A N A L U I Z A D E M A R C H I G E L O N E Z E
SISTEMA LEAN: VISUALIZAR
PROBLEMAS AJUDA A RESOLVÊ-LOS?
Raízes do Pensamento Lean
❖
Em 1902, Sakichi Toyoda, fundador do Grupo Toyota,
inventou um tear que parava imediatamente se algum
dos filamentos se rompesse. Foi uma invenção
revolucionária:
❖
Reduziu defeitos
❖
Aumentou a produção
❖
Economizou dinheiro
❖
Reduziu queixas
❖
Em 1930, administrado por Kiichiro Toyoda, filho de
Sakichi, o Grupo Toyota adaptou o sistema de produção
da Ford dos EUA (linha de montagem) aos pequenos
volumes de produção do mercado automobilístico
japonês.
❖
Seu sistema modificado determinava que cada passo do
processo produzisse apenas os tipos e as quantidades
de produtos de que o processo seguinte necessitasse.
❖
Produção Just in Time - JIT
❖
A pessoa que mais se identificou com o
Pensamento Lean e o STP (Sistema Toyota de
Produção) foi Taiichi Ohno, um executivo da
Toyota que, ao implementar o JIT, deu início ao
STP da forma como é praticado ainda hoje.
❖
Cada linha de produção apresentava seus
resultados para que a linha seguinte selecionasse
= Sistema Puxado.
❖
Ohno colocava este conceito em contraste com o
tradicional sistema de empurrar.
Raízes do Pensamento Lean…ainda no
Japão
5
SISTEMA PUXADO X EMPURRADO
Exemplos: Farmácia, CME, CC
Um dos instrumentos usados como sinalização e operacionalização do sistema pode ser o
conhecido cartão
kanban
que traduzido do japonês significa “sinal” ou “quadro de sinais”. O
❖
Na década de 1980, muitas indústrias
adotaram as práticas do Pensamento Lean e
da Produção Enxuta.
❖
A filosofia de estoques reduzidos do JIT se
mostrou extremamente atraente
❖
James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel
Ross escreveram em 1990 um livro definitivo
sobre o assunto,
The Machine That Changed
the World
, fazendo uma análise
revolucionária sobre as mudanças da
produção em massa para a produção Lean.
Lean chega aos EUA
❖
O livro de Womack descreve resultados do sistema Lean:
❖
Carros com 2/3 a menos de defeitos
❖
Produzidos na metade do espaço físico
❖
Utilizando 50% menos homem-hora
Em 1996, Womack e Jones escreveram uma continuação do
livro, aprofundando e consolidando a eficácia da metodologia,
“Lean Thinking: Banish Wast and Create Wealth in Your
Corporation”
Em 2003, o livro foi revisado e relançado e neste momento
os autores perceberam que o PENSAMENTO LEAN poderia
ser bem mais do que um sistema de produção, levando esta
premissa para a indústria de serviços.
Em 2005, Womack e Jones publicaram
"Lean Solutions: How
Companies and Customers Can Create Value and Wealth
OS 5 PRINCÍPIOS LEAN
1. ESPECIFICAR O VALOR
Quem especifica o valor é o cliente/paciente.
O cliente/paciente é quem define o valor e o produtor
cria o valor. Essa distinção é crucial para o sucesso do
pensamento Lean, pois muitas vezes o criador do valor
é também quem o define.
O pensamento Lean reverte esta questão estabelecendo
um ambiente focado no cliente/paciente.
2. IDENTIFICAR A CADEIA DE VALOR
Identificar a Cadeia de Valor na sua integridade é
fundamental para detectar qualquer
muda
(desperdício) no processo.
Os clientes estão dispostos a pagar por atividades que
agregam valor e até mesmo por atividades não
agregadoras de valor, mas que são fundamentais para o
processo, contudo os clientes jamais estarão dispostos
a pagar por desperdícios, ou seja, por atividades que
3. FLUXO
O cliente define o valor e o produtor mapeia a
cadeia de valor e elimina o desperdício
Este passo deve ser agregador de valor e deve fluir.
Deve promover um serviço do começo ao fim
dentro de um fluxo contínuo, sem demora ou
interrupção, o que significa dizer, sem
desperdícios.
OS 5 PRINCÍPIOS LEAN
4. PUXAR
A implementação dos 3 primeiros passos do Lean permite que
o quarto passo, a produção puxada, concretize-se
Mapear a Cadeia de Valor e produzir o que os clientes/
pacientes demandam, dentro dos prazos por eles desejados e
em um fluxo contínuo, permite aos pacientes “puxar” o
produto à medida de suas necessidades, em vez de ter o
produto “empurrado" para eles dentro daquilo que é melhor
para as organizações.
O “puxar”, portanto, acomoda as mudanças conforme a
5. PERFEIÇÃO
Não significa que implementar os quatro primeiros
passos resulte automaticamente em perfeição
Em vez disso, este quinto remete ao ato de
aprimorar o processo mediante uma avaliação
ininterrupta e interminável.
À medida que uma organização implementa o
Pensamento Lean
, a equipe começa a localizar cada
vez mais desperdícios.
OS 5 PRINCÍPIOS LEAN
FUNDAMENTOS DO SISTEMA
LEAN NO SISTEMA DE GESTÃO
1.
Conexões eficazes entre macro e micro;
2.
Identificar falhas na origem, interromper e sinalizar;
3.
Pensar e agir cientificamente para gerenciar e resolver
problemas;
4.
Padronizar e atuar de acordo com padrões;
5.
Controlar visualmente e promover transparência sobre
performance;
FUNDAMENTOS DO
SISTEMA LEAN DE GESTÃO
1.
Conexões eficazes entre macro e micro:
•
Pensar, agir e projetar sistemicamente, para que o todo funcione bem (integração entre
sistemas e subsistemas; como as partes interferem no todo);
•
Conexões horizontais (processo, fluxo de valor), verticais (hierarquia, estrutura);
•
“Desdobrar" é fundamental, mas não basta;
•
Formulação (norte verdadeiro), priorização, desdobramento, detalhamento,
alinhamento, formalização, implementação, controle e ajustes
•
Traduzir significados ao desdobrar, pois pode não ser óbvio e precisa fazer sentido;
•
Comunicação efetiva = assegurar que todos entendem seus respectivos papéis para
o desenvolvimento e correto funcionamento do todo;
•
Conectar propósitos, projetos, processos, áreas, pessoas, responsabilidades, etc.
A transformação de uma metodologia tradicional em uma
metodologia LEAN começa com o Mapeamento de Fluxo
de Valor.
No pensamento LEAN, o Fluxo de Valor é um mapa de
processos que mostra a maneira pela qual tarefas e
informações fluem do começo ao fim da cadeia.
O Mapeamento de Fluxo de Valor é uma técnica LEAN
fundamental.
MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR
MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR
Segundo Hines e Taylor (2000), as atividades dentro de uma
empresa podem ser classificadas da seguinte maneira:
•
Atividades que agregam valor (AV)
: atividades que tornam o
produto ou serviço mais valioso para o cliente.
•
Atividades necessárias que não agregam valor (NAV)
:
atividades que não tornam o produto ou serviço mais valioso
aos olhos do cliente final, mas que são necessárias, sendo
classificadas como
muda
tipo 1.
•
Atividades que não agregam valor (NAV)
: atividades que não
tornam o produto ou serviço mais valioso para o cliente e não
são necessárias mesmo nas atuais circunstâncias, sendo
MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR
ELIMINAR MUDA TIPO 2
MAPEAMENTO DO FLUXO DE
VALOR
MUDA - MURI - MURA
EXEMPLOS DE ATIVIDADES
COM E SEM VALOR AGREGADO
EXEMPLOS DE ATIVIDADES
COM E SEM VALOR AGREGADO
MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR
MAPA DE FLUXO DE VALOR x MAPA DE PROCESSO
25
MAPA DE FLUXO DE VALOR
MAPA DE PROCESSO
Torna visível recursos e desperdícios no
processo
Identifica funções envolvidas e sua sequência
no processo
Diversos ícones são empregados
Apenas símbolos de operação e decisão
Nova Ferramenta
Amplamente utilizado
Requer processos sequenciais e repetitivos Pode ser feito com processos repetitivos ou não
Orientado por processo
Orientado por atividade/tarefa
MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Etapa 5
Fornecedor(es)
Cliente(es)
Entrada
Saída
IDENTIFICANDO DESPERDÍCIOS
Eliminar passos desnecessários, ou que não agregam valor, é a primeira
forma de simplificar a cadeia de valor de uma instituição.
Buscar estreitar intervalos entre as etapas serve para comprimir a
cadeia.
Estas duas atividades reduzem o tempo do processo e o tempo de
finalização (Lead Time)
O objetivo é sempre fazer mais com menos:
•
Menos esforço humano
•
Menos espaço
•
Menos capital
•
Menos tempo
IDENTIFICANDO DESPERDÍCIOS
❖
Espera
❖
Barreiras aos fluxos
❖
Barreiras à comunicação
❖
Gargalos
❖
Erros
❖
Correções, retrabalhos, revisões
❖
Informação incorreta ou inacessível
❖
Escassez ou falta de ferramentas ou equipamentos
❖
Equipamento errado, inapropriado ou inacessível
❖
Movimentação ineficaz ou desnecessária
❖
Processos inflexíveis
❖
Foco inadequado (foco nas necessidades organizacionais, em vez
de nas necessidades dos clientes)
Em um hospital geral os enfermeiros devem
caminhar menos. Mais do seu tempo é gasto
andando do que cuidando do paciente.
O QUE É O LEAN SIX SIGMA?
Enxuto
Redução de Desperdícios
Redução da Variação
O SIX SIGMA
O SIX SIGMA
O LEAN SIX SIGMA
MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR - Gerenciamento de Leitos Hospitalares
Início
Internação
Saída
Período de
internação
Alta
mé
dic
a
Orientações
equipe multi
Cuidados de
enfermagem
e outros
Paciente
permanece
no leito
Al
ta
d
a e
nf
er
ma
ge
m
Sa
ída
d
o p
ac
iente
Leito
ocioso
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gie
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Leito
ocioso
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lta
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re
ce
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no s
iste
ma
Atividades que agregam valor ao processo
Atividades que não agregam (muda tipo 1 e 2) valor ao processo
PROPOSTA LEAN - PENSAMENTO ENXUTO
Início
Internação
Saída
TEMPO
Previsão da data de alta confirmada
Familiares cientes Orientações equipe multi Cuidados de enfermagem e outros Alta médic a Alta d a enf erma gem Saída do p aciente Higie niza ção d o Leit o Aviso de a lta n a rec epçã o e no s istema Período de internação:
Orientações
equipe multi
Cuidados de
enfermagem
e outros
Leito Ocioso
55
RESUMO - PROJETO GERENCIAMENTO DE LEITOS
ETAPA RESPONSÁVEL ATIVIDADE INDICADOR
Admissão do paciente
Recepção Sinalização da data provável da alta em prontuário (informação deverá constar na guia de
internação) % de altas previstas na admissão
Médico PS ou Médico
do Paciente Sinalização da data provável da alta em prontuário
Durante o período de internação
Médico Atualiza a previsão de alta em prontuário conforme necessário (quadro clínico) — Médico e/ou
Enfermagem e/ou… Informa o paciente da previsão de alta e o mantém atualizado durante a internação Busca Ativa Enfermagem Atualiza a previsão de alta no quadro da enfermagem Gestão Visual
Quadro Enf. Gerenc. Leitos Acompanha todas as atividades e auxilia todo o processo Gestão Visual
Eletrônica
24h antes da data prevista para a alta
Enfermagem Confirma com o médico a previsão de alta para o dia seguinte e informa o paciente e toda
sua equipe, mantendo quadro atualizado — Enf. Gerenc. Leitos Confirma previsão de alta e verifica/auxilia em possíveis pendências Gestão Visual
Eletrônica
No dia da alta
Enfermagem e equipe multidisciplinar
Inicia os cuidados de enfermagem (banho, curativos, orientações) nos pacientes que estão
com alta prevista —
Médico Inicia as visitas médicas nos pacientes que estão com alta prevista e prescrevem a alta até às 10h
% de altas prescritas até as 10h
Enf. Gerenc. Leitos Acompanha o processo de alta e verifica/auxilia possíveis pendências Gestão Visual Eletrônica
Após a alta médica prescrita
Escriturários
Tem até 45 minutos para finalizar a conta, a organização do prontuário e liberar a saída do
paciente com o formulário de alta específico (fechamento da conta hospitalar) —
Enfermagem
Tem até 45 minutos para encaminhar o paciente para a alta com o formulário específico fornecido pelos escriturários (autorizado/liberado pela recepção) e liberar a alta hospitalar no sistema
Tempo médio de liberação da enfermagem