• Nenhum resultado encontrado

Análise financeira e auditoria interna das demonstrações financeiras e do controle interno como ferramentas de gestão de uma empresa

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Análise financeira e auditoria interna das demonstrações financeiras e do controle interno como ferramentas de gestão de uma empresa"

Copied!
91
0
0

Texto

(1)

UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande

do Sul

DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis,

Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração EaD

Disciplina Trabalho de Conclusão de Curso EaD

JISLAINE CRISTIANE DILL

Prof. Orientador Ivo Ney Kuhn

ANÁLISE FINANCEIRA E AUDITORIA INTERNA DAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E DO CONTROLE

INTERNO COMO FERRAMENTAS DE GESTÃO DE UMA

EMPRESA

Trabalho de Conclusão de Curso

(2)

JISLAINE CRISTIANE DILL

Prof. Orientador Ivo Ney Kuhn

ANÁLISE FINANCEIRA E AUDITORIA INTERNA DAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E DO CONTROLE

INTERNO COMO FERRAMENTAS DE GESTÃO DE UMA

EMPRESA

Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à Conclusão de Curso e consequente obtenção do título de Bacharel em Administração.

(3)

RESUMO

Introdução: As organizações estão inseridas num contexto globalizado, altamente

competitivo e que apresenta desafios constantes para os gestores, cabendo a estes desenvolver ferramentas que auxiliem o seu processo de gestão, utilizando para tal, o conhecimento e a informação como recursos estratégicos na formulação das estratégias organizacionais. Neste contexto, a Análise Financeira e a Auditoria Interna são os principais instrumentos de controle de uma organização, para subsidiar a tomada de decisões. A análise das demonstrações financeiras consiste num processo específico para detalhar a situação econômico-financeira de uma organização, fornecendo subsídios para o processo decisório e a melhoria contínua. Neste sentido, a análise das demonstrações financeiras para Padoveze e Benedicto (2014. p. 89) "é o processo de "reflexão" sobre as demonstrações contábeis, objetivando uma avaliação da empresa em seus aspectos operacionais, patrimoniais e financeiros". A auditoria, na visão de Attie (2011, p. 5) "é uma especialização contábil voltada a testar a eficiência e a eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado". Portanto, o presente estudo foi realizado a partir do seguinte problema de pesquisa: Como utilizar a análise financeira e a auditoria interna das demonstrações financeiras e do controle interno como ferramentas de gestão? O objetivo deste estudo é demonstrar a aplicabilidade e a importância da análise financeira e da auditoria interna das demonstrações financeiras e do controle interno como ferramentas de gestão.

Metodologia: Considerando o objetivo proposto, a metodologia utilizada no

presente estudo é de caráter descritiva. No entendimento de Zamberlan et al (2014, p. 96 e 97) o objetivo da pesquisa descritiva é "identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos de determinada realidade em estudo [...] e para a obtenção dos dados destacam-se: questionários, testes padronizados, entrevistas, observações, entre outros". A pesquisa do ponto de vista da natureza classifica-se como uma pesquisa aplicada, a qual aprofundou conhecimentos na área a partir de uma análise prática, determinando respostas ao problema proposto. Quanto ao ponto de vista da abordagem, o estudo é classificado como pesquisa qualitativa, pois analisou detalhadamente a situação econômico-financeira de uma empresa, bem como realizou a auditoria interna das principais contas para averiguação da legitimidade das informações e dos processos internos, servindo de embasamento para o planejamento do processo decisório na tomada de decisões. Em relação aos procedimentos técnicos, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, sendo realizadas pesquisas sobre o tema em questão em livros, sites da internet, portais, leis e legislações, artigos publicados e revistas técnicas e científicas. O estudo também utilizou a pesquisa documental, na qual foram analisados documentos internos da organização, objetivando a construção do conhecimento. Por fim, o estudo também é classificado como estudo de caso e levantamento, onde foi realizado um estudo específico da situação econômico-financeira da organização objeto de estudo, bem como a aplicação da auditoria interna na forma de questionário para legitimar as informações apresentadas a fim de se obter um conhecimento detalhado. A coleta de dados ocorreu em janeiro de 2015 e como instrumentos da coleta de dados foram utilizadas as técnicas de observação e questionário. As informações e as documentações necessárias para o desenvolvimento do estudo foram fornecidas pelo Setor Administrativo e Financeiro da organização. Para realizar a análise

(4)

econômico-financeira, a gerente financeira disponibilizou as demonstrações financeiras BP e DRE de quatro exercícios sociais consecutivos. O questionário da auditoria interna para legitimar as principais contas das demonstrações financeiras e dos processos internos foi aplicado aos dois sócios e na gerente financeira da organização. O questionário foi elaborado com questões para averiguar e legitimar as informações apresentadas no controle interno e nas principais contas das demonstrações financeiras. As alternativas de respostas apresentaram duas opções: Sim ou Não, contribuindo assim para a identificação das fraquezas da empresa. A auditoria interna realizada pelo presente estudo contemplou a aplicação do questionário inicial para a realização dos trabalhos da mesma. Já os procedimentos, testes e exames subsequentes será objeto de investigação e aplicação para o próximo estudo a ser desenvolvido. Após a coleta dos dados, os mesmos foram analisados, interpretados, padronizados e transformados em planilhas a fim da concretização dos objetivos propostos. A partir das informações das demonstrações contábeis BP e DRE, foram realizados os cálculos das análises financeiras e dos indicadores financeiros e econômicos, além da tabulação das respostas do questionário aplicado para a devida compreensão e análise.

Resultados: Os resultados da pesquisa apontam para a importância da análise da

situação econômico-financeira da empresa Alfa Intelligence, bem como a realização da auditoria interna das principais contas e do controle interno da organização como ferramenta de apoio aos gestores. No estudo do caso, após a padronização das demonstrações financeiras BP e DRE, foram exercitadas as técnicas de análise financeira, composta da análise horizontal (AH) e vertical (AV) e dos indicadores financeiros e econômicos, destacando os índices de liquidez, de estrutura e endividamento e de retorno. Padoveze e Benedicto (2014, p. 3) destacam que a análise financeira obtém "elementos para o processo de avaliação da continuidade financeira e operacional da entidade analisada". Na visão dos autores acima citados a AH "[...] permite identificar a variação positiva ou negativa de um período em relação ao anterior." (PADOVEZE E BENEDICTO 2014, p. 199). A análise financeira da organização objeto de estudo contemplou a análise do BP e da DRE. Em relação ao crescimento horizontal do BP, cabe destacar que na rubrica patrimônio líquido consolidado as contas de capital social realizado e reservas de capital se mantiveram constantes em todos os anos, e a conta lucros/prejuízos acumulados foi a responsável pela elevação dos percentuais em todos os anos, atingindo o pico de 165,07% no ano 4, demonstrando a alavancagem do patrimônio da empresa. Como no ano 1 a conta lucro/prejuízo consolidado do período apresentou resultado negativo, a AH da DRE considerou como base o ano 2. No entanto, a partir deste ano foi possível identificar que a empresa manteve-se lucrativa, sendo que para os anos finais do período analisado foram apresentados os percentuais de 150,62% para o ano 3 e 310,42% para o ano 4. Pereira da Silva (2013, p. 205) comenta que "o primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração contábil em relação a determinado referencial". A AV do BP constata que no período analisado o ativo circulante da empresa Alfa Intelligence, vem diminuindo a cada ano, passando de 57,69% no ano 1 para 40,46% no ano 4, o que representou uma queda de recursos financeiros, sendo que as contas a receber obtiveram as maiores oscilações neste período, passando de 41,51% no ano 1 para 31,23% no ano 4. No entanto, no ano 3 não chegou a atingir os 30%. Em contra partida, o ativo não circulante entre os anos analisados obteve aumento gradual, passando de 42,31% do ativo total no ano 1 a 59,54% do ativo

(5)

total no ano 4. O passivo circulante e o passivo não circulante oscilaram nos anos avaliados, principalmente em relação aos empréstimos e financiamentos de curto prazo, que chegaram a atingir no ano 2 o percentual de 13,48%, mas em contra partida os empréstimos e financiamentos de longo prazo tiveram acentuada queda, passando de 30,76% no ano 1 a 11,43% no ano 4. Com o patrimônio líquido consolidado também aconteceram oscilações, no ano 1 o mesmo apresentou o percentual de 50,10% e no ano 4 atingiu o percentual de 59,07%. A AV da DRE demonstra que o custo dos bens e/ou serviços vendidos diminuíram no decorrer do período analisado, também cabe destacar que os resultados obtidos pela empresa Alfa Intelligence no periódo analisado em termos de valores, demonstra o crescimento constante da empresa, após o ano 1 ter apresentado resultado negativo. Os indicadores financeiros e econômicos, no entendimento de Iudícibus (2010, p. 92) retratam o que aconteceu no passado da organização e fornecem subsídios para o que poderá acontecer no futuro. Sendo assim, através do índice de liquidez geral é possível perceber que a capacidade da empresa Alfa Intelligence em liquidar os compromissos foi insuficiente nos anos 2 e 3, pois para cada R$ 1,00 das dívidas totais a empresa possuía respectivamente para cada ano R$ 0,96 e R$ 0,82 de dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo. Por outro lado, no ano 4 o índice apresentou para cada R$ 1,00 de dívida total a empresa possuía R$ 1,04, ficando abaixo do ano 1, o qual apresentou para o período analisado o maior índice, R$ 1,16 para fazer frente aos seus compromissos. A liquidez corrente demonstra a saúde financeira da empresa, para o ano 1 cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo a empresa apresentava R$ 3,01 de ativos circulantes, nos anos posteriores o valor apresentado teve redução em comparação a este ano, mas finalizou o ano 4 com R$ 1,37 de ativo circulante para cada real de dívida de curto prazo. Os índices de estrutura e endividamento representam quanto os ativos são financiados com capitais de terceiros e próprios, determinando se a empresa possui dependência de recursos de terceiros (Padoveze e Benedicto 2014, p. 154-155). O índice participação de capitais de terceiros (PCT) demonstra que a empresa não depende dos recursos de terceiros para honrar com seus compromissos, pois fechou o ano 4 com o menor índice para o período analisado, ou seja, 69,29%, que significa que para cada R$ 100,00 de capital próprio, a empresa utilizou R$ 69,29 de recursos de terceiros. O índice de imobilização do patrimônio líquido (IPL) da empresa identifica que no ano 4 a empresa imobilizou 97,22% de todo o patrimônio líquido (PL), ou seja, demonstrando a capacidade financeira e da estrutura patrimonial da empresa, o que permite utilizar as folgas para investimento nas demais contas do ativo. A composição do endividamento (CE) da empresa cresceu consideravelmente, pois mais da metade das dívidas venceram no curto prazo, representando 72,08% no final do ano 4. O índice de endividamento geral (EG) revela que a empresa investiu no seu ativo um volume maior de recursos próprios, para o ano 4 esse percentual ficou em torno de 40%. Os índices de retorno na visão de Martins, Miranda e Diniz (2014, p. 189) explicam que "a rentabilidade é a alma do negócio. Sem rentabilidade a continuidade da empresa estará comprometida". Neste sentido, o giro do ativo (GA) apresentou resultado de crescimento superior dos ativos em relação ao volume de vendas no período, passou de 3,29 vezes no ano 2 a 2,71 vezes no ano 4. O índice de retorno sobre as vendas (RSV) da empresa determina que é necessário providenciar ajustes em relação às receitas ou em relação aos custos, ou até mesmo em ambas as contas, pois para o ano 4 cada R$ 100,00 de vendas líquidas, sobraram para a empresa R$ 9,15. O índice retorno sobre o ativo (RSA) apresenta que para cada R$ 100,00 do ativo total médio a empresa gerou um lucro líquido de

(6)

R$ 9,16 no ano 2, R$ 17,57 no ano 3 e R$ 24,81 no ano 4. O índice retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) apresenta a vitalidade da empresa e sua capacidade na geração de lucros, tornando-a atrativa para seus proprietários, pois para cada R$ 100,00 de patrimônio líquido médio investido no período, a empresa gerou lucro líquido de R$ 20,14 no ano 2, R$ 39,44 no ano 3 e R$ 46,70 no ano 4. Outro ponto importante deste trabalho foi a realização dos trabalhos iniciais da auditoria interna, através das respostas obtidas com a aplicação de um questionário nos responsáveis diretos pelo setor foi possível diagnosticar o controle interno da organização, a fim de averiguar e legitimar as informações contidas nas principais demonstrações financeiras da organização. Diante das respostas obtidas foram elencados os pontos observados, as possíveis consequências e as principais recomendações acerca das fraquezas levantadas. Dentre as quais, destacam-se a criação de instruções de trabalho para cada atividade, formalização de procedimentos, criação de uma política para a concessão de crédito e de descontos, implantação da gestão de compras e de um sistema orçamentário, exame tempestivo das contas a pagar visando o controle de qualidade da contabilização e a segregação da função.

Conclusão: Através da usabilidade e aplicabilidade dos processos de análise

financeira e de auditoria interna as organizações podem transformar as informações das demonstrações financeiras em uma ferramenta de gestão para subsidiar o processo decisório na tomada de decisões. Neste estudo, além de analisar detalhadamente a situação econômico-financeira da organização objeto de estudo, através das demonstrações financeiras, foram aplicados os trabalhos iniciais da auditoria interna, objetivando o levantamento de irregularidades nos processos internos. Embora, a pesquisa não contemplou a aplicação total da auditoria interna, há apontamentos e recomendações acerca dos controles e processos internos que contribuirão para a lisura e veracidade das informações das demonstrações financeiras. Sendo possível, destacar que estes processos são fundamentais para o assessoramento administrativo, visando o direcionamento das estratégias futuras, para a obtenção dos resultados corporativos projetados.

Referências:

ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 675 p.

IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise de Balanços. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 254 p. MARTINS, Eliseu; MIRANDA, Gilberto José; DINIZ, Josedilton Alves. Análise

Didática das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas, 2014. 252 p.

PADOVEZE, Clóvis Luís; BENEDICTO, Gideon Carvalho de. Análise das

demonstrações financeiras. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cengage Learning,

2014. 298 p.

PEREIRA DA SILVA, José. Análise financeira das empresas. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 593 p.

ZAMBERLAN, Luciano (Org.); RASIA, Pedro Carlos; SOUZA, José Dalmo Silva de; GRISON, Antonio José; GAGLIARDI, André de Oliveira; TEIXEIRA, Enise Barth; DREWS, Gustavo Arno; VIEIRA, Eusélia Paveglio; BRIZOLLA, Maria Margarete Baccin; ALLEBRANDT, Sérgio Luís. Pesquisa em ciências sociais aplicadas. Ijuí: Ed. Unijuí, 2014. 208 p.

(7)

Palavras-chave: Demonstrações financeiras. Análise financeira. Indicadores

financeiros e econômicos. Auditoria interna.

(8)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 - Comparação dos resultados em valores da empresa Alfa Intelligence . 71

Gráfico 02 - Liquidez Geral ... 72

Gráfico 03 - Liquidez Corrente ... 73

Gráfico 04 - Participação de Capitais de Terceiros ... 74

Gráfico 05 - Imobilização do Patrimônio Líquido ... 75

Gráfico 06 - Composição do Endividamento ... 75

Gráfico 07 - Endividamento Geral ... 76

Gráfico 08 - Giro do Ativo ... 77

Gráfico 09 - Retorno Sobre as Vendas... 77

Gráfico 10 - Retorno Sobre o Ativo ... 78

(9)

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Planilha para padronização do BP ... 35

Quadro 02 - Planilha para padronização da DRE ... 36

Quadro 03 - BP da empresa Alfa Intelligence ... 63

Quadro 04 - DRE da empresa Alfa Intelligence ... 64

Quadro 05 - Análise Horizontal do BP da empresa Alfa Intelligence ... 65

Quadro 06 - Análise Horizontal da DRE da empresa Alfa Intelligence ... 66

Quadro 07 - Análise Vertical do BP da empresa Alfa Intelligence ... 69

Quadro 08 - Análise Vertical da DRE da empresa Alfa Intelligence ... 70

Quadro 09 - Indicadores Financeiros e Econômicos ... 71

Quadro 10 - Quantificação das respostas obtidas em relação à Auditoria Interna .... 79

Quadro 11 - Aplicabilidade da Auditoria Interna ... 81

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AH - Análise Horizontal AV - Análise Vertical BP - Balanço Patrimonial

CE - Composição do Endividamento CFC - Conselho Federal de Contabilidade DRE - Demonstração do Resultado do Exercício EG - Endividamento Geral

GA - Giro do Ativo

IPL - Imobilizado do Patrimônio Líquido LC - Liquidez Corrente

LG - Liquidez Geral LS - Liquidez Seca

NDD - Nível de Desconto de Duplicatas PC - Princípios de Contabilidade

PCT - Participação de Capitais de Terceiros PFC - Princípios Fundamentais de Contabilidade PL - Patrimônio Líquido

RSA - Retorno Sobre o Ativo

RSPL - Retorno Sobre o Patrimônio Líquido RSV - Retorno Sobre as Vendas

(11)

SUMÁRIO

RESUMO ... 2

LISTA DE GRÁFICOS ... 7

LISTA DE QUADROS ... 8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS... 9

INTRODUÇÃO ... 14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 16 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 16 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 16 1.3 PROBLEMA ... 17 1.4 OBJETIVOS ... 18 1.4.1 Objetivo Geral ... 18 1.4.2 Objetivos Específicos ... 18 1.5 JUSTIFICATIVA ... 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 20 2.1 CONTABILIDADE... 20 2.1.1 Conceito ... 20 2.1.2 Objeto da Contabilidade ... 20 2.1.3 Finalidade da Contabilidade ... 21

2.1.4 Objetivos e funções da Contabilidade ... 22

2.1.5 Usuários da Contabilidade ... 22

2.1.6 Princípios de Contabilidade ... 23

2.1.6.1 Princípio da Entidade ... 24

2.1.6.2 Princípio da Continuidade ... 24

2.1.6.3 Princípio da Oportunidade ... 25

(12)

2.1.6.5 Princípio da Competência ... 26

2.1.6.6 Princípio da Prudência ... 27

2.1.7 Demonstrações Financeiras ... 27

2.1.7.1 Principais Demonstrações Financeiras ... 27

2.1.7.1.1 Balanço Patrimonial ... 28

2.1.7.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício ... 29

2.1.7.2 Principais alterações introduzidas nas demonstrações financeiras pelas Leis Nº 11.638/07 e Nº 11.941/09 ... 30

2.2 ANÁLISE FINANCEIRA ... 31

2.2.1 Conceito ... 31

2.2.2 Objetivos ... 32

2.2.3 O Processo de Análise Financeira ... 32

2.2.3.1 Etapas do Processo de Análise Financeira ... 33

2.2.3.1.1 Coleta da Documentação para Análise ... 34

2.2.3.1.2 Conferência da Documentação ... 34

2.2.3.1.3 Preparação: leitura e padronização das demonstrações contábeis. ... 34

2.2.3.1.4 Processamento: cálculos dos indicadores e obtenção de relatórios. .. 37

2.2.3.1.5 Análise das Demonstrações Contábeis ... 37

2.2.3.1.6 Conclusão ... 37

2.2.4 Métodos de Análise das Demonstrações Contábeis ... 38

2.2.4.1 Análise Horizontal (AH) ... 38

2.2.4.2 Análise Vertical (AV) ... 39

2.2.4.3 Indicadores Financeiros e Econômicos ... 40

2.2.4.3.1 Índices de Liquidez ... 40

2.2.4.3.1.1 Liquidez Geral (LG) ... 40

(13)

2.2.4.3.1.3 Liquidez Seca (LS) ... 41

2.2.4.3.2 Índices de Estrutura e Endividamento ... 41

2.2.4.3.2.1 Participação de Capitais de Terceiros (PCT) ... 41

2.2.4.3.2.2 Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) ... 42

2.2.4.3.2.3 Composição do Endividamento (CE) ... 42

2.2.4.3.2.4 Endividamento Geral (EG) ... 43

2.2.4.3.2.5 Nível de Desconto de Duplicatas (NDD) ... 43

2.2.4.3.3 Índices de Retorno ... 43

2.2.4.3.3.1 Giro do Ativo (GA) ... 43

2.2.4.3.3.2 Retorno Sobre as Vendas (RSV) ... 44

2.2.4.3.3.3 Retorno Sobre o Ativo (RSA) ... 44

2.2.4.3.3.4 Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (RSPL)... 45

2.3 AUDITORIA ... 45

2.3.1 Função da Auditoria ... 46

2.3.2 Objetivos e contribuições da Auditoria ... 46

2.3.3 Objeto da Auditoria ... 48

2.3.4 Auditoria Externa ... 48

2.3.4.1 Auditor Externo ... 49

2.3.5 Auditoria Interna ... 49

2.3.5.1 Auditor Interno ... 50

2.3.6 Normas e Procedimentos de Auditoria ... 50

2.3.7 Controle Interno... 52

2.3.8 Planejamento de Auditoria ... 53

2.3.9 Papéis de Trabalho ... 54

2.3.10 Relatório de Auditoria ... 55

(14)

3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO ... 56

3.1.1 Quanto à natureza ... 56

3.1.2 Quanto à abordagem ... 57

3.1.3 Quanto aos objetivos ... 57

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 58

3.2 UNIVERSO AMOSTRAL ... 59

3.3 SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA ... 60

3.4 COLETA DE DADOS ... 60

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 61

4 ESTUDO DO CASO ... 63

4.1 PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ... 63

4.2 ANÁLISE FINANCEIRA À VALORES RELATIVOS E POR INDICADORES FINANCEIROS ... 64

4.2.1 Análise Horizontal e Vertical do BP e da DRE ... 64

4.2.2 Indicadores Financeiros ... 71

4.3 AUDITORIA INTERNA: LEVANTAMENTO DAS FRAQUEZAS E PONTOS DE RECOMENDAÇÕES ... 79

CONCLUSÃO ... 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 85

(15)

INTRODUÇÃO

Atualmente, a sociedade vive num contexto globalizado, onde o crescimento das organizações, a competitividade, o desenvolvimento tecnológico e a amplitude do ambiente econômico tem feito com que as organizações busquem a melhoria contínua para a sobrevivência no mercado de atuação. Isto requer organizações abertas à inovação, ágeis, flexíveis, menos burocratizadas e hierarquizadas.

O processo de globalização intensifica-se a cada dia gerando profundas mudanças no âmbito empresarial. Tais mudanças são decorrentes do elevado grau de competitividade entre países e organizações, e estão provocando novos desafios para os gestores, cabendo a estes desenvolver ferramentas que auxiliem o seu processo de gestão, utilizando para tal, o conhecimento e a informação como recursos estratégicos na formulação das estratégias organizacionais.

No aspecto econômico, as decisões governamentais, o câmbio, as situações econômicas dos países e do ambiente empresarial, são alguns dos fatores que interferem no cotidiano das organizações. Na perspectiva de Pereira da Silva (2013, p. 3), para compreendermos a relação da empresa com seus ambientes interno e externo, é necessário a compreensão dos objetivos, das atividades e dos resultados das empresas, bem como das condições e fatores que os influenciam.

Neste contexto, a Análise Financeira e a Auditoria Interna são os principais instrumentos de controle de uma organização, objetivando a avaliação detalhada da situação econômico-financeira através das demonstrações financeiras, subsidiando assim o processo decisório na tomada de decisões. Na visão de Padoveze e Benedicto (2014, p. 3) a "análise financeira consiste em um processo meditativo sobre os números de uma entidade, para avaliação de sua situação econômica, financeira, operacional e de rentabilidade".

Perez Júnior declara que:

Auditoria pode ser definida como o levantamento, o estudo e a avaliação sistemática das transações, procedimentos, rotinas e demonstrações financeiras de uma entidade, com o objetivo de fornecer a seus usuários uma opinião imparcial e fundamentada em normas e princípios sobre sua adequação. (PEREZ JÚNIOR, 2012, p. 2).

(16)

Portanto, o presente estudo visa demonstrar como a análise financeira e a auditoria interna das demonstrações financeiras e do controle interno podem ser utilizadas como ferramentas de gestão, buscando a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos processos internos, galgando a eficiência e eficácia para a tomada de decisões. Assim, o estudo foi realizado em uma empresa prestadora de serviços na área de informática, denominada ficticiamente como "Alfa Intelligence", a qual atua a nível nacional nos segmentos Moveleiro e Metal Mecânico. Para atender as necessidades de mais de 450 clientes, conta com 60 profissionais em seu quadro de colaboradores, divididos entre a matriz e as 05 unidades de negócios localizadas em outros estados brasileiros.

Para atingir estes objetivos, este estudo apresenta no primeiro capítulo a contextualização do estudo, onde abordou-se a apresentação do tema, a caracterização da organização, o problema, a descrição dos objetivos geral e específico e a justificativa para a elaboração do referido estudo.

Na sequência, o capítulo dois apresenta o referencial teórico, onde foram aprofundados os temas para difundir os conceitos, a importância e outros assuntos de conhecimentos teóricos sobre contabilidade, demonstrações financeiras, análise financeira e auditoria interna e externa, com o intuito de compreender e avaliar aspectos como: lucratividade e desempenho, ciclos financeiro e operacional, estrutura de capitais e solvência, liquidez e capacidade de pagamento, noções das normas, procedimentos e técnicas de auditoria.

O terceiro capítulo apresenta a metodologia, que enfatiza os procedimentos utilizados para a realização da pesquisa, ou seja, a classificação do estudo, universo amostral, os sujeitos da pesquisa, a coleta de dados e a análise e interpretação dos mesmos.

Posteriormente, no capítulo quatro, consta o estudo aplicado, onde a situação econômico-financeira da organização objeto de estudo foi detalhadamente apurada. Através da análise das demonstrações financeiras, os principais pontos, recomendações e conclusões foram descritos, bem como as principais contas e os processos internos auditados, atendendo ao que foi previamente previsto nos objetivos propostos.

E por fim, o estudo apresenta a conclusão e as referências bibliográficas utilizadas como fontes de pesquisa.

(17)

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A contextualização do estudo é composta pela apresentação do tema, caracterização da organização, o problema, a definição dos objetivos geral e específico do estudo e a justificativa pela realização do presente estudo.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

A Análise Financeira visa extrair informações das demonstrações financeiras de uma organização. Para tal, utiliza métodos e técnicas para a estratificação das informações pertinentes. O resultado desta análise é um diagnóstico preciso da situação econômico-financeira de uma organização fornecendo subsídios para a tomada de decisões.

Entretanto, é a partir da necessidade de uma análise financeira perspicaz e independente, voltada para ao gerenciamento de resultados, visando à medição, avaliação, monitoramento e controle da eficiência e eficácia dos processos internos que evidencia-se a Auditoria Interna das demonstrações financeiras e do controle interno como ferramenta de gestão.

Neste contexto, o presente estudo analisou detalhadamente a situação econômico-financeira da organização objeto de estudo, através das demonstrações financeiras, bem como realizou uma auditoria interna das principais contas destas demonstrações, objetivando a prevenção de irregularidades nos processos internos, e evidenciar a legitimidade das informações apresentadas.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O presente estudo foi realizado na empresa Alfa Intelligence, prestadora de serviços, na área de informática, localizada na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, sendo constituída por dois sócios.

Atualmente, atua em nível nacional no mercado de software de gestão para o segmento industrial - Moveleiro e Metal Mecânico, atendendo as necessidades de 450 clientes. Além da matriz, conta com 5 unidades de negócios localizadas em outros estados brasileiros.

(18)

O foco principal da organização é a busca incessante de soluções eficientes e eficazes para melhor atender as necessidades de seus clientes. Para tal, conta com profissionais qualificados que além de conhecimento técnico também possuem conhecimento específico no mercado de atuação da organização, bem como dos processos gerenciais e administrativos de uma empresa.

A Missão da organização é:

"Desenvolver e comercializar Sistemas Informatizados que sirvam para controlar e gerenciar atividades administrativas das Empresas, contribuindo assim para sua competitividade."

Os Valores e princípios organizacionais são:

 Ética e profissionalismo;

 Clientes e Colegas tratados com respeito;  Acessibilidade e Espontaneidade;

 Qualidade em Produtos e Serviços;  Eficiência e Eficácia;

 Atualização Tecnológica e Conceitual;  Competitividade e Lucratividade.

1.3 PROBLEMA

Através das informações apresentadas nas demonstrações financeiras é possível realizar a análise financeira detalhada da situação econômico-financeira de uma organização, e para provar a veracidade dos dados obtidos é necessário realizar a auditoria dos processos internos. Os dados auferidos em ambos os processos fornecem informações indispensáveis para o planejamento, controle e monitoramento dos gestores visando a melhor tomada de decisões.

Como o âmbito empresarial está em constante mudança e aperfeiçoamento para os gestores, são necessárias ferramentas que auxiliam no processo administrativo, apresentando informações legítimas que evidenciam e demonstram a

(19)

real situação da organização, para assim obter os resultados corporativos almejados.

Neste sentido, a organização, objeto deste estudo, verificou detalhadamente a sua situação financeira, bem como realizou a auditoria interna das principais contas para averiguar a legitimidade das informações e dos processos internos para, conforme necessidade, serem adotadas as medidas corretivas necessárias.

Assim, através desta pesquisa, pretende-se responder o seguinte questionamento: Como utilizar a análise financeira e a auditoria interna das demonstrações financeiras e do controle interno como ferramentas de gestão?

1.4 OBJETIVOS

Para desenvolver o estudo proposto, foi necessário apontar e definir os objetivos necessários para a obtenção dos resultados almejados. Sendo assim, os objetivos dividem-se em objetivo geral e objetivos específicos.

1.4.1 Objetivo Geral

Demonstrar a aplicabilidade e a importância da análise financeira e da auditoria interna das demonstrações financeiras e do controle interno como ferramentas de gestão.

1.4.2 Objetivos Específicos

 Revisar a literatura referente à contabilidade, análise financeira, auditoria interna e externa.

 Descrever as normas e procedimentos da auditoria interna.

 Conhecer as demonstrações financeiras em relação às dimensões da organização em estudo.

 Apurar detalhadamente a situação econômico-financeira da organização.

 Auditar o controle interno da organização a fim de legitimar as informações das demonstrações financeiras.

(20)

 Observar, identificar as possíveis consequências e apontar melhorias na busca pela eficiência e eficácia na gestão de recursos.

1.5 JUSTIFICATIVA

Devido às organizações estarem inseridas em um ambiente globalizado e competitivo, com constantes mudanças tecnológicas, é imprescindível que a informação, o conhecimento organizacional e as práticas de gestão estejam aliados aos objetivos organizacionais, pois são fatores indispensáveis e determinantes para o sucesso empresarial.

A análise financeira e a auditoria interna das demonstrações financeiras visam analisar, apontar e fornecer as informações necessárias para a tomada de decisões na busca pela eficiência e eficácia na gestão. Através destas, é possível elaborar um diagnóstico preciso acerca da situação econômico-financeira da organização estudada, proporcionando apontamentos e recomendações para auxiliar na elaboração do planejamento das ações necessárias em busca dos objetivos almejados.

Para a organização, objeto desta pesquisa, foi proporcionado o levantamento detalhado da sua situação econômico-financeira, servindo de embasamento para o planejamento do processo decisório na tomada de decisões.

Para a Universidade, para o curso de Administração, e para os usuários do resultado de pesquisa, o presente estudo pode ser utilizado como fonte de pesquisa e estímulo para futuras pesquisas nessa área de conhecimento.

Como futura administradora, este trabalho foi de inegável valor, pois possibilitou a ampliação dos meus conhecimentos em contabilidade, demonstrações financeiras, análise financeira, auditoria interna e outros assuntos de conhecimento teórico relacionados, proporcionando uma visão ampla para o diagnóstico da situação financeira de uma organização. Além disso, a busca de conhecimento não irá terminar por aqui, pois pretendo buscar oportunidades para me aperfeiçoar e atuar nessa área, especificamente como consultora empresarial.

(21)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico consiste no estudo sobre o tema abordado nesta pesquisa, envolvendo a contabilidade, demonstrações financeiras, análise financeira e auditoria interna e externa. As pesquisas foram realizadas em livros, artigos e sites relacionados ao tema proposto, almejando um maior conhecimento e entendimento para o desenvolvimento do estudo aplicado.

2.1 CONTABILIDADE

2.1.1 Conceito

A contabilidade na visão de Basso (2011, p. 26) é a "ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativos (monetário) e qualitativo (físico)".

De acordo com Attie:

A contabilidade, como ciência social que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro de atos e fatos, dispõe de seus princípios que, em verdade, têm por objetivo orientar de forma técnica a condução do exercício profissional em todos os aspectos que envolvam de forma direta ou indireta a doutrina contábil. (ATTIE, 2011, p. 167).

No entendimento de Crepaldi (2012, p. 6), "a contabilidade trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos".

Pereira da Silva (2013) apresenta a contabilidade como a linguagem dos negócios e as demonstrações contábeis como os canais de comunicação que fornecem dados e informações para o diagnóstico do desempenho e da saúde financeira da entidade.

2.1.2 Objeto da Contabilidade

Na definição de Attie (2011, p. 168) "a contabilidade possui objeto próprio - o Patrimônio das Entidades - definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações".

(22)

Basso (2011) contribui mencionando que:

O patrimônio é enfocado pela contabilidade sob dois aspectos:

a) Aspecto Qualitativo - considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista da sua natureza, como a composição individual e a natureza jurídica de cada elemento;

b) Aspecto Quantitativo - considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista monetário intrínseco, isto é concebe os elementos patrimoniais como expressão de valor econômico, o que torna os elementos heterogêneos (unidades monetárias de uso comum). (BASSO, 2011, p. 27).

2.1.3 Finalidade da Contabilidade

Conforme Basso (2011, p. 28), "a finalidade básica é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento - processo decisório". Para o mesmo autor, "como núcleo central do controle patrimonial, a contabilidade registra os fatos que nele acontecem, emitindo relatórios qualitativos e quantitativos" (ibid., p. 28) possibilitando as análises necessárias da entidade.

Na concepção de Viceconti e Neves (2014, p. 1), a contabilidade tem a finalidade de:

a) controlar o patrimônio das aziendas1;

b) apurar o rédito (resultado) das atividades das aziendas;

c) prestar informações as pessoas que tenham interesse na avaliação da situação patrimonial e do desempenho dessas entidades.

No entanto, para Crepaldi (2012), quando a organização presta informações a terceiros utiliza-se o termo contabilidade financeira e quando a informação gerada pela contabilidade é utilizada internamente utiliza-se o termo contabilidade gerencial.

A Contabilidade Financeira é o processo de elaboração de demonstrativos financeiros para propósitos externos: pessoal externo à organização, como acionistas, credores e autoridades governamentais. Esse processo é muito influenciado por autoridades governamentais que estabelecem padrões, regulamentadores e fiscais, bem como por exigências de auditoria de contadores independentes.

1

Aziendas - compreendem as pessoas jurídicas, ou seja, empresas que têm obrigações legais de escrituração contábil, com e sem fins lucrativos e as pessoas físicas que têm patrimônio, mas não têm a obrigação legal de efetuarem escrituração contábil. (VICECONTI; NEVES, 2014, p. 2).

(23)

Contabilidade Gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial. (CREPALDI, 2012, p. 6).

Neste sentido, pode-se dizer que a contabilidade fornece as informações necessárias para avaliação da entidade, sendo essas indispensáveis para a tomada de decisões.

2.1.4 Objetivos e funções da Contabilidade

Os principais objetivos da contabilidade para Basso (2011, p. 29) são:

 controlar (física e monetariamente) os elementos patrimoniais e suas variações;

 apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio da entidade;

 evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade bem como suas tendências;

 atentar para o cumprimento de normas, leis e demais dispositivos emergentes da legislação aplicável aos negócios da entidade;

 fornecer informações sobre o patrimônio aos seus usuários, de acordo som suas necessidades.

Basso ainda contribui apresentando as seguintes funções atribuídas à contabilidade para que os objetivos sejam realizados:

 coletar os documentos comprobatórios dos atos e fatos administrativos e econômicos que ocorrem com o patrimônio da entidade;  classificar os documentos comprobatórios de acordo com as alterações que provocam no patrimônio da entidade;

 registrar os fatos contábeis decorrentes das alterações patrimoniais nos livros de escrituração contábil da entidade;

 acumular informações quantitativas do patrimônio e suas variações, ao longo do tempo;

 resumir informações do patrimônio e suas variações, em demonstrativos contábeis;

 revelar a situação patrimonial, econômico e financeira da entidade. (BASSO, 2011, p. 30).

(24)

As informações geradas pela contabilidade podem ser utilizadas tanto pelos usuários internos quanto externos, devido aos interesses diversificados, razão pela qual as informações geradas devem ser amplas, fidedignas e suficientes para a avaliação da situação patrimonial da entidade. (ATTIE, 2011).

Ainda para Attie, "as informações geradas pela contabilidade devem propiciar, aos seus usuários, base segura às suas decisões, pela compreensão do estado em que se encontra a Entidade". (ibid., p. 130).

Os usuários são determinados segundo o tipo de informação que demandam:

 administradores, diretores e executivos: uso da informação contábil no processo decisório, contribuindo parra [sic] que as decisões possam ser tomadas com o maior grau de acerto possível. Detalhes, precisão e agilidade da informação são requisitos básicos;

 sócios e/ou acionistas: uso da informação contábil para se certificarem da real situação do patrimônio do empreendimento: segurança, lucratividade e rentabilidade do investimento realizado na entidade;

 bancos, financiadores e investidores: informações patrimoniais, econômicas e financeiras, visando a avaliar as reais garantias oferecidas quando da concessão de empréstimos e das aplicações de dinheiro na entidade;

 fornecedores: semelhante aos bancos e financiadores, os fornecedores realizam estudos sobre as demonstrações contábeis da entidade para aquilatar sua capacidade de liquidar obrigações e as suas possibilidades de sucesso econômico, como condicionantes de crédito;

 governo federal, estaduais e municipais: efetuam estudos sobre os dados contábeis das empresas para planejamento e controle de suas receitas tributárias, bem como das políticas macroeconômicas. (BASSO, 2011, p. 30).

2.1.6 Princípios de Contabilidade

O órgão responsável pela normatização da atividade contábil no Brasil é o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o qual através das resoluções delibera as normas e procedimentos para orientar as atividades contábeis. Conforme Attie (2011, p. 186), "o objetivo é padronizar os critérios a serem seguidos pelas entidades no registro dos atos e fatos por elas produzidos".

A Resolução CFC Nº 530 de 23 de outubro de 1981 e a CFC Nº 750 de 29 de dezembro de 1993 instituíram os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), e a Resolução CFC Nº 1.282 de 28 de maio de 2010 atualizou e consolidou a denominação para os atuais Princípios de Contabilidade (PC).

(25)

Os PC segundo a Resolução CFC Nº 1.282/10 são: princípio da entidade, princípio da continuidade, princípio da oportunidade, princípio do registro pelo valor original, princípio da competência e princípio da prudência.

2.1.6.1 Princípio da Entidade

O princípio da Entidade, de acordo com Basso (2011, p. 354), "reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial".

Attie (2011, p. 173) constata que "o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição".

A Resolução CFC Nº 750/93, alterada pela resolução CFC Nº 1.282/10, dispõe acerca do princípio da Entidade:

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. (CFC, 2010, p. 2-3).

2.1.6.2 Princípio da Continuidade

O princípio da Continuidade, na visão de Attie (2011, p. 176), "[...] diz respeito diretamente ao valor econômico dos bens, ou seja, ao fato de um ativo manter-se nesta condição ou transformar-se, total ou parcialmente, em despesa".

A Resolução CFC Nº 750/93, alterada pela Resolução CFC Nº 1.282/10, dispõe acerca do princípio da Continuidade:

Art. 5º O Princípio da CONTINUIDADE pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (CFC, 2010, p. 3).

(26)

2.1.6.3 Princípio da Oportunidade

O princípio da Oportunidade, no entendimento de Basso (2011, p. 360), "exige a apreensão, a mensuração, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma entidade, no momento em que elas ocorrerem".

A Resolução CFC Nº 750/93, alterada pela Resolução CFC Nº 1.282/10, dispõe acerca do princípio da Oportunidade:

Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (CFC, 2010, p. 4).

2.1.6.4 Princípio do Registro Pelo Valor Original

O princípio do Registro Pelo Valor Original, descrito por Attie (2011, p. 179), "ordena que os componentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à Entidade [...]".

A Resolução CFC Nº 750/93, alterada pela Resolução CFC Nº 1.282/10, dispõe acerca do princípio do Registro Pelo Valor Original:

Art. 7º O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e

II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em

(27)

caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;

b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (CFC, 2010, p. 5-6).

2.1.6.5 Princípio da Competência

O princípio da Competência, relatado por Basso (2011, p. 368), "está diretamente ligado ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza". Ainda na percepção de Basso (2011), as variações podem ser qualitativas ou

permutativas que modificam a qualidade ou a natureza dos componentes

patrimoniais sem repercutirem no montante do patrimônio líquido e as quantitativas ou modificativas que modificam o mesmo.

A Resolução CFC Nº 750/93, alterada pela Resolução CFC Nº 1.282/10, dispõe acerca do princípio da Competência:

Art. 9º O Princípio da COMPETÊNCIA determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.

(28)

Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (CFC, 2010, p. 8).

2.1.6.6 Princípio da Prudência

O princípio da Prudência, para Attie (2011, p. 184), visa obter o menor valor para o patrimônio líquido.

A Resolução CFC Nº 750/93, alterada pela Resolução CFC Nº 1.282/10, dispõe acerca do princípio da Prudência:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. [...]. (CFC, 2010, p. 8).

2.1.7 Demonstrações Financeiras2

As demonstrações contábeis, na concepção de Viceconti e Neves (2014, p. 71), "representam peças em forma técnica que evidenciam fatos patrimoniais ocorridos em determinada gestão administrativa".

Iudícibus (2010, p. 26) descreve que os relatórios contábeis expõem de forma "resumida e ordenada os principais fatos registrados pela contabilidade, em determinado período".

No entender de Padoveze e Benedicto (2014. p. 3), as demonstrações financeiras representam a "visão agregada da empresa".

2.1.7.1 Principais Demonstrações Financeiras

No ponto de vista de Basso (2011, p. 291), do conjunto de informações de natureza patrimonial, econômica e financeiras das entidades, dois são considerados básicos o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício

2

Neste estudo, demonstrações contábeis e demonstrações financeiras possuem o mesmo significado.

(29)

(DRE), que são complementados pela Demonstração dos Fluxos de Caixa, pela Demonstração Dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração do Valor Adicionado. Para esclarecer os métodos, critérios e detalhes da escrituração e da elaboração das informações nas demonstrações contábeis, as Notas Explicativas acompanham tais demonstrativos.

2.1.7.1.1 Balanço Patrimonial

O balanço patrimonial, na interpretação de Iudícibus (2010, p. 28), "reflete a posição das contas em determinado momento, normalmente no fim do ano ou de um período prefixado".

Basso assim se refere ao BP:

[...] uma representação quantitativa e sintética dos elementos que compõem o patrimônio de uma entidade numa determinada data, revelando a sua posição financeira e patrimonial estática, isto é, na data do seu levantamento. (BASSO, 2011, p. 292).

O BP é estruturado através de três partes fundamentais denominadas: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido (PL).

O Ativo compreende as aplicações de recursos representados pelos bens e direitos da entidade.

O Passivo compreende as origens de recursos de terceiros representados pelas obrigações da entidade, decorrentes de sua atividade e de financiamentos obtidos de entidades financeiras e/ ou de investidores pessoas físicas ou jurídicas.

O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da entidade e seu valor é representado pela diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo menos Passivo). O valor do Patrimônio Líquido, portanto, pode ser positivo - quando o valor do Ativo é maior que o valor do Passivo, nulo - quando o valor do Ativo for igual ao valor do Passivo, ou negativo - quando o valor do Ativo for menor que o valor do Passivo.

No caso em que o valor do Patrimônio Líquido é negativo é também denominado de "Passivo a Descoberto". (ibid., p. 292-293).

A Lei Nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976 estabelece no artigo 178 que "no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que

(30)

registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia".

2.1.7.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício

O objetivo da DRE constatado por Viceconti e Neves (2014, p. 74) "é fornecer o resultado Líquido do exercício, decompondo-o entre os seus elementos constitutivos, ou seja, as receitas e despesas do exercício, apuradas segundo o regime de competência".

Iudícibus assim conceitua a DRE:

É um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). (IUDÍCIBUS, 2010, p. 38-39).

A Lei Nº 6.404/76 alterada e atualizada pela Lei Nº 11.941/09, apresenta os elementos da DRE:

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. (BRASIL, 2009, p. 74).

(31)

Neste estudo, as demonstrações financeiras analisadas foram o BP e a DRE. As demais demonstrações financeiras serão objeto de investigação para o próximo estudo a ser desenvolvido.

2.1.7.2 Principais alterações introduzidas nas demonstrações financeiras pelas Leis Nº 11.638/07 e Nº 11.941/09

As Leis Nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007 e Nº 11.941 de 27 de maio de 2009 introduziram alterações na legislação contábil brasileira para atender às normas e padrões internacionais de contabilidade. O objetivo definido por Viceconti e Neves (2014, p. 499) é:

[...] facilitar a análise dos investidores internacionais, pois a necessidade de manusear diversas demonstrações financeiras com várias normas distintas e diferenciadas dificultava sobremaneira a comparação das mesmas e, consequentemente, a aplicação dos resultados pelos investidores residentes ou domiciliados em outros países. Assim, a convergência é uma contribuição da classe contábil ao crescimento da economia global, pois viabiliza o fluxo de capitais e os investimentos oriundos do exterior.

A Lei Nº 6.404/76 alterada pela Lei Nº 11.638/07, que estendeu às sociedades de grande porte a elaboração e a divulgação das demonstrações financeiras, dispõem acerca das demonstrações financeiras:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e [sic] IV - demonstração dos fluxos de caixa; e

V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (BRASIL, 2007, p. 64).

A Lei Nº 11.941/09 apresentou uma nova estrutura para o balanço patrimonial, conforme:

[...] § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

(32)

II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo circulante;

II – passivo não circulante; e

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (BRASIL, 2009, p. 68).

2.2 ANÁLISE FINANCEIRA3

2.2.1 Conceito

A análise financeira de uma organização consiste para Pereira da Silva (2013, p. 6) "[..] num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das condições endógenas4 e exógenas5 que a afetam financeiramente".

Sendo considerada uma ferramenta indispensável para auxiliar na avaliação da empresa, visa à melhoria contínua e a busca pela eficiência e eficácia para as tomadas de decisões.

Complementando, Iudícibus (2010, p. 5) explica que "a análise de balanços é a arte de extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso".

Na explanação de Padoveze e Benedicto (2014, p. 3), a análise financeira obtém "elementos para o processo de avaliação da continuidade financeira e operacional da entidade analisada".

Nesta linha, Basso descreve e conceitua a análise de balanço da seguinte maneira:

[...] elaboração de indicadores, dados e informações de situações passadas e presentes para a interpretação, estudo e análise da realidade patrimonial, econômica e financeira da entidade, bem como a projeção de tendências futuras. (BASSO, 2011, p. 35).

3

Neste estudo, análise financeira e análise de balanço são termos que apresentam o mesmo significado.

4

Endógenas - são as condições relacionadas ao ambiente interno da entidade. (PEREIRA DA SILVA, 2013 p. 6).

5

Exógenas - são as condições relacionadas ao ambiente externo na qual a entidade está inserida. (ibid., p. 6).

(33)

2.2.2 Objetivos

O objetivo da análise das demonstrações financeiras para Padoveze e Benedicto (2014 apud ASSAF NETO, 1998 p. 47) é:

[...] relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinam a evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa.

Padoveze e Benedicto (op. cit., apud WALTER, 1981 p. 60) ainda contribuem mencionado que:

O objetivo da análise das demonstrações contábeis compreende a indicação de informações numéricas, preferencialmente de dois ou mais períodos regulares, de modo a auxiliar ou instrumentalizar gestores, acionistas, clientes, fornecedores, instituições financeiras, governo, investidores e outras pessoas interessadas em conhecer a situação da empresa ou tomar decisão.

Na perspectiva de Kuhn e Lampert (2012, p. 26) o objetivo da análise das demonstrações financeiras compreende a avaliação dos seguintes aspectos:

a) capacidade de pagamento da empresa mediante a geração de caixa; b) capacidade de remunerar os investidores gerando lucro em níveis compatíveis com suas expectativas;

c) nível de endividamento, motivo e qualidade do endividamento;

d) políticas operacionais e seus impactos na necessidade de capital de giro da empresa;

e) impacto das decisões estratégicas relacionadas a investimentos e financiamentos.

2.2.3 O Processo de Análise Financeira

A análise das demonstrações financeiras consiste num processo específico para detalhar a situação econômico-financeira de uma organização, fornecendo subsídios para o processo decisório e a melhoria contínua. Neste sentido, a análise das demonstrações financeiras para Padoveze e Benedicto (2014. p. 89) "é o

(34)

processo de "reflexão" sobre as demonstrações contábeis, objetivando uma avaliação da empresa em seus aspectos operacionais, patrimoniais e financeiros".

No entendimento de Martins, Miranda e Diniz:

A análise das demonstrações contábeis é um conjunto de esforços sistemáticos para determinar, por parte de uma pessoa preparada, o significado e o sentido das demonstrações financeiras, com vistas a permitir a realização de previsão da liquidez, da solvência e da rentabilidade de uma entidade. (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2014, p. 81).

O processo de análise apresentado por Padoveze e Benedicto (2014, p. 89) "começa com a separação dos dados, combinando-os adequadamente a fim de viabilizar sua interpretação, de acordo com o objetivo previamente estabelecido".

Pereira da Silva (2013, p. 173) considera que "cada análise é desenvolvida com um propósito específico, devendo o processo de padronização orientar a análise para atender às políticas internas de análise". Portanto, a padronização das demonstrações contábeis tem a finalidade de:

[...] levar as peças contábeis a um padrão que atenda às diretrizes técnicas internas da instituição ou do profissional independente que esteja desenvolvendo a análise para atender a finalidade, como uma decisão de investimento ou decisão de crédito, entre outros objetivos. (ibid., p. 172).

2.2.3.1 Etapas do Processo de Análise Financeira

A padronização das peças contábeis é a etapa que precede a análise financeira, e o processo de análise obedece a uma sequência definida para garantir o resultado esperado, conforme explica Pereira da Silva (2013). Para este mesmo autor a sequência do processo envolve as seguintes etapas:

a) Coleta da documentação para análise. b) Conferência da documentação recebida.

c) Preparação: leitura e padronização das demonstrações contábeis. d) Processamento: cálculos dos indicadores e obtenção de relatórios. e) Análise dos indicadores e relatórios.

(35)

2.2.3.1.1 Coleta da Documentação para Análise

Pereira da Silva (2013, p. 6) destaca que a coleta é a:

Obtenção das demonstrações contábeis e outras informações, como as relativas ao mercado de atuação da empresa, seus produtos, seu nível tecnológico, seus administradores e seus proprietários, bem como sobre o grupo a que a empresa pertence, entre outras.

2.2.3.1.2 Conferência da Documentação

A qualidade da documentação a ser analisada é imprescindível para a realização de uma análise confiável que apresente a real situação econômico-financeira da empresa averiguada. Portanto, a documentação recebida deve ser rigorosamente conferida para evitar irregularidades que comprometam e dificultam a realização da análise. (PEREIRA DA SILVA, 2013, p. 174-175).

Neste sentido, Kuhn e Lampert (2012, p. 24) explicam que:

O produto da análise financeira depende diretamente da completude e confiabilidade dos dados e informações coletados. De nada adianta produzirmos indicadores a partir de valores que não representam a realidade do negócio sob análise.

2.2.3.1.3 Preparação: leitura e padronização das demonstrações contábeis.

Nas palavras de Pereira da Silva (2013, p. 176), "[...] a análise começa na reclassificação das demonstrações contábeis, [...] tem como objetivo trazê-las a um padrão de procedimento e de ordenamento na distribuição das contas". Pereira da Silva (ibid., p. 176), ainda acrescenta que "o outro objetivo é fazer com que as demonstrações atendam às necessidades de análise e sejam apresentadas de forma homogênea, simples de visualizar e fáceis de entender [...]".

De acordo com Kuhn e Lampert:

A preparação e o processamento das demonstrações financeiras para fins de análise têm por finalidade levar as peças contábeis a uma padronização que atenda às diretrizes técnicas internas da instituição ou do profissional

Referências

Documentos relacionados

7." Uma outra doença que como já disse, pode confundir-se também com a siringomielia, é a esclerose lateral amiotró- flea; mas n'esta doença, além de ela ter uma evolução

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

This development scenario implies that both the MaaS Integrator and Operator roles are absorbed by the private sector such as Transport service providers.. The Public

De facto, Carlyle, com as suas teorias sobre o culto do herói e as referências aos poderes do homem, "the mights of man", em detrimento dos seus direitos, "the rights

Por fim, na terceira parte, o artigo se propõe a apresentar uma perspectiva para o ensino de agroecologia, com aporte no marco teórico e epistemológico da abordagem

Essa diferença de requisitos estabelecidos para cada sexo acontece pautada segundo duas justificativas: a capacidade física e a maternidade. Com a cirurgia de mudança de sexo