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Relatório de estágio curricular obrigatório na área de produção e qualidade do leite

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS DE CURITIBANOS

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Andreia Hausmann

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA ÁREA DE PRODUÇÃO E QUALIDADE DO LEITE

Curitibanos 2020

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Andreia Hausmann

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA ÁREA DE PRODUÇÃO E QUALIDADE DO LEITE

Relatório de Estágio Curricular Obrigatório apresentado ao curso de Medicina Veterinária do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária.

Orientador: Prof. Dr. Álvaro Menin

Curitibanos 2020

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Andreia Hausmann

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA ÁREA DE PRODUÇÃO E QUALIDADE DO LEITE

Este Relatório de Estágio foi julgado adequado para obtenção do Título de “Médico Veterinário” e aprovado em sua forma final pelo Curso de Medicina Veterinária.

Curitibanos, 06 de outubro de 2020.

________________________ Prof. Dr. Malcon Martinez Pereira

Coordenador do Curso Banca Examinadora:

________________________ Prof. Dr. Álvaro Menin

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof.ª Dr.ª Carine Lisete Glienke

Avaliadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof. Dr. Giuliano Moraes Figueiró

Avaliador

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Este trabalho é dedicado ao meu querido pai que não mediu esforços para a realização do meu sonho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus pelo dom da vida, por todas as bênçãos recebidas e por não me abandonar em momentos de dificuldade. Sou muito grata por ter saúde e pela oportunidade de alcançar meus objetivos sempre de maneira honesta. Mesmo passando por algumas situações em que duvidei do meu potencial, não desisti por mais difícil que foi e hoje meu sonho está se tornando realidade.

Aos meus pais, Geraldo e Margarit, agradeço imensamente por tudo que fizeram por mim até este dia, por todo o amor, carinho, dedicação, apoio e conselhos que recebi durante toda minha vida. Hoje posso dizer que esse sonho se tornou realidade graças a vocês e espero algum dia poder retribuir toda essa dedicação que sempre tiveram comigo. Tenho uma grande admiração por vocês serem essas pessoas honestas, trabalhadoras e com um coração enorme, sempre dispostas a ajudar o próximo. Amo vocês demais.

Ao meu irmão Wellinton, por todo carinho e companheirismo durante esses anos, você é um rapaz que certamente terá um futuro brilhante, acredito muito em seu potencial. Amo você meu irmão.

Ao meu padrasto Ivan, que construí uma amizade incrível, agradeço por todas as vezes que me ajudou, por todos os conselhos, pela disponibilidade de me acompanhar em cidades que eu ainda não conhecia para encontrar lugar para morar. Admiro muito você.

A minha Yorkshire Maggie, que foi minha inspiração para cursar Medicina Veterinária, ela sem dúvidas proporciona muitas alegrias a quem com ela convive. Uma cachorrinha amável, esperta e muito sapeca que conseguiu conquistar o coração do meu pai e hoje é a companheira inseparável dele. Ah como amo esses dois!

Aos meus amigos que sempre estiveram presentes durante a graduação, sejas nos momentos bons ou ruins vocês foram essenciais nessa trajetória. Em especial aos meus amigos (as) Edivaldo, Caroline, Vânia, Luana, Diully e Thauany. Durante esses anos foram muitas noites de estudo, cafés, jantas, nas quais fizeram com que nossa amizade crescesse cada dia mais.

A minha amiga Lorena, a qual construí uma grande amizade durante a graduação e que foi minha colega de apartamento por alguns anos, saiba que tenho uma grande admiração pela profissional dedicada que você se tornou. Agradeço de coração por sempre estar presente em minha vida, pelos conselhos, risadas e mesmo que distante sei que posso contar com você em qualquer situação.

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A Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Curitibanos, por todos esses anos em que tive a oportunidade de estudar e por sempre contar com excelentes professores, agregando de forma positiva em minha formação acadêmica.

Ao meu professor e também orientador Dr. Álvaro Menin, por sempre estar disposto a esclarecer minhas dúvidas, por toda ajuda, conselhos e também pela amizade construída durante a graduação. Obrigada por aceitar meu convite para ser meu orientador, tenho certeza fiz uma ótima escolha.

A Empresa Latícinios Bela Vista Ltda pela oportunidade de estágio, com certeza foi uma oportunidade incrível, agregando muito conhecimento na minha vida pessoal e profissional. Da mesma forma agradeço meu supervisor Marcos Tulim por toda atenção e ajuda e todas as pessoas que tive o prazer de conviver nesse período, certamente muitas amizades foram construídas e que serão eternas.

A Empresa Lacticínios Tirol Ltda agradeço pela disponibilidade de estágio, por todo conhecimento repassado e oportunidade de aquisição de mais experiência. Sou grata por todas as amizades que fiz durante esse período e por ter a oportunidade de realizar o estágio com profissionais incríveis. Em especial agradeço ao meu supervisor Alex Júnior Rossi, por sempre estar disponível em esclarecer minhas dúvidas e por toda ajuda recebida.

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“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.”

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ESTÁGIO NA ÁREA DE PRODUÇÃO E QUALIDADE DO LEITE

IDENTIFICAÇÃO DO PRIMEIRO ESTÁGIO Razão Social: Laticínios Bela Vista Ltda

Nome Fantasia: Piracanjuba®

Área: Política Leiteira / Qualidade de Leite Cru

Endereço: Rodovia BR 282, s/nº - KM 604,3. Bairro: Zona Rural Cidade: Maravilha – SC

Supervisor de Estágio: Marcos Tulim

Período de Estágio: 02/03/2020 a 18/03/2020 e 01/04/2020 a 24/04/2020 Carga Horária: 240 horas

IDENTIFICAÇÃO DO SEGUNDO ESTÁGIO Razão Social: Lacticínios Tirol Ltda

Nome Fantasia: Tirol®

Área: Política Leiteira

Endereço: Rua José Linhares, 437. Bairro: Jardim América Cidade: Chapecó – SC

Supervisor de Estágio: Alex Júnior Rossi Período de Estágio: 05/05/2020 a 20/07/2020 Carga Horária: 432 horas

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RESUMO

O presente relatório tem como objetivo descrever as atividades acompanhadas durante o período de realização de estágio curricular obrigatório na área de Produção e Qualidade do Leite, com orientação do Professor Doutor Álvaro Menin. A primeira etapa do estágio foi realizada na empresa Laticínios Bela Vista Ltda, entre os dias 02 a 18 de março de 2020 e 01 a 24 de abril de 2020 totalizando 240 horas, contando com a supervisão do Médico Veterinário Marcos Tulim. As atividades acompanhadas nesse período foram análises físico-químicas do leite in natura, assistência técnica ao produtor em qualidade do leite, preenchimento de check-list e formulário de leite fora do padrão, acompanhamento de ordenha, orientação de boas práticas de ordenha, assistência para controle leiteiro e coleta de amostras para cultura e antibiograma. A segunda etapa do estágio foi realizada na empresa Lacticínios Tirol Ltda, entre os dias 05 de maio a 20 de julho de 2020, totalizando 432 horas e contou com a supervisão do Médico Veterinário Alex Júnior Rossi. As atividades acompanhadas durante este período foram análises físico-químicas do leite in natura, assistência técnica em qualidade do leite, coleta de amostras para análise, acompanhamento de ordenha, manutenção dos equipamentos de ordenha, preenchimento de check-list e formulário de recomendação, atendimentos clínicos e nutrição animal.

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ABSTRACT

This report aims to describe the activities monitored during the period of supervised curricular internship in the area of Production and Quality of Milk, with guidance from Professor Doctor Álvaro Menin. The first stage of the internship was held at the company Laticínios Bela Vista Ltda, between March 2nd to 18th, 2020 and April 1st to 24th, 2020, totaling 240 hours, under the supervision of Veterinarian Marcos Tulim. The activities followed during this period were physical-chemical analyzes of fresh milk, technical assistance to the producer in milk quality, filling of checklist and non-standard milk form, milking monitoring, guidance on good milking practices, assistance for milking dairy control and collection of samples for culture and antibiogram. The second stage of the internship was held at Lacticínios Tirol Ltda, from May 5th to July 20th, 2020, totaling 432 hours and was supervised by Veterinarian Alex Júnior Rossi. The activities monitored during this period were physical-chemical analyzes of fresh milk, technical assistance in milk quality, collection of samples for analysis, milking monitoring, maintenance of milking equipment, filling in checklist and recommendation form, clinical care and animal nutrition.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fachada da Empresa Lacticínios Tirol Ltda em Chapecó – SC. ... 35 Figura 2 - Vista lateral da empresa Lacticínios Tirol Ltda com os silos de armazenamento do produto. ... 38 Figura 3 - Procedimento de retirada dos três primeiros jatos de leite em caneca de fundo preto. ... 43 Figura 4 - Procedimento de higienização dos tetos com pré-dipping (A). Procedimento de secagem dos tetos com papel toalha de uso individual descartável (B). ... 44 Figura 5 - Procedimento de pós-dipping nos animais após a ordenha. ... 45

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APCBRH Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa CCS Contagem de Células Somáticas

CQ Controle de Qualidade CIP Clean in Place

CMT California Mastit Test CPP Contagem Padrão em Placas CS Células

IN Instrução Normativa INs Instruções Normativas FR Ficha de Registro mL Mililitro

PARLPR Programa de Análise de Rebanhos Leiteiros do Paraná Ph Potencial Hidrogeniônico

SC Santa Catarina

UFC Unidade Formadora de Colônia

UNOESC Universidade Oeste de Santa Catarina UHT Ultra High Temperature

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LISTA DE SÍMBOLOS ® Marca Registrada

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 17

2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO ... 19

2.1 ETAPA I - ESTÁGIO NA EMPRESA LATICÍNIOS BELA VISTA LTDA ... 19

2.2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ... 19

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 21

3.1 PLATAFORMA E LABORATÓRIO DE RECEPÇÃO DO LEITE IN NATURA21 3.2 POLÍTICA LEITEIRA ... 25

3.2.1 Programa de Redução de CPP e CCS... 25

3.2.1.1 Tanque de Resfriamento do Leite ... 26

3.2.1.2 Avaliação da Vida Útil e Limpeza dos Equipamentos de Ordenha... 27

3.2.1.3 Boas Práticas de Ordenha ... 28

3.2.1.3.1 Pré-Ordenha ... 29

3.2.1.3.2 Ordenha... 29

3.2.1.3.3 Pós-Ordenha ... 29

3.2.2 Cultura Microbiológica e Antibiograma ... 30

3.2.3 Controle Leiteiro ... 31

3.2.4 Índice Crioscópico ... 31

4 DADOS SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO ... 34

4.1 ETAPA II - ESTÁGIO NA EMPRESA LACTÍCÍNIOS TIROL LTDA... 34

4.2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ... 34

5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 36

5.1 PLATAFORMA E LABORATÓRIO DE RECEPÇÃO DO LEITE IN NATURA36 5.2 POLÍTICA LEITEIRA/FOMENTO ... 39

5.2.1 Programa Mais Leite Saudável (PMLS)... 39

5.2.1.1 Tanque de Resfriamento do Leite ... 40

5.2.1.2 Avaliação da Vida Útil e Limpeza dos Equipamentos de Ordenha... 41

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5.2.1.3.1 Pré-ordenha ... 42

5.2.1.3.2 Ordenha... 44

5.2.1.3.3 Pós-ordenha ... 44

5.2.2 Nutrição Animal... 45

5.2.2.1 Inversão de Gordura e Proteína ... 46

5.2.3 Álcool Etílico ... 46

5.2.4 Índice Crioscópico ... 47

5.2.5 Leite Instável Não Ácido (LINA) ... 48

5.2.6 Contaminação com Antibióticos ... 48

5.2.7 Atendimentos Clínicos ... 50

5.2.8 Outras Atividades Realizadas ... 51

6 CONCLUSÃO ... 52

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17 1 INTRODUÇÃO

O leite é um alimento cuja função biológica está relacionada principalmente com o fornecimento de nutrientes como, por exemplo, os aminoácidos, minerais e as vitaminas, além de ser responsável por fornecer proteção imunológica, fatores de crescimento e também enzimas digestivas aos seres humanos (SANTOS; FONSECA, 2019).

Segundo Santos e Fonseca (2019), o aumento considerável sobre a aquisição de produtos lácteos que apresentem uma maior durabilidade, sejam seguros e nutritivos para o consumo das pessoas, fez com que houvesse a necessidade por meio da cadeia produtiva da realização de boas práticas de produção.

Como forma de melhorar a qualidade e fabricação dos produtos, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), publicou as novas Instruções Normativas (INs) 76 e 77, sendo um dos itens que merecem atenção por parte dos produtores e lacticínios os valores permitidos para CCS e CPP no leite.

O artigo 7º da Instrução Normativa (IN) 76, destaca que o valor aceitável para a média geométrica trimestral referente a contagem padrão em placas (CPP) e a contagem de células somáticas (CCS) do leite cru refrigerado de tanques, é de no máximo 300.000 unidades formadoras de colônias por mililitro (UFC/mL) e 500.000 células por mililitro (CS/mL) respectivamente (BRASIL, 2018a).

Conforme consta no artigo 45 da IN 77, a coleta de leite deve ser interrompida caso a média geométrica da propriedade apresentar durante três meses consecutivos valores superiores ao que é permitido para CPP. No artigo 45, parágrafo único, ressalta que para o retorno de coleta a propriedade deve apresentar pelo menos um resultado dentro do padrão de CPP após a análise realizada por algum laboratório da Rede Brasileira de Qualidade do Leite (BRASIL, 2018b).

O estágio curricular obrigatório do curso de Medicina Veterinária foi realizado em duas empresas que são consideradas de referência, além disso estão entre as maiores e mais importantes do Brasil, sendo elas Piracanjuba® e Tirol®.

A primeira etapa do estágio foi realizada na empresa Laticínios Bela Vista Ltda, de nome fantasia Piracanjuba®, durante os períodos de 02 de março a 18 de março de 2020 e

devido a situação da pandemia do Covid-19 foi suspenso durante alguns dias, retornando as atividades dia 01 de abril até o dia 24 de abril de 2020. A carga horária realizada era de 8 horas diárias e 40 horas semanais, totalizando 240 horas, o mesmo contou com a supervisão do médico veterinário Marcos Tulim e orientação do professor Dr. Álvaro Menin. A empresa

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18 fornece assistência técnica a produtores rurais na área de qualidade do leite, onde foram acompanhadas nesse período as visitas realizadas pela equipe da política leiteira e a rotina do laboratório de análises físicos químicas do leite in natura.

A segunda etapa do estágio foi realizada na empresa Lacticínios Tirol Ltda, de nome fantasia Tirol®, durante o período de 05 de maio a 20 de julho de 2020, com carga horária

diária de 8 horas e 40 horas semanais, obtendo ao final 432 horas. O estágio foi supervisionado pelo médico veterinário Alex Júnior Rossi que é o atual coordenador da política leiteira e sob orientação do professor Dr. Álvaro Menin. A empresa disponibiliza aos produtores de leite assistência nas áreas de nutrição animal, qualidade do leite e assistência médico veterinária. Durante o estágio foi possível acompanhar essas atividades e a rotina do setor de plataforma e laboratório de recepção do leite onde são realizadas as análises físico-químicas do leite in natura.

Ambos os laticínios onde foram realizados os estágios, prestam assistência técnica aos produtores de leite a fim de orientá-los sobre os procedimentos corretos, visando a produção de matéria prima de qualidade e com higiene, diante das novas exigências das INs 76 e 77.

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19 2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

2.1 ETAPA I - ESTÁGIO NA EMPRESA LATICÍNIOS BELA VISTA LTDA

A empresa Laticínios Bela Vista Ltda conta com diversas unidades fabris localizadas em diferentes estados como Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (SC), sendo a matriz situada no estado de Goiás. A primeira unidade da empresa foi fundada no ano de 1955 no município de Piracanjuba em Goiás e hoje com 65 anos de atuação no mercado, produz mais de 160 produtos que fazem parte dos lares (PIRACANJUBA, 2020).

A empresa é considerada no Brasil como uma das quatro maiores produtoras de laticínios, e diariamente são processados mais de 6 milhões de litros. Nos lares brasileiros a marca ocupa a 9ª posição dentre as mais escolhidas pela população (PIRACANJUBA, 2020).

2.2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio curricular obrigatório foi realizado na unidade fabril de SC que está localizada na zona rural do município de Maravilha, na rodovia BR 282, s/nº, complemento KM 604,3. As atividades da área industrial são divididas em três turnos com funcionamento todos os dias da semana, já o setor administrativo o expediente é em horário comercial de segunda à sexta-feira.

A unidade fabril de Maravilha - SC é responsável pela fabricação dos produtos da linha Leite UHT para as marcas Piracanjuba®, LeitBom®, Ninho® e Molico®. O leite UHT

produzido na unidade é disponível ao consumidor como integral, semidesnatado, desnatado além do zero lactose. O achocolatado é produzido para as marcas Pirakids® e Chocobom® e o

creme de leite para as marcas Piracanjuba® e Chocobom®. Na linha de leite condensado o

produto pronto pode ser encontrado nas marcas Piracanjuba® e LeitBom®.

O setor do laboratório de recepção do leite é composto por funcionários que trabalham na plataforma de recepção e são responsáveis pela coleta de amostras do leite, analistas que realizam as análises físico-químicas do leite in natura e o supervisor de qualidade do setor.

O setor da política leiteira presta assistência técnica ao produtor em qualidade do leite e é formado por médicos veterinários e zootecnistas, que são denominados supervisores de qualidade de leite cru, onde estes realizam visitas a propriedades leiteiras. São três

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20 supervisores de qualidade na unidade fabril, estes prestam assistência a produtores da região oeste de SC, desta forma cada um tem a região definida para acompanhamento. O responsável pela equipe de Qualidade de Leite Cru é o Médico Veterinário Marcos Tulim, sendo também o responsável pela supervisão do estágio.

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21 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

3.1 PLATAFORMA E LABORATÓRIO DE RECEPÇÃO DO LEITE IN NATURA

Todas as vezes em que os caminhões ou carretas carregadas de leite chegam ao laticínio, devem primeiramente passar pelo setor da lavação para fazer a higienização externa do veículo, ajudando desta forma a diminuir a contaminação no momento da coleta de amostras e na descarga do leite nos silos. A pesagem dos veículos é outra atividade necessária após a higienização externa dos mesmos.

No laboratório de recepção o transportador de leite entrega os tickets das propriedades onde foram coletadas o leite e junto os frascos com a amostra individual de cada produtor. Em seguida são realizadas diversas análises do leite, caso alguma estiver fora do padrão faz-se a abertura de rota, onde são realizadas análises individuais das amostras coletadas pelo transportador de cada uma das propriedades fornecedoras no dia, sendo desta forma possível identificar qual está apresentando alteração. A abertura de rota é realizada a cada dois meses, onde são analisadas de forma individual as amostras dos produtores, para desta forma ter um controle da qualidade do leite de cada propriedade fornecedora.

Os caminhões em sua grande maioria são formados por dois, três ou quatro compartimentos onde o leite é armazenado após a coleta, tendo como diferença as carretas por apresentarem no máximo três compartimentos de armazenagem e o lacre de segurança, cujo objetivo do lacre é garantir que a carga não sofreu nenhum tipo de alteração durante a viagem após a coleta nos postos de refrigeração. Posterior verificação da integridade dos lacres e retirada dos mesmos pelo funcionário que coleta a amostra, eles são guardados para que no momento da análise do produto seja realizada a conferência da numeração do lacre com a nota fiscal emitida pelo fornecedor.

Na chegada do caminhão ou carreta carregados de leite na plataforma de recepção, o funcionário que realiza a coleta de amostras deve anotar o horário de chegada na nota fiscal ou nos tickets. Previamente, o leite do compartimento é homogeneizado por aproximadamente dois minutos, com o auxílio de um equipamento para garantir a homogeneização adequada do produto, fazendo com que a amostra coletada seja a mais representativa possível, diminuindo os erros de coleta como, por exemplo, ser coletado muita gordura que é comum ficar na parte superior do tanque.

No momento em que é realizada a agitação do leite, o aparelho que faz a homogeneização também faz a aferição da temperatura do compartimento, sendo o mesmo

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22 anotado em cima da tampa do frasco, junto com o número do compartimento em que a amostra foi coletada e a placa do caminhão ou carreta para sua identificação.

Posterior a agitação do leite, com o auxílio de uma concha de aço inoxidável o funcionário realiza a ambientação da mesma no tanque e após coletada uma amostra é transferida ao frasco, sendo o mesmo descartado novamente ao compartimento e feita uma nova coleta para que se tenha certeza de que dentro do frasco esteja totalmente sem resíduos de água. Mesmo os frascos sendo lavados e colocados para a secagem na estufa, é necessário fazer este procedimento garantindo o correto resultado da análise. Seguindo o procedimento de coleta descrito acima, é coletada uma amostra de leite em cada compartimento para que seja possível analisar adequadamente a carga completa.

Após a coleta das amostras de leite na plataforma, os frascos são entregues no laboratório de recepção de leite para posterior análises. As amostras são processadas logo em seguida a coleta, obtendo desta forma o resultado rapidamente. Se as análises estiverem corretas e dentro do padrão estabelecido, o leite poderá ser descarregado, caso identificado alguma alteração são tomadas as medidas necessárias dependendo de cada situação.

Além das amostras para análises físico-químicas necessárias, o responsável pela coleta nos caminhões deve verificar a lista com as rotas que são necessárias serem coletadas as amostras para análise microbiológica do produto. A coleta de material para microbiologia deve ser feita com uma pequena amostra de cada tanque e desta maneira formando uma amostra composta ou como também é chamada amostra global. Este procedimento no caso dos caminhões é necessário ser realizado uma vez por mês de cada rota, já as carretas todas devem ser coletadas as amostras. Os frascos utilizados são esterilizados, afim de evitar possíveis contaminações.

O laboratório de recepção é responsável por realizar as análises físico-químicas do leite in natura, sendo de suma importância para garantir o recebimento de matéria prima de qualidade. As análises são realizadas diariamente e a cada recebimento, com o objetivo de ter registrado todas as características do produto, além da identificação de fraudes ou até mesmo algum problema relacionado ao manejo dos animais que possa estar contribuindo para tais alterações. O laboratório analisa em média 70 veículos diariamente, tendo uma maior demanda de análises no segundo turno sendo este no período da tarde. A grande maioria das análises são de leite cru, mas também são realizadas de leite concentrado e soro.

As análises físico-químicas acompanhadas durante o período de estágio foram: cor, odor, pH, crioscopia, neutralizantes de acidez, cloretos, formol, gordura, proteína, densidade, extrato seco total, extrato seco desengordurado, prova do alizarol, determinação de acidez,

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23 pesquisa de antibiótico, álcool etílico, fosfatase alcalina, peróxido, peroxidase, sacarose, amido. Algumas dessas análises foi permitido sua realização, e desta forma observando a importância de tais testes serem realizados a cada recebimento do produto no laticínio.

Para cada caminhão ou carreta analisada deve ser preenchida uma ficha de registro (FR), onde são anotados todos os dados sobre a carga. Durante o período que foi acompanhado a rotina no laboratório, foi possível auxiliar no preenchimento da FR informando o horário de chegada do caminhão ou carreta, rota coletada do caminhão ou no caso das carretas a cidade do posto de abastecimento coletado, placa do veículo, horário de início e fim das análises, data, analista e os resultados após as análises de cada compartimento.

No mínimo uma vez por mês são coletadas amostras de rotas, carretas, silos e amostras mensais de produtores, onde são enviadas ao laboratório do Programa de Análise de Rebanhos Leiteiros do Paraná (PARLPR) que possui convênio com Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), pois lá são realizadas as análises de composição do leite cru, CCS e a CPP. O laboratório de recepção coleta amostras de rotas, carretas e dos silos, já as amostras mensais dos produtores são os transportadores de leite.

Quando é dia de envio de amostras de rotas e carretas ao laboratório do PARLPR, o analista prepara uma amostra global das amostras de leite de cada compartimento que vai ser analisado, colocando um pouco de leite de cada frasco que o funcionário da plataforma coletou em outro frasco para formar a amostra global e posterior transfere o conteúdo dele em dois frascos apropriados contendo conservantes. O frasco contendo bronopol é utilizado para a análise de CCS e composição e o azidiol para análise de CPP, os conservantes que estão presentes nos frascos ajudam a manter as características da amostra por mais tempo. As amostras por fim são armazenadas sob refrigeração e posterior enviadas ao laboratório.

Nos dias que foram coletadas essas amostras de rotas e carretas para o envio ao laboratório, foi possível ajudar em algumas situações conforme eram feitas as análises, como colocar as etiquetas contendo os códigos para a identificação dos frascos para análise de CCS e CPP. Posterior a esse procedimento era anotado número do código de barras das etiquetas em uma planilha para controle de amostras enviadas. Também era possível auxiliar no preparo das amostras globais dos frascos que estavam sendo analisados e transferi-lo aos frascos próprios para envio, no qual já havia sido colocado previamente os códigos de identificação. A quantidade de leite ideal no frasco é que fosse preenchido até no máximo a última linha, ou seja, apenas ¾ do mesmo, para que o conservante esteja em quantidade suficiente na amostra e mantenha as características do leite.

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24 Quando terminam as análises de cada amostra dos compartimentos dos caminhões, os resultados preenchidos na ficha de registro (FR) são lançados no sistema e conforme as características físico-químicas do mesmo é destinado para a fabricação de determinado produto. Com a supervisão de um analista foi possível aprender a lançar no sistema os resultados que são preenchidos na FR, sempre com muita atenção para dar o destino correto ao mesmo.

É verificado a cada rota analisada se existe algum produtor em controle de qualidade (CQ), caso estiver nessa lista a amostra individual deve ser analisada. Produtores que estão em CQ, são aqueles que por algum motivo o leite durante a análise apresentou algum resultado fora do padrão e não pode ser recebido no laticínio em determinado dia, sendo suspenso a coleta do mesmo, como situações de crioscopia alta, resíduos de antibióticos, cloretos e substâncias, entre outros. A propriedade deve apresentar pelo menos um resultado com valores dentro do padrão para voltar a ser coletado o leite, mas para sair do acompanhamento, ou seja, desse CQ a propriedade deve apresentar pelo menos três resultados dentro do padrão.

Os caminhões após a análise do produto são encaminhados a plataforma de descarregamento, onde o leite proveniente dele é destinado ao silo. A unidade fabril de Maravilha – SC, conta com dez silos e cada um possui capacidade de armazenamento de 150 mil litros de leite. Destes dez silos, apenas quatro são de responsabilidade do laboratório de recepção realizar as análises para abertura, acompanhamento e liberação, devendo o mesmo estar dentro dos valores exigidos pela legislação para processamento do produto. O acompanhamento deve ser feito a cada duas horas, e no momento da coleta de amostra no silo deve ser anotado a temperatura e quantidade de produto nele contido.

Ao final das análises em algumas situações foi possível auxiliar na lavagem dos frascos individuais dos produtores, este procedimento é feito sempre após a análise dos tanques dos caminhões quando o mesmo apresenta os resultados dentro do padrão e pode ser descarregado o leite, para que assim estivessem limpos para serem utilizados novamente pelo transportador de leite.

Após o descarregamento e a limpeza interna dos tanques pelos funcionários da plataforma, os motoristas dos caminhões precisam retornar ao laboratório de recepção para buscar suas caixas, nela contém um frasco novo de alizarol a 78% e a quantidade de frascos devidamente higienizados, que são necessários para realizar a coleta novamente da sua rota.

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25 3.2 POLÍTICA LEITEIRA

A empresa disponibiliza assistência técnica ao produtor por meio da equipe de política leiteira, que são os supervisores de qualidade de leite cru. O objetivo das visitas ao produtor é prestar auxílio na parte de qualidade do leite, seja quando julgado necessário pela equipe após a análise do produto ou quando solicitado pelo produtor.

No mínimo uma vez por mês os motoristas de cada rota realizam a coleta de amostras em frascos apropriados contendo conservantes como o bronopol e o azidiol, após a coleta são enviados ao laboratório do PARLPR, onde são feitas as análises de composição, CCS e CPP. Os supervisores possuem acesso a esses resultados do laboratório e a partir disso, quando detectado algum resultado fora do padrão conforme legislação vigente, são programadas as visitas nessas propriedades.

A maioria das visitas ocorre sem agendamento prévio, visto que quando necessário é realizado o mesmo. A ênfase das visitas durante o estágio foi sobre medidas profiláticas para redução tanto de CCS como CPP, sendo que a CPP apresentou uma maior representatividade sobre eles.

Quando ocorre alguma alteração nas análises realizadas no laboratório de recepção e o leite não pode ser recebido pela empresa necessitando nesse caso de descarte, primeiramente é realizado a abertura de rota e analisado as amostras individualmente dos produtores que nela se encontram. Após a identificação dos produtores que apresentam alguma alteração, os supervisores de qualidade são informados para que realizem visitas na propriedade para identificação do que poderia ter causado aquela alteração no produto e em algumas situações quando necessário é realizado o acompanhamento de ordenha no local.

Durante o estágio foram realizadas diversas atividades pelos supervisores, sendo possível nesse período acompanhar as visitas à produtores rurais para assistência em qualidade do leite, como em situações para redução de CCS e CPP, coleta de amostras para cultura microbiológica e antibiograma, entrega de material e explicação sobre o controle leiteiro, assistência à produtores por crioscopia.

3.2.1 Programa de Redução de CPP e CCS

Em propriedades que apresentavam valores elevados de CCS nas análises, era essencial que o produtor descrevesse sobre o rebanho, manejo, se eram realizados testes de rotina para identificação de mastite como, por exemplo, o da caneca de fundo preto e o

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26 California Mastit Test (CMT), se era realizado a linha de ordenha deixando para ordenhar por último os animais com mastite, para que assim fosse possível ajudá-lo a identificar o problema.

Uma opção indicada pelos supervisores quando a propriedade apresentava valores elevados de CCS era a realização do controle leiteiro, onde são analisadas as amostras individuais dos animais, para que assim seja possível ter um acompanhamento dos valores de CCS que cada animal apresenta.

Sobre o aumento de CPP na propriedade, ela pode sofrer influência de alguns fatores como funcionamento e temperatura do tanque de resfriamento do leite, limpeza dos equipamentos de ordenha, preparo dos tetos e rotina de ordenha, por isso era necessário ter atenção nesses itens durante a visita e que o produtor informasse de forma correta como o mesmo realizava todas essas atividades e quando acompanhado ordenha era importante observar como era desempenhado todo o processo.

Durante as visitas foi possível auxiliar no preenchimento do check-list, onde eram avaliados na propriedade alguns itens que constam na lista e também por meio de conversa com o produtor era possível obter informações de como ele desempenhava determinadas atividades, garantindo desta forma um produto de qualidade. A partir desse check-list conforme resultado apresentado era orientado ao produtor quais melhorias deveriam ser feitas, deixando uma cópia do documento após preenchido.

Outro formulário que foi possível ajudar no preenchimento durante as visitas era o de leite fora do padrão, que é um controle interno da empresa sobre as visitas realizadas. Ao final o produtor recebia uma cópia com todas as recomendações que foram informadas por meio de conversa, desta forma fixando bem o que foi repassado.

3.2.1.1 Tanque de Resfriamento do Leite

Durante as visitas era realizada a aferição da temperatura dos tanques de resfriamento de leite para ter certeza de que o termostato estava funcionando corretamente, sendo de suma importância essa prática na visita, pois é muito comum no painel estar indicando uma temperatura e dentro outro valor.

Primeiramente era submetido a agitação por alguns minutos acionando o botão do agitador manual, para que desta forma houvesse homogeneização do produto e a temperatura ficasse uniforme no interior do refrigerador no momento da aferição. Quando detectado diferença acima de 1ºC entre a temperatura interna do resfriador e a do termostato, era

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27 indicado que o produtor solicitasse a visita de um técnico especializado para manutenção do equipamento.

Assim como a aferição da temperatura, era importante o supervisor saber como o produtor realizava a limpeza do tanque de resfriamento, quais produtos utilizava para a limpeza, dosagem, frequência de uso além da temperatura da água para a utilização dos mesmos.

3.2.1.2 Avaliação da Vida Útil e Limpeza dos Equipamentos de Ordenha

Durante as visitas era realizada a inspeção dos equipamentos de ordenha, desde a verificação da limpeza como também a qualidade dos itens, desta forma era orientado sobre a importância de manter os equipamentos limpos e funcionando perfeitamente, pois desta forma proporciona um leite de qualidade e é possível obter um bom desempenho dos animais, evitando que o equipamento seja uma fonte de contaminação para os animais devido a limpeza ineficiente ou por não realizar a manutenção correta, o que pode contribuir para o aparecimento de mastite nos animais. Todo o equipamento de ordenha era avaliado e sempre observado as características de cada modelo.

Quando feita a avaliação das mangueiras, copos coletores, insufladores, terminal de limpeza, era sempre observada se havia presença de sujidades ou até mesmo de resíduo mineral que é comum ocorrer se a limpeza com o detergente ácido não feita de maneira correta.

Os insufladores eram avaliados de forma visual e além disso por meio do contato físico com as mãos, observando sempre seu estado de conservação. Quando detectado necessidade de troca era informado ao produtor, pois os insufladores merecem uma atenção especial e devem ser trocados conforme o modelo e a indicação dos fabricantes.

Os produtores durante as visitas descreviam o passo a passo da limpeza dos equipamentos de ordenha e desta forma quando identificado algum erro de dosagem, temperatura da água ou frequência do uso era ajustado e instruído a realizar o procedimento de limpeza que fosse eficaz para obter um bom resultado.

As recomendações para limpeza dos equipamentos de ordenha feito pelos supervisores de qualidade visava que ao final da ordenha o produtor inicialmente realizasse um enxague prévio com água morna para retirar o resíduo de leite, posteriormente após cada ordenha, utilizar o detergente alcalino a medida prescrita em quantidade de água conforme orientação na temperatura aproximada de 75ºC, observando a temperatura final da lavagem

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28 que não deve ser inferior a 40ºC. Sua utilização diária é importante na retirada de gordura e proteína dos equipamentos, sempre após a utilização do detergente alcalino é recomendado enxaguar novamente com água os equipamentos para retirar os resíduos do produto.

O uso de detergente ácido era recomendado que fosse utilizado de duas à três vezes na semana com o objetivo de retirar o mineral que ainda estiver presente nos equipamentos, o mesmo deve ser utilizado a medida prescrita em água com temperatura aproximada de 45ºC, sendo que a temperatura e a dosagem podem variar conforme fabricante.

A dosagem de ambos os detergentes era recomendada conforme indicação de cada fabricante que está disponível no rotulo da embalagem. Ainda como forma de melhorar a higiene dos equipamentos era sugerido a utilização de água clorada, considerada um bom sanitizante que poderia estar sendo utilizada uns 20 a 30 minutos antes de iniciar a rotina de ordenha, para retirar sujidade que poderiam acumular durante o dia.

A linha de vácuo também merece atenção e para isso os supervisores recomendavam a limpeza pelo menos uma vez por mês, sendo muito comum entrar sujidades em algumas situações durante a ordenha como, por exemplo, quando ocorre deslize de teteiras e por um descuido tem o contato com o chão.

Foi possível acompanhar o caso de uma propriedade que havia sido suspensa a coleta por CPP, nessa situação foram realizadas medidas para ajudar o produtor a apresentar resultados aceitáveis e voltar a ser coletado o leite. Na propriedade a ordenha era do tipo balde ao pé e nesse dia foram realizadas a limpeza do resfriador, equipamentos de ordenha e linha de vácuo.

Após todos os procedimentos realizados como descrito acima foi feito o acompanhamento de ordenha e coleta de amostras de leite de cada tarro e tanque de resfriamento do leite ao final da ordenha para análise e verificação dos resultados se foram positivos. Durante a ordenha foi verificado nos primeiros animais que não era realizado a retirada dos três primeiros jatos de leite, sendo indicado que fosse adquirido esse hábito e explicado sua importância, além disso orientado para que fosse feita a utilização de água clorada. As análises mostraram redução dos valores e o produtor pode voltar a fornecer o leite.

3.2.1.3 Boas Práticas de Ordenha

A assistência sobre boas práticas de ordenha era realizado durante as visitas quando observado a necessidade de melhorias ou quando o produtor tinha alguma dúvida sobre os

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29 procedimentos que ele desempenhava. Em algumas situações era realizado o acompanhamento de ordenha afim de ajudá-lo a detectar falhas e realizar melhorias.

O objetivo era explicar a importância de se realizar os procedimentos de maneira correta nas etapas: pré-ordenha, ordenha e pós ordenha, desta maneira ajudaria a obter valores aceitáveis de CCS e CPP se forem feitas conforme orientação, garantindo um produto final de qualidade.

3.2.1.3.1 Pré-Ordenha

Inicialmente era conversado sobre a importância do preparo dos tetos das vacas para a ordenha, assim como os produtos utilizados para a limpeza e higienização dos mesmos. Como forma de tentar reduzir a CPP no leite era indicado que o ordenhador retirasse os três primeiros jatos de leite, podendo ser feito em uma caneca de fundo preto antes do pré-dipping, era explicado que a realização deste procedimento apresenta três funções como a eliminação do leite com maior contaminação, auxilia no estímulo para descida do leite e ainda é possível a identificação de mastite clínica quando presente, mas para que tenha uma boa ação do produto era recomendado deixar agir por pelo menos 30 segundos.

O California Mastit Test (CMT) era indicado a realização semanal ou quinzenal, dependendo da CCS, sendo o objetivo do teste para a detecção de casos de mastite subclínica no rebanho. A secagem dos tetos após a higienização com solução pré-dipping em muitas propriedades ainda era feita com o auxílio de panos, sendo orientado nessas situações a substituição por papel toalha de uso individual.

3.2.1.3.2 Ordenha

Sobre a etapa de ordenha era instruído o produtor para que tivesse cuidado com quedas de teteiras, evitando assim a contaminação do equipamento e também para atenção em situações de sobre-ordenha. Outro ponto ressaltado era sobre a importância de deixar para ordenhar por último os animais que apresentam mastite na propriedade, fazendo dessa forma a linha de ordenha e evitando o contágio entre os animais ordenhados, além disso o leite dos animais com mastite deve ser descartado em local adequado.

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30 Ao final de cada ordenha era indicado que o produtor fizesse o uso de pós-dipping nos tetos dos animais, e de preferência que o copo aplicador utilizado para esse procedimento fosse sem retorno, evitando desta forma a contaminação do produto ao ter contato entre os animais.

3.2.2 Cultura Microbiológica e Antibiograma

Em algumas situações onde não se tinha sucesso no tratamento de animais com mastite era indicado a cultura microbiológica, pois ela tem um papel importante na identificação do tipo de patógeno que está acometendo determinado animal e por meio do resultado é possível indicar o tratamento correto e assim proporcionar mais chances de cura. Da mesma forma o antibiograma ajudará na decisão do fármaco que poderá ser utilizado com mais eficácia.

Durante o estágio foi possível acompanhar a coleta de dois animais para cultura microbiológica e antibiograma. Quem realizou a coleta foi a supervisora de qualidade para demonstrar como o procedimento deveria ser feito, afim de reduzir ao máximo contaminações que pudessem interferir no resultado final.

Para a coleta primeiramente foram higienizados os tetos das vacas, secados com papel toalha e para as mãos de quem realizava coleta foi utilizado álcool 70% antes e depois de colocar as luvas, já que as mesmas não eram estéreis. Os frascos estes sim eram estéreis e sendo próprios para coleta, por isso era importante que ao abri-lo houvesse cuidado para que não tivesse contato com a parte interna tanto da tampa como do recipiente. A tampa após aberto era importante que permanecesse virada para baixo e o frasco no momento da coleta deveria ficar levemente inclinado, evitando assim que sujidades ou até mesmo pelos do úbere caíssem no seu interior.

Após a coleta os frascos foram identificados com o número do brinco dos animais ou com o nome dos mesmos, foram feitos conforme proprietário desejava. O preenchimento do formulário de visita é feito com os dados do proprietário e no caso dos animais é necessário identificar de quais quartos mamários foram coletados as amostras e o nome do animal ou brinco, sendo possível a realização desse procedimento e posterior conferidos pela supervisora. Muito importante anotar de qual quarto mamário foi coletada a amostra, nessa situação ambas as vacas coletadas foram do quarto posterior direito.

As amostras foram devidamente identificadas e armazenadas sob caixas isotérmicas contendo gelo para conservação e transporte do material coletado. Após o preenchimento da

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31 requisição que o laboratório fornece foram enviadas ao laboratório da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) onde são analisadas.

3.2.3 Controle Leiteiro

Uma ferramenta de grande importância e disponibilizada ao produtor era o controle leiteiro, sendo analisados individualmente os animais e que poderia ser realizado mensalmente. Por meio dessas análises é possível identificar animais com valores elevados de CCS e que podem estar interferindo na qualidade do produto, a partir do resultado é possível buscar melhorias na propriedade. São avaliados nas amostras coletadas os itens como CCS, composição, proteína, além da análise de ureia que é importante para monitorar como está o aproveitamento de proteína pelo animal e desta forma poder realizar ajustes quando necessário em sua dieta.

Foi possível acompanhar a entrega de material e toda explicação aos produtores, desde a coleta do material que varia conforme o tipo de ordenha, a identificação dos frascos, sobre o preenchimento dos dados no relatório de coleta, o armazenamento das amostras e o seu envio para o laticínio, sendo este o responsável por encaminhar as amostras para análise ao laboratório PARLPR.

O controle leiteiro é feito mensalmente pelo produtor que solicita, sendo possível ajudar na separação das caixas contendo os frascos para cada produtor conforme o número de etiquetas que o laboratório enviava ou até mesmo pelo número informado de animais na propriedade quando solicitado a primeira coleta. As etiquetas com identificação dos animais eram fornecidas pelo laboratório somente após o envio de pelo menos uma amostra. Foi realizado a identificação das caixas e junto colocado o relatório de coleta para o preenchimento, sendo o envio ao produtor feito por transportadores responsáveis pela coleta de leite naquela rota.

No período de estágio foi acompanhado e auxiliado durante uma ordenha o procedimento de coleta de amostras em uma propriedade que estava fazendo pela primeira vez, desta forma auxiliando no esclarecimento de dúvidas sobre como deveria ser feita a coleta. Durante a coleta era identificado os frascos e informado o nome dos animais.

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32 Durante o período de estágio ocorreu a situação de descarte de leite por crioscopia, ou seja, acusou presença de água no leite em um dos tanques do caminhão que foi analisado pelo laboratório de recepção. Posteriormente foi realizada a abertura de rota pelo laboratório de recepção para a identificação das propriedades que tinham alteração na análise do índice crioscópico.

Os supervisores foram informados para realizar as visitas nessas propriedades com o objetivo de tentar identificar o que poderia ter ocasionado esse problema. Foi possível acompanhar todo o processo realizado pelos supervisores, desde a conversa com o produtor sobre a alimentação dos animais, coleta de amostras de leite para nova análise no laboratório e a aferição de temperatura dos resfriadores de leite.

Após a conversa sobre ter sido feita ou não alguma alteração na dieta dos animais, era importante saber sobre o funcionamento do resfriador, se o mesmo estava funcionando corretamente ou se algum dia ocorreu de o leite armazenado nele congelar, além de verificar se a temperatura estava adequada. Para verificação de temperatura era acionado o agitador automático e após alguns minutos era feita a aferição.

Posterior a verificação do correto funcionamento do refrigerador, foram coletadas amostras de leite do tanque em cada propriedade para realizar uma nova análise e caso esta estivesse dentro do padrão, poderia voltar a ser coletado leite na propriedade, mas mesmo voltando a coleta esses produtores ficarão em acompanhamento, ou seja, em CQ até apresentar três resultados adequados de índice crioscópico.

Para a coleta das amostras foram utilizados frascos próprios do laboratório no qual estavam devidamente limpos e secos. O leite presente nos refrigeradores foi submetido a agitação para aferição da temperatura e realizada as coletas de amostras com o auxílio de uma concha de aço inoxidável limpa e higienizada. Após a coleta foram identificadas cada amostra com o código do produtor e armazenadas em caixas isotérmicas, garantindo a qualidade das amostras até a chegada no laticínio para análise.

Nesse dia também foram acompanhadas duas ordenhas e verificado em cada uma delas todo o processo, observando falhas que poderiam ser corrigidas. Foi possível auxiliar na coleta das amostras individuais, sendo necessário primeiramente transferir o leite ordenhado do tarro para outro recipiente como baldes, desta forma tendo uma agitação do produto. Com o auxílio de uma concha de aço inoxidável devidamente limpa e higienizada era feita a ambientação da mesma no leite e coletado uma amostra, sendo a mesma transferida aos frascos que estevam devidamente identificados com o nome de cada animal por meio de etiquetas.

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33 Ao final de cada ordenha também foram coletadas amostras do tanque de resfriamento do leite e identificados o frasco com o código da propriedade. Todas as amostras coletadas foram armazenadas em caixas isotérmicas para o transporte e entrega no laboratório do laticínio para uma nova análise.

Posterior conversa com os produtores identificados na abertura de rota sobre a presença de água nesse tanque descartado, foi identificado que a situação ocorrida estava relacionada com o desequilíbrio nutricional dos animais. Como maneira de evitar uma nova situação de descarte, foram feitas as orientações aos produtores para que seja possível manter a produção de leite sem prejuízos.

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34 4 DADOS SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

4.1 ETAPA II - ESTÁGIO NA EMPRESA LACTÍCÍNIOS TIROL LTDA

A História da Laticínios Tirol Ltda, iniciou na cidade de Treze Tílias em SC no ano de 1974, com captação de 200 litros de leite por dia, e desde então foi crescendo para todo o Brasil, tendo o compromisso de estar fabricando produtos que apresentem segurança alimentar e sejam de qualidade (TIROL, 2020).

Hoje a empresa é responsável pela produção de mais de 170 produtos e conta com uma equipe de profissionais capacitados que são responsáveis por acompanhar desde a captação do leite na propriedade, os processos de industrialização e além da distribuição pelos pontos de vendas (TIROL, 2020).

No munícipio de Treze Tílias em SC está localizada a matriz e mais uma unidade fabril da empresa, além disso pode ser encontrado outras unidades fabris nas cidades de Chapecó-SC e Pinhalzinho-SC e seus diversos entrepostos nos estados de SC, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás (TIROL, 2020).

4.2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio curricular obrigatório foi realizado na filial que pertence ao munícipio de Chapecó em SC, localizada na rua José Linhares, 437, bairro Jardim América, conforme figura 1. Sendo a unidade fabril responsável pela fabricação dos produtos como os queijos do tipo provolone, ricota, quark, colonial, minas padrão, parmesão e coalho, além do requeijão e queijo processado. Conta atualmente com a colaboração de aproximadamente 140 funcionários.

O setor da plataforma de recebimento do leite é composto por funcionários que são responsáveis pela coleta de amostras para análise físico-químicas, descarregamento do leite e limpeza dos tanques de armazenamento do leite após a descarga do produto. O setor do laboratório de recepção é formado por analistas que são responsáveis pelas análises físico-químicas do leite oriundo do produtor, após a coleta de amostras na plataforma de recepção.

O setor de fomento da unidade é formado por uma técnica em captação do leite, sendo esta responsável por realizar as visitas do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) nas propriedades leiteiras, um engenheiro agrônomo que é responsável pela nutrição animal e dois

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35 técnicos em captação de leite que prestam assistência em qualidade, compra de leite, venda de insumos e produtos veterinários, além do gestor responsável por toda a equipe.

A assistência técnica aos produtores é realizada com ou sem agendamento prévio, dependendo de cada situação. A equipe de fomento é responsável por atender produtores de leite da região oeste de SC, no qual compreende as cidades de Chapecó, Arvoredo, Seara, Coronel Freitas, Paial, Cordilheira Alta, Caxambu do Sul, Planalto Alegre, Nova Itaberaba, Xavantina, Guatambu, Xaxim.

Figura 1 - Fachada da Empresa Lacticínios Tirol Ltda em Chapecó – SC.

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36 5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

5.1 PLATAFORMA E LABORATÓRIO DE RECEPÇÃO DO LEITE IN NATURA

O leite coletado nas propriedades é transportado até o lacticínio por caminhões próprios para essa atividade, sendo armazenados em tanques isotérmicos, mantendo o leite em temperatura adequada para o recebimento no lacticínio e preservando suas características físico-químicas.

Os veículos ao chegar ao lacticínio são direcionados primeiramente para o setor onde é realizada a limpeza externa dos mesmos, posteriormente seguem para a balança para pesagem da carga, logo em seguida os mesmos se deslocam até a plataforma de recepção para coleta das amostras para análise do produto.

Na plataforma de recepção, o funcionário realiza a agitação do leite contido em cada compartimento sendo desempenhado com o auxílio de um agitador manual de aço inoxidável, tendo acoplado um recipiente do mesmo material para a coleta de amostras. Este procedimento visa a homogeneização e evita a coleta errônea de amostras para análise.

Após a agitação do leite é feita a aferição da temperatura com um termômetro digital devidamente calibrado, sendo importante a realização dessa prática para ver se o leite encontra-se dentro da temperatura permitida que é de 7ºC e garantir a qualidade da matéria prima utilizada no processo.

O funcionário após a aferição da temperatura inicia o processo de coleta das amostras para análises, com o auxílio de um recipiente de aço inoxidável o mesmo realiza a coleta de uma amostra que é descartada logo em seguida no tanque, posteriormente uma nova coleta é realizada e transferida ao frasco. Este procedimento descrito é importante para garantir que nenhum resíduo de água esteja presente no frasco, servindo também para fazer a ambientação da concha no leite.

Os frascos utilizados na coleta de amostras possuem uma numeração, sendo a ordem de coleta das amostras conforme a numeração contida em cada um, sendo realizado de forma crescente, devendo ser primeiro compartimento do tanque com o frasco de número menor, o segundo compartimento com o número maior que o do primeiro e assim sucessivamente. Exemplo de numeração dos frascos utilizados para coleta são 12, 14, 16, 18. Após cada coleta, as amostras de cada compartimento são entregues pelo funcionário da plataforma ao laboratório de recepção, onde são informadas as temperaturas que cada tanque apresentou durante a aferição.

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37 As análises realizadas pelo laboratório de recepção são de suma importância para o registro de todas as características do produto, além de evitar o recebimento de leite com fraudes ou que apresente qualquer problema que interfira em sua qualidade. Desta forma a cada recebimento são realizadas as análises físico-químicas do produto, garantindo segurança e qualidade no recebimento da matéria prima.

As análises físico-químicas do leite in natura realizadas pelos analistas de laboratório e acompanhadas durante o período de estágio são: índice crioscópico, neutralizantes de acidez, cloretos, formaldeído, gordura, proteína, densidade, extrato seco total, extrato seco desengordurado, estabilidade em álcool, determinação de acidez, resíduos de antibiótico, álcool etílico, peróxido, sacarose, amido e cloro. Conforme o analista realizava os testes foi possível auxiliar no preenchimento da FR com os resultados de cada análise.

No preenchimento da FR sobre as análises do leite, além de informar os resultados obtidos, era importante anotar quem era o analista, data e horário de início da análise, os dados do veículo como a sua placa e tanque amostrado.

O transportador de leite realiza a coleta de amostras individuais diariamente nos produtores da sua rota, sendo as mesmas utilizadas para análise individual, ou seja, rastreabilidade de produtores, o mesmo é feito sempre que detectado algum resultado fora do padrão no tanque analisado ou que está no limite do range de aceitação. A rastreabilidade de produtores é importante para o acompanhamento individual das propriedades leiteiras, sendo realizado conforme citado acima ou semestralmente, para observar como estão as características do produto e ter um controle da qualidade de cada propriedade.

Após o preenchimento da FR e se todas as análises físico-químicas apresentarem dentro do padrão, os resultados são lançados no sistema para que seja autorizado o descarregamento do produto nos silos conforme figura 2.

A empresa conta com três silos e são de responsabilidade do laboratório de recepção realizar a abertura, acompanhamento e liberação dos mesmos. O silo de número um e dois, são para armazenamento de leite e tem capacidade para 200.000 litros, já o silo de número três é utilizado para soro e sua capacidade é de 100.000 litros. O acompanhamento dos silos é feito a cada duas horas, sendo necessária aferição da temperatura e realização de análises como prova do álcool e determinação de acidez e três vezes ao dia são feitas as análises de gordura, densidade, proteína e extrato seco desengordurado.

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38 Figura 2 - Vista lateral da empresa Lacticínios Tirol Ltda com os silos de armazenamento do

produto.

Fonte: Arquivo Pessoal (2020).

As amostras individuais de cada produtor somente são descartadas após a análise dos tanques e da verificação da necessidade de realização da rastreabilidade de produtores. Os frascos após o descarte das amostras de leite, são lavados e colocados para a secagem, onde uma nova remessa de frascos limpos e secos são separadas conforme a quantidade de produtores que o transportador possui na rota.

Durante o mês o laboratório é responsável por realizar as coletas de amostras de silos e tanques dos veículos, onde estes são enviados ao laboratório responsável pelas análises que é o PARPLR. As amostras são acondicionadas em frascos contendo conservantes como o bronopol utilizado para análise de CCS e composição e o azidiol para análise de CPP, o uso destes conservantes possui o objetivo de conservar as características do produto, sendo posteriormente mantidas sob refrigeração até a entrega ao laboratório.

Posteriormente ao descarregamento do leite nos silos, os compartimentos dos veículos onde são armazenados o leite, passam por um processo de lavagem com produtos específicos para correta limpeza, deixando o veículo pronto para ser utilizado para novas coletas, este processo é denominado clean in place (CIP).

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39 Quando concluído as análises físico-químicas, descarregamento do leite, limpeza dos tanques de armazenamento nos veículos, o transportador retorna ao laboratório de recepção para a retirada de frascos limpos que serão utilizados para a coleta de novas amostras individuais dos produtores e posterior se direciona a balança para a pesagem dos caminhões.

5.2 POLÍTICA LEITEIRA/FOMENTO

A empresa tem em seu cronograma, a realização de coletas mensais de amostras de leite dos produtores para o envio ao laboratório PARLPR, essas coletas são realizadas pelos transportadores pelo menos uma vez ao mês. A recolha ou envio das amostras é realizada por carro refrigerado, fornecido pelo próprio laboratório. A equipe de fomento e os produtores tem acesso a esses resultados fornecidos pelo laboratório credenciado e a partir dessa informação a equipe realiza visita nos produtores quando detectado a necessidade de melhorias, sendo o trabalho voltado para CPP, CCS e sólidos totais. Além disso se observado alguma alteração nas análises diárias realizadas no laboratório do lacticínio, os técnicos também são informados para prestar assistência e acompanhamento.

5.2.1 Programa Mais Leite Saudável (PMLS)

A cada bimestre a unidade fabril de Chapecó-SC recebe uma lista contendo 80 produtores selecionados previamente pelo PMLS, sendo aqueles que apresentaram as maiores médias geométrica de CPP. Conforme citado anteriormente, devido as novas exigências no que se refere a qualidade exigida pelas INs 76 e 77, é necessária uma maior atenção do produtor para que o mesmo apresente valores aceitáveis e não corra o risco de interrupção da coleta.

O lacticínio conta com uma técnica responsável por realizar as visitas ao produtor, sendo o objetivo da mesma auxiliar o produtor na redução de CPP, além da melhoria contínua na qualidade do leite na propriedade. O programa também auxilia nas demais questões voltadas a qualidade do leite, como redução de CCS e sobre sólidos, entendendo a importância de todos fatores para qualidade dos produtos finais. Após o recebimento da lista contendo os produtores, a técnica imprime o histórico de qualidade de cada produtor para auxiliar no momento da visita e saber o desafio que cada propriedade está enfrentando.

É realizado pela técnica o acompanhamento de oito ordenhas durante o bimestre, onde são selecionadas previamente as propriedades que serão acompanhadas conforme a alta

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40 de CPP, visando observar como o produtor realiza todo o processo de ordenha e posteriormente orienta-lo caso necessite realizar melhorias em alguma das etapas. A partir dessa atividade é preenchido um check-list de acompanhamento de ordenha, que contém informações sobre como foi desempenhado tais processos.

Durante as visitas de qualidade é necessária a realização de um check-list, sendo o preenchimento feito por meio de informações fornecidas pelo produtor, assim como avaliação de alguns itens que constam na lista. O check-list possibilita obter dados sobre como o produtor realiza o manejo de ordenha, o processo de limpeza dos equipamentos de ordenha, sobre o local de armazenamento do leite e o resfriamento do mesmo, além de informações sobre a sanidade do rebanho.

Ao término de cada visita é feito o preenchimento do relatório de visitas, contendo as orientações técnicas conforme a necessidade de cada propriedade leiteira, deixando uma cópia deste documento e do check-list ao produtor, fixando desta maneira o que foi conversado e orientado durante a visita, auxiliando no momento em que for realizar as melhorias indicadas. Tanto o check-list como o relatório de visitas foi possível em algumas situações realizar seu preenchimento, contribuindo desta forma para melhorar o desempenho perante a diversas situações do dia a dia.

5.2.1.1 Tanque de Resfriamento do Leite

A aferição do tanque de resfriamento do leite é uma das práticas realizadas a cada visita, sendo feita por meio do termômetro digital, devendo o mesmo ser calibrado com frequência. Ocorre em muitas propriedades a incompatibilidade do valor indicado no termostato com a temperatura em que o leite está no interior do refrigerador, por meio dessa prática é possível detectar falhas que podem interferir na qualidade do leite armazenado, sendo em algumas situações o responsável pelo aumento dos valores de CPP nas análises ou muitas vezes predispor ao congelamento do leite presente.

A ocorrência de congelamento no leite pode interferir nas análises laboratoriais, como no teste de crioscopia, sendo observado nessas situações a presença de água nas amostras analisadas e ocasionando o descarte do leite contido no compartimento quando detectado, além disso o produtor é penalizado.

Sempre ao realizar a aferição, o leite presente no tanque deve ser submetido a agitação por alguns minutos, garantindo a homogeneização do mesmo e uma correta leitura da

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41 temperatura. Caso detectado alguma alteração de temperatura no tanque aferido, é orientado que o produtor chame um técnico especializado para manutenção do equipamento.

Durante as visitas era orientado os produtores sobre a importância da limpeza correta dos tanques de armazenamento do leite, devendo ser realizada se possível logo em seguida após o transportador coletar o leite na propriedade. O produtor informava como realizava o procedimento de limpeza e quando observado a necessidade de ajustes, era orientado sobre a correta utilização dos produtos, temperatura, dosagem e frequência da utilização.

5.2.1.2 Avaliação da Vida Útil e Limpeza dos Equipamentos de Ordenha

É considerada de suma importância essa prática nas propriedades, sendo desempenhada a cada visita afim de garantir o fornecimento de leite com qualidade ao lacticínio. Muitos produtores ainda apresentam dificuldades para se enquadrar as novas exigências referente a quantidade de CPP permitida, sendo que a vida útil e limpeza dos equipamentos apresenta resultados positivos na redução da mesma quando utilizados de forma correta.

Durante as visitas eram realizadas avaliação dos equipamentos de ordenha em relação a limpeza e o estado de conservação dos mesmos, sendo avaliado os itens como mangueira do leite, insufladores, copos coletores, linha do vácuo, terminal de limpeza, e quando detectado falhas no processo ou necessidade de troca dos itens era orientado o produtor.

O processo de limpeza deve iniciar logo após a ordenha, sendo a recomendação que a cada ordenha que fosse realizado um pré-enxague somente com água morna para retirar resíduos de leite, posterior é indicado fazer a limpeza com detergente alcalino, em temperatura aproximada de 75ºC, com quantidade de água e dosagem de acordo com orientações do fabricante do produto utilizado. O uso do detergente alcalino tem como função a retirada de gordura e proteína, devendo ser utilizado ao final de cada ordenha e após a realização do pré-enxague com água morna. Após o uso do mesmo deve sempre ser realizado um novo enxague apenas com água para a retirada de resíduos do produto.

O terceiro procedimento recomendado pelos técnicos é o uso do detergente ácido de duas a três vezes na semana, mas que é ajustado conforme a necessidade de cada propriedade, que vai variar conforme o desafio que cada uma apresenta. A temperatura da água recomendada é de aproximadamente 45ºC. Deve ser utilizado após a limpeza com detergente alcalino com a função de retirada do mineral presente, com dosagem e quantidade de água

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