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Extração e caracterização do óleo do cangulo Balistes vetula (Linnaeus)

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(1)

DEPARTAMENTO b HAkA

n

PFSCA

EXTRAÇ10 E CARACTERIZAÇA0 DO OLEO DO CAN GULO Balistes vetula (Linnaeus).

Vinia Nattrodt Barros de Lacerda

DissertagEo apresentada ao Departa mento de Engenharia de Pesca do ' Centro de Ci&ncias Agrcirias da Uni versidade Federal do CearS, como parte das exigancias para a obten-g-Eo do titulo de Engenheiro de Pes ca.

Fortaleza - Ceari Dezembro/1982

(2)

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

L142e Lacerda, Vânia Nattrodt Barros de.

Extração e caracterização do óleo do cangulo Balistes vetula (Linnaeus) / Vânia Nattrodt Barros de Lacerda. – 2019.

25 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 2019.

Orientação: Prof. Gustavo Hitzschky Fernandes Vieira.

1. Pescado. I. Título.

CDD 639.2 1982.

(3)

COMISS70 EXAMINADORA:

JOSE

RAIMUNDO BASTOS - Professor Assistente

SILVANA ARADJO SAKER Engenheiro de Pesca

VISTO:

MOISrS ALMEIDA DE OLIVEIRA - Professor Assistente Chefe do Departamento de Enenharia de Pesca

CARLOS GEMINIANO NOGUEIRA COELHO - Professor Assis. Coordenador do Curso de Engenharia de Pesca.

(4)

Ao Dr. Gustavo Fernandes Vieira pela valiosa

orientagEo prestada;

Ao Alexandre e Silvana pela prestimosa ajuda nas anã

lises de laboratório;

Ao LaboratOrio de Cióncias do Mar;

Ao Osmarino e Maria Luiza, pelo constante apoio para

execugYo deste trabalho;

A todas as pessoas que direta ou indiretamente

(5)

EXTRACAO E CARACTERIZACAO DO OLEO DO CANGULO Balistes vetula

(Linnaeus).

Vânia Nattrodt Barros de Lacerda

I. INTRODUC,270

0 processamento de Oleo de pescado no tem sido, at o

momento, enfocado como um objeto de importância, que permita'

criar ao seu redor um verdadeiro complexo industrial para o

desenvolvimento de seu potencial como fonte de produtos t5.cni

cos e alimentos para o homem (Guzman & Neves Filho, ).

A produgEo de 61eos com uma elevada concentragio de vi

taminasAeDapartir de fTgado de peixes foi um ramo espe -

cia] muito lucrativo e importante da indijstria transformadora

do pescado durante muitos anos, em especial entre 1930 e 1945.

0 desenvolvimento de vitaminas puras sintaicas fez com que I

as fontes naturais dos produtos se tornassem incapazes de com

petir em mat-6ria de prego (Lee, 1968).

erN A utilizagEo industrial dos produtos obtidos dos 5leos

de pescado depende do tipo das modificaOes quimicas dos

Oleos, assim como das propriedades fisicas e quimicas dos pro

dutos em si. Os Oleos de pescado podem alterar-se

quimicamen-te por reages das duplas ligaq3es exisquimicamen-tenquimicamen-te na divisa- o (frac

gEo) dos ácidos graxos insaturados que cont .5m ou por reag6es'

dos grupos carboxTlicos dos ácidos graxos dos Cloos. A

ativi-dade quTmica dos L- leos de pescado e os derivados de seus

(6)

presentes em cada molêcula. Da mesma maneira que o comporta -

Mento químico, as propriedades fisicas dos produtos R base de

1

Cleo do pescado dependem da natureza dos grupos funcionais

quimicos presentes. Viscosidade, solubilidade, acidez, ponto'

de fuso e estado fisico so propriedades caracteristicas que

sofrem influência da natureza dos grupos funcionais quimicos'

(Edward Jr., 1968).

Segundo Lembo & Sardella (1981), os cidos carboxili -

cos que participam da formagEo dos êsteres dps lipideos, roce

bem o nome de 5cidos graxos. E nos Oleos h5 predominancia de

Esteres de Ecidos graxos insaturados.

0,1 Em vErios paTses, normalmente, o oleo de peixe E um

sub -produto valioso, pois geralmente passa por um processo do

recuperagYo durante o processamento da farinha de pescado.

Nos Estados Unidos a fonte do Cleo industrial de pesca

do provem do arenque, sabalo americano, sardinha do Pacifico'

e atum, ji em Portugal a sua maior fonte 5 o bacalhau.

(11: Segundo Navarro et alii (1960) na pesca do bacaghau te

ve sempre apreci5vel valor o Cleo extraido dos figados desta espêcie. Da an51ise das estatisticas de exportagEo, verifica - se que a quase totalidade deste precioso específico alimentar

e terapEutico, to rico em vitaminas A e D, tem sido como prin

Opal via de consumo o mercado externo-norueguês, alemEo e in

glEs, onde 5 o consumido, na parte importante, pala industrial

de margarinas. 0 Cleo de figado de bacalhau E, na realidade,'

uma das maiores •fontes naturais destas vitaminas e a propor -

gEo equilibrada, em que nele, se conbinam valiosos ácidos gra

(7)

centes investigagaes da ciência biolêgica.

A utilizagEo e a preferência do Oleo de pescado de - pendem de sua pureza, sua cor clara e um baixo contado de Ecidos graxos livres. 0 êleo de pescado, como todas as

gor-duras ê formado por Scidos graxos unidos mediante

químicas ao glicerol, e ê insolfivel em Sgua (Torn2s 9 1970). A caracterizagEo dos diversos 5120s e gorduras, se baseia na determinagEo de suas propriedades físicas, fisico-quimicas ou fisico-quimicas. So raros os lipideos que possuem rea gUes características especificas e, mesmo neste caso, a sim pies reagFo no garante a pureza destes lipideos. HE portan to, necessidade do estabelecimento de uma sêrie de indices' ou constantes qua tomados no conjunto, servem para caracte-rizar o produto em causa.

A deterioragEo das gorduras e Oleos procede da auto-oxidagFo dos componentes insaturados. Esta reação provavel-mente consiste na adigEo de molêculas de oxigênio nas du - pias 1igag6es dos "icicles insaturados, com a produção de pe-rêxidos 15beis, os quais entEo posteriormente, isomerizam - se ou decompUem-se espontaneamente, ou reagem com Sgua para formar uma sGrie complexa de produtos tais como aldeidos, ' acetonas e ácidos de pesos moleculares mais baixos (Jacobs, 1958).

Os 6leos de pescado tam uma variedade de Scidos gra-xos mais complicada que em qualquer outra gordura, contendo mais de 20 tipos diferentes de Ecidos graxos, dos quais de 30 a 40% so saturados, porêm, contêm especialmente Scidos' altamente insaturados, com mais de 20 Stomos de carbono.Es-

(8)

ta composigEo permite que os 3leos de pescado sejam inst5 vais, se rancificando facilmente e os cidos de alto peso '

molecular so provavelmente responsiveis do tipico sabor do

6leo de pescado (Tornes, 1972).

Como mencionamos acima os cidos insaturados sEo ca

pazes de adicionar oxigénio nas duplas ligaçUes e formar os per5xidos. Esses reagem muito bem e permitem a estimagEo

por iodometria. Os glicerideos insaturados de um Oleo ou 1

gordura tém habilidade para absorver com preciso

quantida-des de iodo, especialmente quando na presença de cloreto de

iodo ou brometo do iodo, formando assim um composto

insatu-rado. A quantidade de iodo absorvido é a medida de insatura

gEo do Oleo ou da gordura. 0 valor do iodo

5

geralmente ex-presso como o numero de gramas de iodo absorvido por 100g 1

de Oleo (Jacobs, 1958).

Cerca de 35% dos Scidos graxas do 61eo do pescado so

polinsaturados, idénticos aos componentes das gorduras comes

tTveis. Infelizmente, os 5,cidos graxos formam glicerideos de composigEo mista pelo qual o 5leo total adquire caracte-risticas de oxidabilidade, de modo que nEo pode ser emprega

do diretamente na alimentagEo humana. Paradoxalmente, no

também um produto 3timo para utilizagEo técnica, pois o

ex-cesso de compostos saturados interfere nas propriedades

se-cantes. Em consequéncia, sua utilizagEo depende da existén-cia de processos que permitam modificar a composigEo

quTmi-ca para obter-se 3leo com quTmi-característiquTmi-cas mais ou menos ho-

(9)

0 óleo do pescado tem ampla aplicagEo nos diversos se tores industriais e em uma grande variadade de forma. Muitas

dessas aplicagUes no so do conhecimento geral em virtude de

seu carter reservado aos fabricantes que empregam o "Cleo de pescado. Entre as aplicagUes bem conhecidas temos: na medici na, borrachas, tratamento do couro, tintas de imprensa, Tole° de fundigEo, graxas e lubrificantes, agentes flutuadores de

minerais, compostos inseticidas, derivados fungicidas,

subs-tEncias anticombustiveis e infinitas outras aplicag3es.

Os óleos dos pescados estio compostos principalmente'

de triglicerideos, que se diferenciam em duas coisas dos que

se encontram nos óleos de origem animal e vegetal. Os óleos'

vegetais e animais contam pequenas quantidades de cidos gma

xos com mais de 18 itomos de C, o tamanho da cadeia de quase' 1/3 dos cidos graxos do pescado ultrapassa essa quantidade.

A maioria destes aminoHcidos de cadeia longa dos óleos de pos cado tem 20 e 22 itomos de C. Em alguns óleos encontram-se '

quantidades muito reduzidas de cidos graxos de 24 Ftomos de

C. Os Scidos graxos dos óleos de pescado tambm contEm mais'

1iga0es duplas qua os óleos animais e vegetais. Assim,gran

de parte dos cidos graxos de 20 itomos de C do óleo de pes-cado so pentaenos (possuem 5 ligagUes duplas) e grande

par-te dos Fcidos graxos de 22 itomos de C so hexaenos (com 6 '

ligagUes duplas). As graxas animais e vegetais apenas contm pentaenos ou hexaenos (Stansby & Olcott, 1968).

0 presente trabalho estuda em carter preliminar a ex

traço de 5leo de fTgado de pescado, bem como sua caracteri- zagEo visando determinar o processo mais vivei e de mais ' simples aplicagEo e conhecer a qualidade do óleo extraido.

(10)

II. MATERIAL E METH()

mat-éria-prima utilizada neste trabalho foi figado do peixe cangulo Balistes vetula (Linnaeus), adquirido nas praias de Fortaleza-CearF.

No 1aborat6rio o peixe era medido, pesado, retirado figado e este pesado separadamente.

A obtengEo de 6leo do fígado foi efetuada por quatro processos, sendo que para todos eles, o material era pesado antes do inicio do tratamento.

0 processo I denominado de "M-étodo do Vapor Fluente" ' consistiu na maceragEo do fígado com 5gua, obtendo-se um home genato o qual era colocado em vapor de Sgua com agitagSo cons tante, durante um periodo aproximado de 4 horas. Em seguida , o homogenato era centrifugado em centrifuga refrigerada Mode-lo PR-J, por 15 minutos a 3.000 rpm, originando-se trés fases, uma aquosa, na parte inferior, uma pastosa, na parte mediana' e uma oleosa, na parte superior do tubo de centrifuga. Por de cantagEo obtinha-se a fase oleosa, a qual era pesada e medido o seu volume.

No processo II, o figado era macerado com soluço satu rada de cloreto de c51cio (CaC1 2) e a pasta formada era colo-cada no agitador magnético por 15 minutos. Em seguida, a raise tura era colocada em funil de separaça-o e deixada em repouso' por um tempo suficiente para permitir a separagSo do 61eo da fase pastosa. 0 6leo depositou-se na parte inferior do funil'

de separagEo. 0 6leo obtido foi colocado em banho-Maria a uma temperatura em torno de 82°C, por mais ou menos 1 hora. Em se

(11)

guida, o óleo foi centrifugado durante 15 minutos a 3.000 rpm, sendo a parte clara do Oleo pesada e o volume medido em prove ta.

No processo III, o fTgado foi macerado com 4% de carbo nato de gódio (Na

2CO3) em relagEo ao peso do fTgado. A massa' obtida foi aquecida com vapor e agitagEo, at tornar-se flui-da. Finalmente, o óleo e separado por centrifugagEo, a 3.000 rpm, durante 15 minutos, pesado e medido o seu volume.

No processo IV, o figado foi macerado com igual volume de 5gua. Em seguida por adiço de HC1 a 25% ajusta-se o pH pa ra 1,3 -1,5 . Adicicna-se, dissolvida em um pouco d l igua,pep-sina a 0,05% do peso do fígado, na massa do figado. A reação' enzim5tica e continuada por 35 a 48 horas com agitagEo cons - tante, a temperatura de 43 - 49°C. No fim da reagEo adiciona-

se soluço saturada de carbonato de sadio (Na 2CO 3) suficiente para aumentar o pH para 9. Depois eleva-se a temperatura para 80°C e a digesto alcalina e continuada por mais ou menos 1

hora. 0 óleo e separado por centrifugagEo, a 3.000 rpm, duran te 15 minutos, pesando-se e medindo o seu volume.

A descrigEo dos processos acima aludidos podera. ser en contrado em 'Butler (1948).

As anSlises quimicas realizadas nos óleos constituiram-se do ndice de iodo, valor de peróxido, acidez, índice de re-fraga e densidade.

0 Tndice de iodo de um óleo ou gordura E a medida do ' seu grau de insaturagEo ( Instituto Adolfo Lutz, 1976). Este ' Tndice foi determinado pelo metodo de Hbbl, o qual consiste na homogeneizagEo da amostra com 10mt de clorofórmio e 20mt da so

(12)

lugEo de iodo. Após duas horas de repouso no escuro adiciona-se 100 mt de Fgua destilada e 10mt da soluço de iodeto de po t3ssio a 15%. Titula-se o excesso de iodo com soluço de tios

sulfato de sadio 09 1N, usando-se como indicador a soluço de

amido a 1%. 0 branco é idé'ntico ao problema s sem, entretanto

conter a amostra. A diferença entre os némeros de mt da

tios-sulfato de sódio, 6 equivalente a quantidade de iodo absolvi-

do Cleo, sendo o valor expresso em mt/g.

0 valor de peróxido foi determinado pelo método iodomé

trico, pesando-se 5 gramas da amostra, homogeneizada com 50mt

de icido-acético-clorofórmio (3:2-V/V) 9 1 mt da soluço satu-rada de iodeto de pot5ssio 9 e adiço de 100mt de Fgua destila

da. A mistura é, entEo, titulada com soluço 0,1N de

tiossul-fato de sódio, sendo usado como indicador a soluço de amido

a 1%

Os resultados foram expressos em miliequivalentes por'

1000g da amostra.

A acidez foi determinada mediante a homogeneizagao de

5g da amostra (31eo) com uma mistura éter-Flcool-etilico (2:

1)9 previamente neutralizada, e titulada com uma soluço 0,1N

de hidrOxido de sadio (NaOH), usando-se a fenolfaleina como in dicador.

Os métodos referentes ao Tndice de iodo, valor de

peró-xido, Tndice de acidez podem ser encontrados em Instituto Addl

fo Lutz (1976).

A densidade foi obtida pesando-se exatamente lmt da 1

amostra. Conhecendo-se o peso e o volume, calculou-se a densi-dade pela formula D = m/V, a qual é expressa por g/mt.

(13)

A medigEo do indice de refraçEo foi feita diretamente no aparelho refratametro "Modelo aus jENA", que consistiu na colocagEo da amostra no prisma, fazendo-se a leitura direta-mente no aparelho. Os resultados do ndice de refragEo sol

admensionais.

A composiqEo quimica dos Fcidos graxos foi determina-da determina-da seguinte maneira: para cadetermina-da lOg determina-da amostra foi utiliza da 15m de KOH a 50% e mais 250m de metanol. A mistura foi colocada em balo volum6trico e deixada em refluxo por mais' ou menos 5 horas, para ocorrer a saponifica0-o. Das amostras saponificadas, com auxilio de solvente orgEnico, foram sepa-radas as fases contendo o saponificivel (que contem os aci dos ) do insaponificavel ( que contem as vitaminas ester5is, etc).

A mistura contendo os saponificaveis foram acidifica-das com HCL concentrado e os Scidos retirados com solvente ' orgFnico (hexano).

Uma vez obtidos os cidos procedeu-se a esterificagHo e metilaçNo dos mesmos com BF 3, em MeCH. 0 produto obtido foi analisado em cromat5grafo gas acoplado ao espectrômetro' de massa computarizado, marca H.P. 5925.

(14)

III - RESULTADOS E DISCUSSA0

Conforme a Tabela I, nos três lotes amostrados, verifica-se que a porcentagem de figado em relagEo ao peso total dos in-divIduos corresponde a aproximadamente 5 9 2%.

Embora no lote B tenham sido amostrados o menor nrimero do peixes, tanto o peso total dos cangulos quanto de seus figados t foram maiores, quando comparados com os demais. Talvez isto pos so significar que quanto maior o individuo, possivelmente ter' um fTgado de grandes proporgUes, porém sem levar em considera - gEo as variagUes fisiológicas da espécie, que certamente podem influenciar diretamente no volume do mesmo.

A Tabela II mostra os dados obtidos ap5s a extragEo di)

Oleo do figado em cada um dos três lotes pelos quatro processos usados. Comparando os três lotes, observamos que no processo II o rendimento percentual do óleo foi maior, como também os valo-res de volume e peso do mesmo. Conclui-se, portanto que 0 pro-cesso de extragEo do óleo do fTgado do cangulo Balistes ye-tuba (Linnaeus) mais eficiente

5

aquele em que o figado é macerado '

com cloreto de Cilcio. Além disto foi o processo que apresentou maior uniformidade em relagEo ao percentual da 5leo extraido '

nos diversos processos. 0 Processo IV, tratamento com enzima foi deficiente e de pouca reprodutibilidade. 0 processo I, como

o processo II, foi bastante eficiente e de boa reprodutibilidade. Os resultados das an5lises quimicas efetuadas no óleo do figado de cangulo extraTdo pelos quatro processos utilizados es to contidos na tabela III.

(15)

A acidez, que ó definida como o numero de me de hidra

xido de pot5ssio 0,1N necessário para neutralizar um grama de gordura ou 5leo, apresentou-se relativamente baixo na maio

ria das amostras (Tabela III).

A determinagYo do Tndice de acidez permite avaliar

estado de conservaffo d leo, que 5 susceptivel a hidrólise,

resultando o aparecimento de Scidos graxos livres. Um Oleo 1

ou gordura de boa qualidade deve apresentar indices de aci - dez baixos ou nulos. Somente o Oleo extraido - atraves do pro-cesso II situa-se na faixa recomendada.

Segundo decreto-lei N9 52.509 de 28.09.1970 de So Pau

lo, o limite superior de acidez aceita- vel 6 de 1,5mt de aci-dez livre em solugEo normal por cento.

0 valor ou Tndice de per-óxidos (Tabela III) determina

o Tndice da rancificagEo do Oleo, fenómeno resultante da oxi dagEp dos lipideos com a intorvenqEo de fatores tais como, a

umidade, a luz, a temperatura entre outros (Ogawa, 1971). Pc

acordo com Schimdt (1973), como o Tndice de per5xidos esta '

associado ao grau de rancidez do 5leo ou gordura, este no 1

deve ultrapassar 5 mg/kg da amostra. Sendo que a rancidez or unol6ptica ocorre entre a faixa de 10 a 20 meq/kg. Entre

tanto, Dugan Jr. (1955) considera como m5ximo limite permiti do o valor de 20 meq/kg para óleos de origem animal - 100

meq/kg para gorduras hidrogenadas e 61eos provinientes de ye

ye tais.

0 resultado do Tndice de per5xidos (Tabela III) para

óleo obtido pelo processo II foi nulo, seguindo-se dos pro -

(16)

gan Jr. (1955).

Os indices de iodo (Tabela III) mais elevados foram ob

servados no Oleo obtido através do processo I e os mais bai -

xos pelo processo II.

Os Oleos e gorduras con-tam maiores ou menores quantida

des de Scidos graxos, segundo as condigEes de manuseio, estoca

gem e tempo. Os glicerideos so hidrolisados por enzimas,ar e,

possivelmente bacterias. 0 alto teor de Scidos graxos livre

geralmente provoca um odor característico de rancidez no eleo,

embora o odor no seja o Calico responsavel pela rancidez (Sou

za, 1981).

Os valores resultantes das anilises de densidade e

in-dice de refragEo estio apresentados na Tabela IV. A determina

gSo da densidade foi feita pela relagEo massa/volume, indican

do que o Oleo menos denso foi aquele obtido pelo processo I e

o de densidade mais elevada foi o do processo II.

O Tndice de refragEo de uma substEncia pura é uma cons

tante, mantidas as condigEes de temperatura e pressa-o e,

co-mo tal, pode ser usado coco-mo meio de identificagEo. Em certos'

casos, como o de Oleos, gorduras, Oleos essenciais o índice '

de refragEo apresenta variagEo muito pequena e é entEo usada'

para uma avaliaçEo do produto (Institutn Adolfo Lutz, 1976) .

De acordo com a Tabela IV o índice de refragEo encontrado

pa-ra os quatro processos de obtengEo de Oleo a partir do fígado

de cangulo Balistes vetula (Linnaeus) é 1,47 (valor médio).

A composigEo quimica do Oleo do cangulo mostrada na

Tabela V. Infelizmente, como os rendimentos do Oleo extrai -

(17)

derados bastante baixos no foi pOtt-Tvel obter as determina-Oes de cidos graxas pelo M-6todo empregado. Os rendimentos' após a saporificação dos óleos provenientes dos processos de vapor fluente e alcalino e enzimitico foram de 7b e 40% res-pectivamente.

A abundEncia real ou absoluta de cada cido presente nas amostras no foi possivel de ser calculada, então na ta bela V estão apresentados os dados de densidade relativa ao mais abundante dos Scidos encontrados, o Scido palmitico.

(18)

IV. CONCLUSg0

Do presente trabalho podemos retirar as seguintes con clusaes:

1. Cerca de 5,2% do peso total do cangulo Balistes vetula (Linnaeus) corresponde a seu fTgado.

2. 0 maior rendimento percentual, volume e peso do óleo foi verificado para o processo II.

3. 0 5leo extraido pelo processo III foi o que apresentou me nores indices de acidez.

4. De acordo com o padrEo estabelecido por Dugan Jr. (1955 ) somente o óleo extraido pelo processo alcalino e enzimati co (processo IV) apresentou valor de peróxido fora dos li mites aceit5veis.

5. 0 processo IV foi o que apresentou menor reprodutibilida-de quanto a extragEo do óleo. Os processos II e I, pela ' ordem, foram os que possibilitaram uma extragSo mais uni-forme.'

6. Os cidos graxos presentes nos Oleos extraidos foram o I acido mirTstico, acido palmTtico-oleico, acid° palmitico o acid° estearico, comum em todas as amostras analisadas.

7. 0 acid° graxo mais abundante foi o acid° palmitico em am bas as amostras.

(19)

0 presente trabalho apresenta resultados de um estudo preliminar sobre a extragEo e caracterizagao do éloo do figa do do cangulo Balistes vetula (Linnaeus), adquirido nas praias de Fortaleza-Ceara".

0 estudo doi realizado no LABOMAR, Laborat3rio de CiEn cias do Mar, sendo que as extragUes foram obtidas por quatro processos e cada processo repetido trEs vezes.

O processo I denominou-se "Método do Vapor Fluente", o processo II, usou-se a soluço saturada de cloreto de clilcio o processo III, 4% de carbonato do sOdio (Na 2CO 3) em relagEo ao peso do fígado e processo IV, denominou-se "Processo Alcalino e EnzimStico".

Foram realizados os seguintes exames em cada amostra. Exames fisicos que constou do peso total dos individuos,peso total dos figado , peso e volume do 5leo.

As anElises quimicas realizadas no 31eo foram as se - guintes: Tndice de acidez, velor de perxido, indice de iodo e as anFlises fisicas foram o Tndice de refragEo e a densida-de.

Todos os dados foram registrados e em seguida coloca-dos em tabelas para melhor entendimento, e melhor comparayao' entre as amostras dos quatro processos, como também fazer com paraçUes com constantes e resultados dados por outros autores.

Os resultados da an5lise quimica, indico de acidez, ' mostraram que apenas a amostra extraTda pelo processo III si-tua-se dentro da faixa recomendada.

(20)

O resultado do Tndice de peróxidos para o 6leo obtido pelo processo II foi nulo, seguindo-se dos processos III e II que tgm valores abaixo do estabelecido por Dugan Jr. (1955)

Os Tndices de iodo mais elevados foram observados no' File° obtido atravgs do processo I e os mais baixos pelo pro-cesso I.

A determinagEo da densidade foi feita pela relaça-o massa/volume, indicando que o óleo menos densr, foi aquele ob tido pelo processo I e o de densidade mais elevada foi

do processo II.

O indice de refragNo encontrado para os quatro processes de obtença-o de óleo a partir do figado de cangulo Balistes ve - tula (Linnaeus) g 1,47 (valor m-6dio).

Os Fcidos graxos encontrados na composigEo quimica do Oleo do fTgado do cangulo so : Fcido mirTstico, Fcido palmiticc-oleic°, Ecido paimitico e Fcido esteFrico.

(21)

Amostra Peso dos Individuos (g) NUmero de Individuos Peso do Figado () Porcentagem do FTgado (%) Peso medio do Individuo (g) Peso medio do Figado (g) A 8.900 14 413,4 4,6 635 9 7 29,5 B 17.700 9 1271,2 7,2 1966,7 141,2 C 15.365 36 508,1 3,3 439,0 14,5

(22)

Amostra

Peso da Amostra

Peso do

Figado Peso do Oleo (g) Volume do Oleo (me) Porcentagem do Oleo (%)

Proc.I Proc.II Proc.III' roc.IV Proc.I Proc.II Proc.III Proo.IV Proc.I Proc.II Proc.III Proc.IV (9 ) (9) A 8.900 413,4 50,86 107,2 30,5 - 64,0 77,0 54,4 - 12,3 25,9 7,4 . B 17.700 1271,2 156,3 324,5 , 122,0 183,6 182,5 234,0 144,5 206,0 12,3 25,5 9,6 14,4 C . 15.365 508,1 53,14 108,88 36,6 14,97 60,0 78,0 41,0 16,0 10,6 21,4 7,2 2,9

(23)

Amostra •

Processo I Processo II Processo III , Processo IV

Tndice de Acidez (m2/g). Valor de PerOxido (meq/g) Indice de Iodo (mt/g) Indice de Acidez (mt/g) Valor de Per6Xido (meq/g) Indice de Iodo (mt/g) Indice de Acidez - (mt/g) Valor de Per6Xido (meq/g) Indice de Iodo (mt/g) Indice de Acidez (mt/g) Valor de PerOxido (meq/g) Indice de Iodo (mt/g) A B 2,9 1,4 2,6 - 30,7 . 3,3 7,2 108,12 102,70 109,77 , 3,5 3,0 4,8 — — . — 17,92 3,98 6,22 . 0,4 0,4 . 0,3 18,6 5,4 4,4 • 112,0 85,6 98,3 — 1,5 3,1 — 49,7 58,8 — 26,6 26,7

(24)

Amostra

Densidade (g/me) Tndice de RefragEo

Prccefzo I Processo II Processo III Processo IV Processo I Processo II Processo III Processo IV

A 8 C 0,85 0,8U 0,7d 1 9 2 1,2 1,2 0,83 0,89 0,78 - 0,81 0,87 1,475 1,474 1,474 1,441 1,441 1,448 1,475 1,475 1,475 - 1,472 1,475

(25)

Processo COMPONENTES Abund3ncia Relativa (%) Rendimento (%) I AcemirTstico 28 9 5 Ac.v1mito-o1oico 39,3 70 ,Ac.palmitice 100 9 0 Ac.est2.5ri co 10 9 52 IV Ac .mi risti co 29 9 1 Ac.palmitico-oleico 56 9 1 40 Ac . pa 1 mi. ti c o 100 9 0 tn.c.esteirico 1997

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Referências

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