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Aula Princípios 1.1 Conceito. 1.2 Funções. 1.3 Princípios em espécie Princípio da proteção Princípio do in dubio pro operarium

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Aula 01

1 Princípios

1.1 Conceito

Segundo palavras de Maurício Godinho Delgado “os princípios correspondem à noção de proposições ideais, fundamentais, construídas a partir de uma certa realidade e que direcionam a compreensão da realidade examinada”1

.

1.2 Funções

São três as funções básicas:

 Informativa;

 Integrativa;

 Interpretativa.

1.3 Princípios em espécie

1.3.1 Princípio da proteção

O princípio da proteção conforma-se a partir de três subprincípios:

 Princípio do in dubio pro operarium;

 Princípio da norma mais favorável;

 Princípio da condição mais benéfica.

1.3.1.1 Princípio do in dubio pro operarium

Para José Cairo Júnior “quando da interpretação da norma jurídica surgirem interpretações divergentes, em relação à mesma norma a ser aplicada a um determinado caso concreto, será dada preferência àquela interpretação que favoreça ao empregado. Essa, portanto, é a regra do in dubio pro operário ou do in dubio pro misero [...]”2.

1

Delgado, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 2008. p. 185.

(2)

1.3.1.2 Princípio da norma mais favorável

Para José Cairo Júnior, pelo princípio da norma mais favorável “deve ser aplicada, no caso concreto, a norma que atribua melhores condições de trabalho para o empregado. Dessa forma, se uma norma de grau inferior contiver dispositivo que atribua direitos em maior intensidade para o empregado, esta vai ter preferência sobre aquela de grau superior que não tenha oferecido maiores vantagens ao trabalhador”3

.

Destacam-se três teorias:

 Teoria da acumulação;

 Teoria do conglobamento;

 Teoria do conglobamento mitigado.

1.3.1.3 Princípio da condição mais benéfica

Para José Cairo Júnior, “como regra da condição mais benéfica, entende-se que prevalece aquela condição mais vantajosa para o empregado, desde que esteja prevista no próprio contrato de trabalho ou decorrente da própria execução do trabalho”4

.

1.3.2 Princípio da primazia da realidade

Conforme aduz Luciano Martinez “ o princípio da primazia da realidade baseia-se no manda mento nuclear protetivo segundo o qual a realidade dos fatos prevalece sobre meras cláusulas contratuais ou registros documentais, ainda que em sentido contrário. De nada, portanto, adianta mascarar a verdade, uma vez que se dará prevalência ao que efetivamente existiu”5

.

1.3.3 Princípio da irrenunciabilidade de direitos

Conforme aduz Luciano Martinez “o princípio da indisponibilidade de direitos ou da irrenunciabilidade de direitos baseia-se no mandamento nuclear protetivo segundo o qual não é dado ao empregado dispor (renunciar ou transacionar) de direito trabalhista, sendo, por conta disso, nulo qualquer ato jurídico praticado contra essa disposição”6

.

3 Cairo Júnior, 2011. p. 97-98. 4 Cairo Júnior, 2011. p. 99. 5

Martinez, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 92.

(3)

1.3.4 Princípio da inalterabilidade contratual lesiva

O princípio da inalterabilidade contratual lesiva está calcado no art. 468, caput, da CLT, ex

vi:

Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

1.3.5 Princípio da intangibilidade salarial

Segundo Maurício Godinho Delgado, “estabelece o princípio da intangibilidade dos salários que esta parcela justrabalhista merece garantias diversificadas da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, seu montante e disponibilidade em benefício do empregado”7.

Temos como subprincípio, o princípio da irredutibilidade salarial.

1.3.5.1 Princípio da irredutibilidade salarial

O princípio da irredutibilidade salarial está calcado no art. 7º, inciso VI, da CF 88, ex vi:

São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social [...] VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.

1.3.6 Princípio da continuidade da relação de emprego

Segundo Maurício Godinho Delgado, o princípio da continuidade da relação de emprego informa “que é de interesse do Direito do Trabalho a permanência do vínculo empregatício, com a integração do trabalhador na estrutura e dinâmica empresariais”8

.

2 Relação de trabalho e relação de emprego

Relação de trabalho é gênero do qual relação de emprego é espécie.

7

Delgado, 2008. p. 206.

(4)

2.1 Relação de emprego

Relação de emprego é aquela firmada entre empregado e empregador, no qual o primeiro se compromete, enquanto pessoa física, a prestar, onerosamente, serviço a outrem – pessoa física, pessoa jurídica, ou mesmo ente despersonalizado – de maneira não eventual, obedecendo a ordens emanadas pelo contratante.

São elementos fático-jurídicos da relação de emprego:

 Pessoa física;

 Pessoalidade;

 Onerosidade;

 Não eventualidade;

 Subordinação.

2.2 Relação de trabalho autônomo

O trabalho autônomo é uma relação de trabalho.

O sujeito em destaque nessa relação trabalhista é o trabalhador autônomo.

Segundo Luciano Martinez, “o trabalhador autônomo, em última análise, é caracterizado pelo fato de o trabalhador (o prestador de serviços) ser o responsável pela definição do tempo e do modo de execução daquilo que lhe foi contratado”9

.

2.3 Relação de trabalho eventual

O trabalho eventual é uma relação de trabalho.

O sujeito em destaque nessa relação trabalhista é o trabalhador eventual.

Segundo Luciano Martinez, “entende-se por trabalhador eventual aquele cuja prestação de serviços é episódica, não sabendo seu tomador (e nem mesmo o próprio trabalhador eventual) quando a atividade se repetirá”10

.

9

Martinez, 2010. p. 108.

(5)

2.4 Relação de trabalho avulso

O trabalho avulso é uma relação de trabalho.

O sujeito em destaque nessa relação trabalhista é o trabalhador avulso.

Segundo Luciano Martinez, entende-se por trabalhador avulso “aquele trabalhador que, associado ou não a entidade sindical, presta serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, mas com intermediação obrigatória do OGMO (orgão gestor de mão de obra) ou do sindicato da categoria”11

.

3 Relação de emprego

A relação entre empregado e empregador pode estar disciplinada no(a):

 Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (Consolidação das leis do trabalho - CLT);

 Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972 (Lei do empregado doméstico);

 Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973 (Lei do rurícola).

O que irá definir o regramento a ser aplicado será a atividade desenvolvida pelo empregador.

3.1 Relação de emprego: Consolidação das leis do trabalho – CLT

A relação de emprego está disciplinada no Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

3.1.1 Empregado

É o sujeito ativo da relação de emprego

3.1.1.1 Conceito

O conceito de empregado está calcado no art. 3º, caput, da CLT, ex vi:

Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

(6)

3.1.1.2 Alto empregado

Alto empregado é aquele que mantendo a subordinação jurídica, ocupa cargo de confiança, realizando atribuições elevadas, dispondo de amplos poderes de mando e de gestão, sendo contraprestado com um salário maior em relação ao empregado ordinário.

3.1.2 Empregador

É o sujeito passivo da relação de emprego.

3.1.2.1 Conceito

O conceito de empregador está calcado no art. 2º, caput, da CLT, ex vi:

Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

3.1.2.2 Empregador equiparado

Aspecto negativo do princípio da despersonilazação do empregador.

A figura do empregador equiparado é visto no art. 2º, §1º, da CLT, ex vi:

Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

3.1.2.3 Sucessão de empregadores

Aspecto positivo do princípio da despersonilazação do empregador.

Alice Monteiro de Barros, entende que a sucessão de empregadores, “traduz uma substituição de empregadores, com uma imposição de créditos e débitos”12

.

(7)

3.1.2.3.1 Requisitos

Basicamente, a doutrina indica três requisitos:

 Transferência de unidade econômica jurídica;

 Continuidade do ramo do negócio;

 Não haja solução de continuidade na prestação de serviço pelo obreiro.

3.1.2.3.2 Princípios

Basicamente, são três princípios de destaque:

 Despersonalização do empregador;

 Inalterabilidade contratual lesiva;

 Continuidade da relação de emprego.

3.1.2.4 Grupo econômico

A figura do empregador equiparado é visto no art. 2º, §2º, da CLT, ex vi:

Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

3.2 Relação de emprego: Lei do empregado doméstico

A relação de emprego está disciplinada na Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972.

3.2.1 Empregado

O sujeito passivo da relação de emprego disciplinada pela Lei nº 5.859/72, é chamado de empregado doméstico.

3.2.1.1 Conceito

(8)

Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas, aplica-se o disposto nesta lei.

3.2.2 Empregador

O sujeito ativo da relação de emprego disciplinada pela Lei nº 5.859/72, é chamado de empregador doméstico.

3.2.2.1 Conceito

Podemos conceituar empregador doméstico como a pessoa física, que admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço cuja finalidade não tem intuito lucrativo.

3.3 Relação de emprego: Lei do rurícola

A relação de emprego está disciplinada na Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973.

3.3.1 Empregado

O sujeito passivo da relação de emprego disciplinada pela Lei nº 5.889/73, é chamado de empregado rural ou rurícola.

3.3.1.1 Conceito

O conceito de empregado rural está calcado no art. 2º, da Lei nº 5.889/73, ex vi:

Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.

3.3.2 Empregador

O sujeito ativo da relação de emprego disciplinada pela Lei nº 5.889/73, é chamado de empregador rural.

3.3.2.1 Conceito

(9)

Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro-econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.

(10)

Quesitos

Obs.: As respostas se encontram após o último quesito.

Questão 01.

(Cespe/TRT5/2008) É considerado trabalhador avulso aquele que presta serviços de forma autônoma, com profissionalismo e habitualidade, sem dependência ou subordinação para com o tomador do serviço, atuando por conta própria e assumindo os riscos da atividade por ele desenvolvida.

Questão 02.

(FCC/TRT19/2009) Na sucessão de empresas, a estipulação contratual de clausula de não-responsabilização

a) Exclui a responsabilidade trabalhista do sucedido uma vez que o sucessor assume na integralidade os débitos cíveis, tributários e trabalhistas.

b) Não possui qualquer valor para o Direito do Trabalho, respondendo a empresa sucedida solidariamente.

c) Limita a responsabilidade trabalhista do sucedido até o valor da integralização de suas cotas sociais.

d) Não possui qualquer valor para o Direito do Trabalho, respondendo a empresa sucedida subsidiariamente.

e) Limita a responsabilidade trabalhista do sucedido até seis meses após a efetivação da sucessão das empresas.

Questão 03

(Cespe/TRT5/2008) A doutrina considera que, na hipótese de grupo econômico, em que todas as empresas são solidariamente responsáveis pelo adimplemento das obrigações trabalhistas, a anotação da carteira de trabalho e previdência social deverá ser feita somente pelo empregador direto do trabalhador e não por qualquer das empresas integrantes do grupo.

Questão 04

De acordo com a CLT, sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção de outra, constituindo grupo econômico, serão, para os efeitos da relação de emprego,

(11)

a) Solidariamente responsáveis a empresa principal e subsidiariamente cada uma das subordinadas.

b) Subsidiariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. c) Solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

d) Subsidiariamente responsáveis a empresa principal e solidariamente cada uma das subordinadas.

e) Apenas solidariamente responsáveis a empresa principal.

Questão 05

(FCC/TRT16/2009) Diana é empregada de uma república de estudantes; Danilo é vigia da residência de João, presidente de uma empresa multinacional; Magali é governanta da residência de Mônica; e Marcio é jardineiro da casa de praia de Ana. Nestes casos,

a) Apenas Magali é considerada empregada doméstica. b) Apenas Marcio é considerado empregado doméstico.

c) Apenas Magali e Marcio são considerados empregados domésticos.

d) Apenas Diana, Magali e Marcio são considerados empregados domésticos. e) Todos são considerados empregados domésticos.

Respostas Questão 01. E Questão 02. D Questão 03. C Questão 04. C Questão 05. E

(12)

Referências

De Barros, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 2005. Cairo Júnior, José. Curso de Direito do Trabalho. 6. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2011. Delgado, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 2008. Martinez, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2010.

Referências

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