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ABELHAS (Hymenoptera: Apoidea) VISITANTES DAS FLORES DE URUCUM (Bixa orellana L.), EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BA AUGUSTO JORGE CAVALCANTE COSTA

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ABELHAS (Hymenoptera: Apoidea) VISITANTES

DAS FLORES DE URUCUM (Bixa orellana L.),

EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

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AUGUSTO JORGE CAVALCANTE COSTA

ABELHAS (HYMENOPTERA: APOIDEA) VISITANTES DAS FLORES DE URUCUM (Bixa orellana L.) EM VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

Dissertação apresentada à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação de Mestrado em Agronomia, área de concentração em Fitotecnia, para obtenção do título de Mestre.

Orientadora: Raquel Pérez-Maluf Co-orientadora:

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C87a Costa, Augusto Jorge Cavalcante

Abelhas (Hymenoptera: Apoidea) visitantes das flores de urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista-BA / Augusto Jorge Cavalcante Costa. - Vitória da Conquista: UESB, 2005.

55p. il. Color

Orientadora: Raquel Pérez-Maluf

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 2005.

Bibliografia: f.63-64

1. Visita Floral. 2. Diversidade. 3. Análise Faunística. 4. Bixaceae. I. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia. II. Pérez-Maluf, Raquel . III. T.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Área de Concentração em Fitotecnia

Campus de Vitória da Conquista-BA

DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO

Título: Abelhas (Hymenoptera: Apoidea) Visitantes das Flores de Urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista-BA.

Autor: Augusto Jorge Cavalcante Costa Orientadora: Profa. Raquel Pérez-Maluf.

Co-Orientadora: Profa. Maria Aparecida Castellani Boaretto.

Aprovada como parte das exigências para obtenção do Título de MESTRE EM AGRONOMIA, ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM FITOTECNIA, pela Banca Examinadora:

__________________________________________ Profa. Raquel Pérez-Maluf, D. Sc, UESB

__________________________________________ Prof. Marco Antônio Costa, D. Sc, UESC

__________________________________________ Profa. Ana Maria Waldschmidt, D. Sc, UESB

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Aos meus pais, Aloysio e Clarice (in memorian), Minha homenagem. A minha querida família, minha esposa Margareth, minhas filhas Cecília e Clarice.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por tudo que tenho e por tudo que ainda posso ter;

A minha querida Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, pela oportunidade de mais uma formação acadêmica;

A Profa. Dra. Raquel Pérez-Maluf, pela orientação, amizade, confiança, incentivo, pois sem ela, este trabalho certamente não seria possível;

Ao Prof. Dr. Abel Rebouças São José pela organização do Mestrado em Agronomia da UESB e pioneirismo nas pesquisas da Cultura do Urucum em Vitória da Conquista;

Aos Professores do Colegiado do Mestrado em Agronomia, pela transmissão dos conhecimentos e experiências;

Aos alunos colaboradores: Fábia, Taís e Diógenes, que muito ajudaram na execução do trabalho;

Ao apicultor Aurino Abreu Souza, pelo incentivo e auxílio nas coletas;

Ao colega Ivan Vilas Bôas Souza pelas sugestões e apoio na diagramação deste trabalho;

Aos colegas da primeira turma do curso de Mestrado em Agronomia da UESB: Adriana, Carlos Alberto, Carlos Henrique, Gilsandra, Herimá, Lázaro, Maria do Socorro, Maria Laura, Nelson e Nilma;

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RESUMO

COSTA, A. J. C. Abelhas (Hymenoptera: Apoidea) visitantes das flores de urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista – BA. Vitória da Conquista – BA: UESB, 2005. 55p. (Dissertação – Mestrado em Agronomia, Área de Concentração em Fitotecnia).*

O urucu ou urucum é um arbusto da família Bixaceae, que atualmente é largamente utilizado em produtos de indústrias diversas, principalmente após a recomendação da FAO de não se utilizar corantes artificiais na alimentação. No Brasil, somente nos últimos quinze anos é que houve maior interesse pelo cultivo, pois se tornou uma alternativa agrícola promissora. O presente trabalho teve por objetivo identificar as abelhas visitantes das flores do urucuzeiro em Vitória da Conquista, pois são potenciais agentes polinizadores podendo incrementar a produtividade desta cultura agrícola. O trabalho foi conduzido no campo experimental da UESB, em uma lavoura de urucum, com 10.206m2 de área, do tipo cultivado Peruana Paulista, no espaçamento de 6,0 X 3,0m, em 18 linhas de plantio. A coleta das abelhas visitantes foi feita em oito semanas na época principal de floração do urucueiro: março/abril, e, foram coletadas as abelhas que visitaram as flores do urucum entre 6:00h e 18:00h, totalizando 96 horas de coleta. Toda a extensão da área destinada ao trabalho foi utilizada, com inferência contínua por todas as linhas de plantio, coletando as abelhas com o auxílio de uma rede entomológica e utilização de frasco mortífero para posterior montagem e identificação em laboratório. Foram coletadas 3.019 abelhas com riqueza de 22 espécies, com predominância na visitação nos horários de 8:00 às 14:00h, tanto no número de indivíduos, quanto ao número de espécies. As semanas mais expressivas em relação às coletas foram entre meados de março a meados de abril. As espécies dominantes e constantes, em ordem foram: Trigona spinipes, Apis mellifera, Schwarziana quadripunctata e Tetragonisca angustula.

Palavras-chaves: Visita Floral. Diversidade. Análise Faunística. Bixaceae.

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ABSTRACT

COSTA, A. J. C. Bees (Hymenoptera: Apoidea) visitors of the urucum flowers (Bixa orellana L.) in Vitória da Conquista - BA. Vitória da Conquista - BA: UESB, 2005. 55p. (Dissertation - Masters degree in Agronomy, Area Concentration in Fitotecnia).*

The urucu or urucum are a bush of the family Bixaceae, that now is used broadly in products of several industries, mainly after the recommendation of FAO of not using coloring artificial in the feeding. In Brazil, only in the last fifteen years there was larger interest for the cultivation, because it became a promising agricultural alternative. The present work had for objective to identify the bees visitors of the annatto's flowers in Vitória da Conquista, because they are agents polinizadores of a great number of plants and the knowledge of the apifauna can increase the productivity of this agricultural culture. The work was driven in the experimental field of UESB, in an annatto crop, with 10.206m2 of area, of the type Peruana Paulista, in the spacing of 6,0 X 3,0m, in 18 plantation lines. The bees visitors' collection was made at that time in eight weeks main of floration of the annatto: march/april, and, they were collected the bees that visited the flowers of the annatto between 6:00h and 18:00h, counting 96 hours of collection. The whole extension of the area destined to the work was used, with continuous inference for all the plantation lines, collecting the bees with the aid of an entomological net and use of deadly flask, for after assembly and identification in laboratory. 3.019 bees were collected with wealth of 22 species, with higher visitation in the schedules of 8:00 at 14:00h o'clock, related to the number of individuals, and to the number of species. The most expressive weeks in relation to the collections were among the middle of March to the middle of April. The dominantest and constant species, in order were: Trigona spinipes, Apis mellifera, Schwarziana quadripunctata and Tetragonisca angustula.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Aspecto da flor do urucueiro... 16 Figura 2 – Flores de urucum com as espécies mais freqüentes: A) Trigona

spinipes e B) Apis mellifera. ... 33 Figura 3 – Número total de indivíduos coletados das espécies consideradas

constantes e dominantes no agroecossistema do urucum (Bixa orellana) nos meses de floração de março a abril, em Vitória da Conquista-BA, 2004... 34 Figura 4 - Número de indivíduos capturados por horário nas flores de urucum

(Bixa orellana) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de 2004... 36 Figura 5 - Número de espécies capturadas por horário nas flores de urucum

(Bixa orellana) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de 2004... 39 Figura 6 – Distribuição média (±EP) dos indivíduos ao longo dos horários de

amostragem das espécies consideradas dominantes e constantes ao longo das coletas nas flores de urucum (Bixa orellana) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de 2004. ... 41 Figura 7 - Número de indivíduos e espécies de abelhas capturadas por

semana de amostragem nas flores do urucum (Bixa orellana) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de 2004. ... 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número total de abelhas coletadas em flores do urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista-BA, entre março e abril

de 2004... 31 Tabela 2 - Análise faunística de Apoidea no agroecossistema de urucum

(Bixa orellana L.), no período de março a abril de 2004. Vitória da Conquista, BA. ... 33 Tabela 3 - Abundância das espécies de abelhas coletadas nas flores de

urucum (Bixa orellana) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de 2004, em relação aos horários amostrados... 39

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 14 2.1 A cultura do urucum ... 14 2.1.1 Aspectos gerais... 14 2.1.2 Morfologia da flor... 15

2.2 Relação abelhas – plantas com flores ... 18

2.3 Polinização e polinizadores no urucum... 22

3 MATERIAL E MÉTODOS ... 26

3.1 Local e período do trabalho ... 26

3.2 Coleta das abelhas... 27

3.3 Identificação das espécies de abelha... 27

3.4 Análise faunística ... 28

4 RESULTADO E DISCUSSÃO ... 30

4.1 Análise faunística e estrutura da comunidade... 30

4.2 Horários de maior visitação ... 36

4.3 Período de maior visitação ... 41

4.4 Perspectivas no manejo da cultura do urucum visando aumentar a polinização ... 42

5 CONCLUSÕES... 44

REFERÊNCIAS... 45

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1 INTRODUÇÃO

O urucum ou urucu (Bixa orellana L.), que em língua tupi quer dizer vermelho, é um arbusto perene da família Bixaceae, originário da parte norte da América do Sul. Segundo Cânova (2000), citado por Silva e Franco (2000), o nome da espécie foi em homenagem a Francisco Orellana, primeiro europeu a navegar o Amazonas. A planta é nativa da América tropical, porém, é encontrada em muitos outros países do mundo.

Franco e outros (2001), revelam que os indígenas já utilizavam o urucum como planta medicinal desde os tempos remotos na cura de bronquites e queimaduras. Além disso, pode ser utilizada também, na cura de doenças do coração, prisão de ventre, hemorragia, afecção do estômago, tosse, bronquites, e como afrodisíaco (CRUZ, 1982); (FRANCO e outros, 2002). Oliveira e outros (2000), obtiveram sucesso promissor na prevenção da gota, com uso da bixina associada, com a redução da taxa de ácido úrico em cerca de 30%.

Atualmente, os corantes do urucum estão sendo largamente utilizados em vários produtos da indústria: têxtil, tintas, cosméticos, madeireira, e, em alimentos industrializados como: laticínios, panificação, bebidas, embutidos. O uso do urucum vem sendo incentivado devido ao fato da Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO), recomendar restrições a respeito da

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fabricação de colorau e ao fornecimento de grãos às indústrias de corantes (bixina/norbixina/norbixato).

Quanto às características culturais, o urucum, de acordo com Ramalho e outros (1987), é uma planta rústica, não requer tratos especiais, é pouco atacada por pragas e doenças e exige reduzida mão-de-obra e pouco capital, o que torna a cultura de urucum extremamente interessante em programas de incentivo ao pequeno agricultor.

No último senso agropecuário realizado no Brasil, a área destinada à colheita de urucum era de 10.205 hectares, com uma área colhida de 10.074 hectares e apenas 252 toneladas de sementes produzidas, onde o esperado seria 15 mil toneladas (IBGE, 2000). Isso demonstra a necessidade do uso de tecnologias para o aumento no rendimento da cultura.

Segundo São José e Rebouças (1991), pouco se conhece sobre os aspectos fenológicos do urucueiro. Assim, estudos devem ser estimulados em diversas regiões produtoras para permitir o entendimento do comportamento desta bixaceae submetida a várias condições ecológicas.

No Brasil, as pesquisas com urucum ganharam maior interesse, uma vez que, seu cultivo se tornou uma alternativa agrícola economicamente promissora, mas ainda, constata-se que publicações sobre a cultura são escassas, principalmente em relação à polinização e seus agentes polinizadores. No campus da UESB em Vitória da Conquista, localiza-se um dos maiores bancos de germoplasma de urucum que se tem conhecimento.

Segundo Soares (1991), citando Feisinger (1983), há evidências que a maioria das angiospermas depende de animais para sua polinização. MacGregor (1976) apud Couto e Couto (2002) afirma, que 1/3 da nossa dieta depende direta ou indiretamente da polinização por insetos. Em seu trabalho, Westerkamp e Gottsberger (2000) relataram que a alta diversidade de flores requer uma alta diversidade de polinizadores, sendo assim, o conhecimento dos polinizadores e

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o método mais adequado de polinização, pode favorecer a economia no custo de produção nas culturas agrícolas, evidenciando uma abordagem mais promissora e mais econômica.

Assim, o objetivo deste trabalho foi fazer um estudo sobre as espécies de abelhas visitantes na cultura do urucum em Vitória da Conquista – BA, na época de sua maior floração e que podem revelar-se espécies potenciais para a polinização, visando contribuir para o melhor manejo na dinâmica reprodutiva desta cultura.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A cultura do urucum

2.1.1 Aspectos gerais

O urucueiro é um arbusto medindo entre 3,0 e 5,0m, podendo alcançar, dependendo das condições edafoclimáticas e da idade da planta, até 10,0m de altura. As folhas são alternadas, inteiras, verde intenso e longamente pecioladas, completas, bases cordiformes, ápices acuminados, caducas e glabras, essencialmente quando maduras, com bordos geralmente denteados e com dimensões média variando de 8 a 20cm de comprimento e 4 a 15cm de largura, Batista e outros (1988) e, Morais e outros (1999) citados por Franco e outros (2001).

Para Rebouças e São José (1996), o urucueiro pode florescer e frutificar durante todo o ano, mas, com picos de florada na primavera (outubro/novembro) e outra no final do verão (março/abril), quando ocorre a florada principal, para a maioria dos tipos cultivados e nas condições do Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil.

De acordo com Vilares e outros (1992) um dos fatores que influenciam preponderantemente para a produtividade e qualidade dos grãos do urucueiro, em relação aos teores de bixina, produtividade, tolerância à doença, é a alta taxa de variabilidade genética de plantas do mesmo tipo cultivado, incrementado pelo elevado índice de polinização cruzada.

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2.1.2 Morfologia da flor

As flores do urucueiro são actinomorfas, cíclicas e hermafroditas, dispõem-se em inflorescências terminais do tipo monocásio, arquiclamídeas, polistêmones; possuem cinco sépalas, cinco pétalas de coloração rosa – clara a branca e possui um tênue aroma adocicado e agradável; as anteras são amarelas, tetrasporângeas e ditecas, ovário e pistilo simples e alongado de deiscência poricida, com grão de pólen pulverulento de classe pequena (10-25 micras) e numerosos. (BARROSO, 1978; GOMEZ, 1980; CRONQUIST, 1981; ALMEIDA; PINHEIRO, 1992; VENTURIERI; VENTURIERI, 1992; BATISTA e outros, 1988 e MORAIS e outros, 1999 apud FRANCO e outros, 2001). Embora Gomez (1980) tenha descrito as anteras com deiscência longitudinal apical, evidenciada quando a cor das tecas muda para violeta escuro, em flores de urucum na região de Palmira na Colômbia. O ovário é unilocular, bicarpelar e súpero, estilete bilobado no ápice (BARROSO, 1978; CRONQUIST, 1981). Sua coloração muda de cor, quando os óvulos são fecundados. Inicialmente, é de tom amarelo e à medida que vai crescendo se torna vermelho intenso, pardo ou verde, dependendo da variedade. Enriquez e Arce (1991), citados por Vilares e outros (1992) observaram que, ocasionalmente, pode haver algumas corolas com mais de cinco pétalas, podendo chegar a oito e o número de estames por botão varia de 350 a 600.

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Figura 1 – Aspecto da flor do urucueiro.

Em seu trabalho, Gomez (1980) encontrou uma média de 15 – 30 inflorescências por planta e 15 a 25 flores por panícula e determinou uma relação flores e frutos formados por panícula que é sempre maior que um. As flores do urucum são dialisépalas, as sépalas permanecem aderidas ao botão até o momento de abrir a flor e logo caem. Na véspera da abertura floral, as sépalas começam a ceder mostrando as pétalas. Posteriormente, o botão floral se incha, adquirindo uma forma arredondada. A abertura floral em uma panícula geralmente não apresenta uma seqüência organizada ou escalonada. Silva e Franco (2000), em um estudo realizado no Estado da Paraíba, verificaram, entretanto, um escalonamento na floração: a abertura das flores ocorre primeiro na porção superior e depois na parte inferior da planta e cada inflorescência está composta por um número variável de flores (10 a 80). Após a antese, as pétalas ficam distendidas facilitando a atração de polinizadores e, juntamente com os estames, só duram um dia. O horário de abertura floral variou nas diferentes localidades estudadas, situando-se nas primeiras horas da manhã, em torno das 4:00h a 5:00h, podendo prolongar-se até as 8:00h (GOMEZ, 1980, VILARES e outros, 1992 apud ENRIQUEZ; ARCE, 1991; VENTURIERI; VENTURIERI,

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1992). Vilares e outros (1992) citando Enriquez e Arce (1991) observaram que abertura das flores ocorre um dia antes da abertura das tecas e o processo completo de abertura das flores dura de 24h - 72h. Com o trabalho de Vilares e outros (1992) pôde-se verificar que o período entre a abertura do primeiro botão floral e a abertura do último variou de 18 a 34 dias.

Durante todo o período de pré-antese, a flor permanece com os órgãos reprodutores totalmente imaturos e protegidos pelas sépalas e pétalas. Não há, portanto, acesso aos agentes polinizadores e conseqüentemente, não ocorre polinização nesta fase (ALMEIDA; PINHEIRO, 1992). Ainda, segundo os mesmos autores, cerca de 24h após a queda das sépalas ocorre a antese floral e a receptividade do estigma e a viabilidade do pólen ocorrem simultaneamente. O estigma fica receptivo desde o início da antese, juntamente com a maturação das anteras e permanecem assim cerca de seis a sete horas depois da abertura da flor. O clímax de floração, no decorrer de um dia, ocorre entre 10h e 16h, coincidindo com o período de temperatura mais elevada.

O fruto é uma cápsula unilocular, hemisférica, ovóide, elipsoidal ou cônica. Na parte interna de cada valva, há uma placenta aderida em parte à parede do fruto, ligeiramente angulosa com pêlos eretos e longos (GOMEZ, 1980, ALMEIDA; PINHEIRO, 1992). Cada cápsula contém de 10 a 60 sementes de tamanho aproximado às sementes de uva, com aparência triangular (GOMEZ, 1980). Franco e outros (2002) citam que as sementes do urucum são grosseiramente arredondadas, revestidas por uma polpa mole de coloração

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O desenvolvimento dos frutos dura de 40 a 45 dias, quando for atingido o tamanho médio de aproximadamente 41mm de altura e 26mm de diâmetro (VENTURIERI; VENTURIERI, 1992). Para Rebouças e São José (1996) da abertura da flor à maturação dos frutos são necessários 60 a 80 dias nas condições da região norte do Brasil e 100 a 140 dias para a maioria das outras regiões produtoras.

2.2 Relação abelhas – plantas com flores

Com poucas exceções, as abelhas obtêm seu alimento das flores, néctar e pólen essencialmente, e exploram também outros recursos como fragrâncias, óleos, resinas, folhas, tricomas, entre outros (ROUBIK, 1989). As plantas servem ainda como locais de nidificação, repouso e acasalamento (WCISLO; CANE, 1996).

A polinização é o resultado de um processo através do qual as abelhas, e outros animais, coletam um recurso alimentar (pólen e/ou néctar) que é fornecido por diferentes plantas com flores, envolvendo uma relação mutualística entre plantas e polinizadores (MICHENER, 2000).

A relação custo-benefício é favorável para ambos os participantes dessa associação: as plantas aumentam o fluxo de genes entre flores de plantas diferentes, incrementando o ganho reprodutivo com um custo relativamente baixo (produção de “recompensas”) e os animais obtêm uma fonte energética com um custo adicional mínimo no transporte de pólen (JANZEN; 1980, MORGAN, 2000). Em outras palavras, plantas trocam reprodução sexuada de grande benefício por produção de alimento de baixo custo e os polinizadores trocam serviço de polinização praticamente gratuito por acesso a ricas fontes de energia.

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As relações entre plantas e polinizadores variam de uma interação de 1:1, ou seja, especificidade em ambos os lados, até interações extremamente difusas, generalistas (vários polinizadores em várias plantas) (MORGAN, 2000). As espécies de abelhas, geralmente, não são dependentes de uma única espécie de planta e as flores podem ser visitadas por várias espécies de abelhas que contribuiriam para polinização (WESTERKAMP; GOTTSBERGER, 2000).

As abelhas são consideradas agentes polinizadoras de grande importância para muitas espécies vegetais, graças ao hábito de visitarem várias flores durante cada ida ao campo. Quanto maior é a fidelidade, maiores são as chances de a abelha transferir grãos de pólen, aumentando a sua eficiência como agente polinizador daquele vegetal (FREITAS, 1998). De fato, plantas podem aumentar sua performance reprodutiva quando há uma relação de fidelidade do polinizador. As plantas apresentam uma tendência evolutiva de aumentar a eficiência de transferência do grão de pólen para um polinizador específico, reduzindo o investimento de diferentes atrativos para garantir a polinização (MORGAN, 2000).

O simples fato de uma abelha visitar e coletar pólen das flores não a caracteriza como um efetivo polinizador. Caracteres morfológicos, das plantas e abelhas, podem indicar a probabilidade de serem polinizadores de fato (MICHENER, 2000). A efetividade do polinizador depende de alguns fatores que foram destacados por Michener (2000): como por exemplo, a constância floral, abelhas que visitam flores de uma mesma planta não provocariam um

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cultivadas no mundo, resultando em uma estimativa de 15 a 30% da produção mundial de alimentos.

Guimarães (1989) afirmou, que 75% a 80% das colheitas dos pomares e das flores ornamentais, geralmente, são devido à polinização provocada pela atividade das abelhas. Já para Wiese (1995) as abelhas são responsáveis por cerca de 80 a 100% da polinização de culturas agrícolas, especialmente aquelas relacionadas com a produção de sementes e frutos. A presença de Apoidea em culturas de valor comercial no período de florescimento, é importante para o aumento da produção de frutos e sementes (CAMILLO, 1998).

As abelhas sem ferrão são visitantes comuns nas flores de plantas nos trópicos (SLAA e outros, 2000). Para Michener (2000), a tribo Meliponini é o único grupo de abelhas com distribuição pantropical ou circuntropical, ocorrendo principalmente nas regiões tropicais úmidas ao redor do mundo. É sabido que elas visitam flores de mais de 90 espécies de plantas cultivadas. Heard (1999) fez uma revisão sobre o papel das abelhas sem ferrão como polinizadoras em diferentes culturas comerciais, como macadâmia, coco, manga, carambola, camu-camu, cupuaçu, entre outras. Westerkamp e Gottsberg (2000) também relatam casos clássicos em que abelhas são usadas em culturas como maçã, alfafa, "red clear", tomate, maracujá e baunilha como agentes polinizadores.

No Brasil, foram realizados estudos sobre diversidade e prováveis agentes polinizadores em diferentes espécies de plantas. Em Stenolobium stans (Juss.) Seem (Bignoniaceae), uma planta ornamental foi verificada a predominância de abelhas como agentes polinizadores: Centris collaris, Bombus marjor, Eulaema nigrita, Epicharis sp. e Apis mellifera (DUTRA; MACHADO, 2001). Já em flores de Cássia spectabilis L. (Leguminosae), Manente – Balestieri e Machado (1999) observaram que Xylocopa frontalis, X. suspecta, Bombus morio e Centris scopipes, possuem o comportamento e morfologia

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adequados aos polinizadores legítimos. Em flores de Girassol Helianhtus annuus L., na região de Lavras-MG, Morgado e outros (2002) verificaram que as espécies de abelhas com mais abundância e freqüência diária no mês de fevereiro foi a Apis mellifera, e no mês de junho foi a Trigona spinipes.

Na flor do maracujá amarelo Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg., Camillo (1978) verificou a presença dos gêneros Nanotrigona e Apis, na maioria das vezes coletando pólen, enquanto que Xylocopa, Epicharis, Bombus e Oxaea têm como objetivo a coleta de néctar. As espécies de Xylocopa são as mais freqüentes e de efetiva atividade polinizadora, devido ao grande porte destas abelhas, que ao visitarem a flor do maracujazeiro, encostam seu dorso nos estames onde estão os grãos de pólen, fazendo a retirada dos mesmos e levando-os para o estigma, efetuando, desta maneira, a polinização (LIMA; CUNHA 1999). São José e outros (1991) revelaram que se tem constatado um efeito nocivo das abelhas domésticas na produção do maracujazeiro, mas a presença de plantas como o eucalipto, leucena e hibisco, poderiam atrair estas abelhas preferencialmente, deixando de causar danos nas áreas comerciais. Boiça Jr. e outros (2004) constataram a presença de Trigona spinipes em lavouras de maracujá causando danos às flores, além da observação de flores não polinizadas.

Em flores de Solanum palinacanthum (Solanaceae), na cidade de Cruz das Almas-BA, observou-se à atividade de polinizadores envolvendo 14 espécies de abelhas, destacando-se: Bombus atratus, B. morio, Centris aenea, C.

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estigma, por ele ser pequeno, além do seu trabalho nas flores ser rápido, ao contrário das abelhas sem ferrão que levam mais tempo nas flores.

O uso de abelhas como agentes polinizadores de culturas agrícolas é prática comum ao redor do mundo (FREITAS, 2002). Já foi constatado que as abelhas sem ferrão polinizam muitas espécies cultivadas, mas são raras nas polinizações comerciais (SLAA e outros, 2000).

As abelhas nativas podem promover a polinização adequada para a cultura da melancia (Citrullus lanatus L.) em cultivos orgânicos, localizados próximos à mata nativa nos EUA. O aumento das técnicas tradicionais de agricultura reduz em até três vezes a eficiência da polinização, resultando em redução de diversidade e abundância das abelhas nativas (KREMEN e outros, 2002).

Tal como A. mellifera, as espécies de abelhas sem ferrão apresentam características que são essenciais para utilização em projetos de polinização de culturas: são capazes de polinizar diferentes espécies de plantas e apresentam constância floral, são facilmente domesticadas, têm colônias perenes, armazenam grande quantidade de reservas alimentares, recrutam campeiras para exploração de recursos. Além disso, são de fácil manuseio, adaptam-se a condições de casas de vegetação e são mais resistentes a doenças e parasitas quando comparadas com as abelhas européias (HEARD, 1999).

2.3 Polinização e polinizadores no urucum

Estudos sobre a polinização e agentes polinizadores em urucum são escassos. Gomez (1980) realizou um amplo estudo sobre a polinização do urucum em Palmira, Colômbia, e verificou que no urucum não ocorre autopolinização, prevalecendo a xenogamia (fecundação entre flores de plantas

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diferentes), e com pouca ocorrência de geitogamia (fecundação entre flores da mesma planta), devido às distintas épocas de maturação dos estames e pistilo (protandria). Esta diferença de tempo gira em torno de 3h, assim, quando o estigma não está preparado para receber o pólen os lóbulos permanecem fechados. Após as 10h da manhã, o estigma fica receptivo ao pólen e o momento de maior atração da flor parece ser compreendido entre a deiscência das anteras e a receptividade do estigma. Os insetos que mais visitam as flores do urucum são Himenópteros (Apoidea), destacando-se as seguintes espécies de abelhas: Bombus atratus, Euglossa fasciata e Trigona sp. Como já mencionado anteriormente (ALMEIDA; PINHEIRO, 1992) relatam que em flores de urucum no Brasil, a viabilidade do pólen e a receptividade do estigma ocorrem simultaneamente. Essas diferenças sugerem que estudos sobre a maturação das estruturas reprodutivas sejam conduzidos em diferentes localidades para verificação do padrão nas condições específicas de estudo.

Em seu trabalho, Absy e outros (1984) verificaram que uma das plantas cultivadas visitadas para a obtenção de pólen por operárias de Meliponinae, na região do médio Amazonas foi Bixa orellana L., e a espécie de maior freqüência na cultura foi a Melipona rufiventris.

Para Almeida e Pinheiro (1992) nem todos os insetos que visitam as flores do urucum são polinizadores. Muito deles, os de pequeno porte, tais como Apis mellifera e Exomalopsis sp., somente coletam grãos de pólen que ficam caídos sobre as pétalas quando da visita dos polinizadores efetivos. Em

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Viçosa-realmente conseguem ter acesso ao pólen através da polinização por vibração (LARSON; BARRET, 1999; BEZERRA; MACHADO, 2003; OLIVEIRA-REBOUÇAS; GIMENES, 2004; SILVA e outros, 2004). Heard (1999), relata que abelhas de maior porte como Melipona melanoventer são eficientes polinizadoras por vibração em urucum.

Em seu trabalho, Vilares e outros (1992) verificaram que houve uma maior frutificação dos botões florais e das inflorescências do urucueiro, quando os mesmos eram submetidos à polinização aberta comparando-se com os resultados obtidos com a proteção dos botões e inflorescência com sacos de papel. Os resultados foram respectivamente, 33,0 e 16,7%, contra os 60,0 e 67,7% dos botões e das inflorescências submetidos à polinização aberta, e os números médios de sementes por cápsula foram, respectivamente, 7,7 e 16,7 para os botões e inflorescências com proteção, contra 43,0 e 43,3 para botões e inflorescência submetidos à polinização aberta. Os autores indicam com os resultados obtidos a ocorrência de autofecundação natural em urucueiros (flores e inflorescência protegidas), na ausência de insetos polinizadores, apesar de os percentuais de frutificação e do número de sementes por cápsula terem sido baixos em relação àqueles da polinização aberta.

O interesse pelo estudo das relações entre abelhas e plantas comercialmente exploradas vem crescendo nos últimos anos. Recentemente foi constituída a Iniciativa Brasileira de Polinizadores (IBP), conjuntamente com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Universidade de São Paulo (USP) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), cujos principais objetivos são monitoramento do declínio de polinizadores, identificar o desconhecimento taxonômico da fauna de polinizadores, identificar o valor econômico da polinização e o impacto de seu declínio, bem como promover a conservação e uso sustentável da diversidade de polinizadores na agricultura. Em novembro de 2003, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) o

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acordo de cooperação técnica entre o MMA e EMBRAPA visando estimular o desenvolvimento econômico a partir da conservação e uso sustentável da biodiversidade das florestas. Finalmente, em julho de 2004 foi editada a Resolução CONAMA 346 que reconhece a importância do estudo para a conservação e utilização da fauna silvestre de abelhas nativas, bem como a implantação de meliponários.

A atual proposta deste trabalho se insere nestas novas diretrizes, buscando delinear estratégias que auxiliam na manutenção da diversidade dos polinizadores potenciais do urucum.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local e período do trabalho

O trabalho foi executado no campo experimental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, localizado no município de Vitória da Conquista, Estado da Bahia, situado a 850m de altitude e apresentando as seguintes coordenadas geográficas: 14o51’ de latitude sul e 40o50’ de longitude oeste. O clima possui temperatura média no mês mais quente acima de 29oC e no mês mais frio abaixo de 15oC. A vegetação predominante na região é a Mata-de-Cipó, zona de transição entre a Caatinga e a Mata Atlântica. O solo da área foi classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo com boas características físicas e boa drenagem (COSTA, 1989).

Foi utilizada uma lavoura de urucueiro, já implantada, contígua ao Banco de Germoplasma da UESB, com o tipo cultivado Peruana Paulista com idade aproximada de oito anos, com os arbustos alcançando uma altura média de 2,0m no espaçamento de 6,0 X 3,0m com 18 linhas de plantio, totalizando 567 plantas numa área de 10.206m2. A área escolhida possui 20% de declividade e limita-se na parte superior com outra lavoura de urucum do tipo cultivado Bico-de-Pato na parte inferior com uma pequena faixa remanescente de mata e com pequenas lavouras para uso didático no Curso de Agronomia da UESB. Há a predominância nas entrelinhas da área experimental de capim colonião Panicum maximum Jacq, o qual foi mantido roçado durante todo o período das coletas. O trabalho foi realizado na principal época de florada do urucum na região que em 2004 foi de março a abril. No ano de 2003, não houve a florada principal esperada para os meses de março e abril devido às poucas precipitações

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pluviométricas, anteriores ao período, suficientes para o estímulo às emissões dos botões florais.

3.2 Coleta das abelhas

As abelhas foram coletadas no período das 6h às 18h. Foram estabelecidas seis faixas de horários para coleta: 6h – 8h (H1), de 8h – 10h (H2), de 10h – 12h (H3), 12h – 14h (H4), 14h – 16h (H5) e 16h – 18h (H6). As coletas foram realizadas em três dias da semana em duas faixas de horários por dia, ou seja: no primeiro dia, 1o e 6o horários; no segundo dia, 2o e 5o horários; no terceiro dia 3o e 4o horários, intercalando-se a ordem nas semanas seguintes, até a quarta semana. A cada semana completa-se o ciclo de 12h de observação, totalizando 96 horas de coleta. Foram despendidas oito semanas de coleta no total e a circulação na área foi contínua por todas as linhas de plantio, preferindo-se as plantas já com maior número de flores totalmente abertas e sempre foram coletada as abelhas visualizadas sobre estas, com rede entomológica com 30cm de diâmetro de boca. As abelhas coletadas foram mortas em frasco mortífero contendo acetato de etila e acondicionadas em sacos de papel devidamente identificados, com os respectivos dias e horários e armazenadas sob temperatura de -8ºC em um freezer. Após o período de coleta, efetuou-se a triagem do material: separando-se as abelhas, que foram montadas

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taxonomista Gabriel Augusto Rodrigues de Melo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para determinação das espécies.

3.4 Análise faunística

Para o estudo da estrutura da comunidade de abelhas que visitam as flores do urucum, foram estimados diferentes índices, como riqueza, diversidade, equitatividade, freqüência, constância e dominância de espécies (SILVEIRA NETO e outros, 1976):

a) Riqueza

A riqueza (S) corresponde ao número total de espécies coletadas na comunidade.

b) Diversidade

Estimada a partir do índice de Shannon (SOUTHWOOD, 1978):

onde: H = índice de diversidade, S = número total de espécies, pi = freqüência relativa da i-ésima espécie e ln = logarítimo neperiano.

c) Equitatividade

Relaciona o quanto as espécies estão equitativamente distribuídas em termos de abundância e é calculado a partir da equação (SOUTHWOOD, 1978):

J = H/Hmax, onde H é o índice de diversidade de Shannon e Hmax é calculado a partir do Ln (S).     s 1 i (pilnpi)

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d) Freqüência

Representa a participação do número de indivíduos da espécie, em relação ao total de indivíduos coletados.

n F =

N

onde, F = freqüência, n = número de indivíduos de cada espécie, N = número total de indivíduos coletados.

e) Constância

Foi obtida através da porcentagem de ocorrência das espécies nas coletas.

p C =

N x 100

onde, C = porcentagem de constância, p = número de coletas contendo a espécie, N = número total de coletas.

Posteriormente as espécies foram separadas em categorias, segundo a classificação de Bodenheimer (1955) citado por Silveira Neto e outros (1976) em:

Espécies constantes (W) - presentes em mais de 50% das coletas. Espécies acessórias (Y) - presentes em 25 a 50% das coletas. Espécies acidentais (Z) - presentes em menos de 25% das coletas.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Análise faunística e estrutura da comunidade

No total, foram coletadas 3.019 abelhas, com riqueza de 22 espécies pertencentes a três famílias de Apoidea e 15 gêneros - Andrenidae: uma espécie, Apidae: 16 espécies em 13 gêneros, e Halictidae: cinco espécies em um gênero, havendo predominância de 21 espécies nativas brasileiras com 2.197 indivíduos sobre Apis mellifera com 822 indivíduos (Tabela 1).

Este estudo sobre a estrutura da comunidade de Apoidea visitante das flores do urucum no Brasil é inédito. Um trabalho pioneiro realizado por Almeida e Pinheiro (1991) relatou qualitativamente as espécies de insetos visitantes, destacando abelhas de grande porte como Eulaema, Xylocopa e Centris, e de menor porte Apis mellifera e Exomalopsis sp.

De um modo geral, a riqueza constatada foi semelhante aos resultados obtidos por outros autores em outros cultivos: Carvalho e outros (2001), coletaram 14 espécies em Solanum. palinacanthum Dunal , em Cruz das Almas-BA. Santana e outros (2002) amostrando a diversidade de abelhas em flores de Phaseolus vulgaris encontraram 13 espécies na lavoura localizada em Lavras-MG e 20 espécies na lavoura em Ijaci-Lavras-MG. Em flores de Helianthus annus na cidade de Lavras-MG, verificou-se a riqueza de 46 espécies de abelhas (MORGADO e outros; 2002). Em Passiflora alata Varasin e Silva (1999) encontraram 19 espécies de abelhas.

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Tabela 1 - Número total de abelhas coletadas em flores do urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista-BA, entre março e abril de 2004.

Família Espécie Quantidade Andrenidae Oxaea flavescens 1

Apis mellifera 822

Bombus morio 14

Centris (Centris) aenea 3 Centris (Melacentris) cfr. Collaris 8 Centris (Melacentris) obsoleta 6 Cephalotrigona capitata 1 Epicharis flava 1 Eulaema nigrita 2 Exomalopsis analis 23 Exomalopsis auropilosa 18 Melipona quadrifasciata 41 Paratrigona sp. 36 Shwarziana quadripunctata 743 Tetragonisca angustula 350 Trigona spinipes 942 Apidae Xylocopa frontalis 1 Augochloropsis sp.1 1 Augochloropsis sp.2 1 Augochloropsis sp 3 1 Augochloropsis sp 4 2 Halictidae Augochloropsis sp.5 2 TOTAL 3.019

A diversidade estimada pelo índice de Shannon é de 1,58, com um índice de equitatividade de 0,51, indicando uma certa desproporção na

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Federal de Minas Gerais, resultados semelhantes. Retirando-se A. mellifera e T. spinipes, a família Apidae também foi a que apresentou a maior riqueza de espécies (55,3%) e o maior número de indivíduos coletados (80,3%).

Estas estimativas não puderam ser comparadas com outros trabalhos realizados na cultura do urucum, uma vez que não são mencionados índices de diversidade, ou equitatividade, sendo os trabalhos essencialmente qualitativos. Em um trabalho sobre diversidade de crisopídeos, neste mesmo campo experimental, foi encontrado um índice de 0,27, bem mais baixo do que o encontrado para abelhas (RIBEIRO, 2005).

Considerando-se o total de abelhas coletadas, as espécies mais abundantes foram: T. spinipes (942 indivíduos) (Figura 2A); A. mellifera (822 indivíduos) (Figura 2B); S. quadripunctata (743 indivíduos) e T. angustula (350 indivíduos), que também foram classificadas como constantes e dominantes (Tabela 2, Figura 3). Estas quatro espécies contribuíram com 94,6% do total de indivíduos coletados. Na Tabela 2, encontra-se sumarizada a análise faunística apresentando os índices de freqüência, constância e dominância. Constatou-se que quatro espécies foram consideradas acessórias (B. morio, C. (Melacentris) cfr collaris, M. quadrifasciata e Paratrigona sp) e as demais 14 espécies consideradas acidentais, com um total de indivíduos coletados por espécies variando de um a dezoito.

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A B

Figura 2 – Flores de urucum com as espécies de abelhas mais freqüentes: A) Trigona spinipes e B) Apis mellifera.

Tabela 2 - Análise faunística de Apoidea no agroecossistema de urucum (Bixa orellana L.), no período de março a abril de 2004. Vitória da Conquista, BA.

Família Espécies N F C D Andrenidae Oxaea flavescens 1 0,0003 Z Nd

Apis mellifera 822 0,2723 W D

Bombus morio 14 0,0046 Y Nd

Centris (Centris) aenea 3 0,0010 Z Nd Centris (Melacentris) cfr. Collaris 8 0,0026 Y Nd Centris (Melacentris) obsoleta 6 0,0020 Z Nd Cephalotrigona capitata 1 0,0003 Z Nd

Epicharis flava 1 0,0003 Z Nd

Eulaema nigrita 2 0,0007 Z Nd

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Tabela 2 (cont.) - Análise faunística de Apoidea no agroecossistema de urucum (Bixa orellana L.), no período de março a abril de 2004. Vitória da Conquista, BA.

Família Espécies N F C D Augochloropsis sp.1 1 0,0003 Z Nd Augochloropsis sp.2 1 0,0003 Z Nd Augochloropsis sp.3 1 0,0003 Z Nd Augochloropsis sp.4 2 0,0007 Z Nd Halictidae Augochloropsis sp.5 2 0,0007 Z Nd TOTAL 3019 100 S 22 H 1,58

N: número total de indivíduos F: freqüência relativa

C: constância, sendo constante (W), acessória (Y) e acidental (Z) S: riqueza

D: dominância, sendo dominante (d) e não dominante (nd) H: índice de diversidade de Shannon

Figura 3 – Número total de indivíduos coletados das espécies consideradas constantes e dominantes no agroecossistema do urucum (Bixa orellana L.) nos meses de floração de março a abril, em Vitória da Conquista-BA, 2004.

743 822 942 350 0 200 400 600 800 1000 n ° d e i n d iv íd u o s Schwarziana quadripunctata Apis mellifera Trigona spinipes Tetragonisca angustula

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Resultados semelhantes ao gênero Trigona sp., em relação àquela de maior freqüência e constância nas flores de urucum foram obtidos por Gomez (1980) na cidade de Palmira na Colômbia. Neste mesmo estudo também foram detectadas como espécies de grande freqüência Bombus atratus e Euglossa fasciata. Almeida e Pinheiro (1992) em Viçosa-MG, constataram que os polinizadores efetivos do urucum são as abelhas de grande porte Xylocopa frontalis, Centris sp., Eulaema nigrita e E. singulate, os resultados encontrados no período de amostragem em Vitória da Conquista indicaram uma baixa presença dessas espécies nas flores do urucum.

A. mellifera e T. spinipes são espécies que apresentam abundância importante em diferentes culturas com o girassol Helianthus annus L. (MORGADO e outros, 2002) e o feijão Phaseolus vulgaris L. (SANTANA e outros, 2002).

A freqüência de ocorrência das espécies T. spinipes e A. mellifera está de acordo com o relatado por Silveira (1989), que verificou a predominância destas espécies de abelhas nas flores de um grande número de espécies vegetais, além das espécies: Paratrigona lineata, Trigona angustula, Bombus atratus, Melipona quinquefasciata e Oxaeae flavencens. Resultados similares também foram encontrados em vegetação de caatinga na Serra da Capivara no sul do Piauí, Lorenzon e outros (2003) que também contataram a predominância de: A. mellifera e T. spinipes na visitação de maior número de espécies de plantas.

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4.2 Horários de maior visitação

Os dados revelaram uma maior atividade de abelhas nas flores dos horários 8h – 10h (H2) e 10h – 12h (H3) (Figura 4), aproximadamente 71% dos indivíduos foram coletados nessas faixas de horários. Ficou evidenciado que no período em que foram realizadas as coletas, o início da manhã (H1) e o final da tarde (H6), mostraram pouca atividade das abelhas.

Figura 4 - Número de indivíduos capturados por horário nas flores de urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de

2004.

A atividade das abelhas nas flores ao longo do dia pode estar relacionada a algumas questões como ritmo de atividade dos indivíduos e disponibilidade dos recursos nas flores ao longo do dia e também fatores físicos como baixas temperaturas, vento e insolação.

Nos dados encontrados, os horários de maior coleta de indivíduos não correspondem ao horário da antese das flores do urucueiro, situada por volta das

Horários 1103 1045 129 424 183 135 06 às 08h 08 às 10h 10 às 12h 12 às 14h 14 às 16h 16 às 18h

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5h às 8h da manhã (ALMEIDA; PINHEIRO, 1992; HENRIQUES; ARCE, 1991; GOMES, 1980; VENTURIERI; VENTURIERI, 1992). Na área de amostragem não foi determinado o horário exato da abertura floral, sendo que estas já se encontravam abertas no início das observações, quando a presença das abelhas nas flores não foi muito grande. Talvez, o fator mais provável que tenha influenciado a atividade das abelhas no urucum na área experimental, esteja relacionado com as temperaturas médias registradas na época das coletas. Dados de temperatura obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) mostram, para o município de Vitória da Conquista a temperatura média de 24°C com índice mínimo superior à 19°C e índice máximo inferior à 29°C no mês de março e de 21°C com índice mínimo superior à 13°C e índice máximo inferior à 29°C no mês de abril (Apêndice A). Devido ao seu posicionamento geográfico de altitude elevada no município de Vitória da Conquista as temperaturas no início da manhã e ao cair da tarde são bem mais baixas que as médias observadas no período de maior insolação. Em macieiras, por exemplo, foi observado que as temperaturas entre 10 e 14°C proporcionaram baixa atividade de abelhas (SÃO JOSÉ e outros, 1994). Pierrot e Schlindwein (2003) observaram as atividades voadoras em colônias de Melipona scutellaris avaliadas em floresta tropical atlântica e houve mais de 90% de coleta no início da manhã, com uma redução na freqüência ao meio dia, sugerindo assim, que estas abelhas preferem temperaturas relativamente menores, evitando os horários de maior insolação para as atividades de forrageamento e também

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floração do urucum e de menor gasto de energia no trabalho das abelhas. No estudo de Morato e Campos (2000) em Sida e Malvastrum, as abelhas visitaram as flores nos horários dos picos de floração, embora nem sempre tenham sido coincidentes. Também observou-se que houve pouca sobreposição das espécies de abelhas nos horários de visita.

No estudo feito por Morgado e outros (2002) em flores de girassol Helianthus annus L., os horários de maior visitação foram de 8h às 10h e 14h às 16h, em fevereiro e 10h às 14h no mês de junho. Macedo e Martins (1999) verificaram que em flores da planta invasora Walhteria americana L. (Sterculiaceae) a visitação diária de vespas e abelhas foi mais intensa entre 9h e 13h. No trabalho de Santana e outros (2002), na cidade de Lavras-MG, o pico de maior abundância de indivíduos coletados foi à tarde e na cidade de Ijaci foi de manhã. Os autores associam essas diferenças às médias de temperatura observadas que foram 23°C em Lavras e 19°C em Ijaci. Boiça Jr. e outros (2004), observaram picos de atividade nos horários de 9h e 12h em duas espécies de maracujá Passiflora alata e P. coccinea em Jaboticabal-SP.

Em relação ao número de espécies coletadas nos diferentes horários, verificou-se que das 8h às 14h (H2, H3 e H4) foram observadas 15, 14 e 13 espécies respectivamente (Figura 5). Com exceção da espécie Augocloropsis sp 1, todas as demais espécies ocorreram nesse período de amostragem (Tabela 3). Citando Silveira e outros (2002), uma boa amostragem da fauna de abelhas é obtida com coletas em vários horários ao longo do dia, e também ao longo de todo o ano, aumentando a probabilidade de coletar as espécies que ocorrem apenas em horários específicos do dia, ou estações do ano. Em se tratando de estudos pioneiros, deve-se privilegiar uma amostragem continuada, o que favorece a coleta de um maior número de espécies, principalmente aquelas que apresentam padrões de atividade restrita ao longo do dia.

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Figura 5 - Número de espécies capturadas por horário nas flores de urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de 2004. Tabela 3 - Abundância das espécies de abelhas coletadas nas flores de

urucum (Bixa orellana) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de 2004, em relação aos horários amostrados.

HORÁRIOS DE AMOSTRAGEM Família Espécies

H1 H2 H3 H4 H5 H6 Andrenidae Oxaea flavescens 1

Apis mellifera 38 256 284 119 91 34

Bombus morio 2 2 6 2 2

Centris (Centris) aenea 2 1

Centris (Melacentris) cfr. collaris 1 1 1 5 Centris (Melacentris) obsoleta 2 3 1

Horários 7 15 14 13 10 6 06 às 08h 08 às 10h 10 às 12h 12 às 14h 14 às 16h 16 às 18h

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Tabela 3 (cont.) – Abundância das espécies de abelhas coletadas nas flores de urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de 2004, em relação aos horários amostrados.

HORÁRIOS DE AMOSTRAGEM Família Espécies H1 H2 H3 H4 H5 H6 Paratrigona sp. 5 11 3 3 9 5 Schwarziana quadripunctata 4 360 266 83 24 6 Tetragonisca angustula 2 166 111 53 7 11 Trigona spinipes 76 257 339 151 42 77 Apidae Xylocopa frontalis 1 Augochloropsis sp.1 1 Augochloropsis sp.2 1 Augochloropsis sp.3 1 Augochloropsis sp.4 2 Halictidae Augochloropsis sp.5 1 1 Total 129 1103 1045 424 183 135

Com relação às espécies denominadas constantes e dominantes, percebe-se que há uma sobreposição das mesmas em função dos horários (Figura 6). Os dados sugerem que T. spinipes apresenta um horário de atividade mais distendido, sendo mais freqüente que as demais espécies no primeiro e último horários de amostragem. A interação entre espécies que competem pelos mesmos recursos leva à seleção de estratégias comportamentais que garantam o acesso aos recursos disponíveis para manutenção das populações locais. Ginsberg (1983) apud Morato e Campos (2000) observaram que uma das estratégias possíveis é a exploração dos recursos em diferentes horas do dia ou diferentes períodos de uma estação.

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Figura 6 – Distribuição média (±EP) dos indivíduos ao longo dos horários de amostragem das espécies consideradas dominantes e constantes ao longo

das coletas nas flores de urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista-BA, de março a abril de 2004.

4.3 Período de maior visitação

Ao longo das semanas de amostragem, observou-se um crescente aumento no número de indivíduos coletados. De meados de março a meados de abril foram coletados aproximadamente 83% dos indivíduos (Figura 7). A

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Figura 7 - Número de indivíduos e espécies de abelhas capturadas por semana de amostragem nas flores do urucum (Bixa orellana L.) em Vitória

da Conquista-BA, de março a abril de 2004.

4.4 Perspectivas no manejo da cultura do urucum visando aumentar a polinização

Como já foi observado na revisão de literatura, a presença de Apoidea em culturas de valor comercial no período de florescimento é importante para o aumento da produção de frutos e sementes (WIESE, 1995). A importância dos agentes polinizadores está diretamente relacionada com o sistema de fertilização das diferentes espécies de plantas.

Gomez (1980), afirma que no urucum não ocorre autopolinização, prevalecendo a xenogamia com pouca ocorrência de geitogamia, devido a protandria. Esta característica da biologia reprodutiva torna a cultura do urucum dependente de agentes polinizadores. A flor do urucum apresenta anteras com deiscência poricida, o que limita as espécies polinizadoras àquelas que são capazes de vibrar as anteras para obter os grãos de pólen. Segundo Roubik

92 501 135 263 613 827 562 26 11 10 10 8 11 13 4 8 0 200 400 600 800 1000 08/m ar 15/m ar 22/m ar 29/m ar 05/a br 12/a br 19/a br 26/a br N ° In d iv íd u o s 0 2 4 6 8 10 12 14 N ° E s p é c ie s

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(1989) abelhas das subfamílias Apinae e a maioria dos Meliponinae não apresentam comportamentos legítimos para obtenção de pólen de anteras poricidas, mas que Melipona e Bombus empregam de fato a coleta por vibração. Além destes dois gêneros, entre as abelhas tropicais mais comuns relacionadas às estratégias de coleta de pólen por vibração destacam-se algumas espécies de: Euglossini, Xylocopa, Centris, Epicharis, Gaesischia, Examalopsis, Amegilla, Anthophora, Habropoda e Thygater (ROUBIK, 1989).

Relata-se na literatura que abelhas de grande porte como Bombus, Centris, Xylocopa e algumas espécies de Melipona são capazes de promover a polinização nas flores do urucum (ALMEIDA; PINHEIRO, 1992; HEARD, 1999).

A riqueza de espécies de abelhas encontrada neste trabalho aponta para a presença de espécies como Bombus morio, Centris (Centris) aenea, Centris (Melacentris) cfr. collaris, Centris (Melacentris) obsoleta,, Eulaema nigrita, Oxaea flavescens e Xylocopa frontalis, que são de grande porte e portanto poderiam ser consideradas no manejo da cultura do urucum. Uma boa alternativa seria a manutenção de matas nativas (KREMEN e outros, 2002) próximas à lavoura para garantir a diversidade de espécies de abelhas, principalmente numa cultura onde a florada ocorre em épocas específicas do ano. A presença de matas nativas garante também a manutenção de locais apropriados para sobrevivência e reprodução (COUTO; COUTO, 2002).

Para Baliane (1991), há uma baixa atratividade nas flores do urucueiro, assim, é aconselhável utilizar espécies vegetais ricas em flores atraentes para

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5 CONCLUSÕES

Os estudos realizados no cultivo do urucum em Vitória da Conquista, permitiram obter as seguintes conclusões:

- As espécies de maior freqüência e constância foram a Trigona spinipes e Apis mellifera;

- Os horários de maior visitação às flores do urucum são: 8h às 14h;

- Recomenda-se que futuras instalações de lavouras de urucum sejam feitas próximas a matas nativas, que são regiões com potencial para fornecer abelhas indígenas e solitárias polinizadoras ou próximas a apiários para garantir maior sucesso na cultura;

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REFERÊNCIAS

ABSY, M. L.; CAMARGO, J. M. F.; WARWICK, E. K.; MIRANDA, I. P. A. Espécies de plantas visitadas por Meliponinae (Hymenoptera: Apoidea), para a coleta de pólen na região do médio Amazonas. Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, RJ, v. 2, n.44, p. 227-237, 1984.

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