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Tecnologias da informação e comunicação: estudo de caso com professores de química: mais limites do que possibilidades

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Academic year: 2021

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Sul.

Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências

Curso de Mestrado em Educação nas Ciências

LUIS ROGÉRIO BOURSCHEID

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO:

Estudo de caso com professores de Química: mais limites do que

possibilidades

Ijuí, RS

2006

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Estudo de caso com professores de Química: mais limites do que

possibilidades

Diss e rt a ç ão d e Mes tra do e m Educação nas C i ên cias

Par a obt en ção do tí tulo de M est re em Edu c aç ão n as Ci ê nci as

UN IJ U I – Uni ve rs i dade Regio nal d o Est ado do Rio G ra nd e d o Sul

Progra ma de Pós-Graduação em

Educação nas Ciências

Orientador: Prof. Dr.: Otavio Aloisio Maldaner

Ijuí, RS

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A todos que de alguma forma me auxiliaram para que fosse possível alcançar este sonho.

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Agradeço a ajuda do meu Orientador, Otavio, pelo incentivo e compreensão durante os momentos mais difíceis.

Agradeço aos professores que formaram o grupo de estudos.

Agradeço ao Tio João e a Tia Ruth por abrir seu lar para me acolher.

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Est e t r a bal ho refere-se: à i ns er ç ão das t ec nol o gi as at uais n a ed uc a çã o com ên fas e ao uso d o com put ad or, como os pr of es so res estão se ap ro pri an do des sa n ov a ferram ent a de ens ino e com o as univ er si d ad es est ão pr ep ar an do os futu ro s p ro fess or es pa ra t ra balh ar em u m no vo co nt ex to s oc ial. S ã o obj etiv os da pe squ isa an alis a r p eq ue nos pro gram as pa r a fi ns edu cacion ais, d e fácil ac es so aos p ro fess o re s, qu e p od em s er ac es sa dos p el a In t er ne t, in ve st i gar com o os profes so re s av al i am e p er ceb em a f or m ação con tinu ad a para o ex er cí cio da p ro fis s ão em fu n ção dos a van ço s qu e obt êm d ur ant e a car r eir a, ve rif i c a r como as u niv ers id ad es da R egião do co nt ex to da pes qui sa est ã o fo rma ndo os no vos doc ent es p ara o u so da i nf orm áti ca na edu c aç ão . A pes quis a d es envol vi da é d e n at ureza qu alit ativ a r ealiz ad a at ra vé s do m ét odo de obs erv ação pa rti c ipa nte . Os d ado s fo r am obt i dos atrav és de um grup o de estu do com p ro fe sso re s d e q uími ca d a R e gi ã o Noroeste do Ri o G ra nde d o Sul , ent r evist as co m c oo r den ad or as de C ursos de Quími c a d a R egi ão e po r m ei o de estu dos bibli o grá fi co s. As in fo rm açõ es ob tida s ap ont aram pa r a um des prep aro dos d oc ent es frent e às n ov as t ecnolo gi as, a m á f orm ação cont inu ad a d os pro f ess ores d evi do a polí t i ca s ed ucacio n ais in ad eq uadas, e a manut en ção d o ensi no uni v ers itá rio ligad o à mod erni dad e qu e não p repa ra o s novos pro f ess ores p ara as mud an ça s so ci ais qu e s e i nst al am .

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This work concerns the use of new technologies on education, specially the use of computers: how teachers are making use of such teaching tool and how universities are preparing future teachers to work in a new social context. The objectives of this research are: a) to analyze small softwares for educational purposes, which are of easy access for teachers and hosted on the internet; b) to investigate how teachers evaluate and abstract the continuous formation for the practice of the profession, regarding the advances they make throughout their career; c) to verify how regional universities in researching context are educating new teachers for the use of informatics on education. The research presents a qualitative orientation and it is developed by the participant-observation method. The data was obtained by a study group formed by Chemistry teachers from the Northwest region of Rio Grande Do Sul, interviews with Chemistry courses coordinators from the region and by bibliographic studies. The obtained data reveals unprepared teacher in face of the new technologies, bad continuous formation due to inadequate educational policies, and the maintenance of university teaching connected to the modern times that don’t prepare new teachers for the social changes that are being installed.

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INTR O D UÇÃO. ... ... .... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... 8

CA PÍT UL O 1 ... ... ... . .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... . . .. ... . . . .... ... 13

O US O DE TE CNO LOGIAS AT UAIS N A EDUCAÇÃO ... ... . .... .. . . . .... ... . 13 1.1 Objetiv os.. ... ... . .... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. . . ... ... 16 1.2 Tema da Pesqui sa.. ... ... ... ... ... ... ... ... . .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... . 17 1.3 Probl ema. ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. ... . . . ... ... ... ... ... .. ... . . . ... . 21 1.4 Hipó tes es.. ... ... . .... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... . . . ... .. . . .. ... . 24

CA PÍT UL O 2 ... ... ... . .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... 26

DES EN VO L V IME NTO METO DOLÓ GI CO DA PE SQ UISA NO CA MPO EM PÍ RI CO . ... ... ... ... .... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... .... 26

2.1 Pri mei ro s pa ssos ... .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... .. . . .... .... ... .... 26 2.2 Prof esso res d o Gr u p o d e Es tudo.. ... ... . .... ... . . ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... 3 0 2.2. 1 Para o p rofes so r B. . .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. . . ... . . . .. ... .. .... ... . 32 2.2. 2 Para o p rofes so r A.. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... . 34 2.2. 3 Para o p rofes so r C.. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... . 37 2.2. 4 Para o p rofes so r O . .... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... .. .... ... 39 2.3 Prof esso res d o g ru p o d e estudo e as TI Cs... ... .. ... ... . . .... ... ... 40 2.4 Prof esso res d o g ru p o d e estudo e o c o mp utado r.. ... ... ... ... . .... ... ... ... . 43 2.5 As Univ ersidad es e o u so d as T ecnol ogi as A tu ais.. ... ... ... ... .... . . .. 49

CA PIT UL O 3 ... ... ... . .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... 55

A TI C (TECNOLO GI A DA I N FO RM A ÇÃO E CO M UN ICAÇÃO)

NO CO NT E XTO SO CIAL AT UAL ... ... . .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... 5 5

3.1 O p rof ess or no con t ex to so cial a tu al... ... ... ... ... .. ... ... . .... ... ... ... ... .. 64 3.2 O Us o d e te cno logia s n as escolas ... . .... ... ... ... ... ... ... .... ... ... ... ... . 7 0 3.3 Con tradiç õe s e ntr e n e ce s s idad es d o u so d e tecnolo gias e

f or maç ão d os p rof esso re s.. ... ... ... ... ... ... . .... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... 72 3.4 Polí ticas d e in c en ti vo à tecno logi a na ed u ca çã o.. ... ... ... .. 76 3.5 O espa ço es cola r q u e n ec es sita mos na f or ma çã o do ho me m.. . . ... 83

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3.8 Us os d a Inf o r m áti ca n a educa ção :p er sp e c tiv as ab e rt as. ... ... ... ... .. 94 3.9 Pap el do p rof es sor n a f orma ção do h o me m na so cied ad e d a

co mu n ic a ção ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... ... ... ... ... .. .... ... ... ... ... 10 2

RE FLE XÕ E S E CO NSIDE RA ÇÕES FI NAIS ... ... ... ... ... ... . .... ... ... ... ... .. 107

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O p re se nt e estud o re fe r e-se às al teraçõe s qu e a e du cação ve m sof r end o nas últim as d é ca da s com o ad vento d a i nfo rm áti ca , s end o q ue est a s e to rn a ca d a vez m ais impo rta nt e e s e ins ere em todos os ramos d a so ci ed ade. T al inse r ç ão traz co nsi go muda nç as n as rel açõ es e co nômi c as , s ociais e polít ic as , e a e sc ol a, como meio pr ime iro em an an te d o sa b er , on de se con f ront am con he ci m en tos ci ent ífi cos e p opulares, apr es ent a-se d efas ad a pa ra at en d er à dem an da so ci al par a pr opo r cio na r a d evi da fo rm a çã o d e hom ens e mul he r es que pos sam desem p enh a r su as fu nções e viv e r c om res p ons abili da de no con tex to qu e v em co nfi gur an do m udan ças no pe ns am ento cont emp or ân eo .

Edu c ado r es têm des env olvi do p esq uis as em to rno d a in fo r máti c a na edu c a çã o e mui to h á par a s e d is cut i r e p esquis a r n a R e gi ão d e ab r an gên ci a da 21ª C oo rd en ado ri a de Ed u ca ç ão, n a qu al po uc os es tud os ex istem s ob re a ent r ad a d e t ecn olo gi a n a e du ca ç ão e fo rm ação d e pr of ess ores .

O f at o de t er aux iliad o n a produ ção de aul as com o aux ilio do com put ado r para um a p ro f ess ora de Biol o gi a em s eu cu rso d e esp e ci alização foi marcant e, pois a ta r ef a ex ecut ad a f ez c om qu e co meçass e a pen sa r/ rep ens ar so br e a n ov a f er r ament a de en sin o, o comp ut ador . Atr av és d e

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projeto que procurava verificar e elucidar como os professores da minha região estavam utilizando as novas tecnologias em seu fazer diário.

Os professores, devido a vários fatores, sentem-se incapazes de utilizar em seu fazer diário a imensidão de informações que se obtêm ao se acessar a rede mundial de computadores, a Internet. Inúmeras pesquisas na área da educação apontam para a defasagem no fazer do professor ante as mudanças sociais que a era da informação vem proporcionando, consolidando o fato de a escola estar cada vez mais ultrapassada.

As políticas para a educação apresentam-se com indevida aplicação de recursos, pois mandar equipamentos para as escolas formando as salas de informática, por si só, não garante melhoria na qualidade da educação. Por conseqüência, o despreparo dos professores, associado à entrada de máquinas no meio escolar, consolida a má aplicação de recursos, pois em curto prazo as máquinas tornam-se obsoletas devido à velocidade com que o ramo tecnológico evolui na atualidade em relação ao preparo de professores.

O contexto social necessita de um profissional relativamente autônomo, para que possa resolver problemas no momento, pois o tempo e o espaço ficaram encurtados devido à rapidez com que as informações se propagam.

O foco inicial da pesquisa estava em verificar de como os professores estão se apropriando da ferramenta computador para o ensino de Química, bem como, a análise de alguns pequenos programas e páginas da Internet que são de fácil acesso para o ensino de Química.

Os estudos realizados com o grupo de professores da região do contexto da pesquisa revelaram o despreparo dos docentes quanto à utilização do computador e do computador como ferramenta de ensino.

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A heterogeneidade do grupo de estudo quanto à época de formação acadêmica e tempo de serviço no magistério permitiu trazer à tona questões quanto à falta de preparo inicial e continuada dos docentes para a utilização de tecnologias atuais. Conseqüentemente, o foco de pesquisa sofreu ampliação para se buscar explicações ao observado nas reuniões.

A ampliação do foco de pesquisa foi necessária para que se pudesse averiguar a forma com que as universidades, especificamente em cursos de Química, estão preparando seus alunos quanto ao uso da informática na educação em seu fazer profissional como futuro professor.

O inesperado, sempre presente nas pesquisas, trouxe indagações e contradições devido às dificuldades encontradas pelos professores que compunham o grupo quanto à formação inicial e continuada.

Utilizando-se de questionário, entrevista e análise das ementas dos componentes curriculares ligados ao ensino de Química cujo enfoque é tecnologia na educação, levantou-se dados em cursos de Licenciatura em Química encontrados próximas à Região do contexto da pesquisa.

A associação das várias tomadas de dados trouxe à tona indícios de contradições e problemáticas explicitadas a partir das questões formuladas:

- Os professores sentem-se incapazes de aplicar e acessar a imensidão de informações que se obtém ao acessar a rede mundial de comunicação?

- O domínio do computador existe no meio docente?

-O contexto atual necessita de um novo profissional com características diferentes das quais estão sendo formados nas escolas, pois o espaço e o tempo ficaram mais curtos devido à rapidez com que as informações atravessam o Planeta?

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- As políticas para a educação para as escolas públicas apresentam-se com devida aplicação de recursos para informática na educação?

- A formação inicial e continuada dos professores está em compasso com a entrada de máquinas nas escolas que formam as salas de informáticas com acesso à rede mundial de computadores?

- Quanto à tecnologia na educação para o ensino de Química, os cursos de Química que possuem componente curricular chamado Tecnologia na Educação estão realmente ensinando seus alunos a incorporar as novas tecnologias no ensino ou somente a usar as máquinas?

- No ensino superior os alunos estão aprendendo uma nova pedagogia que lhes dê sustentação teórica que responda aos novos anseios da sociedade na formação dos homens?

Este trabalho procura encontrar algumas explicações a essas indagações e, por outro lado, levanta inúmeras outras que necessitam ser investigadas, pois o campo Informática na Educação ainda é uma incógnita para professor, para o meio escolar e para os alunos como fonte de desenvolvimento geral.

O presente trabalho compõe-se de três capítulos: no capitulo I, define-se o tema e define-seus entornos que revelam a delimitação do tema, os objetivos gerais e específicos, a problemática, os problemas e as hipóteses de pesquisa.

O capítulo II está dividido em duas partes: na primeira parte há a intenção de revelar ao leitor a metodologia de pesquisa que em linhas gerais é de natureza qualitativa, participante e reflexiva na ação, bem como informações sobre os envolvidos na pesquisa e o âmbito em que ocorreu. Na segunda parte, coloca-se em pauta os dados coletados com os professores do

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grupo de pesquisa e as informações obtidas junto às coordenadoras do Curso de Química em duas universidades da Região em questão.

No capítulo III, buscou-se fundamentações bibliográficas às várias facetas que envolvem tecnologia na educação, tais como: a sociedade atual, a escola na atualidade, o tipo de homem requerido pela sociedade contemporânea, um novo fazer do professor estruturado em uma maneira diferente de mediatização da aprendizagem.

Por fim as reflexões envolvendo as tecnologias na educação, a formação de professores e as universidades, onde se discute os dados na tentativa de uma aproximação da realidade contraditória que envolve a tecnologia na educação com o que foi coletado, bem como, mostram-se enfoques possíveis para a educação e tecnologia.

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C A P Í T U L O 1

O U S O D E T E C N O L O G I A S A T U A I S N A E D U C A Ç Ã O

As relações que os homens estabel ecem entre si e com o m eio social, gradativamente sofrem transformações com a entrada de tecnologias que encurtam o tempo e o espaço e, por conseqüência, passam a exigir um novo trabalhador e uma nova formação.

Defende-se a educação como base de formação do ser humano pelo conhecimento e, para tal, é necessário acompanhar os avanços tecnológicos sociais que vão sendo incorporados no meio escolar, bem como, se adaptar as exigências do m ercado.

Educar não é som ente proporcionar ao homem capacidade para satisfazer a ordem mundial, mas sim criar no homem capacidades que o qualifiquem para agir na sociedade. Educar é necessariamente educar para vida, para que os indivíduos sejam capazes de explorar as informações de maneira que estas façam parte de seu conhecimento. As i nformações que passam a conhecimentos incorporados proporcionam melhores perspectivas de avanços no que desempenha socialmente e no seu dia-a-di a .

O presente trabalho é uma pesquisa que procura desvendar al gumas indagações que se faz quanto à entrada das tecnologias atuais na educação

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e de como os professores estão se apropriando destas ferramentas em seu fazer na e para a educação.

O tema primeiro que impulsionou a pesquisa tinha foco no uso de pequenos programas de química que os professores, no contexto em questão, encontravam com facilidade na Internet.

Para que se obtivesse dados que respondessem às indagações quanto ao uso de tecnologias na educação, formou-se um grupo de professores com quatro componentes incluindo o pesquisador, caracterizando uma pesquisa participante.

Para a escolha dos participantes do grupo de estudo levou-se em conta alguns critérios: estar atuando na disciplina de Química; ter disponibilidade; estar cursando no mínimo o sexto semestre do curso de Química. Também foi observada a época em que o professor se formou, pois permite a formação de um grupo heterogêneo, visto que a evolução tecnológi ca ligada à informação e à comunicação é sentida com maior grau na última década.

Assim, no grupo de estudos havia três professores convidados, dos quais dois com pós-graduação lato sensu em Química: um com mais de duas décadas de atuação no magistério, um com um pouco mais de uma década na profissão de professor e o terceiro membro convidado era graduando em Química do sexto semestre.

A boa vontade dos professores facilitava os trabalhos e se conseguiu consolidar um ambiente de discussão sobre o tema tecnologia na educação ao analisar pequenos programas e páginas encontradas para o ensino de Química.

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Após al gum as reuni ões de est udos evi denci ou-se at ravés da anál i se das fal as e at i t udes frent e às m áqu i nas que o dom í ni o m í nim o da i nform át i ca para real iz ar os est udos era i nsufi ci ent e.

A ex peri ênci a adqui ri da i ndi cava que professores com anos de ex peri ênci a e profi ssi onai s j ovens na carrei ra não davam cont a do us o de t ecnol ogi as na educação. P ort ant o, para cont em pl ar e reve l ar a ori gem da form ação defi ci ent e foi -se buscar subsí dios em uni versi dades responsávei s pel a form ação desses profi ssi onai s na R egi ão do cont ex to da pesqui s a.

A cont radi ção encont rada ent re o uso das TIC (Tecno l ogi as da Inform ação e C om uni cação) e a form ação dos professores, t ant o i ni ci al com o conti nuada, fez com que o foco da pesqui sa fosse al t erado.

Am pl i ou-se o foco de pesqui sa para cont em pl ar a ori gem do probl em a no uso das T IC na educaç ã o, port ant o passou a ser de sum a i m port ânci a i ncl ui r-se o l evant am ento de dados nas uni versi dades da regi ão sobre a form ação i ni ci al de professores para o uso da i nform át i ca na educação e anal isar a form a de como est á acont ecendo a preparação de novos docent es.

C om auxi li o de quest i onário, reuni ões com coordenadores do curso de quí m i ca e a l e i t ura das em ent as de com ponent es curri cul ares que cont em pl am o tem a t ecnol ogi a na educação, ob t eve-se dados si gni fi cat i vos para os probl em as det ectados.

A ent rada de t ecno l ogi as l i gadas à i nf orm át i ca cri a novas rel ações no processo de ensi no aprendiz agem escol ar. O t em a nort eador de pesqui s a procura el uci dar de com o os professores est ão se apropri ando

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dessa nova ferram ent a de ensi no, bem com o anal i sar de com o a form ação i ni ci al prepara os e ducadores di ant e da em i nent e m udança paradi gm át i ca que necessi t a de um t rabal hador di ferenci ado que at enda às necessi dades i m post as pel o desenvol vim ent o gl obal .

1 . 1 O b j e t i v o s d a P e s q u i s a

Foram obj et i vos de pesqui sa anal isar pequenos program as para fi ns educaci onai s, de fáci l acesso aos professores pel a Int ern et , consi derando os avanços que est es proporci onam em rel ação aos cont eúdos que se encont ram nos l i vros di dáti cos. É relevant e, t am bém , faz er a anál i se de com o os professores ent ram no ci berespaço, seus m edos, suas condi ções de t rabal ho em rel ação às t ecnol ogi as e os processos de com uni cação que ut i li z am em função das rel ações que cri am no grupo de est udos. Busca-se i nvest i gar, ai nda, com o os professores aval i am e percebe m a form ação cont i nuada para o ex ercí ci o da profi ssão em função dos avanços que obt êm durant e a carrei ra.

De form a m ai s especí fi ca, buscou-se veri fi car quai s conheci m ent os os professores do grupo de est udos dom i navam sobre o uso de com put adores com o ferram ent a de ens i no. P ara i sso, foi propost o faz er anál i se de pequenos program as de fá c i l acesso pel a Int er net que podem ser ut i li z ados na educação em Quí m i ca, com parando os cont eúdos que são propost os nesses program as com os cont eúdos que se encont ram em l i vros di dát i cos.

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As pri m ei ras reuni ões m ost raram que havi a um hi at o ent re a preparação de profi ssi onais em sua form ação i ni ci al no uso de t ecnol ogi as at uai s na educação e o m ovi m ent o recent e represent ado pel a i nt rodução de com put adores, salas de i nform át i ca, acesso à rede m undi al de com uni cação no ambi ent e escol ar e as necessi dades at uais do m ercado de t rabal ho. Assi m, foi necessári o que os obj eti vos fossem am pl i ados para abranger as cont ra di ções det ect adas. P ara i sso, i ncl ui u-se na pesqui sa l evant am ent o de dados em Uni versi dades da R egi ão so bre a form ação i ni ci al de professores de Quí mi ca para o uso da i nform áti ca na educação.

1 . 2 T e m a d a P e s q u i s a

Os professores pouco conhecem de comput adores e o si gni fi cado na sua ut il iz ação com o ferram ent a no processo de ensi no aprendi z agem .

P el a ex peri ênci a profi ssi onal e por algum as l ei t uras fei tas sobre a ent rada de t ecnol ogi a na educaç ão p ercebi fort es i ndí ci os de que os profess ores da R egião de abrangênci a da pesqui sa apresentam di fi cul dades ao faz er uso dos com put adores com o ferram ent a de ensi no, i ndi ferent e do grau de est udo que apresent am .

A form ação cont inuada de professores não cont em pl a, de form a si gni fi cat i va, o uso de ferram ent as da i nform át i ca no ensi no, o que cont ri bui para o i sol am ent o da escol a perant e as ne cessi dades soci ai s advi ndas de um novo paradi gm a de organi z ação da soci edade com base em si st em as de acesso rápi do à i nform ação.

P ara m ui t os est udi os os o pensam ent o do hom em at ual sofre m udanças si gni fi cat i vas im pulsi onados pel a ent rada da i nform át i ca. A

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com uni cação est á gl obal iz ada devi do à rede de i nform ações proporci onada pel a Int ernet . O de si gn, o m ovim ent o, as cores, o som e a i nt erat i vidade di ferenci am subst anci al m ent e o computador de um l ivro, at é aqui a base da produção do conheci m ent o escol ar.

A escol a si tua-se com o pri nci pal veí cul o em anant e do saber, m as devi do ao baix o invest i m ent o na form ação cont i nuada dos professores corre s éri o ri sco de fi car i sol ada do m ei o soci al , vi st o que professores est ão despreparados para enfrent ar as m odi fi cações e as possi bi li dades que as t ecnol ogi as da i nform ação podem proporcionar no faz er di ári o do educador.

Nas escol as em que at uei e at uo, bem com o nas Uni versidades em que est udei nos últ i m os anos, ex i st e um m ovim ent o mui t o brando no sent i do de uti l iz ar o com put ador com o ferram ent a de ensi no durant e a form ação i ni ci al do educador, bem com o na form ação cont i nuada, m esm o que faça part e dos out ros espaços uni versi t ári os.

A quant i dade de i nform ações di sponí vei s na rede m undi al de com uni cação que int erl i ga dados de todo o pl anet a perm i t e de m anei ra fáci l encont rar pá gi nas e pequenos program as para o ens i no de Quí m i ca ou para qual quer área de conheci m ent o. No ent ant o, os program as e soft wares acessí vei s na Int ernet devem sofrer anál i se crí t i ca dos profess ores, veri ficando sua val i dade e com pat i bi l i dade quant o aos obj et i vos a serem alcançados em sua ação docent e.

Ao l evar em consideração a hi pót ese de que grande n úm ero de profess ores pouco sabe de com put adores e da Int ern et , rem et e-m e a consi derar que os profes sores não est ão preparados para aval i ar cri t i cam ent e o m ateri al que pode aces sar na rede d e i nform ações, assi m

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com o seri a provável que, o que se enco nt ra pront o em pági nas na Int ernet , apresent a fal has em rel ação aos obj etivos que o educador propôs em seu pl anej am ent o. A incom pat i bi l idade pl ena ent re pro gra m as e pá gi nas encont radas e os obj et i vos propost os pel o professor requerem um pl anej am ent o fl exí vel , forçando o profe ssor a avent urar-se pel o m undo do conheci m ent o, ci ent e de que não é det ent or de t odo saber. P ort ant o, podem os consi derar que, di ant e da i mensi dade de i nformações que nos cercam , necessi t am os de um novo professor, especi al i st a, si m , m as com cul t ura geral am pl i ada, abert o às i novações e di scussões. Acom panhando a capaci dade m ul t i di sci pl i nar do educador, consi derari a com o fundam ent al um a nova práx i s, um a nova pedagogi a que consi dera a t roca de saberes ent re os envol vidos na resol ução de probl em as com o font e de consol i dação de conheci m ent os.

O acesso a pesquisas na Int ernet ou o uso de program as de Quí mi ca para fi ns de educação não garant em por si só um a m el horia na qual idade de ensi no. O fat o de se col ocar t ecnologi a na sal a de aula nunca garant i u m el hori a na qual i dade de ensi no. Assi m , ao se consi derar t ecnol ogi as que há m ui to foram i nt roduzi das nas escol as com o o gi z , l i vros, t el evi sores e ví deos, são os li vros que proporci onaram evi dent es m oti vos para crerm os que novas t ecnol ogi as podem t raz er algum as m udanças signi fi cat i vas no at o de aprender, poi s os l i vros represent am um m arco hi stóri co na evol ução do conheci m ent o do hom em ao perm it i r que o conheci m ento acum ul ado pel a hum ani dade fi casse regi st rado, subst it uindo a passagem dos saberes pel a mem ori z ação. P ort ant o, a di ssem i nação do saber fi cou

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assegurada nos escr i t os que se di fundi ram at ravés dos anos e que, de cert a form a, garant em m ai or quanti dade de conheci m ent o aos alunos.

Acom panhando a hi st óri a dos hom ens percebe-se que um a nova t ecnol ogi a não el i m i na um a t ecnol ogi a m ai s ant i ga, m as a m odi fi ca. S egundo Lev y (2000, p.129), a s r e l a ç õ e s ‛ v i r t u a i s ’ , n ã o s u b s t i t u e m p u r a e s i m p l e s m e n t e o s e n c o n t r o s f í s i c o s , n e m a s v i a g e n s , q u e m u i t a s v e z e s a j u d a m a p r e p a r a r . E m g e r a l é u m e r r o p e n s a r a s r e l a ç õ e s e n t r e a m i g o s e n o v o s d i s p o s i t i v o s d e c o m u n i c a ç ã o e m t e r m o s d e s u b s t i t u i ç ã o . ( L E V Y 2 0 0 0 , p . 1 2 9 ) .

P ara Lev y (2000, p.129), “o ci nem a não el i m inou o t eat ro, desl ocou-o. As pessoas cont inuam fal ando-se após a escri t a, m as de out ra form a”. P art i ndo das colocações do aut or pensa-se que as t ecnol ogi as at uai s não el i m i narão os professores, m as os m odifi carão, bem com o as rel ações que se t ravam no m ei o educaci onal será al t erada.

É i m port ant e assinal ar que as ferram ent as de ensi no carregam em si i deol ogi as, ou sej a, não são neut ras. O fat o da não neut ral i dade das ferram ent as foi di scut i do int ensam ent e pel os educadores, e os l i vros, reconheci dam ent e com o um grande m e i o educaci onal , t am bém sofreram duras cri t i cas por t ent ar homogenei z ar o saber, esquecendo a cul tura l ocal e as ex peri ênci as vivi das pel os est udantes ao l ongo de suas vi das.

Um a nova ferram ent a não subst i t ui as ferram ent as ant i gas de ensi no. A t el evi são não subst i tui u o rádi o, assim com o, as novas tecnol ogi as não i rão ocupar t odo o espaço das ant igas, m as poderão i nt egrar o m ei o educaci onal com o m ai s um a opção ao t rabal ho docent e. S eguram ent e a m el hori a na qual i dade do ensino fi ca i nt i m am ent e l i gada à form a de com o o conheci m ent o di sponí vel é ex plorado. P erant e um a soci edade que evol ui

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rapi dam ent e com a i nform áti ca, e que necessi t a de um hom em di ferent e das épocas em que out ras t ecnol ogi as foram agre gada s à educação, é i m presci ndí vel que haj a m udanças est rut urai s nas escol as com o currí cul os, espaço, t em po e al t erações pedagó gi cas no faz er do professor.

1 . 3 P r o b l e m a

C om o advent o da i nform át i ca, a i nform ação pode est ar a o al cance de m ui t os e i sso acont ece com ex t rem a rapi dez quando com parada aos m ei os de com uni cação j á di ssemi nados em nosso coti di ano com o a t el evi são, rádi o e j ornai s. Em função do i m pact o que essa nova t ecnol ogi a vem gerando nos m ei os soci ais e econôm i cos, cri am -se pol í t i cas na educação que prom ovem a vi nda de co m put ador para as escol as e que, aos poucos, vão com pondo as sal as de i nform át i ca com acesso à rede m undi al de com uni cação, a Int ernet . Nesse m ovim ent o de m oderniz ação de escol as t em os os professores, m edi adores do conheci m ent o, que perm anecem am parados por diversas teorias educacionais e paradigmas anteriores aos contemporâneos.

Os negócios que o homem executa acontecem, cada vez mais, em tempo real e instantaneamente, necessitando de um trabalhador com capacidade de decisão.

Diante da necessidade de se ter um trabalhador que responda aos interesses atuais da humanidade e às exigências do mercado, tais como a capacidade de conceber criticamente os meios de informações, capacidade de buscar conhecimentos disponíveis na Internet para evoluir em seu fazer diário e

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ter capacidade de tomar decisão, a educação deve se adequar à nova realidade que se constitui. Assim, surgem inúmeras contradições e inquietações. Seriam as tecnologias da informação as bases da educação do amanhã? Os professores estão preparados para acessar os conhecimentos fornecidos pela rede mundial? Fornecer materiais, como computadores e salas de informática, para a escola é suficiente para se ter uma melhor qualidade de ensino? Sabendo os professores acessar a gama de informações disponíveis, existe a devida formação pedagógica para fazer uso adequado do material disponível? As universidades estão promovendo uma educação voltada ao uso da informática como ferramenta de ensino? Os governos promovem a devida formação continuada dos professores para que se sintam capazes de enfrentar as mudanças que o ensino exige?

Na Região onde desempenho minha ação docente pouco se faz/tem sobre o reflexo e o uso de novas tecnologias na educação, impelindo a educação local a um maior distanciamento cultural em relação a pólos de pesquisas e principalmente aos países desenvolvidos que procuram, através de grandes investimentos, maneiras de incorporar as TICs em seus educandários.

Ao analisar os vinte anos de implantação de tecnologias na educação no ensino da Espanha, Area acentua a necessidade da discussão em torno do tema.

Da experiência dos anos anteriores e das políticas desenvolvidas em numerosos países, aprendemos que a mera dotação de recursos tecnológicos às escolas (computadores, impressoras, scanners, internet, projetores de multimídia, telas digitais) é uma condição necessária, mas insuficiente. Aprendemos que a modernização e adaptação da instituição escolar à sociedade informacional do século XXI não consiste em encher as escolas de aparelhos informáticos e, paralelamente, capacitar professores oferecendo cursos de informática. (AREA, 2006, p.167)

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É urgente a necessidade de se começar a discutir e a repensar a educação com o advento do computador. Na Região em que foi desenvolvida a pesquisa poucos estudos foram realizados sobre a entrada de tecnologia na educação. A Região, assim como todas as micro regiões fazem parte do todo planetário que evoluem em um grande contexto global. Não podemos nos omitir em acompanhar o contexto global, pois ficaremos, cada vez mais, à margem da evolução da sociedade e, por conseqüência, uma escola mais desvalorizada que não responde aos anseios sociais

Portando, a formação inicial e continuada dos professores para o uso de nova ferramenta é uma necessidade, pois sem professores capacitados mudanças educacionais significativas são impossíveis. Amparados nas mudanças sociais que se instalam, preconizadas pela passagem da modernidade clássica para uma nova maneira de pensar as relações que se travam no mundo dos homens, parece conveniente levar em consideração a historicidade dos homens, as relações que se travam entre os homens, os homens e o ciberespaço na aquisição dos conhecimentos.

Tendo em vista tudo isso, o problema da pesquisa foi assim definido: até

aqui as escolas, de forma geral, já estão aparelhadas com computadores e

cresce rápido o acesso à Internet, contudo, como professores estão se

apropriando da ferramenta computador para a melhoria da qualidade do

ensino, bem como, qual a base teórica que daria conta em formar os

homens que a sociedade atual necessita. Nas universidades, os

computadores organizam, igualmente, todos os espaços institucionais,

porém pouco se reflete como estão sendo formados os novos docentes para

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1.4 Hipótes es

Duas hipóteses básicas norteiam o presente trabalho:

A primeira está ligada à formação inicial dos professores. O ensino universitário continua mantendo a estrutura da escola moderna que valoriza a especialização do professor em conceitos disciplinares, na qual a meta principal é repassar o conhecimento armazenado.

O ser humano no decorrer de sua vida se constrói através das relações que faz com os outros e com o mundo. Assim, procura entender o mundo de acordo com a cultura que obteve durante sua formação e a vai repassando àqueles que estão inseridos em seu círculo de convivência. Considerando que a formação inicial do professor é o momento em que o estudante recebe instruções de como atuar em sala de aula, permite associar que, se um educador vivencia uma formação incompatível com um paradigma novo que se impõe, é provável que, no seu fazer pedagógico, sua prática se embasará nos ensinamentos recebidos em sua formação, o que remete a um educador desatualizado e, por conseqüência, uma escola fora de contexto social.

As Universidades mantêm suas estruturas conservadoras de ensino dando ênfase exclusivamente a especialização, onde se valoriza o domínio dos conceitos disciplinares do curso, que propicia a formação do professor com visão fragmentada, reducionista, incapaz de ver o global, a diversidade e a complexidade das relações que o homem trava com o universo onde está inserido.

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A segunda hipótese está relacionada ao avanço que a informática vem produzindo nas relações que se estabelecem entre os homens em nível social, econômico e político. Necessita-se de um homem capacitado para fazer frente às alterações que se produzem. A escola, centro de preparação dos indivíduos para o mundo, deve sofrer alterações significativas em suas estruturas temporais, disciplinares e pedagógicas para atender a nova demanda.

A inserção dos professores na era digital como melhoria da qualidade de ensino necessita estar relacionada a uma mudança pedagógica que convirja para a formação de um homem que responda às necessidades contemporâneas.

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CA PÍ T UL O 2

DE S E NVO L VI ME N T O ME T O DO L Ó GI CO DA PE S Q UI S A NO CA M PO E M PÍ RI CO

A pesquisa desenvolvida é de natureza qualitativa, realizada através do método de observação participante. Para Moreira (2002, p.52), “a observação participante pode ser conceituada como uma estratégia de campo que combina ao mesmo tempo a participação ativa com os sujeitos, a observação intensiva em ambientes naturais, entrevistas abertas informais e análise documental”. Portanto, a pesquisa qualitativa não se preocupa com leis e generalizações, não se dá com padrões de procedimentos preestabelecidos, assim sendo, é dada pela intuição e habilidade de quem perpetra a pesquisa.

2 .1 Pri n ci p a i s p a s s o s me to d ol ógi cos

Foi formado um grupo de estudo com no máximo quatro professores que atuam na disciplina de Química. Para tal, observou-se alguns critérios que são considerados fundamentais ao andamento dos estudos:

- Estar cursando no mínimo o sexto semestre da graduação em Química, mas preferencialmente já formado;

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- Ser professor do ensino médio na disciplina de Química; - Ter tempo disponível para os estudos.

- Estar atuando em escolas de abrangência da 21ª (CRE) Coordenadoria Regional de Educação.

Como especificidade da pesquisa, o grupo focal foi organizado como núcleo de investigação no qual o pesquisador foi um dos integrantes. Conforme Thiollent (2003, P. 21), “a pesquisa-ação não deixa de ser uma forma de experimentação em situação real, na qual pesquisadores intervêm conscientemente”. O processo investigativo supõe o grupo focal e a pesquisa documental.

Os critérios apresentados favorecem a pesquisa participativa, pois segundo Thiollent (2003, p.97), “prefere-se, na maioria dos casos, pesquisar e agir com o conjunto da população implicada na situação-problema, quando isto é factível, ou com uma amostra intencional, cuja representatividade é, sobretudo, de ordem qualitativa”.

As reuniões foram quinzenais em escola definida pelo grupo com duração de tempo aproximado de duas horas, entendido como tempo adequado ao desenvolvimento do trabalho e disponibilidade do grupo. Com o grupo de professores foram realizadas, no total, seis reuniões.

A coordenação das reuniões de estudos foi de forma mediada e intencional para introdução de novos dados que levassem avante os objetivos do projeto e ao entendimento da questão.

Para a produção de dados relativo às reuniões, fez-se a gravação em áudio, sendo que para os encontros posteriores eram retirados das falas dos professores os pontos mais relevantes que apontassem (para) algumas

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respostas para as questões de pesquisa mesmo que preliminares. O fato de se retirarem dados da reunião anterior para propor novos passos às seguintes deixava o planejamento flexível.

O grupo em estudo mostrou grande dificuldade em utilizar o computador, gerando a impossibilidade de avanço, havendo necessidade de aprendizagens primárias como, para exemplificar, acessar a Internet, fazer buscas mais específicas, para depois avançar na procura de pequenos programas ou páginas da Internet que pudessem auxiliar no ensino de Química.

Com o avanço das reuniões, e pelo fato de ter-se um grupo heterogêneo quanto à época de formação, indicava que o problema maior na utilização do computador advinha da formação continuada e da formação inicial.

Com intuito de esclarecer a dificuldade do trabalho dos professores com o computador, optou-se por um novo levantamento de dados, sendo que esses foram feitos em duas Universidades da Região.

Para a escolha das universidades levou-se em conta dois critérios: encontrar-se ou estar próxima da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e ser universidade que forma maior número de professores em Química para a região de abrangência da 21ª CRE.

Para obter as informações com os coordenadores do Curso de Química planejou-se um questionário que permitia esclarecer o uso da informática no curso. Também, tinha-se como meta gravar, em áudio, entrevista que reforçaria o conjunto de informações.

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Após contato inicial, o questionário foi levado em mãos ou por correspondência eletrônica e marcou-se data posterior para fazer entrevista e receber o questionário.

Respeitando a vontade das coordenadoras, não foi possível obter dados de questionário escrito e entrevista, pois em uma universidade a coordenadora preferiu gravar entrevista e na outra universidade foi respondido o questionário junto à coordenadora que optou apenas por responder as questões. Conversou-se sobre o tema informática na educação e suas dificuldades de implementação, sendo que não foi gravado, respeitando a vontade da mesma.

As duas universidades apresentavam no currículo do Curso de Química o componente que trata de informática na educação. Solicitou-se o plano de curso que contemplava o tema informática na educação como mais uma fonte de informações.

As informações obtidas junto às universidades são advindas das falas das coordenadoras dos cursos de Química, do questionário respondido e dos planos de curso da disciplina que envolve Informática na Educação.

A escolha do questionário deu-se porque, segundo Richardson (1989), cumprem pelo menos duas funções: a primeira é descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social e a outra é medir as variáveis individuais e grupais.

Escolheu-se este método de estudos por estar de acordo com as condições da pesquisa. Os dados quantitativos que poderiam surgir no decorrer do desenvolvimento do trabalho não foram planificados por opção de ser um levantamento especificamente social.

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Os dados coletados com o grupo de estudos e com as universidades acentuam as contradições existentes entre a entrada da informática na educação e, principalmente, o acesso à rede mundial de comunicação, a Internet, com a formação inicial e continuada dos professores, bem como a maneira pela qual os professores estão se apropriando desta nova ferramenta de ensino. Uma revisão bibliográfica procurou dar sustentações às questões levantadas, bem como, através dela, buscar indicativos para um novo fazer do professor frente às novas tecnologias.

2 .2 Pro f es s o res d o G ru p o d e E s tu d o

Ao iniciar o Curso de Mestrado, a intenção inicial foi a de criar um grupo de estudos com professores da minha região de atuação para analisar pequenos programas, páginas da Internet e aplicativos ligados ao ensino de Química, no sentido de observar se estes proporcionavam avanços para a facilitação da aprendizagem em Química ou apenas, com o advento do computador, reproduziam em som, cor e movimento o que se encontrava nos livros didáticos. Também era objetivo inicial observar no grupo de estudos como os seus componentes utilizavam essa ferramenta no ensino e quais habilidades permeiam quanto a sua utilização.

Estipulou-se local, data e horário adequado para que todos os componentes pudessem se encontrar para iniciar os trabalhos. A escola escolhida possuía dez computadores ligados à Internet, nem todos estavam em funcionamento, mas supria a necessidades do grupo, pois era possível que os melhores computadores fossem utilizados pelos professores.

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Com o grupo de professores foram realizadas seis reuniões que deveriam ser quinzenais, mas a disponibilidade dos professores poderia provocar alterações nas datas.

Todas as reuniões foram gravadas em áudio para melhor análise das falas dos professores, facilitando o encaminhamento da reunião posterior.

Nas duas primeiras reuniões, os professores se apresentaram e falaram sobre seu trabalho, o que pensam do ensino atual, das características físicas das escolas, da comunidade escolar e dos alunos, mas é importante registrar que todos os membros do grupo de estudos que foram convidados aceitaram espontaneamente a oportunidade e, nessas primeiras atividades, também colocaram suas impressões e experiências com e sobre os estudos relativos à informática na educação.

Para essa primeira parte, as idéias de cada professor sobre educação foram agrupadas sem a pretensão de uma análise mais aprofundada de suas colocações.

Os professores do grupo envolviam três escolas de ensino fundamental ao médio, uma da rede particular de ensino e duas da rede estadual de ensino. Uma das escolas estaduais era de um município recém emancipado e de acordo com a fala do professor, carregava características de escola rural. Segundo o professor B, “é o segundo ano que temos ensino médio completo. A maioria dos alunos é oriunda do interior e o conhecimento deles é muito precário”. Posteriormente, quando se referia à informática em sua escola, diz: “Outro detalhe, em nossa escola, como é praticamente do meio rural...”, mostrando que mesmo sendo um Município novo, não havia perdido as características de distrito municipal.

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Cada comunidade apresenta suas peculiaridades, e a escola inserida no contexto apresenta características semelhantes a esta. Nos diálogos dos professores do grupo pode-se observar as diferentes dificuldades dos educadores no fazer diário

2 .2 . 1 Pro f es s o r B

A escola em que o professor B trabalha se encontra em uma cidade emancipada há doze anos e carrega em si, segundo o professor, características de educandário do interior de municípios, pois há poucos habitantes na zona urbana. A escola é do Estado do Rio Grande do Sul e conta com aproximadamente quinhentos alunos, funcionando nos três turnos: do ensino fundamental ao ensino médio.

O professor B é graduado e tem especialização em química e atua no magistério há quatorze anos.

O professor B comenta que seus alunos estão evadidos de escolas há muitos anos, tendo alguns que não freqüentavam aulas há 15 anos. Carregam em si o perfil dos ensinamentos das escolas com forte tendência ao tradicional. Acrescenta ainda que devido à precariedade de conhecimento dos alunos, os conteúdos e a metodologia devem ser muito flexíveis, pois não entendem e acabam desistindo no segundo trimestre. Conforme o professor, ao mencionar as condições de materiais didáticos disponíveis, diz: “então, as aulas se restringem ao estudo de livros, xerox ou mesmo o quadro negro” se o professor não buscar algo diferente para fazer.

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Acrescenta que há alguns dias fizeram prática de laboratório e que “todos os ingredientes foram trazidos de casa”.

Quanto à disciplina de Química, o professor a qualifica como sendo uma matéria “diferente e essencial para a vida do aluno, porque no nosso dia-dia, cotidiano, tudo o que fizemos é química”. Observa ainda que o conhecimento químico é tão grande que nos tornamos pequenos diante da complexidade dos conteúdos e verifica que “um único (tema) poderíamos trabalhar um ano todo, desde que nós pudéssemos desmembrar, fazer ligações, um tema desperta o outro”.

A interdisciplinaridade provoca uma estrutura coesa na forma da escola trabalhar, pois para o professor, “todos os professores da escola em que você trabalha deveriam sentar juntos” para colocar onde cada disciplina pode entrar no desenvolvimento de um tema. Infelizmente isto não acontece devido a fatores como o excesso de cargas horárias e múltiplas disciplinas que desenvolve na escola. “... o meu problema que eu venho sentindo há tempo é que tenho que trabalhar língua inglesa em todas as turmas do ensino... contando com matemática no ensino fundamental” e a indisponibilidade de alguns professores, pois “o que acontece são reuniões a cada 14, 20, 30 dias e ainda alguns faltam por ter outros compromissos assumidos anteriormente”.

Quanto ao ensino noturno argumenta que os alunos que possuem emprego aprendem apenas o que conseguem captar em sala de aula, devido à falta de tempo para pegar os cadernos e livros para ler. Nessa mesma linha de pensamento, relata a dificuldade do ensino diurno, pois “a maioria dos

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alunos dependem do transporte escolar” e não podem ficar no turno inverso para realizar outras atividades.

O professor concorda com os outros professores do grupo de estudos que a maioria dos alunos não tem vontade de estudar visando sua formação. Quando um trabalho é proposto ao grupo de alunos “a primeira pergunta feita é se vale nota”. E que a nota muitas vezes é utilizada como meio de controle disciplinar.

O professor B, após fazer sua apresentação, coloca que:

. . . ago r a d e l ivr e e e sp o ntâ nea vo nt ad e q uer o co mp ar t il har o q ue ap r end i até o mo me n to , a mi n ha exp er iê ncia e m sa la d e aula, q uer o p assar o q u e eu sei p ar a el e e r eceb e r muito s acr é sci mo s p ar a d ia ap ó s d ia ser u m p r o fes so r mai s e ficie n t e ne sta d i scip l i na q ue en vo l ver o no sso mu nd o , no s so meio , no s so s er e no s so d ia -d ia.

Pode-se notar a disponibilidade do professor a querer aprender mais, melhorar seu fazer escolar. Complementando refere-se a sua expectativa, dizendo: “... eu posso colocar que eu tenho pouco e o pouco que tenho quero acrescentar e com o professor e vocês aprender cada vez mais, para que os alunos se sintam bem e possam tirar proveito dos nossos estudos”.

2 .2 . 2 Pro f es s o ra A

A escola da rede pública de ensino do Estado do Rio Grande do Sul em que o professor A trabalha está localizada em um município que têm mais de vinte e cinco mil habitantes, município grande comparado ao município em que o professor B reside. Sua escola tem cerca de dois mil alunos e funciona em três turnos: da pré-escola ao ensino médio.

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A professora A tem Licenciatura Curta em Ciências, Graduação em Química e Especialização em Interdisciplinaridade. Atua há vinte e três anos no magistério público estadual.

A professora A, a mais antiga do quadro de carreira do magistério, falava ao grupo com maior segurança, mas era o membro do grupo que demonstrava carregar um número grande de insatisfações que no transcorrer da carreira se acumularam. Ela, quando se referiu à oportunidade de estudos, fez questão de comentar a inadequada formação continuada que recebem. Segundo a professora A,

. . . q ue mu i to s e d i sc ut e so b r e a q ual i ficaç ão d o s p r o fe sso r e s e q ue t o d o s o s p r o b le mas d a ed ucaç ão está na q uali f icação d o s p r o fe s so r es. As si m o s go ver n an te s a fir ma m, e m no s sas e sco la s, to d o s o s p r o f es so r e s são gr ad uad o s.

Afirma que o conhecimento sobre os conteúdos que o professor recebe e transmite não é o problema do ensino. “... o problema é a qualificação que ocorre depois. É a pós-qualificação, é aquela relação que você deve ter com a universidade como nós estamos tendo agora, estamos tendo uma relação com a universidade através do professor. Uma coisa nova, porque ele se dispôs pagar e pesquisar”. Neste ponto a professora levanta que para se ter uma formação avançada a remuneração deve ser adequada, dizendo: “Então de que qualificação eles estão falando, pra nós termos este tipo de qualificação de busca, de pesquisa e de aprimoramento, a nossa conta bancária tem que ser qualificada”. Ao ser questionada sobre a formação quanto ao conhecimento do conteúdo dominados pelos professores, ela responde “Eu acho que não. No sentido de conhecimento, de conteúdo. Falta mesmo agora é a modernização”. Indicando que esta professora tem vontade

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de se aprimorar, pois mesmo fora dos horários de trabalho veio estudar, mas está limitada pela falta de dinheiro e pela formação inadequada e não continuada no que tange a modernização da educação.

A professora ao relatar seu esforço para acompanhar as mudanças que o ensino sofre e de estar sempre atualizada diz que “em minha vida profissional, tudo que era novidade eu corria atrás”. Falou sobre a época em que se fazia grande parte das atividades em laboratório, criou apostila, misturou apostila com prática, “fui fazendo de tudo”. Atualmente está sonhando em fazer uma aula usando a internet, mas o conteúdo a ser desenvolvido com a ferramenta acabou sendo ministrado tradicionalmente.

O material didático que a escola possui nem sempre está disponível aos professores, pois, “nós temos somente o giz” e quando viu a proposta de estudar o uso do computador, disse a si mesma , “acho que alguma coisa vai mudar”, que irá ter muito serviço para os próximos anos. Cita que na escola tem uma sala de informática com monitor, mas o uso é muito restrito, pois possuem medo que as máquinas vão estragar. Fala que a escola precisa de “um desvinculamento cultural, acho que é a emancipação de toda a escola”.

Durante as colocações se falou sobre projetos, interdisciplinaridade. A professora, baseada em seus estudos de especialização, tem convicção do que se faz nas escolas não é interdisciplinaridade e que com a carga de trabalho que todos possuem na educação, é impossível fazer um trabalho integrado.

Para ela a avaliação, principalmente a questão nota, é sim, um mecanismo de controle, usado principalmente para garantir um pouco de condições para se dar aulas. Neste sentido percebemos o grande desinteresse

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dos alunos pela escola e a incapacidade do professor em fazer uma aula atraente.

2 .2 . 3 Pro f es s o r C

O professor C trabalha na rede pública e na rede particular de ensino. Está há cinco anos no magistério, mas como professor de Química no ensino médio este é o primeiro ano e apenas em escola particular.

A escola particular em que trabalha tem aproximadamente quinhentos alunos e oferece ensino do maternal ao ensino médio (médio e médio normal).

O professor C, que está atualmente cursando o sexto semestre do curso de Química, diz que: “Essas reuniões são uma boa oportunidade para essa socialização que falta na escola, né, essa troca de experiências. Cada um com sua experiência e com sua bagagem no grupo pensante, e o que falta é pensar”. Continua sua explanação referindo-se à necessidade das antigas reuniões de áreas, para ele “tipo um grupo mais articulado, das várias áreas das ciências, no caso de Química e Física, que necessitam sempre um do outro”. Vê que um professor de Química necessita de conhecimento geral na área de Ciências Exatas, “chega ao ponto que temos que ter conhecimento de Física, Matemática e Biologia para poder relacionar as coisas”.

Igualmente à professora A, o professor reclama da desqualificação financeira do quadro do magistério estadual, o compromisso dos governantes com a educação e o excesso de carga horária para se manter. “Eu acho que falta tempo, dinheiro. Porque nenhum professor não quer um computador de

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última geração em casa para poder usar os novos softwares, bem usados para depois apresentar pros seus alunos em sala de aula...” e continua “... falta compromisso dos governantes com a educação de qualidade nesta questão de formação do profissional da educação”.

O professor C projeta as dificuldades no ensino de Química desde a sociedade devido à forma de como ela vê a Química, estendendo-se à cultura do aluno. No seu dizer, “... a visão que o aluno tem da Química é de um bicho-papão. O próprio nome Química é usado pela sociedade, acho que de maneira meio equivocada, e isto leva os alunos desde o ensino fundamental e médio a ter uma visão apavorante”. O professor B acentua que o aluno não tem prazer em aprender Química.

Quando o professor B fala sobre questões de planejamento das aulas e metodologias pelas quais opta para melhorar seu fazer escolar, diz: “Muitas vezes posso levar eles ao laboratório, posso fazer muitas experiências, eu posso levar eles em muitos lugares, mas isto não vai despertar o interesse deles”. O mesmo professor realça ainda que a base do ensino fundamental está ligada à Biologia e para a Química é reservada uma fração minúscula de uma série. Acrescenta que, muitas vezes, alguns conceitos ligados à Química são ministrados de forma errônea e que este fator não se constata apenas em alunos de ensino fundamental e médio, mas em colegas seus de universidade. Sabe que tem dificuldades em contextualizar os conhecimentos. Baseado nas colocações de um professor com mais experiência e estudos universitários coloca que:

É co mo o p r o fe sso r se mp r e ve m d ize nd o na esco la. É u ma q ue stão d e co nte xt ua liza ção . E u ac ho q ue e ste é o gr a nd e p o nto . . . . e n si nar q uí mic a

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d e u ma ma ne ir a a ss i m, q ue o a l uno vej a co m o isto fa z p ar te co mo está aco nte ce nd o na r e alid ad e.

Ao final de sua colocação indica que falta material para buscar conceitos pendentes e não tem onde acessar. Acredita que o melhor mecanismo para obter sucesso no ensino é através de projetos que surgem no desenrolar do fazer escolar.

2 .2 . 4 Pro f es s o r O

O professor O trabalha escola da rede particular de ensino e na rede pública para o Estado do Rio Grande do Sul. A escola da rede pública se localiza na mesma cidade da professora A. A escola pública que o professor O trabalha tem cerca de um mil e quinhentos alunos e funciona em três turnos. Atende crianças da pré-escola ao ensino médio, bem como, a modalidade EJA (Ensino de Jovens e Adultos) fundamental e médio. A escola da rede particular em que trabalha tem cerca de quinhentos alunos, funcionando em dois turnos. A escola atende alunos da pré-escola ao ensino médio, nas modalidades médio e médio normal.

O professor O tem Licenciatura Curta em Ciências, Graduação em Química, pós-graduação latu sensu em Química e em Educação em Tecnologia Ambiental. Atualmente, cursa Mestrado em Educação nas Ciências, e aqui, se constitui no pesquisador inserido no grupo de estudo.

Para o professor O, a sua postura é fundamental para o êxito a que se propõe. É através de suas observações e análises das falas dos seus colegas que busca aprofundar a discussão a cerca de seus objetivos que estão explícitos neste trabalho. Para o professor O, o maior desafio é ir inserindo

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novas discussões sem que sua opinião prevaleça no grupo e impeça que as idéias e pensamentos dos professores do grupo sofram alterações ofuscando a realidade a ser buscada.

2 .3 Pro f es s o re s d o Gru p o d e E s tu d o e a s T I Cs

Apresentados os professores que compunham o grupo de estudos, volta-se a apresentar os dados coletados durante as reuniões realizadas com o grupo em questão.

Para a segunda reunião, os professores falaram sobre o uso da informática na educação e, após a leitura de dois recortes de textos que argumentavam sobre os avanços da sociedade e o uso da informática, foi pedido que os professores falassem novamente sobre o mesmo assunto.

O professor B começou falando que “acredita que seja um dispositivo excelente só que eu particularmente nunca tive acesso à informática, nem durante minha graduação e nem agora na minha escola não existe Internet e nem computadores para os alunos usarem e muito menos o professor”. A desinformação deste professor quanto ao uso da tecnologia em seu fazer profissional é grande, pois continua sua fala dizendo: “só que eu não tenho nem idéia de como funciona e qual é que vai ser a reação dos alunos nas aulas ou se vai acontecer mudanças no comportamento deles”.

O professor C comenta que a informática está sendo à base do desenvolvimento da sociedade afirmando que “num futuro próximo, toda a estrutura da sociedade praticamente vai estar controlada pela informática”. Argumentando que os professores devem ter conhecimento na área de

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informática, dizendo que “não adianta ter muitos computadores disponíveis e o pessoal não sabe como usar”. Para ele os professores têm que achar uma maneira para usar o computador na construção do conhecimento. Acredita que o professor ao entrar em uma sala de informática com seus alunos deve ter tudo já pré-determinado. Para ele o material que se encontra disponível é para o ensino universitário e reclama que “pesquisadores brasileiros que trabalham com a produção de materiais assim, não tem feito muito material. Muito difícil de encontrar”.

A professora A começa sua fala fazendo alusão à época em que teve sua formação, pois os mais jovens já estão ligados a um mundo tecnológico e democrático, e para que se desenvolva profissionalmente necessita de adaptação. Afirma que para o computador vir a ser um instrumento de trabalho, “nós professores, temos que avançar e muito para poder fazer realmente isto como instrumento de trabalho. ... isto tem que ser uma coisa muito pesquisada, muito trabalhada”. Ela vê que a informação se dissemina rapidamente na atualidade e o professor deve estar sempre atualizado. Para a professora, o professor deixa de ser um mero ser que passa conhecimentos, mas “eu acho que o professor passa a ser um pesquisador”.

Após os professores colocarem seus pontos de vistas sobre a informática na educação, foram lidos dois recortes de textos. O primeiro,

N ovo s D es a f i o s à E d u ca çã o na So ci e da de Inf o r mat i z ada , d e M a ri o Os ó ri o

Marques (2000) e o segundo foi um recorte retirado do livro de MORIN (2002, p.74), Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. Ao final da leitura pediu-se ao professores que se posicionassem quanto à informática na educação. Destas falas foram retiradas algumas passagens significativas.

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O professor B achou excelente a idéia de informática na educação. Porém acentua que “nós professores precisamos rapidamente nos capacitar e estar à frente da máquina” e acrescenta que “o professor deve ter conhecimentos a mais e ser capaz de selecionar, classificar e consultar determinadas informações que sejam imprescindíveis para nossos alunos no cotidiano”. Verifica-se que o professor deposita grande confiança na melhoria da educação através da informática, pois ao se adaptar ao sistema informatizado teremos mais oportunidades “a ajudá-los (os alunos) a se adaptarem no meio onde estão inseridos, e dele tirarem importantes informações e aspectos positivos e que possam em conjunto conosco e com os demais colegas, encontrarmos soluções para os problemas até o momento sem possíveis soluções”. O otimismo do professor chega ao extremo quando afirma: “podemos dizer o auge da educação”, baseando-se no fato de que os alunos “aprenderão mais, tendo acesso ao aprofundamento dos conteúdos”.

A professora A vê com desconfiança a introdução da informática na educação, fazendo várias indagações: “primeiro a gente vai ter que ver o que é que vai ser importante, o que é que queremos atingir? Segundo: é um instrumento. Então, como você vai utilizar esse instrumento?” Para a professora precisamos ter uma “trajetória para poder avançar”. Assim, continua seu questionamento quanto ao uso da informática: “o que você vai fazer com aquilo? E nessa história de informatização, o que é importante saber? Por que de repente eles querem computador? O que é ter conhecimento agora?” Esta última indagação refere-se ao fato de que ler e escrever não é o mais importantes. Durante sua fala, a professora cita o fato

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de se ter acesso à informação e saber usá-la de forma sábia para resolver e entender os fatos do dia a dia.

O professor C diz que o mundo está muito complexo, tudo está mudando rapidamente. As pessoas estão “entediadas”. Observa que rapidamente aparecem novas idéias pedagógicas. “Há um ano a gente estudava. Que educadores? Levy, filósofo, outros, Gadotti, lia Paulo Freire, né. Hoje em dia, se você lê Paulo Freire e tenta colocar ele na educação a coisa já não fecha mais, a sociedade já mudou”. Fala ainda que Paulo Freire, um educador reconhecido internacionalmente, “é um educador que não se questiona nada”, mas sempre devemos ficar atentos às mudanças que ocorrem no mundo e “ressignificar o que ele escreveu”. Deste mesmo modo, o professor vê a informática na educação. “Porque vou criar uma maquininha que senta ali na frente e age de maneira computadorizada também. O computador tem que ser o veículo para ele se desenvolver como cidadão, para ele agir como cidadão”. Considerando a linha de pensamento adotada pelo professor, complementa dizendo que o “o computador é importante, é uma arma para eu agir na sociedade, para eu transformar uma sociedade, para eu ser cidadão, para eu oportunizar a todos. Da maneira como está não dá”.

2 .4 Pr o f es s o res d o G ru p o d e E s tu d o e o Co mp u t ad or

Nas reuniões subseqüentes começou-se a usar pequenos programas de fácil acesso na Internet e, a partir deste momento, novos problemas na formação dos professores começaram a surgir, mostrando a desinformação

Referências

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