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Ensino superior e a formação do músico: docência e pesquisa 1

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Academic year: 2021

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Ensino superior e a formação do músico: docência e pesquisa

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Fernando Galízia

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Universidade Federal de São Carlos

fernandogalizia@gmail.com Resumo: O texto é baseado na apresentação realizada pelo autor durante o IV Encontro de Educação

Musical do Colégio Pedro II e I Encontro Nacional de Cursos Técnicos em Música, no Rio de Janeiro, em Setembro de 2018. Discorre sobre algumas pesquisas realizadas que possuem como foco o Ensino Superior de Música e sobre a área de Pedagogia Universitária em suas intersecções com a Educação Musical. Por fim, reflete-se sobre a docência de Música na Educação Superior atualmente para, nas considerações finais, concluir que a realidade em que vivemos hoje exige que o ensino superior de Música seja transformado, e não conservado.

Palavras chave: Educação Superior; Ensino de Música; Paradigma Tradicional de Ensino.

Higher education and the training of the musician: teaching and research

Abstract: The text is based on the presentation made by the author during the IV Meeting of Musical

Education of the Pedro II College and the 1st National Meeting of Technical Courses in Music, occurred in Rio de Janeiro in September 2018. It discusses about some researches that focus on the Higher Education of Music and on the area of University Pedagogy at its intersections with Music Education. Lastly, it discusses about the teaching of Music in Higher Education today, to conclude in the final considerations that the reality in which we live today demands that the higher education of Music be transformed, not conserved.

Keywords: Higher Education; Music Education; Traditional Paradigm of Teaching.

Enseñanza superior y formación del músico: docencia e investigación

Resumen: El texto se basa em la presentación realizada durante el IV Encuentro de Educación

Musical del Colegio Pedro II y I Encuentro Nacional de Cursos Técnicos en Música, ocurrido en Río de Janeiro en septiembre de 2018. Discurre sobre algunas investigaciones realizadas que tienen como foco la Enseñanza Superior de Música y sobre el área de Pedagogía Universitaria en sus intersecciones con la Educación Musical. Por último, se reflexiona sobre la docencia de Música en la Educación Superior actualmente para, en las consideraciones finales, concluir que la realidad en que vivimos hoy exige que la enseñanza superior de Música sea transformada, y no conservada.

Palabras clave: Educación Universitaria; Enseñanza de Música; Paradigma Tradicional de

Enseñanza.

1 Texto enviado em 19/09/2018 e aprovado em 10/120/2018.

2 Professor Adjunto da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), vinculado ao Departamento de Metodologia de

Ensino do Centro de Educação e Ciências Humanas. Tem atuado no curso de Licenciatura em Música, modalidade presencial e cursos de Pedagogia, modalidade presencial e a distância. Atua como professor de Didática Geral de todas as demais Licenciaturas desta universidade. Está credenciadao ao Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação e é Lider do Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino superior de Música (ESMUS) e coordenador do Conselho Consultivo da Associação Amigos do Projeto Guri 9AAPG), tendo sido membro do Conselho de Administração e gerente artístico-pedagógico da mesma instituição. Atuou como editor do periódico Cadernos de Pedagogia no período de 2009 e 2011. Atualmente é Diretor Regional Sudeste da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) e Coordenador da Rede Paulista de Educação Musical 9REPEM).

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Introdução

O tema desta apresentação, Ensino Superior e a Formação do Músico: Docência e Pesquisa, pode ser enquadrado na intersecção entre as áreas de Educação Musical e Pedagogia Universitária. É justamente nesta intersecção que atua o GEPEMPU – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Musical e Pedagogia Universitária, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Coordenado por mim, este grupo vem desenvolvendo seus trabalhos sobre os seguintes temas: Didática Geral, Metodologia de Ensino em Música, Interculturalidade, Pesquisa da Própria Prática, Formação inicial e continuada de professores e outros agentes educacionais na área de Música na modalidade presencial e/ou a distância e Estudos sobre Educação Superior e Pedagogia Universitária.

É a partir desta experiência que gostaria de propor algumas reflexões sobre o tema desta mesa. Pretendo subdividir minha contribuição da seguinte forma: em primeiro lugar, pretendo abordar a problemática das pesquisas sobre Ensino Superior de Música, reconhecendo que se trata de um assunto demasiado amplo e complexo e, por conta disso, fazer um recorte a partir dos achados de Galizia e Lima (2014). Após isso, gostaria de conceituar a área de Pedagogia Universitária, uma vez que ela aborda a docência no Ensino Superior. A partir desta última ponderação, pretendo refletir sobre a docência no ensino superior de música para, nas considerações finais, sintetizar os principais pontos abordados e apontar outros que podem ser aprofundados em outra comunicação futura.

Pesquisas sobre Ensino Superior de Música

Discorrer sobre as pesquisas sobre o Ensino Superior em geral seria tarefa muito grande e escaparia do escopo desta apresentação. Por isso, proponho focarmos nossas atenções, em um primeiro momento, no Ensino Superior de Música. Mesmo assim, tal tarefa escaparia aos objetivos deste texto, por se tratar de um assunto demasiado amplo e complexo. Portanto, olhemos por um instante para os achados de Galizia e Lima (2014), que investigaram como o ensino superior de Música aparece nas discussões da Revista da Abem. Entendendo-se que este periódico é o principal da área de Educação Musical no Brasil, podemos supor que este artigo nos auxilia a entender um pouco do que tem sido discutido sobre este tema pelos pesquisadores da área.

Os autores identificaram 32 artigos na Revista da ABEM que focam o Ensino Superior de Música. Destes, sete abordam o currículo, cinco possuem como tema a formação de professores, quatro versam sobre os temas das pesquisas na Pós-Graduação, três abordam metodologia de ensino na educação superior, dois falam de autonomia e formação de alunos da graduação, dois sobre tecnologia, dois sobre motivação em alunos de graduação em música, dois sobre mercado de trabalho,

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dois falam de diversidade na graduação, um trata da identidade de licenciaturas em música, um da pedagogia da performance e um foca os saberes de professores universitários de música.

Para os objetivos deste texto, talvez seja mais importante refletirmos um instante sobre o que os autores não encontraram, ou seja, os temas sobre Ensino Superior de Música que não são abordados em artigos da Revista da ABEM e, talvez, devessem receber mais atenção da nossa área. Dentre estes temas, os autores destacam que há poucos estudos sobre diversidade no ensino superior de Música, sobre a Pós-Graduação em Música e sobre os bacharelados em Música. Galizia e Lima (2014) salientam ainda a necessidade da Licenciatura em Música ampliar seu foco para além da educação musical escolar e que a formação do Músico ainda é pouco abordada pela área de Educação Musical no Brasil. A partir desta última afirmação, saliento, portanto, a importância do tema desta mesa e parabenizo os organizadores do evento por sua escolha.

Pedagogia Universitária

Em se tratando da Pedagogia Universitária, trata-se de uma área recente em nosso país que pode ser entendida como:

um campo polissêmico de produção e aplicação dos conhecimentos pedagógicos na educação superior. Reconhece distintos campos científicos dos quais toma referentes epistemológicos e culturais para definir suas bases e características. A pedagogia universitária é, também, um espaço de conexão de conhecimentos, subjetividades e culturas, que exige um conteúdo científico, tecnológico ou artístico altamente especializado e orientado para a formação de uma profissão na explicitação de Lucarelli, (2000, p. 36). Pressupõe, especialmente, conhecimentos no âmbito do currículo e da prática pedagógica que incluem as formas de ensinar e de aprender. Incide sobre as teorias e as práticas de formação de professores e dos estudantes da educação superior. Articula as dimensões do ensino e da pesquisa nos lugares e espaços de formação. Pode envolver uma condição institucional, considerando-se como pedagógico o conjunto de processos vividos no âmbito acadêmico (CUNHA, 2004, p. 321).

Segundo Torres (2014), os estudos neste campo podem ser subdivididos em quatro grandes eixos: Estado; Instituição; Sala de Aula; e Formação do Professor do Ensino Superior. No primeiro, encontram-se pesquisas sobre a relação do Estado, como poder público, com a Educação Superior e suas respectivas políticas, análise do contexto socioeconômico e suas intervenções na vida acadêmica, experiências internacionais, internacionalização da Educação Superior, reformas universitárias, a relação entre universidade pública e privada, a questão da autonomia universitária, o financiamento da Educação Superior, os marcos legais da Educação Superior, a história da universidade, dentre outros temas.

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No eixo intitulado Instituição, a autora destaca pesquisas sobre: demandas profissionais do professor universitário, identidade, profissionalização e profissionalidade docente, gestão nas IES, forma de organização acadêmica das IES, dentre outros. Já os estudos sobre Formação do Professor do Ensino Superior abarca: a formação docente para o exercício pedagógico profissional, formação do professor universitário a partir de diversos paradigmas, saberes docentes, TICs como inovação para a formação dos professores, tensões e contradições nos marcos legais que regulamentam a formação de professores para o Ensino Superior, reformulação de PPPs, dentre outros.

Por fim, o eixo sala de aula incluem os seguintes temas: avaliação da aprendizagem, Currículo de cursos de graduação, processos de ensino e de aprendizagem, metodologia de ensino, práticas pedagógicas e inovações pedagógicas, trabalho docente, carreira, formação e perfil, inclusão social na universidade, desempenho acadêmico dos alunos, vida social do aluno na universidade, condição de permanência e perfil dos alunos, dentre outros. É sobre este eixo que o GEPEMPU tem se debruçado em seus trabalhos, e é sobre ele que gostaria de me aprofundar na próxima seção.

Docência de Música na Educação Superior

As primeiras universidades surgem em meados do século XIII em Paris, Bolonha e Salerno. Nelas, desenvolve-se um modelo de ensino que ficou conhecido como Escolástico (CAMBI, 1999) e que serve de parâmetro para as aulas universitárias de todas as áreas nas universidades até os dias de hoje. Este modelo possui dois momentos principais, sendo que um deles é denominado de Disputationes. Realizadas semanalmente ou em momentos especiais do ano, como Páscoa e Natal, nela o professor escolhia um tema (tese) e designava um ou dois alunos, denominados defendentes ou respondentes, para apresentarem ao público o assunto a ser debatido. Atentos, os ouvintes acompanhavam a exposição. Concluída esta, os opponentes ou obiicientes iam ao ataque, procurando derrubar a argumentação apresentada. Finalmente, ocorria a Determinatio magistri (Decisão magistral) quando, após a discussão ou no dia seguinte, em aula, o professor retomava o assunto, dispunha-o logicamente, apresentava os argumentos a favor e contra a doutrina exposta e dava a sua solução pessoal. Podemos supor que esta ação é a base metodológica para os seminários realizados nas universidades atuais.

Além das Disputationes, o modelo escolástico previa ainda a realização da Lectio. Nesta ação, o professor lia um texto clássico para os alunos e depois fazia comentários sobre ele. Antes deste momento começar, inclusive, ocorria a lectionem reddere, que consistia na ação do professor “tomar a lição” da lectio do dia anterior. Enquanto ocorria a lectio, os alunos faziam anotações nos cadernos,

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um texto no centro de um pergaminho ou papel com grandes espaços entre as linhas e amplas margens. Entre as linhas o professor colocava o sentido das palavras mais difíceis e nas margens algumas citações extensas de autores antigos que tinham alguma relação com o texto copiado.

Após a lectio ocorriam as quaestiones: perguntas feitas pelo professor ou pelos alunos a partir do texto comentado pelo professor. Quando o professor fazia perguntas, era para explicar eventuais pontos obscuros ou mais difíceis do texto. Nessas, “grande importância era dada à definição dos conceitos”. Percebe-se que a Lectio é a base das aulas expositivas usualmente realizadas em salas de aula do ensino superior nos dias de hoje.

Candau (2012) denomina de Ensino Frontal estas aulas expositivas, entendendo que se trata da atualização e manutenção do Modelo Escolástico de ensino desenvolvido nas universidades medievais. A autora oferece uma descrição das aulas pautadas neste modelo que pode certamente ser identificada com a enorme maioria das aulas realizadas atualmente no ensino superior, incluindo-se aí o ensino superior de música:

O ensino frontal tem sido a perspectiva dominante nas nossas escolas. Basta entrar em um estabelecimento de ensino que o reconhecemos pela organização espacial das salas de aula. O chamado “quadro-negro, verde ou branco” em uma das paredes, as carteiras enfileiradas diante dele, indicando que todos devem olhar para aquele personagem, nós, professore/as, que, em alguns instantes entrará para “dar” a sua aula [...] Certamente de modo matizado em muitas situações, com maior frequência de exposições dialogadas, alguns trabalhos em grupos, utilização de filmes, apresentações em PowerPoint e utilização de outras mídias que “modernizam”, mas não rompem com o chamado ensino frontal (CANDAU, 2012, p. 61).

Este modelo de ensino para a educação superior se enquadra no que denomino de Paradigma Tradicional de Ensino (GALIZIA, 2016). A partir das ideias de Mizukami (1986), trata-se de uma concepção de educação encontrada em vários momentos da história, permanecendo atualmente sob diferentes formas. Nela, os modelos a serem alcançados estão pré-estabelecidos, a ênfase do ensino está na transmissão de ideias selecionadas e organizadas logicamente e a educação é entendida como um produto – ou seja, há a ausência de ênfase no processo.

Porém, no Ensino Superior de Música, o Modelo Frontal não é o único utilizado. Há ainda outro, específico para a Música, que denomino de Modelo Conservatorial. Sua gênese remonta ao Conservatório de Paris, criado em 1795 e, no Brasil, foi introduzido pelo Imperial Conservatório de Música, em 1841, no Rio de Janeiro – hoje conhecido como a escola de Música da UFRJ (SADIE, 1994). Em Galizia (2016), eu esmiúço detalhadamente a gênese e premissas deste modelo a partir de Freire (1992), Jardim (2008), Pereira (2014) e Vieira (2000). Para esta apresentação, me limitarei a abordar alguns de seus pressupostos, também a partir destes autores.

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entendida como processo de alfabetização musical. A Música Erudita Ocidental é tida como o conhecimento oficial, o que acarreta tanto na supremacia da Música notada como na descaracterização das “outras” Músicas – populares, midiáticas, dos alunos etc. – que não são mais vistas “apenas” como inferiores, mas até como “não musicais”.

Ainda segundo esta autora, o que acaba ocorrendo neste modelo é a autonomia das regras em relação à Música, como nos casos dos exercícios de harmonia, que são vistos descolados de qualquer texto musical – algo semelhante ao que ocorre com o ensino de gramática, frequentemente descolado de textos reais. A ênfase do ensino pautado por este modelo está no ensino do instrumento, cuja meta consiste no alcance do virtuosismo, considerado como resultante do talento e da genialidade. Para tal, estrutura-se um programa fixo de estudos, exercícios e peças para todos os alunos e orientados do simples para o complexo. Este repertório é considerado de aprendizado obrigatório e é estabelecido como meta a ser alcançada. Há a supremacia da questão técnica em todos os assuntos – a técnica musical como assunto a ser ensinado, e não a técnica musical como ferramenta para compreensão da música.

O aprendizado é centrado no indivíduo a partir da crença no seu esforço individual e solitário – ou seja, não se trabalha com a ideia de aprendizado por pares. Já o ensino ocorre nos moldes do ofício medieval, onde o professor é entendido como o mestre de ofício, um artista que, por dominar a prática de sua arte, torna-se o mais indicado para ensiná-la. Desta forma, os professores não possuem formação específica para a docência. Encontra-se ainda, um forte caráter seletivo dos estudantes, baseado no dogma do “talento inato” – um “dom” para a música, o que faz com que este modelo seja excludente, uma vez que nem todos conseguem (e nem almejam) atingir a meta da formação de grandes compositores e instrumentistas virtuoses das instituições de ensino superior que operam nesta lógica (PEREIRA, 2014).

Atualmente, este modelo de ensino de Música não é simplesmente reproduzido ou mantido nas instituições de ensino superior. Ele é atualizado, porém sem ter suas premissas centrais, ou sua ideologia, modificada. Desta forma, cria-se um Habitus Conservatorial, termo cunhado também por Pereira (2014) a partir das ideias do sociólogo francês Pierre Bourdieu, “com o intuito de provocar reflexões acerca do ensino tradicional de Música e da naturalização do sistema de valoração musical orientado por este habitus – que influenciam a prática curricular (e pedagógica) nas Licenciaturas em Música” (id., p.90). Os elementos que favorecem a existência deste método nas instituições de ensino superior ainda nos dias atuais, além da metodologia de ensino adotada, são: a estrutura dos cursos, os programas de ensino e o perfil dos alunos da graduação em Música (JARDIM, 2008).

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Considerações Finais

Gostaria de finalizar esta apresentação resumindo os principais pontos abordados. Ao se analisar o tema desta apresentação, percebe-se que a área de Educação Musical não tem se debruçado sobre a Formação do Músico com a intensidade que, talvez, deveria. Deixamos então esta reflexão para futuras pesquisas que podem ter este tema a guiar seus objetivos. Em se tratando do Ensino Superior de Música, vimos que a docência realizada atualmente é balizada em dois modelos pertencentes ao Paradigma Tradicional de Ensino: o Modelo Frontal e o Modelo Conservatorial.

Considero que a busca pela superação do paradigma tradicional no ensino superior de Música se faz necessária, uma vez que as concepções em que se baseia não levam em consideração as diferenças culturais presentes na universidade atualmente, como aprofundo em minha tese de doutorado (GALIZIA, 216). Nesta pesquisa, inclusive, eu aponto que a interculturalidade oferece possibilidades para isso, mas deixarei este assunto para outra ocasião, dado o escopo desta apresentação. Para encerrarmos, deixo a citação de Penna (1995) para que tenhamos em mente, sempre, a necessidade de refletirmos e entendermos a nossa prática em sala de aula universitária, onde ela se enquadra e de que forma para que, assim, possamos superá-la:

Se o caminho não está pronto, ele se abre à nossa frente, no momento em que nos dispomos a ultrapassar as fronteiras – seus limites concretos e simbólicos – do conservatório. O conservatório que está tanto fora quanto dentro de nós, quer em nossa prática ou em nossa formação, quer nos compêndios didáticos ou nos modelos que adotamos. Cabe, neste momento, transformar – e não conservar (PENNA, 1995, p. 113).

Sem desmerecer as instituições, mas reconhecendo os limites de uma metodologia de ensino baseada em aulas de universidades medievais e conservatórios europeus do século XIX, a realidade em que vivemos hoje exige que o ensino superior de Música seja transformado, e não conservado.

Referências

CAMBI, Franco. História da pedagogia. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: Fundação Editora da UNESP (FEU), 1999.

CANDAU, Vera Maria. Didática crítica intercultural: aproximações. Petrópolis: Vozes, 2012. CUNHA, Maria Isabel da. Verbete pedagogia universitária. In: MOROSINI, M. C. et al. Enciclopédia de pedagogia universitária. Porto Alegre: RIES/ INEP, 2003.

FREIRE, Vanda Lima Bellard. Música e sociedade: perspectiva histórica e reflexão aplicada ao ensino superior de Música. In: Anais do Encontro Anual da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM, 01, 1992, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: ABEM, 1992, CD-ROM.

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GALIZIA, Fernando Stanzione. No “chão” da universidade: o Ensino Superior de Música na perspectiva intercultural. Tese (Doutorado em Educação), Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de São Carlos, 2016.

GALIZIA, Fernando Stanzione; LIMA, Emília Freitas de. Ensino superior de Música: levantamento e análise da produção veiculada na Revista da Abem (1992-2013). Revista da ABEM, Londrina, v.22, n.33, p. 77-93, jul.dez 2014.

JARDIM, Vera Lúcia Gomes. Da arte à Educação: A Música nas escolas públicas 1838 – 1971. Tese (Doutorado em Educação), São Paulo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2008.

MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. MIZUKAMI, Maria das Graças. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

PENNA, Maura. Ensino de Música: para além das fronteiras do conservatório. In: PEREGRINO, Y. R. [et al]. Da camiseta ao museu: o ensino das artes na democratização da cultura. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1995.

PEREIRA, Marcus Vinícius Medeiros. Licenciatura em Música e habitus conservatorial: analisando o currículo. Revista da ABEM, Londrina, v.22, n.32, p. 90-103, jan.jun 2014.

SADIE, Stanley (org). Dicionário Grove de Música. Ed. Conc. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994. TORRES, Alda Roberta. A Pedagogia Universitária e suas relações com as políticas institucionais para a formação de professores da Educação Superior. Tese (Doutorado em Educação), Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade de São Paulo, 2014.

VIEIRA, L. B. A construção do professor de Música: o modelo conservatorial na formação e na atuação do professor de Música em Belém do Pará. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Estadual de Campinas, 2000.

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