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INTRODUÇÃO. 1 Por convenção, tome os números decimais, nesta dissertação, quando utilizados nas notas de rodapé, se

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Academic year: 2021

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O Tractatus Logico-philosophicus1 de Wittgenstein é um dos mais importantes e influentes textos filosóficos do século XX. Pensa-se inclusive, com freqüência, que delimita o horizonte de temas a serem estudados pela Filosofia Analítica2. Desempenha papel de grande relevância na Filosofia Contemporânea, sobretudo, como uma fonte de inspiração para as escolas britânicas e austríacas de inclinação analítica. É um marco da chamada virada lingüística, que colocou a linguagem natural e formal, o que engloba naturalmente a Lógica Simbólica, no cerne das discussões filosóficas. A partir dela, desloca-se o tema da filosofia, submetendo novo campo a um novo tipo de apreciação organizada: da investigação sistemática da estrutura essencial da realidade ou mesmo da interação das faculdades subjetivas no ato do conhecimento e do tipo de acesso que temos ao mundo que marca o acento do desenvolvimento da filosofia moderna, se passa a investigar as condições para um discurso ter sentido ou mesmo no que faz as sentenças de nossa linguagem terem conteúdo significativo e serem, então, passíveis de verdade ou falsidade.

Pensa-se, portanto, em termos de limites semânticos e não mais apenas cognitivos. Pode-se, portanto, grosso modo, afirmar que o Tractatus é um dos marcos filosóficos da premência da investigação sistemática da linguagem como propedêutica necessária para o entendimento _ ou dissolução _ de questões ontológicas ou epistemológicas.

Esta primeira obra de Wittgenstein pode ser tomada como o produto de uma Viena profícua culturalmente em discussões a respeito de filosofia, ciências naturais e

1 Por convenção, tome os números decimais, nesta dissertação, quando utilizados nas notas de rodapé, se

referindo exclusivamente às seções do Tractatus, conforme a própria organização feita por Wittgenstein. Se usados para outro fim, este será devidamente explicitado.

2 “O agregado de tópicos que constitui a área de estudos lógico-filosóficos já é visível, pelo menos em

parte, no Tractatus logico-philosophicus de Ludwig Wittgenstein, obra publicada em 1921. É uma boa maneira de ter uma idéia sinóptica do território disciplinar abrangido por esta enciclopédia, ou pelo menos de uma porção substancial dela, é extrair do Tractatus uma lista dos tópicos mais importantes aí discutidos; a lista incluirá certamente tópicos dos seguintes gêneros, muitos dos quais se podem encontrar ao longo desta enciclopédia: fatos e estados de coisas, objetos, representação, crenças e estados mentais, pensamentos, a proposição, nomes próprios, valores de verdade, bivalência, quantificação, funções de verdade, verdade lógica, identidade, tautologia, o raciocínio matemático, a natureza da inferência, o ceticismo e o solipsismo, a indução, as constantes lógicas, a negação, a forma lógica, as leis da ciência, o número”. In. Prefácio da Enciclopédia de termos lógico-filosóficos. p. vii. Ainda sobre este tema, é importante destacar que investigações filosóficas a respeito da natureza da linguagem aparecem em períodos bem mais antigos, como se evidencia, por exemplo, no diálogo Crátilo de Platão.

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psicologia3 e do desenvolvimento das inovações técnicas da Lógica Simbólica ou Matemática a partir do projeto logicista de Frege e Russell4. A lógica do Tractatus é a nova lógica desenvolvida por estes no fim do século XIX. Disciplina remodelada que revolucionou a teoria da inferência dedutiva pela introdução de novos métodos e instrumentos que a transformaram numa área moderna de intensa e proveitosa investigação científica, a dissociando, finalmente, da gramática, da retórica e da psicologia.

Wittgenstein observa nestas evoluções técnicas ferramentas ainda rudimentares, e, portanto provisórias, mas de extrema relevância para tomar em prospecção a superfície da linguagem com a finalidade de se chegar a seu núcleo prenunciado e venturoso. Sua tarefa seria em parte sofisticar estas ferramentas redesenhando-as para melhor cumprir o seu papel: fazer perspícua a lógica da linguagem de maneira que a formulação dos problemas filosóficos, todos mal-entendidos, ficasse clara e fosse evitada, da mesma forma que se evitam, ao longo da vida, erros gramaticais em nossa língua natural. Deveríamos consciente e disciplinadamente evitar o filosofar tradicional. Assim, uma nova filosofia demandaria um novo filósofo. A tarefa do filósofo, revisitada por Wittgenstein, seria a de ser um perito hábil na escavação lógica da linguagem comum atrás da armação profunda que a sustenta.

O Tractatus é uma das obras mais seminais na História da Filosofia em torno do rico tema da relação entre mundo, pensamento e lógica, ou melhor, da articulação especial e necessária entre eles. A relação íntima já está evidenciada no título que designa um tratado de filosofia _ suis generis, certamente _ desenvolvido sob a ótica da, então, nascente lógica matemática. Esta é tomada como a pedra de toque para se determinar a essência da linguagem, e, por conseguinte _ como a dissertação pretende mostrar _ a essência do mundo que possibilitem o discurso assertivo legítimo.

Wittgenstein supõe, e o objetivo central da dissertação é sustentar esta suposição, que por meio de uma visão perspícua da lógica e de uma notação simbólica adequada teríamos subsídios suficientes para ver perspicuamente também o funcionamento da linguagem e do mundo. Como ficará claro pela introdução e

3 Um livro esclarecedor a respeito da formação cultural de Wittgenstein, em um nível histórico-filosófico,

é o interessante A Viena de Wittgenstein, de Janik e Toulmin. Esta obra tem por objetivo pensar a filosofia tractatiana à luz das influências e peculiaridades do meio cultural vienense do final do século XIX. Referência completa no fim da dissertação.

4 Únicos autores nominalmente citados no prefácio do Tractatus, que afirma, de maneira peculiar na

história da filosofia, que não indica fontes, porque lhe é indiferente que alguém mais já tenha pensado, antes dele, o que pensou.

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desenvolvimento na geografia conceitual tractatiana da noção de mapeamento, o funcionamento do mundo nos é dado indiretamente pelo funcionamento da linguagem quando evidenciado pela lógica e sua aplicação.

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O laconismo do Tractatus esconde5, numa primeira leitura, um escopo vasto de temas, que cobrem boa parte, senão, como pretendido por Wittgenstein em seu prefácio, toda a filosofia. O estilo fragmentário e aforístico sugere apenas uma pequena parte escrita de uma grande elaboração filosófica. A falta de referências no texto não nos exime de fazer correlações com as tradições filosóficas anteriores, aliás tal diacronismo exegético é por vezes tomado como indispensável para compreensão de sua obra6. Sua prioridade de clareza é entremeada por proposições de difícil compreensão e não poucas vezes oraculares. Seu objetivo não prima pela simplicidade: ter os problemas da filosofia definitivamente resolvidos e mostrar como vale pouco resolvê-los.

O caminho que me levou a primeira obra de Wittgenstein foi justamente o de especulações e perplexidades acerca da relação _ para mim, íntima e obrigatória _ entre Lógica e Realidade. Freqüentemente, em Filosofia, nota-se que um quadro conceitual complexo se desenvolve de uma questão aparentemente simples, mas de conseqüências surpreendentes que se revela debitária de pressupostos generosos. Este me parece ser, em boa medida, também o espírito do Tractatus: em suas pressuposições, a pergunta simples acerca de como nossas proposições podem representar aparece como extensão de um projeto importante para a História da Filosofia como o crítico-transcendental _ quais são os limites do sentido proposicional? O que pode e o que não pode ser dito significativamente? _ além de pressupor um conhecimento suficiente das obras de Frege e Russell. A conseqüência retumbante desta questão aparentemente simples acerca dos limites semânticos do dizer é a resolução irretocável e definitiva de todos os problemas filosóficos.

5 “There is a space of meaning around Wittgenstein’s statements; they contain much more than one might

suppose at first sight”. STENIUS. Wittgenstein’s Tractatus. p. 3.

6 “Não é difícil ao candidato a intérprete se dar conta de que o entendimento não só da relevância das

idéias expostas no livro, mas também de seu conteúdo preciso, é impossível sem a reconstrução do cenário polêmico sobre o qual é urdida a trama de sua modelagem e articulação”. DOS SANTOS.

Essência da Proposiçao e Essência do Mundo. p. 12. E ainda, “The thought that underlies this book is

that philosophical understanding is essentially historical.” BAKER. Wittgenstein, Frege and the Vienna

Circle. p. xv.

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Assim se encontrava meu espírito por ocasião do projeto para dissertação. Uma pergunta simples me levou à complexidade e à beleza austera do Tractatus de Wittgenstein: Por que não existem, em um sentido estrito, eventos contraditórios no mundo? Que relação especial pode haver entre linguagem e mundo que impossibilite contradições nestes dois domínios?

Um desenvolvimento natural à pergunta acerca do por que da inexistência de eventos contraditórios se direciona para uma extensão mais filosoficamente sofisticada referente ao caráter aparentemente universal e atemporal do alcance do objeto da observação. A constatação da existência de eventos contraditórios é impossível independentemente do momento e do lugar de onde se observa, ou mais precisamente, independente do tempo e do espaço nos quais a observação ocorre e, mais detidamente, independente também de quem observa ou da própria observação. Em nenhum lugar do mundo e em nenhum momento na história natural aconteceu, acontece ou acontecerá uma combinação atualizada de eventos contraditórios, do tipo “chove e não chove”. Por que não há, nunca houve, e nunca haverá no mundo eventos contraditórios? Por que numa manhã frugal não acontece _ e não pode acontecer _ de se abrir a janela do quarto e se constatar que “chove e não chove simultaneamente”?

É claro que, neste caso, não constato por uma dificuldade ou por deficiência de faculdades cognitivas. Outras pessoas nunca observarão ou observaram também tal complexo insólito de fatos. Necessariamente. “Chove e não chove” é de uma impossibilidade objetiva e, portanto, por assim dizer, intersubjetiva, “compartilhada por muitos”, como diria Frege. Não é só uma impossibilidade meramente factual, mas é antes uma impossibilidade do pensamento, conseguimos tampouco imaginar o que seria a concatenação de dois eventos contraditórios. Rigorosamente, não se imagina nada quando se tenta imaginar algo do tipo “chove e não chove”. Vemos que estamos, por assim dizer, brincando com a construção de palavras que juntas, articuladas com um ‘não’, em última análise, não figuram coisa alguma.

Concluímos que tal impossibilidade independe do sujeito que pensa e da conformação de suas faculdades, ou seja, é objetiva e necessária, além de ter um escopo temporal e espacial irrestrito, ou seja, é universal. Reiterando a questão: Qual, então, seria o fundamento da necessidade e universalidade da impossibilidade da existência de eventos simultâneos contraditórios no mundo?

Como ponto de partida provisório, podemos assumir que “chove e não chove” é uma instanciação do princípio lógico da não-contradição. Aqui encontramos a chave da

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universalidade e necessidade de tal impossibilidade que procurávamos: eventos contraditórios são inimagináveis e inatualizáveis porque correspondem a uma impossibilidade lógica. Bem, desta forma, não resolvemos nossa questão, apenas adiamos nossa dúvida. Nossa curiosidade volta-se, então, para a lógica. A disciplina sistematizada pelos lógicos. Nossas questões multiplicam-se. Por que a lógica que, em princípio, daria as regras ou leis do pensamento se aplica irrestritamente sobre o mundo? Por que leis do meu pensamento também valem para o mundo? Qual é a relação entre a lógica e o mundo que respalda sua aplicação exaustiva no mundo? Por que não posso imaginar algo ou encontrar uma combinação de eventos no mundo que falsifiquem uma tautologia ou validem uma contradição? Uma impossibilidade de eventos lingüísticos ou psicológicos pode se remeter diretamente a uma impossibilidade de atualização de eventos no mundo? Posso pensar o inverso? Uma impossibilidade no mundo pode determinar uma impossibilidade lingüística ou psicológica? Por que “resultados” da investigação da linguagem e do pensamento podem corresponder aos “resultados” da investigação do mundo e vice-versa?7

Parece mesmo que encontramos a medida ou paradigma de todas as legalidades, a saber, a legalidade irrestrita dos assim chamados princípios clássicos da lógica. Não é proibido pensar, representar ou encontrar eventos contraditórios, mas tal fato é impossível, é um absurdo. A legalidade lógica é, por assim dizer, intransgridível. É impossível transgredir a lógica porque ela funciona, em princípio, como a própria condição das coisas do pensamento ou do mundo serem coisas. Uma linguagem, pensamentos ou um mundo ilógico poderiam, portanto, existir? Podemos imaginar um mundo onde, por exemplo, a lei da gravitação não se dê, e objetos largados no ar não caiam, mas flutuem. Podemos imaginar neste mesmo mundo uma impossibilidade tecnológica sendo superada em algum tempo, por exemplo, viagens por tele-transporte. Ora, uma impossibilidade lógica não pode ser superada, mesmo com a aplicação contínua e diligente de todos os gênios científicos. Não conseguimos imaginar, mesmo

7 “A presença de uma relação interna entre situações possíveis exprime-se na linguagem por uma relação

interna entre as proposições que as representam.” 4.125 “De uma proposição elementar, nenhuma outra se pode deduzir. Da existência de uma situação qualquer não se pode, de maneira nenhuma inferir a existência de uma situação completamente deferente dela”. 5.134-5. “Especificar a essência da proposição significa especificar a essência de toda descrição e, portanto, a essência do mundo”. 5.4711 “Que as proposições da lógica sejam tautologias, isso mostra as propriedades formais – lógicas – da linguagem, do mundo”. 6.12. Aqui se vê claramente como Wittgenstein poderia nos ajudar. Acredito que a resposta para as questões aqui esboçadas nesta espécie de brain storm introdutório passa pela suposição que justifica estes trechos do Tractatus, sobretudo o 5.4711, que será estudado mais detidamente. Justificando, assim, a “passagem” do mundo para a linguagem e, reversibilidade deste caminho, ou seja, da linguagem para o mundo.

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se fôssemos mais inteligentes ou tivéssemos faculdades ocultas, um mundo onde, por exemplo, o princípio da identidade não valha.

A lógica e os seus princípios parecem revelar que há uma ligação íntima e essencial entre o mundo e a linguagem, ou mesmo, entre a realidade e o pensamento, porque algo que em princípio seria uma impossibilidade lingüística ou do pensamento se revela também uma impossibilidade do mundo. É como que para que uma linguagem e um mundo sejam possíveis tenham de prestar contas, primeiramente, a um deus peculiar: a lógica.

“O pensamento contém a possibilidade da situação que ele pensa. O que é pensável é também possível. Não podemos pensar nada de ilógico, porque, do contrário, deveríamos pensar ilogicamente. Já foi dito que Deus poderia criar tudo, salvo o que contrariasse as leis lógicas. – É que não seríamos capazes de dizer como pareceria um mundo ‘ilógico’. Representar na linguagem algo que ‘contradiga as leis lógicas’ é tão pouco possível quanto representar na geometria, por meio de suas coordenadas, uma figura que contradiga as leis do espaço; ou dar as coordenadas de um ponto que não exista8.”

Talvez, o que a disciplina lógica faça seja exibir sistematicamente as leis que regem esta ligação, este espaço de possibilidades lógicas compartilhado entre pensamento e realidade, através de uma notação simbólica. Sob tal visão, a lógica seria um sistema simbólico que, em princípio, representam leis _ lógicas _ as quais regeriam exaustivamente a linguagem e o mundo. Como conseqüência, podemos imaginar que para que os princípios da lógica sejam exaustivamente aplicáveis ao mundo, a linguagem tenha que ter acesso exaustivo ao mundo, e assim revelá-lo essencialmente organizado e lógico. Um mundo, por assim dizer, contraditório é tão impossível quanto uma linguagem contraditória. Estabelecendo-se assim uma harmonia essencial estritamente lógica entre o mundo e a linguagem. Podemos, portanto, reinventando à luz da inspiração tractatiana o lema berkeleyano, afirmar: ser é poder ser dito. As possibilidades do mundo não são autônomas à lógica de nossa linguagem. O mundo só pode ser sobre o arcabouço lógico. A lógica parece, então, se conformar como algo que define o horizonte modal da linguagem e do mundo.

***

8 3.03-3.0321.

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A presente dissertação é o fruto do trabalho de dois anos de um aluno a procura de resposta, mas atônito pela proliferação de questões. Tomei como guia nesta “selva metafísica” Wittgenstein com o seu Tractatus, para minha sorte (ou azar). Nesta dissertação tento mostrar até onde meu guia me levou. Se o caminho apontado foi proveitoso, enganador, ou até mesmo errado são possibilidades abertas ainda e deixo ao leitor determinar. Como todo caminho em um lugar novo (e inóspito) para um lugar novo (e não menos inóspito), não sabia muito aonde chegaria, e se chegaria a algum lugar. De antemão, peço desculpas ao leitor se a chegada deste (des)caminho pareça muitas vezes confusa, circular ou mesmo pouco clara, o que seria certamente uma tremenda deselegância minha. Tais dificuldades se devem menos a complexidade do terreno acidentado que a minha inépcia como bom viajante.

***

A dissertação tratará, principalmente, da investigação da articulação interna do mundo e da linguagem _ a isomorfia _ e de determinar aquilo que, sendo comum aos dois, a saber, a forma lógica, permite a função de representação exercida pela linguagem. A partir disso, tentarei, subseqüentemente, defender a pertinência de se tomar a lógica, tal qual concebida no Tractatus, como uma espécie de metafísica reabilitada em oposição à metafísica tradicional, tomada, por Wittgenstein, como ilegítima.

Para tanto, este trabalho é composto por três partes principais, a saber: parte (1), identificar o projeto tractatiano e mostrar que a crítica a metafísica tradicional operada por Wittgenstein se respalda em sua teoria pictórica, sobretudo na tese do isomorfismo que apregoa a identidade formal entre o nome e o objeto nomeado numa proposição elementar. A questão aqui é demonstrar que a essência da crítica se respalda na falta desta relação binária de denotação em proposições filosóficas. Razão pela qual são tomadas como ilegítimas: quando analisadas mostram que algum sinal falha em denotação e, portanto, não respeitam a condição última para figuração, a saber, a isomorfia. A pretensão da filosofia fere a bipolaridade essencial da proposição ao formular teses que tenham sentido e sejam necessárias.

Na parte (2), pretendo tratar mais especificamente da Teoria do Simbolismo, mostrando porque a isomorfia entre mundo e linguagem desempenha papel fundamental naquela e que esta pode ser tomada legitimamente como a possibilidade de um

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mecanismo formal de mapeamento exaustivo do mundo pela linguagem por meio de uma função biunívoca preservadora de relações. Isomorfia é um conceito matemático introduzido na geografia conceitual tractatiana pelos comentadores anglófonos de Wittgenstein. O que faço aqui, grosso modo, é mostrar a legitimidade técnica do uso do conceito isomorfia na exegese do Tractatus. A parte (3) desta dissertação se pretende exegética de um lado, quando trata do estatuto da lógica no Tractatus, e especulativa por outro, quando mostra que a lógica tal qual concebida por Wittgenstein pode ser tomada como uma metafísica tácita e, portanto, se presta à alcunha de metafísica reabilitada.

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