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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

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FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE FARMÁCIA

DEISE NEVES VIEIRA

MILLENA LOPES DE FREITAS

NATHALIA SARABANDO DA SILVA

CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO DOS MORADORES

DO BAIRRO DO MARAPÉ DA CIDADE DE SANTOS-SP

EM RELAÇÃO AOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS DA

CLASSE DE ANTI-HIPERTENSIVOS

Santos-SP

Novembro/2010

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE FARMÁCIA

DEISE NEVES VIEIRA

MILLENA LOPES DE FREITAS

NATHALIA SARABANDO DA SILVA

CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO DOS MORADORES

DO BAIRRO DO MARAPÉ DA CIDADE DE SANTOS-SP

EM RELAÇÃO AOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS DA

CLASSE DE ANTI-HIPERTENSIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de

Farmacêutico à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Santa Cecília, sob a orientação do Professor Dr. José Eduardo Pandini Cardoso Filho.

Santos-SP

Novembro/2010

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DEISE NEVES VIEIRA MILLENA LOPES DE FREITAS NATHALIA SARABANDO DA SILVA

CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO DOS MORADORES DO BAIRRO DO MARAPÉ DA CIDADE DE SANTOS-SP EM RELAÇÃO AOS

MEDICAMENTOS GENÉRICOS DA CLASSE DE ANTI-HIPERTENSIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Farmacêutico à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Santa Cecília.

Data de aprovação:10 /11 /2010

Banca Examinadora

_____________________________________________________ Prof. Dr. José Eduardo Pandini Cardoso Filho

Orientador

_____________________________________________________ Prof. Sérgio Ferreira

_____________________________________________________ Prof. Luiz Waldir Orsatti

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Dedicamos o nosso trabalho a todos moradores do bairro do Marapé que, de alguma forma colaboraram conosco para que este estudo pudesse ser realizado.

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Agradecemos à Deus que nos deu força,coragem e alimentou nossa fé para a realização desse grande sonho que está se tornando realidade.

Agradecemos à todos nossos familiares,amigos e pessoas queridas que contribuíram para nossa formação pessoal e profissional.

Agradecemos também aos nossos professores e ao orientador José Eduardo Pandini Cardoso Filho que nos deu sua atenção, dedicação e orientação para a conclusão do nosso trabalho.

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EPÍGRAFE

"Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar." ( Anatole France )

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A hipertensão arterial (HA) aumenta progressivamente com a idade, sendo superior entre os idosos. O estudo realizado analisou o perfil de pessoas hipertensas e não hipertensas do bairro Marapé da cidade de Santos-SP em relação ao conhecimento e informação dos medicamentos genéricos da classe de anti-hipertensivos. Foram entrevistados 150 moradores, as informações foram coletadas mediante aplicação de questionários com questões de múltipla escolha entre os meses de maio e junho de 2010, a pesquisa é um estudo descritivo e exploratório de corte transversal que verificou a incidência de desenvolvimento de hipertensão arterial. Os resultados demonstram que o perfil da amostra analisada é de 75,33% de pessoas hipertensas e que 50,67% fazem o tratamento de hipertensão sendo que somente 27,33% usam os medicamentos genéricos. Conclui-se que a população não tem conhecimento suficiente sobre os medicamentos genéricos da classe de anti-hipertensivos e muitos não completam o tratamento, portanto devem ser desenvolvidas campanhas com maior enfoque na informação da eficácia do medicamento genérico. Profissionais da saúde também podem atuar orientando com informações sobre segurança, eficácia e custo em relação ao medicamento genérico.

PALAVRAS-CHAVE: hipertensão arterial; medicamentos genéricos; classes de anti-hipertensivos.

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Tabela 1 – Procedimento de medida da pressão arterial...19

Tabela 2 – Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos)...23

Tabela 3 – Modificações do estilo de vida no controle da pressão arterial...29

Tabela 4 - Características importantes do anti-hipertensivo...34

Tabela 5 – Medicamentos genéricos da classe de diuréticos...39

Tabela 6 – Medicamentos genéricos da classe de Bloqueadores adrenérgicos...39

Tabela 7 – Medicamentos genéricos da classe de bloqueadores de canais de cálcio...40

Tabela 8 – Medicamento genérico da classe de vasodilatadores diretos...40

Tabela 9 – Medicamentos genéricos da classe de Inibidores da enzima conversora da angiotensina...40

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1. INTRODUÇÃO ... 10

2. DESENVOLVIMENTO... 15

2.1.Hipertensão arterial... 15

2.2. Mortalidade... 15

2.3. Fatores de riscos para hipertensão arterial... 15

2.4. Taxas de conhecimento, controle e tratamento da hipertensão arterial... 17 2.5. Diagnóstico e classificação... 17

2.5.1 Medida da pressão arterial... 18

2.5.2 Rotina de diagnóstico e seguimento... 20

2.6 Medida residencial da pressão arterial... 21

2.7 Medida ambulatorial da pressão arterial... 22

2.8 Situações especiais de medida de pressão arterial em idosos... 22

2.9 Tipos de hipertensão arterial... 22

3. Doenças desencadeadas pela pressão arterial... 23

4. Tratamento... 28

4.1 Tratamento não medicamentoso... 28

4.2 Tratamento medicamentoso... 33

4.3 Medicamentos anti hipertensivos... 35

4.4 Anti hipertensivos... 39

4.5 Mecanismo de ação e farmacocinética dos anti hipertensivos... 41

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5.2 Medicamentos genéricos no Brasil... 49

5.3 Medicamentos de referência... 52

5.4 Como identificar medicamento genérico... 53

6. Objetivo... 54 7.Material e métodos ... 55 8. Resultados... 56 9. Discussão... 66 10.Conclusão... ... 68 Referências bibliográficas ... 69 Anexo... 71

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1. INTRODUÇÃO

A hipertensão caracteriza-se por uma condição em que há aumento da pressão sanguínea associada a riscos de outras patologias. A hipertensão em si é mais um sinal e não uma patologia e a causa subjacente raramente são diagnosticadas. A hipertensão é arbitrariamente definida como uma pressão sistólica mantida maior que 120 mmHg.

Os principais elementos que contribuem para hipertensão são: volume sanguíneo, débito cardíaco, resistência vascular periférica.

A hipertensão primária não tem causa aparente, a hipertensão secundária resulta de uma outra patologia. (PAGE et. al., 1999)

Os fatores que contribuem para a manutenção da pressão sanguínea normal podem ser manipulados por drogas para o tratamento da hipertensão.

O programa de medicamentos genéricos foi criado no Brasil em 1999, com a promulgação da Lei 9.787, formulada com o objetivo de implementar uma política consistente de auxílio ao acesso a tratamentos medicamentosos no país. Os critérios técnicos para registro destes medicamentos são semelhantes aos adotados em países como Canadá e EUA, entre outros centros de referência de saúde pública no mundo. Com preços no mínimo 35% menores que os medicamentos de marca, os medicamentos genéricos já estão colaborando para que muitos brasileiros, que não estavam se medicando ou que tinham dificuldade de dar continuidade a tratamentos, encontrem uma alternativa viável e segura para seguir as prescrições médicas corretamente. No Brasil, a ANVISA já tem registrados genéricos de 337 princípios ativos, totalizando mais de 15.400 apresentações e aproximadamente 100 classes terapêuticas, englobando as patologias que mais freqüentemente acometem a população brasileira e grande parte das

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doenças crônicas de maior prevalência. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS).

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) esclarece a população sobre os benefícios do uso dos medicamentos genéricos:

- Oferecer à população medicamentos de melhor qualidade, mais seguros e eficazes, comprovados através da realização de testes de equivalência farmacêutica e bioequivalência;

- Disponibilizar medicamentos de menor preço, visto que os fabricantes de genéricos não precisam investir em pesquisa para o seu desenvolvimento e nem em propaganda;

- Reduzir os preços dos medicamentos de referência, com a entrada de medicamentos concorrentes (genéricos).

- Contribuir para aumento do acesso aos medicamentos;

- Fortalecer a indústria nacional;

- Mudar o comportamento dos profissionais de saúde (prescritores e dispensadores);

- Proporcionar o desenvolvimento tecnológico das indústrias e, conseqüentemente, do país. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2009).

Os genéricos são medicamentos que possuem o mesmo princípio ativo, na mesma dose e na mesma forma farmacêutica, sendo administrados pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência, com o qual devem ser intercambiáveis. (CARVALHO et. al. 2006).

O genérico é lançado no mercado quando expira a patente de um determinado medicamento, chamado de medicamento de referência ou de

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marca. Ao expirar a patente, o produto deixa de ter proteção e pode ser copiado pela concorrência. Como as patentes têm data de validade, as empresas do segmento de genéricos começam a trabalhar em seus lançamentos muito antes do fim das patentes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) incentiva as políticas para promover o uso de medicamentos genéricos, com preços mais baixos do que os medicamentos de marca tradicional, nome e qualidade equivalente à dos medicamentos de referência, como foi confirmado por testes de bioequivalência e biodisponibilidade. (BERTOLDI et. al., 2005).

O teste de biodisponibilidade de um medicamento corresponde á fração ou à porcentagem de substância que, após administração, atinge a circulação geral.

A biodisponibilidade determina diretamente: a quantidade de princípio ativo que chega ao (s) sítio (s) de ação, o valor das concentrações plasmáticas, em particular, aquela da taxa máxima, o tempo necessário pra obtenção do pico de absorção (LABAUNE, 1993).

Do ponto de vista da saúde, não há diferenças. O efeito de um genérico é bioequivalente ao do remédio em que ele se baseia. Financeiramente, porém, os genéricos podem ser um bom negócio. Por lei, custam 35% a menos do que os chamados medicamentos de referência.

O marketing da indústria farmacêutica, porém, consegue convencer o paciente a adquirir o produto de marca. Além disso, se um paciente finalmente encontrou um remédio que funciona para o seu caso, pode resistir a trocá-lo pela versão genérica, por medo de perder o efeito do medicamento - embora o genérico equivalha ao de referência. E há princípios inativos nas drogas genéricas que podem ser diferentes daqueles das drogas de marca. Eles não afetam a maneira como a droga funciona, mas podem alterar a aparência e o

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sabor, fazendo as pessoas pensarem que falta alguma coisa no remédio genérico.

Os genéricos têm uma série de requisitos para serem registrados. Esses requisitos fazem com que, do ponto de vista científico, o efeito medicinal se mantenha. A equivalência é comprovada por uma série de testes. O medicamento genérico também deve ser igual em termos de segurança, potência, via de administração (comprimido, líquido etc.), qualidade e desempenho, e ter a mesma indicação que o de marca.

Até os dias atuais o mercado de genéricos ainda representa percentuais muito baixos, representando apenas cerca de 11,9% do mercado farmacêutico nacional (TOKARSKI, 2006). Para a associação Pró-Genéricos essa estagnação se deve possivelmente ao fato do governo ter deixado de investir em campanhas de esclarecimento sobre os genéricos para a população. (CECOTOSTI, 2004).

Os custos de produção de genéricos são bem inferiores aos do desenvolvimento de um medicamento de marca - que é pioneiro. O processo de pesquisa para a fabricação de uma droga de referência pode consumir muitos anos, além de milhões e até bilhões de dólares. Isso inclui testes clínicos caros para garantir a segurança e a eficácia do produto. Depois, é necessário investir em marketing com o público, as farmácias, os convênios médicos e os profissionais da saúde. Assim, o custo total envolvido no lançamento de um remédio de marca pode chegar a bilhões de dólares. Para a produção do genérico, as etapas são bem mais simples, uma vez que a fórmula do remédio já é conhecida.

No caso dos medicamentos, surge a dúvida quando se compara o produto de referência (em geral mais caro) com o produto genérico (em geral mais barato) e se diz que esses produtos têm a mesma qualidade. O

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desconhecimento desses detalhes tem gerado a maioria das dúvidas sobre a qualidade do medicamento genérico.

O conhecimento das representações sociais do medicamento genérico para os usuários pode se constituir em importante ferramenta na implementação de estratégias que visem maior aceitação desse tipo de medicamento pela população. Essa compreensão é importante quando o que se busca é descobrir caminhos possíveis para desencadear modificações das representações sociais de um grupo, por se entender que as mesmas representam obstáculo para o desenvolvimento de práticas sociais alternativas às vigentes. (CARVALHO et. al., 2006).

As drogas utilizadas para o tratamento de hipertensão apresentam as seguintes classes: diuréticos, simpatolíticos, vasodilatadores de ação direta, antagonistas do cálcio, inibidores de cascata renina-angiotensina e antagonistas de receptores de angiotensina. (PAGE et. al., 1999)

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2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Hipertensão Arterial

A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular. A hipertensão arterial apresenta custos médicos e socioeconômicos elevados, decorrentes principalmente das suas complicações, tais como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

2.2. Mortalidade

Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2004, havia cerca de 17 milhões de brasileiros portadores de hipertensão arterial, atingindo 35% da população a partir de 40 anos. Em algumas cidades brasileiras o número de pessoas que apresentam hipertensão pode variar de 22,3% a 43,9%, sendo um problema grave de saúde no Brasil e no mundo. É responsável por 40% das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e por 50% dos casos de insuficiência renal terminal combinados com o diabetes 2. No âmbito do SUS, a insuficiência cardíaca é a causa mais freqüente de internação hospitalar de idosos e a principal causa de hospitalização entre as doenças cardiovasculares. Além disso, a hipertensão arterial é uma das

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seis causas mais freqüentes de internação em mulheres com idade superior a 60 anos. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004).

2.3. Fatores de riscos para hipertensão arterial

Idade: A pressão arterial aumenta linearmente com a idade. Em indivíduos jovens, a hipertensão decorre mais freqüentemente apenas da elevação na pressão diastólica, enquanto a partir da sexta década o principal componente é a elevação da pressão sistólica. O risco relativo de desenvolver doença cardiovascular associado ao aumento da pressão arterial não diminui com o avanço da idade e o risco absoluto aumenta marcadamente.

Sexo e etnia: A prevalência global de hipertensão entre homens (26,6%; IC 95% 26,0-27,2%) e mulheres (26,1%; IC 95% 25,5-26,6%) insinua que sexo não é um fator de risco para hipertensão. Estimativas globais sugerem taxas de hipertensão mais elevadas para homens até os 50 anos e para mulheres a partir da sexta década. Hipertensão é mais prevalente em mulheres afrodescendentes com excesso de risco de hipertensão de até 130% em relação às mulheres brancas.

Fatores socioeconômicos: Nível socioeconômico mais baixo está associado a maior prevalência de hipertensão arterial e de fatores de risco para elevação da pressão arterial, além de maior risco de lesão em órgãos-alvo e eventos cardiovasculares. Hábitos dietéticos, incluindo consumo de sal e ingestão de álcool, índice de massa corpórea aumentado, estresse psicossocial, menor acesso aos cuidados de saúde e nível educacional são possíveis fatores associados.

Sal: O excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência de hipertensão arterial. A relação entre aumento da pressão arterial e avanço da idade é maior em populações com alta ingestão de sal. Povos que consomem dieta com reduzido conteúdo deste têm menor prevalência de hipertensão e a pressão arterial não se eleva com a idade.

Obesidade: O excesso de massa corporal é um fator predisponente para a hipertensão, podendo ser responsável por 20% a 30% dos casos de hipertensão

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arterial 75% dos homens e 65% das mulheres apresentam hipertensão diretamente atribuível a sobrepeso e obesidade. Apesar do ganho de peso estar fortemente associado com o aumento da pressão arterial, nem todos os indivíduos obesos tornam-se hipertensos. Estudos observacionais mostraram que ganho de peso e aumento da circunferência da cintura são índices prognósticos importantes de hipertensão arterial, sendo a obesidade central um importante indicador de risco cardiovascular aumentado. Estudos sugerem que obesidade central está mais fortemente associada com os níveis de pressão arterial do que a adiposidade total. Indivíduos com nível de pressão arterial ótimo, que ao correr do tempo apresentam obesidade central, têm maior incidência de hipertensão. A perda de peso acarreta redução da pressão arterial.

Álcool: O consumo elevado de bebidas alcoólicas como cerveja, vinho e destilados aumenta a pressão arterial. O efeito varia com o gênero, e a magnitude está associada à quantidade de etanol e à freqüência de ingestão. Estudo observacional indica que o consumo de bebida alcoólica fora de refeições aumenta o risco de hipertensão, independentemente da quantidade de álcool ingerida.

Sedentarismo: O sedentarismo aumenta a incidência de hipertensão arterial. Indivíduos sedentários apresentam risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão que os ativos. O exercício aeróbio apresenta efeito hipotensor maior em indivíduos hipertensos que normotensos.

Fatores de Risco cardiovascular: Além da predisposição genética, fatores ambientais podem contribuir para uma agregação de fatores de risco cardiovascular em famílias com estilo de vida pouco saudável. Em amostras da nossa população, a combinação de fatores de risco entre indivíduos hipertensos parece variar com a idade, predominando a inatividade física, o sobrepeso, a hiperglicemia e a dislipidemia. A obesidade aumenta a prevalência da associação de múltiplos fatores de risco. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

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Estudo brasileiro revelou que, em indivíduos adultos, 50,8% sabiam ser hipertensos, 40,5% estavam em tratamento e apenas 10,4% tinham pressão arterial controlada (< 140/90 mmHg). Idade avançada, obesidade e baixo nível educacional mostraram-se associados a menores taxas de controle. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

2.5. Diagnóstico e classificação

A medida da pressão arterial é o elemento-chave para o estabelecimento do diagnóstico da hipertensão arterial e a avaliação da eficácia do tratamento. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

2.5.1. Medida da pressão arterial

A medida da pressão arterial deve ser realizada em toda avaliação de saúde, por médicos das diferentes especialidades e demais profissionais da área de saúde, todos devidamente treinados.

Alguns estudos têm mostrado que, na prática clínica, nem sempre a medida da pressão arterial é realizada de forma adequada. No entanto, os erros podem ser evitados com preparo apropriado do paciente, uso de técnica padronizada de medida da pressão arterial e equipamento calibrado (Tabela 1).

O método mais utilizado para medida da pressão arterial na prática clínica é o indireto, com técnica auscultatória e esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneróide, ambos calibrados. Apesar da tendência de substituir os aparelhos de coluna de mercúrio por equipamentos automáticos em razão do risco de toxicidade e contaminação ambiental pelo mercúrio, eles continuam sendo os mais indicados para a medida da pressão arterial porque se descalibram menos freqüentemente do que os aparelhos aneróides. Os aparelhos eletrônicos evitam erros relacionados ao observador e podem ser empregados quando

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validados de acordo com recomendações específicas. Todos os aparelhos devem ser testados e devidamente calibrados a cada seis meses.

A medida da pressão arterial na posição sentada deve ser realizada de acordo com os procedimentos descritos na tabela 1, com manguitos de tamanho adequado à circunferência do braço, respeitando a proporção largura/comprimento. Embora a maioria dos fabricantes não siga essas orientações, a largura da bolsa de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço, e seu comprimento, a pelo menos 80%. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

Tabela 1 – Procedimento de medida da pressão arterial Fonte: V Diretriz de Hipertensão Arterial

PREPARO DO PACIENTE PARA A MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL

1. Explicar o procedimento ao paciente

2. Repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente calmo 3. Evitar bexiga cheia

4. Não praticar exercícios físicos 60 a 90 minutos antes

5. Não ingerir bebidas alcoólicas, café ou alimentos e não fumar 30 minutos antes

6. Manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado

7. Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito 8. Posicionar o braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4° espaço intercostal), apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido

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9. Solicitar para que não fale durante a medida

PROCEDIMENTO DE MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL 1. Medir a circunferência do braço do paciente

2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço

3. Colocar o manguito sem deixar folgas acima da fossa cubital, cerca de 2 a 3 cm

4. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial

5. Estimar o nível da pressão sistólica (palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, desinflar rapidamente e aguardar 1 minuto antes da medida)

6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula do estetoscópio sem compressão excessiva

7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica

8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo)

9. Determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares, e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação

10. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff)

11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa

12. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da sistólica/diastólica/zero

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14. Informar os valores de pressão arterial obtidos para o paciente 15. Anotar os valores e o membro

2.5.2. Rotina de diagnóstico e seguimento

Na primeira avaliação, as medidas devem ser obtidas em ambos os membros superiores e, em caso de diferença, utiliza-se sempre o braço com o maior valor de pressão para as medidas subseqüentes. O indivíduo deverá ser investigado para doenças arteriais se apresentar diferenças de pressão entre os membros superiores maiores de 20/10 mmHg para a pressão sistólica/diastólica.

Em cada consulta, deverão ser realizadas pelo menos três medidas, com intervalo de um minuto entre elas, sendo a média das duas últimas considerada a pressão arterial do indivíduo. Caso as pressões sistólicas e/ou diastólicas obtidas apresentem diferença maior que 4 mmHg entre elas, deverão ser realizadas novas medidas até que se obtenham medidas com diferença inferior ou igual a 4 mmHg, utilizando-se a média das duas últimas medidas como a pressão arterial do indivíduo.A posição recomendada para a medida da pressão arterial é a sentada.

Novos algoritmos consideram a utilização da MAPA e da MRPA como ferramentas importantes na investigação de pacientes com suspeita de hipertensão. Recomenda-se, sempre que possível, a medida da pressão arterial fora do consultório para esclarecimento diagnóstico, identificação da hipertensão do avental branco e hipertensão mascarada. A hipertensão do avental branco determina risco cardiovascular intermediário entre normotensão e hipertensão, porém mais próximo ao risco dos normotensos. No entanto, apesar de não existirem evidências de benefícios de intervenções nesse grupo de pacientes, eles devem ser considerados no contexto do risco cardiovascular global, devendo permanecer em seguimento clínico. Alguns estudos mostram que a hipertensão

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mascarada determina maior prevalência de lesões de órgãos-alvo do que indivíduos normotensos. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

2.6. Medida residencial da pressão arterial

A MRPA é o registro da pressão arterial por método indireto, com três medidas pela manhã e três à noite, durante cinco dias, realizado pelo paciente ou outra pessoa treinada, durante a vigília, no domicílio ou no trabalho, com aparelhos validados.

A MRPA permite a obtenção de grande número de medidas de pressão arterial de modo simples, eficaz e pouco dispendioso, contribuindo para o diagnóstico e o seguimento da hipertensão arterial. A MRPA não deve ser confundida com auto-medida da pressão arterial, que é o registro não sistematizado da pressão arterial realizado de acordo com a orientação do médico do paciente.

São consideradas anormais na MRPA as médias de pressão arterial acima de 135/85 mmHg. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

2.7. Medida ambulatorial da pressão arterial

A MAPA é o método que permite o registro indireto e intermitente da pressão arterial durante 24 horas, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais na vigília e durante o sono.

Evidências obtidas com estudos de desfechos clínicos têm demonstrado que este método é superior à medida casual da pressão arterial em predizer eventos cardiovasculares, tais como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.

São consideradas anormais na MAPA as médias de pressão arterial de 24 horas, vigília e sono acima de 130/80, 135/85 e 120/70 mmHg. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

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2.8. Situações especiais de medida de pressão arterial em Idosos

Na medida da pressão arterial do idoso, existem três aspectos importantes: maior freqüência de hiato auscultatório, que consiste no desaparecimento dos sons na ausculta durante a deflação do manguito, geralmente entre o final da fase I e o início da fase II dos sons de Korotkoff. Tal achado pode subestimar a verdadeira pressão sistólica ou superestimar a pressão diastólica; pseudo-hipertensão, caracterizada por nível de pressão arterial superestimado em decorrência do enrijecimento da parede da artéria. Pode ser detectada por meio da manobra de Osler, que consiste na inflação do manguito no braço até o desaparecimento do pulso radial. Se a artéria for palpável após esse procedimento, sugerindo enrijecimento, o paciente é considerado Osler positivo, a hipertensão do avental branco é mais freqüente no idoso. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

2.9. Tipos de Hipertensão arterial

A hipertensão arterial primária é aquela sem uma única causa definida, com múltiplos fatores envolvidos e importante fator genético. O seu aparecimento é favorecido pelo excesso de peso, sedentarismo, elevada ingestão de sal, baixa ingestão de potássio e consumo excessivo de álcool. No grupo de indivíduos com pressão limítrofe também contribuem para o aumentado do risco cardiovascular as dislipidemias, intolerância a glicose e DM, tabagismo, menopausa e stress emocional. Já a hipertensão arterial secundária caracterizada pela elevação pressórica ocorrendo como manifestação de uma doença conhecida ou do uso de medicamentos com marcada ação hipertensiva. Abrangendo aproximadamente 10% dos hipertensos, a hipertensão arterial secundária é, muitas vezes, curável, o que pode beneficiar os pacientes, desonerando o sistema de saúde. (Oliveira, 2008)

Tabela 2 – Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos)

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Fonte: V Diretriz de Hipertensão Arterial

Classificação Pressão sistólica

(mmHg) Pressão diastólica (mmHg) Ótima < 120 < 80 Normal < 130 < 85 Limítrofe 130-139 85-89 Hipertensão estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90

Quando as pressões sistólica e diastólica de um paciente situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da pressão arterial

3. Doenças desencadeadas pela pressão arterial

Hiperaldosteronismo Primário: Caracteriza-se por produção aumentada de aldosterona pela supra-renal, originada por hiperplasia da glândula, adenoma, carcinoma ou por formas genéticas. A prevalência nos hipertensos varia de 3% a 22%, sendo mais alta nos hipertensos de difícil controle. Em geral, os pacientes têm hipertensão arterial estágio 2 ou 3, podendo ser refratária ao tratamento. Atualmente, sabe-se que a prevalência de hipopotassemia no hiperaldosteronismo primário varia de 9% a 37% dos casos.

A abordagem do hiperaldosteronismo primário inclui quatro etapas principais: rastreamento, confirmação do diagnóstico, diagnóstico diferencial entre hiperplasia e adenoma e tratamento. O rastreamento deve ser realizado em todo hipertenso com hipocalemia espontânea ou provocada por diuréticos, em hipertensos resistentes aos tratamentos habituais e em hipertensos com tumor abdominal pela determinação da relação aldosterona sérica/atividade de renina

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plasmática (A/R). Relação A/R > 30 ng/dl/ng, com aldosterona sérica superior a 15 ng/dl, é achado considerado positivo e sugestivo de hiperaldosteronismo primário.

Paciente com rastreamento positivo para hiperaldosteronismo primário deve ter este diagnóstico confirmado pela determinação de aldosterona após sobrecarga de sal realizada pela administração endovenosa de soro fisiológico (2 l em 4 horas) ou pela administração via oral, durante quatro dias, de acetato de fludrocortisona (0,1 mg 6/6 horas), além de dieta rica em sal. Pacientes com concentrações de aldosterona > 5 ng/dl e > 6 ng/dl, após o final do primeiro e do segundo testes, respectivamente, têm o diagnóstico de hiperaldosteronismo primário confirmado.

O terceiro passo no diagnóstico do hiperaldosteronismo primário é fazer a diferenciação entre hiperplasia e adenoma, essencial para o tratamento adequado dessas duas condições. Isso pode ser feito a partir de dados clínicos, laboratoriais, radiológicos e, finalmente, da determinação da aldosterona nas veias adrenais por cateterismo das adrenais, que indica se existe lateralização na produção de aldosterona ou se ela é bilateral. Do ponto de vista clínico e laboratorial, pacientes portadores de adenoma são, em geral, mais jovens, têm hipocalemia mais acentuada e concentrações mais elevadas de aldosterona (> 25 ng/dl).

A investigação radiográfica do hiperaldosteronismo primário tem o objetivo de indicar a presença ou a ausência de tumor. Deve ser feita pela tomografia computadorizada ou pela ressonância magnética das adrenais. Entretanto, cerca de 20% dos adenomas são tumores menores que um centímetro e podem não ser visualizados. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

Feocromocitoma: São tumores neuroendócrinos da medula adrenal ou de paragânglios extra-adrenais (paragangliomas), com prevalência de 0,1% a 0,6%. O tumor pode se apresentar como esporádico ou associado a síndromes genéticas familiares (20% dos casos), em que predominam a de

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Von-Hippel-Lindau, neoplasia endócrina múltipla tipo 2A e 2B, neurofibromatose tipo 1 e paragangliomas, com pelo menos seis genes de suscetibilidade (RET, VHL, NF1, SDHB, SDHD e SDHC). Geralmente, o tumor é adrenal unilateral, mas pode ser bilateral (síndromes familiares), múltiplo e extra-adrenal, benigno ou maligno (5% a 26% dos casos). A hipertensão paroxística (30% dos casos) ou sustentada (50% a 60% dos casos) e os paroxismos são acompanhados principalmente de cefaléia (60% a 90%), sudorese (55% a 75%) e palpitações (50% a 70%). O diagnóstico é baseado na dosagem de catecolaminas plasmáticas ou de seus metabólitos no sangue e na urina e na identificação de mutações nos genes envolvidos. No Brasil, não se dispõe de dosagem sérica de metanefrina no sangue, mas pode-se fazê-la na urina.

Para o diagnóstico topográfico dos tumores e, eventualmente, de metástases, os métodos de imagens recomendados são: tomografia computadorizada e ressonância magnética, ambas com sensibilidade próxima a 100% para tumores adrenais e mapeamento de corpo inteiro com metaiodobenzilguanidina, com sensibilidade de 56% (tumores malignos) a 85% e alta especificidade. Octreoscan, mapeamento ósseo e PET com diferentes marcadores podem ser decisivos quando os exames de localização anteriores são negativos ou na investigação de doença maligna. O tratamento preferencial é cirúrgico. No tratamento farmacológico pré-operatório ou crônico, são utilizados alfabloqueadores (prazosina, doxazocina e dibenzilina), combinados ou não a outros agentes como inibidores da ECA, bloqueadores dos canais de cálcio, betabloqueadores, sempre após alfabloqueio efetivo e, principalmente em tumores inoperáveis, alfametiltirosina (Demser®). Para a intervenção cirúrgica, recomenda-se controle da hipertensão arterial e reposição volêmica. Em crises agudas e durante a cirurgia, nitroprussiato de sódio e antiarrítmicos são agentes freqüentemente utilizados. O seguimento do paciente é essencial para a detecção de recorrências ou metástases. No rastreamento familiar recomenda-se a detecção de mutações dos genes envolvidos e de outros exames relativos às síndromes. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

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Hipotireoidismo: É relativamente comum, principalmente em mulheres, com prevalência de aproximadamente 8% na população geral.

Hipertensão, principalmente diastólica, atinge 40%. Outros achados são: ganho de peso, queda de cabelos e fraqueza muscular. Pode ser diagnosticado precocemente pela elevação dos níveis séricos de TSH e confirmado com a diminuição gradativa dos níveis de T4 livre. Caso persista hipertensão arterial após a correção com tiroxina, está indicado o tratamento com medicamentos anti-hipertensivos.(Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

Hipertireoidismo: A prevalência das formas clínica e subclínica em adultos varia de 0,5% a 5%. A suspeita clínica é feita em presença de hipertensão arterial sistólica isolada ou sistodiastólica acompanhada de sintomas como intolerância ao calor, perda de peso, palpitações, exoftalmia, tremores e taquicardia. O diagnóstico é feito pela identificação do TSH baixo e elevação dos níveis de T4 livre. A correção geralmente se acompanha de normalização da pressão arterial. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

Hiperparatireoidismo: A suspeita clínica deve ser feita em casos de hipertensão arterial acompanhada de história de litíase renal, osteoporose, depressão, letargia e fraqueza muscular. O diagnóstico é feito pela dosagem dos níveis plasmáticos de cálcio e PTH. A correção do hiperparatireoidismo não necessariamente se acompanha de normalização da pressão arterial. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

Hipertensão Arterial Renovascular: Caracteriza-se por aumento de pressão arterial decorrente do estreitamento único ou múltiplo das artérias renais. Entretanto, a simples identificação de uma estenose de artéria renal não faz o diagnóstico de hipertensão arterial renovascular. Geralmente, o diagnóstico é confirmado após a correção da estenose e o desaparecimento ou a melhora da hipertensão arterial.

A prevalência é de 4% na população geral, mas pode ser mais alta em paciente com doença arterial coronária e periférica.

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Estima-se que 12% dos pacientes em programa de diálise apresentem doença renovascular.

A estenose de artéria renal pode ser causada por aterosclerose (90%) ou por displasia fibromuscular. As outras causas de estenose de artéria renal incluem aneurisma de artéria renal, arterite de Takayasu, tromboembólica, síndrome de Williams, neurofibromatose, dissecção espontânea de artéria renal, malformações arteriovenosas, fístulas, trauma e radiação abdominal prévia. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono

É definida como a obstrução recorrente completa ou parcial das vias aéreas superiores durante o sono, resultando em períodos de apnéia, dessaturação de oxiemoglobina e despertares freqüentes com sonolência diurna. Está relacionada ao desenvolvimento de hipertensão arterial independentemente da obesidade e alterações precoces da estrutura e da função arterial, sendo reconhecida como fator de risco para aterosclerose e doença cardiovascular.

A ativação simpática e as respostas humorais, como conseqüência aos episódios repetidos de hipoxemia, causam vasoconstricção, disfunção endotelial, elevação da PCR, aumento dos níveis de fibrinogênio, das citocinas e da pressão arterial.

A suspeita clínica deve ser realizada na presença dos seguintes sintomas: ronco alto, episódios de engasgo freqüentes, cansaço diurno, sonolência diurna excessiva, alterações de memória e capacidade de concentração prejudicada. Alguns achados clínicos associados auxiliam na suspeita diagnóstica, tais como obesidade, aumento da circunferência do pescoço, orofaringe pequena e eritematosa, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão pulmonar e cor pulmonale. Alguns pacientes podem ter apresentações clínicas atípicas, como palpitações noturnas, cefaléia matutina, tonturas, refluxo gastroesofágico e noctúria. O diagnóstico é confirmado pelo achado de cinco ou mais episódios de

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apnéia e/ou hipopnéia por hora de sono (índice de apnéia–hipopnéia) na polissonografia.

O tratamento inclui o uso de máscara de pressão positiva contínua em vias aéreas superiores por via nasal durante o sono, tratamento cirúrgico do processo obstrutivo e redução do peso em indivíduos com sobrepeso ou obesidade. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

4. TRATAMENTO

4.1. Tratamento não-medicamentoso

A adoção de um estilo saudável de vida é fundamental no tratamento de hipertensos, particularmente quando há síndrome metabólica.

Os principais fatores ambientais modificáveis da hipertensão arterial são os hábitos alimentares inadequados, principalmente ingestão excessiva de sal e baixo consumo de vegetais, sedentarismo, obesidade e consumo exagerado de álcool, podendo-se obter redução da pressão arterial e diminuição do risco cardiovascular controlando esses fatores.

Controle de peso: Hipertensos com excesso de peso devem ser incluídos em programas de emagrecimento com restrição de ingestão calórica e aumento de atividade física. A meta é alcançar índice de massa corporal inferior a 25 kg/m² (102) e circunferência da cintura inferior a 102 cm para homens e 88 cm para mulheres, embora a diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já seja suficiente para reduzir a pressão arterial.

A redução do peso está relacionada à queda da insulinemia, à redução da sensibilidade ao sódio e à diminuição da atividade do sistema nervoso simpático.

Tabela 3 – Modificações do estilo de vida no controle da pressão arterial Fonte: V Diretriz de Hipertensão arterial

Modificação Recomendação Redução aproximada na

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Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal

(índice de massa corporal entre 18,5 a 24,9 kg/m2)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padrão alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade calórica e baixo teor de gorduras saturadas e totais. Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Redução do consumo de sal Reduzir a ingestão de sódio para não mais de 100 mmol/dia = 2,4 g de sódio (6 g de sal/dia = 4 colheres de café rasas de sal = 4 g + 2 g de sal próprio dos alimentos)

2 a 8 mmHg

Moderação no consumo de álcool

Limitar o consumo a 30 g/dia de etanol para os homens e 15 g/dia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exercício físico Habituar-se à prática regular de atividade física aeróbica, como caminhadas por, pelo menos, 30 minutos por dia, 3 a 5 vezes/semana

4 a 9 mmHg

* Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular. ** Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas.

Padrão alimentar: O consumo dos alimentos pode levar à ingestão de certos nutrientes que induzem respostas às vezes indesejáveis na pressão arterial e no sistema cardiovascular. Os alimentos “de risco”, ricos em sódio e gorduras saturadas, por exemplo, devem ser evitados, ao passo que os “de proteção”, ricos em fibras e potássio, são permitidos.

Padrão alimentar é definido como o perfil do consumo de alimentos pelo indivíduo ao longo de um determinado período de tempo. É utilizado no estudo da relação entre a ingestão de certos nutrientes e o risco de doenças, pois permite

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uma compreensão mais clara sobre a alimentação como um todo, em lugar de se considerarem os nutrientes individualmente.

A dieta preconizada pelo estudo DASH (Dietary Approachs to Stop Hypertension) mostrou benefícios no controle da pressão arterial, inclusive em pacientes fazendo uso de anti-hipertensivos. Enfatiza o consumo de frutas, verduras, alimentos integrais, leite desnatado e derivados, quantidade reduzida de gorduras saturadas e colesterol, maior quantidade de fibras, potássio, cálcio e magnésio. Associada à redução no consumo de sal, mostra benefícios ainda mais evidentes, sendo, portanto, fortemente recomendada para hipertensos. Compõe-se de quatro a cinco porções de frutas, quatro a cinco porções de vegetais e duas a três porções de laticínios desnatados por dia, com menos de 25% de gordura.

Dietas vegetarianas podem ocasionar discreta redução na pressão arterial sistólica em hipertensos leves. O estilo de vida vegetariano com atividade física regular, controle de peso, aumento do consumo de potássio e baixa ingestão de álcool e a dieta em si, rica em fibras, pode ser favorável na redução do risco cardiovascular.

O hábito alimentar dos hipertensos deve incluir: redução da quantidade de sal na elaboração de alimentos retirada do saleiro da mesa; restrição das fontes industrializadas de sal: molhos prontos, sopas em pó, embutidos, conservas, enlatados, congelados, defumados e salgados de pacote tipo snacks; uso restrito ou abolição de bebidas alcoólicas; preferência por temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, em substituição aos similares industrializados; redução de alimentos de alta densidade calórica, substituindo doces e derivados do açúcar por carboidratos complexos e frutas, diminuindo o consumo de bebidas açucaradas e dando preferência a adoçantes não calóricos; inclusão de, pelo menos, cinco porções de frutas/verduras no plano alimentar diário, com ênfase em vegetais ou frutas cítricas e cereais integrais; opção por alimentos com reduzido teor de gordura, eliminando as gorduras hidrogenadas (“trans”) e preferindo as do tipo mono ou poliinsaturadas, presentes nas fontes de

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origem vegetal, exceto dendê e coco; ingestão adequada de cálcio pelo uso de produtos lácteos, de preferência,

Desnatados; busca de forma prazerosa e palatável de preparo dos alimentos: assados, crus e grelhados; plano alimentar que atenda às exigências de uma alimentação saudável, do controle do peso corporal, das preferências pessoais e do poder aquisitivo do indivíduo/família.

Redução do consumo de sal: Inúmeras evidências mostram benefícios na restrição do consumo de sal:

a) redução da pressão arterial;

b) menor prevalência de complicações cardiovasculares;

c)menor incremento da pressão arterial com o envelhecimento;

d) possibilidade de prevenir a elevação da pressão arterial;

e) regressão de hipertrofia miocárdica.

Estudos randomizados comparando dieta hipossódica com a dieta habitual, com ou sem redução de peso, demonstram efeito favorável, embora modesto, na redução da pressão arterial com a restrição de sal. Há evidências de que a pressão arterial varia diretamente com o consumo de sal tanto em normotensos como em hipertensos. Portanto, mesmo reduções modestas no consumo diário podem produzir benefícios.

A dieta habitual contém de 10 a 12 g/dia de sal. É saudável uma pessoa ingerir até 6 g de sal por dia (100 mmol ou 2,4 g/dia de sódio), correspondente a quatro colheres de café (4 g) rasas de sal adicionadas aos alimentos, que contêm 2 g de sal. Para tanto, recomenda-se reduzir o sal adicionado aos alimentos, evitar o saleiro à mesa e reduzir ou abolir os alimentos industrializados, como enlatados, conservas, frios, embutidos, sopas, temperos, molhos prontos e

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salgadinhos. Por outro lado, a redução excessiva do consumo de sal também deve ser evitada, principalmente em pacientes em uso de diuréticos, podendo provocar hiponatremia, hipovolemia e hemoconcentração.

O uso de cloreto de potássio em lugar do sal, como forma de redução do consumo de sódio ou suplementação de potássio, pode ser recomendado, porém é absolutamente contra-indicado em pacientes com risco de hiperpotassemia.

Moderação no Consumo de Bebidas Alcoólicas: Recomenda-se limitar o consumo de bebidas alcoólicas a, no máximo, 30 g/dia de etanol para homens e 15 g/dia para mulheres ou indivíduos de baixo peso. Aos pacientes que não se enquadrarem nesses limites de consumo, sugere-se o abandono.

Exercício físico: A prática regular de exercícios físicos é recomendada para todos os hipertensos, inclusive aqueles sob tratamento medicamentoso, porque reduz a pressão arterial sistólica/diastólica em 6,9/4,9 mmHg. Além disso, o exercício físico pode reduzir o risco de doença arterial coronária, acidentes vasculares cerebrais e mortalidade geral.

Abandono do tabagismo: O tabagismo deve ser agressivamente combatido e eliminado. Hipertensos podem usar com segurança terapias reposicionais com nicotina para abandono do tabagismo. Eventual descontrole de peso observado com a abolição do tabaco, embora transitório e de pequeno impacto no risco cardiovascular, não deve ser negligenciado.

Controle do estresse psicoemocional: Estudos experimentais demonstram elevação transitória da pressão arterial em situações de estresse, como o estresse mental, ou elevações mais prolongadas, como nas técnicas de privação do sono. Estudos mais recentes evidenciam o efeito do estresse psicoemocional na reatividade cardiovascular e da pressão arterial, podendo contribuir para hipertensão arterial sustentada. Estudos com treinamento para controle do estresse emocional com diferentes técnicas mostraram benefícios no controle e na redução da variabilidade da pressão arterial, podendo ser utilizado como

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medida adicional na abordagem não-farmacológica de pacientes hipertensos. Além disso, a abordagem de aspectos piscoemocionais e psicossociais pode ser útil na melhora da adesão do paciente a medidas terapêuticas não-medicamentosas e não-medicamentosas. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

4.2. Tratamento medicamentoso

O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos cardiovasculares fatais e não-fatais. As evidências provenientes de estudos de desfechos clinicamente relevantes, com duração relativamente curta, de três a quatro anos, demonstram redução de morbidade e mortalidade em maior número de estudos com diuréticos, mas também com betabloqueadores, inibidores da ECA, bloqueadores do receptor AT1, e com bloqueadores dos canais de cálcio, embora a maioria dos estudos utilize, no final, associação de anti-hipertensivos.

O tratamento medicamentoso associado ao não-medicamentoso objetiva a redução da pressão arterial para valores inferiores a 140 mmHg de pressão sistólica e 90 mmHg de pressão diastólica, respeitando-se as características individuais, a presença de doenças ou condições associadas ou características peculiares e a qualidade de vida dos pacientes. Reduções da pressão arterial para níveis inferiores a 130/80 mmHg podem ser úteis em situações específicas, como em pacientes de alto risco cardiovascular, diabéticos – principalmente com microalbuminúria, insuficiência cardíaca, com comprometimento renal e na prevenção de acidente vascular cerebral.

Princípios Gerais do Tratamento Medicamentoso: Os aspectos importantes na escolha do anti-hipertensivo estão na tabela 4. Deve-se explicar, detalhadamente, aos pacientes a ocorrência de possíveis efeitos adversos, a possibilidade de eventuais modificações na terapêutica instituída e o tempo necessário para que o efeito pleno dos medicamentos seja obtido.

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Escolha do Medicamento: Qualquer medicamento dos grupos de anti-hipertensivos, com exceção dos vasodilatadores de ação direta, pode ser utilizado para o controle da pressão arterial em monoterapia inicial, especialmente para pacientes com hipertensão arterial em estágio 1 que não responderam às medidas não-medicamentosas . Para pacientes em estágios 2 e 3, pode-se considerar o uso de associações fixas de medicamentos anti-hipertensivos como terapia inicial. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

Tabela 4 - Características importantes do anti-hipertensivo Fonte: V Diretriz da Hipertensão Arterial

Ser eficaz por via oral. Ser bem tolerado.

Permitir a administração em menor número possível de tomadas, com preferência para dose única diária.

Ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação clínica, podendo ser aumentadas gradativamente, pois quanto maior a dose, maiores serão as probabilidades de efeitos adversos.

Não ser obtido por meio de manipulação, pela inexistência de informações adequadas de controle de qualidade, bioequivalência e/ou de interação química dos compostos.

Ser considerado em associação para os pacientes com hipertensão em estágios 2 e 3 que, na maioria das vezes, não respondem à monoterapia.

Ser utilizado por um período mínimo de 4 semanas, salvo em situações especiais, para aumento de dose, substituição da monoterapia ou mudança das associações em uso.

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Classes de drogas utilizadas no tratamento da hipertensão:  Diuréticos

 Simpatolíticos

 Vasodilatadores de ação direta  Antagonistas de cálcio

 Inibidores da cascata renina-angiotensina  Antagonistas dos receptores de angiotensina II (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

 Diuréticos:

Os diuréticos utilizados no tratamento da hipertensão são subclassificados em três grupos:

 Tiazidas

 Diuréticos de alça

 Agentes preservadores de potássio

Embora os diuréticos possam compartilhar um mecanismo de ação a nível de sistema (redução do volume sanguíneo) e de tecido (potencialização de excreção de água pelos rins) em comum, estas drogas diferem em termos de mecanismos celulares e moleculares de ação, e portanto, no sítio de ação nos rins. Mais importante, a ação como anti-hipertensivos está fracamente relacionada com a atividade diurética dessas drogas:

Os diuréticos de alça são agentes moderadamente anti-hipertensivos. Ainda que potentes diuréticos.

As tiazidas são a gentes anti-hipertensivos potentes, mas moderadamente diuréticos.

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Assim, embora a diurese tenha sido a explicação convencional para o efeito benéfico proporcionado pelos diuréticos na hipertensão, existe uma preocupação crescente a respeito da compreensão dos mecanismos moleculares e celulares de ação destas drogas. A única certeza que se tem no momento é que os rins parecem ser um sítio de ação, mas outros possíveis sítios, como resistência das arteríolas, podem estar envolvidos. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

 Simpatolíticos:

O mecanismo tecidual de ação dos simpatolíticos consiste na redução direta ou indireta da atividade na junção neuroefetora simpática ou nos locais de ação da epinefrina circulante. Este mecanismo tecidual de ação constitui a base da definição destas drogas e pode ser obtido por vários mecanismos diversos, dependendo do local de ação:

Algumas drogas atuam no centro vasomotor no cérebro, reduzindo centralmente o tônus simpático.

Outras drogas atuam perifericamente na neurotransmissão adrenérgica nas regiões pré ou pós-sinápticas ou em receptores ativados pela epinefrina circulante.

Muitos destes agentes possuem um mecanismo de ação tecidual direto e indireto, uma vez que podem agir a nível de sistema nervoso e reduzir as respostas cardíacas, vasculares ou de outros tecidos. Os mecanismos celulares e moleculares de ação também são diversos, envolvendo uma variedade de diferentes receptores e componentes da transdução. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

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Os agentes que dilatam as arteríolas por um mecanismo molecular outro que não antagonismo α1 – adrenoceptor ou modulação dos canais de Ca²+ do tipo L são tradicionalmente denominados de “vasodilatadores de ação direta”. Esta nomenclatura caracterizava-se por uma abreviatura conveniente para indicar o desconhecimento dos mecanismos moleculares (e freqüentemente celulares) de ação, hoje resolvidos. Mas apesar disto, o termo “ação direta” permanece. Estes agentes vêm sendo consistentemente utilizados no tratamento das emergências. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

 Antagonistas de cálcio

As drogas que atuam a nível molecular interferindo com a abertura ou fechamento dos canais de Ca²+ do tipo L (antagonistas do Ca²+) vem sendo crescentemente utilizadas na hipertensão.

Pacientes hipertensivos idosos respondem bem aos antagonistas do cálcio. Entretanto, as pessoas de origem africana são menos responsivas.

De modo geral, os antagonistas do Ca²+ possuem um aspecto de ação rápido e reduzem a pressão sanguínea em aproximadamente 30 minutos da administração.

Os efeitos adversos ocasionais incluem cabeça latejante, palpitações, sudorese, tremores e enrubescimento. A constipação é o principal efeito adverso de verapamil, porém mais importante é que ambos verapamil e diltiazem podem ter efeitos inotrópicos negativos em pacientes com insuficiência cardíaca preexistente e, portanto, estas drogas são contra-indicadas nestes casos. A nifedipina não possui estes efeitos. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

 Inibidores da cascata renina-angiotensina

O decapeptídeo inativo, angiotensina I, é convertido em um octapeptídeo ativo, a angiotensina II, pelas ACE. Uma redução na pressão sanguínea pode ser

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obtida através do bloqueio da atividade da ACE ou dos receptores da angiontensina II. Os mecanismos de ação dos inibidores da ACE são os seguintes:

O mecanismo molecular de ação consiste em inibir a atividade das ACE.

O mecanismo de ação celular resultante é a redução da síntese de angiotensina II e do metabolismo de algumas cininas vasodilatadoras.

Os inibidores de ACE são úteis em todos os tipos e graus de gravidade da hipertensão e são amplamente utilizados.

Os inibidores da enzima conversora de angiotensina reduzem as concentrações da angiotensina II (vasoconstritor) e elevam as concentrações de bradicina (vasodilatador). O acúmulo de bradicina resulta da ação dos inibidores de ACE na cininase II (cininase II e ACE são a mesma enzima). Reduzem a resistência periférica e o volume sanguíneo sem interferir com a frequência cardíaca. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

 Antagonistas dos receptores de angiotensina II

O protótipo destas drogas era a saralasina que, por ser um peptídeo, é inativada quando ministrada por via oral e imunogênica por via endovenosa. Mais recentemente foram desenvolvidos compostos não-peptídicos ativos por via oral. Esses novos antagonistas não-peptídicos da angiotensina II compreendem losartan.

O losartan é uma droga recentemente aprovada nos Estados Unidos, para o tratamento da hipertensão. Esta droga difere dos inibidores da ACE no sentindo de que não afeta diretamente a degradação da bradicinina, embora ainda não se saiba ao certo se isto confere alguma vantagem em termos de eficácia e perfil de efeitos adversos comparativamente aqueles dos inibidores de

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ACE. A incidência de tosse é menor do que a provocada pelos inibidores da ACE. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010)

4.4. ANTI-HIPERTENSIVOS Diuréticos

Tabela 5 – Medicamentos genéricos da classe de diuréticos Fonte: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME)

DENOMINAÇÃO GENÉRICA APRESENTAÇÃO

espironolactona comprimido 25 mg e 100 mg hidroclorotiazida comprimido 12,5 mg e 25 mg Furosemida Comprimido 40 mg Solução oral 10mg/ml Solução injetável 10mg/ml  Bloqueadores adrenérgicos

Tabela 6 – Medicamentos genéricos da classe de Bloqueadores adrenérgicos. Fonte: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME)

DENOMINAÇÃO GENÉRICA APRESENTAÇÃO

atenolol comprimido 50 mg e 100 mg

metildopa comprimido 250 mg

succinato de metoprolol ou

Tartarato de metoprolol

Comprimido de liberação controlada 50 mg e 100 mg

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Cloridrato de propanolol comprimido 10 mg e 40 mg

solução oral 1mg/ml

Bloqueadores de canais de cálcio

Tabela 7 – Medicamentos genéricos da classe de bloqueadores de canais de cálcio. Fonte: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME)

DENOMINAÇÃO GENÉRICA APRESENTAÇÃO

Besilato de anlodipino comprimido 5 mg e 10 mg

Cloridrato de verapamil comprimido 80 mg e 120 mg

solução injetável 2,5mg/ml

Vasodilatadores diretos

Tabela 8 – Medicamento genérico da classe de vasodilatadores diretos. Fonte: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME)

DENOMINAÇÃO GENÉRICA APRESENTAÇÃO

cloridrato de hidralazina comprimido 50mg

solução injetável 20 mg/ml

Inibidores da enzima conversora de angiotensina

Tabela 9 – Medicamentos genéricos da classe de Inibidores da enzima conversora da angiotensina

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Fonte: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME)

DENOMINAÇÃO GENÉRICA APRESENTAÇÃO

Captopril comprimido 25 mg

maleato de enalapril comprimido 5 mg, 10 mg, e 20 mg

Antagonistas de receptores de angiotensina

Tabela 10 – Medicamento genérico da classe de antagonistas de receptores de angiotensina. Fonte: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME)

DENOMINAÇÃO GENÉRICA APRESENTAÇÃO

losartana potássica comprimido 50 mg

4.5. Mecanismos de ação e farmacocinética dos anti-hipertensivos Espironolactona

Como age: Como diurético ou como anti-hipopotassêmico, inibindo competitivamente a aldosterona nos rins (túbulos distais) levando à excreção de sódio e água a à retenção de potássio. Como anti-hipertensivo, reduz o volume líquido e o débito cardíaco, baixando a pressão. No hirsutismo feminino e nos ovários policísticos a ação pode ser explicada pelos efeitos antiandrogênicos da espironolactona.

Farmacocinética:

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Biotransformação: no fígado (25 a 30% transformada em canreona, um metabólito ativo)

Ação: -início: 24 a 48 horas; duração: 48 a 72 horas

Eliminação: - urina (metabólitos); bile (fezes) (metabólitos). (Escala, 2007).

Hidroclorotiazida

Como age: Como diurético, interfere com a reabsorção de sódio nos rins (túbulos distais) levando á excreção de sódio e água. Aumenta a secreção de potássio nos rins (túbulos distais e coletores) e a sua excreção. Como anti-hipertensivo, reduz o volume de líquidos e o débito cardíaco; também diminui a resistência periférica, atuando diretamente nos vasos.

Farmacocinética: Absorção: gastrintestinal.

Biotransformação: não sofre.

Ação: - início: 2 horas; duração: 6 a 12 horas

Eliminação: - urina (não metabolizado) (Escala, 2007).

Furosemida

Como age: Como diurético, inibe a reabsorção de sódio e água nos rins (ramo descendente da alça de Henle). Como anti-hipertensivo, reduz o volume de líquidos e o débito cardíaco, baixando a pressão.

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Absorção: gastrintestinal (60 a 70%)

Biotransformação: no fígado

Ação: -início: 20 a 60 minutos (oral); 5 minutos (intravenosa); duração: 6 a 8 horas (oral); 2 horas (intravenosa)

Eliminação: - urina: 88%; bile (fezes): 12%. (Escala, 2007).

Atenolol

Como age: Bloqueia os efeitos estimulantes (agonistas) dos neurotransmissores simpáticos, competindo pela ligação nos receptores beta. Diminui a freqüência cardíaca (bloqueio B1), a pressão arterial (possivelmente por diminuir o débito cardíaco e a inibição da liberação de renina pelos rins). Funciona com antianginoso por diminuir a demanda de oxigênio pelo miocárdio. Pode, em altas doses, diminuir a função pulmonar (bloqueio B2).

Farmacocinética:

Absorção: gastrintestinal (50%)

Biotransformação: praticamente não sofre

Ação: início: 2 a 4 horas; duração: 24 horas.

Eliminação: fezes: 50%, como atenolol; urina: restante, como atenolol. (Escala,2007).

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Como age: Converte-se em alfa-metilnorepinefrina que promove estimulação de receptores centrais alfa 2-adrenérgicos, diminuindo os impulsos simpáticos, e diminuindo assim a pressão arterial.

Farmacocinética:

Absorção: gastrintestinal (50%)

Biotransformação: no fígado; nos neurônios adrenérgicos centrais converte-se em alfa-metilnorepinefrina.

Ação: efeito (pico): 4 a 6 horas, após dose única; duração: 12 a 24 horas.

Eliminação: urina (70% como metildopa e metabólito); fezes (metildopa não absorvida) (Escala,2007).

Metoprolol

Como age: Atua sobre os receptores b 1 de localização cardíaca, em doses menores que as necessárias para influir sobre os receptores b 2, que são encontrados principalmente nos brônquios e vasos periféricos. Diminui ou inibe o efeito estimulante das catecolaminas no coração, o que produz uma diminuição da freqüência cardíaca, da contratilidade miocárdica e do volume minuto cardíaco. Abaixa a tensão arterial elevada. O metoprolol aumenta a resistência nos vasos periféricos, que é normalizada no decorrer do tratamento prolongado. Regula a freqüência cardíaca em taquicardias supraventriculares, fibrilação atrial e extra-sístoles ventriculares. Seu efeito antiarrítmico baseia-se na inibição do automatismo das células marca-passos e no prolongamento do tempo de condução atrioventricular.

Farmacocinética:

Absorve-se completamente após a administração oral e mais de 95% são excretados na urina. As concentrações plasmáticas máximas são alcançadas ao

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término de 1 a 2 horas e após 4 a 5 horas nas formas de liberação prolongada. (Soriak, 2007/08).

Cloridrato de propranolol

Como age: Bloqueia os efeitos estimulantes (agonistas) dos neurotransmissores simpáticos, competindo pela ligação nos receptores beta. É um bloqueador não seletivo (bloqueia B1 e B2). Diminui a freqüência cardíaca (bloqueio B1), a pressão arterial (possivelmente por diminuir o débito cardíaco e a inibição da liberação de renina pelos rins). Funciona com antianginoso por diminuir a demanda de oxigênio pelo miocárdio. Pode diminuir a função pulmonar (bloqueio B2).

Farmacocinética:

Absorção: gastrintestinal (90%)

Biotransformação: no fígado

Ação: efeito (pico): 60 a 90 minutos (liberação prolongada: 6 horas)

Eliminação: urina (menos de 1% como propranolol) (Escala, 2007).

 Besilato de anlodipino

Como age: Diminui a concentração de cálcio no interior das células da musculatura lisa vascular e em menor grau nas do músculo cardíaco, dilata então as coronárias, as artérias periféricas e as arteríolas.

Farmacocinética:

Absorção: gastrintestinal (quase completamente); alimentos não interferem.

Referências

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