Elementos de l´ogica e linguagem matem´atica Aula 1Aula 2
Elementos de l´
ogica e linguagem matem´
atica
Ana Carolina Boero
E-mail: ana.boero@ufabc.edu.br
P´agina: http://professor.ufabc.edu.br/~ana.boero Sala 512-2 - Bloco A - Campus Santo Andr´e
Aula 2
Linguagem matem´
atica
Alinguagem matem´atica´e composta de s´ımbolos que denotamrela¸c˜oes,
opera¸c˜oes,constantesevari´aveis, al´em domodificador l´ogico
¬ (“n˜ao”)
dosconectivos l´ogicos
∧ (“e”)
∨ (“ou”)
→ (“se ... ent˜ao”)
↔ (“se e somente se”) e dosquantificadores
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Linguagem matem´
atica
Quando relacionamos vari´aveis, constantes e (repetidas) opera¸c˜oes envolvendo constantes e vari´aveis, produzimos as mais simples senten¸cas matem´aticas. Exemplos: (a) 1 = 0; (b) x ∈ A; (c) 0 < y ; (d) z2+ 3z + 2 = 0.
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Linguagem matem´
atica
O modificador l´ogico, os conectivos l´ogicos e os quantificadores s˜ao usados para produzir novas senten¸cas matem´aticas a partir de senten¸cas matem´aticas j´a existentes.
Exemplos:
(a) se 1 6= 0 ent˜ao 2 6= 1;
(b) 0 < y < 1;
(c) z2+ 3z + 2 = 0 se, e somente se, z = 1 ou z = 2;
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Modificador ¬
Dada uma senten¸ca matem´atica p, podemos construir uma outra senten¸ca matem´atica denominada anega¸c˜aode p, a qual ser´a denotada por¬p(leia“n˜ao p”).
Exemplo:
p: 12 + 12 = 0
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Modificador ¬
Crit´erio que estabelece ovalor-verdadede ¬pcom base no dep:
• ¬p ser´a falsa quandopfor verdadeira;
• ¬p ser´a verdadeira quando pfor falsa.
p ¬p V F F V
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Modificador ¬
Crit´erio que estabelece ovalor-verdadede ¬pcom base no dep:
• ¬p ser´a falsa quandopfor verdadeira;
• ¬p ser´a verdadeira quando pfor falsa.
Tabela-verdade de ¬p
p ¬p V F F V
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Observa¸c˜
ao
As no¸c˜oes de veracidade e falsidade n˜ao s˜ao absolutas!!! Elas est˜ao sempre vinculadas a um contexto fixado.
Exemplo:
• no contexto de n´umeros inteiros, “12 + 12 = 0” ´e falsa;
• no de um rel´ogio que marca vinte e quatro horas, “12 + 12 = 0” ´e verdadeira.
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Conectivo ∧
Dadas duas senten¸cas matem´aticas p e q, podemos construir uma outra senten¸ca matem´atica denominada aconjun¸c˜aode p e q, a qual ser´a denotada porp ∧ q(leia“p e q”).
Exemplo:
p: 1 6= 0
q: qualquer n´umero real x satisfaz x2≥ 0
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Conectivo ∧
Crit´erio que estabelece o valor-verdade dep ∧ qcom base nos dep eq:
• p ∧ q ser´a verdadeira quando peq forem verdadeiras;
• em qualquer outro caso, p ∧ qser´a falsa.
Tabela-verdade de p ∧ q p q p ∧ q V V V V F F F V F F F F
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Conectivo ∨
Dadas duas senten¸cas matem´aticas p e q, podemos construir uma outra senten¸ca matem´atica denominada adisjun¸c˜aode p e q, a qual ser´a denotada porp ∨ q(leia“p ou q”).
Exemplo:
p: 1 6= 0
q: qualquer n´umero real x satisfaz x2≥ 0
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Conectivo ∨
Crit´erio que estabelece o valor-verdade dep ∨ qcom base nos dep eq:
• p ∨ q ser´a falsa quandopeqforem falsas;
• em qualquer outro caso, p ∨ qser´a verdadeira.
Tabela-verdade de p ∨ q p q p ∨ q V V V V F V F V V F F F
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Conectivo →
Dadas duas senten¸cas matem´aticas p e q, podemos construir uma outra senten¸ca matem´atica denominada ocondicional comantecedentep e
consequenteq, a qual ser´a denotada porp → q (leia“se p ent˜ao q”).
Exemplo:
p: √2 ´e um n´umero inteiro
q: 2 ´e um n´umero inteiro
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Conectivo →
Crit´erio que estabelece o valor-verdade dep → q com base nos depeq:
• p → q ser´a falsa quandopfor verdadeira eqfor falsa;
• em qualquer outro caso, p → qser´a verdadeira.
Tabela-verdade de p → q p q p → q V V V V F F F V V F F V
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Justificativa da tabela-verdade de p → q
Pense em p → q como “se p acontecer,eu prometo queq acontecer´a”.
• p → q ser´a falsa quando a promessa for descumprida;
• p → q ser´a verdadeira quando a promessa n˜ao for descumprida.
Por exemplo, considere a seguinte promessa: “se eu for aprovada no vestibular, subirei de joelhos a escadaria da Igreja da Penha”. Quando ela ´e descumprida?
Somente no caso de o antecedente ser verdadeiro (isto ´e, de eu ser aprovada no vestibular) e o consequente ser falso (eu n˜ao subir de joelhos a escadaria da Igreja da Penha).
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Justificativa da tabela-verdade de p → q
Pense em p → q como “se p acontecer,eu prometo queq acontecer´a”.
• p → q ser´a falsa quando a promessa for descumprida;
• p → q ser´a verdadeira quando a promessa n˜ao for descumprida.
Por exemplo, considere a seguinte promessa: “se eu for aprovada no vestibular, subirei de joelhos a escadaria da Igreja da Penha”. Quando ela ´e descumprida? Somente no caso de o antecedente ser verdadeiro (isto ´e, de eu ser aprovada no vestibular) e o consequente ser falso (eu n˜ao subir de joelhos a escadaria da Igreja da Penha).
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Contrapositiva, rec´ıproca e inversa
Sejam p e q duas senten¸cas matem´aticas.
• Acontrapositiva de p → q ´e a senten¸ca matem´atica(¬q) → (¬p).
• Arec´ıprocade p → q ´e a senten¸ca matem´aticaq → p.
• Ainversade p → q ´e a senten¸ca matem´atica(¬ p) → (¬q).
Exemplo:
se√2 ´e inteiro, ent˜ao 2 ´e inteiro
contapositiva: se 2 n˜ao ´e inteiro, ent˜ao√2 n˜ao ´e inteiro
rec´ıproca: se 2 ´e inteiro, ent˜ao√2 ´e inteiro
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Contrapositiva, rec´ıproca e inversa
Observa¸c˜oes:
• p → q ´e verdadeira se, e somente se, sua contrapositiva ´e verdadeira;
p q p → q ¬p ¬q (¬q) → (¬p)
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V
• os valores-verdade de p → q e de sua rec´ıproca podem ser diferentes;
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Conectivo ↔
Dadas duas senten¸cas matem´aticas p e q, podemos construir uma outra senten¸ca matem´atica denominada obicondicionalcom componentes p e q, a qual ser´a denotada porp ↔ q (leia“p se e somente se q”).
Exemplo:
p: 0 < 1
q: 1 < 2
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Conectivo ↔
Crit´erio que estabelece o valor-verdade dep ↔ q com base nos depeq:
• p ↔ q ser´a verdadeira quando ambas as senten¸caspeqforem verdadeiras ou quando ambas as senten¸caspeq forem falsas;
• em qualquer outro caso, p ↔ qser´a falsa.
Tabela-verdade da senten¸ca p ↔ q p q p ↔ q V V V V F F F V F F F V
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Quantificador existencial
Oquantificador existencial´e indicado pelo s´ımbolo∃(leia“existe”).
Exemplo:
p(x ): x2= 2
∃xp(x): existe x tal que x2= 2
Nota: senten¸cas matem´aticas comox2= 2s˜ao chamadas deproposi¸c˜oes
abertase denotadas por p(x ).
Observa¸c˜oes:
• ∃ deve ser pensado como “existe pelo menos um”;
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Quantificador existencial
Oquantificador existencial´e indicado pelo s´ımbolo∃(leia“existe”).
Exemplo:
p(x ): x2= 2
∃xp(x): existe x tal que x2= 2
Nota: senten¸cas matem´aticas comox2= 2s˜ao chamadas deproposi¸c˜oes
abertase denotadas por p(x ).
Observa¸c˜oes:
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Quantificador universal
Oquantificador universal´e indicado pelo s´ımbolo∀ (leia“qualquer que
seja”,“para todo”,“para cada”, “todo”,“cada”).
Exemplo:
p(x ): x2≥ 0
∀xp(x): para todo x vale que x2≥ 0
para cada x vale que x2≥ 0
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Senten¸cas matem´
aticas particulares e universais
• Uma senten¸ca matem´atica da forma ∃xp(x ) ´e ditaparticular.
• Uma senten¸ca matem´atica da forma ∀xp(x ) ´e ditauniversal.
Exemplos:
(a) a senten¸ca matem´atica ∃x (x2= 2) ´e particular;
(b) a senten¸ca matem´atica ∀x (x2≥ 0) ´e universal;
(c) a senten¸ca matem´atica ∀x ∃y (x = y2) ´e universal;
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Vari´
aveis livres
Material adicional
Sejam x uma vari´avel e p uma senten¸ca matem´atica na qual x ocorre.
Uma ocorrˆencia de x em p ´e denominadalivrese n˜ao h´a quantificadores agindo sobre ela. Dizemos que x ocorre livreem p se existe uma ocorrˆencia livre de x em p.
Exemplos:
(a) x ocorre livre em x = 0;
(b) x e y ocorrem livres em x < y ;
(c) y ocorre livre em ∃x (x ≤ y ), mas x n˜ao;
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Proposi¸c˜
oes abertas
Material adicional
Sejam x uma vari´avel e p uma senten¸ca matem´atica na qual x ocorre.
Dizemos que p ´e uma proposi¸c˜ao aberta em x se
• x ocorre livre em p e
• nenhuma outra vari´avel ocorre livre em p.
Nota¸c˜ao: p(x )indicar´a que p ´e uma proposi¸c˜ao aberta em x Exemplos:
(a) x = 0 pode ser denotada por p(x );
(b) x < y n˜ao pode ser denotada por p(x ) nem por p(y );
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Outras quantifica¸c˜
oes
Material adicional
Seja p = p(x ) uma proposi¸c˜ao aberta em x , na qual n˜ao ocorrem y e z. Podemos exprimir outras quantifica¸c˜oes usando ∃ e ∀. Por exemplo:
• “existe um ´unico elemento satisfazendo p”pode ser escrita como “existe x que satisfaz p e (qualquer que seja y ) se y satisfaz p, ent˜ao y = x ”;
• “existem pelo menos dois elementos satisfazendo p” pode ser escrita como “existem x e y tais que x e y satisfazem p e x 6= y ”;
• “existem exatamente dois elementos satisfazendo p”pode ser escrita como “existem x e y tais que x e y satisfazem p, x 6= y e (qualquer que seja z) se z satisfaz p, ent˜ao z = x ou z = y ”.
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Universo de discurso
Umuniverso de discurso(oudom´ınio de discurso) ´e um conjunto U no
qual interpretamos os s´ımbolos que denotam rela¸c˜oes, opera¸c˜oes, constantes e vari´aveis da linguagem matem´atica.
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Universo de discurso
Umuniverso de discurso(oudom´ınio de discurso) ´e um conjunto U no
qual interpretamos os s´ımbolos que denotam rela¸c˜oes, opera¸c˜oes, constantes e vari´aveis da linguagem matem´atica.
Vocˆe se lembra do tal “contexto” na discuss˜ao do valor-verdade da senten¸ca matem´atica “12 + 12 = 0”?
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Conjunto-verdade de uma proposi¸c˜
ao aberta
Suponha fixado um universo de discurso U. Seja p(x ) uma proposi¸c˜ao aberta.
Oconjunto-verdadede p(x ) em U ´e formado pelos elementos a de U que
“verificam” p(a).
Exemplos:
(a) o conjunto-verdade da proposi¸c˜ao aberta x2= 2 em R ´e formado pelos n´umeros reais −√2 e√2; contudo, seu conjunto-verdade em Q ´e vazio;
(b) futuramente, mostraremos que o conjunto-verdade da proposi¸c˜ao aberta ∃y (x = y2
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Valor-verdade de uma senten¸ca particular
Suponha fixado um universo de discurso U. Seja p(x ) uma proposi¸c˜ao aberta.
A senten¸ca matem´atica particular ∃xp(x ) ser´averdadeiraem U se o
conjunto-verdade de p(x ) em U for n˜ao vazio; caso contr´ario, ela ser´a
falsaem U.
Exemplos:
(a) a senten¸ca matem´atica particular ∃x (x2= 2) ´
e verdadeira em R; contudo, ´e falsa em Q.
(b) a senten¸ca matem´atica particular ∃y ∀x (x = y2) ´
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Valor-verdade de uma senten¸ca universal
Suponha fixado um universo de discurso U. Seja p(x ) uma proposi¸c˜ao aberta.
A senten¸ca matem´atica universal ∀xp(x ) ser´averdadeiraem U se o
conjunto-verdade de p(x ) em U for o pr´oprio U; caso contr´ario, ela ser´a
falsaem U.
Exemplos:
(a) a senten¸ca matem´atica universal ∀x (x2≥ 0) ´
e verdadeira em R;
(b) a senten¸ca matem´atica universal ∀x ∃y (x = y2) ´
e falsa em R; contudo, ´e verdadeira no conjunto dos n´umeros reais n˜ao negativos.
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Exemplos e contraexemplos
Suponha fixado um universo de discurso U. Seja p(x ) uma proposi¸c˜ao aberta.
• Um exemplopara p(x ) em U ´e um elemento de U que pertence ao
conjunto-verdade da proposi¸c˜ao aberta p(x ) em U.
• Um contraexemplopara ∀xp(x ) em U ´e um elemento de U que n˜ao
pertence ao conjunto-verdade da proposi¸c˜ao aberta p(x ) em U. Exemplos:
(a) √2 ´e um exemplo para x2
= 2 em R;
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Nega¸c˜
ao de ¬p
As senten¸cas matem´aticas¬(¬p)eps˜aoequivalentes. p ¬p ¬(¬p)
V F V
F V F
Por esta raz˜ao, negamos a senten¸ca matem´atica ¬p escrevendo a senten¸ca matem´atica p.
Exemplo:
9 e 27 n˜ao s˜ao primos entre si
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Nega¸c˜
ao de p ∧ q
As senten¸cas matem´aticas¬(p ∧ q)e(¬p) ∨ (¬q)s˜ao equivalentes. p q p ∧ q ¬(p ∧ q) ¬p ¬q (¬p) ∨ (¬q)
V V V F F F F
V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V
Por esta raz˜ao, negamos a senten¸ca matem´atica p ∧ q escrevendo a senten¸ca matem´atica (¬p) ∨ (¬q).
Exemplo:
n ´e divis´ıvel por 2 e 3
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Nega¸c˜
ao de p ∨ q
As senten¸cas matem´aticas¬(p ∨ q)e(¬p) ∧ (¬q)s˜ao equivalentes. p q p ∨ q ¬(p ∨ q) ¬p ¬q (¬p) ∧ (¬q)
V V V F F F F
V F V F F V F
F V V F V F F
F F F V V V V
Por esta raz˜ao, negamos a senten¸ca matem´atica p ∨ q escrevendo a senten¸ca matem´atica (¬p) ∧ (¬q).
Exemplo:
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Nega¸c˜
ao de p → q
As senten¸cas matem´aticas¬(p → q) ep ∧ (¬q)s˜ao equivalentes. p q p → q ¬(p → q) ¬q p ∧ (¬q)
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F F
F F V F V F
Por esta raz˜ao, negamos a senten¸ca matem´atica p → q escrevendo a senten¸ca matem´atica p ∧ (¬q).
Exemplo:
se n2´e par ent˜ao n ´e par
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Nega¸c˜
ao de p ↔ q
As senten¸cas matem´aticasp ↔ q e(p → q) ∧ (q → p)s˜ao equivalentes.
p q p ↔ q p → q q → p (p → q) ∧ (q → p)
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V
Por esta raz˜ao, negamos a senten¸ca matem´atica p ↔ q negando a senten¸ca matem´atica (p → q) ∧ (q → p).
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Nega¸c˜
ao de ∃xp(x )
As senten¸cas matem´aticas¬∃xp(x) e∀x(¬p(x))assumem o mesmo valor-verdade em qualquer universo de discurso fixado.
Por esta raz˜ao, negamos a senten¸ca matem´atica ∃xp(x ) escrevendo a senten¸ca matem´atica ∀x (¬p(x )).
Exemplo:
existe y tal que y2= 2
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Nega¸c˜
ao de ∀xp(x )
As senten¸cas matem´aticas¬∀xp(x) e∃x(¬p(x))assumem o mesmo valor-verdade em qualquer universo de discurso fixado.
Por esta raz˜ao, negamos a senten¸ca matem´atica ∀xp(x ) escrevendo a senten¸ca matem´atica ∃x (¬p(x )).
Exemplo:
para cada x , existe y tal que y2= x
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Demonstra¸c˜
oes
Umademonstra¸c˜aodeve ser encarada como um conjunto organizado de
evidˆencias de que o resultado que desejamos obter est´a correto.
Em outras palavras, demonstrar uma senten¸ca matem´atica consiste basicamente em adotar certos “pressupostos” e, valendo-se de racioc´ınios “preservadores da verdade”, us´a-los para obter a conclus˜ao desejada.
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Demonstra¸c˜
oes
Umademonstra¸c˜aodeve ser encarada como um conjunto organizado de
evidˆencias de que o resultado que desejamos obter est´a correto.
Em outras palavras, demonstrar uma senten¸ca matem´atica consiste basicamente em adotar certos “pressupostos” e, valendo-se de racioc´ınios “preservadores da verdade”, us´a-los para obter a conclus˜ao desejada.
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“Pressupostos”
Os “pressupostos” podem estar explicitamente escritos no enunciado do resultado que desejamos demonstrar ou, ainda, subentendidos.
• N˜ao escreveremos a todo momento os axiomas da teoria que estamos estudando. Eles ser˜ao automaticamente assumidos como “pressupostos”.
• Resultados demonstrados anteriormente tamb´em podem ser assumidos como “pressupostos” — a menos que haja men¸c˜ao expl´ıcita para n˜ao fazˆe-lo!
• Assumiremos, ainda, que “esquemas” de senten¸cas matem´aticas tais como [[(¬p) → q] ∧ (¬q)] → p, os quais s˜ao sempre verdadeiros independentemente dos valores-verdade das senten¸cas mais simples que neles aparecem, podem ser invocados a qualquer momento.
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“Pressupostos”
Os “pressupostos” podem estar explicitamente escritos no enunciado do resultado que desejamos demonstrar ou, ainda, subentendidos.
• N˜ao escreveremos a todo momento os axiomas da teoria que estamos estudando. Eles ser˜ao automaticamente assumidos como “pressupostos”.
• Resultados demonstrados anteriormente tamb´em podem ser assumidos como “pressupostos” — a menos que haja men¸c˜ao expl´ıcita para n˜ao fazˆe-lo!
• Assumiremos, ainda, que “esquemas” de senten¸cas matem´aticas tais como [[(¬p) → q] ∧ (¬q)] → p, os quais s˜ao sempre verdadeiros independentemente dos valores-verdade das senten¸cas mais simples que neles aparecem, podem ser invocados a qualquer momento.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(1) Passar do geral para o particular.
• Todos os homens s˜ao mortais.
• S´ocrates ´e um homem.
• Portanto, S´ocrates ´e mortal.
• Toda fun¸c˜ao bijetora ´e invers´ıvel.
• f : R → R dada por f (x) = 2x + 1 ´e bijetora.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(1) Passar do geral para o particular.
• Todos os homens s˜ao mortais.
• S´ocrates ´e um homem.
• Portanto, S´ocrates ´e mortal.
• f : R → R dada por f (x) = 2x + 1 ´e bijetora.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(1) Passar do geral para o particular.
• Todos os homens s˜ao mortais.
• S´ocrates ´e um homem.
• Portanto, S´ocrates ´e mortal.
• Toda fun¸c˜ao bijetora ´e invers´ıvel.
• f : R → R dada por f (x) = 2x + 1 ´e bijetora.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(1) Passar do geral para o particular.
• Todos os homens s˜ao mortais.
• S´ocrates ´e um homem.
• Portanto, S´ocrates ´e mortal.
• Toda fun¸c˜ao bijetora ´e invers´ıvel.
• f : R → R dada por f (x) = 2x + 1 ´e bijetora.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(2) Passar do particular arbitr´ario para o geral.
Como provar que o quadrado detodo n´umero real n˜ao nulo ´e positivo?
• N˜ao adianta tomar um n´umero real n˜ao nulo espec´ıfico e alegar que seu quadrado ´e positivo.
Solu¸c˜ao: usar um s´ımbolo que n˜ao fa¸ca referˆencia a um n´umero espec´ıfico — x , por exemplo.
• Demonstramos que o quadradodestex ´e positivo.
• Conclu´ımos que o quadrado detodon´umero real n˜ao nulo ´e positivo. Justificativa: como x foi escolhido arbitrariamente, n˜ao corremos o risco de ter usado propriedades espec´ıficas de um particular n´umero real; portanto, os argumentos que apresentamos servem para mostrar que o quadrado dequalquer n´umero real n˜ao nulo ´e positivo.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(2) Passar do particular arbitr´ario para o geral.
Como provar que o quadrado detodo n´umero real n˜ao nulo ´e positivo?
• N˜ao adianta tomar um n´umero real n˜ao nulo espec´ıfico e alegar que seu quadrado ´e positivo.
espec´ıfico — x , por exemplo.
• Demonstramos que o quadradodestex ´e positivo.
• Conclu´ımos que o quadrado detodon´umero real n˜ao nulo ´e positivo. Justificativa: como x foi escolhido arbitrariamente, n˜ao corremos o risco de ter usado propriedades espec´ıficas de um particular n´umero real; portanto, os argumentos que apresentamos servem para mostrar que o quadrado dequalquer n´umero real n˜ao nulo ´e positivo.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(2) Passar do particular arbitr´ario para o geral.
Como provar que o quadrado detodo n´umero real n˜ao nulo ´e positivo?
• N˜ao adianta tomar um n´umero real n˜ao nulo espec´ıfico e alegar que seu quadrado ´e positivo.
Solu¸c˜ao: usar um s´ımbolo que n˜ao fa¸ca referˆencia a um n´umero espec´ıfico — x , por exemplo.
• Demonstramos que o quadradodestex ´e positivo.
• Conclu´ımos que o quadrado detodon´umero real n˜ao nulo ´e positivo. Justificativa: como x foi escolhido arbitrariamente, n˜ao corremos o risco de ter usado propriedades espec´ıficas de um particular n´umero real; portanto, os argumentos que apresentamos servem para mostrar que o quadrado dequalquer n´umero real n˜ao nulo ´e positivo.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(2) Passar do particular arbitr´ario para o geral.
Como provar que o quadrado detodo n´umero real n˜ao nulo ´e positivo?
• N˜ao adianta tomar um n´umero real n˜ao nulo espec´ıfico e alegar que seu quadrado ´e positivo.
Solu¸c˜ao: usar um s´ımbolo que n˜ao fa¸ca referˆencia a um n´umero espec´ıfico — x , por exemplo.
• Demonstramos que o quadrado destex ´e positivo.
Justificativa: como x foi escolhido arbitrariamente, n˜ao corremos o risco de ter usado propriedades espec´ıficas de um particular n´umero real; portanto, os argumentos que apresentamos servem para mostrar que o quadrado dequalquer n´umero real n˜ao nulo ´e positivo.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(2) Passar do particular arbitr´ario para o geral.
Como provar que o quadrado detodo n´umero real n˜ao nulo ´e positivo?
• N˜ao adianta tomar um n´umero real n˜ao nulo espec´ıfico e alegar que seu quadrado ´e positivo.
Solu¸c˜ao: usar um s´ımbolo que n˜ao fa¸ca referˆencia a um n´umero espec´ıfico — x , por exemplo.
• Demonstramos que o quadrado destex ´e positivo.
• Conclu´ımos que o quadrado detodon´umero real n˜ao nulo ´e positivo.
Justificativa: como x foi escolhido arbitrariamente, n˜ao corremos o risco de ter usado propriedades espec´ıficas de um particular n´umero real; portanto, os argumentos que apresentamos servem para mostrar que o quadrado dequalquer n´umero real n˜ao nulo ´e positivo.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(2) Passar do particular arbitr´ario para o geral.
Como provar que o quadrado detodo n´umero real n˜ao nulo ´e positivo?
• N˜ao adianta tomar um n´umero real n˜ao nulo espec´ıfico e alegar que seu quadrado ´e positivo.
Solu¸c˜ao: usar um s´ımbolo que n˜ao fa¸ca referˆencia a um n´umero espec´ıfico — x , por exemplo.
• Demonstramos que o quadrado destex ´e positivo.
• Conclu´ımos que o quadrado detodon´umero real n˜ao nulo ´e positivo. Justificativa: como x foi escolhido arbitrariamente, n˜ao corremos o risco de ter usado propriedades espec´ıficas de um particular n´umero real; portanto, os argumentos que apresentamos servem para mostrar
Elementos de l´ogica e linguagem matem´atica Aula 1Aula 2
Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(3) Inferir q a partir de p → q e p.
Em outras palavras: se valem p → q e p, conclu´ımos que vale q.
• Se chove, a rua fica molhada.
• Chove.
• Portanto, a rua est´a molhada.
• Se 78 for divis´ıvel por 2 e 3, ent˜ao 78 ser´a divis´ıvel por 6.
• 78 ´e divis´ıvel por 2 e 3.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(3) Inferir q a partir de p → q e p.
Em outras palavras: se valem p → q e p, conclu´ımos que vale q.
• Se chove, a rua fica molhada.
• Chove.
• Portanto, a rua est´a molhada.
• 78 ´e divis´ıvel por 2 e 3.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(3) Inferir q a partir de p → q e p.
Em outras palavras: se valem p → q e p, conclu´ımos que vale q.
• Se chove, a rua fica molhada.
• Chove.
• Portanto, a rua est´a molhada.
• Se 78 for divis´ıvel por 2 e 3, ent˜ao 78 ser´a divis´ıvel por 6.
• 78 ´e divis´ıvel por 2 e 3.
Aula 2
Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(3) Inferir q a partir de p → q e p.
Em outras palavras: se valem p → q e p, conclu´ımos que vale q.
• Se chove, a rua fica molhada.
• Chove.
• Portanto, a rua est´a molhada.
• Se 78 for divis´ıvel por 2 e 3, ent˜ao 78 ser´a divis´ıvel por 6.
• 78 ´e divis´ıvel por 2 e 3.
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Racioc´ınios “preservadores da verdade”
(4) Intercambiar senten¸cas matem´aticas equivalentes.
• (p → q) ∧ (q → p) e (p ↔ q) s˜ao equivalentes.
• p → q e (¬q) → (¬p) s˜ao equivalentes.
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Implica¸c˜
ao e equivalˆ
encia
Sejam p e q senten¸cas matem´aticas.
Dizemos que pimplica q se p → q ´e um teorema.
Nota¸c˜ao: p ⇒ q
Observa¸c˜ao: p ´e denominada hip´otesee q,tese.
• q ´econdi¸c˜ao necess´ariapara p;
• p ´econdi¸c˜ao suficientepara q.
Dizemos que p e q s˜aoequivalentesse p ↔ q ´e um teorema.
Nota¸c˜ao: p ⇔ q
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Implica¸c˜
ao e equivalˆ
encia
Sejam p e q senten¸cas matem´aticas.
Dizemos que pimplica q se p → q ´e um teorema.
Nota¸c˜ao: p ⇒ q
Observa¸c˜ao: p ´e denominada hip´otesee q,tese. Outras maneiras de ler p ⇒ q:
• q ´econdi¸c˜ao necess´ariapara p;
• p ´econdi¸c˜ao suficientepara q.
Dizemos que p e q s˜aoequivalentesse p ↔ q ´e um teorema.
Nota¸c˜ao: p ⇔ q
Aula 2
Implica¸c˜
ao e equivalˆ
encia
Sejam p e q senten¸cas matem´aticas.
Dizemos que pimplica q se p → q ´e um teorema.
Nota¸c˜ao: p ⇒ q
Observa¸c˜ao: p ´e denominada hip´otesee q,tese. Outras maneiras de ler p ⇒ q:
• q ´econdi¸c˜ao necess´ariapara p;
• p ´econdi¸c˜ao suficientepara q.
Dizemos que p e q s˜aoequivalentesse p ↔ q ´e um teorema.
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Demonstra¸c˜
ao direta
Sejam p e q duas senten¸cas matem´aticas.
A fim de provar que p ⇒ q, basta adotar p como “pressuposto” e, valendo-se de racioc´ınios “preservadores da verdade”, obter q.
Exemplos:
Teorema: Se x +1x −1< x +2x −6, ent˜ao −23< x < 1 ou x > 6.
Aula 2
Demonstra¸c˜
ao do tipo “se e somente se”
Sejam p e q duas senten¸cas matem´aticas.
A fim de provar que p ⇔ q basta provar que p ⇒ q e q ⇒ p.
Exemplo:
Teorema: Sejam a, b e c n´umeros reais tais que a 6= 0.
ax2+ bx + c = 0 se, e somente se, x = −b ±
√ b2−4ac
2a .
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Demonstra¸c˜
ao por contraposi¸c˜
ao
Sejam p e q duas senten¸cas matem´aticas.
A fim de provar que p ⇒ q basta provar que (¬q) ⇒ (¬p).
Exemplo:
Teorema: Seja n um n´umero inteiro. Se n2´e par, ent˜ao n ´e par. Demonstra¸c˜ao: Na lousa.
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Demonstra¸c˜
ao por absurdo
Seja p uma senten¸ca matem´atica.
A fim de provar p basta tomar ¬p como “pressuposto” e, valendo-se de racioc´ınios “preservadores da verdade”, obter uma contradi¸c˜ao.
Exemplo:
Teorema: N˜ao existe n´umero racional cujo quadrado seja 2. Demonstra¸c˜ao: Na lousa.