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A relevância da análise de custos, preços e margem de contribuição no gerenciamento de um supermercado

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FRANCIELE THOMÉ DA CRUZ DA SILVA WOHLENBERG

A RELEVÂNCIA DA ANÁLISE DE CUSTOS, PREÇOS E MARGEM DE

CONTRIBUIÇÃO NO GERENCIAMENTO DE UM SUPERMERCADO

IJUÍ (RS)

2014

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FRANCIELE THOMÉ DA CRUZ DA SILVA WOHLENBERG

A RELEVÂNCIA DA ANÁLISE DE CUSTOS, PREÇOS E MARGEM DE

CONTRIBUIÇÃO NO GERENCIAMENTO DE UM SUPERMERCADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis.

PROFa. ORIENTADORA: EUSÉLIA PAVEGLIO VIEIRA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por conceder o dom da vida e proporcionar sabedoria para as nossas escolhas.

Agradeço aos meus pais, Neida e Juares, por sempre acreditarem que seriamos capazes, mesmo quando nós não acreditávamos, pelo amor infinito. A vocês o meu reconhecimento por todas as dificuldades e os esforços de seu trabalho, para que eu pudesse chegar até aqui.

Agradeço ao meu esposo, amigo, companheiro, Douglas, por todo o amor, paciência, compreensão, por tudo o que representa na minha vida. Te amo!

Agradeço a você, minha querida avó, por todo amor, por dedicar anos de sua vida em nosso favor, por tudo o que significa em nossas vidas.

Agradeço minhas irmãs e meus sogros, pela amizade, pelas conversas, por acreditarem que eu seria capaz, e por sempre estarem presentes quando precisei. A toda família que torceu por essa conquista.

Agradeço imensamente a minha orientadora, professora Eusélia, pela confiança e dedicação, pelas palavras de incentivo e motivação.

Agradeço a todos os professores do Curso de Ciências Contábeis, pelos ensinamentos e dedicação.

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“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas graças a Deus, não sou o que era antes” (Marthin Luther King)

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RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido na área da Contabilidade de Custos e tem por objetivo demonstrar a relevância dos custos, formação de preços e análise da margem de contribuição como forma a instrumentalizar os gestores de um supermercado na potencialização dos resultados. Faz uma abordagem aos custos diretos e indiretos, fixos e variáveis, ao método de custeio variável e a formação do preço de venda no comércio e então trazendo a análise de custo, volume e resultado, enfatizando a margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional, indicadores de custos de grande importância no processo decisório. Abordou ainda a rotatividade de estoques e as informações gerenciais no sistema de custos. O estudo realizado é uma pesquisa aplicada, descritiva, qualitativa, que se utilizou de pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso, e para obter êxito utilizou-se de entrevistas despadronizadas e observação sistemática, individual e na vida real. A interpretação de dados se deu simultaneamente ao processo de análise das informações. No processo de análise dos resultados, observou-se o ciclo operacional interno do supermercado e foram calculadas as margens de contribuição unitária e total, o ponto de equilíbrio e a margem de segurança operacional, gerando informações para a análise dos preços, margem e resultado, apresentando as informações gerenciais de custos, demonstrando que o supermercado esta operando com uma boa margem de contribuição total e acima do ponto de equilíbrio, ou seja, opera com margem de segurança operacional. Logo, o estudo atingiu os objetivos iniciais.

PALAVRAS CHAVE: Contabilidade de custos. Indicadores de custos. Custos no comércio.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Tipos de ponto de equilíbrio... Figura 2 – Fórmula do ponto de equilíbrio... Figura 3 – Ponto de equilíbrio em valor... Figura 4 – Fórmula do ponto de equilíbrio econômico... Figura 5 – Fórmula do ponto de equilíbrio financeiro em unidades... Figura 6 – Fórmula do ponto de equilíbrio mix... Figura 7 – Fórmula da margem de segurança em unidades... Figura 8 – Fórmula da margem de segurança em valor... Figura 9 – Fórmula da margem de segurança em percentual... Figura 10 – Processo de precificação praticado na empresa ...

33 33 34 35 35 36 37 38 38 46

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01- MOD com a incorporação dos encargos sociais ... Quadro 02- Ponto de equilíbrio mix em unidades – etapa 1... Quadro 03- Ponto de equilíbrio mix em unidades – etapa 2... Quadro 04- Despesas com pessoal... Quadro 05- Despesas com Pró labore... Quadro 06- Bens depreciáveis... Quadro 07- Despesas totais... Quadro 08- Faturamento por produto... Quadro 09- Demonstração do faturamento total e apropriação das despesas... Quadro 10- Margem de contribuição unitária dos cereais, grãos e farináceos... Quadro 11- Margem de contribuição unitária dos cafés, achocolatados e biscoitos... Quadro 12- Margem de contribuição unitária das conservas e óleos ... Quadro 13- Margem de contribuição unitária dos produtos de higiene e limpeza... Quadro 14- Margem de contribuição unitária dos refrigerantes e cervejas... Quadro 15- Margem de contribuição total dos cereais, grãos e farináceos... Quadro 16- Margem de contribuição total dos cafés, achocolatados e biscoitos... Quadro 17- Margem de contribuição total das conservas e óleos ... Quadro 18- Margem de contribuição total dos produtos de higiene e limpeza... Quadro 19- Margem de contribuição total e em percentual dos refrigerantes e cervejas... Quadro 20- Margem de segurança operacional dos cereais, grãos e farináceos... Quadro 21- Margem de segurança operacional dos cafés, achocolatados e biscoitos... Quadro 22- Margem de segurança operacional das conservas e óleos... Quadro 23- Margem de segurança operacional de higiene e limpeza... Quadro 24- Margem de segurança operacional dos refrigerantes e cervejas... Quadro 25- Demonstração do resultado por grupos de produtos...

21 36 37 49 50 50 51 53 54 55 55 56 57 58 60 62 63 64 66 73 74 74 75 75 77

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01- Comparativo preço de venda e margem de contribuição unitária dos refrigerantes e cervejas... Gráfico 02- Margem de contribuição total dos cereais, arroz e farináceos... Gráfico 03- Margem de contribuição total em percentual dos cafés, achocolatados e biscoitos... Gráfico 04- Margem de contribuição total em percentual das conservas e óleos... Gráfico 05- Margem de contribuição total em percentual dos produtos de higiene e limpeza... Gráfico 06- Margem de contribuição total por produtos... Gráfico 07- Comparativo PEC com os PEC em unidades e reais dos cereais, grãos e farináceos... Gráfico 08- Comparativo PEC com os PEC em unidades e reais dos cafés, achocolatados e biscoitos ... Gráfico 09- Comparativo PEC em unidades e reais das conservas e óleos... Gráfico 10- Comparativo PEC total, em unidades e reais dos produtos de higiene e limpeza... Gráfico 11- Comparativo PEC total, em unidades e reais dos refrigerantes e cervejas... Gráfico 12- Comparativo MCT X PEC X MSO...

59 61 62 64 65 67 68 69 70 71 72 76

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SUMÁRIO

RESUMO... 5 LISTA DE FIGURAS... 6 LISTA DE QUADROS... 7 LISTA DE GRÁFICOS... 8 INTRODUÇÃO ... 11 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 13

1.1 ÁREA DO CONHECIMENTO CONTEMPLADA... 13

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 13 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 14 1.4 OBJETIVOS ... 15 1.4.1 Objetivo geral ... 15 1.4.2 Objetivos específicos ... 15 1.5 JUSTIFICATIVA ... 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 17 2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS ... 17

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ... 18

2.2.1 Custos diretos e indiretos ... 18

2.2.2 Custos fixos e variáveis ... 19

2.3 CUSTOS COM PESSOAL ... 21

2.4 CUSTOS PATRIMONIAIS ... 22

2.5 MÉTODOS DE CUSTEIO ... 24

2.6 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NO COMÉRCIO ... 25

2.7 ANÁLISE DE CUSTO, VOLUME E RESULTADO ... 30

2.7.1 Margem de contribuição ... 31

2.7.2 Ponto de equilíbrio ... 32

2.7.3 Margem de segurança operacional... 37

2.8 ROTATIVIDADE DE ESTOQUES... 38

2.9 INFORMAÇÕES GERENCIAIS DO SISTEMA DE CUSTOS... 39

3 METODOLOGIA ... 41

3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO ... 41

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3.1.2 Quanto aos objetivos ... 41

3.1.3 Quanto á forma de abordagem do problema ... 42

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 42

3.2 COLETA DE DADOS ... 43

3.2.1 Instrumento de coleta de dados ... 43

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ... 43

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 45

4.1 ANÁLISE DO CICLO OPERACIONAL DA EMPRESA ... 45

4.2 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS DE AQUISIÇÃO ... 47

4.3 APURAÇÃO DAS DESPESAS MENSAIS ... 48

4.3.1 Despesa com pessoal ... 48

4.3.2 Despesa com pró labore... 49

4.3.3 Despesa com depreciação... 50

4.3.4 Despesa totais... 51

4.4 ANÁLISE DE PREÇOS, MARGENS E RESULTADOS... 52

4.4.1 Faturamento produtos... 52

4.4.2 Margem de contribuição unitária ... 54

4.4.3 Margem de contribuição total ... 59

4.4.4 Ponto de equilíbrio ... 68

4.4.5 Margem de segurança operacional... 73

4.4.6 Demonstração do resultado ... 77

4.5 INFORMAÇÕES GERENCIAIS DE CUSTOS ... 78

CONCLUSÃO ... 79

REFERÊNCIAS ... 81

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INTRODUÇÃO

Com o aumento do poder aquisitivo da população, e o aumento do consumo, as empresas estão cada vez mais competitivas. Isso leva cada gestor a estar constantemente reformulando suas estratégias de mercado. E com isso a gestão dos custos como fator para a tomada de decisões tomou um lugar de destaque no mercado.

A gestão de custos é fator primordial na formulação de estratégias, ela vai além da contabilidade tradicional, ela busca por meio de processos bem estruturados a redução de gastos, ou seja, através de estudos e análises chegar a eficiência nos resultados.

Em função da necessidade empresarial em alavancar seus resultados por meio de processos e estratégias eficazes, destacando-se assim perante seus concorrentes, o estudo está voltado para a relevância do custo, preço e margem de contribuição no gerenciamento de um supermercado. Com isso, o objetivo do estudo é estruturar um sistema de custos, formação de preços e análise da margem de contribuição de forma que instrumentalize os gestores do supermercado na potencialização dos resultados.

Nesse trabalho de conclusão de curso está elencada primeiramente a contextualização do estudo, que trata inicialmente da área de estudo contemplada, ou seja, contabilidade de custos; em seguida foi realizada uma breve descrição da organização onde o estudo foi desenvolvido, a problematização do tema, e ainda foram formulados os objetivos geral e específicos e a justificativa da escolha do tema.

Em sequência tem-se o referencial teórico abordando a contabilidade de custos, a classificação dos custos, os custos com pessoal, os custos patrimoniais, os métodos de custeio, a formação do preço de venda no comércio, a análise de custo, volume e resultados, a rotatividade dos estoques e as informações gerenciais do sistema de custos.

Em um terceiro momento foi descrita a metodologia do trabalho, abordando a classificação do estudo, a coleta, a análise e a interpretação dos dados, as quais nortearam a pesquisa.

O quarto capítulo apresenta o estudo de caso, onde foi observado o processo de apuração dos custos e a formação dos preços de venda, em seguida por meio de planilhas eletrônicas, foram apurados os custos de aquisição dos produtos e o faturamento total da empresa, dessa maneira obteve-se a lucratividade dos produtos em estudo sobre o faturamento e o percentual de despesas em relação à venda de mercadorias da amostra. Com essas informações foram calculados os indicadores de custos, ou seja, margem de contribuição

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unitária e total, ponto de equilíbrio, margem de segurança operacional e ainda realizada a demonstração do resultado. Com isso elaborou-se as informações gerenciais de custos.

Finalmente o relatório apresenta as considerações finais, seguida das referencias utilizadas durante o estudo.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A seguir apresenta-se a contextualização do estudo realizado, assim como, a área contemplada, seguido da caracterização da empresa, da problematização do tema, dos objetivos geral e específicos, e por fim da justificativa.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

A contabilidade é uma Ciência que estuda, observa e controla o patrimônio, fornecendo informações, tornando-se necessária e indispensável para administração e gestão de negócios. Segundo Basso (2011, p.26) contabilidade “(...) é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico)...”, ou seja, o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio da entidade e suas variações.

Ainda de acordo com Basso (2011, p.28) ”a finalidade básica da contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento-processo decisório.”, e atualmente os gestores precisam cada vez mais de informações objetivas e concretas para tomada de decisões, de forma que a empresa mantenha-se sempre competitiva no mercado.

Nesse contexto, o estudo realizado é na área da contabilidade de custos, abordando a importância dos custos, preços e margens de contribuição no gerenciamento de um supermercado de Ijuí.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A empresa onde foi desenvolvido o estudo é um comércio varejista com predominância de gêneros alimentícios estabelecida em Ijuí/RS desde novembro de 1990. A sociedade é Ltda, constituída por dois sócios, cada um com 50% das cotas de capital e atualmente conta com um quadro de 87 funcionários.

A empresa está enquadrada no Lucro Real, modalidade geral. Seus principais clientes são pessoas físicas, mas também atende com preços diferenciados restaurantes, bares, lancherias e atende festas, eventos e coquetéis.

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Possui um amplo quadro de fornecedores, sendo a maioria das compras realizada diretamente das indústrias e algumas de atacados, e nas compras do hortifrutigranjeiro dá preferência para agricultores de Ijuí e região, incentivando a produção local.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Com a constante necessidade de ter em mãos informações reais e claras para a tomada de decisões, para se manter competitivo no mercado, principalmente no que diz respeito a maximização dos resultados, surge a contabilidade de custos, com o papel de fornecer as informações mais minuciosas e relevantes para o gerenciamento das atividades, para a definição de preços e ofertas.

Nesta linha, (SOUZA, CLEMENTE, 2007) relata que a gestão estratégica de custos busca a redução de gastos por meio de um sistema com informações eficientes, que permita ao gestor a criação e avaliação de estratégias eficazes, que favoreçam a empresa a adquirir vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.

Pompermayer, Lima (2002, p.69) descrevem sobre a gestão de custos:

O custo gerencial, embora não objetive desrespeitar as leis, não está vinculado a elas. Compromete-se com a eficiência pela redução de gastos, através de estudos e análises voltados para a mudança de processos, gestão financeira adequada e para o atendimento de questões especiais relacionadas com a logística do atendimento correto aos clientes.

Nesse contexto, a contabilidade e a gestão de custos produzem indicadores muito importantes, gerando informações essenciais que podem auxiliar os gestores na tomada de decisões, nos processos de planejamento de compras e custos, formação de preços de venda, analise de margens de contribuição por linha de produtos, proporcionando os mais diversos relatórios para os usuários internos, sejam eles de caráter físico ou monetário.

Ainda, seguindo o pensamento de Perez Jr., Oliveira, Costa (2001, p. 282) “controle estratégico significa pensar a longo prazo em todas as estratégias, em tudo o que é vital para a sobrevivência e aumento da capacidade competitiva”, ou seja, ressalta a necessidade de se preocupar com o meio em que se está inserido, pois a contabilidade existe para facilitar a implementação de estratégias empresariais pelos administradores.

Assim sendo Franco (1991, p.35) relata que “a atividade mercantil ou comercial é exercida mediante a prática de atos de comércio”, que pode ser toda troca, permuta ou

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intercâmbio, finaliza concluindo que as empresas comerciais são as que se constituem para servir de mediadoras entre a indústria e o consumidor final, como objetivo de obter lucro.

Neste sentido, o supermercado objeto do estudo, pode se utilizar das informações para analisar de forma mais criteriosa a sua tabela de preços, tendo uma base mais consistente para a elaboração de suas ofertas e estratégias de atrair o cliente pela redução de preços. De uma forma geral, o estudo permite analisar se determinado produto realmente está gerando margem de contribuição, e como resultado o lucro ou prejuízo. Enfim permite aos administradores criar estratégias mais eficazes, seja relacionados às compras, preços de venda, mix de produtos ou custos, utilizando-se dessas informações confiáveis e reais para se sobressair em relação á concorrência, buscando melhores resultados.

Levando-se em consideração as constatações apontadas, questiona-se: Como a utilização das informações de custos, preços e margens podem contribuir no gerenciamento de um supermercado na busca da maximização dos seus resultados?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos dividem-se em objetivo geral e objetivos específicos.

1.4.1 Objetivo geral

Demonstrar a relevância da análise de custos, de preços e margem de contribuição, de forma que instrumentalize os gestores do supermercado na potencialização dos resultados.

1.4.2 Objetivos específicos

 Revisar na base teórica os conceitos e finalidades de custos e margens;

 Analisar os procedimentos mantidos pela empresa para a apuração dos custos e formação dos preços de venda;

 Apurar a margem de contribuição unitária e total dos grupos de produtos estudados;  Analisar o ranking das margens dos grupos de produtos;

 Relacionar os indicadores de custos, preços e margens para o gerenciamento do Supermercado.

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1.5 JUSTIFICATIVA

A decisão de abordar o tema custos se deu em virtude de entender que é uma área de extrema importância dentro das organizações, uma vez que para a tomada de decisões é imprescindível que o empresário esteja ciente da realidade de seu empreendimento, e para isso é de suma importância que os custos estejam corretamente alocados, dando suporte á tomada de decisões.

Para e empresa em que foi realizado o estudo, é importante por permitir aos administradores analisar se os produtos encartados (promoções) estão trazendo o resultado esperado, e também auxiliar como ferramenta para a tomada de decisões.

Para a universidade e o Curso de Ciências Contábeis esse estudo serve como fonte de pesquisa, ficando á disposição de quem tiver interesse na área abordada, principalmente aos estudantes de Ciências Contábeis, contribuindo para o aprimoramento da profissão.

Para mim esse estudo contribuiu de forma a aprimorar meus conhecimentos, proporcionando minha qualificação e esclarecendo possíveis dúvidas em relação à realidade prática da profissão.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capitulo foi realizada uma abordagem sobre Contabilidade de Custos, como esses custos são classificados (diretos e indiretos fixos e variáveis). Também foram abordados os custos com pessoal, os custos patrimoniais, além dos métodos de custeio. Ainda foi discorrido sobre a formação do preço de venda no comércio, análise de custo, volume e resultado (margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional), rotatividade de estoques e as informações gerenciais do sistema de custos.

2.1. CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade de custos é um ramo das ciências contábeis, que surgiu no século XVIII, com a revolução industrial, momento em que a produção automatizada se iniciou, deixando a escala artesanal e abrindo espaço para a produção em grande escala, com a necessidade de avaliar os estoques nas indústrias.

Padoveze (2003, p.6) destaca:

A diferença fundamental entre o custo dos produtos das empresas comerciais e os custos das empresas industriais é que as empresas comerciais têm só um insumo para custo das mercadorias adquiridas para revenda, enquanto as empresas industriais têm de utilizar vários insumos para o processo de obtenção (produção) dos produtos.

De acordo com Padoveze (2003) a contabilidade de custos é um dos instrumentos mais utilizados para a gestão empresarial e, basicamente subdivide-se em custo contábil e custo gerencial, sendo que os custos contábeis são voltados para a apuração do custo dos produtos e serviços para fins de contabilização e atender as exigências legais e fiscais. Enquanto os custos gerenciais são voltados para a gestão econômica e envolvem a necessidade de controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão. São dois conceitos distintos, mas que devem ser tratados conjuntamente, pois se complementam, visto a necessidade de cumprir as obrigações legais e também no segundo caso, é o ponto de partida para uma eficiente gestão, que também permite simulações para que se possa chegar, se não ao ideal, ao mais próximo possível do desejado, reduzindo gastos e alavancando resultados.

Um conceito para a contabilidade de custos, segundo Leone (apud VIEIRA, 2008, p.11), “a contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir

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informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxilio as funções de determinação de desempenho, planejamento e controle das operações de tomada de decisão.”

Portanto a contabilidade de custos fornece as informações de cunho gerencial, proporcionando aos gestores o conhecimento necessário para a tomada de decisões, permitindo que ele realize simulações de cenários distintos.

2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

Os custos se classificam em custos diretos e indiretos, e podem ser fixos ou variáveis.

2.2.1. Custos diretos e indiretos

Quanto à forma de apropriação aos produtos, os custos classificam-se em diretos e indiretos.

Os custos diretos são aqueles que são facilmente alocados aos produtos, ou á produção, ou seja, nesse caso é possível rapidamente fazer a ligação com o produto, identificando que ele faz parte do produto final.

Para Padoveze (2003, p.41) “os atributos que definem um custo direto em relação ao produto final são: possibilidade de verificação, possibilidade de medição, identificação clara, possibilidade de visualização da relação do insumo com o produto final, especificidade ao produto etc.”. Podemos destacar com custos diretos os materiais diretos e a mão de obra direta.

De forma clara Perez Jr, Oliveira, Costa (2001, p.23) colocam que os custos diretos “são os custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço com relativa facilidade”.

Os custos indiretos são aqueles que não podem ser alocados rapidamente ao produto final, existe a necessidade de definir métodos de rateio. Os custos indiretos dividem-se em custos indiretos fixos e variáveis.

Perez Jr, Oliveira, Costa (2001, p.24) destacam que os custos indiretos “são os custos que, por não serem perfeitamente identificados nos produtos ou serviços, não podem ser apropriados de forma direta para as unidades específicas (...). Necessitam, portanto, da utilização de algum critério de rateio para sua alocação.”.

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Alguns exemplos de custos indiretos são: mão de obra indireta, materiais indiretos e os outros custos indiretos. São todos os custos relacionados aos produtos, mas que não estão diretamente ligados a ele, e que precisam de critérios de rateio para a correta alocação aos produtos.

2.2.2. Custos fixos e variáveis

Os custos fixos são aqueles que independem do volume de mercadorias, ou seja, não variam, tendem a se manter constantes independente da quantidade produzida. Estão relacionados com a capacidade instalada na empresa, ou seja, ele vai existir mesmo que a empresa esteja parada, como por exemplo, se forem vendidas 10 produtos ou não for efetuada nenhuma venda o aluguel terá o mesmo valor. Segundo Perez Jr, Oliveira, Costa (2001, p.20) custos fixos são:

Os custos que permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independem do volume de produção ou seja, uma alteração no volume de produção para mais ou para menos não altera o valor total do custo. Exemplos: salários das chefias, aluguel, seguros, etc.

O conceito de Passarelli, Bonfim (2004, p. 34) é semelhante quando descreve que “os custos fixos variam conforme o tempo e não de acordo com o nível de atividade, isto é, serão incorridos durante determinado período de tempo, ainda que nenhuma atividade de produção tenha lugar nesse período”.

Ainda no âmbito do comércio, Wernke (2011, p.33) conceitua os custos e despesas fixas como:

Aqueles gastos cujos valores totais tendem a permanecer constantes (“fixos”) mesmo havendo alterações no nível de faturamento (vendas) do período. São os gastos que tem seu montante definido independente de oscilações no valor de vendas, não possuindo qualquer vinculação com o aumento ou redução do número de unidades comercializadas no mês.

Complementando o raciocínio, Perez Jr, Oliveira, Costa (2001, p.20), colocam as características principais dos custos fixos:

a. o valor permanece constante dentro de determinada faixa da produção;

b. o valor por unidade produzida varia a medida que ocorre variação no volume de produção, por tratar de um valor fixo diluído por uma quantidade maior;

c. sua alocação para os departamentos ou centro de custos necessita, na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração;

d. a variação dos valores totais podem ocorrer em função de desvalorização da moeda ou por aumento ou redução significativa no volume de produção.

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Logo os custos fixos tendem a permanecerem constantes, eles não tem relação com a produção ou faturamento, uma vez que se forem produzidas ou vendidas 10 ou 100 unidades de mercadorias, esses custos permanecerão os mesmos.

Já os custos variáveis são aqueles que alteram de acordo com a quantidade produzida. Perez Jr, Oliveira, Costa (2001, p.22) conceituam custos variáveis:

São os custos que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. Dessa maneira, o valor absoluto dos custos variáveis cresce á medida que o volume de atividades da empresa aumenta. Na maioria das vezes, esse crescimento no total evolui na mesma proporção do acréscimo no volume produzido.

Já Wernke (2001, p.14) traz o conceito de que os custos variáveis:

São os que estão diretamente relacionados com o volume de produção ou venda. Quanto maior for o volume de produção, maiores serão os custos variáveis totais. São os valores consumidos ou aplicados que têm seu crescimento vinculado a quantidade produzida pela empresa. Têm seu valor determinado em função de oscilações na atividade da empresa, variando de valor na proporção direta do nível de atividades.

No entendimento de Perez Jr, Oliveira, Costa (2001, p. 22) são características dos custos varáveis:

a. seu valor total varia na proporção direta do volume de produção;

b. o valor é constante por unidade, independentemente da quantidade produzida; c. a alocação aos produtos ou centros de custos é, normalmente, feita de forma direta, sem a necessidade de utilização de critérios de rateios.

Koliver (2010, p.69) argumenta que “os custos variáveis estão relacionados com os portadores finais dos custos, particularmente considerados, ou seja, somente existem quando se produz algum produto ou serviço, seja ela destinada á venda ou não, e quando eles são vendidos”.

Trazendo esses conceitos para o comércio, foco do estudo a ser desenvolvido, é importante lembrar tantos dos custos como das despesas variáveis e, nesse sentido Wernke (2011, p.32) conceitua que “são os gastos cujo valor total ($) do período está proporcionalmente relacionado com o volume de mercadorias comercializadas: quanto maior for o montante de vendas, maiores serão os custos e as despesas variáveis totais do mês (ou ano)”.

Portanto os custos e despesas variáveis variam de acordo com a quantidade de mercadorias vendidas no período, e as despesas e custos fixos tendem a permanecer constantes, mesmo com as variações de faturamento.

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2.3 CUSTOS COM PESSOAL

Os custos com pessoal são aqueles relacionados à mão-de-obra que esta ligada direta ou indiretamente a fabricação ou comercialização do produto, são os salários e os encargos sociais incidentes sobre os mesmos. Dessa maneira, Passarelli, Bomfim (2004, p.80) destacam que “os custos de mão -de –obra incluirão, portanto, todos os gastos incorridos pela pessoa jurídica para contratar, treinar, manter, remunerar e desligar seus empregados”.

A mão de obra direta refere-se exclusivamente ao pessoal diretamente ligado a produção da mercadoria ou serviço.

Bruni, Famá (2004, p.93) destacam que:

A mão de obra direta ou, simplesmente, MOD corresponde aos esforços produtivos das equipes relacionadas à produção dos bens comercializados ou dos serviços prestados. Refere-se apenas ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem a necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio.

Ainda seguindo o pensamento de Bruni, Famá (2004, p.94), os custos com mão- de- obra direta, “no Brasil, em decorrência dos altos níveis de encargos sociais, estes devem ser incorporados no custo horário da MOD de forma variável: quanto maior a MOD, maiores serão alguns encargos.”.

Nesse sentido se percebe que a mão de obra direta, é aquela que está diretamente ligada à produção da mercadoria ou serviço e que, no Brasil, devido ao alto percentual dos encargos sociais incidentes, é necessário incorporá-los ao custo da hora, conforme tabela quadro 1, a seguir:

Quadro 1- MOD com incorporação de encargos sociais

Subtotal R$

a) Salários 201.666,67

b) Repousos semanais remunerados 35.200,00

c) Férias 22.000,00

d) Adicional constitucional de férias 7.333,33

e) 13° Salário 22.000,00

f) Feriados 8.800,00

Subtotal 297.000,00

Acréscimo legal de outras contribuições (37,50%) 111.375,00

Total com contribuições 408.375,00

Número de horas trabalhadas por ano 2.016,67

Total geral por hora 202,50

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No quadro 01, de acordo com Bruni, Famá (2004, p.96), pode se ver que um salário de $100, 00 por hora, ao ter os valores de encargos acrescidos passa a ser um salário-hora de $ 202,50, o que destaca os altos valores dos encargos sociais relacionados aos ordenados dos funcionários.

Ainda existem os custos com mão de obra indireta, ao quais não estão diretamente relacionados com a produção da mercadoria ou serviços. De acordo com Bruni, Famá (2004, p.96) “a eventual diferença entre o gasto total com mão de obra e mão de obra direta, alocada ao produto, representa a ociosidade ou a perda do trabalho pago, porém não utilizado, podendo ser agrupado genericamente na categoria de mão- de- obra indireta.”.

Com isso contata-se, que caso existam horas ociosas, essas horas serão consideradas mão-de-obra indireta.

2.4 CUSTOS PATRIMONIAIS

Tão importante quanto contabilizar e considerar os custos para a formação dos preços de venda, também é considerar a depreciação dos ativos imobilizados, ou seja, a perda de valor desses ativos.

Koliver (2010, p.162) conceitua da seguinte maneira:

A depreciação representa, em termos econômicos, a perda de valor dos bens materiais integrantes do ativo imobilizado em uma entidade. Já na visão puramente financeira, o processo de transferência de valores do imobilizado para o ativo circulante, até o disponível, desde que a receita gerada pelos produtos ou serviços que a causaram, permita a sua recuperação integral. Contabilmente, parte das depreciações, daquela derivada do ato de produzir ou fabricar, faz obrigatoriamente parte dos agregados de custos que são os estoques de produtos ou serviços, em andamento ou prontos.

A depreciação se dá em decorrência de causas físicas, sendo que uma das formas mais comuns é em função da vida útil do bem. Esse processo de depreciação pode ocorrer em função do tempo ou produção, em alguns casos o mesmo bem pode depreciar mais rapidamente que um bem igual a ele, isso em virtude da atividade praticada. Também ocorre depreciação por causas naturais, como os maquinários agrícolas, que sofrem com as ações da natureza (umidade, chuva, etc.). E ainda os bens podem depreciar mais rapidamente em função de mau uso ou acidentes. Nesses casos Koliver (2010, p.163) chama atenção de que:

(...) quando as perdas forem totais ou significativas, as depreciações devem ser classificadas como custos não operacionais, por não apresentarem correlação necessária com as atividades desenvolvidas. Ademais, deve-se ter o cuidado de

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contrapor ás depreciações as eventuais indenizações dos seguros, porquanto a perda efetiva de valor será a diferença entre os dois montantes. De qualquer forma, nos valores não operacionais inexistirá processamento pela contabilidade de custos.

As depreciações também podem ter causas econômicas, ou seja, os bens tornam-se obsoletos, e essa obsolescência pode ser de ordem técnica ou mercadológica. Sendo que a obsolescência de ordem técnica se dá quando o bem ainda tem condições de produção ou uso, mas a qualidade técnica é inferior aos produtos que estão no mercado. E a obsolescência de ordem mercadológica, de acordo com Koliver (2010, p.163) “o elemento condicionante da perda de valor não está no elemento em si, mas no que ele produz: não existindo mercado para a sua produção, e o equipamento resulta inútil”.

Quanto a vida útil do bem, ela pode ser por tempo expresso em meses ou anos ou por produção em horas ou outras unidades. Koliver (2010, p. 164) traz a concepção de que:

Quando da utilização da via útil expressa em tempo, a depreciação será um valor definido por unidade de tempo, enquanto na outra hipótese teremos um valor por unidade de produção ou output, como, por exemplo, no caso de moldes, na indústria de plástico, cuja depreciação é computada por peça moldada. A diferença mais importante entre os dois critérios, sob a ótica contábil, esta no fato de que no primeiro caso, a depreciação é considerada custo fixo, enquanto no segundo passa a ser um custo direto, na maioria das vezes, variável proporcional.

Na empresa onde foi realizado o estudo, a vida útil dos bens imobilizados se dá por tempo expressos em meses ou anos. Para esses casos, existem algumas modalidades para o calculo da depreciação, sendo eles:

 Depreciação linear (ou quotas constantes);  Quotas decrescentes;

 Quotas crescentes

E em todas as modalidades citadas acima, pode ter ou não o uso de valor residual dos bens.

Na depreciação linear, muito aceita mundialmente, o valor total do bem a ser depreciado é dividido pela vida útil, e no caso de ter valor residual, esse valor é descontado do valor total do bem e o valor “ajustado” será dividido pela vida útil do bem. Por exemplo, um bem com valor de $100.000, 00, que possua $10.000, 00 de valor residual e vida útil de 10 anos, aplicando o calculo terá depreciação de $9.000,00 ao ano ou $750,00 ao mês, e para encontrar esse resultado basta reduzir do valor do bem o valor residual e o resultado obtido dividir pela vida útil do bem, ou seja, 100.000 (-) 10.000 = 90.000/10= 9.000,00/ano ou 750,00/mês. Já no caso de ativo imobilizado sem valor residual apenas divide-se o valor do bem pela vida útil.

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Sobre as quotas crescentes Koliver (2010, p.166) enfatiza:

Nas quotas crescentes aceita-se o pressuposto de que, no inicio de sua vida, o equipamento possui maior rendimento, que diminui com o passar do tempo, acentuando-se sua perda de valor, o que pode ser verdade em muitos casos. Entretanto, o deslocamento das depreciações para períodos onde o equipamento apresenta rendimento decrescente e, provavelmente, custos crescentes de manutenção, com custos-hora sucessivamente mais elevados, contradiz a ideia central do principio de Competência.

As quotas decrescentes buscam o equilíbrio, no entendimento de Koliver (2010, p.168) “na apropriação das depreciações por quotas decrescentes o fundamento esta, usualmente, na busca de um razoável equilíbrio entre elas e os custos de manutenção do equipamento, normalmente ascendentes com o desgaste deste, com a consequente estabilidade nos custos-hora”.

As depreciações calculadas por quotas sempre serão custo fixo da empresa, e não terão ligação direta com os produtos, e sua inclusão nos custos de dará de forma indireta (KOLIVER, 2010).

Na empresa onde foi realizado o estudo, os ativos imobilizados sofrem depreciação linear.

2.5. MÉTODOS DE CUSTEIO

Segundo Souza, Clemente (2007) o método de custeio variável teve origem na sociedade norte-americana, e ainda nesse sistema de custeio os custos são classificados em fixos e variáveis, sendo que os custos fixos são constantes independentes da quantidade produzida, enquanto os custos variáveis sofrem alteração de acordo com a produção, ou seja, sofrem aumento ou diminuição na mesma proporção da fabricação.

No custeio variável, conforme Souza, Clemente (2007, p.63) “somente os custos variáveis são distribuídos aos produtos, sendo que os demais, ou seja, os fixos são desconsiderados para o custo das mercadorias”. Na mesma linha de pensamento Wernke (2001, p.29) destaca:

A premissa básica do custeio direto é a de que somente os custos claramente identificados com os produtos ou serviços vendidos (chamados de diretos ou variáveis) devem ser apropriados. Os demais custos necessários para manter a capacidade instalada (indiretos ou fixos) devem ser desconsiderados em termos de custo do produto.

O sistema de custeio direto ou variável prevê uma apropriação de caráter gerencial, considerando apenas os custos variáveis dos produtos vendidos, enquanto os custos fixos ficam separados e são considerados despesas do período.

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No sistema de custeio variável são considerados apenas os custos variáveis dos produtos comercializados enquanto os custos fixos são transferidos para a apuração do resultado e são considerados despesas do período.

Wernke (2001, p.30) destaca algumas vantagens e desvantagens do custeio variável:

a) Prioriza o aspecto gerencial ao enfatizar a rentabilidade de cada produto sem as distorções ocasionadas pelos rateios de custos fixos aos produtos;

b) Não é aceito pela legislação tributária para fins de avaliação de estoques; c) Não envolve rateios e critérios de distribuição de gastos, facilitando o cálculo; d) Exige uma estrutura de classificação rígida entre os gastos de natureza fixa e variável;

e) Com a elevação do valor dos custos fixos, não considerados neste método, a análise de desempenho pode ser prejudicada e deve merecer considerações mais acuradas.

Esse sistema não é aceito pela legislação fiscal, pois ele resulta em um imposto menor, e isso se dá pelo fato de o método transferir para o resultado os custos fixos. Enquanto que no método de absorção, aceito pela legislação, de acordo com Wernke (2001, p.31) “ficam “estocados” nos produtos não vendidos”. Concluindo, como não é aceito pela legislação fiscal, o custeio variável fica restrito á contabilidade interna das empresas, sendo muito utilizado para fins gerenciais, auxiliando na elaboração de estratégias e tomadas de decisões.

2.6 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NO COMÉRCIO

As empresas tem o objetivo de maximizar seus lucros. E como ponto importante para garantir essa maximização e consequente crescimento da organização, surge a necessidade da correta formação dos seus preços de venda, ou seja, de onde sairão os recursos para cobrir seus custos e gerar seus lucros.

Wernke (2001, p.126) revela que:

No cálculo do preço de venda, as empresas devem procurar valores que: a) Maximizem lucros;

b) Possibilitem alcançar as metas de vendas com tal preço; c) Permitam otimização do capital investido; e

d) Proporcionem a utilização eficaz da capacidade de produção instalada.

De acordo com Wernke (2001, p.127) para a formação do preço de venda, deve-se inicialmente calcular o preço de venda orientativo e em seguida testar o mesmo de acordo com as condições do mercado.

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Existem quatro métodos de formar os preços de vendas, sendo eles: a) Baseado no custo da mercadoria;

b) Baseado nas decisões das empresas concorrentes; c) Baseado nas características do mercado;

d) Método misto.

O método de formação de preços de venda baseado no custo da mercadoria na orientação de Wernke (2001, p.127) “consiste em adicionar uma Margem fixa a um custo-base, geralmente conhecida pela expressão Mark up”. Mas de acordo com o autor isso não tem funcionado corretamente, pois:

(...) o cálculo do custo agregado real de um produto ou serviço individual é um processo complexo, que exige coleta e partilha de informações envolvendo diferentes setores de uma organização. A maioria das empresas não sabe qual é o custo total de um produto ou serviço, ou quando sabe, não repassa tal informação ao executivo de marketing responsável pela determinação de preços”.

O cálculo do custo da compra é obtido através da estrutura dada por Wernke (2001, p.129):

(+) Custo da fatura (valor constante na nota fiscal)

(-) Descontos dados na fatura (incondicionais, mencionados no corpo da nota fiscal. Não são os descontos recebidos por pagamento no vencimento ou antecipado da duplicata)

(+) Despesas acessórias (fretes, seguros, outros)

(+) Impostos não recuperáveis fiscalmente (IPI no comércio)

(-) Impostos recuperáveis fiscalmente (IPI e ICMS na indústria e ICMS no comércio)

(=) Custo de aquisição das mercadorias, materiais e serviços.

O Mark up utilizado para a formação do preço de venda visa, de acordo com Wernke (2001, p.130):

Cobrir os fatores, como tributação sobre vendas (ICMS, IPI, PIS, COFINS ou Simples), percentuais incidentes sobre o preço de venda (comissões sobre vendas, franquias, comissão da administradora de cartão de crédito etc.), despesas administrativas fixas, despesas de vendas fixas, custos indiretos de produção fixos e margem de lucro.

Wernke (2001, p. 130) traz um exemplo típico dos supermercados e que ocorre com muita frequência na empresa onde realizou-se o estudo:

(...) Os supermercados anunciam determinado produto (carne) por um preço baixo. Têm intenção de que os clientes venham comprar o produto e levem junto outras mercadorias (cervejas, condimentos, legumes, arroz etc.) comercializadas com margens de lucro maior. Assim compensam a pequena margem numa mercadoria com margens maiores em outras.

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O Mark up pode ser divisor ou multiplicador, em qualquer das duas formas o resultado final deverá ser o mesmo.

Para obter o Mark up divisor Wernke (2001, p.130) traz alguns passos a serem seguidos:

a) Listar todas as despesas variáveis de vendas (DVVs)

 ICMS s/vendas 17%

 Comissões s/vendas 3%

 Lucro desejado 5% b) Somas as DVVs (17% + 3% + 5% = 25%)

c) Dividir a soma das DVVs por 100 (para achar a forma unitária) (25% : 100 = 0,25)

d) O quociente da divisão deve ser subtraído de “1” (1 – 0,25 = 0,75)

e) Dividir o custo de compra pelo Mark up divisor

Exemplo/ se o custo unitário da mercadoria é $ 500, o preço de Vanda á vista seria então de $ 666,67 (pois $ 500/0,75 = $ 666,67).

Em relação ao Mark up multiplicador, também Wernke (2001, p.131) demonstra como proceder: a) Listar todas as DVVs  ICMS s/vendas 17%  Comissões s/vendas 3%  Lucro desejado 5% b) Somas as DVVs (17% + 3% + 5% = 25%)

c) Partindo de 100 e subtrair a soma das DVVs (100 – 25% = 75%)

d) O quociente da divisão deve ser subtraído de “1” (1 – 0,25 = 0,75)

e) O Mark up multiplicador é obtido dividindo 100 pelo resultado da fase anterior (c).

(100 : 75 = 1,333)

Exemplo/ se o custo unitário é de $ 500 x 1,333, o preço de venda é $ 666,67. O método de formação de preços de venda baseado nas decisões das empresas concorrentes, para Wernke (2001, p.128) subdivide-se em:

a) Método do preço corrente (para os casos de produtos vendidos a preços semelhantes por todos os concorrentes);

b) Método de imitação de preços (o preço adotado é o mesmo de um concorrente especifico);

c) Método de preços agressivos (quando um grupo de empresas concorrentes estabelece a tendência a uma redução drástica de preços até serem atingidos, em certos casos, níveis economicamente injustificáveis, abaixo do custo da mercadoria); d) Método de preços promocionais (caracteriza a situação em que as empresas oferecem certas mercadorias – caso típico de supermercados- a preços tentadores, com intuito de atrair publico ao local e compensar com a venda de outros produtos).

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Mas esse método exige atenção por parte dos gestores, pois não se conhece profundamente qual é a lucratividade do concorrente, podendo dessa maneira, debilitar os seus resultados.

O Método baseado nas características do mercado exige profundo conhecimento do mercado em que está inserido, podendo o gestor decidir se seus preços serão mais elevados ou mais acessíveis, se buscará atrair as classes mais altas ou mais populares.

Nesse sentido, entende-se que o cliente é quem decide se pagará ou não pelo produto ofertado, se ele realmente percebe esse valor no produto. Na concepção de Cram (2007, p.80) “os clientes pagam mais para ter qualidade se essa superioridade for evidente e inquestionável”; argumentou essa afirmativa trazendo o exemplo da empresa Heinz, que em 2004, mudou a composição da sopa de tomate, que vendia cerca de 500mil latas por semana, em virtude das baixas margens em comparação com as sopas picantes, além da redução do consumo de sal. O resultado dessa substituição foi que a Heinz, aumentou o preço em aproximadamente 20% e negociou um aumento entre 25 % e 30% na exposição nas prateleiras dos supermercados. Com isso, segundo Cram “no ultimo trimestre de 2004, o valor de categoria da marca elevou-se em mais de 1,4 milhão de libras, e a linha “special” conquistou 6% dos lares em menos de quatro meses após o lançamento”.

Logo se percebe que ao fazer a mudança na sopa de tomate que vendiam desde 1910, a empresa pode fazer um acréscimo no preço de venda e mesmo assim a população optou em pagar o preço pelo produto, em virtude da qualidade e da superioridade percebida no produto.

Também Cram (2007, p.82) orienta que “um motivo recorrente para os clientes pagarem mais é apostar na segurança para evitar riscos”. Esse ponto foi argumentado que os consumidores preferem a segurança para evitar perdas oriundas de supostas vantagens oferecidas pelo produto ou marcas desconhecidos.

E por fim o método misto, que no entendimento de Wernke (2001, p.128) “deve observar a combinação de fatores como custos envolvidos, decisões da concorrência e características do mercado. (...) Então, para o cálculo do peço de venda orientativo comercial é necessário obter o valor do custo de compras das mercadorias e a fixação do Mark up”.

No entendimento de Hinterhuber (2010, p.108):

A precificação gera um impacto enorme na rentabilidade das empresas. Estratégias de precificação variam consideravelmente de acordo com a indústria, países e clientes. Apesar disso, os pesquisadores concordam que, de modo geral, as estratégias de precificação podem ser divididas em três grupos:

1. Precificação baseada em custos. 2. Precificação baseada na concorrência. 3. Precificação baseada no valor percebido

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De acordo com o autor a precificação baseada no valor percebido pelo cliente, já tem reconhecimento acadêmico e por parte de gestores como sendo superior as demais formas de precificação.

Hinterhuber (2010, p.109) conceitua a precificação baseada nos clientes, ou no valor percebido, como um sistema que “adota o valor que um produto ou serviço transmite para os clientes como o principal fator para a determinação de preços”. O autor defende essa maneira de formar preços como “a melhor abordagem, pois se relaciona diretamente com as necessidades dos clientes”.

Na mesma visão Leone Filho (2014, p.43) traz uma conclusão, “na verdade quem estabelece o preço do produto ou serviço não é a empresa e sim o cliente. Entender isso é fundamental, pois muda o conceito que se tem de que a empresa é quem faz o preço”. Nesse sentido os gestores precisam identificar qual é o valor percebido pelos clientes, e utilizar-se desse conhecimento para atribuir preços aos seus produtos promovendo boas vendas e consequente aumento de rentabilidade para a empresa.

Backer, Marn, Zawada (2011, p.136) chama atenção para fatores importantes para a determinação dos preços de venda:

1. As empresas devem gerir ativamente o equilíbrio entre preço e volume, ou lucro e participação de mercado, a fim de maximizar o retorno. A maioria não consegue fazer isso.

2. Elas têm de decidir sobre preços considerando todo o portfólio de produtos que comercializam, porque, quando produtos de várias gerações coexistem no mercado, o preço de um item afeta o desempenho de outro.

De acordo com os autores esses princípios devem fazer parte da formação de preços durante o ciclo de vida dos produtos, ou seja, lançamento, plenitude e maturidade. Sendo que no lançamento deve se ter atenção para determinar de forma correta o preço de lançamento de um produto, de forma a estimular os lucros pelo restante do ciclo de vida do produto.

É importante concentrar-se para três premissas importantes durante a formação de preços na fase do lançamento, como sugere Backer, Marn, Zawada (2011, p.136):

 Definir o preço inicial que maximize a captura de valor no longo prazo.

 Evitar o efeito-âncora de produtos mais antigos.

 Extrair vantagens do portfólio de produtos.

Em relação às afirmativas acima, orientam que sejam realizadas análises de cenário, com enfoques de outros métodos de precificação e analisando diferentes respostas dos clientes

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para os produtos lançados. Devem fazer isso de forma cautelosa e sempre realizando uma análise do reflexo desses preços sobre o resultado da empresa.

Quando o produto atinge a fase da plenitude, ou seja, já tem a aceitação dos clientes, é o momento em que a empresa obtém maiores resultados, porém também é o momento em que surgem os produtos similares forçando uma redução nos preços. Nesse sentido Backer, Marn, Zawada (2011, p.137) chamam atenção ao fato “de as organizações raramente reavaliarem o equilíbrio entre volume e preço ou os mapas de valor nessa fase, nem realizarem pesquisas de mercado fundamentais”. Complementam a ideia de que se as empresas fizessem esse processo poderiam se antecipar e manter ou adotar em tempo hábil modelos de precificação que gerem menores impactos e maiores resultados.

Quando atinge a fase da maturidade os gestores devem ter muita atenção, pois existe a possibilidade de os custos em torno desses produtos ter aumentado, e surge então um bom momento para aumentar os preços. Porem também exige atenção para os custos de se manter esse produto no mercado.

Enfim ao fazer uma correta análise na formação dos preços de vendas durante todo o ciclo de vida dos produtos é possível extrair bons resultados, sabendo o momento ideal para fazer alterações nos preços, buscando sempre o aumento da rentabilidade da organização.

2.7. ANÁLISE DE CUSTO, VOLUME E RESULTADO.

A análise de custo volume e resultado é uma importante ferramenta utilizada na tomada de decisões pelos gestores, ela engloba os conceitos de margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional, conjunto esse que fornece amplas informações para auxiliar no processo decisório.

Wernke (2001, p.41) explica que:

As análises de custo/volume/lucro são modelos que visam demonstrar, de forma gráfica ou matemática, as inter-relações existentes entre as vendas, os custos (fixos e variáveis), o nível de atividade desenvolvido e o lucro alcançado ou desejado. Seu estudo proporciona respostas a questões relacionadas ao que acontecera com o lucro da empresa se ocorrer:

a) Aumento ou diminuição do custo (variável ou fixo); b) Diminuição ou aumento do volume de vendas; e c) Redução ou majoração dos preços de venda.

Em virtude do apresentado, constata-se a necessidade de os gestores terem bem claro os conceitos de margem de contribuição, ponto de equilíbrio e MSO, para que dessa forma

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possa utilizar-se de forma eficiente dessa ferramenta (custo/volume/resultado) na tomada de decisões.

Na mesma linha de pensamento Horngren, Foster e Datar (2000, apud VIEIRA, KELM, CLEBSCH, 2006, p.9) “a análise do custo x volume x lucro (CVL) é utilizado como ferramenta gerencial, voltada para a tomada de decisões através de simulações e hipóteses sobre os padrões de comportamento do custo, da receita e do lucro á medida que ocorre uma mudança no nível de atividade, no preço de venda ou nos custos fixos”.

Dessa forma pode-se observar que com a análise do custo x volume x lucro é possível fazer simulações com cenários diferentes, para em virtude dos resultados obtidos, optar pela situação mais benéfica, mas mesmo assim projetando um cenário não favorável, o qual permita que se possam traçar soluções, casos não se mantenham as mesmas condições de mercado. Enfim, essa ferramenta permite a redução da incerteza na tomada de decisões, proporcionando ao gestor um maior controle sobre as suas deliberações.

2.7.1 Margem de contribuição

A margem de contribuição segundo Perez Jr., Oliveira, Costa (2001, p.190) “é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis”.

Seguindo o mesmo raciocínio Maher (2001, apud VIEIRA, KELM, CLEBSCH, 2006, p.15) a margem de contribuição “é a quantia com que as unidades vendidas contribuem para cobrir os custos fixos e gerar lucro operacional”. E a partir desse contexto Vieira, Kelm, Clebsch (2006, p.15) explicam que:

No comércio, de modo geral, só há despesas operacionais (de comercialização, distribuição e administração), sendo o custo das mercadorias vendidas e os tributos incidentes sobre as vendas, bem como outras deduções da receita operacional bruta, também despesas operacionais, que reduzem o lucro operacional. Há casos, porém, nos quais as mercadorias adquiridas pela empresa comercial sofrem algum beneficiamento, custo este que deve ser acrescido ao custo de aquisição.

Portanto a margem de contribuição serve para cobrir os custos e despesas variáveis da empresa e, por conseguinte gerar o resultado do período.

Wernke (2011, p.82) traz a concepção que “a expressão “margem de contribuição” designa o valor resultante da venda de uma unidade após serem deduzidos, do preço de venda respectivo, o custo unitário de compra e as despesas variáveis (tributos incidentes sobre a venda, comissão de vendedores, etc.) associadas à mercadoria vendida”.

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Segundo Wernke (2011, p.85) existem benefícios e limitações às informações obtidas da analise da margem de contribuição:

a) Permitem avaliar a viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais. Por exemplo: quando nos pedidos de compra dos clientes as negociações são efetuadas com preços e quantidades diferentes dos praticados cotidianamente; b) Auxiliam a administração a decidir que mercadorias devem merecer maior prioridade de divulgação (propagandas, brindes promocionais etc.), ou melhor, exposição nas gôndolas ou prateleiras;

c) Identificam quais mercadorias geram resultado negativo, mas que devem ser toleradas pelos benefícios das vendas que possam trazer a outros produtos (como acontece com o cimento nas lojas de material de construção ou o pãozinho de 50 gramas nos supermercados);

d) Facilitam a decisão a respeito de quais segmentos de comercialização devem ser ampliados, restringidos ou até abandonados, pois quanto maior a margem de contribuição total ($) proporcionada, mais interessante se torna a comercialização da mercadoria pela sua capacidade de geração de caixa;

e) Podem ser usadas para avaliar alternativas quanto á reduções de preços, descontos especiais, campanhas publicitárias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de vendas. Quanto maior for a margem de contribuição, melhor é a oportunidade de promover vendas. Quanto mais baixa a margem de contribuição, maior será o aumento do volume de vendas necessário para recuperar os compromissos de promover vendas adicionais. Por exemplo: um comercial na Tv que custe $ 10.000, 00 para anunciar uma mercadoria que proporcione margem de contribuição unitária de $ 0,20 necessita provocar a venda de $50.000 unidades apenas para ressarcir o gasto efetuado;

f) A margem de contribuição auxilia os gerentes a entender a relação entre custos, volume, preços e lucros, fundamentando tecnicamente as decisões de venda no comércio varejista.

Ainda segundo Wernke (2011, p.86) é necessário prestar atenção para não utilizar somente a margem de contribuição para calcular os preços de venda sob o risco de não cobrir os custos e despesas a longo prazo. Ressalta também que a margem de contribuição é uma ferramenta para auxiliar na tomada de decisões de curto prazo.

Concluindo, a margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis e além de gerar o resultado do período, mas gera informações para a tomada de decisões no curto prazo. È importante não tomar apenas a margem de contribuição como único critério para a formação de preço de venda, pois no longo prazo pode não cobrir os custos da empresa, uma vez que considera os custos variáveis e os custos fixos sofrem aumentos, podendo acarretar problemas financeiros futuros.

2.7.2 Ponto de equilíbrio

Ponto de equilíbrio, de acordo com Wernke (2011, p.111) “(...) pode ser definido como o nível de vendas em unidades físicas ou em valor ($), no qual a empresa opera sem lucro ou prejuízo.”. Em outras palavras é quando a empresa vende exatamente o valor que vai

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cobrir os custos e despesas sem obter nenhum resultado positivo e nem fica com prejuízo no período.

O ponto de equilíbrio pode ser: ponto de equilíbrio contábil em unidades, ponto de equilíbrio financeiro e ponto de equilíbrio econômico, conforme figura 1.

Figura 1 - Tipos de ponto de equilíbrio

Fonte: Wernke (2011, p.113)

Segundo Wernke (2011, p.113) ponto de equilíbrio pode ser calculado tanto em unidade como em valor. Conforme abordado nos tópicos seguintes.

2.7.2.1 Ponto de equilíbrio contábil em unidades

O ponto de equilíbrio contábil em unidades revela a quantidade de mercadorias que a empresa deve vender para obter resultado nulo, ou seja, sem obter qualquer tipo de lucro ou prejuízo. Wernke (2011, p.113) orienta que “para determinara essa quantidade, divide-se o valor total das despesas e custos fixos da loja ($) pelo valor da margem de contribuição unitária ($) da mercadoria”. A figura 2 demonstra a fórmula para o cálculo do ponto de equilíbrio contábil em unidades.

Figura 2 - Fórmula ponto de equilíbrio contábil em unidades

2.8. ROTATIVIDADE DOS ESTOQUES Fonte: Wernke (2011, p.113)

A figura 2 mostra que somando as despesas e os custos fixos e dividindo esse resultado pela margem de contribuição unitária, obtêm-se o ponto de equilíbrio contábil em unidades, que é a quantidade necessária de mercadorias que devem ser vendidas para se atingir resultado nulo, ou seja, nem lucro ou prejuízo no período.

Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)

Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)

Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)

Despesas e Custos Fixos da Loja ($)

PEC (unid.) = --- Margem de Contribuição Unitária ($)

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Também se pode calcular o ponto de equilíbrio contábil em valor (PEC valor), o que representa o valor mínimo, em moeda, que a empresa deve vender para obter resultado nulo. Wernke (2011, p.51) chama atenção de que:

Esse tipo de ponto de equilíbrio é utilizado quando:

a) O número de produtos comercializados é muito grande, havendo dificuldades de se obter o mix ideal de produtos e suas quantidades; e

b) Existem dificuldades de identificar os custos e despesas fixas para cada produto.

De acordo com Bruni, Famá (2004, p.255) o ponto de equilíbrio contábil em moeda, ou em valor, pode ser obtido através da multiplicação do ponto de equilíbrio em quantidade pelo preço de venda da mercadoria, conforme mostra a figura 3.

Figura 3 - Ponto de equilíbrio em valor

Fonte: Bruni, Famá (2004, p.255)

O ideal é que empresa obtenha lucros e que não trabalhe com vendas no ponto de equilíbrio contábil, ou muito próximo dele, pois o risco é elevado. O ponto de equilíbrio contábil é importante para a empresa saber que esta é a quantidade e valor mínimo de vendas para obter resultado nulo, mas obviamente o objetivo das empresas é maximizar seus resultados e não retraí-lo.

2.7.2.2 Ponto de equilíbrio econômico

As empresas trabalham com metas, e para isso, Wernke (2001) comenta a necessidade de os gestores saberem a quantidade de mercadoria á ser vendida para se atingir o resultado esperado. Visando suprir a necessidade dos administradores, tem-se o ponto de equilíbrio econômico.

Ainda seguindo o raciocínio de Wernke (2001, p.53) “o ponto de equilíbrio econômico distingue-se das demais fórmulas de ponto de equilíbrio por incluir a variável “Lucro desejado”.” Sendo assim aplica-se para calcular o ponto de equilíbrio econômico, de acordo com Wernke, a fórmula da figura 4:

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Figura 4 - Fórmula ponto de equilíbrio econômico

Fonte

Fonte: Wernke (2001, p.53)

Sendo assim o ponto de equilíbrio econômico é utilizado para fazer projeções de longo prazo, e para isso utiliza-se de metas de rendimentos, uma vez que Lucro desejado pode ser substituído por rendimentos. Para calcular o ponto de equilíbrio econômico em valor, basta multiplicar o valor do Ponto de equilíbrio econômico encontrado com a fórmula da figura 4, pelo preço de venda da mercadoria.

Enfim o ponto de equilíbrio econômico beneficia os gestores na projeção de vendas para se buscar o resultado desejado em um determinado período para a entidade.

2.7.2.3 Ponto de equilíbrio financeiro

O ponto de equilíbrio financeiro é utilizado no curto prazo, e nesse método de calculo do ponto de equilíbrio não são utilizados os valores que não produzam desembolsos na empresa, como a depreciação, por exemplo.

Wernke (2011, p.115), destaca sobre o ponto de equilíbrio financeiro:

A diferença básica em relação às formulas de ponto de equilíbrio já comentado é que neste tipo se exclui do montante de despesas/custos fixos o valor relativo á depreciação, tendo em vista que esta não representa um pagamento. E, caso a administração tenha algum desembolso adicional a fazer no mês (como pagamento de dividas bancarias, compra de maquinas ou terrenos etc.), pode incluir o valor respectivo no cálculo. Desta forma, o nível de atividades determinado como Ponto de Equilíbrio Financeiro é suficiente para cobrir todos os custos e despesas (fixos e variáveis), exceto os itens que não significam saídas de recursos ($) da loja (como a depreciação), quitar divida bancaria e adquirir os bens desejados.

A fórmula para o calculo do ponto de equilíbrio financeiro em unidades está ilustrada na figura 5.

Figura 5 - Fórmula ponto de equilíbrio financeiro em unidades

Fonte: Wernke (2011, p.115)

PE econ. = Custos fixos ($) + Lucro desejado ($) Margem de contribuição unitária ($)

PE Fin. (unid.) = Despesas e Custos fixos ($) – Depreciações ($) + Dívidas do Período ($) Margem de contribuição unitária ($)

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E para encontrar o ponto de equilíbrio financeiro em valor, multiplica-se o ponto de equilíbrio financeiro em unidades pelo preço de venda.

Dessa forma com o ponto de equilíbrio financeiro é possível identificar em quantidade e valor a necessidade de vendas de mercadorias para quitar as dívidas do mês ou período.

2.7.2.4 Ponto de equilíbrio mix

A maioria das empresas comercializa uma grande mix de produtos e eles tem diferentes margens de contribuição, como é o caso da empresa onde realizou-se o estudo, onde existe uma grande variedade de produtos. Para esses casos existe o ponto de equilíbrio mix, onde se aplica a fórmula da figura 6, de acordo com Wernke (2011, p.118).

Figura 6 - Fórmula ponto de equilíbrio mix

Fonte: Wernke (2011, p.118)

Ainda seguindo a ideia de Wernke, inicialmente é encontrado o ponto de equilíbrio total, de acordo com o quadro a seguir;

Quadro 2 - Ponto de equilíbrio mix em unidades – etapa 1.

Fatores Valores

a) Despesas e custos fixos no mês da loja ($) 7.086,00

b) Margem de contribuição total ($) 13.359,13

c) Quantidade total vendida (unidades) 144

d) =(a/(b/c)) Ponto de equilíbrio Mix (unidades) 76,38

Fonte: Wernke (2011, p.119)

A próxima etapa é individualizar essa quantidade encontrada, através do percentual de vendas, conforme o quadro a seguir:

PE Mix (unid.) = Despesas e Custos Fixos da Loja ($) Margem de contribuição unitária ($)

Referências

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