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Palácio dos Condes. da Calheta reabre. com exposição sobre ciência

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Palácio

dos

Condes

da

Calheta

reabre

com

exposição

(2)

Palácio

reabre

com

exposição sobre

ciência

e

expansão

Lisboa.

O

Palácio

dos

Condes

da Calheta,

no

topo

do Jardim

Botânico

(3)

LINA SANTOS

Vedado aoolhar público

habitual-mente, oPalácio dos Condes da

Calheta, no topo do Jardim Botânico

Tropical, será convertido numa

"exposição permanente ligada à

ciência etécnica nos

descobri-mentos eexpansão portuguesa",

avança José Sousa Dias, diretor dos

Museus daUniversidade de

Lis-boa, que tutela oespaço que ante-riormente pertencia aoInstituto de

Investigação Científica Tropical (IICT).

Énopiso nobre, revestido a azu-lejos do século XVII,usado ao

lon-go do último ano para as

exposi-ções do MUDE

-

Museu de Design edaModa fora do seuedifício que

afutura exposição dedicada à

Ciên-ciaeTécnica sefixará.

"Aideia écriar um espaço onde setrate questões tecnocientíficas

da navegação atlântica, cartogra-fia, com aartilharia eaguerra no mar, ahistória natural desde o sé-culo XVIao século XX, a flora, a

fau-na." Ooutro plano é

"principal-mente onde osazulejos sejam mais

figurativos, eles possam ser

inte-grados naexposição".

Umexemplo, segundo José Sou-saDias, seria remeter ositens rela-cionados com oconhecimento da

faunaparaa Salados Azulejos

rela-tivos àcaça, enquanto a Sala das Batalhas seria dedicada à guerra no

mar eànavegação", resume. "Estamos a falar deuma

aborda-gem sobre aintervenção colonial

do país e,mais do que isso, qual foi

ocontributo da ciência edatécnica

para aglobalização noséculo XVI, nomeadamente aonível da

nave-gação, e,por outro lado, tudo oque

tem que ver com oconhecimento

dos trópicos, fauna eantropologia.

Avisão científica que dá origem à expansão ecolonização, mas

tam-bém aque resulta da expansão e

colonização", precisa odiretor dos

Museus daUniversidade de Lis-boa, uma designação que serve para falar do Jardim Botânico,

Jar-dim Botânico Tropical e Observa-tório Astronómico da Ajuda e,

cla-ro, do Museu deHistória Natural, na Ruada Escola Politécnica,

des-tino de algumas peças que agora se

encontram nasquatro salas das re-servas do Palácio dos Condes da

Calheta.

Detudo oque seencontra

atual-mente neste edifício, aúnica coisa

que ficará igual éa xiloteca, a

bi-blioteca de madeiras. "Os móveis

usados para mostrar asmadeiras

foram construídos com madeiras

exóticas", conta Ana Godinho,

his-toriadora, que aqui trabalha, nes-tas reservas. Várias salas estão

ocu-padas com coleções deAngola,

Moçambique, Guiné eTimor, e

es-pécimes naturais, entre eles acria

dorinoceronte doMuseu de Histó-riaNatural, serão mostradas de

ou-tra maneira, assegura José Sousa Dias.

(4)

"Vai haver um núcleo dedicado

à antropologia e estudo dohomem

emuitos desses objetos podem lá

ficar", adianta, aomesmo tempo

que avisa que nada estádecidido a esserespeito. "Uma das coisas muito

interessantes queolICT tinha era que, como parte das investigações

eram do século XX, ainda tinham

osobjetos usados. Épossível quese

usem porque são um bom exem-plo decomo era feita."

Balanças, réguas, câmara

foto-gráfica e outros instrumentos

usados por estas equipas, como

catálogos de cores de olhos, de

cores depele, de cabelos, um in-ventário hoje politicamente

in-correto. "Éhistórico. Representa

amentalidade eaperspetiva de

umdeterminado período. Temde ser encarado como oque é,

por-que senão não sefazia omuseu

da escravatura", defende Sousa Dias, ao DN.

Das missões científicas aÁfrica, em 1946e1947,nomeadamente à Guiné, o investigador Amílcar

(5)

Ma-Ana Godinho, historiadora

que trabalha nas reservas do Palácio da Calheta teus, que liderava aoperação no terreno, trouxe vários objetos de

uso quotidiano. Amissão era

coor-denada cientificamente pelo an-tropólogo António Mendes Cor-reia, fundador do Instituto de

An-tropologia

da Universidade do

Porto. Estes objetos foram incor-porados no Instituto de

Investiga-ção Científica Tropical (IICT)já no

século XXI, conta Ana Godinho. A origem das coleções évariada,

conta Ana Godinho, que tem feito

ainventariação desses objetos.

Uma, das quatro existentes, veio de Angola, mas sobre elanada sesabe. "Temos alistagem emais nada, foi

adquirida acolecionadores

parti-culares, alguns objetos têm marcas

de uso", refere. Outro

conjunto

concentra artefactos de

Moçambi-que -mezinhas, cabacinhas, pós

que sedizia que curavam. Outra contém osobjetos queum dia

fize-ram parte do Museu Agrícola das

Colónias. Reúne cestaria,

instru-mentos depesca edotrabalho da

terra, alguns brinquedos... Aquarta,

eúltima, sala de reservas está

re-servada aos espécimes naturais.

Aves, um crocodilo eacria da

rino-ceronte que pertence aoMuseu de

História Natural.

Apartir de 10 demarço, o

palá-cio construído no século XVIIpelo

4.°conde da Calheta, João

Gonçal-ves da Câmara, acolhe aterceira e

última exposição do MUDE, Tanto

Mar

-Fluxos

Transatlânticos do

Design. Quando terminar, a 15de

julho, oedifício, antigo Museu

Agrí-cola doUltramar, entre outros usos, entrará emobras. "O que neste mo-mento está previsto para o espaço

éumautilização variada, que

sepa-raorés-do-chão do primeiro piso, opiso nobre", afirma odiretor. "No rés- do-chão, uma das alasvaificar

para formação avançada da

uni-versidade e naoutra metade haverá

umacafetaria."

Fazer obras éumadecisão recen-te,confirma JoséSousa Dias aoDN.

"Só começou a ser desenvolvida em novembro. Foi auniversidade que

mostrou disponibilidade em fazer uma intervenção mais volumosa",

afirma, sem conseguir prever por quanto tempo sevão prolongar os

trabalhos neste edifício quefoi ad-quirido por D.JoãoVem 1726.

Nofinal do século XVIIIestá

pra-ticamente aoabandono, conta Ana Godinho. Érecuperado para

rece-bervisitas defamílias reais (opaide D.Fernando 11,por exemplo) evem

aconverter-se nacasa dos funcio-nários reais aposentados, caso do

precetor dos príncipes.

Ojardim tropical instala-se aqui em 1916, deixando aquinta onde

seencontra atualmente oJardim

Zoológico. Em1929,éoficialmente inaugurado oMuseu Agrícola

Co-lonial (MAC).Aqui se reuniam as

coleções deprodutos agrícolas e

florestais ultramarinos, que se da-vam no microclima destazona de

Belém, eque serviam para fazer

testes eensinar. "Formava enge-nheiros que depois iam trabalhar paraascolónias", conta a

historia-dora Ana Godinho.

Em 1940 conhece outro uso: é o

pavilhão daCaçaedoTurismo na Exposição do Mundo Português.

Opalácio éocupado, os seus

tan-ques são usados paraexpor croco-dilos, nojardim aludem-se às

vá-rias geografias coloniais

portugue-sas.Uma aldeia guineense vive em permanência no Jardim Botânico

(6)

Tropical simulando ávida na terra

natal; um elefante circulava por uma das zonas dojardim, explica,

enquanto seatravessa o local. Há

uma estufa, onde secultivavam es-pécies tropicais, cháecafé. E,junto

aoque sechama hoje casa da

dire-ção,haviajaulas com leões. Dentro dacasa, háazulejos SantAna com cenas do quotidiano em África.

Esseéotema de dois painéis escul-pidos em madeira deAlípio

Bran-dão que aí serão mostrados.

Investimento de quatro milhões

Aintervenção no palácio éuma das

várias que aUniversidade de

Lis-boatem prevista. Jardim eestufa também serão alvo de intervenção,

garante José Sousa Dias. "Quando

foi da estrutura de missão deBelém dirigida pelo professor Lamas, por via do Centro Cultural deBelém, foi feito um plano derecuperação

paisagístico paraoJardim Botânico

Tropical", situa odiretor dos

mu-seus. "Quando a estrutura de

mis-sãoterminoueojardimfoiintegrado na universidade oCCBcedeu-nos

aautorização para usar oplano

pensado para ojardim botânico tropical." Aavaliação estáavaliada em quatro milhões de euros eserá

aplicada emvárias etapas, explica

José Sousa Dias. "Jáfoi enviado

paraaDGPC

[Direção-Geraldo

Património Cultural] ,logo que a

DGPC aprove oplano, avançamos

com afase de recuperação, que

será uminvestimento apreciável",

admite. "Vamos começar com um

milhão." Umaparte doplano ficará de fora, nomeadamente aque

pre-via a criação deuma hortusmundi,

uma zona deculturas", confirma

José Sousa Dias.

Com aexposição dedicada aos

descobrimentos, expansão e

colo-nização portuguesa cumpre-se a proposta, defendida poralguns, de

existir em Lisboa um Museu dos

Descobrimentos? José Sousa Dias rejeita a provocação.

"Ojardim emsi,jardim colonial,

jáé,com assuas espécies tropicais,

como sefosse um museu da flora daexpansão portuguesa. Aideia é

fazer um diálogo entre ojardim ea exposição a criar que nãoéum

Mu-seu dos Descobrimentos mas uma

exposição permanente do Museu

deHistória Natural", explica. Efrisa:

"Um Museu dos Descobrimentos temmais dimensões do que aquela

que nós queremos."

"Um pouco, seguindo aideia

que ao nível municipal tem existi-do, de não haver propriamente um

Museu dos Descobrimentos, mas

um espaço polinuclear. A

discus-são voltou a estar relativamente

quente mas suspeito quejáseterá

perdido. Aliás, oMuseu dos Des-cobrimentos nunca foi criado no

Estado Novo, quando havia todas ascondições para seavançar,

pro-vavelmente gastaram odinheiro todo naExposição doMundo Por-tuguês", afirma. Paraserealizar um

projeto desses, "existe umconjunto

deequipamentos em Lisboa que terão obrigatoriamente que fazer

parte dessa narrativa. Os

Jeróni-mos, oPadrão dos

Descobrimen-tos, oMuseu de

Marinha,

até o

próprio Museu deArte Antiga. Eo nosso Jardim Botânico Tropical", defende.

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