ETILENOGLICÓIS
DESCRIÇÃO
Os etilenoglicóis resultam da reação de água com óxido de eteno. MONOETILENOGLICOL (MEG), o mais simples dos etilenoglicóis, é obtido da reação de um mol de água com um mol de óxido de eteno. A reação de MEG com mais um mol de óxido de eteno, resulta no DIETILENOGLICOL (DEG) e, a partir deste, adicionando-se mais um mol de óxido de eteno, obtém-se TRIETILENOGLICOL (TEG). Os etilenoglicóis são líquidos límpidos, incolores, inodoros e miscíveis com água em qualquer proporção. As reações de obtenção destes compostos e sua estrutura molecular estão representadas abaixo:
A OXITENO produz os seguintes etilenoglicóis:
PRODUTO DESCRIÇÃO QUÍMICA n.o CAS1
MONOETILENOGLICOL GF Etilenoglicol MEG Grau Fibra 107-21-1
MONOETILENOGLICOL H Etilenoglicol MEG 107-21-1
MONOETILENOGLICOL GI Etilenoglicol MEG Grau Industrial 107-21-1
MONOETILENOGLICOL GC Etilenoglicol MEG Grau Capacitor 107-21-1
DIETILENOGLICOL Diglicol Éter Dihidroxi Dietílico
2,2-Oxidietanol 111-46-6
TRIETILENOGLICOL Triglicol 2-(2’ hidroxi etoxi etanol) 112-27-6
ETILENOGLICÓIS
APLICAÇÕES
Resinas para tintas e vernizes
MONOETILENOGLICOL é utilizado na síntese de resinas de poliéster insaturado, alquídicas, de ésteres de breu e poliuretânicas. Atua como agente de coalescência e anticongelante em resinas emulsionadas. A reação de MONOETILENOGLICOL com ácido adípico proporciona a síntese de borrachas com alta resistência química e à abrasão.
As resinas produzidas a partir do ácido oleico e MONOETILENOGLICOL, conhecidas como resinas alquídicas, são bastante utilizadas na indústria de tintas e vernizes.
DIETILENOGLICOL e TRIETILENOGLICOL são aplicados na síntese de resinas alquídicas e de poliéster saturado e insaturado. DIETILENOGLICOL é utilizado na síntese de resinas poliuretânicas como agente de coalescência, anticongelante em emulsões de polímeros e/ou homopolímeros acrílicos, como extensor de cadeias e auxiliar de dispersão e umectação em resinas de poliéster insaturado.
Aditivos para arrefecimento
MONOETILENOGLICOL é utilizado em circuitos de refrigeração industrial e de arrefecimento de motores de combustão interna para elevar o ponto de ebulição e reduzir o ponto de congelamento da solução utilizada. Para esta aplicação, deve ser devidamente aditivado com um sistema anticorrosivo, visando impedir a corrosão do sistema por meio de água.
DIETILENOGLICOL pode ser empregado em formulações de anticongelante na proporção de até 10%, juntamente com MONOETILENOGLICOL. As várias relações quantitativas entre estes componentes encontram aplicações específicas em refrigeração industrial.
Aditivos para cimento
DIETILENOGLICOL pode ser usado em proporções extremamente econômicas como aditivo auxiliar na moagem do cimento aumentando a relação custo-benefício.
Agentes de síntese
A reação do MONOETILENOGLICOL com ácido esteárico produz ésteres utilizados como agentes perolizantes para o mercado de produtos de cuidados pessoais.
DIETILENOGLICOL e TRIETILENOGLICOL podem ser empregados como intermediários de síntese. Os ésteres do DIETILENOGLICOL são aplicados como emulsionantes.
Os ésteres de DIETILENOGLICOL e TRIETILENOGLICOL com ácidos graxos (oleico, esteárico, láurico, etc.) são empregados como emulsionantes e plastificantes de polímeros.
Agentes umectantes e plastificantes
MONOETILENOGLICOL e DIETILENOGLICOL podem ser utilizados como agentes umectantes e plastificantes na indústria de celofane, colas e adesivos, têxtil, tintas de impressão, couro, cosméticos, papel e produtos farmacêuticos.
Agroquímico
MONOETILENOGLICOL e DIETILENOGLICOL podem ser empregados como solventes em concentrados solúveis em água ou em emulsões concentradas, principalmente quando o princípio ativo da formulação apresenta instabilidade na presença de água. Também são recomendados como anticongelantes em suspensões concentradas e concentrados solúveis.
ETILENOGLICÓIS
Poliéster
Fibras, fios, filmes e resinas de poliéster são produzidos a partir da reação de MONOETILENOGLICOL com ácidos e seus ésteres, como ácido tereftálico, oxálico, succínico, glutâmico, adípico e outros. As fibras de politereftalato de MONOETILENOGLICOL são amplamente utilizadas na indústria têxtil e conhecidas comercialmente como Tergal®, Terilene®, Dacron® e Trevira®.
Devido a sua elevada resistência mecânica, às excelentes propriedades dielétricas e baixa higroscopicidade, os filmes de poliéster são empregados na produção de filmes fotográficos, fitas magnéticas e embalagens.
MONOETILENOGLICOL GF tem todos os requisitos necessários para ser usado na síntese do tereftalato de polietileno (PET), pois este tem ampla aplicação em embalagens de alimentos e bebidas carbonatadas.
Outras aplicações
Os etilenoglicóis também podem ser utilizados na secagem de gases e em diversas formulações: fluidos hidráulicos resistentes ao fogo, óleos para usinagem, polidores de superfícies, defensivos agrícolas, extração de solventes, e também como hidrótopos para a estabilização de formulações de tensoativos, na fabricação de pastas pigmentadas e massa corrida para paredes, na formulação de óleos para usinagem e na síntese de explosivos.
PROPRIEDADES INFORMATIVAS(*)
MEG GF MEG H MEG GI MEG GC DEG TEG
Aparência a 25 °C líquido líquido líquido líquido líquido líquido
Pureza, %p 99,9 99,9 99,5 99,9 99,5 98,5
Cor Pt-Co a.25°C 5 máx. 5 máx. 10 máx. 10 máx. 15 máx. 50 máx.
Material em suspensão SL2 SL3 SL3 SL3 SL3 SL3
Densidade, 20/20°C 1,1153 – 1,1156 1,1151 – 1,1156 1,1151 – 1,1156 1,1151 – 1,1156 1,117- 1.120 1,124-1,126
Água (%p) 0,04 máx. 0,06 máx. 0,3 máx. 0,1 máx. 0,1 máx. 0,1 máx.
Acidez, como ácido acético (ppm) 20 máx. 20 máx. 150 máx. - 50 máx. 100 máx.
Aldeídos, como acetaldeído (ppm) 8 máx. 8 máx. 50 máx. - - -
Ferro (ppm) 0,1 máx. 0,1 máx. - 0,1 máx. - - Cinzas, (ppm), 10 máx. - 50 máx. - 50 máx. 50 máx. pH a 25°C e em sol. aquosa a 25 % p 6,5 - 7,5 6,5 - 7,5 6,5 - 7,5 6,5 - 7,5 - - Transmitância a 220 nm (%T) 70 mín. - - - - - Transmitância a 275 nm (%T) 90 mín. - - - - - Transmitância a 350 nm (%T) 99 mín. - - - - -
Massa molar (g/mol) 62 62 62 62 106 150
Pressão de vapor a 20 °C (mmHg) 0,06 0,06 0,06 0,06 < 0.01 < 0.01
Ponto de fulgor vaso aberto (°C) 115,5 115,5 115,5 115,5 143,3 165,5
Ponto de congelamento (°C) -15,6 -15,6 -15,6 -15,6 -10,5 -7,2
NOTA: (*) As propriedades descritas acima têm apenas caráter informativo e podem ser alteradas sem prévio aviso. Se necessário, consultar a especificação vigente do produto ou entrar em contato com a OXITENO.
ETILENOGLICÓIS
MANUSEIO E ESTOCAGEM
Os etilenoglicóis apresentam baixa volatilidade à temperatura ambiente, portanto, os riscos de intoxicação por inalação de seus vapores são mínimos. Porém, exposições prolongadas ou freqüentes em atmosferas saturadas com vapores devem ser evitadas.
Deve-se evitar o contato prolongado ou repetitivo com a pele e principalmente com os olhos. Durante o manuseio, aconselha-se utilizar luvas, avental de PVC e óculos de segurança.
Em caso de contato acidental, agir da seguinte maneira:
• olhos: lavar imediatamente com água em abundância por, no mínimo, 15 minutos; • pele: tirar a roupa contaminada e lavar as partes atingidas com água;
• ingestão: procurar auxílio médico com urgência.
Os etilenoglicóis, em condições normais de manuseio e armazenamento, não requerem cuidados especiais quanto aos riscos de explosão, polimerização e incêndio. Apresentam alto ponto de fulgor, pressão de vapor relativamente baixa e não são corrosivos.
Embora de difícil combustão, queimam se envolvidos pelo fogo. Os agentes extintores são água, pó químico seco, dióxido de carbono e espuma.
Os etilenoglicóis são produtos estáveis, não corrosivos e com alto ponto de fulgor. Como são produtos higroscópicos, os sistemas de armazenamento devem ser projetados de modo a evitar a absorção da umidade atmosférica.
No caso de longos períodos de armazenamento ou quando for necessário evitar a contaminação por ferro ou a coloração do produto, recomenda-se usar tanques de aço inoxidável, alumínio ou revestidos com resinas, que podem ser horizontais ou verticais, e não devem ser enterrados.
Aconselha-se manter o tanque sob atmosfera inerte, de modo a controlar o teor de água nos etilenoglicóis e aumentar a estabilidade de cor em períodos prolongados. Caso não seja possível a inertização do tanque com nitrogênio, mas seja necessário evitar a absorção de água pelo produto, pode-se utilizar um leito de dissecante na linha de ventilação do tanque para secar o ar de entrada. Este leito pode ser composto por sulfato de cálcio, sílica gel ou cloreto de cálcio. Nestes casos, deve-se utilizar válvula de alívio e vácuo para evitar o colapso do tanque devido ao entupimento do leito de dissecante.
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AVISO AOS USUÁRIOS
Este Boletim Informativo contém informações apresentadas de boa-fé, fundamentadas no conhecimento atual da Oxiteno sobre o assunto, e têm valor apenas indicativo. Quaisquer informações, inclusive as sugestões de utilização dos produtos, não devem dispensar ensaios e verificações experimentais, essenciais para assegurar a adequação do produto a cada aplicação específica. Também é responsabilidade do formulador final observar a legislação local e obter todas as autorizações necessárias. Ao manusear o produto, é imprescindível consultar a ficha de segurança. Em caso de dúvida ou necessidades adicionais, contatar os canais de atendimento.