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Gestão Financeira. Prof. Gonter Bartel

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Academic year: 2021

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2011

G

estão

F

inanceira

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Elaboração: Prof. Gonter Bartel

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

658.15

B283g Bartel, Gonter

Gestão financeira / Gonter Bartel. 2ª ed. Indaial : Uniasselvi, 2011. 181 p. il.

Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7830-454-6

1. Gestão financeira

I. Centro Universitário Leonardo da Vinci

(3)

a

presentação

Caro(a) acadêmico(a)!

Ao finalizar este caderno você terá conhecido o que envolve o ambiente da Gestão Financeira, as decisões de curto e longo prazo. A compreensão da Gestão Financeira nos possibilitará obter melhores resultados.

Na primeira unidade serão abordados os aspectos introdutórios da disciplina: os aspectos que compõem o ambiente da Gestão Financeira, mercado, tributação, demonstrações, índices de análise para tomada de decisão, fluxos de caixa e variáveis que alteram os resultados.

Os investimentos e financiamentos serão abordados na segunda unidade, nos quais é preciso identificar os fluxos relevantes, conhecer algumas técnicas e avaliar os riscos na decisão de financiamentos, investimentos. É fundamental que o gestor financeiro consiga lidar com os financiamentos, a fim de conseguir a alavancagem de capital.

No fechamento deste caderno, a gestão é abordada baseada em valor, algumas decisões de curto prazo, pertinentes, principalmente, ao capital de giro. O não dimensionamento do capital de giro tem comprometido muitas empresas, levando-as, muitas vezes, a uma situação de falência. Também conheceremos um pouco sobre o sistema financeiro nacional e alguns aspectos internacionais.

Ao estudar este caderno, procure refletir sobre estes conteúdos na sua própria gestão financeira. Cada um de nós precisa gerir os seus recursos financeiros.

Este Caderno de Estudos foi cuidadosamente elaborado com a intenção de facilitar sua caminhada e ajudá-lo(a) nos primeiros passos para se tornar um administrador.

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Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

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UNIDADE 1 – GESTÃO FINANCEIRA ... 1

TÓPICO 1 – AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA ... 3

1 INTRODUÇÃO ... 3

2 TRIBUTAÇÃO DE EMPRESAS ... 5

3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ... 9

3.1 DRE – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO ... 10

3.2 BALANÇO PATRIMONIAL ... 12

4 ÍNDICES FINANCEIROS ... 16

4.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ ... 17

4.1.1 Índice de liquidez corrente ... 17

4.1.2 Índice de liquidez seca ... 18

4.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE ... 19

4.2.1 Giro de estoques ... 19

4.2.2 Prazo médio de recebimento ... 20

4.2.3 Prazo médio de pagamento ... 21

4.2.4 Giro do ativo total ... 21

4.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ... 22

4.3.1 Índice de endividamento geral ... 22

4.3.2 Índice de cobertura de juros ... 23

4.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ... 23

4.4.1 Margem de lucro bruto ... 23

4.4.2 Margem de lucro operacional ... 24

4.4.3 Margem de lucro líquido ... 25

4.4.4 Retorno do ativo total ... 25

4.4.5 Retorno do capital próprio ... 26

4.4.6 Análise completa ... 26

RESUMO DO TÓPICO 1 ... 29

AUTOATIVIDADE ... 30

TÓPICO 2 – FLUXOS E PLANEJAMENTO ... 33

1 INTRODUÇÃO ... 33

2 FLUXOS DE CAIXA ... 33

3 ORÇAMENTOS DE CAIXA ... 38

4 DEMONSTRAÇÕES E BALANÇOS PROJETADOS ... 43

LEITURA COMPLEMENTAR ... 47

RESUMO DO TÓPICO 2 ... 52

AUTOATIVIDADE ... 53

TÓPICO 3 – VARIÁVEIS NA GESTÃO FINANCEIRA ... 57

1 INTRODUÇÃO ... 57

2 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO ... 57

3 RISCO E RETORNO ... 61

4 TAXAS DE JUROS ... 63

(8)

LEITURA COMPLEMENTAR ... 67

RESUMO DO TÓPICO 3 ... 70

AUTOATIVIDADE ... 71

UNIDADE 2 – INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOS ... 73

TÓPICO 1 – INVESTIMENTOS ... 75

1 INTRODUÇÃO ... 75

2 ORÇAMENTO DE CAPITAL ... 75

2.1 PROJETOS INDEPENDENTES ... 78

2.2 PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES ... 79

3 FLUXOS RELEVANTES ... 79

LEITURA COMPLEMENTAR ... 82

RESUMO DO TÓPICO 1 ... 86

AUTOATIVIDADE ... 87

TÓPICO 2 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS ... 89

1 INTRODUÇÃO ... 89 2 PAYBACK ... 89 2.1 PAYBACK SIMPLES ... 90 2.2 PAYBACK DESCONTADO ... 93 3 VPL ... 95 4 TIR ... 98 5 VPL x TIR ... 101 6 TIR/ANÁLISE INCREMENTAL ... 102 7 RISCOS ... 102 LEITURA COMPLEMENTAR ... 106 RESUMO DO TÓPICO 2 ... 108 AUTOATIVIDADE ... 109

TÓPICO 3 – FINANCIAMENTOS E ALAVANCAGEM DE CAPITAL ... 111

1 INTRODUÇÃO ... 111

2 ESTRUTURA DE CAPITAL ... 111

3 CUSTO DE CAPITAL E FINANCIAMENTOS ... 114

3.1 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC) ... 116

4 ALAVANCAGEM ... 119

LEITURA COMPLEMENTAR ... 124

RESUMO DO TÓPICO 3 ... 127

AUTOATIVIDADE ... 128

UNIDADE 3 – CURTO PRAZO E TÓPICOS ESPECIAIS ... 129

TÓPICO 1 – GESTÃO BASEADA EM VALOR ... 131

1 INTRODUÇÃO ... 131

2 CRIAÇÃO DE VALOR E CUSTO DE OPORTUNIDADE ... 131

3 RESULTADO OPERACIONAL E EFEITO DO IR ... 133

4 EVA ... 134

5 CÁLCULO DO EVA ... 136

(9)

RESUMO DO TÓPICO 1 ... 144

AUTOATIVIDADE ... 145

TÓPICO 2 – CAPITAL DE GIRO ... 147

1 INTRODUÇÃO ... 147

2 ATIVOS CIRCULANTES ... 147

3 PASSIVOS CIRCULANTES ... 150

4 NECESSIDADES DE CAPITAL DE GIRO ... 151

LEITURA COMPLEMENTAR ... 156

RESUMO DO TÓPICO 2 ... 159

AUTOATIVIDADE ... 160

TÓPICO 3 – INCORPORAÇÕES E FALÊNCIAS ... 161

1 INTRODUÇÃO ... 161 2 ARRENDAMENTOS ... 161 3 FUSÕES E AQUISIÇÕES ... 162 4 FALÊNCIA DE EMPRESAS ... 164 RESUMO DO TÓPICO 3 ... 166 AUTOATIVIDADE ... 167

TÓPICO 4 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E GESTÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL ... 169

1 INTRODUÇÃO ... 169

2 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ... 169

3 GESTÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL ... 171

3.1 RISCOS ... 172

LEITURA COMPLEMENTAR ... 174

RESUMO DO TÓPICO 4 ... 177

AUTOATIVIDADE ... 178

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UNIDADE 1

GESTÃO FINANCEIRA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

Esta unidade tem por objetivos:

• apresentar o ambiente da Gestão Financeira; • demonstrar a tributação nos resultados financeiros; • explicar as demonstrações financeiras;

• compreender e calcular os diferentes índices financeiros; • demonstrar a importância dos fluxos de caixa;

• analisar as variáveis da Gestão Financeira.

Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão na compreensão dos conteúdos apresentados. Os três tópicos desta primeira unidade permitem conhecer elementos básicos da gestão financeira.

TÓPICO 1 – AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA TÓPICO 2 – FLUXOS E PLANEJAMENTO

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TÓPICO 1

UNIDADE 1

AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA

1 INTRODUÇÃO

Introduzimos os estudos da Gestão Financeira com a seguinte citação: “Podemos definir finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro” (GITMANN, 2004, p. 4). Pelas mãos das pessoas e das empresas circula o dinheiro, onde recebemos, pagamos e investimos.

A Gestão Financeira é uma atividade dinâmica, que deve começar por você. Cada um precisa saber gerenciar o seu dinheiro, fazê-lo render. Além deste autogerenciamento, obviamente, o seu campo de atuação estende-se para as empresas públicas e privadas, todas precisam também fazer render o dinheiro.

Juridicamente, as empresas podem se organizar em:

• Firmas individuais: a própria expressão já revela que nesta modalidade a empresa pertence ao indivíduo. Nesta modalidade, todo o patrimônio do indivíduo – único dono da empresa – pode ser utilizado para saldar as dívidas e sua responsabilidade é ilimitada. Esta é uma modalidade comum para pessoas com pequenos estabelecimentos. A tributação sobre os seus ganhos ocorre na sua declaração de rendimentos de pessoa física do proprietário.

• Sociedade por cotas: nesta modalidade, a própria expressão revela a situação de uma sociedade, a qual se caracteriza pela existência de dois ou mais sócios. Cada um dos sócios tem a sua responsabilidade limitada às suas cotas de participação na sociedade. A tributação é diferente da firma individual e distingue-se entre as diferentes atividades industriais, comerciais e de serviços. • Sociedade por ações: é formada pelos seus acionistas, que compram e

detêm quantidades de ações ordinárias ou preferenciais, limitando a sua responsabilidade. Os acionistas podem comprar mais ações, serem acionistas de outras empresas, negociarem suas ações a fim de maximizar os seus resultados. As ações são negociadas nas bolsas de valores, através de seus corretores.

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Independente do regime jurídico das organizações, as pessoas das mais diferentes áreas precisam atuar de forma integrada; onde, de uma forma ou de outra, acabam interagindo com as finanças.

Vamos exemplificar com o departamento de compras de uma empresa, no qual os fornecedores apresentam valores diferentes e as mais diferentes condições de pagamento. O comprador não poderá decidir, isoladamente, sem conhecer as possibilidades financeiras de a empresa realizar este pagamento. No pagamento à vista pode-se obter um desconto, mas se não há disponibilidade, precisamos buscar um empréstimo e, então, é necessário avaliar o que custa mais e o que custa menos.

Da mesma forma, o departamento comercial também precisa estar integrado com o financeiro, para poder estabelecer a sua política comercial de prazos, acréscimos e descontos. Aqui também é necessário conhecer o mercado.

“Não basta saber, é preciso saber fazer”, por isso, a partir do que acabamos de relatar, se você trabalha em alguma empresa ou conhece quem trabalha, procure descobrir como funciona a relação do setor financeiro com os demais setores da empresa. Leve suas contribuições para discutir com seus colegas de turma.

AUTOATIVIDADE

A Gestão Financeira tem uma relação direta com a teoria econômica e com a contabilidade. Em relação à teoria econômica, é preciso compreender e estar atento aos diferentes níveis de atividades econômicas, às mudanças políticas, à análise da oferta e da demanda, à teoria da formação de preços etc.

Nesse tema, a Gestão Financeira tem que estar bem informada sobre o mercado de capitais, os custos dos juros, as perspectivas da inflação (para enxergar tendências no incremento dos insumos e preços a serem repassados aos clientes) e as perspectivas de crescimento e decrescimento do mercado onde atua a empresa.

Já com a contabilidade, a Gestão Financeira também tem uma relação direta, pois é desta movimentação financeira que ocorrem os registros contábeis. Isto vai auxiliar você a conhecer o seu fluxo de caixa e a tomar decisões. Mais adiante serão aprofundados os conhecimentos sobre fluxo de caixa.

É preciso fazer render o dinheiro. Este fazer render o dinheiro é interpretado por muitos, na gestão financeira, como a maximização dos lucros. Esta maximização de lucro deve considerar o tempo, os fluxos de caixa e o risco; sendo que esta interpretação difere entre as empresas por cotas e por ações.

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IMPORTANTE

Você é responsável por controlar o seu dinheiro e fazê-lo render. Na empresa, a sua Gestão Financeira também objetiva o controle do dinheiro, o seu rendimento, alinhado às expectativas dos sócios ou acionistas.

2 TRIBUTAÇÃO DE EMPRESAS

Os trabalhadores compõem o seu montante de dinheiro para pagar as suas contas e realizar os investimentos a partir do seu trabalho, prestado a uma ou mais empresas. As empresas compõem este montante de dinheiro a partir do resultado dos produtos e/ou serviços comercializados para as pessoas, outras empresas ou mesmo para o governo.

Os governos: municipais, estaduais e nacionais compõem parte da estrutura pública que necessita de recursos financeiros para sua manutenção. Além das receitas aferidas pelas empresas do governo (estatais), nós (pessoas físicas) e as empresas (pessoas jurídicas) precisamos contribuir financeiramente com estes governos por meio de impostos, taxas e tributos.

Ao adquirir algo, um bem móvel ou imóvel, estamos contribuindo com o pagamento de algum imposto embutido ou não no preço. Por exemplo: no preço dos alimentos que adquirimos no supermercado estão incluídos: os custos, o lucro e os impostos que este supermercado deve pagar ao governo. Da mesma forma, ao comprar um veículo, boa parte do valor corresponde aos impostos devidos pela montadora e concessionária ao governo.

Cada vez mais os veículos de comunicação têm divulgado a parte que corresponde aos impostos, do valor que é pago pelos produtos e/ou serviços. Para compreender, segue um exemplo: imagine que o imposto sobre os medicamentos seja de 50%. Neste caso, ao adquirir um medicamento qualquer por R$ 50,00, você está pagando R$ 25,00 pelo medicamento e R$ 25,00 de impostos. Sem o imposto, você poderia comprar dois medicamentos ou pagar a metade.

Discute-se muito, no Brasil, a chamada “carga tributária” sobre os produtos e/ou serviços. Há itens em que a tributação é muito alta, dificultando o acesso à população aos mesmos.

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Anualmente, a grande maioria das pessoas precisa realizar a sua declaração de Imposto de Renda. Nesta declaração constam os dados pessoais, os bens, pagamentos realizados e, principalmente, os rendimentos obtidos. A partir de uma tabela do governo federal, o sistema realiza um cálculo para determinar o quanto é possível restituir do imposto já deduzido mensalmente, na folha de pagamento. Há casos em que, além do imposto já deduzido, mensalmente, a pessoa ainda deve ao governo um pouco mais de Imposto de Renda, geralmente, nos casos de mais de um emprego ou de ter outros rendimentos.

IMPORTANTE

Para maiores detalhes sobre o Imposto de Renda de Pessoa Física, consulte na internet o site da Receita Federal do Brasil.

Bem, até aqui é tudo muito simples. Agora, vamos falar das empresas. Sua natureza é pessoa jurídica. Ao constituir a empresa é preciso definir o seu objeto social, ou seja, estabelecer o que ela vai fazer, qual a sua atuação.

Pode-se constituir uma indústria madeireira, metal-mecânica, alimentícia, têxtil, entre outras. Também é possível constituir um estabelecimento comercial atacadista e/ou varejista; ou ainda, uma prestadora de serviços. A empresa não precisa se caracterizar, individualmente, por uma das modalidades acima, pode incorporar as três, pois pode produzir, comercializar e ainda prestar serviços aos clientes.

Em cada uma destas situações encontramos uma legislação específica de impostos e alíquotas, em todas as esferas: municipal, estadual e federal. Por exemplo, uma prestadora de serviços precisa recolher um imposto ao município onde está instalada, denominado de ISS (Imposto Sobre Serviço). Alguns municípios têm alíquota única, independente do serviço, enquanto outros têm alíquotas diferenciadas, dependendo do serviço.

ATENCAO

Imaginando escolas de idiomas de três municípios, pode-se ter o município “A” cobrando 2% de ISS, o município “B” cobrando 3% de ISS, enquanto que o município “C” pode isentar a escola do ISS durante um período, com o intuito de desenvolver a cidade, dando-lhe este incentivo fiscal.

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Assim como variam os impostos entre os municípios, também vamos constatar a variação dos impostos estaduais e federais. Além dos impostos serem diferentes nas esferas municipais, estaduais e federal, também dependem da atividade e do porte da empresa.

IMPORTANTE

Ao decidir onde instalar a empresa ou sua unidade de negócios, avalia-se, além de outros fatores, também a carga tributária.

O município e/ou o Estado podem conceder incentivo fiscal com o propósito de atrair empresas para a sua região, fomentando emprego, renda e desenvolvimento. Da mesma forma, a nação pode dar benefícios para que empresas internacionais se instalem no Brasil.

Obviamente, que as empresas não avaliam apenas a carga tributária, sendo necessário avaliar outros aspectos, tais como: mão de obra qualificada, disponibilidade de matéria-prima, recursos tecnológicos, infraestrutura (seja rodoviária, aeroviária, ferroviária ou portuária), dentre outros. São realizados muitos cálculos, considerando o conjunto de todas as variáveis, simulando diferentes cenários, para que se possa decidir pelo mais favorável.

Neste cenário empresarial, o contador é o profissional que auxilia na constituição de uma empresa, bem como: na correta identificação do regime de tributação da empresa, de seus produtos e/ou serviços. Geralmente, na maioria das micro, pequenas e médias empresas, este profissional é representado por um escritório de contabilidade – prestador de serviços. Há casos em que o contador é um funcionário da empresa. Independente de ser funcionário ou prestador de serviços, o contador realiza todos os registros contábeis fiscais, apurando todos os impostos a serem pagos.

Este conhecimento tributário não deve ser apenas do contador, mas também do gestor financeiro. Você deve conhecer o regime de tributação de sua empresa e de cada um dos seus produtos, para garantir que a receita das vendas assegure o pagamento dos impostos, dos fornecedores, de todas as despesas administrativas e de pessoal, garantindo o resultado positivo (lucro) no final do período (exercício). O conhecimento de toda esta denominada “carga tributária” pode ser obtido em cada um dos órgãos competentes: município, estado e nação.

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ATENCAO

Procure manter-se sempre atualizado quanto à tributação da sua empresa, pois a legislação sofre mudanças constantes. Se neste período você tributa sobre uma alíquota, pode no próximo período ter uma alíquota maior, menor ou, ainda, estar isento do seu pagamento.

Para melhor compreensão de cálculos básicos do preço de venda, impacto de impostos, custos e lucros, vamos ao exemplo a seguir:

Exemplo: você comercializa camisetas brancas, compra-as ao preço de R$ 7,00 e deseja trabalhar com uma margem de lucro de 30%. Vamos supor que os impostos representam 10%. Como ocorrem os resultados a partir de duas interpretações:

Preço de venda é: (R$ 7,00 + 30%, ou seja, R$ 7,00 + R$ 2,10). R$ 9,10

Dedução dos 10% de impostos (R$ 9,10 – 10%). - R$ 0,91

Valor já deduzidos os impostos (R$ 9,10 – R$ 0,91). R$ 8,19

Pagamento ao fornecedor (custo da mercadoria). R$ 7,00

Deste lucro, você precisa ainda pagar suas despesas administrativas e de pessoal. R$ 1,19 Situação B: se do seu preço de venda vai obter 30% para chegar ao custo, terá: Situação A: se a partir do preço de compra você acrescentar 30%, terá:

Seu preço de venda é: (R$ 7,00 / (1-30%), ou seja, (R$ 7,00 / 70%). R$ 10,00

Dedução dos 10% de impostos (R$ 10,00 – 10%). R$ 1,00

Valor já deduzidos os impostos (R$ 10,00 – R$ 1,00). R$ 9,00

Pagamento ao fornecedor (custo da mercadoria). R$ 7,00

Deste lucro, você precisa ainda pagar suas despesas administrativas e de pessoal. R$ 2,00

NOTA

A maioria dos impostos tem como base de cálculo o faturamento (valor das vendas), e a partir daí deduz-se os impostos. Observe ainda que o exemplo anterior considera 30% de lucro de duas formas – interpretações.

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Do exemplo anterior, a situação B apresenta um lucro superior à situação A. Agora, se você tiver uma baixa despesa administrativa e de pessoal e vender bastante (alto giro), poderá lucrar mais na situação A. Se você tiver uma despesa administrativa e de pessoal dentro da média, mas o seu giro (vendas) não for significativo, mesmo que pratique a situação B, poderá não ter lucro.

Além do custo, dos impostos, da despesa administrativa e de pessoal, também precisamos considerar o volume de vendas (giro) mensal. Há produtos com os quais conseguimos trabalhar com margens maiores, e com outros precisamos trabalhar com margens menores para conseguir vender.

ESTUDOS FUTUROS

As demonstrações do exemplo anterior não consideram a forma nem a condição de pagamento do cliente, bem como ao fornecedor. Veremos variáveis exploradas mais adiante.

3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Ao receber dinheiro e efetuar os pagamentos, a empresa está tendo a sua movimentação financeira, e toda esta movimentação precisa ser registrada e demonstrada.

As demonstrações, como a própria palavra diz, vão demonstrar tudo o que aconteceu ou está por acontecer com os recursos financeiros da empresa: as entradas, as saídas e os resultados.

Dentre as formas de demonstrações, este tópico abordará: o DRE – Demonstração dos Resultados do Exercício e o Balanço Patrimonial.

Os demonstrativos podem ser gerados por competência ou por caixa. Um demonstrativo por competência ou regime de competência é uma análise econômica, que expressa as receitas, despesas e o resultado do período, sem considerar o momento temporal em que ocorrem os pagamentos ou recebimentos.

Já o demonstrativo por caixa ou regime de caixa expressa o momento temporal em que ocorrem os pagamentos e recebimentos. Sabe-se, exatamente, o momento em que o dinheiro entrou ou saiu, podendo ser de outras competências diferentes do período apresentado.

(20)

3.1 DRE – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO

EXERCÍCIO

O DRE é uma forma resumida de apresentar os resultados operacionais da empresa dentro de um determinado período, geralmente anual ou mensal. O DRE anual apresenta os resultados que a empresa obteve dentro do seu chamado ciclo ou exercício fiscal, enquanto que os DRE´s mensais auxiliam nas decisões de curto prazo, para que os objetivos anuais sejam alcançados.

Esta demonstração parte do “faturamento”, tecnicamente denominado de ROB (Receita Operacional Bruta). A partir daí, apresenta-se a demonstração das movimentações, até encontrarmos o Lucro ou Prejuízo Líquido da empresa no período de apuração.

O quadro a seguir apresenta uma estrutura básica e resumida de um DRE:

QUADRO 1 – ESTRUTURA DO DRE

(=) ROB / faturamento Total da Receita Operacional Bruta, Faturamento, Vendas. (-) Impostos Impostos que incidem sobre a Receita Operacional Bruta (ROB).

(=) ROL Receita Operacional Líquida (ROB menos os impostos).

(-) CMV CMV - Custo das Mercadorias Vendidas.

(=) Lucro bruto

O lucro bruto é o que sobra da ROB, menos impostos e CMV. É a partir desta margem bruta que vamos descontar as demais despesas da empresa. Este lucro bruto também é conhecido como margem de contribuição.

(-) Despesas administrativas Total das despesas administrativas (aluguel, água, energia elétrica, telefonia etc.), descontadas do lucro bruto.

(-) Despesas de pessoal

O total das despesas com pessoal, incluindo os encargos sociais e trabalhistas. Na indústria, as despesas com pessoal da produção podem ser adicionadas ao CMV (matéria-prima e pessoal da produção).

(=) Lucro operacional (antes das

despesas e receitas financeiras) O lucro operacional é o resultado, já descontadas as despesas administrativas e de pessoal. (-) Despesas financeiras Despesas com capital de terceiros.

(+) Receitas financeiras Receitas de aplicações e ganhos financeiros.

(=) Lucro/prejuízo líquido Agora encontramos o lucro ou prejuízo líquido do período. FONTE: O autor

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IMPORTANTE

As demonstrações podem ser por regime de competência ou de caixa.

Partindo da estrutura de um DRE, apresentada no quadro 1, vamos visualizar, no quadro a seguir, o exemplo de um DRE com os números anuais. Vamos imaginar que seja o DRE do nosso exemplo da camisaria e vamos visualizar os resultados de dois anos consecutivos (2009 e 2010), onde cada camiseta foi vendida ao valor de R$ 10,00.

QUADRO 2 – EXEMPLO DO DRE

DRE 2010 2009

(=) ROB / faturamento R$ 120.000,00 R$ 114.000,00

(-) Impostos (10% sobre a ROB) R$ 12.000,00 R$ 11.400,00

(=) ROL (ROB – impostos) R$ 108.000,00 R$ 102.600,00

(-) CMV R$ 84.000,00 R$ 79.800,00 (=) Lucro bruto R$ 24.000,00 R$ 22.800,00 (-) Despesas administrativas R$ 6.000,00 R$ 5.000,00 (-) Despesas de pessoal R$ 15.600,00 R$ 16.100,00 (=) Lucro operacional R$ 2.400,00 R$ 1.700,00 (-) Despesas financeiras R$ 250,00 R$ 200,00 (+) Receitas financeiras R$ 25,00 R$ 10,00 (=) Lucro/prejuízo líquido R$ 2.175,00 R$ 1.510,00 FONTE: O autor

O DRE do quadro 2 considera o regime de competência, ou seja, os fatos ocorreram em cada um dos anos. Não considera quando pagamos os fornecedores, nem mesmo o recebimento das vendas dos clientes.

Este DRE já nos permite realizar algumas análises para a tomada de decisão: Sabendo-se que em 2009 cada camiseta foi vendida a R$ 10,00, a ROB (Receita Operacional Bruta) considera um total de 11.400 camisetas vendidas.

Mantendo-se o mesmo preço de venda de 2009, em 2010 foram vendidas 12 mil camisetas, ou seja, 5,26% a mais que no ano anterior. Como não houve aumento no preço de venda, nem mudança na carga tributária (impostos) e também não houve aumento do CMV, o aumento do lucro bruto foi proporcional às vendas (5,26%).

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O lucro líquido final teve um aumento de 44,04%, de R$ 1.510,00 em 2009, para R$ 2.175,00 em 2010, que, além do aumento das vendas, também teve a contribuição das despesas administrativas e das despesas com pessoal.

Ao aumentar ou reduzir o valor de qualquer um dos itens do DRE acima, tem-se um reflexo imediato no lucro/prejuízo líquido.

Ao aumentar apenas o preço de venda, o montante dos impostos aumentará na proporção das vendas. Lembre-se de que um aumento de preços pode diminuir a quantidade a ser vendida, bem como: a redução do preço pode aumentar as vendas – vai depender muito do produto e do mercado.

Se houver apenas aumento da alíquota dos impostos (sem preço de venda e quantidade vendida), você irá pagar mais impostos e, consequentemente, os lucros brutos (operacional e líquido) vão ser menores, talvez até revelando prejuízo.

Agora, imagine se apenas o fornecedor aumentar o custo da camiseta e você não conseguir repassar este aumento aos seus clientes. Isto também afetará o lucro bruto, operacional e líquido.

Bem, também se pode imaginar que ocorram mudanças apenas nas despesas administrativas e/ou de pessoal. Os resultados também serão afetados.

O gestor financeiro precisa estar atento a todas as mudanças da empresa, com o objetivo de garantir que os resultados estabelecidos pelos sócios sejam alcançados.

3.2 BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial traz elementos da contabilidade e apresenta um resumo da posição financeira da empresa numa determinada data. Tratando-se de elementos contábeis, vale lembrar que as contas do:

• Ativo: representam os direitos e bens, agrupados em contas que estão ordenadas pela sua liquidez. Começa com as de maior liquidez (caixa) até as de menor liquidez. O Ativo ainda está dividido em dois grandes grupos: as contas de recebimento de curto prazo (Ativo Circulante) e de longo prazo (Realizável de Longo Prazo).

• Passivo: representam os deveres e as obrigações, que também estão ordenados pelo seu prazo: do curto ao longo prazo de pagamento. O Passivo também está dividido no curto prazo (Passivo Circulante) e no longo prazo (Exigível de longo prazo).

(23)

UNI

O gestor financeiro necessita ter noções básicas da contabilidade.

O quadro a seguir apresenta algumas contas do ativo, com sua explicação:

QUADRO 3 – CONTAS DO ATIVO

CONTA EXPLICAÇÃO

Caixa/bancos Disponibilidades de dinheiro em caixa/bancos. Aplicações financeiras Valores aplicados, que, se necessário, pode-se resgatar.

Contas a receber Parte da ROB (Receita Operacional Bruta) não é recebida à vista, e sim nos prazos negociados. Todo o montante a receber consta nesta conta. Estoque

Totaliza o valor do estoque de mercadorias e/ou de matéria-prima. O estoque de mercadorias ou produtos acabados representa o valor destes produtos para comercialização. Já o estoque de matéria-prima representa o que temos para produzir.

Imobilizações Representam o ativo permanente da empresa, compreendido pelos terrenos e edificações, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, veículos etc.

FONTE: O autor

Observe no quadro 3 que as contas estão ordenadas de maior liquidez (Caixa), até as de menor liquidez (Imobilizações). Ao necessitar efetuar pagamentos imediatamente, o dinheiro pode estar disponível no caixa, bancos ou, ainda, em aplicações financeiras, e prontamente os pagamentos podem ser feitos.

Já se não houver recursos nestas contas, mas a empresa tiver contas a receber, poderá efetuar os pagamentos assim que receber de seus clientes. Para antecipar estes recebimentos (fazer caixa), poderá conceder descontos aos clientes ou, ainda, antecipar o desconto dos cheques e duplicatas em bancos.

Agora, se também não houver contas a receber, os estoques precisam ser convertidos em vendas, gerar contas a receber e receber os valores para poder ter caixa e realizar os pagamentos.

Se também não houver estoque de mercadorias, a situação fica ainda mais crítica. Neste caso, a empresa necessita realizar algum empréstimo, ou os donos precisam injetar dinheiro, ou ainda, a empresa precisa vender parte do seu patrimônio para ter recursos financeiros para realizar os pagamentos.

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IMPORTANTE

É fundamental o equilíbrio das contas do ativo, para não afetar a liquidez. Mais adiante veremos alguns indicadores que permitem avaliar a liquidez.

O quadro 4 apresenta, de forma geral, algumas contas do passivo, para que possamos compreender as demonstrações seguintes deste caderno:

QUADRO 4 – CONTAS DO PASSIVO

CONTA EXPLICAÇÃO

Contas a pagar Representam as compras realizadas a prazo. Títulos a pagar Representam empréstimos de curto prazo.

Despesas a pagar Representam despesas com empréstimos, salários etc. Patrimônio

líquido Expressa o capital investido pelos sócios no início do período, incluindo lucros ou prejuízos acumulados. FONTE: O autor

Retomando o exemplo da camisaria, o quadro 5 ilustra um balanço patrimonial, com dados de dois períodos (2009 e 2010).

QUADRO 5 – EXEMPLO DE BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVOS 2010 2009 Ativos Circulantes Caixa 232,00 202,00 Aplicações financeiras 1.050,00 980,00 Contas a receber 7.500,00 5.500,00 Estoques 9.800,00 12.500,00

Total dos ativos circulantes 18.582,00 19.182,00

Ativos permanentes (ao custo)

Terrenos e edificações 25.200,00 23.000,00

Máquinas e equipamentos 3.950,00 3.470,00

Móveis e utensílios 1.890,00 1.420,00

Veículos 0,00 0,00

Total dos ativos permanentes 31.040,00 27.890,00

Depreciação acumulada 10.010,00 9.760,00

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TOTAL DOS ATIVOS 39.612,00 37.312,00 PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Passivo Circulante

Contas a pagar 8.359,00 7.297,00

Títulos a pagar 3.340,00 2.980,00

Despesas a pagar 4.160,00 3.915,00

Total dos passivos circulantes 15.859,00 14.192,00

Exigível de longo prazo 3.503,00 3.240,00

Total dos passivos 19.362,00 17.432,00

Patrimônio líquido

Capital social 20.250,00 19.880,00

TOTAL DOS PASSIVOS E PL 39.612,00 37.312,00

FONTE: O autor

Algumas considerações do balanço patrimonial do quadro 5.

A disponibilidade em caixa e em aplicações financeiras aumentou em 2010. Em 2010 as contas a receber são maiores, podendo ser resultado da concessão de maior prazo de pagamento aos clientes.

A quantidade de mercadorias em estoque diminui. Lembre-se de que neste exemplo não houve aumento, nem redução nos custos das camisetas. Se houvesse uma redução nos custos, pode-se ter o mesmo volume de peças, mas um custo menor.

O ativo aumentou pelos investimentos no imobilizado.

Em 2010, o passivo circulante aumentou, enquanto que o ativo circulante diminuiu. Ou seja, as dívidas de curto prazo aumentaram, enquanto que as disponibilidades de curto prazo diminuíram.

ATENCAO

O balanço patrimonial e o DRE de uma empresa apresentam-se mais detalhados do que nos exemplos deste item.

(26)

4 ÍNDICES FINANCEIROS

Qual foi o rendimento da poupança neste mês? E no mês passado? Qual será o aumento dos combustíveis? Da passagem de ônibus? Do aluguel? Estas e outras perguntas passam a ser respondidas a partir de índices.

No ambiente empresarial, “a análise de índices envolve métodos de cálculo e interpretações de índices financeiros visando analisar e acompanhar o desempenho da empresa” (GITMAN, 2004, p. 42), e funcionam como termômetros.

Fundamentalmente, os índices procuram avaliar a liquidez, a atividade, o endividamento e a rentabilidade de uma empresa.

Estes índices precisam ser calculados e atualizados para que se possa tomar decisões para a manutenção ou aumento dos resultados, bem como ajudar a identificar fatores que levaram ao desempenho ruim.

UNI

Se na semana passada a temperatura média foi de 27ºC e nesta semana está sendo de 30ºC, o que isto pode significar? Será efeito do aquecimento global? É normal para a época do ano? Ou é anormal?

A partir das demonstrações, encontramos elementos que nos permitem calcular alguns índices, que vão avaliar o desempenho operacional e auxiliar na tomada de decisão. Não é meramente o resultado do cálculo de um índice que permitirá uma interpretação do seu valor, mas a partir de comparações.

Através dos índices pode-se realizar comparações pelos seguintes métodos: • Análise Vertical (Cross-Sectional): consiste numa forma de comparar os

índices da sua empresa com a concorrência ou com o índice médio do mercado. Nesta comparação pode-se descobrir o quanto estamos melhores ou piores em cada um dos índices em relação ao mercado e identificar as ações que possam corrigir o valor destes índices.

• Análise Temporal ou de Série Temporal: consiste numa análise dos índices da empresa ao longo do tempo, de um passado até o momento presente, com a finalidade de avaliar o desempenho no período. A análise temporal permite ainda estabelecer uma tendência futura de desempenho.

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• Análise Combinada: combina a análise vertical e a temporal, trazendo a possibilidade de comparar o desempenho da empresa com o mercado no decorrer do tempo.

Estas análises vão orientar o gestor financeiro nas suas tomadas de decisão, e ao compartilhar estes resultados com os demais setores, você sensibiliza mais pessoas aos resultados propostos.

Os índices apresentados a seguir estão agrupados em quatro categorias básicas: liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. Os três primeiros grupos: liquidez, atividade e endividamento medem, principalmente, o risco, enquanto que os índices de rentabilidade medem o retorno do empreendimento.

ATENCAO

Todos os índices a seguir serão calculados com base nas demonstrações dos quadros 2 e 5, abordados anteriormente. Na exemplificação da fórmula de cada um dos índices, teremos como base os dados de 2010.

4.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ

“A liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de cumprir as obrigações de curto prazo à medida que vencem” (GITMAN, 2004, p. 46), indicando a capacidade de pagar as contas que vencem no curto prazo.

Ao encontrar um índice de liquidez menor que 1, temos a informação de que a empresa poderá ter dificuldades de realizar os seus pagamentos e sinaliza dificuldades de fluxo de caixa. Já um índice de liquidez maior que 1 sinaliza que a empresa tem condições de realizar os pagamentos. A seguir, vamos explicar o índice de liquidez corrente e seca.

4.1.1 Índice de liquidez corrente

O índice de liquidez corrente é muito utilizado, pois mede a capacidade da empresa de saldar suas contas de curto prazo, e tudo que é curto prazo está relacionado ao Ativo Circulante e Passivo Circulante.

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QUADRO 6 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE

Fórmula de Cálculo Resultado

Índice de Liquidez Corrente = Ativo Circulante 18.582,00 = 1,17

Passivo Circulante 15.859,00

FONTE: O autor

O quadro acima apresenta que em 2010 a Liquidez Corrente foi de 1,17. Ao calcular este índice para 2009, obtém-se a liquidez de 1,35 (19.182 / 14.192). Observa-se que em 2009 a liquidez corrente foi melhor que em 2010, demonstrando uma queda de 13,33%. Em 2009 havia melhores condições para o pagamento das dívidas de curto prazo.

Em 2009, o Ativo Circulante estava 35% acima do Passivo Circulante, já em 2010 apenas 17%. Mesmo com esta queda de 2009 para 2010, a empresa apresenta liquidez. Para a manutenção desta liquidez faz-se necessário manter o Ativo Circulante acima do Passivo Circulante.

4.1.2 Índice de liquidez seca

O Índice de liquidez seca também mede a capacidade da empresa de saldar as suas contas de curto prazo, mas desconsidera os estoques.

Para a atividade de algumas empresas, o estoque é considerado de baixa liquidez, podendo ser matéria-prima que ainda precisa gerar produto acabado, ou ainda, na maioria dos casos, as vendas do estoque ocorrem a prazo e uma pequena parte vem para o caixa e o restante é contas a receber.

QUADRO 7 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA

Fórmula de Cálculo Resultado

Índice de Liquidez Seca = Ativo Circulante – Estoque 8.782,00 = 0,55

Passivo Circulante 15.859,00

FONTE: O autor

Neste caso, a liquidez seca de 2010 (0,55) é superior à de 2009, que foi de 0,47 (6.682/14.192). Houve uma melhora de 16,82% de 2009 para 2010, atribuído a uma redução dos estoques.

(29)

Analise o balanço patrimonial de sua empresa, e procure conhecer a liquidez corrente e seca.

AUTOATIVIDADE

4.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE

Segundo Lemes (2005, p. 75), “os índices de atividade medem a velocidade com que várias contas se transformam em vendas ou caixa”. As mercadorias não podem ficar paradas no estoque, precisam resultar em vendas, que, por consequência, são a receita da empresa.

Quanto maior o giro das mercadorias, melhor será o resultado dos índices de atividade: o giro de estoques, o prazo médio de recebimento, o prazo médio de pagamento e o giro do ativo total.

4.2.1 Giro de estoques

O giro de estoques mede a liquidez do estoque. Quanto maior este índice, significa que mais rápido as vendas ocorrem, bem como: quanto menor, pode indicar que os produtos ficam muito tempo parados no estoque.

Para avaliar o giro é necessário ter índices de diferentes períodos para comparar. Há empresas que apresentam um giro com poucas oscilações mensais, enquanto que outras podem apresentar um giro muito alto em alguns meses do ano e praticamente nulo noutros.

QUADRO 8 – CÁLCULO DO GIRO DE ESTOQUES

Fórmula de Cálculo Resultado

Giro de Estoques = Custo dos produtos vendidos 84.000,00 = 8,57

Estoque 9.800,00

FONTE: O autor

Em 2010, obteve-se um giro de 8,57, superior ao de 2009, que foi de 6,38 (79.800/12.500). O crescimento no giro de um ano para o outro foi de 34,24%. Como avaliado, anteriormente, em 2010 foram vendidas mais peças e o ano de 2010 terminou com menos peças no estoque, o resultado disto é um maior giro de estoques.

(30)

UNI

Foi demonstrado o giro dos estoques de uma forma geral, mas há empresas que conhecem o giro de estoque de cada um de seus produtos.

4.2.2 Prazo médio de recebimento

Todas as vendas realizadas geram recebimentos dos clientes, em diferentes prazos: há vendas em que o recebimento ocorre no ato da venda, consideradas “à vista”, outras em que parte do valor total é recebida como entrada e o saldo é parcelado num período futuro, outras nem entrada têm – o valor total está parcelado em datas futuras.

É fundamental conhecer o prazo médio de recebimento, para saber em quanto tempo estamos recebendo o dinheiro das vendas, para avaliar as políticas de crédito e cobrança.

QUADRO 9 – CÁLCULO DO PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO

Fórmula de Cálculo Resultado

Prazo Médio de Recebimento = Contas a receber 7.500,00 = 22.50

Vendas ÷ 360 120.000,00 ÷ 360

FONTE: O autor

O prazo médio de recebimento passou a ser de 22,50 dias em 2010, enquanto que em 2009 foi de 17,37 dias. Isto revela uma política de que a loja passou a conceder mais prazo aos seus clientes. Havendo disponibilidades financeiras, ou ainda, conseguindo repassar ao preço do produto o custo do dinheiro neste prazo, consegue-se manter os resultados financeiros da empresa.

UNI

Nos últimos anos, no Brasil, vivenciamos uma política de crédito muito forte. Os brasileiros puderam adquirir seus bens móveis e imóveis pagando em diversos meses e/ou anos. A partir de 2011, o governo vem aplicando medidas para frear um pouco o consumo, elevando algumas taxas de juros e impostos para conter a inflação.

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4.2.3 Prazo médio de pagamento

Da mesma forma que recebemos dos clientes pela vendas efetuadas, também é necessário realizar o pagamento aos fornecedores pelos estoques que formamos. Neste caso, é fundamental saber em quanto tempo ocorrem os pagamentos aos fornecedores, ou seja, o prazo médio de pagamento. Também há fornecedores que recebem tudo à vista, outros parcelam com e/ou sem entrada.

QUADRO 10 – CÁLCULO DO PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO

Fórmula de Cálculo Resultado

Prazo Médio de Pagamento = Contas a pagar 8.359,00 = 35,82

Compras (CMV) ÷ 360 84.000,00 ÷ 360 FONTE: O autor

Em 2010, os pagamentos aos fornecedores são realizados num prazo médio de 35,82 dias, enquanto que em 2009 havia um prazo de 32,92 dias. Entende-se que em 2010 a empresa passou a ter mais prazo para o pagamento.

Considerando os resultados destes dois últimos índices: Prazo Médio de Recebimento (PMR) e Prazo Médio de Pagamento (PMP), analisa-se que se o PMR é de 22,50 e o PMP é de 35,82 dias, significa que primeiro recebemos as vendas dos clientes para depois pagar os fornecedores. Isto é verdadeiro, se tudo ocorrer num mesmo momento inicial, ou seja, comprar as mercadorias, colocar no estoque e vender. Agora, se você vendeu apenas 10 dias depois da compra, estará recebendo por volta do 32º dia, sendo que no 35º estará pagando o fornecedor. Esta análise é válida para o exemplo em questão, tendo que ser ajustada a outros casos.

4.2.4 Giro do ativo total

O giro do ativo total indica a eficiência com que a empresa usa seus ativos para gerar vendas. Para que este índice apresente bons resultados é fundamental o crescimento das vendas e/ou a manutenção do ativo total.

QUADRO 11 – CÁLCULO DO GIRO DO ATIVO TOTAL

Fórmula de Cálculo Resultado

Giro do Ativo Total = Vendas 120.000,00 = 3,03

Ativo Total 39.612,00

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O giro do ativo total de 3,03 em 2010 apresentou-se menor que em 2009 (3,06). Ao avaliar o quadro 5, percebe-se que em 2010 a loja aumentou o seu ativo imobilizado, acima do crescimento das vendas. Desta forma, o giro do ativo total em 2009 era de 3,06, melhor que em 2010 (3,03). As imobilizações comprometeram este índice.

4.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

A palavra endividamento expressa o quanto temos de dívidas. Ao possuir dívidas, estamos utilizando um dinheiro que não é nosso; daí a expressão “capital de terceiros”. Geralmente, a empresa apresentará algum grau de endividamento, pois o capital de terceiros pode apresentar um custo inferior ao custo estabelecido pelo dono do negócio, que pretende retirar lucros.

Segundo Gitman (2004, p. 49), “os índices de endividamento indicam o volume de dinheiro de terceiros que usamos para gerar lucros”.

ESTUDOS FUTUROS

De uma forma ou de outra, as empresas apresentarão algum endividamento, o que, dependendo das condições, não significa nenhuma situação ruim. Mais adiante aprofundaremos esta análise.

4.3.1 Índice de endividamento geral

O índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais que são financiados por terceiros. Quanto maior este índice, maior a quantidade de dinheiro que a empresa tem emprestado.

QUADRO 12 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL, ANO 2010

Fórmula de Cálculo Resultado

Índice de Endividamento Geral:

Total dos Passivos 19.362,00

= 0,49 * 100 = 48,88% Ativo Total 39.612,00

FONTE: O autor

O endividamento geral de 2010 (48,88%) é superior a 2009 (46,72%), apontando que a empresa passou a contar com mais capital de terceiros. O aumento desse endividamento foi de 2,16% de um ano para outro.

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4.3.2 Índice de cobertura de juros

Ao utilizar capital de terceiros, ter empréstimos, a empresa precisa devolver o capital tomado acrescido dos juros cobrados pelo terceiro.

O índice de cobertura de juros mede a capacidade da empresa de pagar os juros dos empréstimos, e, quanto maior, melhor a capacidade de pagar os juros sobre o capital de terceiros.

QUADRO 13 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS

Fórmula de Cálculo Resultado

Índice de Cobertura de Juros = Lucro Operacional 2.400,00 = 9,60

Juros 250,00

FONTE: O autor

A capacidade de pagar os juros em 2010 foi de 9,60, superior à de 2009, de 8,50. Tanto para quem empresta o dinheiro, bem como para quem toma o dinheiro emprestado em 2010, constata que a empresa apresenta melhores condições de cobrir os juros.

4.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE

A palavra rentabilidade lembra o quão rentável algo é, ou seja, os resultados que estão sendo apurados. Quando você tem alguma disponibilidade de dinheiro, procura aplicar numa modalidade que num primeiro momento apresenta melhor rentabilidade, ou seja, aufere melhores ganhos.

Este ganho – a rentabilidade de uma empresa – pode ser analisado conhecendo a margem de lucro bruto, a margem de lucro operacional, a margem de lucro líquido, o retorno do ativo total e o retorno do capital próprio.

4.4.1 Margem de lucro bruto

A margem de lucro bruto é a diferença do preço de venda de nossos produtos, descontados os impostos e custos destes produtos (quadro 2). Quanto maior a margem, maiores são as disponibilidades para as despesas administrativas, de pessoal e financeiras.

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QUADRO 14 – CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO BRUTO

Fórmula de Cálculo Resultado

Margem de Lucro Bruto = Lucro Bruto 24.000,00 = 0,20 * 100 = 20,00% Receita de Vendas 120.000,00

FONTE: O autor

Em ambos os períodos, 2009 e 2010, obteve-se os mesmos 20% de margem de lucro bruto. O volume de vendas cresceu, mas com a manutenção do preço de venda, do CMV e da carga tributária, a margem de lucro bruto manteve-se a mesma.

As ações que permitem aumentar esta margem são: • aumentar o preço de venda e/ou;

• reduzir os custos do produto, ou ainda;

• aumentar o giro com a redução do preço de venda e/ou aumento dos prazos de recebimento.

4.4.2 Margem de lucro operacional

A margem de lucro operacional é a diferença do preço de venda dos produtos, descontados todos os impostos, custos das mercadorias vendidas, despesas administrativas e de pessoal. Apenas não são consideradas as despesas ou receitas financeiras.

QUADRO 15 – CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO OPERACIONAL

Fórmula de Cálculo Resultado

Marge de Lucro Operacional = Lucro Operacional 2.400,00 = 0,02 * 100 = 2% Receita de Vendas 120.000,00

FONTE: O autor

A margem de lucro operacional de 2009 foi de 1,49%, que aumentou para 2,00% em 2010. As ações que contribuem para melhorar a margem de lucro bruto também contribuem para melhorar a margem de lucro operacional.

Na melhora da margem de lucro operacional devem ser observadas as despesas administrativas e de pessoal.

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4.4.3 Margem de lucro líquido

A margem de lucro líquido é a diferença do preço de venda dos produtos, descontados todos os impostos, custos, despesas administrativas, de pessoal e financeiras. Agora são consideradas as despesas ou receitas financeiras.

QUADRO 16 – CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO LÍQUIDO

Fórmula de Cálculo Resultado

Marge de Lucro Líquido = Lucro Líquido 2.175,00 = 0,0181*100 = 1,81% Receita de Vendas 120.000,00

FONTE: O autor

A elevação das despesas financeiras de 2009 para 2010 não impediu que a margem de lucro líquido fosse elevada de 1,32% para 1,81% em 2010. O aumento das vendas, a manutenção dos custos das mercadorias vendidas, o controle das despesas administrativas e financeiras e as despesas financeiras contribuíram para a elevação da margem de lucro líquido.

As ações desenvolvidas para a melhora da margem de lucro bruto e operacional também afetam a margem de lucro líquido, influenciada principalmente pelas despesas e receitas financeiras.

4.4.4 Retorno do ativo total

O retorno do ativo total, também conhecido por retorno do investimento, mede a eficácia geral da empresa em obter lucros com os seus ativos. Quanto maior, melhor o retorno.

QUADRO 17 – CÁLCULO DO RETORNO DO ATIVO TOTAL

Fórmula de Cálculo Resultado

Retorno do Ativo Total = Lucro Líquido 2.175,00 = 0,05 * 100 = 5,49%

Ativo Total 39.612,00

FONTE: O autor

Em 2010, o retorno do ativo total foi de 5,49%, enquanto que em 2009 foi de 4,05%. Para que seja melhorado o retorno do ativo total, a empresa precisa aumentar o seu lucro líquido nas operações, evitando aumento do ativo total.

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4.4.5 Retorno do capital próprio

O capital próprio representa o montante de recursos investidos pelo sócio ao negócio. O dono do capital analisa as diferentes oportunidades no mercado para investir o seu dinheiro e deste espera o retorno. O retorno do capital próprio é o índice que mede o retorno que os donos têm sobre o seu capital investido no empreendimento.

Compara-se este retorno com outras oportunidades disponíveis no mercado, a fim de direcionar os investimentos ao que apresentar maior retorno.

QUADRO 18 – CÁLCULO DO RETORNO DO CAPITAL PRÓPRIO

Fórmula de Cálculo Resultado

Retorno do Capital Próprio = Lucro Líquido 2.175,00 = 0,11 * 100 =10,74% Capital Social 20.250,00

FONTE: O autor

O retorno do capital próprio também aumentou em relação a 2009, onde tínhamos 7,60% e agora em 2010 este retorno é de 10,74%. Numa situação real, possivelmente, o retorno de 2009 é inexpressivo, já em 2010 apresenta-se um pouco superior à aplicação do dinheiro na poupança.

Nestes casos, você, dono do capital, passa a exigir um retorno mais alto. Nestes percentuais apresentados, é mais conveniente procurar uma aplicação financeira para fazer render o seu dinheiro, ao invés de se arriscar numa atividade empresarial.

DICAS

Elabore uma planilha eletrônica com os principais dados do DRE e do balanço patrimonial de uma empresa, elabore as fórmulas para calcular os índices e faça as análises e simulações.

4.4.6 Análise completa

Não se pode realizar uma análise por meio de um único índice, pois este pode apresentar uma imagem falsa. Nenhum índice, por si só, é adequado para avaliar os aspectos relativos à situação financeira da empresa.

(37)

Uma análise completa da situação financeira da empresa poderá ser feita por: • Análise Geral: de vários índices, para reunir todos os aspectos das

atividades da empresa, identificando as principais necessidades ou áreas de responsabilidade. Para se chegar a este resultado é necessário realizar uma análise dos quatro grupos, isoladamente, avaliando: liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. Na sequência, avaliar o risco (liquidez, atividade e endividamento) com as possibilidades de retorno (rentabilidade). • Análise DuPont: visa identificar as principais áreas responsáveis pelo retorno

do patrimônio líquido, ou seja, pelo desempenho financeiro; a partir do desdobramento do: lucro sobre as vendas, eficiência na utilização do ativo e uso da alavancagem.

IMPORTANTE

Na análise, o gestor financeiro precisa considerar o conjunto destes indicadores.

A figura a seguir ilustra o Sistema de Análise DuPont, aplicado ao exemplo da camisaria deste Caderno de Estudos:

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FIGURA 1 – SISTEMA DE ANÁLISE DUPONT

FONTE: Adaptado de: Gitman (2004, p. 126)

Os elementos da figura acima foram extraídos do exemplo da camisaria, tomando como base o ano de 2010, e alguns índices já foram calculados anteriormente. o (=) ROB: R$ 120.000,00 (-) Imposto: R$ 12.000,00 (-) CMV: R$ 84.000,00 (=) Lucro Líquido (=) Ativo Circulante (=) Exigível Total (=) Pat. Líquido, R$ 20.250,00 (=) Pat. Líquido, R$ 20.250,00 (=) Passivo e PL, R$ 39.612,00 (=) Multiplicador de Alavancagem Financeira 1,96 (=) Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido 10,72% (=) Giro do Ativo Total 3,03 (=) Retorno sobre o Ativo Total 5,48% (=) ROB (=) ROB dividido por dividido por dividido por menos menos menos menos menos mais mais mais multiplicado por multiplicado por mais (=) Margem Líquida 1,81% (-) D. Adm: R$ 6.000,00 (-) Pessoal: R$ 15.000,00 (-) D. Financ: R$ 250,00 (+) R. Financ: R$ 25,00 (+) Ativo Circulante (+) Passivo Circulante (+) Exigível a Longo Prazo (+) Ativo Permanente Líquido: R$ 21.030,00

(39)

Neste primeiro tópico desta unidade aprendemos um pouco sobre: • A gestão financeira é a gestão do dinheiro. Para isso é necessário saber como

recebemos, pagamos, investimos e, principalmente, fazer este dinheiro render. • As empresas podem ser firmas individuais, sociedade por cotas ou ainda

sociedade por ações. Independentemente da sua forma, todas precisam realizar a gestão financeira.

• Todas as pessoas e empresas estão sujeitas a um enquadramento e regime de

tributação, nas suas esferas municipal, estadual e federal.

• Na gestão financeira precisamos contar com demonstrações dos fatos. Conhecemos

o DRE (Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial). • As demonstrações são elaboradas em Regime de Competência ou Regime de Caixa.

• O regime de competência representa uma análise econômica que expressa as

receitas, despesas e resultados, sem considerar o momento temporal em que ocorrem os pagamentos ou recebimentos.

• O regime de caixa expressa o momento temporal em que os pagamentos e

recebimentos ocorrem.

• Os índices são termômetros para as empresas, e em cada uma de suas

classificações, têm finalidades específicas de medição.

• Os índices vão apontar algumas situações, para que possamos tomar decisões,

a fim de garantir os resultados.

• Apresentamos índices de liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade.

Todos vão permitir avaliar a situação da empresa, comparando-a com períodos anteriores, projetando períodos futuros e, ainda, com outras empresas do mesmo setor.

• O risco é avaliado a partir dos índices de liquidez, atividade e endividamento.

Os índices de rentabilidade evidenciam o retorno do negócio.

• A análise financeira de uma empresa não pode ocorrer com os índices isolados.

Deve-se considerar o conjunto de índices. O sistema de análise DuPont permite uma análise completa.

• A análise de índices pode ser vertical, temporal ou combinada.

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AUTOATIVIDADE

Vamos agora fixar o que aprendemos, respondendo algumas questões: 1 Complete a sentença a seguir:

A Gestão Financeira é uma atividade __________, que pode ser definida como ______ e _______ da gestão do __________.

2 Por que a Gestão Financeira tem relação direta com a teoria econômica e com a contabilidade?

3 Quais são as três esferas governamentais de tributação, nas quais as empresas podem estar inseridas?

4 Diferencie as demonstrações: DRE e balanço patrimonial. 5 Qual a estrutura básica de um DRE?

6 Como são organizadas as contas do ativo e do passivo?

7 O que é descoberto com os índices de liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade?

8 Monte o DRE e o balanço patrimonial, considerando os seguintes dados de uma empresa que comercializou calças em 2010.

a) Vendeu 13.000 calças ao preço de R$ 20,00, sendo que cada uma custa R$ 10,00. b) 15% de impostos sobre as vendas.

c) O terreno da empresa representa R$ 40.000,00, as máquinas e equipamentos R$ 7.000,00 e os móveis e utensílios R$ 3.500,00. A depreciação acumulada representa o total de R$ 13.000,00.

d) As despesas de pessoal são de R$ 30.000,00 e as administrativas de R$ 12.000,00. e) As contas a pagar representam R$ 9.000,00, os títulos a pagar R$ 5.000,00 e

as despesas a pagar R$ 8.000,00.

f) Os estoques totalizam R$ 20.000,00 e o contas a receber é de R$ 13.000,00. g) O caixa é de R$ 1.000,00 e as aplicações financeiras totalizam R$ 10.000,00. h) O capital social investido pelos sócios representa R$ 34.000,00.

i) As dívidas de longo prazo somam a importância de R$ 25.500,00. 9 A partir do DRE e balanço patrimonial a seguir, calcule os índices:

(41)

Ativos Circulantes

Caixa 2.320,00

Aplicações financeiras 6.050,00

Contas a receber 15.500,00

Estoques 19.800,00

Total dos ativos circulantes 43.670,00

Ativos permanentes (ao custo)

Terrenos e edificações 20.200,00

Máquinas e equipamentos 9.950,00

Móveis e utensílios 4.890,00

Veículos 0,00

Total dos ativos permanentes 35.040,00

Depreciação acumulada 7.010,00

Ativos permanentes líquidos 28.030,00

TOTAL DOS ATIVOS 71.700,00

PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Passivo Circulante

Contas a pagar 12.359,00

Títulos a pagar 11.340,00

Despesas a pagar 8.498,00

Total dos passivos circulantes 32.197,00

Exigível de longo prazo 13.503,00

Total dos passivos 45.700,00

Patrimônio líquido

Capital social 26.000,00

TOTAL DOS PASSIVOS E PL 71.700,00

DRE 2010

(=) ROB / faturamento R$ 250.000,00

(-) Impostos (20% sobre a ROB) R$ 50.000,00

(=) ROL (ROB – impostos) R$ 200.000,00

(-) CMV R$ 80.000,00 (=) Lucro bruto R$ 120.000,00 (-) Despesas administrativas R$ 60.000,00 (-) Despesas de pessoal R$ 45.000,00 (=) Lucro operacional R$ 15.000,00 (-) Despesas financeiras R$ 5.000,00 (+) Receitas financeiras R$ 0,00 (=) Lucro/prejuízo líquido R$ 10.000,00 Liquidez Corrente Liquidez Seca Giro de Estoques

Prazo Médio de Recebimento (PMR) Prazo Médio de Pagamento (PMP) Giro do Ativo Total

(42)

Margem de Lucro Bruto Margem de Lucro Operacional Margem de Lucro Líquido Retorno do Ativo Total Retorno do Capital Próprio

(43)

TÓPICO 2

FLUXOS E PLANEJAMENTO

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Na Gestão Financeira, os fluxos expressam os recebimentos e os pagamentos, ou seja, as entradas e as saídas de dinheiro do caixa. Estes fluxos, geralmente, não apresentam equilíbrio, ou seja, a mesma quantidade que recebemos não é a que pagamos, e vice-versa.

Conhecer este fluxo da empresa é fundamental para o gestor financeiro saber lidar com os picos: será que vou ter dinheiro para realizar estes pagamentos? O que fazer com todo este dinheiro? E como lidar com a necessidade de novos investimentos?

Estas dúvidas passam a ser sanadas a partir do momento em que temos todos os dados que nos dão uma noção certa das coisas. O planejamento é indispensável, pois, ao planejar você estará criando um cenário futuro do que poderá acontecer. Neste momento, você também pode avaliar a possibilidade de novos investimentos ou, ainda, tomar decisões para enfrentar uma crise.

Ao final desta unidade iremos projetar as demonstrações e os balanços para auxiliar a cuidar do dinheiro ao longo do tempo.

2 FLUXOS DE CAIXA

Antes de falarmos sobre os fluxos de caixa, precisamos relembrar o regime de competência e o regime de caixa, explicado no tópico anterior. Um demonstrativo por competência ou regime de competência é uma análise econômica, que pretende expressar as receitas, despesas e o resultado do período, não importando o momento temporal em que ocorrem os pagamentos ou recebimentos. Aqui não sabemos exatamente o momento em que o dinheiro entra ou sai.

Já o demonstrativo por caixa, ou regime de caixa, expressa o momento temporal em que ocorrem os pagamentos e recebimentos. Sabemos exatamente o momento em que o dinheiro entrou ou saiu, podendo ser de outras competências diferentes do período apresentado.

(44)

O fluxo de caixa apresenta as entradas e saídas, bem como as necessidades diárias ou de um período. Nos fluxos de caixa também aparecem os investimentos e sua depreciação – desvalorização que ocorre em função da idade e do uso do bem.

Ao elaborar a demonstração do fluxo de caixa, consideramos:

• Fluxos operacionais: consideram todas as entradas e saídas diretamente relacionadas à produção e comercialização dos produtos e/ou serviços.

• Fluxos de investimentos: expressam as aquisições de imobilizado (terrenos, edificações, máquinas, equipamentos, móveis, utensílios e veículos) e participações societárias.

• Fluxos de financiamentos: demonstram os recebimentos e pagamentos de capital próprio (dinheiro dos sócios) e ainda do capital de terceiros (dinheiro emprestado de não sócios).

FIGURA 2 – FLUXOS DE CAIXA

FONTE: Gitman (2004, p. 87)

Da figura acima é preciso conhecer cada um dos detalhes dos fluxos: operacionais, de investimento e de financiamentos; pois destes detalhes chegamos aos resultados, revelando lucro ou prejuízo do período.

O quadro a seguir ilustra os fluxos operacionais, de investimentos e financiamentos para o ano de 2010 do exemplo da camisaria. Para melhor compreensão, utilize também os quadros 2 e 5 do Tópico 1 desta unidade.

(45)

QUADRO 19 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Fluxo de caixa das atividades operacionais Cálculo Fluxo

Lucro líquido 2.175,00

Depreciação (e outras despesas não

desembolsáveis) 10010,00 – 9760,00 250,00

Contas a receber (aumentou) 7500,00 – 5500,00 -(2.000,00)

Estoques (diminuiu) 9800,00 – 12500,00 2.700,00

Contas a pagar 8359,00 – 7297,00 1.062,00

Outras despesas a pagar 4160,00 – 3915,00 245,00

Caixa gerado pelas atividades operacionais 4.432,00

Fluxo de caixa das atividades de investimento

Ativo Permanente (aumentou) 31040,00 – 27890,00 -(3.150,00)

Variações em participações societárias 0,00 – 0,00 0,00

Caixa aplicado em atividades de investimentos -(3.150,00)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento

Títulos a pagar (aumentou) 3340,00 – 2980,00 360,00

Exigível de longo prazo (aumentou) 3503,00 – 3240,00 263,00

Variações no patrimônio líquido (aumentou) 20250,00 – 19880,00 370,00

Caixa gerado pelas atividades de financiamento 993,00

Aumento Líquido em caixa e títulos negociáveis 4432 + (-3150) + 993 2.275,00 FONTE: O autor

Algumas explicações do quadro acima:

A depreciação deve ser tratada com valor positivo, pois não ocorreu a saída de caixa.

A diferença no contas a receber é de R$ 2.000,00. Como ocorreu um aumento, este valor é representado no fluxo como negativo; já se tivesse ocorrido uma redução, então o valor seria positivo.

O valor do estoque diminuiu, representando a diferença de R$ 2.700,00 como uma disponibilidade, por isso o valor no fluxo é positivo. Caso houvesse um aumento nos estoques, este valor no fluxo seria negativo.

(46)

Contas a pagar aumentou, então a diferença é positiva no fluxo. Se tivesse diminuído, a diferença representaria uma redução no fluxo (negativo).

Outras despesas a pagar têm a mesma interpretação de contas a pagar. Somados os fluxos operacionais, encontra-se o resultado de caixa gerado pelas atividades operacionais.

O ativo permanente aumentou, representando que a diferença diminui o fluxo.

Títulos a pagar também aumentou, significando que a diferença é positiva no fluxo; agora, se tivéssemos reduzido os títulos a pagar, teríamos uma disponibilidade menor no fluxo (negativa).

Da mesma forma, temos a interpretação para o exigível de longo prazo e a variação do Patrimônio Líquido.

Ao final, somados os fluxos operacionais, de investimentos e financiamentos, é obtido o aumento líquido em caixa e títulos negociáveis de R$ 2.275,00. Caso o fluxo retornasse um valor negativo, teríamos sinais de problemas na empresa.

UNI

O fluxo de caixa deve ser elaborado com muita atenção, pois qualquer lançamento ou interpretação errada trará um resultado final errado.

Um gestor financeiro não vai se limitar apenas aos resultados apresentados, mas irá realizar o planejamento financeiro, considerando as ações de:

• Longo Prazo: geralmente, as decisões tomadas pelos dirigentes estratégicos em cada uma das áreas da empresa. Podemos exemplificar como: construção de uma nova fábrica, expansão para novos mercados, criação de uma nova linha de produtos, novos investimentos na produção, ou até mesmo a redução de quaisquer itens.

• Curto Prazo: são as providências operacionais do dia a dia, conforme ilustradas na Figura 1 – nos fluxos operacionais.

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