.

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Sum´

ario

Resumo vi Abstract vii 1 Introdu¸c˜ao 1 1.1 Objetivos . . . 6 2 O Pneum´atico 7 2.1 Estrutura do Pneum´atico . . . 7 2.2 Conceitos F´ısicos . . . 10

2.3 Modelos de Pneum´aticos Existentes . . . 11

3 Modelo n˜ao Girante de Pneum´atico 15 3.1 Valida¸c˜ao do Modelo SEM N˜ao Girante . . . 22

4 Modelo Dinˆamico de Pneum´atico 26 4.1 Pulso Triangular . . . 26

4.2 Solu¸c˜ao Anal´ıtica por Superposi¸c˜ao Modal . . . 28

4.3 Valida¸c˜ao do Modelo SEM Dinˆamico . . . 31

5 Modelo Estoc´astico de Pneum´atico 33 5.1 Determina¸c˜ao dos dados de entrada do modelo . . . 33

5.2 An´alise da sensibilidade do modelo . . . 35

5.3 Modelagem estoc´astica das desuniformidades . . . 37

5.4 Ajustes de distribui¸c˜oes de probabilidade . . . 40

(10)

6 Coment´arios e Conclus˜oes 51 6.1 Sugest˜oes para a continua¸c˜ao do trabalho . . . 53

(11)

Lista de Figuras

1.1 M´aquina utilizada para medir a for¸ca que o pneu transmite para o ve´ıculo (LSU) 2 1.2 Componentes da for¸ca resultante no eixo do pneum´atico . . . 3 1.3 Variabilidade da componente radial da for¸ca resultante no eixo de quatro pneus

com imperfei¸c˜oes propositais . . . 5 2.1 Componentes do pneu dispostos ao longo de se¸c˜ao transversal . . . 8 2.2 Angulo de escorregamento, for¸cas e momentos gerados no movimento de rola-ˆ

mento do pneu . . . 10 2.3 Esquema do modelo de pneu FTire . . . 12 2.4 Esquema no Modelo de Pneu Dillinger . . . 13 3.1 Diagrama de corpo livre de uma se¸c˜ao de um anel sujeito a press˜ao interna . . 15 3.2 Anel circular com molas radiais e tangenciais . . . 23 3.3 Compara¸c˜ao entre valores de frequˆencias naturais obtidas atrav´es dos modelos

SEM, ABAQUS e anal´ıtico (Blevins, 2001) . . . 24 4.1 Fun¸c˜ao pulso triangular . . . 27 4.2 Modos de vibrar do modelo de pneum´atico SEM: modo 2 (20,5Hz) superior

es-querdo, modo 3 (57,9Hz) superior direito, modo 4 (111,0Hz) inferior esquerdo e modo 5 (179,5Hz) inferior direito . . . 32 5.1 Frequˆencias naturais radiais e tangenciais do modelo SEM uniforme . . . 35 5.2 Visualiza¸c˜ao da for¸ca resultante utilizada na an´alise da sensibilidade do modelo 36 5.3 Sensibilidade da componente θ da for¸ca resultante no eixo a 1km/h e a 80km/h

aos parˆametros ρ, E, kr e kt . . . 37

5.4 Resposta temporal do Modelo 1 determin´ıstico . . . 38 5.5 Ilustra¸c˜ao dos crit´erios de qualidade analisados: F Hpp e CSpp . . . 39 5.6 An´alise de convergˆencia do Modelo 1 para (a) Caso 1, (b) Caso 2 e (c) Caso 3 41

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5.7 Histograma e PDFs ajustadas para os dados experimentais de F Hpp. 42 5.8 Histograma e PDFs ajustadas para os dados num´ericos de F Hpp do Modelo

1, Caso 1. . . 42 5.9 Histograma e PDFs ajustadas para os dados num´ericos de F Hpp do Modelo

1, Caso 2. . . 42 5.10 Histograma e PDFs ajustadas para os dados num´ericos de F Hpp do Modelo

1, Caso 3. . . 42 5.11 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados experimentais de CSpp. 43 5.12 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados num´ericos de CSpp do Modelo

1, Caso 1 . . . 43 5.13 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados num´ericos de CSpp do Modelo

1, Caso 2 . . . 44 5.14 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados num´ericos de CSpp do Modelo

1, Caso 3. . . 44 5.15 Amostra de resposta temporal do Modelo 2 com covρ= 1%, covk= 1% . . . . 45

5.16 An´alise de convergˆencia do Modelo 2 para (a) Caso 1, (b) Caso 2 e (c) Caso 3 45 5.17 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados experimentais de F Hpp. 46 5.18 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados num´ericos de F Hpp do Modelo

2, caso 1. . . 46 5.19 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados num´ericos de F Hpp do Modelo

2, Caso 2. . . 46 5.20 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados num´ericos de F Hpp do Modelo

2, Caso 3. . . 46 5.21 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados experimentais de CSpp. 47 5.22 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados num´ericos de CSpp do Modelo

2, Caso 1. . . 47 5.23 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados num´ericos de CSpp do Modelo

2, Caso 2. . . 48 5.24 Histograma e PDF’s ajustadas para os dados num´ericos de CSpp do Modelo

2, Caso 3. . . 48 5.25 An´alise de confiabilidade considerando o crit´erio do pico a pico do primeiro

harmˆonico. Dado experimental (azul s´olido), com varkr = varρ = 1%

(trace-jado em magenta), varkr = 2% e varρ = 1%(tracejado ponto em preto) e

(13)

5.26 An´alise de confiabilidade considerando o crit´erio do pico a pico do sinal com-posto. Dado experimental (azul s´olido), com varkr = varρ = 1% (tracejado em

magenta), varkr = 2% e varρ= 1%(tracejado ponto em preto) e varkr = 1% e

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Lista de Tabelas

3.1 Valores das propriedades do o modelo dinˆamico de pneu liso 295/80 R22.5 . . 24 5.1 Valores das propriedades do modelo dinˆamico SEM de pneu P7 205/55R16 . . 35 5.2 Valores da fun¸c˜ao Log-Likelihood obtidos para as estima¸c˜oes de F Hpp para o

Modelo1. . . 43 5.3 Valores da fun¸c˜ao Log-Likelihood obtidos para as estima¸c˜oes de CSpp do

Mod-elo 1. . . 44 5.4 Valores da fun¸c˜ao Log-Likelihood obtidos para as estima¸c˜oes de F Hpp para o

Modelo 2. . . 47 5.5 Valores da fun¸c˜ao Log-Likelihood obtidos para as estima¸c˜oes de CSpp do

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Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

Ao longo dos anos, fabricantes de autom´oveis desenvolveram acess´orios de forma a garantir o conforto dos ocupantes do ve´ıculo. Devido a isso, clientes daqueles est˜ao mais suscet´ıveis ao ru´ıdo e `a vibra¸c˜ao internos, provenientes de componentes como: o trem de dire¸c˜ao, o motor, os pneus, a suspens˜ao das rodas, o sistema de escapamento, entre outros.

Sabe-se que no Brasil, em geral, muitas rodovias n˜ao se encontram em boas condi¸c˜oes. Devido a isso, montadoras de ve´ıculos de passeio e de ve´ıculos de transporte de carga buscam um satisfat´orio sistema de atenua¸c˜ao das vibra¸c˜oes transmitidas ao condutor, aos passageiros e `a carga.

O pneum´atico faz parte do sistema composto pela suspens˜ao (molas, amortecedores, etc.) e pelo pavimento. Suas duas principais fun¸c˜oes s˜ao: garantir a seguran¸ca dos ocu-pantes do ve´ıculo, assegurando dirigibilidade ao ve´ıculo; e proporcionar o conforto vibracional, suavizando as irregularidades do solo. Esta segunda fun¸c˜ao pode ser prejudicada quando o pneu atinge uma frequˆencia natural, pois a amplitude de vibra¸c˜ao dele aumentar´a. Esta situa¸c˜ao poder´a ser agravada caso algum outro componente do ve´ıculo vibrar na mesma fre-quˆencia, causando assim uma ressonˆancia do conjunto da suspens˜ao. Essas vibra¸c˜oes afetam o conjunto e o dos pneus.

O pneu ´e uma estrutura complexa, composto de diferentes mat´erias-primas como aproxi-madamente 12 tipos de borracha, negro de fumo, fios met´alicos e fios tˆexteis. Tais compostos formam subprodutos, que antes de serem depositados radialmente em um cilindro, o qual serve de base para a montagem do pneu, s˜ao agrupados, a fim de que n˜ao haja necessidade de excessivas emendas. Um pneu de ve´ıculo de passeio possui, em m´edia, 7 emendas; dentre elas h´a a emenda da banda de rodagem, a qual ´e respons´avel por afetar com mais intensidade o comportamento do pneum´atico.

(16)

Al´em das emendas, existem outras imperfei¸c˜oes no pneu, provenientes do processo de produ¸c˜ao ou de varia¸c˜oes nas propriedades da mat´eria-prima. Elas s˜ao chamadas de desuni-formidades e s˜ao inevit´aveis, pois nenhum pneum´atico ´e completamente homogˆeneo, ou per-feito, em rela¸c˜ao a sua massa, a sua rigidez e a sua geometria.

As montadoras de autom´oveis estabelecem limites de qualidade para os pneus con-siderando tais desuniformidades. Para atender a estes clientes, as ind´ustrias de pneum´aticos devem medir as for¸cas no eixo geradas pelo produto em movimento. Tal medi¸c˜ao ´e comu-mente feita entre 9 e 15km/h numa m´aquina chamada Low Speed Uniformity Machine (LSU), mostrada na Fig. (1.1) (MicroPoise, 2009). Ela aproxima uma roda estrada ao pneu, aplica uma pr´e-carga a ele, ou seja, imp˜oe deslocamento, faz o pneu rolar e mede a for¸ca gerada pela estrutura na pr´opria roda estrada.

Figura 1.1: M´aquina utilizada para medir a for¸ca que o pneu transmite para o ve´ıculo (LSU)

Uma preocupa¸c˜ao dos engenheiros em rela¸c˜ao a esse crit´erio de qualidade ´e: o pneum´atico ´e um produto n˜ao linear, portanto, seu comportamento em altas velocidades n˜ao ´e facilmente relacionado ao seu comportamento em baixas velocidades, ou seja, ´e poss´ıvel um pneu estar dentro do limite a 15km/h, entretanto, ao atingir 80km/h, seu comportamento n˜ao estar mais dentro do padr˜ao exigido. Contudo, n˜ao ´e vi´avel investir em m´aquinas de alta velocidade atualmente, pois o tempo de setup delas ´e muito alto, prejudicando o tempo de produ¸c˜ao. Os modelos num´ericos s˜ao uma poss´ıvel solu¸c˜ao para este problema.

Os crit´erios de conforto comumente utilizados pelas produtoras de pneum´aticos s˜ao a amplitude do pico a pico da componente radial da for¸ca resultante no eixo do pneu (sinal

(17)

composto) e a amplitude do pico a pico do primeiro harmˆonico da componente radial da for¸ca resultante no eixo, quando em movimento. Estudos como os de Dorfi (2005) e Schuring (1989) mostram que tal componente possui amplitude aproximadamente constante mesmo com a varia¸c˜ao da velocidade do pneu. Portanto, atrav´es a for¸ca radial, ´e poss´ıvel prever o comportamento do pneu a altas velocidades, mesmo sendo ela medida a baixas velocidades. Ela ´e tamb´em de extrema importˆancia para o conforto vibracional dos ocupantes do ve´ıculo, uma das principais preocupa¸c˜oes das montadoras. A Fig. (1.2), (AbsoluteAstronomy, 2010) ilustra as componentes da for¸ca resultante no eixo do pneum´atico (Dorfi, 2005).

Figura 1.2: Componentes da for¸ca resultante no eixo do pneum´atico

As desuniformidades, a complexidade e o comportamento n˜ao linear do pneum´atico tornam-no um interessante assunto de estudo. Existem diversos tipos de modelagem de pneus cujo objetivo ´e o de atender a essa necessidade das ind´ustrias. Al´em disso, existem alguns modelos espec´ıficos para cada tipo de an´alise e que s˜ao bastante divulgados na literatura tais como:

• o MF-Tire (Pacejka, 2005) utilizado para a an´alise de dirigibilidade, principalmente; • o Ftire (Gipser, 2008) apropriado para o estudo de conforto;

o brush model (Pacejka, 2005) que tem como foco o atrito e o escorregamento com o solo.

Teorias como o M´etodo dos Elementos Finitos (FEM) (Zienkiewicz et al., 2005), o M´etodo dos Elementos Espectrais (SEM) (Delamotte et al., 2008), (Ahmida and Arruda,

(18)

1997), al´em de Dinˆamica Multicorpos (Shabana, 2004), tamb´em s˜ao utilizadas para a obten¸c˜ao de equa¸c˜oes matem´aticas as quais descrevem o comportamento dinˆamico do pneu em contato com o solo, com a atua¸c˜ao ou n˜ao da press˜ao interna, com for¸cas pontuais ou distribu´ıdas, entre outras varia¸c˜oes.

Com um modelo matem´atico podese apenas aproximar a resposta do sistema real -esse ´e um dos grandes desafios do engenheiro. Na maioria dos casos, os modelos s˜ao criados e preparados para a inser¸c˜ao de dados experimentais. Ap´os a inser¸c˜ao de dados obtidos de experimentos (do sistema em estudo ou de sistemas similares ou componentes destes) ´e que a an´alise pode ser realizada. Novos dados s˜ao ent˜ao gerados e posteriormente, comparados com os reais, realimentando o processo de an´alise j´a que um produto ´e capaz de ajudar a validar as simula¸c˜oes de novas vers˜oes do mesmo produto ou at´e de outros.

A Teoria de Incertezas (Soize, 2005) est´a em destaque atualmente devido a dois prin-cipais motivos: a abrangˆencia em sua aplica¸c˜ao e a alta representatividade da realidade de estruturas e de processos que ela ´e capaz de proporcionar.

Assim como citado anteriormente, quaisquer processos de fabrica¸c˜ao ou at´e mesmo presta¸c˜oes de servi¸cos possuem varia¸c˜oes ocasionadas por mat´eria-prima, a¸c˜ao do homem, condi¸c˜oes ambientais, velocidade do processo, dentre outras causas. A Fig. (1.3) ilustra a variabilidade da curva da componente radial da for¸ca resultante no eixo de quatro pneus com imperfei¸c˜oes iguais e propositais. No eixo das abscissas, observa-se os 128 pontos ao longo da se¸c˜ao radial do pneu nos quais a medida ´e realizada.

Por outro lado, a evolu¸c˜ao da tecnologia oferece alta qualidade de projetos e os con-sumidores desejam perfei¸c˜ao em produtos e servi¸cos, ou seja, exigem limites de qualidade bastante estreitos. Portanto, quaisquer varia¸c˜oes no processo de fabrica¸c˜ao de um produto s˜ao pontos de aten¸c˜ao de ind´ustrias, pois um produto com maior homogeneidade em suas caracter´ısticas tende a ser mais valorizado no mercado.

´

E incomum ind´ustrias possu´ırem informa¸c˜oes qualitativas ou quantitativas sobre a vari-abilidade em seu processo produtivo, o que torna a abordagem estoc´astica de tal processo ainda mais importante. Para estes diferentes casos, aqueles com mais informa¸c˜oes e aque-les com uma base bastante pobre sobre as incertezas da produ¸c˜ao, existem teorias capazes de obter respostas representativas da an´alise dos produtos, como o Princ´ıpio da M´axima Entropia (Kapur and Kesavan, 1992). Em seguida, um outro desafio ´e compreender os re-sultados e decidir quais as atitudes a serem tomadas em rela¸c˜ao `a linha de produ¸c˜ao a fim de minimizar a variabilidade do produto. Ainda, os dados finais podem auxiliar na detec¸c˜ao das variabilidades com maior impacto negativo no produto final.

(19)

desen-0 20 40 60 80 100 120 140 Pontos

Força Radial (kgf)

Figura 1.3: Variabilidade da componente radial da for¸ca resultante no eixo de quatro pneus com imperfei¸c˜oes propositais

volvido anteriormente. Se ele n˜ao representa a estrutura a ser estudada satisfatoriamente, obviamente a Teoria de Incertezas (Soize, 2005), (Papoulis, 1991), (Soize, 2004) n˜ao prover´a resultados significativos. Portanto, enfatizam-se aqui as trˆes principais etapas de um estudo compreendendo variabilidades: desenvolvimento de um modelo determin´ıstico representa-tivo, modelagem de incertezas, solu¸c˜ao do problema. A modelagem de incertezas consiste em selecionar as variabilidades a serem representadas, em seguida reunir a maior quanti-dade de informa¸c˜oes sobre elas a fim de quantific´a-las e, por fim, implement´a-las no modelo determin´ıstico.

Os softwares comerciais existentes atualmente permitem o desenvolvimento de modelos bastante complexos para estruturas como o pneu. Os usu´arios rotineiros desses softwares muitas vezes n˜ao tˆem consciˆencia da complexidade matem´atica e da quantidade de c´alculos efetuados pelo programa, para que se possa obter a solu¸c˜ao desejada. Ao adicionar vari´aveis aleat´orias no problema (Haldar and Mahadevan, 2000), que representam as variabilidades da estrutura, `as an´alises complexas a solu¸c˜ao se torna ainda mais custosa. Portanto, existem m´etodos espec´ıficos para a solu¸c˜ao de problemas contendo vari´aveis aleat´orias sendo um dos mais conhecidos e intuitivos o M´etodo de Monte Carlo (Soize, 2005).

A combina¸c˜ao de pneum´aticos automotivos e variabilidades ´e bastante instigante e promissora. Na presente disserta¸c˜ao, deseja-se verificar a influˆencia das desuniformidades do pneum´atico no conforto vibracional dos ocupantes do ve´ıculo tendo como ferramenta a Teo-ria de Incertezas (Soize, 2005) desenvolvendo-se, assim, uma metodologia de abordagem da variabilidade do pneu atrav´es da abordagem estoc´astica. Tal metodologia pode ser aplicada em modelos de pneu mais complexos a fim de se obter resultados ainda mais representativos.

(20)

1.1

Objetivos

Este trabalho tem como objetivos espec´ıficos:

• Desenvolver modelos simples de pneus levando em considera¸c˜ao as desuniformidades e avaliar seus efeitos na for¸ca transmitida ao ve´ıculo;

• Estudar m´etodos de simula¸c˜ao probabil´ıstica (estoc´astica) para o estudo das n˜ao-uniformidades em modelos dinˆamicos de pneum´aticos;

• Desenvolver uma metodologia de abordagem da variabilidade do pneum´atico atrav´es da Teoria de Incertezas.

(21)

Cap´ıtulo 2

O Pneum´

atico

Como mencionado anteriormente, pneus s˜ao estruturas complexas. Consequentemente, a compreens˜ao do comportamento de tal estrutura em suas diversas condi¸c˜oes de trabalho exige um denso embasamento te´orico. A fim de se obter uma base m´ınima sobre tal conte´udo, inicialmente tratou-se do pneu est´atico: composi¸c˜ao, estrutura e fenˆomenos f´ısicos envolvidos em seu comportamento.

2.1

Estrutura do Pneum´

atico

O condutor submete o ve´ıculo a diferentes condi¸c˜oes de funcionamento: a baixas e altas velocidades, suportando cargas leves ou pesadas, sob chuva forte ou em estradas secas, em estradas com curvas sinuosas ou em trajet´orias retil´ıneas, em solos rugosos ou em asfaltos homogˆeneos, dentre outras. Nestas variadas situa¸c˜oes o pneum´atico deve (Michelin, 2005):

• guiar o ve´ıculo suportando for¸cas transversais;

• suportar a carga do ve´ıculo, sobretudo durante as acelera¸c˜oes, frenagens, impactos e curvas;

• amortecer as irregularidades da estrada; • rolar com a m´ınima resistˆencia ao rolamento;

• transmitir as for¸cas motrizes de frenagem e acelera¸c˜ao; • aderir ao solo;

(22)

Ao longo de pesquisas visando a um melhor desempenho do pneu, foram desenvolvidos diferentes tipos de compostos que hoje fazem parte de um pneum´atico. Eles foram dispostos de forma a garantir o melhor desempenho poss´ıvel do produto. Na Fig. (2.1) se observam os componentes de um pneu e a sua disposi¸c˜ao ao longo de sua se¸c˜ao transversal.

Figura 2.1: Componentes do pneu dispostos ao longo de se¸c˜ao transversal

O liner ´e um composto fino formulado especialmente para impermeabilizar a superf´ıcie interna do pneu, e assim otimizar a reten¸c˜ao de ar no mesmo. Comporta-se como uma cˆamara de ar.

A carca¸ca ´e um conjunto de fios geralmente emborrachados enrolados em feixes de diˆametro e geometria espec´ıfica com a fun¸c˜ao de ancorar o pneu inflado na roda. Ela atravessa o pneu radialmente e envolve o friso no lado oposto, fornecendo a resistˆencia necess´aria para o pneu ser pressurizado, al´em de resistˆencia a impactos no flanco. Pneus de ve´ıculos de passeio geralmente possuem a carca¸ca com uma tela; por´em, em pneus com capacidade de suportar carga maior, a carca¸ca pode ser composta de duas ou at´e trˆes telas.

O composto do flanco protege as carca¸cas contra abras˜ao, impacto e fadiga `a flex˜ao. Sua formula¸c˜ao ´e feita de forma que esse material resista a rachaduras provenientes do contato com o meio ambiente, ou seja, provenientes da exposi¸c˜ao ao calor, `a radia¸c˜ao ultra-violeta e a compostos como ozˆonio e oxigˆenio. Nele s˜ao colocados todos os adere¸cos decorativos e as especifica¸c˜oes do pneu.

A lista anti-abrasiva ´e uma camada de borracha situada entre a carca¸ca e a roda e resiste `as fric¸c˜oes que existem entre ambas. Este composto sela hermeticamente o conjunto

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roda-pneu.

O enchimento ´e um composto de borracha aplicado sobre o friso, localizado entre a parte interna e a externa da virada da carca¸ca. Variar a altura e a dureza deste composto afeta diretamente o conforto e a dirigibilidade do ve´ıculo.

As cinturas restringem a expans˜ao da carca¸ca, estabilizam a deforma¸c˜ao da banda de rodagem e fornecem resistˆencia ao impacto. Ao variar os comprimentos e ˆangulos de cintura influencia-se diretamente o conforto e a dirigibilidade do ve´ıculo.

A lista entre cinturas ´e composta por pequenas faixas de borracha resistentes `a fadiga. Ela ´e aplicada entre a primeira e a segunda cinturas. Sua fun¸c˜ao no pneu ´e reduzir o cisa-lhamento na extremidade das cinturas enquanto o pneu se deforma, aumentando sua dura-bilidade.

O enchimento do ombro ´e compreendido por tiras de borracha aplicadas sobre a car-ca¸ca que auxiliam as cinturas a manterem um contorno suave e a isolarem a carcar-ca¸ca das extremidades das cinturas.

O nylon circunferencial ´e utilizado em pneus de alta-velocidade, depositado em tiras ou de forma espiralada sobre as cinturas. Ele impede a expens˜ao excessiva do pneu, com a a¸c˜ao das for¸cas centr´ıfugas geradas durante os rolamentos a altas velocidades.

A folheta ´e uma fina camada de borracha que se localiza entre o nylon e o substrato, a fim de garantir uma boa ades˜ao entre a rodagem e o pacote de cinturas durante a montagem do pneu.

O substrato ´e um composto de baixa histerese depositado abaixo da rodagem para melhorar a resistˆencia ao rolamento do pneu.

A banda de rodagem ´e respons´avel por promover a tra¸c˜ao necess´aria em condi¸c˜oes de acelera¸c˜ao, frenagem e deriva. O desenho da banda de rodagem, moldado durante a vulcan-iza¸c˜ao ´e importante para o bom desempenho do produto e fundamental para a evacua¸c˜ao da ´agua em caso de solo molhado, minimizando riscos de aquaplanagem.

Ap´os a montagem do pneu, realiza-se a vulcaniza¸c˜ao. Esta rea¸c˜ao ocorre em uma prensa, a altas temperaturas e na presen¸ca de enxofre, j´a adicionado aos compostos do pneu. Um emaranhamento viscoso de mol´eculas com longa cadeia ´e convertido em uma rede el´astica tridimensional atrav´es da uni˜ao qu´ımica (reticula¸c˜ao) destas mol´eculas em v´arios pontos ao longo da cadeia. No caso do pneu, propriedades como resistˆencia `a ruptura, elasticidade e dureza s˜ao modificadas at´e atingirem o estado desejado. Esse processo produz os sulcos: cavidades da banda de rodagem.

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2.2

Conceitos F´ısicos

Quando em repouso, o peso do ve´ıculo gera uma uma deforma¸c˜ao inicial no pneum´atico, ou seja, o valor do raio da estrutura em sua condi¸c˜ao de trabalho ´e inferior ao raio do mesmo pneu isolado. Ao realizar os testes com seus produtos, as ind´ustrias comumente introduzem uma pr´e-carga, que simula a condi¸c˜ao real de opera¸c˜ao do pneu.

Ao entrar em movimento, a in´ercia do pneu gera a resistˆencia ao rolamento: torque no pneu resistente ao torque fornecido pelo eixo e for¸ca longitudinal (F x), gerada ao frear ou ao acelerar o carro. Ao fazer curvas com o ve´ıculo, o pneu ´e submetido a outra situa¸c˜ao de desequil´ıbrio e assim gera a for¸ca lateral (F y) e o torque de auto-alinhamento (Pacejka, 2005).

Al´em do comportamento dinˆamico, deve-se considerar a deforma¸c˜ao do pneu como uma fonte de efeitos f´ısicos. Um exemplo ´e a diferen¸ca entre a velocidade da estrada e a do pneu; resultante do escorregamento e da deforma¸c˜ao cont´ınua da banda de rodagem. Da´ı prov´em um conceito importante: o raio efetivo (re). Ele pode ser calculado atrav´es da raz˜ao entre

a componente longitudinal da velocidade no centro da roda (Vx) e a velocidade angular do

pneu (ω0).

A varia¸c˜ao da for¸ca lateral (Fy) em fun¸c˜ao do ˆangulo de escorregamento (α) pr´oximo

`a origem ´e determinante para a estabilidade e para a dirigibilidade do ve´ıculo. A Fig. (2.2) ilustra os conceitos j´a mencionados.

Figura 2.2: ˆAngulo de escorregamento, for¸cas e momentos gerados no movimento de rola-mento do pneu

A cambagem ´e a inclina¸c˜ao do pneu em rela¸c˜ao a um eixo vertical. O valor do seu ˆangulo ´e positivo quando a parte superior da roda se inclina para fora e negativo quando ela se inclina para dentro, em rela¸c˜ao ao ve´ıculo. O deslocamento lateral da carga vertical do

(25)

pneu durante as curvas gera uma varia¸c˜ao da cambagem que, por sua vez, origina o torque de invers˜ao (oveturning).

S˜ao in´umeros os conceitos f´ısicos envolvidos no comportamento do pneum´atico e, a fim de compreendˆe-los torna-se importante aprofundar-se n˜ao apenas nos fenˆomenos relacionados ao pneu, mas tamb´em em Dinˆamica Veicular (Pacejka, 2005), (Jazar, 2009).

2.3

Modelos de Pneum´

aticos Existentes

A fim de propor uma nova modelagem, torna-se necess´aria a an´alise de outras j´a desenvolvi-das. Existem v´arios tipos de modelos de pneus com finalidades espec´ıficas, que derivam de m´etodos diferentes de modelagem. A maioria deles necessita de ajustes com base em dados experimentais para representar a resposta da estrutura de forma aceit´avel. Alguns modelos de pneum´atico s˜ao:

• MF-Tire: ´

E um modelo anal´ıtico no qual o pneu ´e representado por um disco r´ıgido e bidimen-sional. Ele foi criado por Pacejka (2005), fazendo uso de uma ”F´ormula M´agica”, que descreve apenas o comportamento em regime estacion´ario do pneu quando em contato com o solo. ´E um modelo utilizado principalmente para a an´alise de dirigibilidade. Assume-se que, na dire¸c˜ao radial, o pneu se comporta como uma mola linear e como um amortecedor linear, com um ponto de contato com a superf´ıcie da estrada. As for¸cas e os momentos agem apenas nesse ponto de contato.

A F´ormula M´agica, cujos parˆametros s˜ao obtidos experimentalmente, possui cerca de 85 vari´aveis. Com tais dados, a f´ormula ´e capaz de gerar os valores das for¸cas normal, longitudinal, lateral, torques, escorregamento, entre outras grandezas caracter´ısticas da situa¸c˜ao simulada. Testes s˜ao realizados a fim de comparar o comportamento do pneu real e o do seu modelo.

• FTire:

Desenvolvido pelo Prof. Michael Gipser (Gipser, 2008), ´e um modelo 3D, n˜ao-linear e baseado em elementos f´ısicos como molas. Ele ´e comumente utilizado para simu-la¸c˜oes de conforto de ve´ıculos sobre estradas irregulares. Ao mesmo tempo, pode servir como uma base f´ısica, altamente n˜ao-linear, e como um modelo dinˆamico de pneu para manipula¸c˜ao de caracter´ısticas sob condi¸c˜oes de excita¸c˜ao acima mencionadas.

(26)

Nesse modelo o contato do pneu com o solo ´e representado por uma ´area, n˜ao apenas por um ponto. A aproxima¸c˜ao utilizada pelo modelo ´e apresentada na Fig. (2.3). Ele consiste em v´arios elementos circulares conectados entre si atrav´es de molas que representam a rigidez nas dire¸c˜oes radial (Crad), tangencial (Ctang) e lateral (Cbelt e

Cbend) (Gipser, nd). O FTire est´a dispon´ıvel em softwares comerciais como o Adams

R

.

Figura 2.3: Esquema do modelo de pneu FTire

• Modelo de Pneu Dillinger

Em (Dillinger et al., 2008) desenvolve-se um modelo anal´ıtico, bidimensional e baseado em um anel r´ıgido para o pneum´atico. Esse modelo ´e capaz de simular o desbalancea-mento, o escorregadesbalancea-mento, o run-out, a desuniformidade de rigidez e a dissipa¸c˜ao de energia na regi˜ao do flanco. Seu objetivo principal ´e analisar os efeitos das desuniformi-dades no conforto vibracional do ve´ıculo, atrav´es do estudo das for¸cas resultante no eixo do modelo de pneum´atico.

Ele ´e simulado em ambientes Matlab R

e Simulink R

. As constantes como valores de massa, rigidez e amortecedor s˜ao calculados atrav´es de Algoritmos Gen´eticos e os re-sultados s˜ao comparados com dados experimentais. A Fig. (2.4) ilustra tal modelo. Existem diversos m´etodos para solucionar modelagens de sistemas como o M´etodo dos Elementos de Contorno (Kythe, 1995), o M´etodo dos Elementos Finitos (FEM), (Zienkiewicz et al., 2005) e o M´etodo dos Elementos Espectrais (SEM), (Delamotte et al., 2008), (Ahmida and Arruda, 1997). Eles diferem essencialmente pelo tipo das equa¸c˜oes utilizadas para a modelagem do problema e das solu¸c˜oes obtidas atrav´es de cada um deles. As equa¸c˜oes podem ser diferenciais ou integrais, enquanto as solu¸c˜oes s˜ao anal´ıticas ou num´ericas.

O M´etodo dos Elementos de Contorno (Kythe, 1995) discretiza o contorno da geometria em estudo. Seu equacionamento ´e baseado em equa¸c˜oes integrais e sua solu¸c˜ao ´e num´erica.

(27)

Figura 2.4: Esquema no Modelo de Pneu Dillinger

O M´etodo dos Elementos Finitos (Zienkiewicz et al., 2005) consiste na divis˜ao do dom´ınio de integra¸c˜ao em um n´umero finito de pequenas regi˜oes denominadas elementos finitos, transformando o meio cont´ınuo em discreto. A essa divis˜ao da estrutura, d´a-se o nome de malha. Ela ´e composta de elementos e os elementos consistem em arestas e n´os. Seu equacionamento ´e baseado em equa¸c˜oes diferenciais parciais e sua solu¸c˜ao ´e num´erica.

O M´etodo do Elemento Espectral (SEM) (Delamotte et al., 2008), (Ahmida and Arruda, 1997) ´e uma t´ecnica relativamente nova que combina as caracter´ısticas comuns e as vantagens competitivas dos m´etodos de baixa ordem (FEM) com exatid˜ao e a convergˆencia r´apida dos m´etodos de ordem mais alta (m´etodos espectrais). Esse m´etodo ´e mais apropriado para problemas de propaga¸c˜ao de onda em estruturas de geometria relativamente simples.

O SEM (Delamotte et al., 2008), (Ahmida and Arruda, 1997) ´e semelhante ao m´etodo dos elementos finitos em rela¸c˜ao `a montagem da matriz de rigidez dinˆamica global a partir das matrizes dos elementos, mas sua matriz de rigidez ´e escrita no dom´ınio da frequˆen-cia. Isto permite que a in´ercia da massa distribu´ıda seja representada de uma forma exata, considerando-se as simplifica¸c˜oes feitas na modelagem. A formula¸c˜ao espectral permite a descri¸c˜ao exata da dinˆamica de propaga¸c˜ao de ondas nesses elementos e somente um

(28)

ele-mento espectral ´e equivalente a um n´umero infinito de elementos finitos convencionais. Nele, caso a estrutura possua descontinuidades, o n´umero de elementos a ser usado deve coincidir com o n´umero de descontinuidades da estrutura. No presente trabalho, o modelo de pneu ´e solucionado atrav´es do SEM.

(29)

Cap´ıtulo 3

Modelo n˜

ao Girante de Pneum´

atico

Nesse cap´ıtulo, um modelo de pneum´atico bidimensional e de baixo custo computacional ´e desenvolvido. Nele, a press˜ao interna, o amortecimento e a influˆencia da parede lateral do pneu em seus deslocamentos s˜ao representados. A contribui¸c˜ao do presente trabalho para o modelo consiste na adi¸c˜ao das molas radiais e tangenciais e na valida¸c˜ao deste. O modelo sem as molas foi desenvolvido por Delamotte et al. (2008).

A press˜ao interna, em especial, possui uma influˆencia determinante no comportamento do pneum´atico. A Fig. (3.1) ilustra um anel com press˜ao interna a ser inserida no equaciona-mento como uma tens˜ao:

x

y

R

T

T

Pint

(30)

O equil´ıbrio est´atico do anel circular resulta em:

Z θ=π

θ=0 Pintsin θbRdθ = 2T (3.1)

onde R ´e o raio, Pint´e a press˜ao interna e b ´e a largura do anel circular.

Integrando, a Eq. (3.1) a tens˜ao torna-se:

T = PintbR (3.2)

Utilizando as equa¸c˜oes de uma viga curva Euler-Bernoulli proveniente de Delamotte et al. (2008), dadas em coordenadas cil´ındricas e j´a compreendendo a press˜ao interna:

EA∂ 2u ∂s2 + 1 R2 EI 2u ∂s2 − EAR ∂v ∂s + EIR 3v ∂s3 ! = ρA∂ 2u ∂t2 EI∂ 4v ∂s4 + 1 R2 EAv − EAR ∂u ∂s + EIR 3u ∂s3 ! − " T∂ 2v ∂s2 # = −ρA∂ 2v ∂t2 (3.3)

onde u e v s˜ao os deslocamentos tangencial e radial, respectivamente, ρA ´e a densidade linear,

R ´e o raio da viga curva, EA ´e a rigidez longitudinal e EI ´e a rigidez relacionada `a flex˜ao. Observa-se que esse ´e um sistema acoplado.

As solu¸c˜oes harmˆonicas para a Eq. (3.3) s˜ao:

v(θ,t) = Cvei(−γs−ωt)

u(θ,t) = Cuei(−γs−ωt) (3.4)

onde γ = ±k dependendo do sentido de propaga¸c˜ao. Substituindo as Eqs. (3.4) em (3.3), obtˆem-se:

− EAγ2C u+ 1 R2  −EIγ2C u+ iEARγCv+ iEIRγ3Cv  = −ρAω2C u EIγ4Cv+ 1 R2 

EACv+ iEARγCu+ iEIRγ3Cu



−T γ2Cv



= ρAω2Cv (3.5)

Fatorando, ´e poss´ıvel reescrever as Eqs. (3.5) da seguinte forma:

 −EAγ2 −EIR2γ2+ ρAω2  Cu+ 1 R  iEARγ + iEIγ3Cv = 0  EIγ4+ EA R2 − ρAω 2+ T γ2C v+  iEA R γ + i EI R γ 3C u = 0 (3.6)

(31)

Em forma matricial, escreve-se:    −EA − EIR2  γ2+ ρAω2 R(EA + EIγ 2) R (EA + EIγ 2) EIγ4+ EA R2 − ρAω 2+ T γ2     Cu Cv  =   0 0   (3.7)

Atrav´es do sistema matricial, Eq. (3.7), ´e poss´ıvel encontrar a equa¸c˜ao caracter´ıstica do sistema fazendo-se o c´alculo do determinante. Com algumas simplifica¸c˜oes matem´aticas, obt´em-se: 1 ω2k 6 − ρω E + 2 R2ω − T  1 EIω + 1 EAR2ω  k4 + − ρAω EI + ρω ER2 + 1 R4ω + T ρω E2I  k2 1 R2EIρω2 EIE ! ρAω = 0 (3.8)

As rela¸c˜oes entre as constantes Cu e Cv, derivadas da Eq. (3.7), s˜ao dadas por:

α = Cu Cv = − R(EA + EIγ 2) −EA + EI R2  γ2+ ρAω2 α = Cu Cv = − EIγ4+EA R2 − ρAω2+ T γ2 R (EA + EIγ2) (3.9) Nota-se que: γ = k ⇒ αk = α = − ik R (EA + EIk 2) −EA + EI R2  k2 + ρAω2 γ = −k ⇒ αk = −α = ik R (EA + EIk 2) −EA + EI R2  k2 + ρAω2 (3.10)

Assim, as solu¸c˜oes gerais da Eq. (3.3) s˜ao dadas da seguinte forma:

v(s,t) = [Cv1e−ik1s+ Cv2e−ik2s+ Cv3e−ik3s

+ Cv4eik1s+ Cv5eik2s+ Cv6ek3s]e−iωt

u(s,t) = [Cu1e−ik1s+ Cu2e−ik2s+ Cu3e−ik3s (3.11)

(32)

´

E poss´ıvel relacionar as constantes Cui e Cvi, com i = 1,2,3,4,5,6 como segue:

Cu1 Cv1 = α1, Cu2 Cv2 = α2, Cu3 Cv3 = α3, Cu4 Cv4 = −α 1, Cu5 Cv5 = −α 2, Cu6 Cv6 = −α 3 (3.12)

Substituindo as raz˜oes da Eq. (3.12) na Eq. (3.11) e considerando-se Cvi = Ci, tem-se:

v(s) = C1e−ik1s+ C2e−ik2s+ C3e−ik3s

+ C4eik1s+ C5eik2s+ C6eik3s

u(s) = C1α1e−ik1s+ C2α2e−ik2s+ C3α3e−ik3s (3.13)

− C4α1eik1s− C5α2eik2s− C6α3eik3s

Os n´os do elemento de viga est˜ao localizados nos extremos desta. Calculando-se a resposta da estrutura nos n´os, ´e poss´ıvel determinar a resposta desse elemento em qualquer ponto, tendo em m˜aos as equa¸c˜oes anal´ıticas que descrevem seu deslocamento em fun¸c˜ao das respostas nas extremidades. Assim, reescrevendo-se a Eq. (3.13) considerando os limites inicial (s0) e final (s) da viga, obt´em-se:

v(s) = C1e−ik1s+ C2e−ik1(s0−s)+ C3e−ik2s

+ C4e−ik2(s0−s)+ C5e−ik3s+ C6e−ik3(s0−s)

u(s) = α1C1e−ik1s− α1C2e−ik1(s0−s)+ α2C3e−ik2s (3.14)

− α2C4eik2(s0−s)+ α3C5eik3s− α3C6eik3(s0−s)

Os deslocamentos podem ser arranjados em forma matricial:

v(s) =               e−ik1s e−ik1(s0−s) e−ik2s e−ik2(s0−s) e−ik3s e−ik3(s0−s)               T               C1 C2 C3 C4 C5 C6               (3.15)

(33)

e u(s) =               α1e−ik1s −α1e−ik1(s0−s) α2e−ik2s −α2e−ik2(s0−s) α3e−ik3s −α3e−ik3(s0−s)               T               C1 C2 C3 C4 C5 C6               (3.16)

Para simplificar, ´e poss´ıvel desenvolver matrizes, que quando multiplicadas resultem nos deslocamentos radial e tangencial. Estas s˜ao:

[α] =               α1 0 0 0 0 0 0 −α1 0 0 0 0 0 0 α2 0 0 0 0 0 0 −α2 0 0 0 0 0 0 α3 0 0 0 0 0 0 −α3               , {N(s)} =               e−ik1s e−ik1(s0−s) e−ik2s e−ik2(s0−s) e−ik3s e−ik3(s0−s)               , {C} =               C1 C2 C3 C4 C5 C6               . (3.17)

Portanto, determinam-se os deslocamentos atrav´es das seguintes multiplica¸c˜oes:

  

v(s) = {N(s)}T {C}

u(s) = {N(s)}T [α] {C} (3.18)

Um terceiro grau de liberdade que pode ser extra´ıdo desse equacionamento ´e a rota¸c˜ao das se¸c˜oes transversais, calculada atrav´es da derivada de v.

∂v

∂s = −ik1C1e

−ik1s

+ ik1C2e−ik1(s0−s)− ik2C3e−ik2s

(34)

ou seja:

v(s) = {N(s)}T {C} (3.20)

As express˜oes dos trˆes graus de liberdade para os limites da viga s˜ao:

        

v(0) = C1+ C2e−ik1s0 + C3+ C4e−ik2s0 + C5+ C6e−ik3s0

u(0) = α1C1− α1C2e−ik1s0 + α2C3− α2C4e−ik2s0 + α3C5− α3C6e−ik3s0

v

(0) = −ik1C1+ ik1C2e−ik1s0 − ik2C3+ ik2C4e−ik2s0 − ik3C5+ ik3C6e−ik3s0

(3.21)         

v(s0) = C1e−ik1s0 + C2+ C3e−ik2s0 + C4+ C5e−ik3s0 + C6

u(s0) = α1C1e−ik1s0 − α1C2+ α2C3e−ik2s0 − α2C4+ α3C5e−ik3s0 − α3C6

v

(s0) = −ik1C1e−ik1s0 + ik1C2− ik2C3e−ik2s0 + ik2C4− ik3C5e−ik3s0+ ik3C6

(3.22)

Em forma matricial novamente, tem-se:

              v(0) u(0) v′ (0) v(s0) u(s0) v(s0)               = [G]               C1 C2 C3 C4 C5 C6               (3.23) onde [G] =              

1 e−ik1s0 1 e−ik2s0 1 e−ik3s0

α1 −α1e−ik1s α2 −α2eik2s α3 −α3eik3s

−ik1 ik1e−ik1s0 −ik2 ik2e−ik2s0 −ik3 ik3e−ik3s0

e−ik1s0 1 e−ik2s0 1 e−ik3s0 1

α1e−ik1s −α1 α2e−ik2s −α2 α3e−ik3s −α3

−ik1e−ik1s0 ik1 −ik2e−ik2s0 ik2 −ik3e−ik3s0 ik3

              (3.24) Ou seja: {U} = [G] {C} ⇒ {C} = [G]−1 {U} (3.25)

(35)

e final do elemento de viga, respectivamente. Da mesma forma:      v(s) u(s) v(s)     =      {N(s)}T {N(s)}T [α] {N(s)}T     [G]1 {U} (3.26) onde denomina-se: [dN ] =      {N(s)}T {N(s)}T [α] {N(s)}T      (3.27)

Portanto, obt´em-se os deslocamentos radial, tangencial e a rota¸c˜ao da viga curva atrav´es da seguinte equa¸c˜ao:      v(s) u(s) v(s)     = [dN ][G] −1 {U} (3.28)

As express˜oes dos esfor¸cos aplicados na viga s˜ao (Doyle, 1997):

Q = −EI 1 R 2u ∂s2 + 3v ∂s3 ! , N = EA ∂u ∂sv R ! , M = EI 1 R ∂u ∂s + 2v ∂s2 ! (3.29)

onde Q ´e a for¸ca cisalhante, relacionada ao grau de liberdade radial, N ´e a for¸ca normal, relacionada com o grau de liberdade tangencial e M ´e o momento fletor, relacionado `a rota¸c˜ao.

Substituindo a Eq. (3.28) na Eq. (3.29), obt´em-se:

         Q(s) = −EI1 R{N(s)} ′′T [α] + {N(s)}′′′T[G]−1{U} N (s) = EA{N(s)}T [α] − 1 R{N(s)} T [G]1 {U} M (s) = EIR1 {N(s)}T [α] + {N(s)}′′T[G]1 {U} (3.30)

(36)

s0 = 0, tem-se:               −Q(0) −N(0) −M(0) Q(s) N (s) M (s)               =               EIR1 {N(0)}′′T [α] + {N(0)}′′′T −EA{N(0)}T [α] − 1 R{N(0)} T −EI1 R{N(0)}T )[α] + {N(0)}′′T −EIR1 {N(s)} ′′T [α] + {N(s)}′′′T EA{N(s)}T [α] − R1 {N(s)}T EI1 R{N(s)}T [α] + {N(s)}′′T               [G]−1{U} (3.31)

Por fim, a matriz de rigidez dinˆamica da viga curva ´e escrita como:

[K] =               EIR1 {N(0)}′′T[α] + {N(0)}′′′T −EA{N(0)}T [α] − 1 R{N(0)} T −EI1 R{N(0)}T )[α] + {N(0)}′′T −EIR1 {N(s)} ′′T [α] + {N(s)}′′′T EA{N(s)}T [α] − R1 {N(s)}T EIR1 {N(s)}T[α] + {N(s)}′′T               [G]−1 (3.32)

A fim de aproximar o Modelo SEM do pneu real, adicionam-se ao modelo molas radiais e tangenciais em cada n´o. Uma extremidade da mola conecta-se ao n´o do anel e a outra conecta-se a um ponto fixo, que representa a roda. Elas agir˜ao como a parede lateral do pneum´atico, que est´a conectada `a roda. A Fig. (3.2) ilustra a posi¸c˜ao das molas para um anel com quatro n´os e quatro elementos.

Esse melhoramento do modelo ´e implementado de forma simples: adicionam-se as molas na diagonal principal da matriz de rigidez dinˆamica (Eq. (3.32)), nas posi¸c˜oes relacionadas aos graus de liberdade respectivos a cada mola. A Eq. (3.33) ilustra tal adi¸c˜ao:

K(1,1) = K(1,1) + kr (3.33)

K(2,2) = K(2,2) + kt (3.34)

(3.35)

3.1

Valida¸

ao do Modelo SEM N˜

ao Girante

Para a valida¸c˜ao do modelo est´atico, utilizou-se como crit´erio a curva de velocidade cr´ıtica

(37)

y

x kr

kt

Figura 3.2: Anel circular com molas radiais e tangenciais

Quando sem press˜ao interna, a curva de velocidade cr´ıtica ´e uma reta com inclina¸c˜ao positiva (Nantes and Meirelles, 2009), enquanto com press˜ao interna, para os primeiros modos a curva possui um valor mais alto, decai e tende a estabilizar em um valor constante conforme aumenta-se o n´umero do modo (Soedel, 1975). Esse valor para o qual a curva tende ´e chamado de velocidade cr´ıtica do pneum´atico. Ao ating´ı-lo excita-se diversos modos da estrutura ao mesmo tempo, consequentemente a amplitude dos deslocamentos do pneu se amplia, o que pode resultar na destrui¸c˜ao do pneu.

Em Blevins (2001) encontra-se uma equa¸c˜ao anal´ıtica a fim de obter as frequˆencias naturais de um anel circular:

ωblevins= n (n2− 1) 2πR2√R2+ 1 s EI ρA (3.36)

ou seja, dados o m´odulo de elasticidade (E), a densidade (ρ), o raio (R), o momento de in´ercia (I) e a ´area (A) de uma estrutura circular, obtˆem-se os valores de frequˆencias naturais relacionadas aos n modos. ´E importante notar aqui que a Eq. (3.36) n˜ao considera press˜ao interna ou molas radiais e tangenciais na estrutura circular; portanto, adota-se press˜ao interna e rigidezes das molas nulas para essa valida¸c˜ao.

(38)

Tabela 3.1: Valores das propriedades do o modelo dinˆamico de pneu liso 295/80 R22.5 Propriedade Valor Densidade 7800kg/m3 Raio 0,25m N´umero de Elementos 30 M´odulo de Elasticidade 210 × 109P a

Base da se¸c˜ao transversal 0,15m Atura da se¸c˜ao transversal 0,002m

Press˜ao interna 0psi

Rigidez Radial 0N/m

Rigidez Tangencial 0N/m

A Tabela (3.1) mostra os dados de entrada estabelecidos atrav´es do modelo de pneum´atico do trabalho de (Nantes and Meirelles, 2009) (pneu liso 295/80 R22.5 n˜ao comercializado pela Pirelli). 0 5 10 15 0 20 40 60 80 100 120 n wn/n analítico abaqus sem

Figura 3.3: Compara¸c˜ao entre valores de frequˆencias naturais obtidas atrav´es dos modelos SEM, ABAQUS e anal´ıtico (Blevins, 2001)

A Fig. (3.3) ilustra a curva de velocidade cr´ıtica do pneum´atico obtida atrav´es do modelo SEM, atrav´es do mesmo modelo simulado em ABAQUS R

(39)

O modelo em ABAQUS R

´e composto de 50 elementos de viga reta e, devido a isso, com-putacionalmente eficiente, assim como o modelo SEM. Observa-se que os trˆes m´etodos de c´alculo das frequˆencias foram equivalentes, portanto o modelo de pneum´atico SEM possui comportamento equivalente a um anel circular e a um pneu real sem press˜ao interna.

(40)

Cap´ıtulo 4

Modelo Dinˆ

amico de Pneum´

atico

Ap´os valida¸c˜ao do modelo sem rota¸c˜ao de pneum´atico, ´e poss´ıvel avan¸car em seu desen-volvimento. O movimento de rolamento do pneum´atico foi simulado atrav´es de uma for¸ca girante, ou seja, ao inv´es de o pneum´atico girar, uma for¸ca radial se mover´a ao seu redor. Tal m´etodo foi escolhido, pois o eixo cartesiano referencial do anel circular permanecer´a sempre em repouso, o que simplifica o estudo.

Nesse cap´ıtulo, o Pulso Triangular, j´a existente na literatura (Nascimento, 2009), ser´a um instrumento de valida¸c˜ao para mais uma contribui¸c˜ao do presente trabalho: a For¸ca Girante Anal´ıtica.

4.1

Pulso Triangular

A amplitude da for¸ca girante radial ´e dada pela fun¸c˜ao pulso triangular, que ´e observada na Fig. (4.1) (Nascimento, 2009), (Delamotte et al., 2008):

f (t) =    b1 + t a  , − a < t ≤ 0 b1 − t a  , 0 < t ≤ a (4.1)

Para periodizar a for¸ca aplicou-se a Transformada de Fourier (Lighthill, 1958) na Eq. (4.1): P (ω) = Z 0 −ab  1 + t a  e−jωtdt +Z a 0 b  1 − at  e−jωtdt (4.2)

Ao ser integrada, a Eq. (4.2) resulta em:

P (ω) = −b2 ejωa+ e−jωa

(41)

x f(t)

b

-a a

Figura 4.1: Fun¸c˜ao pulso triangular

onde j =−1. O pulso aplicado a cada n´o m deve ser deslocado de ∆t, a fim de que ele percorra todos os n´os. Essa opera¸c˜ao pode ser realizada atrav´es da multiplica¸c˜ao da Eq. (4.3) por ejωm△t: {P (ω)} = " − b 2  ejωa+ e−jωa − 2 # ejωm△t (4.4)

Para o pulso triangular ser utilizado na formula¸c˜ao espectral, ´e necess´ario transformar o sinal peri´odico do dom´ınio do tempo para o dom´ınio da freq¨uˆencia. Faz-se isso do seguinte modo: {P (ωk)} = " −b2 k  ejωa+ e−jωa− 2 # ejωm△t τ (4.5)

onde ωk= 2πkτ e k varia de 1 at´e o M , n´umero de coeficientes da S´erie de Fourier.

Uma vez a matriz de rigidez e o vetor de for¸cas obtidos no dom´ınio da frequˆencia, encontra-se a resposta, ou seja, os deslocamentos do anel, tamb´em no dom´ınio da frequˆencia:

{X(ωk)} = −[K1

(ωk)] {P (ωk)} (4.6)

onde P (ωk) ´e o vetor de carregamento. Para obter a reposta no dom´ınio do tempo, utiliza-se

a seguinte express˜ao: {x(t)} = M X k=1 [X(ωk)]e j2πkt τ (4.7)

(42)

4.2

Solu¸

ao Anal´ıtica por Superposi¸

ao Modal

Em Soedel (1975), uma f´ormula anal´ıtica para a resposta for¸cada de um pneu tri-dimensional e com press˜ao interna ´e desenvolvida. Com tal base, foi poss´ıvel desenvolver uma solu¸c˜ao anal´ıtica para a resposta for¸cada de um anel a uma for¸ca girante com velocidade angular constante.

A partir de uma viga reta, bi-apoiada e sujeita a uma for¸ca concentrada deriva-se a resposta do anel circular, pois ele nada mais ´e que a mesma viga, por´em curva e com a extremidade, x = 0, unida a sua outra extremidade x = L. Para a for¸ca que se desloca ao longo da viga reta pode-se escrever:

p(x,t) = P δ (x − vt) (4.8)

onde P ´e a amplitude da for¸ca, v ´e a velocidade linear da for¸ca ou velocidade de excita¸c˜ao,

x ´e o deslocamento e t ´e o tempo.

Com x − vt = 0 ⇒ t = x/v e L − vτ = 0 ⇒ τ = L/v, onde τ ´e o per´ıodo da for¸ca girante, ou seja, o tempo com o qual a for¸ca completa uma volta ao redor do anel. Portanto, a for¸ca peri´odica pode ser escrita como:

p(x,t) = P δ  t − xv + nL v  (4.9) onde n ´e um n´umero inteiro.

Expressando a for¸ca peri´odica atrav´es da S´erie de Fourier escreve-se:

P δ  t − x v + nL v  =X k αke i2πkt τ =X k αke i2πktv L (4.10)

onde os coeficientes da S´erie de Fourier (Lighthill, 1958) αk s˜ao:

αk = v L Z L v 0 P δ  t − xv  ei2πktvL dt (4.11) onde nL

v foi desconsiderado, pois ´e efetuado apenas um per´ıodo no c´alculo dos coeficientes da

for¸ca.

O c´alculo da Eq. (4.11) resulta em:

αk =

v

LP e

i2πkx

(43)

Portanto: p(x,t) =X k P v L ei2πkx L e i2πktv L (4.13)

onde fk= kvL, por isso, pode-se reescrever a Eq. (4.13) da seguinte forma:

p(x,t) =X k P v L ei2πkx L ei2πkfkt (4.14)

Para transformar a for¸ca peri´odica aplicada em uma viga biapoiada em um anel circular sujeito a uma for¸ca girante, ´e necess´aria uma mudan¸ca de coordenadas, de cartesianas para polares: • x = Rθdx = Rdθv = R ˙θT = ωL = 2πRω = ˙θ

Reescrevendo a Eq. (4.14) em coordenadas polares, obt´em-se:

p(θ,t) =X

k

P ω

2πe

−ikθeikωt (4.15)

Partindo da equa¸c˜ao da viga (Doyle, 1997), tem-se:

EI∂

4u

∂x4 − ρA

2u

∂t2 = p(x,t) (4.16)

onde E ´e o m´odulo de elasticidade, I ´e o momento de in´ercia e ρA ´e a massa por unidade de comprimento. ´E poss´ıvel encontrar uma solu¸c˜ao atrav´es da Teoria da Superposi¸c˜ao Modal (Craig, 1981),(Soedel, 1975) para o deslocamento do anel, sujeito a uma for¸ca girante radial, da seguinte forma: ˆ u =X k ˆ vkϕk(x) (4.17)

(44)

Substituindo a Eq. (4.17) na Eq. (4.16), tem-se: ˆ v = Pˆr (EIk4 r− ρAω02) (4.18)

onde ˆPr ´e o vetor de carregamento, ω0 ´e a frequˆencia natural da viga curva, k ´e o n´umero do

modo e ˆu =Prvˆrϕr(x).

Fazendo ωs= sω0 com s inteiro ´e poss´ıvel escrever vr(ωs) = vrs e a Eq. (4.18) pode ser

reescrita da seguinte maneira:

u(t) =X s X r ˆ vr(sω0)ϕr(x)eisω0t (4.19) Assim: vrs = ˆ Pr ρA ω2 r − ωs2 = ˆ Pr ρA s2hωr s  − ω2 0 i (4.20)

Resta equacionar a for¸ca ˆPr:

ˆ Pr = Z 0 P ω0 e −irθeikω0t ϕt(x)dθ (4.21)

Como os modos de vibrar do pneum´atico podem ser obtidos atrav´es da soma de fun¸c˜oes cosseno, supˆos-se modos cossenoidais para o anel:

ˆ Prs = eikω0t Z 0 P ω0 e −isθcos(rθ)dθ (4.22)

onde o cosseno pode ser escrito como:

cos(rθ) = e

irθ + e−irθ

2 (4.23)

Substituindo a Eq. 4.23 na Eq. 4.22, tem-se: ˆ Prs = eikω0t Z 0 P ω0 ei(r−s)θ+ e−i(r+s)θ 2 (4.24)

(45)

for¸ca girante radial de velocidade constante ´e portanto: u(θ,t) =X k P0ω0 2ρAe irθ0tcos(rθ) r2ωr r 2 − ω2 0  (4.25)

4.3

Valida¸

ao do Modelo SEM Dinˆ

amico

O pneum´atico possui modos de vibrar caracter´ısticos (Soedel, 1975) e estes foram utilizados na valida¸c˜ao da for¸ca modelada como um pulso triangular e da For¸ca Girante Anal´ıtica. Quando uma estrutura circular atinge o modo dois, ela possui dois l´obulos em sua forma de vibrar, ao atingir o modo trˆes, observa-se trˆes l´obulos e assim por diante. O mesmo valor de velocidade da for¸ca girante como dado de entrada gerou o mesmo modo de vibrar em ambos os m´etodos. A Fig. (4.2) ilustra os modos de vibrar obtidos.

Atrav´es desses resultados, conclui-se que a For¸ca Girante Anal´ıtica e o pulso triangular s˜ao maneiras equivalentes de se modelar uma for¸ca girante radial aplicada em um anel circular. Al´em disso, o modelo dinˆamico de pneum´atico SEM comporta-se de forma equivalente a um pneu real rolando.

(46)

Figura 4.2: Modos de vibrar do modelo de pneum´atico SEM: modo 2 (20,5Hz) superior esquerdo, modo 3 (57,9Hz) superior direito, modo 4 (111,0Hz) inferior esquerdo e modo 5 (179,5Hz) inferior direito

(47)

Cap´ıtulo 5

Modelo Estoc´

astico de Pneum´

atico

A desuniformidade em pneus afeta diretamente o seu comportamento. Entretanto, em alguns casos, ela ´e necess´aria para se atingir o desempenho desejado de tal estrutura. Observa-se em alguns modelos de pneum´aticos, por exemplo, um perfil assim´etrico da banda de rodagem obtido atrav´es de testes experimentais e simula¸c˜oes, feitos para garantir que esse perfil ´e o mais apropriado. No caso da banda de rodagem, isso pode ocorrer para garantir o escoamento da ´agua atrav´es dos sulcos do pneu.

De modo geral, a fabrica¸c˜ao de pneus possui duas principais etapas. A primeira consiste na prepara¸c˜ao das diferentes misturas de borracha e demais substˆancias, na confec¸c˜ao dos componentes citados na Se¸c˜ao (2.1). Essa etapa possui uma maior quantidade de fontes de incertezas, mas ´e complicado control´a-las ou mensur´a-las, pois diversos processos possuem a interven¸c˜ao do homem, consequentemente, as desuniformidades estudadas concentram-se na segunda parte do processo produtivo do pneum´atico. A segunda etapa da fabrica¸c˜ao de pneus compreende a montagem de todos esses componentes ordenadamente e a vulcaniza¸c˜ao. No presente trabalho, o foco ser´a as desuniformidades geradas nesta segunda etapa.

5.1

Determina¸

ao dos dados de entrada do modelo

O modelo SEM de pneu requer os seguintes dados de entrada: densidade (ρ), m´odulo de elasticidade (E), base (b) e altura (h) da se¸c˜ao transversal retangular do anel equivalente, press˜ao interna (Pint), raio do anel (R) e rigidez das molas radial (kr) e tangencial (kt). O

momento de in´ercia (I) ´e calculado atrav´es da base e da altura da se¸c˜ao transversal retangular do anel: I = bh3/12.

Tais dados foram obtidos com base em um modelo simulado em ABAQUS R

(48)

205/55R16 (P7) produzido pela Pirelli Pneus Ltda. Ele ´e demandado por diversas montadoras e, consequentemente, um grande volume de informa¸c˜oes pode ser obtido sobre ele.

Ao estabelecer os dados de entrada uma sequˆencia de passos foi seguida para que o modelo tivesse um comportamento equivalente ao P7 simulado em ABAQUS R

. Inicialmente, estabeleceu-se a press˜ao interna de 30P si, o mesmo valor presente no modelo de elementos finitos. Em seguida, foram estabelecidos arbitrariamente o n´umero de elementos (35) e a base e a altura da se¸c˜ao transversal, 0.2m e 0.002m, respectivamente, com base na teoria de Euler-Bernoulli (a viga ´e delgada e longa). Em terceiro lugar, com o valor do peso do P7 e com o volume do modelo de anel, calculou-se a densidade: 34890kg/m3 do modelo SEM.

Em seguida, sabendo-se o valor de uma mola radial equivalente do modelo em ABAQUS R

, calculou-se um valor de mola radial para o modelo SEM. Isso foi feito estabelecendo-se como dado de entrada tal valor de mola radial. Posteriormente, esse valor foi ajustado at´e se atingir o deslocamento do modelo SEM equivalente ao existente no outro modelo. O m´odulo de elasticidade e a mola tangencial foram ajustados, atrav´es de tentativa e erro, a fim de obter as frequˆencias naturais tangenciais do modelo do P7 em ABAQUS R

. Por fim, um novo ajuste foi feito no valor da mola radial, tamb´em atrav´es de tentativa e erro, para se atingir as frequˆencias naturais radiais.

A Tabela (5.1) mostra os dados de entrada estabelecidos pelo procedimento de estudo acima. Na Fig. (5.1) observa-se uma fun¸c˜ao de resposta em frequˆencia (FRF) (Ogata, 2003) radial do anel circular. Ao se calcular a FRF radial, excita-se um grau de liberdade radial com uma for¸ca de amplitude unit´aria em toda a faixa de frequˆencias mede-se a resposta nesse mesmo grau de liberdade e, ao se calcular a FRF tangencial, procede-se da mesma forma, por´em as medi¸c˜oes e o carregamento s˜ao relacionados aos graus de liberdade tangenciais.

Observa-se na Fig. (5.1) que os modos se acoplam e isso ´e explicado pela Eq. (3.3), na qual as duas equa¸c˜oes n˜ao s˜ao desacopl´aveis. A primeira frequˆencia natural tangencial (42Hz). As duas primeiras frequˆencias naturais radiais (72Hz e 92Hz) s˜ao semelhantes em ambos os modelos (ABAQUS R

e SEM).

Uma observa¸c˜ao a ser feita ´e que a prioridade desse ajuste foram as frequˆencias naturais, pois para ating´ı-las foi necess´ario alterar a rigidez do anel e, portanto, as amplitudes do deslocamento calculado com a nova rigidez estabelecida e do deslocamento do modelo em ABAQUS R

n˜ao s˜ao equivalentes, mas s˜ao da mesma ordem de grandeza.

A velocidade da for¸ca de excita¸c˜ao foi estabelecida como 7,2km/h, pois essa ´e a veloci-dade com a qual a LSU, Fig. (1.1), obteve os dados experimentais a serem apresentados em seguida.

(49)

Tabela 5.1: Valores das propriedades do modelo dinˆamico SEM de pneu P7 205/55R16

Propriedade Valor

Densidade 34890kg/m3

Raio 0,25m

M´odulo de Elasticidade 1,4700 × 1010P a

Base da ´area da se¸c˜ao transversal 0,2m Atura da ´area da se¸c˜ao transversal 0,002m

Press˜ao interna 30psi

Rigidez Radial 131157N/m

Rigidez Tangencial 27510N/mumero de elementos (Nele) 35

Velocidade da for¸ca de excita¸c˜ao (v) 7,2 km/h

0 50 100 150 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2x 10 −4 X: 42 Y: 6.974e−005 Frequência (Hz) Amplitude FRF − Radial FRF − Tangencial

Figura 5.1: Frequˆencias naturais radiais e tangenciais do modelo SEM uniforme

5.2

An´

alise da sensibilidade do modelo

Como a aplica¸c˜ao da Teoria de Incertezas (Soize, 2005), (Papoulis, 1991), (Soize, 2004) agrega ao modelo uma grande complexidade matem´atica, que aumenta com o n´umero de parˆamet-ros aleat´orios, antes de utiliz´a-la analisou-se a sensibilidade do modelo a parˆametparˆamet-ros que pudessem representar as desuniformidades do pneu real.

(50)

O primeiro modelo de pneum´atico desuniforme consiste no modelo SEM com apenas um elemento de massa e rigidez vari´aveis (Modelo 1). Tal elemento representa uma emenda do pneu que engloba dois tipos de desuniformidade: massa e rigidez. A rigidez pode ser modificada variando-se E, kr ou kt, enquanto a massa ´e determinada apenas pela densidade

ρ.

Na an´alise da sensibilidade, os parˆametros variaram de -0.2% a 2.5% dos valores respec-tivos determinados na Se¸c˜ao (5.1). Tal varia¸c˜ao foi estabelecida levando em considera¸c˜ao a estabilidade do modelo, pois ao se reduzir muito os parˆamatros, a matriz de rigidez dinˆamica do modelo torna-se mal condicionada. Analisou-se o comportamento do valor pico a pico da componente radial da for¸ca resultante no eixo, cuja represent¸c˜ao est´a na Fig. (5.2).

Figura 5.2: Visualiza¸c˜ao da for¸ca resultante utilizada na an´alise da sensibilidade do modelo

O Modelo SEM uniforme, a baixas velocidades, quando sujeito a uma for¸ca concentrada, reage com uma resultante na mesma dire¸c˜ao. Entretanto, ao inserir uma desuniformidade no anel, quando a for¸ca de excita¸c˜ao ´e aplicada sobre a regi˜ao de maior rigidez, a amplitude da for¸ca de resposta varia. J´a a altas velocidades e com desuniformidade, a amplitude da for¸ca resultante variar´a e sua dire¸c˜ao pode ser desviada devido ao efeito da in´ercia e tamb´em devido `a n˜ao homogeneidade de rigidez radial do pneu.

A fim de obter um resultado adimensional, o resultado analisado foi dividido pela am-plitude da for¸ca de entrada, nesse caso, unit´aria. A Fig. (5.3) mostra a varia¸c˜ao do pico a pico da for¸ca resultante em fun¸c˜ao da varia¸c˜ao dos parˆametros a 1 e a 80km/h. O modelo foi analisado a 1km/h para avaliar o seu comportamento a uma condi¸c˜ao aproximadamente

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