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PORTARIA Nº 489/2016

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Academic year: 2021

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PORTARIA Nº 489/2016

O CONSELHO REGIONAL DE REPRESENTANTES COMERCIAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO – CORE-SP, no uso da sua competência Regimental de que trata a alínea “h”, do art. 17, do Regimento Interno, por meio do seu Presidente e de conformidade com a alínea “k”, do art. 26, daquele RI;

Considerando que a Lei nº 12.246, de 27 de maio de 2010, em seu art. 1º alterou o art. 10 da Lei nº 4.886, de 09 de dezembro de 1965, determinando no inciso VIII, a condição dos Conselhos Regionais dos Representantes Comerciais, fixarem os valores de anuidades e emolumentos devidos pelos representantes comerciais, pessoas físicas e jurídicas;

Considerando que no atual Código Civil Brasileiro, a matéria objeto desta Portaria é tratada na parte especial, a partir do Livro I, já no CTN (Lei n.º 5.172/66), enquanto a questão é versada no Livro Segundo, Título II, que trata da obrigação tributária, a partir do art. 113, o qual dispõe inicialmente em seu caput que: A obrigação tributária é principal ou acessória;

Considerando que na leitura do art. 113, § 1º, do CTN, se obtêm a idéia de que a obrigação principal “tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária”, permitindo afirmar que a toda obrigação tributária principal é tipicamente uma obrigação de dar (dar pecúnia, dinheiro em espécie) e consiste no pagamento de um tributo ou de uma penalidade pecuniária o que não ocorre nos casos de imunidade ou isenção;

Considerando que o § 2º, do mesmo dispositivo, revela que as obrigações acessórias ou deveres instrumentais, são realmente aqueles periféricos, que circundam a obrigação principal e, sempre serão de “fazer” ou “não fazer” algo, no interesse da fiscalização e arrecadação do tributo;

Considerando que o texto legal claramente diz que: “A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.”;

Considerando que as obrigações acessórias, são empregadas ostensivamente como instrumentos de controle ou mecanismos de fiscalização de tributos;

Considerando que toda obrigação tributária num sentido amplo, lato da expressão, deriva de uma relação jurídica obrigacional nos termos concebidos pelo direito civil; Considerando que a “extinção do crédito tributário”, não necessariamente induz a extinção da obrigação tributária, ainda mais sendo ela acessória, o que permite

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diferenciar os termos “extinção do crédito tributário” de “extinção da obrigação tributária”;

Considerando que a expressão “extinção da obrigação”, pode decorrer de vários fatores contemplados pela ordem jurídica, desde o seu adimplemento chamado pagamento, cumprimento do objeto, ou por outros fatores que provocam o mesmo efeito, chamados meios indiretos ou anormais;

Considerando que “a obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente”, conforme preconiza o § 1º, do art. 113, do CTN;

Considerando que as formas de extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156 do CTN, são: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - a remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus § § 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado; XI - a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei;

Considerando que o rol do art. 156 do CTN, é meramente exemplificativo e que existem outras formas de extinção das obrigações adotadas pelo direito privado que não foram incluídas no art. 156 do CTN, como a novação (CC, arts. 360 a 367), a confusão (CC, arts. 381 a 384) e a dação em pagamento (na plenitude do instituto - CC, arts. 356 a 359), já que no CTN a questão ficou limitada à bens imóveis e na forma e condições estabelecidas na legislação da entidade tributante;

Considerando que a novação consiste na extinção de uma obrigação mediante a constituição de uma obrigação nova que se substitui à anterior, hipótese em que denomina novação objetiva;

Considerando que o pagamento é a forma direta de extinção da obrigação tributária e do crédito tributário, é o cumprimento da prestação que corresponde ao seu objeto e, consistindo a obrigação tributária principal em uma obrigação de dar, o seu meio normal de extinção é o pagamento;

Considerando que a prescrição e a decadência são, também, causas extintivas do crédito tributário;

Considerando que na prescrição o elemento temporal é comum e há sempre um decurso de tempo, a favor ou contra o direito;

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Considerando que se conceitua prescrição como a perda do direito de ação atribuída a um direito e sua capacidade defensiva, em conseqüência de não ter sido ajuizada no espaço de tempo previsto em lei, sendo, também, causa jurídica o não esgotamento da fase administrativa em decorrência da impossibilidade de notificação válida, aliada ao fato de, na maioria das vezes, o débito da anuidade do ano corrente ser menor de R$ 1.000,00 (um mil reais), o que impede a execução na esfera da justiça federal no estado de São Paulo e não por inércia do titular do direito;

Considerando que a prescrição tributária está regrada no art. 174, do CTN, rezando que a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da constituição definitiva;

Considerando que dentre as características da prescrição é que ela pode ser alegada em qualquer instância, pela parte a quem aproveita (art. 193, do CCiv.), exceto em sede de REsp ou RE, por força da Súmula 282 do STF e Regimentos Internos do STF e do STJ, que exigem um prequestionamento da matéria específica;

Considerando que a decadência por sua vez, é a perda do direito material pelo seu titular, pelo seu não exercício durante um certo tempo;

Considerando que as diferenças entre prescrição e decadência são: a prescrição não corre contra certas pessoas (art. 197, CCiv), enquanto a decadência corre contra todos;

Considerando que o prazo prescricional pode ser suspenso ou interrompido, a decadência não pode ser suspensa ou interrompida, uma vez que seus prazos são fatais e peremptórios;

Considerando que a contagem do prazo decadencial está regrada no art. 173, do CTN (tributos que aceitam o lançamento direto ou misto) e, o § 4º, do art. 150, do CTN, (tributos que aceitam lançamento por homologação);

Considerando que em ambos o prazo decadencial será de 5 (cinco) anos contados das hipóteses elencadas nos dispositivos legais, ou seja, do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (1º de abril de cada exercício);

Considerando que o direito de lançar decai em 5 (cinco) anos contados da data da ocorrência do fato, salvo se comprovado dolo, fraude ou simulação;

Considerando que o simples decurso do prazo já é considerado uma homologação tácita e com isso, opera-se a decadência salvo se comprovada a ocorrência de dolo,

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fraude ou simulação, cujo ônus, nesses casos, é do CORE-SP provar, não se falando nem em prescrição ou decadência;

Considerando que a obrigação tributária tem origem nos mesmos conceitos das obrigações civis, embora seja tratada com as peculiaridades do direito tributário. Considerando, por fim, a Deliberação do Plenário do CORE-SP por ocasião da reunião a ocorrer no dia 20/01/2016;

RESOLVE:

Art. 1º De acordo com a competência legal prevista no inciso VIII, do art. 1º, combinado com o § 3º, da Lei nº 12.246, de 27 de maio de 2010, que alterou o art. 10 da Lei 4.886, de 9 de dezembro de 1965, o pagamento da anuidade será efetuado pelo representante comercial, pessoa física ou jurídica, até o dia 31 de março de cada ano, com desconto de 10% (dez por cento), ou em até 3 (três) parcelas, sem descontos, vencendo-se a primeira 30 de abril, a segunda em 31 de agosto e a terceira em 31 de dezembro de cada ano.

§ 1º Ao pagamento antecipado será concedido desconto de 20% (vinte por cento) até 31 de janeiro e 15% (quinze por cento) até 28 de fevereiro de cada ano, conforme preceitua o § 4º, daquele dispositivo legal.

§ 2º As anuidades que forem pagas após o vencimento serão acrescidas de 2% (dois por cento) de multa, 1% (um por cento) de juros de mora por mês de atraso e atualização monetária pelo índice de preços ao consumidor, conforme preceitua o § 5º, do mesmo dispositivo legal.

§ 3º A filial ou representação de pessoa jurídica instalada em jurisdição de outro CORE que não o da sua sede, pagará anuidade em valor que não exceda a 50% (cinquenta por cento) do que for pago pela matriz, conforme preceitua o § 5º, também do mesmo dispositivo legal.

§ 4º O representante comercial pessoa física, como responsável técnico de pessoa jurídica devidamente registrada no CORE, pagará anuidade em valor correspondente a 50% (cinquenta por cento) da anuidade devida pelos demais profissionais autônomos registrado no mesmo CORE, conforme preceitua o § 5º, ainda do mesmo dispositivo legal.

Art. 2º Ao CORE compete arrecadar, cobrar e executar as anuidades e emolumentos devidos pelos representantes comerciais, pessoas físicas e jurídicas, registrados, servindo como título executivo extrajudicial a certidão relativa aos seus créditos,

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conforme redação data pelo art. 2º da Lei nª 12.246/10, ao art. 17, da Lei nº 4.886/65, condição essa também prevista na alínea “h”, do art. 17, do RI.

§ 1º A execução de anuidades e emolumentos prevista no caput, se subordina ao esgotamento da fase administrativa, com a notificação válida e do oferecimento do direito do contraditório e da ampla defesa.

Art. 3º Por força do que preceitua o art. 1º, combinado com o 3º da Portaria nº 458, de 28 de janeiro de 2015, as pessoas físicas, os responsáveis técnicos das pessoas jurídicas e as pessoas jurídicas inscritas na jurisdição do CORE-SP, poderão pagar seus débitos, por meio de parcelamento em até 10 (dez) vezes, sendo a primeira no ato do parcelamento e as demais vencíveis a cada 30 (trinta) dias, salvo se o devedor requerer datas compatíveis com as suas condições financeiras capazes de honrar o compromisso, mediante celebração de Termo de Confissão de Dívida, com a emissão dos respectivos boletos, quer seja na sede, quer seja nos Escritórios Seccionais (art. 5º da mesma Portaria).

§ 1º O parcelamento em até 10 (dez) vezes previsto no caput deste artigo, em relação à anuidade do exercício, somente poderá ser concedido se o devedor estiver inadimplente com outras anuidades de exercícios anteriores e não seja optante do parcelamento em até 3 (três) vezes, sem descontos, vencendo-se a primeira 30 de abril, a segunda em 31 de agosto e a terceira em 31 de dezembro de cada ano, conforme previsão contida no art. 1º desta Portaria.

§ 2º São devidos ao CORE-SP os débitos decorrentes de anuidades dos últimos 5 (cinco) anos, contados a partir do dia 1º de abril de cada exercício, que é o parâmetro tributário estabelecido no art. 173, 174 e § 4º do art. 150 do CTN.

§ 3º Aplicam as disposições do § 2º do art. 3º desta Portaria, aos devedores que pretenderem resgatar os débitos à vista (com emissão do correspondente boleto), bem como aqueles que optarem celebrar Termo de Confissão de Dívida, com pagamento em uma única parcela, cuja data poderá ser determinada pelo devedor.

Art. 4º Em se tratando de celebração de novo Termo de Confissão de Dívida, ou Novação, em face de inadimplemento de condições da confissão ou das confissões anteriores, a parte devedora obriga-se a pagar todas as parcelas em mora, ou em inadimplência, pactuadas anteriormente, inclusive os novos débitos porventura consignados no novo termo, com todos os encargos legais incidentes, desde o início do não cumprimento, independentemente dos anos referentes às anuidades devidas, uma vez que, nesses casos, não se aplica a prescrição, haja vista tem havido a suspensão;

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§ 1º Caso haja inadimplemento de condições pactuadas no Termo de Confissão de Dívida, ou Novação, assistirá ao CORE-SP, na condição de CREDOR, o direito de executar a dívida na justiça federal, independentemente de qualquer aviso, notificação ou interpelação.

Art. 5º Os pactos por meio de Termo de Confissão de Dívida e/ou Novação, poderão ser celebrados na sede e/ou nos Escritórios Seccionais, conforme modelos em anexo, que passam a integrar esta Portaria, independentemente de transcrição.

§ 1º Nenhuma parcela poderá ser inferior ao limite mínimo de 50% (cinquenta) por cento do valor da anuidade vigente para as pessoas físicas; responsáveis técnicos e pessoas jurídicas, sendo a última condição conforme a respectiva faixa de capital social, conforme previsão estabelecida no art. 2º, da Portaria nº 458/15.

§ 2º Em havendo a rescisão do Termo de Confissão de Dívida ou Novação, eventuais valores pagos serão abatidos dos débitos efetivamente pagos, seguindo o critério de quitação dos débitos mais antigos em relação aos mais recentes.

Art. 6º Todo o teor da Portaria nº 458/15, permanece em pleno vigor.

Art. 7º Os modelos relacionados ao Termo de Confissão de Dívida e de Novação, ora criados, integram esta Portaria e serão os únicos instrumentos capazes de pactuarem os acordos.

Art. 8º Esta Portaria operará todos os seus efeitos a partir da data da publicação na imprensa oficial, revogando-se dispositivos em contrário.

São Paulo-SP., 05 de janeiro de 2016.

ARLINDO LIBERATTI Diretor - Presidente

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