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Book
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l®É41^i
POETICO-LATINOS
FRANCISCO DE PAULA SANTA CLARA,
ESTIPA.NTEDOli."ANSOPAFACULDADEDE DIUE1TO HAUNIVERSIDADE DE COIMBRA.
COIMBRA
IMPRENSA DA UNIVERSIDADEENSAIOS
POETICO-LATINOS
FRANCISCO DE PAULA SANTA CLARA,
ESTUDANTEDO0.°ANNODAFACULDADE DEDIREITO NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA.
EtmeLatinacnonsolilum loqui JussêreMusae.
Sarbievius.
COIMBRA
IMPRENSADA UNIVERSIDADEAo
IIIiimíiIvsimoSenhor
ANMIO
CARDOSO BORGES RE
FIGLE1RED0,
1'ROKESSORJUBILADOHE ORATÓRIA,1'OETICAE I.ITTERATinA CLÁSSICA, CAVAI.LEIRO DAORDEMDEBOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DEVI1.LAVIÇOSA,
SÓCIOHONORÁRIO DO INSTITUTO DE COIMBRA. ETC.ETC.ETC.
?
Nec Pluiobofriatiorulla cst,
Quàm
sibi quaeVari praescripsit paginanomen. Vibg. Eclog.VI,t.11-12.Tuqueades,
O
decus, ofamacmérito parsmáximanostrae, Maecenas, pelagoquevolansdavela patenti.MMKElTOlRIil
1LLUSTIUSS1M0senuor:
Acccdendo
ao pedido d'algunsamigos
nossos,resolve-mos
estampar
estesEnsaios
Poetico-Latinos,em
que
col-ligimos
alguns
versos,que
composeramos
nas horasde
menor
lida, impcllidos pela curiosidade.Tendo
por estemodo
satisfeitoum
dever
de
amisade,cumpre-nos
dedicar-vos oopúsculo
e invocar o vossonome;
assim nol-oaconselharam
onobre
impulso
de
gratidão pelos
muitos
favores,que
vosdevemos,
e ovir-tuoso projecto
de
procurar merecel-os.Sede, pois, e nosso
Mecenas;
que, aindaquando
estaescolha
nào
procedesse degrandes
obrigações, nascerado nobre
interesse de dar a esteopúsculo
um
Patrono,em quem
concorrem
todasas qualidades para o ser; e sequizessemos
aqui particularisar vossas excellentes prero-galivas, aminha
voz,além
demui
débil, seriadesneces-VIII
saria, pois o
verdadeiro
merecimento
brilhapor
si,nem
necessita ser artificiosamente publicado, para excitar a
admiração
eo respeito.A
voz pública é o pregoeiro dasgrandes
virtudes,que
vosadornam.
Illustrissimo
senhor,
terminando
direique
a página d'estelivro,onde
se lêo vossonome,
éamais
agradávela Apollo,
como
dizia oMantuano
n'um
dos seus cantos, referindo-se aVaro;
é aquellatambém
a página,que
mais
me
nobilita ehonra.
O
céu vos prospere e felicite dilatadosannos.Coimbra,
2
de
Abrilde
1860.
9WXÊ&.GAQ
Tirando
alume
eslesEnsaios
Poclico-Lalinos, tivemosdous
fitos: incitar amocidade
ao estudo da lingua la-tina,ecorresponder
aojuizo,que
uma
dasmais
solidasreputações
do
nossotempo
fizerade
parte dos nossosescriptos.
Conhecer
as línguascultas,porque
são as chaves dassciencias, eescrever
somente
namaterna,
paraenriquecer
a litteratura pátria, é
dictame
justo,que lembráramos
aohomem
sábio nos nossos dias.Este
methodo
é oúnico
proveitoso e capazde
guiar,sem
desvario, osgrandes
géniosa manifestaçãoprogres-siva
do
bello edo
sublime.A
proporção
d'esta utilidade sereputam
preciosas aslinguasgrega c latina,
que
deveram justamente
receberosQuanto
ao
grego, omais
bello emais
abundante de
todos os idiomas, os
mesmos
Romanos
dão exemplo,
que
devêramos
seguir.Aquella
era para elles a lingua sábia;alli
bebiam
asmelhores
doutrinas, ejamais
faliaramou-tra,
que
não
fosse a lingua da sua pátria.Resultou
que
a Péricles e
Demosthenes
poude
Roma
oppôr
Cicero eHortensio;
antesde
Sallustio,Tácito e Tito Livio,como
historiadores,já
podíamos
ter visto na GréciaHeródoto,
Thucidides,
Xenophonte
eoutros;em
poesia osRomanos
têm
sim
Virgilios,Horacios
e Plautos,mas
osGregos
contam
osgrandes
mestres
Eschilo,Pindaro,
Hesiodo,
Theocrito
e infinitos outros, á testados
quaes
se elevaHomero.
E
se osGregos
foram
osmestres
dos
Latinos, cujasproducções
os séculosvindouros
admiram,
uns
e outros dirigiram os nossos maiores. Seria justomotivo
deadmi-ração reconhecer,
que
nos
bons
diasde
nossa gloriaapenas
se adiariaum
só erudito, que, a par daromana,
não manejasse
egualmente
agrega
lingua.Chamar
Athe-nas
ao
logar,onde
secultivavam
as nossas artes,não
erauma
expressão
meramente
oratória; o principe dos épicos era explicado na suamesma
lingua; para discípulos emestres
tinha já precedido talestudo
d'ella,que
fazia fáciluma
tãopomposa
e respeitável ostentação litteraria.Resultou
que, entre nós, os cultores das bellas-lettras,seguindo
os vestígios dosgrandes
génios da antiguidade,sem
reduzir o espirito aum
voluntário captiveirode
si-gnaes,
que foram
d'outrospovos
etempos, ou imitavam
eri-XI
gindo
um
padrão immortal
á nossa gloria,excitam
aad-miração
da posteridade.Mudaram
ostempos;
e hoje oconhecimento
d'estaslínguas
depende
da curiosidade dosalumnos,
sem
ade-vida erigorosa
execução
da lei,que
devora preparar os materiaes e osinstrumentos
proporcionados
agrandeza
do
edifício, para depois porem
acção osgrandes
obrei-ros.
Os
resultadosconhecem-se
e outrospodem
antevêr-se: já, entre nós,
qualquer
cscriplogrego
é consideradoum
enigma,
enão
se encontra facilmente interprete,que
o decifre; o latim, a despeito de ser a linguada Egreja,
está
próximo
a ter amesma
sorte;exigem-se
alguns
princípios, a
que
chamam
elementares.Isto basta para justificar o nosso primeiro propósito.
Transcrevendo do
n.°22,
vol.6 do
Instituto ojuizo,que
o Sr. A.Cardoso
Borges
de
Figueiredo
fizerade
dois opúsculos,
que havíamos
publicado ecujas matérias aqui incluímos,conhecerão
os leitores osegundo
fito d'esla publicação: eisoque
dizia o erudito censor:«Folgámos dever,ha pouco,ascomposiçõeslatinas,emprosa e ver-so,publicadaspeloSr.Francisco de Paula SantaClara, estudantedo3.° anno deDireito:sãoellas
—
uma
OdeSaphica;eem
separado—
Poe-vialaAdlocutionesque duae.«Porestes escriptos,manifesta oingenhosoe estimável moço, nãosó ocabedalde latiuidade, quejá possue,senãoquelhesão favoráveis as musaslatinas.JáJesde otempoemqueellenos ouvira,comgostovimos madrugarn'elleagenerosainclinaçãoparaobello,a vivezade imagina-ção, e
um
coraçãosensívelaosencantosdapoesia. E, seantesXII
rica! tãosuave!tãolouçã!todavia,comoé,aindahoje,estimadaprenda obemlalinisar,grande louvor cabe aoSr.Santa Clara,pelapublicação dosmesmosescriptos. Emboranãotivesseelleotemponecessáriopara lhesdara última lima;emborasó depois dosannos verdes possao gosto transluzirbempuroe
bem
fino;muito ha que louvarn'aquelles ensaios. Prosigaoaulhor aproveitosa liçãodosbons exemplares; que,assim, nos dará,porcerto,lucubrações cadadiamais aprimoradas; linenda cedro etlaeviservanda cnpresso.»Para não
merecermos
a notade
ingratos,aproveitámos
a occasião
de
darnova
Uma
aos nossos escriptos,execu-tando
o desejo,que
tacitamente se traduzdo
parecerd'um
varão
tãoeminente; peza-nos somente não
lercom-pletamente
attendidoao
prudente
avisodo grande mestre
da
antiguidade:Siquid
tamen
olimScripseris, in Meli descendatjudieis aures,
Etpatris et nostras;
nonumque
prematur inannutn.Membranis
intus positis, delere licebitQuod
non
edideris. Nescitvox missa reverti.Junctamos
aindaalgumas
notas, que,desenvolvendo
parte
da
arte métrica,muito
convém
sejam
sabidas.As
figurasde
palavras,que formam
agrammatica
poé-tica,
também
mereceram
o nosso cuidado, e porisso asapresentámos
com
a claresa eordem,
que
por nosso
es-tudo
podemos
dar-lhes.E
concluimos
o nosso trabalho, fazendoalgumas
XIII
esclareceroleitor,
menos
práclico na lingua, cujo estudo,de
novo
lherecommendàrnos.
Nós
(*) hoje se prezámos levantar-nosAo
grau degloria a que éramossubidos,Trilhemos senda que ampla nos abriram Nossos maioresno apurar do ingenho;
Ellesda grega lingua e da latina
Tomaram
cabedaescom
queadornaram
De
garbo c de melindre a lusa falia,Lusaescripta. (Brasão d'essa era augusta
Que
nos deunome
em
toda a redondeza,E
o brado inda resoa).çgnaaqfrsauc^
iRGinE^Tin.
ApudAlgarbios piscandi studio brcvilordcscripto,JoachimJoannis Mar-rcirosNetlo, fratrem,undis obrutuni,dcflcntis, acerbum doloremauctor si-gnificai; cl, omniainlcrituiobnoxia cancndo,adspemborlalur.
Est moris
Lusam
occiduamque
colcnlibusoram
Captare,
Oceanoque
abriperehumidum
ónus; Piscandi studiotempusque
aetasque tenetur,Caeruleuni etmira fallitur arte pecus:
Luce
recens orta,huc
seniores otia ducunt,Ludere
longeaudax
et cupit irepuer;Nec
desunt,quos(omnem
equidem
victumhismaré
praebet)Híc
infaustum anser ludentespraemonet
omen
10
Littoreus, rauco terque—
cave
—
ore sonat;Híc
vidi juvenes,quorum nunc
pandere
iníquos Peligno casus carmine,musa,
studes.Alterin
Elysium
evolat; ullosefíugit alterFlendí nosse
modos,
etfame
ferrecibum;
15
Jamque
tacet,moestas
jam
rumpit pectore vocês:«Amisi, amisi (fletibusecce
genas
Irrigat, et facie citus
undique
concidit imber); Artus discerptumnon
laniavit aper;Non
errantem saeva tensusarundine
fixit20
Arcus,quo Nabathes Sarmatave
ipse valent,Non
turbas interqueacies jacet,ense peremptus
Dilectoque procul fratre,
proculque
domo:
Ast piscandi inter
studium
incautoOceani
undam
Miscetturbo,
marique
incubat inde chãos;2o
Yidi ipse ante ora, elisanam
nube micabat
Fulmen,
in astra vehicymbam
et inima
rapi; Ejicitur vectorsúbito,alma
o mihi InceCarior, et fluctus vix dirimitdiu agens;
Tum
crebro reboare poli,tum
decidere ignes;30
Obstupui, etvisum lumina
deíiciunt.Me
miserum!
cui sic morientissumere non
estSpiritum, et
haerendo
membra
tenere sinu; Intuslugentem
curae, angitme
dolor intus,Heu! desideriumque
effigiesquememor;
35
Illesatis vixit, quicum
fratre occidituno;
Felices sequeris, mors,
miserosque
fugis!»Surgente
aurora, dubiusquo ducere
gressus,Intcrdiim exesa flentem sub
rupe
videres,iO Fictas
quam
vocês dein rcsonaredocet: SicPhaefontiadum
olirti fertur turbasororum
Eridani inripis id lacrymasse simul. Vanis, frigida
cum
noctera efficitumbra
quietam, .Audit imaginibus, você sequivejuvat.
lo
Utcrudum
vulnus manlis oditopemque
medentis,Deinceps
formidat, nitnc patitur»modo
amat:Sic refugit solatia,
mox
desideratultro,Ac
dolor admotisinde quiescit edax.Qui
tibi, amice, aliturdolor atqueaccrescit in horas, ÍJO Arceto quaeso;nunc
lacrymae estque satis.IIoc vero esse viri credoperferre labores, Forti tcque decet pectore durapati.
Non
sic alternos furitaequor
volvere fluetus,Ut
fortuna hominismunera
spemque
rotat;55
Pareis jus necis ac vitae; eras ibimus una,Ç£>jj^nj>fc
GfcAD JOANNEM
CIIRYSOSTOMLM
AMORIM
PESSOA
Qui
fretiundas
navita transeundoPertulit syrtes, scopulosque vidit,
Aequora
cxin tutapavere fasest,Jura sinuntque:
5 SicBrunus, faustos studii labores
Mensus,
(heu!)suraraura incidit iupericlumTurgidum
aequor seu graviora passus,Cuncta
pavescit.Nulla moereiitijuveni venit
pax;
10
Exulantem
cerno; proculque amicisÀnxium
non
altaquiessoporve Solverecuris.«Me
superdirum
instat, amice, fatum, Inquit, infestamquediem augurat mens:
15
Ettraham
aetatem,lacrymisque
cogar«Et dies
noctesque
studentem
ubique
Jurelaudari, merita inde vellem
Ei dari;
me
docta vetatMinerva
20
Longius
ire.«Viraque dicendi, eloquiique flores
Me
quidem
non
edocuit peritusTullius,
necdum
Péricles, disertoMaximus
ore:25
«ínterimrudem
teneris in annis Arte dicendi erudiit Magister, Dei sacerdos, qui micat ante primosClarus in orbe,
«Dona
spcravi; gravesedlaborum
30
Praemium
transaequora
vixcuntiSors dat; bine illuc vehitur per
annoa
Fluctibus actus!
«Naufrago
nec navita desit, atrisNec
procellis, fatasubire rursus35
Audeam,
tutuscupiam Notisque
Tendere
vela.»Siquisaiitem
incommoda
scireduraVellct, aeterniim ejus ab ore pendet: Plura vero,
Docte
Yir, et loqui horret,40 Et refusit
mens.
Dic, rogo, curis studiisquefessis
Unde
tinis?Nauta
ubiduxque
certus?Nam,
duee
ignoto, vercor perundas
Ne
vagus
erret:45
Ire in altum te sinenon
valebit;Spcm metumque
interdúbio salus estTe
penes; praesto es,juvenem
ac pericliEripe tantis.
Ncnipe
te, Doctor, raiscris levamen,!i0 Tot
Bruni
spesaspicias, iníquosSortisaestus in meliusque vertas,
Obsecro
supplex.Dum
astranox, solcraque dies sequentur: Frondibus, siccisnumerusque
arenisò5
Deerit; altidum
fluviiprofundum
In
maré
eurrent:Corde
fixam nulla dies nec aetas Gratiam evertet, stimulosque puros; Gratoeritnomen,
decus, inclytosque8
Sive te, virtutis honos,
adorem;
Sive, Doctor, cui digitus coruscat,
Invocem
; claris tua sive votisNumina
solvam,65
Stans adaram;
ergamíserosbenignus
Mente
vives, bisquedievocabo
:iaureis, oro,
videam
coronisTêmpora
vinctum,
Deique
doctrinamin sóliodoeentem
70
Audiant
rubigine cordamundi;
Quot
duciquondam
Pylio, tibi totDet
Pater annos.Cum
tibirugae
venientsinistrae,Deinde
pingat canities capillos,75
EtSenecta artus báculogradumque
Àdjuvet
aegrum:
Jam
labanti gloriapandat
iter;Et
locum
virtushabet
inter astra,Tu
comes Phoebo, comes
ibisastris,CL>£i}£â
£iO:
(FIRMA HHIlrtlHUl
Fatum
si IiceatmihiEtrcs arbítrio fingere, providus Leni carbasa
temperem
Aura,
ne Boreae
flamineadhuc tremant
5
Antennae,
etscopulis ratesPendens
vix pelaginumina
opem
roget.Minois fugiens cito
Regnum, cum
genito Cecropiussenex
Artis miro opere advolant.
10
Peimae
et remigio vehi,Delapsusque,
fretoque exhibuitpuer
Nomen;
soli et aquisiterLibrando
médium
constitit arcedux,15
Discrimen monitus
viae.Ipsis sic pluvio vapulat Africo Turris
nubibus
altior;In
vulnusque
magistroplacet,húmidos
Cum
grexmane
in agrosruit,20
Cervixmáxima. Sunt cuique
ideomodi
Neglectis, celer itdies,
darrynsi
aaa
YD
EMMANUELEM
JOACIIIM
BARRADAS
Te, píus qui olim mérito vocaris,
In die festo
Dominique
ad aras Sacrapersolvis, requie frui opto,Teque
saluto.5
Te
cupido laetum hodic videndi,Ex meo
in teortum
inclytoamore
ducens, Pectusimum
persedet,integrumque
Occupat
illud.Crimini, si
muneribus tacerem
J
De
tuis, obnoxiusessem
iniquo:
Quidque
primum
velmédium
canam, quo
Fine quiescam?
12
Quâque
você
autem
diein hoc sonoraMúnus
etdonum
celebrem
inme
anioris?15
Te
duce, etvirtus, ethonos, etaequiSemita
culta;Ac
tuoductu
auspiciisqueclarisÓptima
ingressus studia etLycaeum;
Tu
quidem linguamque
notasqueGraecas
20
Me
edocuisti.Vix
capi claríssima gratitudoMuneris
corde inmemori
videtur:Quas
tibinunc
sufficiamque grates Solveredignas?
25 Arce
Numen
regiam
habens
in alta,Quod
regitmundum,
omnia Cuique
parent,Pro
te, amice, acterna,pia, atquemagna
-.'
^^Tst
n^yy
AD AXTOXIUM
LOͻES
A
SANCTIS
VALENTE
Ceditc,
Romani
scriptores, cedite, Graii,Sic statuerc diu
Di superi atque aelerna trium decreta
sororum
;Omnibus
atra dies.5
Quid laudum
vatíSulmo
tribuit,Venusinus
Quasque
tenet fidicen?Fronde comas
vinctum,hunc
Cythcraca libidinisigneExtulit,
hunc
Bromius.Qui
Pana
et segetes, Teucrorura qui canis arma, 10Te
latuere doli:
Gcntibusinvisus, tutis errabis in umbris
14
Nunc,
Valente,ignotumque
effers carmine,musas
Quod memorare
piget;15
Quoque
aenigmata
nectere te decetAusoniisque
Verba
ligaremodis?
Sibilat indoclus,
vatem
renuitqueLatinaeFila
movere
lyrae.Temne,
exoro; et,celsum
adPindiim
quae
te via ducit,20
Perge, faventeDeo;
iaetum
hederisver pingit agros;non
astraquiescunt^z^^m
^y
AI)
EMMANUELEM
JUSTINUBf PIRES
Te
quibus curis studiisvecredam
Posse lassari,
cerebrumque
tantum,Clare ílorentisdomitor juventae,
Candidc
Pires?o
Non
satis vestro pueros doeercLitteras,
Lusasque
palam
loquendi Regulas, et Gramraaticae severasTradere leges?
Non
satis vestro fuit cdidisse10
Quidquid
addiscentibusesset usu:Quaeque
pellucent monitisvenustis.16
Etsatis
ne
Grammaticam
quidem,
olim Inclytaforma
insolitaquescriptam,15
Jam
nota lustrasse recentioriVersibus
auctam?
Pallida de
morte epicum poema,
Et
modi
dulces,numero
carentes,Non
valent explereanimum:
sed ecce .20
Carmina rursum
Nectis, et,
múnus
Cereriscanendo,
Floribus vulgas variis repleta.
Quisque virtutemque decusqUe
honorat, Scripta legendo.25
His juventuspermanet
instituta,Te
duce;
insignisque aliturperurbem,
Ex
libris, clarissime,sana
morum
Mella
premendo.
Quid
canitnunc
belligerHelviorum
30
íncola,omnes
etjuvenes,eorum
Et parentes?
Nunc
tibiquidque
debent,Candide
Pires?Civitas ore eximiofatetur
Quod
sitaeternis meritisque multis35
Vincta, nec dignis valeat labores17
Si méis dignos lepidae
Camenae
Auribus
versus canerent, amice,Tunc
foretcunctis manifestavirtus40 Et dccus ingens.
llelviis adsis
memores precamur;
Nulla teterris rapiat vetustas,
Et tibi rex, qui arvaregit, qui
Olympum,
ANTÓNIO
JOANNI
A FRANÇA BETTENCOURT
liruiiiali«iib
maue
tliilcesndhuc
cnrpcnti somno«,HtitÍHnlvlsoxaltotlecltlcrenuctoris
vocênia<ituitlijM
ça<É^o^raa£?KCT
Palladis arcem,
Lusiadumque
albesceremontes
Cernimus;
ex alto plurima nixque cadit:Campus,
olivaeque,omnia subque
jacentia divoVix
glaciem capimit; frigore cunctarigent.5
Aureae
arenae,quas
vicinis extrahit arvisMuliadas, tectae sub nive, amice, latent;
Mas
vero fulvum intermédium
fluereamnem
Inflatumquc undis cernere mirificum est.
Vidimus
ín glaciepisces haerere ligatos,10
Cymbas
subque
nivispondere
scindere aquas. Hic volucresspatiantur,maestaeque
intereundum
Híc
sua mirantur signapedumque
notas;Stantaliae casu stupefactae, parssaliuntque,
20
11)
Quam
sumant,
aqua; ubi sedeant, tellus; miserisque Esse deest; frustra quaeritur ore cibus.Una
cum
bubone
diu latuisseMinerva
Fertur, tecta gelu turribus altasedet:
Quos
docuit, juvenes glaciemipsí tangere gaudent,20
Ludorum
cupidique in lapidare vicem; Caucasci juga montis,Sarmaticasque
videresrr> rirv^mi
^y^
AD
EMMANUELEM
JOSEPII
VIFJRA
Diva
dum
Cypri colitalma
laços,Et
puer
praecordialaedit arcu;Dum
subis blandos, Erato, calores,Dic age
carme»;
5 Dic ut incelsis viget ignis astris, Coeli eturit
numina,
colligitqueIma
cum
summis,
etamicum
alitsic22
Tum
vagus
lynces tacitisquetelis10
Mollit informisrabiem
ursi, aprique. Et leaenae, in perniciem ruentis,Teraperat iras.
Tum
quidem
tauri furor in viretis Flectitur pulchraeillecebrisjuvencae15 Hinc
perherbam
atri pariter colubri Sibilaponunt.
Immemor
belligaleaeque
miles, Martiis quas indueratsub
armis,Abjicit vires; diuadit Cythera,
20
Ductus amore.
Pana
sic sylvisque licetDianam
Yellere olim fallere;
Cyprinoque
Balteo cinctus,
Deae
arnicalibatOscula Mavors.
.
25
Astra diffusosreferunt nitores,Cum
Yenus
blando reserarerisu Solis excelsi jubaralma
curat,Nube
rejecta.Blandius spirant Zephyri per arva,
30
Et,dum
Erichteiprogeniem
requirit,Frigidus
pennis Boreas
nivosis23
Quidquid
in terrisgeneratur ullisProcreat ridensCytherea vultu;
35
Proferunt pietos variata floresRura nemusquè.
Te
Dies etNox
et fliems etAestasVer
etAutumnus,
properiqueMenses
Munere
amplisaccumulantque
donis,CL>£££>£=à
"^0::lí
AD
EMAIANUELEM
JOACIIIM
BARRADAS
Vir pius, virtatc
animam
usque
cinctusCrimca
odit; fascomes
estamicus;
Áureas
aedes fugit; eique egcslasGrata videtur.
5 Saneia veroJustitiaesacella
Aequitateinque adsiduus frequentat:
Inde
munitum
decore atquehonore
Laus
comitatur.Jam
laborum
aevi serie peracta,10 Spiritum mittit ténuesin auras;
Numini
adeeptus micatinterastra.26
En
vinjustiingenium,
en imago!
Integersic
tempus
inomne
vivit;
15
Posterisnomenque
patetlegendum
Temporis
arce.Lustra bis
novem,
atque aliquotper annos, Etpium
natura deditparentem,
Et tibi longe,
Emmanuel, colendum,
20
Etvenerandum.
Ipsa
nunc,
atrox,genitorem
ainandum
Atropo
cur tradere (proh dolor) vis? UleParcam
despicit etseveram
Falceque
cinctam!25
Ac
gradam
ejuspercipiens senilem,Pane
divina etrecreaturaura; Fortiterquehoram
ingrediturvoracem,
Diraque
fata:Denique
ipse intermoriendum
amicos
30
Você suprema
adloquiturfideles;Filiosque
amplexus
et osculatusLumina
claudit,Et
sodales tunc,memoresque
natos, Deserit, coelestialimina intrat:35
Tu pium
luge,Emmanuel,
parentem
Ad
Domini
aram.rr
>5~ir^r5*
'^Shy^r^yt
AD
JOSEPII
MARIA BALDY
Quem,
Musa,
claris tollerelaudibus Efferreque andes,jam
populos super,Latasque gentes, gloriae alis
Evehitur: mérito beatas
5 Edoctus artes, Palladis isferae Lustravitarcem, militiâ simul
Ac
Marte
puber, deinsenexque
28
Vidi
ducem,
ejusque ingeniivim,
eos10 Novique
mores, ut (foreenim
reor Ut nesciant virtusmori
et laus)Per
títulosmemoresque
fastosFamam
tenerentob
meritaHelvii,Quam
rexiturbem;
múnus
iu astragens
15
Tollattuum,
Baldy,Helviorum
Gloria,
Lusiadumque
nomen.
Primis
ab
annis hic SapientiaeArcana,
rebusprincipium
unde
sit,Sub
mente
volvit:tum
Mathesis20
Ductus amore adeo
praeire,Qui
secum
adirent; aéreospoliTentasseque
ignes; quidspatii sit his Metiri;eorum
qui ordo, LusisNoscere
traditus est Athenis,25
Ut
(cuncta paucis affero)neminem,
Plus qui
docendo
profuerit, diu Discensvideret.Gentibus
nunc
Jura
dat,Oceano
refuso;Herumque
fraenossub
duce,quem
fides30
Gertatim etingens
roboratundique
Yirtus, regi
gaudet
Madeira, Insula divesopum,
potensque.2!)
Salve, salutem qui populis diu Àegris
jubendo
restituís: Ceres38
Quem
frugibus, dulcisquedonant
Laetitià atque
mero
Lyaeus.Laetus sub
umbra
plectrumapud
Heivios Pulsavi;amicum
carminibusTibiMittam
vale, vatesque multis iOTe
celebremmeuioralum
iu oris.Si quid novisti rectiusistis, Candidusimperti:sinon, his uteremecum.
Sf©@&s
©ââ&^â
DOS
PÉS
A
disposiçãode syllabasdecerta natureza,esujeitasa nú-mero, chama-sepé. Divide-seem
simplese composto: aquelle é determinado por duas outrês syllabas; estepor quatro syl-labasou dous pés simplices.Dissyllabos
1."
Spondêo
deduz a sua etymologia do grego anitH, que nolatim vale libatio, pois nos sacrifíciose libações erafre-quente o uso d'este pé; as syllabas longas, de
que
écon-stituído,
demoravam
o canto, communicando-lhepeso e gra-vidade, a que sedevera attender nas súpplicas aos deuses.32
Chamou-lhe
PontifícioNuma
Pompilio,que
determinou applacassem os Salios a Divindade,andando
a passos certos eentoando
um
canto graveedemorado;
assimavoz,penetrandoosouvidos dos deuses, tornal-os-hia benignos.
Tem
este pé asduas syllabas longas:
—
Ylãl.
2.°
CSioreo
ouTa-orlsêo
derivam-se de palavras gregas^que
correspondemem
latim a chorus(coro), ecarro(corro); os coros moviam-secom
tanta agilidade,que
pareciam cor-rer, e ao canto,que
os acompanhava, deu-se onome
de pé Chorêo. Consta de longa e breve:—
Vldít.3.°
«Faml>o
tirou onome
de Jambe,nome
commum
a trêsmulheres,
que
na opinião dos escriptores são consideradasinventoras d'eslc pé.
Disseram uns que
Jambe,
serva de Celêo, vendo a Ceres submersaèm
tristeza,que
a perda de sua filha lhecausara, aconsoloudansando eespalhandoo canto,
que
depoischamaram
Jambico.
Acreditamoutrosque
Jambe,
inventora d'estc pé, forauma
donzella,
que
por desgosto se suicidara, espalhando na horasuprema
um
cantodesesperado.Finalmente, é opinião de muitos (etalvez
com
mais fun-damento)que
uma
velha,chamada Jambe,
desejandoentrarno banho, eincommodada
pela presençad'um
certo Hipponax, oobrigara a abandonar o logar, servindo-se
d'um
canto arre e offensivo. Estaseriatambém
a razão, por que nos tempospri-meiros este pé tinha continuado uso na composição de peças
injuriosas emaledicentes,segundoindicaHorácio.
—
ArtePoet. v. 79.
Archilocumpróprio rabiesarmavit lambo.
Consta este pé desyllabas brevee longa:
—
35
4.°
Pyrricliio
flerivou-scdo grego*u$$i#n(saltatio), que si-gnifica adança de pessoasarmadas,invenlada porPyrrichioCydonio, que a ensinou aos Cretenses.
Apenas
entradosno quinto anno de cdade, os meninos Lacedemoniosassumiam
as armas, c
começavam
a preparar-sc para a guerra n'este exercício,quesob a forma de dançaos incitavaa aproveitar otempo;compunham
seusmovimentos aum
som
brevíssimo c rápido, que depois sechamou
Pyrrichio.Plínio parece allribuirainvençãod'estepéaPyrrho, filho
de Achilles; porém, esta opinião é
menos
fundada.Tem
as syllabasbreves:—
Yidct.
Trissyllabos
t.°
Holosso
recebeu estenome
dos Molossos, queusavam
d'eslecanto, já no templo deJúpiterDionèo, onde
costuma-vam
celebrarcom
cânticos amemoria
de Molosso, filho de PyrrhoedeAndromachc
;jánas danças,paixãotãoconstanted'csles po\os, que ainda as consideravam
um
rito,quando
sahiam para a guerra.
Tem
as syllabas longas:—
Vldêriint.
2.°
Baecliio
era usado nosbymnos
c sacrifícios,que aanti-guidade celebrava
em
honra de Baccho; eesta harmoniare-gulava
lambem
osdescompostossaltos das sacerdotizasd'este deus.Tem uma
syllaba brevee asduas últimas longas:—
Yídêbunt.
3.°
Antibaccliio
(contraBacchium) era contrárioa estenanatureza das syllabas.
Tem
duas syllabas longas e a últimabreve:
—
Vldêre.4.°
Ampkimacro
oucretico (ulrinque longus) temasduassyllabas extremas longas, e a media breve:
—
54
í>.°
AmpI)il>racro
(utrinque hrevis) constade duassyllabasbrevese a do centro longa:
—
Vídêbãt.6.°
Dactylo
significaem
latim digitus; e assimcomo
cada dedotem
três nósou
juntas,uma
maislarga, eduasmeno-res, assim o pé dactylo consta de três syllabas,
uma
longae as duas finaes breves. Outros dizem
que
os sacerdotes deCybeles,
chamados
Dactylos, n'outrotempo
entoaram certo canto, tocando no metal, para encobriros gemidos e choro domenino
Júpiter; d'aqui se derivara o pé Dactylo:—
Vl-dímus.
7.°
Anapésto
tem
merecido duas etymologias: segundo unsvale nolatim contrarius, por
que
estepéécontrário aoDa-ctylo na quantidade das syllabas, e por isso lhe
chamam
também
antidactylo; outros affirmamque
no latim lhecor-responde repercutio, pois os
que
dançavam
ecompunham
seus movimentos, segundo a cadencia d'este pé, pisavam a terra por
modo
contrário doque
estabeleciam no Dactylo as leisda dança.Tem
duassyllabasbreveseaúltima longa:—
Vidcãm.
go
rg^iijj.j^ijo[tribravis) temas syllabasbreves:
—
Viâcor.
Quadrisyiialies
ou Compostos
Estespés são formados dedois simplices, porisso são antes reuniõesde pés, e são:
1.°
Dispoaidêo
consta de dous spondêos:—
Prõviâêrunt.35
3."
Dijamho
consta de donsJambos:—
Rcvinciõ. 4.° Oi^siye-CBCliio » Pyrrichios:—
RcsíliÕ. o.°Jónico
ssiasoi* tirouonome
da Jonia, onde era usado.Chamou-sc
maior,porque comera por quantidademaior,isto é, porduassyllabaslongas; consta de SpondeocPyrrichio:—
Prõvldimus.6.°
Jónico
Bíienor
começa por quantidade menor, isto é,por duassyllabas breves;constade Pyrrichio cSpondeo:
—
Rcsíltvc.
7."
ChOE'ianiB»o
constade ChorêoeJamho:
—
Prõvídeãm.8." «Sainl>irIt<Kt*o » de
Jambo
eChpréo:—
Revlnclrc.EniirítOS significamos
números
inteiros, d'ondese pôdetirar a quarta parte, sem dividir a unidade; assim o
número
4 contém o inteiro 3, e a quarta parte 1; o
mesmo
sediz de 8em
relação a2, etc Ora o pé Epitrito ou Hippio (de Hip-pias Sojrfiista) consta de quatro syllabas, sendouma
d'cslasbreve e três longas. Assim o Epitrito é primeiro,
quando
a syllababreveéprimeira; segundo,quandoésegunda,etc.como
sevè:
1.°consta de
Jambo
e Spondeo:—
Revinxlstl. 2.° » de Chorêo e Spondeo:—
Promdêbãnt.3.° » de Spondeo e
Jambo:
—
Prõvldêrãnt. 4.° » de Spondeo e Chorêo:—
Prõvldêre.PeÓlíiOS
eram principalmente empregados noshymnos
de ApolloPeáno:
compõem-se
de quatrosyllabas: três breves euma
longa; e segundo a longa está na 1." ou 2.asyllaba, assim o Peónio se
chama
1.°, 2.°, etc:como
sevê:36
1.° consta de Choréo e Pyrrichio:
—
Prõvíãéãt.2.° » de
Jambo
e Pyrrichio:—
RevlnciÕ. 3.° » de Pyrrichioe Chorêo:—
Resílívít. 4.° » de Pyrrichio eJambo:
—
ResíUã,57
Taboa
lucthodica dos
28
pés
latinosSpondêo
Yídi.jChorèo Vídít.
yllabos
{
Jambo
Vídês..Pyrrichio Yídet.
SÍDiplicCS \ /Molosso Vídêrunt.
Bacchio Yídêbant. Antibaccbio Vídêre.
/Aniphi
macro
Yíderãnt. •Amphibracro
Yídêbat. Dactylo Vídímils. AnapéstoVídeãm.
Tribracho
Vídeor. ^Dispondêo Prõvídêrunt. Dicborèo Prõvídõre.Dijambo
Revíncíõ. Dispyrrichio Resílío.Jónico maior Prõvídímus. Jónico
menor
Resílíví.iChoriambo
Prõ
vídeãm.^Jambichorèo
Revíncíre. [l.° Revínxisti.p
. 4-.A \É.° Prõvídêbãnt. Epitritosr {~
_
_,w_
. )3.° Providerant. íi." Prõvídêre. !1 .° Prõvídeat. 2.° Revíncíõ. 3. Resilivit. 4.° Resílíõ.38
DOS
VERSOS
Chama-se
versoa reunião de pésde determinada espécie, e dispostos pornúmero
ecom
cadencia,que frequentementese repete.Munidos do conhecimento completo da lettra, syllaba e pés,paramediro verso (Scansio),devemos distinguireseparar os pés, deque fòr composto.
Cumpre,
pois, saber os géneros e espéciesde versos.A
di\isãomiada
e pouco melhodica, porqueosÍJramma-ticososordenaram, deusufficienteluzoinsigne
Gomes
deMou-ra,reduzindo todasasespéciesdeversos latinos adez géneros; e, ainda que nosagradaeste proceder,seguimosoutra divisão,
que abraçará todasas espéciesdeversos
em
settegéneros; são—
Hexametro, Pentamelro, Anapestico, Jambico, Trocháico,Choriambico e Jónico.
Os estreitos limitesdo uosso opúsculo não
comportam
o desinvolvimenlo da metrificação latina, que nos levaria muito além donossopropósito; entretantodiremos ainda o necessáriosobreasespéciesdeversos,queoleitor ha de achar nos nossos Ensaios.
40
HeXailietFO
deriva-se do grego êg (sex) e pírpm(wim-sura), e consta de seis pés d'este
modo:
os quatro primeirossão
—
Dactylos (1) ou Spondèos (2), ou indiffcrentemente (3),segundo o arbítrio do poeta, e a consonância do verso; o pé quinto é ordinariamente Dactylo, e o sexto deve ser
sempre
Spondêo
:
(1) Quãdrupe-danCú pu-trêm soni-tu quãtít-iíngulã-cãmpum
.
(2) Ãppã-rênt rã-rlnan-tes In-gurgíie-vãstõ.
íStãt soní-pês ãc-fraêna fe-rõx spíi-mãntiã-mandit.
(
Hãud
l-gnãrã mã-llmíse-ris suc-currere-discõ.'(YlRG.)
Quando querem
exprimiralgum
pensamento mais grave; encareceralguma
cousa ordinária; ou, alfim, significar dôr esentimentoexcessivo, os poetas
costumam
fazerSpondêo
oquintopé: porisso o verso,
em
que tal succede, chama-se Spondaico,que
deverá sempre ler o quarto pé Dactylo:Cõnslítít-ãtque ocu-lís Phrygí-a ãgmnã-circiim-spêxit
.
Dizem
quelambem
é admissível no quinto pé oJambo;
e d'esta opinião éForcellini: se osexemplos, quecitam,nãofo-rem
devidosaoserrosdos copistas,ainda assimaconselháramos não seguir este uso, que alguns interpretes pretendem justifi-car pela cesura: taes são estesversos deVirgílio:Muneribus tibi
pampineo
gravidas autumno.Pectoribus inhians, spirantia consulit exta.
Omnia
vincit amor, et noscedamus
amori. Congredior: fersacra pateret concipe foedus.41
REGRAS.
Para podermos conhecer a elegância d'estesversos e caminhar seguros na sua composição,
lembrámos
os seguintes preceitos:1.° Muito elegante será o verso, que constar de Dactylos e
Spondèos alternados:
Truncama numpinusregit et vestigiafirmat. Impiaqueadernamtimuerunt saecula nootem.
(Yirg.)
2.° Agrada egualmente o verso, cujos pés (á excepção do 5.°)
forem Spondèos:
quando
nós, tornando-o demorado,lhe im-primimos certo caracter, adaptado ao que intentámos signi-ficar. D'cstemodo
o ÉpicoRomano
dá elegantemente aco-nhecera gravidade do velho reilatino, indicando-nos a
ma-neira,
como
este sedispõe para responder ao apaixonado eiracundo Turno:
Ollisedato respondit corde Latinus.
E
Arislèo,receandonãoserouvido no fundo dorio,chama
sua
mãe
n'este bello verso:MaiorCyrene, mater,quaegurgitishujus
Imatenes.
3.°
Recommendavel
será o verso, composto de pés Dactylos, que, tornando-o rápido, o revistam de virtude conveniente.Assim Eneas, no meio da trepidação e
chammas
da pátriaamada, pôdeaindadaraovelho paeeste pioerápido aviso:
42
E
a queda da torredescreve-se admiravelmente n'estes:Conveliimusaltis Sedibus,impulimusque: ca lapsa repente
minam
Cum
sonilutialiit,etDanaumsuperagminalate Incidit.4.° Se exceptuarmoso Spondaico, a
nenhum
verso deveráfe-char
um
nome,
que
conste de quatro ou mais syllabas; o contrário poderá succeder, se onome
for próprio:Damonis
Musam
dicemusetÀlphesiboei. (VlRG.)5.°
Nenhum
monosyllabo deverá fechar o verso; excepto:—
i.°se ellecomeçar por vogal, demodo
que
faça synalepha ouectylipse,com
adicção anterior(1);—
2.°quando
aomo-nosyllaboantecederoutro (2);
—
3.° sequizermos tornar sa-liente o monosyllabo, por causa da ideiaque
exprime (3).(1) Vestrum hoc augurium,veslroqueinnumineTrojaest. (2) Etnunc,sibellareparas,atquehaectibi mensest. (3) Procubuit,vindiqueinlittoreconspicilursus.
(YlRG.)
6.°
Podemos
terminar o versocom
dois dissyllabos, se lhespreceder
um
monosyllabo:Dum
memoripse raei,dum
spiritushos reget artus. (Virg.)7.°
Nenhum
verso deveráficarsem
cesura esolto.Cesura éa syllabaquese cortano fimdadicção para
for-mar
o pécom
asyllaba ousyllabasseguintes.É
de várias es-pécies:45
Trihemimeris (metade de três partes, isto é, de três pés) cortaa syllaba depois do primeiro pé:
Aencrtò-ait,etfastigiasuscipit urbis. - (Viro.)
Penthemimeris (metade de cinco partes) corta a syllaba depois do segundo pé:
Anna,videslo/oproperãri littorecircum. (Vmr..)
Ilephthcmímeris (metade de sete partes) corta a syllaba depois do terceiro pé:
Pata obstant: plaeidasqucviriDeusobstruitaures. [Yibg)
Ennehemíneris (metade de nove partes) corta a syllaba depoisdo quarto pé:
Semperhonos,nomenque tuum,laurtcsquemanebunt. (Viro.)
Hendechemimeris (metade de onzeparles) corta a syllaba depois do quintopé:
Verlitur intereacoelumetruitOceanonox.
Esta
porém
érara e deveusar-secom
muito discernimento.A
cesura prende os pés unscom
os outrosem
tal nexo, que, na composição,torna-os elegantes, na consonânciasuaves.É
a cesuranos versos, oque são na cadeia os fuzis, e no8.°
Devemos
evitar osversosLeoninos(assimchamados
deLeo-nio, celebre poeta latino, naturaldeParis),
que
são aquelles,que
na Penthemímerise no fim fazemum
som
egual; postoque
os melhores poetasnem
sempre os evitaram:Oracitaíorwm dextra contorsitequorwm. (VlRG.)
divisão. Divide-se o verso
Hexamctro
em
heróico e saty-rico.O
primeiro deveser gravee magestoso, pois o seu prin-cipal fim é cantar as acções illuslres ou façanhas dos heroes[résgestasregumque,
ducumque,
ettristia bella);porissona sua composição deveremosattender escrupulosamenteás leis estabe-lecidas.O
satyriconãoéadornadocom
acadencia emagestade do primeiro; e parece antesum
discursoem
prosa; todaviadeve sempre estar revestido detal graça, e escripto
em
estylo tão puro, que seja admirado no seu género,como
o heróicona Eneida. N'esles excellentes versos escreveu Horácio as suas epistolas e satyras:
Primumegomeillorum,dederimquibus esse poetas,
Excerpamnumero. Neque enimconcludereversum Dixeris essesatis:neque,siquisscribat,utinos, Sermoniproprioríf»putesbuncessepoetam.
PCUÍSlIllCtrO [Elegíaco) segundoindica a sua etymologia
(jrevTáfAíTpoç),
tem
cinco pésou medidas: osdous primeirosDa-ctylos (1) ou Spondèos (2) ou indefferentemente (3);
vem
um
semi-pé ousyllabalonga (Penthemímeris);depoisdouspés
neces-sariamente Dactylos, eoutro semi-pé oucesura fecha o verso:
(1)
Têmpora—
sifue-rint—nubila—soluse-ris. (2) Etma-trona-les—
erubu-ere ge-nae. (3) Caetera—parscon-cors—etsine—litefu-it.4S
pelo
modo
indicado; seguir-se-haum
Spondêo, e osdousúlti-mos
necessariamente Anapestos: Têmpora—si hie-rintnu-bilaso-lus eris.BEGRAS:
1."
Devemos
evitar queo versoseja fechado porum
monosyl-labo, aliás perderá toda a elegância. Isto
porém
admitte-se,quando
se fizer elisão no monosyllabo, ou a este anteceder outro:Invitisoeulis litteraleclatuaest.
Praemiasistudioconsequarista,satest. (Ov.D.)
2.a
Um
trissyllabo nofim doverso tira-lhe toda aelegância;
Adfueramvcstrisconsciusinlacrymis. (Prop.)
3."
A
cesura, que tem o seu logar sempredepois do segundopé, não deveser seguida de elisão,
como
n'esle: Tróia virúmetvirtuttimomniumacerbacinis.(Ovid.)
3." Evitem-se as rimas perfeitas, que desfeiam o verso:
Quaerebantflavosper neniusomnefavos. (Oyid.)
5.a
Os
Pentametros se acabarão antesem
nomes
do queem
verbos; emelhor
em
substantivo do queem
adjectivo,pro-nome
ou participio; raras vezesem
adverbio, e raríssimas46
O
verso Pentainetro apparecesempre alternadocom
oHe-xametro, occupando aquelle o logar par; da sua união resulta o disticho, que, derivando-se do grego è\ç [bis)e ctí^o; [ordo)
contém dous versos.
Alguns
querem que
no disticho seincluaum
sentidocom-pleto, eque no Pentametro haja sempre as
mesmas
cadencias;porém, tanto
uma
como
outra cousaproduziria de necessidadeuma
affectaçãoem
tudo opposta ao caracter dos poemas,em
que
este metrotem
logar; e onde as paixõesquerem
serex-primidas com-actividade e largueza.
Os
gregos fugiam de talmonotonia,
que
destroe a verosimilhança e cança o ouvido; e omesmo
fizeramnão poucasvezes Catullo,TibulloePropercio, para seaccommodarem
á natureza dos assumptos, e aomovi-mento
das paixões.Tudo, quanto levámosdito,confirma-se pelo poeta Sulmonense:Tu modoper superos, quorumcertissimusilleest,
Quotuusadsidue príncipe crevil honor, Effice,constanliprofugumpietatetuendo,
Nesperatanieamdeserataura ratem.
SapphÍC0
tirou onome
de Sappho, insigne poetiza ly-rica,que
viveu notempo
deTarquiníoPrisco.Tem
cincopés: o primeiro, quartoe quintoChorêos; o segundo Spondêo; eo terceiroDaclylo:Intiger vitae scelerisque purus. (Hor.)
Em
Horácio succede muitas vezes cortar-se a dicção nofimdo verso, ejunctar-se essa parte ao principiodo verso
se-guinte (éao Àdonio):
Grosphe nongeminis,neque purpura ve-*nale.nec auro.
kl
Convem
não seguir esle uso, contrário á elegância efor-mosura do verso,e destruidor da consonância.
Algumas
vezeso versoSaphico admitte no segundopé,em
lugar doSpondco,um
Trochco:Seu Sacos sãgiltifcrosque Parthos. (Hor.)
AICíIÍCO vIambico- Dartylico) compõe-se d'esle
modo
: cJambo
ouSpondcoo primeiropé; esegundoJambo;
logouma
syllaba longa, cos dous pés restantes sãoDaclylos, podendoo último ser
Amphimacro;
vè-sc pois que émeshypercatalectico(porque lhe sobeja
uma
syllaba no meio).Vides—utal-ta—stel niv( -caidiBum. Audi-rema-gnos—jam vide-orduecs.
.
ArchilOCuiO
(Jambico) consta dequatro pés: oprimeiro eterceirosãoJambos
ou Spondèos;osegundoequartosomente Jambos, erestauma
syllaba; vè-se qoc6hypercdtafcclicó(por-que lhe sobeja
uma
syllaba).Audi-la mu-sarura—sacer-dos. [Hob.]
iilCaiCO {Dacíylko-Irochaico)constadequatropés: dois Baptylos cdois Cborêos, podendo (cr o últimopé Spondêo: c,
porque não lhe falta
nem
sobeja svlhb,-, é acatahrtico.Virgini-huspue-risque—canlo. (Hor.)
os dous primeiros Dactylos ou Spondêos indefferentemente-, o terceiraDactylo; e o quarto Spondêo:
O
fortespejoraquepassi.AutEphesumbimarisveCorinthi. Mobilibuspomariarivis. T Crasingensiterabimus aequor.
(Hor.)
AsdcpitidêO
tem quatropés: primeiroSpondêo;segundoe terceiro
Choriambo;
e o quartoJambo:
Maece-nas atavis—editere-gibus.
Esteverso será
um
Pentametro incompletoseomedirmos
d'estemodo:
Maece-nas ata-vis— edite—regibus. (Hor.)
GlVCOIUO
tem
o primeiro pé Spondêo; o segundo Cho-riambo; e o terceiroJambo:
Illimorsgravis incubat, Qui, notus nimisomnibuSj Ignotusmoritursibi.
(Sen.)
AdOlliO
este verso foi inventado por Sappho, e eraem-pregado pela antiguidade nos cânticosfúnebres,
com que
hon-rava a
memoria
de Adónis: consta de dous pés: oprimeiro Dactylo e osegundo Spondêo:Terruit— urbem. (Hor.)
19
III
DAS FIGURAS
DE PALAVRAS
A
prisãodo metroca bellezadoversoobrigam, ásvezes, o poeta, já a diminuir ou augmentar lettra, e ainda syllaba nas dicções; já a inverter aordem
das lellras na composiçãodas palavras; já,finalmente,aalteraraquantidadeássyllabas: esta liberdade,queos poetasgozam,justifica-se pelo metaplas-mo, que no latim significa transformatio, figura revestida de
várias formas no seu
emprego
:1.*
—
AawjwuwUywAoUUta
e avoAas^UeiAm-.No
principioa Próthcse (additio),como
—
Gnati pornati,
—
tetuli portuli:At, paterutgnati,sicnosdebemusamici.
Nemointrò tetulit,semel ut emigravimus, Plant.
No
meioa Epénthese (inscrtio),como
—
Traheae por ira-hae,—
Mavortia por Martia:Tribulaque, traheaeqve,etiniquoponderearatri. Terraproeul vastiscoliturMavortiacampis.
(VÍRG.)
No
fim Paragóge (produetio),como
—
-Dominar
ier por dominari:
Partibus exísdemet
summa
dominarierarce. (Vibg.)liiérese (dissolulio) divide
em
duasuma
syllaba.E
pôde sueceder de dousmodos;
ou nos diphthotigos, separando as vogaes,que
osformam,
como
—
aulalpor aulae:Aulaíinmédiolibabant poculaBaechi. (Virg.)
Ou
nos je v, tornando-os vogaes,como
—
Graias por Grajas;ãissoluanturpordissolvantur
:
PriamidenHelenumGraiasregnare per urbes. (Vibg.)
Netemereinmediis ãissoluantur aquis. (Ovid.)
2.°
—
DmvwvftAo
•.No
principioÂphérese(demptio),como
—
Rnunt
por eruunt;ponite por deponite:
Incubuêreraari,totumquea sedibus imis
UnaEurusque Notusqueruunt.
SpemsiquamaccitisAetolúmbabuislis inarmis Ponile.
51
No
meio Syncope (concisio),como
—
Gubernaclo porGu-bernaculo; cxtinxem por extinxissern
:
Ipse gubernacloredorsubit, ipsemagister.
Cum
genereextinxem: memetsuper ipsa dedissem. (Yirg.)No
fim Apócope (amputatio),como
—
Imperí por imperii;guberna por gubernacula:
Quem
vocetDivúmpopulus ruentis Imperirebus?(Hor.)
Disjcctarcsoletmagnummarctransira,guberna. (Lccret.)
Syncrese (contraclio) reunc duas vogaes n'uma syllaba,
conservando-asna dicção; ou,
como
dizFaccionati,nullo sublato elemento;como
—
Semiustum por semiustum:Fama
cstEnccladisemiustum fulmine corpus. (Virg.)Crase (mixtio)reúne duas
n'uma
vogal, quesó ficavisívelnasyllaba da dicção,
como
—
Dí
por Dii: Dítibidivitiasdederant,artemquefruendi.(Hor.)
Synalépha (collisio) cala a vogal ou diphthongo final no
principioda dicção seguinte,que comece porvogal(1),
diphthon-go (2), ou h (3).
(1) TrosTyriusque mibi nullo discrimine agelur. (2) Puppibusetlaetinaulae imposuere coronas. (3) Invisamsinehonoreratem Sergestus agebat.
(Virg.)
32
Ordinariamenteomitte-se esta figura nas interjeições
—
o, heu, ah, pro, vae, e outras,que
retêm a voz, e retardam apronunciação, por causa da paixão,
que
exprimem:
O
pater, ohominum, divumqueaeterna potestas.(Viro.)
Outrasvezesomitte-se
sem
razão justificativaalem davon-tade do poeta; n'este caso a vogal longa ou díphtongo,
que
deveraserelidido, ficará
commum:
Nomen
etarma
locum servant. Tè, amice, nequivi.Tersunt conati imponerePelio Ossam. Ante tibi
Eoàê
Âtlantides abscondantur. Impleruntmontes, flerunt Rhodopeiaearces.Esta figura
também
seobserva, raras vezes,quando
o versoacabar
em
vogal ou diphthongo; e overso seguinte começar domesmo modo
ou por h:Etspumasmiscent argenti,viyaque sulphura Idaeasquepices.
Não
poucas vezes, é esta figura seguidaimmediatamente
da synérese:
Unaeâdemqueviasanguisqueanimusquesequuntur. (Yirg.)
Ecthlipse (elisio) cala o
m
e a vogal anterior do fim dadicção, na vogal do principio da dicção seguinte, ainda
ante-cedida por h:
Invisam quaerensquamprimíwna&rumperelucem.
Noctm
/ij/ememquefercns,etinhorruitundatenebris. (Yirg.)o3
Isto
mesmo
suecede no fimd'um
versocom
a vogal doseguinte, principalmente
quando
queremossignificargrandeza, parecendo assimtambém
o versogrande:
Etmagnosmembrorumarlus,magnaossa,lacertosçwe Exuit.
(Viro.)
Antigamente não só se desfazia o
m
com
a vogal antece-dente:Lanigerae pceudesetequoru' duellicaproles. (Lucret.)
Mas
ainda o sno fim das dicções,já supprimindo-o para tornarasyllababreve;já conjuntamentecom
avogal anterior,quando
a dicção seguinte começava por vogal, fazendo assimuma
synalépha:
Duclu',fidelis,suavishomo,facunda',suoque Content'atque beatas.
(Ennio.)
3.°
—
\\vy>cyU\\Ao a ovaíaw aas>VcVivas•.Metáthese(transpositio) inverte a
ordem
das lettras,como
—
Tymbrc
por Tymbcr:Nanatibi, Timbre,caputEvandriusabstulitensis. (Viro.)
4.°
—
WUvawAo
a c\\vc\A\,Vva(\Acaass\\,\Aa\)as\Systole (correptio) abrevia a syllaba longa, ou
simples-mente,
como
—
Fervcre porfervêre: Fervere Lencaten,auroquee/fulgerefluetus.
o4
Ou
supprimindo a consoante anterior á vogal,como
—
Obicis por objicis:
CurobicisMagno tumulum?
(Lucan.)
Diástole (productio) alonga a syllaba breve; ou simples-mente,
como
—
Jtaliam por Italiam:
IliuminItaliam portans, victosque Penates. (Virg.)
Ou
duplicando aconsoante,que
segue a vogal,como
—
Reppulit porrepulit:
Reppulit, acdominumAeneaninregnarecepit. (Virg.)
Esta figura é geralmente permittida
em
nomes
próprios,que
são compostos de três syllabas breves seguidas,como
—
Priamides,Âsiaticus,etc,aliásnãosepoderiam
empregar
estesnomes
no versoHexametro.
Não devemos
abusar da liberdade,que
nosé concedidano uso d'estas figuras; e algumas ha^ cujoemprego
foi somente permittido aosmestres da lingua:porissocom
razão diz Sérvio3ií
IV
\>as TC^xaa wuú*
«Awssama
\xwa a \)oa \vvowiv\wia toas "çaYawas YaVYwasTodas
as syllabas dequalquer palavra latina sepronunciamem
um
de trestons; ou agudo, que é o maisalto; ougrave,que é o mais baixo; ou circumjlexo, que é médio entre o
agudo, e grave.
Por ora só nos importa observar o uzo do
tom
agudo, e grave; porque acertadamente se pronunciamem
tom
agudo muitas syllabas, que os críticos mais escrupulososmandam
pronunciar
em
tom circumftexo,regra 1.*
Toda
a palavra latina ha de ler necessariamenteuma
só syllabaaguda; e as mais quetiver, hão deserneces-sariamente graves;
como
Hómines, servórum. regra 2.9 Naspalavras d'uma só syllaba, esta é sempre aguda;
como
múx, mús, etc.régua 3.a
Nas palavras, que têm mais que
uma
syllaba,3G
regra
4.aNas
palavrasde duassyllabas,éagudaaprimeira;
tomo
sérvus, duo, etc.begra5.a
Nas
palavras,que
têm
mais de duassyllabas,sendoa penúltimalonga, éaguda;
como
Servórum, Laudavístis,etc.Sendo
a penúltima breve, éaguda
a antepenúltima, ou seja breve, ou seja longa;como
Sérvio, Péreo, etc.regra
5.aAs
conjuncções Que, ne, ve, pronunciam-sejun-ctas
com
a palavra, que lhes precede, e porissotambém
sechamam
encliticas.Portantose aúltimasyllabadapalavrapre-cedentefôr longa por natureza ou posição, deve pronunciar-se aguda,porquea respeitodo todoépenúltima;
como
Servóque, Criminísque,ele.Seamesma
últimafôrcommum,
émais acer-tado na prozapronuncial-asempre
aguda,como
Egóne,homó-gue, etc, no verso, se ficar sendo longa, observar-se-ha o
mesmo;
se ficarsendo breve, observar-se-ha o seguinte:Quando
a última syllaba da palavra precedente á enclitiea é breve, e a penúltima longa, deve amesma
penúltima seraguda
conforme a regra 5.a, porque a respeito do todo é
an-tepenúltima,
como Ármaque,
Nócteque.Quando
a palavra precedente á enclitieaé de duassyllabas, etem
aúltimabreve,deveseraguda
aprimeira,ousejabreve,ou longa conforme aregra 5.a
;
como
Tégeque,Èaque, etc.Porém quando
a palavra precedenteá enclitiea éde muitassyllabas, e tem a última e penúltima breves,
em
tal caso émelhorfazer-se o
tom
agudo na última syllabada palavra,que
lhe precede;
como
Crimináque;ou se á[enclitiea se seguir vo-gal,deveráimmediatamente
feril-apela synalepha,como
&9Sfè9&$3aB
Pag.
IElegia.
Deduza suaelymologia do grego eXé^co;{queixa),cuja composiçãoresnllou da interjeiçãodedôr e(ai) edeXs^w(dizer).Ao
principioconsagradaá descripçãodesujeilostristes,adaptou-se, depois, aos sentimentos alegresdocorarão. Tibullo,Ovidio ePropercio foram osque areduziram aos interessesdoamor; eásuaimitação todos os demaislatinos,poisouesteschorassemosmalesdaguerra,ou louvassem os prazeres,sempreencaminhavamtudoaos seusamores.
O
metro,de que usaramn'estaespéciede poesia,foio dos distichos, ouparelhascontinuadas de dousversos,um
hexametro,eoutro penta-metro:
Versibus impariter junctisquerimoniaprimum, Post etiam inclusaestvotisententiacompôs.
Esteúltimo verso deHorácio,parece-nos,sedeverá entender simples-mente do melroelegíaco,queoslatinosadoptaram paraescrever sobre matériasfestivas,servindo-sedaelegia,paraassumptostristes.
38
Convémestaadvertência,paraquesenãosupponha erradamenteque
sepode dar otitulode elegiaa qualquersujeito, queforIractado
em
verso elegíaco, oqueseoppõe áprácticadosmesmosantigos.
Pag.
2, v.IO
Cave.
Fundadosna onomatopéia,empregámosabsolutamente aquel-lapalavra,comoimitativada voz dopato,quecomroucosom pronun-ciou três vezes—
cave,cave,cave(acaulela-te)-V.
I»
ÍPeligno.
O
númeroeelegânciadoversodependemmuito do pru-dente uso dosepithetos,que,porisso,têmmerecido a attençãoe escrú-pulo dospoetas.O
epitheto,que unimos á palavra carmine,édeduzido dos Pelignos,povosdaItália,quehabitavam Sulmo,pátriadeOvídio,É
pordeducçãosimilhanlequeVirgílio diz:PrimaSyracosiodignatae»tludereversu Nostra, nec erubuit sylvashabitare Thalia.
£m.og.VI,v.1-2.
V.
13
Alíea*. Cumpreaqui notara epanadiplose,que fechaoversopela
mesmapalavra,queo abre.
Abundam
osexemplos,ebasta indicar este: Grescitamor nummi, quantumipsapecuniacrescit.(JUVEN.)
v.
is
r-^
:Evola!» Ha
annos, teve logar este desastroso caso, cujas consequên-ciastristese destruidoras sãolamentadas pelos estranhos, sentidas pelos amigos;eo J. J.Marreiros Netto, oirmão extremoso,recebiaum
golpe mais profundo!É
que perderaaquelle,quetiveracomelleomesmo do-micilio,antesdenascer; nomesmoberçovira correr os risonhos diasdaS9
infância; dosmesmosprogenitoresaprenderaa balbuciarosdocesnomes de paeemãe;d'estesmereceraomesmo amorevotos;d'estesreceberao
mesmosanguee illustração.
—
O
Oceanotinhasepultadoemsuasondaso representantederecordações tão deliciosas; e oespirito,superiorá maté-ria,elevava-se para a região,queocreadorlhe destinara.Restavaa sau-dade; masestanãoera o desespero, era osentimentodenãolhe ter sobre-vivido o objectoamado; eraaperda do talisman precioso,que apenas bruxuleavanolongínquo horisonte atravésdasverdadesdaReligião.—
Quantoéssublime,esperança! Éso facholuminoso,collocado nos limites do tempoedaeternidade.
—
Teusraiosluminososalentamaluz,quese apaga;eaalma, quefoge.—
Luzes naalma dodesconsolado, e lhesua-vlsas as penas,porqueésa palavradeDeus,queesclareceuomundo!
V.
1<JAlllisi. Cumprenotaraqui aEpizcuxis(conduplicatio),querepete amesmapalavrasemcollocaroutra intermédia,parasignificara vehe-mencia doaffectoe oimpetoda pronunciação:
—
citamosum
exemplo:Cave, cave: namqucinmaiosasperrimus Paratatollocornua. (Hon)
FlctilHlM. Metaded'esteverso, e o seguinte inteirocompõe-se de pés Daclylos,paratornar oversorápido; oqueseaccommodaá veloci-dadedas lagrimas,quecorriam,lavando-lhea face.
V.
2*
Alma
O.Aquinãotemlogar asynalepha,poisainterjeição (o)pede quesesuspendaavozenãoseelida;emboraesta elisãonãoseja tão vul-garrelativamente á vogal anterior.Temosexemplo:curas homiuum,oquantuminrebus inanes. ;pers.)