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Vera Lúcia Gomes Rocha

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Academic year: 2021

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Vera Lúcia Gomes Rocha

Relatório da vivência VER-SUS/ 2016.1

Arapiraca

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04-01-16: O período da manhã foi disponibilizado para a chegada dos viventes e para a organização das acomodações no prédio da UNEAL.

À tarde, houve um seminário no auditório da universidade onde

lideranças dos programas de saúde apresentaram o funcionamento do SUS em Arapiraca. Pontos muito importantes foram abordados nesse seminário, como: a área de cobertura do programa estratégia de saúde da família, que passa de 90%, a saúde da mulher, a rede cegonha (que foi brilhantemente apresentada), a atenção a pacientes com doenças crônicas (diabetes, câncer do colo do útero e de mama e cardiopatias) e o NASF (núcleo de apoio a saúde da família).

À noite, tivemos atividades na plenária: apresentação do VER-SUS por parte dos facilitadores e da equipe de comissão. Em seguida, a realização de uma mística e a apresentação de cada participante (viventes e facilitadores), ganhamos um kit com a mochila e uma camiseta do projeto.

Para encerrar, tivemos a divisão dos grupos que realizariam as seguintes atividades: mística, cultural, limpeza, alvorada e relatoria. Firmamos então o contrato de convivência.

05-01-16: Iniciamos as atividades pela manhã na plenária. Cada grupo foi dividido por NB (núcleo de base), onde nos reunimos para a escolha e a confecção da bandeira, o nome do grupo e o grito de guerra.

Fiz parte do NB que ficou com o nome e a bandeira “desperta-SUS” e o grito de guerra foi uma paródia da música Maria Bonita, de Luiz Gonzaga: “Desperta povo brasileiro,

O SUS tem que ficar de pé, Pois ele é nossa conquista, “E dessa luta num arredo o pé.

Tivemos então a apresentação de cada NB, em seguida fomos divididos em GL’s (grupos de leitura), para realizarmos a leitura de um texto sobre

sociedade, meu NB ficou com um texto de Karl Marx, que falava de uma falsa democracia ou uma democracia burguesa. Após a leitura, todos discutiram sobre as reflexões trazidas pelos textos a respeito de sociedade. Foi um momento enriquecedor, onde pudemos questionar e trocar opiniões sobre nosso ponto de vista.

À tarde, retornamos com uma mística sobre sociedade, assistimos a um vídeo abordando o tema (Se os tubarões fossem homens). Ao discutirmos sobre o vídeo, muitos se emocionaram em suas colocações pois, para nós foi um choque saber que a sociedade é tão irracional, foi um momento ímpar, tivemos também um vídeo sobre reforma agrária, que também discutimos e fizemos várias reflexões. Realizamos uma dinâmica sobre como tratar o outro.

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Á noite, iniciamos as atividades com a leitura de um texto sobre estupro, discutimos e logo após cada NB ficou responsável por desenhar em uma cartolina uma mulher ou um homem com suas características. Com essa dinâmica pudemos discutir sobre as rotulações que recebemos por parte da sociedade e do quanto nos preocupamos com aquilo que acham a nosso respeito, isso foi marcante pois assim também são tratados os usuários do SUS, que não podem ser rotulados e sim tratados como um ser humano como qualquer outro.

Tivemos a leitura de um poema por parte de um vivente e em seguida, uma cultural dinâmica sobre o entendimento do outro. Assistimos a um vídeo sobre feminismo e outro sobre a história das coisas, fizemos a discussão e com ela encerramos as atividades do dia.

06-01-16: Dia de vivência. Visitamos a unidade básica de saúde Judá Fernandes de Lima, em Cacimbinhas. Iniciamos pela triagem dos pacientes realizada na sala de pré-consulta, por uma técnica de enfermagem e um estagiário. Fomos recebidos pela diretora da unidade que foi muito receptiva e nos deu toda informação desejada.

A unidade disponibilizava de 3 equipes de estratégia de saúde da

família e recebia o apoio do NASF, que tinha como equipe um nutricionista, um farmacêutico e um assistente social, só não tinha o psicólogo, mas caso

houvesse necessidade o usuário seria encaminhado para o CRIE ( centro de referências imunobiológicos especiais). Realizava também marcações para o hiperdia por parte do agente comunitário de saúde. Contava com pronto atendimento, busca ativa, dentista e o espaço nascer como contra referência para gestante de alto risco. Realizava reuniões tanto com a comunidade como com a equipe de profissionais. Conversamos com alguns funcionários e com usuários que se diziam satisfeitos com o funcionamento da unidade.

Entrevistamos uma médica cubana que fazia parte do programa mais médicos, foi uma experiência fantástica.

À tarde, iniciamos com uma mística sobre sentir o outro. Realizamos uma roda de conversa sobre a atenção básica, onde recebemos a visita da coordenadora de atenção básica do município que elogiou o projeto e participou explicando sobre a atenção básica e esclarecendo as dúvidas surgidas no decorrer da discussão, falou também sobre humanização e a relação das unidades com a comunidade. Recebemos também a visita de Elias, médico residente em ESF em Caruaru, que relata um pouco da sua experiência no serviço e enfatiza a importância do profissional em se qualificar para trabalhar na área de saúde coletiva e saúde da família. Recebemos ainda a visita da coordenadora do NASF, que explicou sobre o núcleo e destacou a dificuldade por parte dos profissionais em entender o seu funcionamento.

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07-01-16: Vivência- Visitamos a atenção secundária, fomos ao espaço TRATE, um centro de cuidados para crianças com autismo, idealizado por duas

psicólogas e mantido pelo SUS e por doações de empresários e o apoio das famílias dos usuários, um trabalho fantástico, que deixou minha equipe emocionada.

A estrutura física era perfeita, as crianças recebiam todo o aparato necessário para a sua melhora na qualidade de vida, tinha terapeuta

ocupacional, nutricionista, psicopedagogo, psicólogo entre outros profissionais e voluntários. Ficamos realmente maravilhados e bastante emocionados com o funcionamento do local, a equipe era bem harmoniosa e uma vez por mês eles realizavam atividades de lazer com toda a equipe, foi uma visita inspiradora..

À tarde, vimos um vídeo a respeito de humanização, que fazia uma demonstração artística da realidade em que era tratado o usuário do SUS. Nos dividimos para a leitura de um texto sobre humanização, discutimos e todos fizeram uma apresentação de forma lúdica sobre o conteúdo abordado em cada texto, foi bem interessante, houve paródia, cordel e peças de teatro que nos fizeram absorver o conteúdo de uma forma prática.

À noite, tivemos a opressão aos negros. A equipe de facilitadores e a comissão nos proporcionaram uma atividade incrível, onde a plenária foi toda decorada para a realização da atividade, enquanto os viventes estavam sentados de olhos fechados, os facilitadores passavam em nosso meio relatando histórias de negros que haviam perdido sua vida por conta do preconceito.

Essa dinâmica nos possibilitou o direito de nos reconhecermos enquanto negros e muitos viventes se sentiram a vontade para relatar suas experiências, foi um momento mágico e único, começamos então a rever nossos conceitos a respeito do preconceito racial, só tenho a agradecer ao VER-SUS por essa experiência.

08-01-16: Dia de vivência. Fomos ao CAPS, conhecemos seu funcionamento e entrevistamos uma técnica de enfermagem e uma assistente social, que nos mostraram o funcionamento do local, nos deram muitas informações a respeito dos pacientes e das condutas dos familiares, O que me chamou a atenção foi uma conversa que tivemos com a assistente social que relatou sua opinião a respeito do movimento da reforma psiquiátrica.

Á tarde, demos início às atividades na plenária com uma mística sobre saúde mental. Vimos um vídeo (Saúde mental e dignidade humana).

Discutimos então sobre a experiência vivida nas visitas aos CAPS de Arapiraca e abordamos a saúde mental em geral, houveram vários relatos de

experiências tanto por parte dos viventes como dos facilitadores a respeito do tema, depoimentos emocionantes. Recebemos na oportunidade, as visitas de

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uma enfermeira e de uma farmacêutica do CAPS AD e da assistente social e diretora do CAPS AD, que enriqueceu bastante a roda de discussões, foi uma participação importantíssima que só nos acrescentou. Abordamos ainda o tema das comunidades terapêuticas e a construção do complexo terapêutico e da dificuldade do funcionamento dos CAPS que ainda têm a visão

hospitalocêntrica. A discussão foi maravilhosa. Noite: Tivemos a cultural.

09-01-16: Pela manhã lemos um texto que abordava o tema da reforma sanitária, da conferência de saúde e da participação popular, fizemos então uma roda de conversa e foi um momento pedagógico, onde podemos entender como se deu o processo da participação popular na história do nosso país e na implementação do SUS.

À tarde, construímos uma linha do tempo com a participação de todos, foi realizado um cartaz onde cada um ia completando com sua marca, data e evento ocorrido de acordo com o que continha no texto.

À noite, tivemos a dinâmica sobre opressões transfóbicas e

homofóbicas, foi mais um momento emocionante, após a dinâmica realizada pelos facilitadores, vimos um vídeo que trazia a realidade cruel vivida pelos trans e homossexuais seguida de vários assassinatos, foi realmente chocante. Após o vídeo, ficamos abertos para a discussão, como tínhamos homossexuais como viventes, pudemos constatar que o preconceito é realmente gritante e assustador, entendemos então que todos somos cidadãos, independente da orientação sexual, não somos diferentes, com depoimentos emocionados e emocionantes encerramos as atividades.

10-01-16: Dia destinado ao lazer. Neste dia tivemos atividades voltadas para nosso lazer, pois, este é parte integrante da saúde, todos precisamos de lazer para a complementação do bem estar, já que saúde abrange o biopsicossocial do ser humano. Tivemos um almoço descontraído, passeios na parte da tarde e a noite assistimos aos filmes (Tatuagem e Que horas ela volta?).

11-01-16: As atividades são iniciadas com uma mística sobre o eixo confiança e união, onde todos tínhamos que nos livrar de um nó que aparentemente era impossível, mas, que assim como a luta pelo SUS juntos conseguimos superar. Iniciamos a leitura de um texto que trazia a triste atuação da EBSERH (

empresa brasileira de serviços hospitalares) no Hospital Universitário de Maceió, que inclua a falta de medicações para os usuários. A discussão foi empolgante, pois podemos constatar a ineficiência das OS no comando das gestões, cada NB trazia dados alarmantes sobre essas empresas, abordamos então a importância da micro gestão.

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À tarde, tivemos a palestra com o professor Menezes sobre o

financiamento do SUS, foi maravilhosa, o professor deu uma verdadeira aula sobre o tema e muitos puderam tirar suas dúvidas a respeito do assunto, triste foi ficar a par da situação financeira do estado e do país, mas, agora podemos ter ideia de quão é importante lutar contra a privatização do nosso sistema de saúde.

À noite, tivemos reunião na plenária e reformulamos o contrato de convivência. 12-01-16: As atividades tiveram início com a mística que teve como eixo a saúde da população negra. Recebemos a visita do psicólogo Fabrício, que nos trouxe o vídeo: Matriz Afro, o povo brasileiro por Darcy Ribeiro. Após o vídeo, foi aberta a discussão a respeito do tema abordado e várias foram as

colocações e as dúvidas. Abordamos a origem da raça negra, a escravidão, a quebra do xangô em Alagoas, a desvalorização da cultura e a guerra política.

Fabrício comenta sobre nossa matriz, democracia racial, racismo institucional e a relação étnico-racial no atendimento a saúde. Logo após a discussão, nos dividimos em GL para a leitura de textos, meu grupo ficou com, o movimento negro na construção da política nacional de saúde da população negra e sua relação com o estado brasileiro. Iniciamos a discussão, nela surgiram várias realidades enfrentadas por essa população até os dias atuais, como: a mortalidade infantil entre os anos de 1980 e 1991,a política de

educação, sociedade consciente da construção de uma ciência voltada para a identidade de classes, triste situação de Alagoas é o pior estado para a juventude negra.

À tarde, iniciamos com uma roda cantada com músicas afros, continuamos as discussões a respeito dos conteúdos dos textos, foi uma discussão bastante crítica onde nos expressamos sobre a realidade do negro no Brasil. Realizamos uma dinâmica de observar o outro e se reconhecer nele. Em seguida, assistimos ao vídeo: O cuidado nos terreiros-saúde. Debatemos sobre a religiosidade africana, foi um momento especial, pois a humanização das pessoas do candomblé e sua visão sobre saúde foi algo que me encantou.

À noite, tivemos a cultural com a oficina de turbantes e a confecção dos envelopes onde deixaríamos recados como forma de carinho.

13-01-16: Dia de vivência. Fomos conhecer o assentamento do MST, José Elenilson, em Teotônio Vilela. Lá fomos muito bem recebidos por todos, tivemos orientações sobre o funcionamento e a história do movimento e tivemos a oportunidade de acompanhar os trabalhadores na sua rotina de trabalho, foi uma verdadeira aula de cidadania, o que quebrou o nosso preconceito a respeito dessas pessoas que lutam por seu espaço, após conhecer as plantações e a criação de animais, tivemos um almoço delicioso, preparado pelas mulheres do assentamento.

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À tarde, assistimos a uma peça interpretada pelos assentados sobre a luta por terra e os conflitos que eles enfrentam. Após a peça, ouvimos mais um pouco da constituição do movimento por parte de dois assentados, abrimos para as perguntas e discussões, foi um dia inesquecível, onde pude

compreender a importância desse movimento.

À noite, conversamos a respeito da experiência vivida.

14-01-16: Pela manhã recebemos a visita de duas pessoas representantes do MST. Iniciamos com uma discussão sobre nossa experiência na visita ao assentamento.

Abrimos para os questionamentos, e mais uma vez foi algo bastante proveitoso, pudemos entender como se forma o movimento e como se dá seu andamento. Sugiram também pontos por parte dos viventes sobre a

fiscalização de pessoas que tentam se aproveitar do movimento, da questão da educação das crianças e dos jovens,e do atendimento a saúde dos

assentados. Os convidados esclareceram as dificuldades por parte da prefeitura nos atendimentos às necessidades e da importância da mulher no assentamento.

Lemos um texto sobre: A política de educação, saúde e cultura voltada para o MST, assistimos ao vídeo: Saudação do Mujyca, iniciamos então a discussão sobre o texto e o vídeo, o que nos interou das políticas, e interagimos bem com a dupla de convidados.

À tarde, assistimos ao vídeo: Lutar, construir reforma agrária popular e outro sobre agrotóxico: O veneno está na mesa. Encerramos as atividades com uma discussão sobre os vídeos e o tema abordado.

Á noite, tivemos uma cultural, a despedida dos colaboradores e o agradecimento e homenagens aos facilitadores e comissão.

15-01-16: Encerramos as atividades com uma roda de conversa realizada na plenária onde fizemos um balanço sobre toda a vivência, nos expressamos e nos despedimos, foi um momento triste, pois a experiência foi única e

inigualável. Tendo tudo sendo concluído, no início da tarde retornamos para as cidades de origem.

Referências

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