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MODOS DE FAZER. Viola de Cocho

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Academic year: 2021

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MODOS DE FAZER

Viola de Cocho

A Viola de Cocho, é um instrumento musical já reconhecido como patrimônio imaterial, típico do Pantanal mato-grossense nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, intrinsecamente associado ao Cururu e Siriri. Fabricado artesanalmente a partir da madeira de diferentes espécies da flora regional como sarã de leite, sarã d`água, pau de abóbora, embiriçu, urucuana e algumas outras. O artesão, em geral o seu mesmo tocador, o cururueiro, utiliza um molde para riscar a madeira. O tronco é escavado como um cocho até as paredes ficarem lisas e finas. O braço é curto, possui uma paleta inclinada, com ângulo acentuado. É composta de diferentes partes: cavalete, pestana, cravelhas, cordas e os pontos de barbante encerado. A maioria das violas possui cinco cordas, mas pode variar de acordo com o artesão. O orifício no tampão também é um aspecto variável. As cordas eram produzidas de vísceras de animais, mas hoje incorporam as linhas de nylon e até de metal.

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Cerâmica de São Gonçalo

Especialistas na arte de moldar o barro, os ceramistas de São Gonçalo começaram a modelar utensílios domésticos para o consumo próprio como potes, jarras, panelas de barro, castiçais e outros utensílios para casa e decoração. Há registros de que desde o século XIX trocavam o excedente da produção com outras comunidades pantaneiras. A tradição do modo de fazer a cerâmica de São Gonçalo mantém-se onde hoje se localiza o bairro de São Gonçalo Beira Rio, - local de incidência da argila apropriada; e é passado de mãe para filha, conforme registro do relato da moradora do bairro São Gonçalo Beira Rio, Sra. Dalvete: “(...) o barro vem do rio, após seco, é quebrado, e peneirado, assim o barro é misturado com outro barro queimado, obtendo-se a massa a ser trabalhada. Este barro queimado vem de pedaços das próprias peças prontas que quebram e são reaproveitadas. Depois soca a massa até esfarinhar, assim com essa massa já maleável pode ser moldada conforme desenho desejado. As peças depois de secas recebem o brilho e aguardam mais um tempo de secagem, após irem ao forno por doze horas”. Atualmente com abertura do mercado turístico atende a demanda dos consumidores locais e externos, com uma produção maior vasilhas e enfeites variados que retratam animais (a galinha, o peixe pacu, etc), frutas (o caju) e até mesmo costumes, como o pescador em sua canoa e o tocadores de cururu com suas violas de cocho. Há artistas locais que recriaram a forma de desenhar o barro, e se dedicam na criação de peças de cunho religioso com imagens de santos ( ex: São Gonçalo) e presépios, mas tentam manter os valores da cerâmica da região.

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Guaraná Ralado

Com os índios mawês (do Pará) os mato-grossenses, - principalmente o cuiabano e outros pantaneiros da região de Cáceres e Poconé, aprenderam o uso do Guaraná Ralado que adoçavam com mel. O pantaneiro desenvolveu sua maneira própria de prepará-lo. Primeiramente é colhido, torrado e moído e forma-se um Pau de Guaraná juntamente com o cacau e farinha de mandioca. Aprecia-se tomá-lo logo ao despertar na madrugada, em jejum; e o som característico do ralar, faz parte do processo de despertar, como também o som da colherinha mexendo o pó no copo, como um badalo de sininho, também compõe este ritual da manhã do pantaneiro. Os amazonenses utilizam a língua do peixe pirarucu para ralar o Guaraná, mas como no Pantanal não se encontra este peixe, os pantaneiros utilizam uma grosa de aço, para o consumo. Usa-se também um couro de animal para aparar o pó durante o processo de ralar. O pantaneiro coloca de três a quatro colherinhas de açúcar e duas colherinhas do pó de Guaraná dentro de um copinho de cristal; e antes de adicionar a água gelada, o pó é misturado ao açúcar, coloca-se um pouquinho de água e mexe-se até formar uma pasta, adiciona-se mais um pouquinho de água até encher o copinho. É apreciado em pequenos goles. Essa bebida é servida antes do trabalho matinal e após o descanso do almoço, e também quando se recebe visitas em casa. Esse ritual ultrapassou gerações e está presente até hoje no cotidiano do mato-grossense tradicional.

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Rede Cuiabana

Redeiras do Limpo Grande- Várzea Grande- MT ( Fotos : Mario Friedlander)

A Rede Cuiabana tem como diferencial das outras redes do país a beleza do tecido bordado, além de sua durabilidade. Os bordados são feitos em pequenas proporções, com suas respectivas cores, sendo usadas mais tarde como amostras, que são passadas de geração em geração, conservando em família os padrões característicos. A Rede Cuiabana (também chamada de rede lavrada) é encontrada em duas tipologias: trepadeira (com bordados florais, com desenhos que vão de um lado a outro) e a meeiro (os desenhos são formados no centro do leito da rede). A habilidade no manuseio do tear parece ter sido herdada das índias Guanás, que desde muito tempo atrás, assim como as mais antigas tecelãs, fiavam e tingiam o fio, além de plantarem e colherem o algodão. Para a confecção são utilizados teares verticais onde as artesãs fazem as redes com motivos de rosas ou brasão bordado nas laterais. Sentada no chão ou em um banquinho, a artesã começa a urdir de baixo para cima, seguindo a tradição indígena. A cada fio recém tramado, a artesã usa a batedeira (espécie de régua grossa feita de buriti), cuja finalidade é dar mais resistência ao tecido. Quando já teceu uns cinco centímetros, ela prende a espichadeira, que é feita de taquara e serve para manter a rede bem estendida. Para tecer uma rede, com uma média de cinco horas por dia, pode-se demorar até um mês. As artesãs redeiras mais tradicionais são de famílias de comunidades ribeirinhas de Bom Sucesso, Limpo Grande, Capão Grande e Souza Lima no atual município de Várzea Grande.

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Arte Plumária Rikbatsa

A Arte Plumária na sociedade indígena Rikbatsa é uma atividade masculina. Os homens

caçam as aves, coletam as penas e as guardam separadas por tipo, tamanho e cor. Esta

arte está ligada á formação do Rikbatsa, e é através dela que se expressa a sua

identidade de guerreiro, caçador e artesão. Produzem elaborados cocares como o

Myhara (cocar de guerra), que implica na coleta de milhares de penas e no

conhecimento e poderes ligado a sua confecção. Essa é uma tarefa para homens

maduros, casados e com filhos, conhecedores da tradição. Ao fazer o Myhara não se

pode demorar demais, nem restar penas. O que sobrar deve ser utilizado em outros

cocares. Crêem que se não respeitarem essas regras, o Myhara começa a produzir

malefícios ao indivíduo e sua família. Os Rikbatsa têm suas terras no norte de MT,

próximos do rio Juruena, e vivem em aldeias nas fronteiras dos municípios de Juara,

Brasnorte e Cotriguaçu.

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