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O planejamento orçamentário como ferramenta para a tomada de decisões sobre opções de comercialização pelo produtor rural

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Academic year: 2021

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O planejamento orçamentário como ferramenta para a tomada de

decisões sobre opções de comercialização pelo produtor rural

Cândida Eliane Milek da Costa (SECAL) eliane_milek@hotmail.com Vilnei João Felix de Oliveira (SECAL) megaware37@hotmail.com

Jocimar D. Prado (SECAL) jecontprado@gmail.com

Resumo:

O presente trabalho aborda a utilização do planejamento orçamentário na atividade agrícola. Parte-se do pressuposto de que a atividade em questão está contida em um ambiente de muitas incertezas relacionadas com os resultados a serem alcançados, tendo em vista existirem fatores como, clima, políticas, tecnologias que fogem ao controle do produtor. Desta forma, visando reduzir as incertezas no aspecto financeiro, entende-se que o plano orçamentário elaborado por uma cooperativa antes do inicio da cultura pode trazer benefícios ao produtor como previsão dos custos da cultura. Assim, é possível prever sua rentabilidade e optar antecipadamente pela melhor forma de comercialização dentre as várias opções existentes no mercado. Para atingir o objetivo proposto, a pesquisa utilizou-se de um levantamento bibliográfico e também se utilizou da observação assistemática visando o levantamento dos dados empíricos que possibilitou a discussão. Como principais contribuições, o trabalho apresenta um elenco de opções de comercialização bem como destacar como o orçamento pode ser um instrumento para uma decisão que pode diminuir as incertezas quanto aos resultados financeiros da cultura.

Palavras chave: Planejamento Orçamentário, Atividade Agrícola, Decisão de Comercialização.

The budget planning as a tool for making decisions about marketing

options for the rural producer

Abstract

This paper discusses the use of budget planning in the agricultural activity. It starts from the assumption that the activity in question is contained in an environment with many uncertainties with the results to be achieved in view there are factors such as climate, policies, technologies that are beyond the control of the producer. Thus, to reduce the uncertainties in the financial aspect, it is understood that the budget plan developed by a cooperative before the start of culture can bring benefits to the producer as the expected costs of the culture. Thus, it is possible to predict its profitability and choose the best way to advance trade among the various options on the market. To achieve this purpose, the research used a literature survey and also was used aiming at the unsystematic observation of empirical data collection that led to the discussion. As main contributions,

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the paper presents a list of marketing options as well as highlighting how the budget can be instrumental in a decision that could reduce uncertainty about the financial results of culture.

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Key-words: Budget Planning, Agricultural Activity, Options on the Market

1 Introdução

Dentre as várias atividades econômicas a atividade agrícola é sem dúvida uma das mais cheias de incertezas devido aos diversos fatores que podem afetar seu desempenho como clima, políticas econômicas, doenças, novas tecnologias, entre outras. Essas condições colocam a atividade agrícola em um ambiente de incertezas onde o planejamento encontra diversos obstáculos.

Entretanto, a atividade em questão é uma das mais importantes para a economia do Brasil, desta forma, não se pode pensar em deixa-la a mercê das incertezas, sendo que as ciências ligadas à administração devem contribuir com conhecimentos e técnicas capazes de amenizar os impactos negativos e maximizar os impactos positivos da atividade em si.

Neste contexto, a gestão financeira através das técnicas de projeções e acompanhamentos pode contribuir fortemente para que o produtor tenha instrumentos que lhe permita determinar os níveis de rentabilidade, lucratividade e igualmente planejar seu fluxo de caixa, antevendo as fontes dos recursos financeiros necessários.

Assim, pode-se considerar que dentre as várias práticas de planejamento financeiro encontra-se o orçamento de produção, onde encontra-se fazem as projeções e os acompanhamentos de desempenho da atividade. Assim, tal instrumento está inserido no meio rural como ferramenta de extrema importância para a tomada de decisões. Com o plano orçamentário, o agricultor poderá identificar quais são os itens contemplados na elaboração do orçamento para uma determinada cultura, bem como validar se existirá a possibilidade de auferir o lucro almejado, antes do inicio da cultura.

De posse de um plano orçamentário que contemple os custos da cultura, o produtor poderá antecipadamente considerar os mercados alternativos para o produto, determinando a rentabilidade da cultura estudada e dentre os diversos mercados possíveis.

Nas modernas organizações de produtores rurais, a cooperativa é uma das mais consistentes, pois se trata de uma união que possibilita a junção de forças de cada produtor e eles recebem da mesma o apoio e aconselhamento técnico.

Na questão do planejamento financeiro, a cooperativa conta com técnicos e recursos que fornecem ao agricultor dados realmente confiáveis, orientando as operações em relação a custos e benefícios, fazendo uma programação para a elaboração do orçamento, para que o produtor se sinta seguro diante da decisão a tomar, do que fazer e assumir resultados de sucesso em sua atividade, visando maximizar os lucros e minimizar os custos e despesas. Assim sendo, o presente trabalho tem como objetivo abordar o planejamento orçamentário de uma cultura específica, elaborado por técnicos de uma cooperativa da região dos Campos Gerais – PR, buscando evidenciar a utilidade do mesmo antes mesmo do inicio do plantio da cultura tendo em vista que o produtor pode utilizar-se de suas informações para antecipadamente buscar as melhores opções de comercialização de sua futura safra.

Desta forma, entende-se que o instrumento em estudo pode contribuir para minimizar as incertezas que envolverão a cultura a ser iniciada, garantindo uma melhor rentabilidade ao produtor.

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2 Metodologia

A presente pesquisa utilizou-se do levantamento bibliográfico visando determinar a fundamentação do que seja a atividade agrícola, o que é o planejamento orçamentário bem como para compreender a essência do funcionamento dos mercados para comercialização de um produto agrícola. Como embasamento empírico, utilizou-se a observação assistemática que, conforme Marconi e Lakatos (1999) é aquela realizada no dia a dia de forma informal e busca levantar fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou venha a fazer perguntas diretas.

3 Revisão bibliográfica

3.1 Uma visão sobre a atividade agrícola

A atividade rural esta passando por uma fase de ascensão dentre as atividades desenvolvidas atualmente no Brasil. Seu desenvolvimento é responsável por grande parcela da distribuição de emprego e renda. As atividades rurais podem ser exercidas de várias formas, desde o cultivo para a própria sobrevivência, como a exploração de grandes empresas nos setores agrícolas e agroindustriais.

Nepomuceno (2004, p.15), destaca: “A atividade rural no Brasil desenvolve-se em níveis e especificações diversificados, de tal modo que se vê o grande, o médio e o pequeno produtor com espaços próprios”.

A agricultura é uma das mais significativas atividades econômicas do Brasil, com destaque para o cultivo da soja. Sendo a soja, atualmente a segunda cultura plantada no Brasil, em âmbito mundial.

Afirma Crepaldi (2009, p.02), “O conhecimento das condições de mercado e dos recursos naturais dá ao produtor rural os elementos básicos para o desenvolvimento de sua atividade econômica”.

Nas atividades rurais, o custo de produção compreende o conjunto de todas as despesas, o que é importante para o empresário rural. Assim, se faz necessário para obtenção de resultados de seu produto, enquadrando-se com custo de produção.

3.2 Sistemas Orçamentários

A grande preocupação dos produtores rurais é o de saber qual a melhor forma para controlar e mensurar os resultados, as variáveis. O orçamento é a forma pelo qual o produtor decidirá o melhor resultado para o plantio de sua safra perante a atividade agropecuária a ser exercida ao longo do período, afirma Finney (2000, p.11) “o orçamento comunica os objetivos e as prioridades para o ano, porque o trabalho não será realizado se os recursos necessários à sua execução não forem orçados”.

Segundo Frezatti (2000, p.36) “uma abordagem adequada do planejamento de negócios é aquela que considera o orçamento como a forma de controle do resultado futuro. Planejar sem controlar é uma falácia e desperdício de tempo e energia”. O orçamento é uma ferramenta que auxilia o agricultor na realização do seu trabalho.

Uma abordagem adequada dos negócios como forma de controle, que é fundamental para o entendimento do grau de desempenho, consistência e confiabilidade dos resultados alcançados. Para Nepomuceno (2004, p.91), “O orçamento é uma ferramenta de aperfeiçoamento da administração na atividade rural, que permite trabalhar com os olhos voltados para o que vai acontecer”.

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3.3 O controle orçamentário para a atividade agrícola

A ação praticada e dentre elas principalmente se as práticas agrícolas estão sendo Conforme Crepaldi (2009), o agricultor deve se atentar ao conjunto das ações: o, quê, quanto e como produzir, e controlar aplicadas de forma correta e, em tempo certo. Com a dependência em relação aos mercados, torna-se imprescindível o conhecimento do agricultor do seu negócio, pois uma queda nos preços dos produtos pode levar o agricultor a sérios prejuízos. Caso ainda o agricultor estiver com dúvidas, a disposição dele encontra-se as Cooperativas, Sindicatos e outros técnicos atuantes na área agrícola. Avaliar os resultados obtidos na safra com os previstos no início. Portanto o conhecimento permite perspectivas boas para alcançar o resultado esperado. “Controle é o acompanhamento das atividades da organização. Por meio dele, o administrador observa se o comportamento da organização esta de acordo com os planos traçados”. Crepaldi (2009, p.79)

Para Frezatti (2000) descreve que o controle é a peça fundamental para o entendimento, de que tão próximos estão os resultados almejados, ao planejado, e que as ações podem ser ajustadas ao longo do processo orçamentário de forma a atingir os objetivos. Por sua vez o controle orçamentário, pode conter várias estruturas: flexível ou rígida, complexa ou simplificada, centralizada ou participativa, e que ainda o sistema de controle orçamentário tem a possibilidade de realimentar o de planejamento. Planejar sem controlar é inútil. “Se por um lado existem vários tipos de planejamento (estratégico, operacional e administrativo), o controle orçamentário é um instrumento único” (FREZATTI, 2000, p.41). A Figura 1 apresenta esquematicamente a visão de Frezatti.

Figura 1: Controle Orçamentário adaptado de Frezatti (2000, p.40)

Conforme Padoveze (2010) o planejamento e a elaboração de programações anuais, mantidos e aprimorados constantemente, servirão de base no orçamento, elemento fundamental à administração da atividade, auxiliando na previsão das necessidades, geração de recursos e controle, comparando o orçado x realizado.

A base do controle é o confronto dos dados orçados contra os dados reais obtidos pelo sistema de informação contábil. As variações ocorridas entre os dados reais e orçadas permitirão uma série de analises, identificando se as variações ocorridas foram decorrentes de plano, preços, quantidades e eficiência (PADOVEZE, 2010, p.221).

Apurar variações entre previsto e realizado Tomar conhecimento Ações ??? Tomar conhecimento Entendimento e ações Realimentação do processo de planejamento

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3.4 O orçamento agrícola

Conforme Santos e Marion (1996) na empresa agrícola, o primeiro passo é o orçamento de produção, ao contrário da empresa Industrial, onde se inicia pelo orçamento de vendas. Com a estimativa da quantidade a ser produzida pelo produtor, faz-se então o orçamento das vendas, incluindo todos os custos que incorrem na produção e também inclui todas as despesas conforme dita o autor abaixo. Consiste em orçar os investimentos, a serem realizados no período agrícola e principalmente o orçamento de caixa e finalizando com a projeção dos resultados.

Santos & Marion (1996, p. 14-15), destacam: quando se fala em planejamento operacional devemos considerar o seguinte:

Premissas a serem consideradas nos planos orçamentários: (1) Projeção das áreas disponíveis de produção da fazenda; (2) Perfil climático da região; (3) Escolha dos produtos principais e alternativos; (4) Expectativa de produtividade e qualidade; (5) Perfil de safras; (6) Expectativa de preços; (7) Índices técnicos para cada produto; (8) Estimar a taxa de retorno esperada sobre os investimentos operacionais do referido ano agrícola; (9) Estimar o “mix” da margem de contribuição dos produtos em percentual.

E ainda conforme os mesmos autores, as principais fases do orçamento agrícola: a) Orçamento de produção (plano físico);

b) Orçamento de vendas;

c) Orçamento de custo de produção- Mão-de-obra direta, insumos agrícolas, equipamento direto, custos indiretos, depreciação, exaustão, e amortização;

d) Orçamento de despesas- Despesas de comercialização, administrativas e financeiras; e) Orçamento de investimento para o ano agrícola;

f) Orçamento de caixa; g) Projeção de resultados.

3.5 Alternativas de comercialização para a safra

Abaixo são elencadas as várias possibilidades para que o produtor possa optar para a comercialização de sua futura safra.

a) O mercado futuro- Conforme Corrêa & Raíces (2005) a bolsa de futuros Chicago Board of Trade (CBOT) surgiu em 1848. Hoje a Bolsa de Chicago, é a referência mundial para o preço da soja. No Brasil o mercado de futuros atua principalmente através da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) onde são negociados, entre outras, commodities como café, algodão, soja, milho, açúcar e boi gordo. É uma instituição que visa a desenvolver um mercado de derivativos livre e transparente.

b) O Mercado a Vista- No mercado a vista, a liquidação- pagamento e recebimento financeiro e físico são realizados no momento da negociação. O preço, a quantidade, a qualidade, do produto negociado e o local de entrega são determinados diretamente entre o comprador e o vendedor. Pode não ser uma boa opção, pois os riscos de oscilação de preços estão sempre presente no mercado a vista. Para Debertolis, Alexius e Dossa (2005, p.63) “Esta nem sempre é uma boa opção, pois na época da safra, os preços dos produtos agrícolas estão geralmente em níveis baixos em relação à média anual”. Conforme os autores, as principais razões que levam o produtor a usar desta opção são: falta de capacidade de estocagem de seus produtos em nível de propriedade; vencimento de compromissos financeiros no período da colheita e

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falta de recursos para financiamento da comercialização.

c) Mercado a Termo - Conforme Corrêa e Raíces (2005) Contrato a termo é um contrato de compra e venda, no qual as partes assumem compromisso com entrega em uma data futura, por um preço determinado previamente, ou seja, neste mercado independente da data de pagamento, e do produto negociado será entregue somente em data previamente definida. Independente do que ocorrer no mercado, cada parte assume o risco em função do preço, ou perde ou ganha. Afirmam Corrêa e Raíces (2005) que esta operação é muito comum na agricultura e é realizada por produtores que fecham, ainda no plantio, a venda de parte da safra, fixando preço e data de entrega. Ainda conforme o mesmo autor, na agricultura o contrato a termo mais utilizado é a Cédula do Produto Rural (CPR).

d) Mercado de Opções- Conforme Corrêa & Raíces (2005) assemelha-se a qualquer operação de seguro, onde beneficiários pagam um prêmio para segurar um determinado bem. Instrumento que permite ao comprador ou titular, ter direito futuro sobre o ativo, mas não obrigação. Conforme Debertolis, Alexius e Dossa (2005), operação de seguro de preço, o produtor adquire o direito, porém não tem a obrigação de vender o produto, pelo preço de exercício estabelecido na opção, no momento da negociação paga um prêmio. Caso o produtor deseje exercer a opção de venda, o governo assume a obrigação de comprar e de pagar o preço estabelecido no contrato, pois ele é o emissor.

4 Discussão

O ponto forte do orçamento para o agricultor é formar o referencial, ou seja, o seu custo para o planejamento das vendas. O produtor faz seu orçamento de produção baseando-se nas médias das produtividades alcançadas nas últimas três safras, anteriores a que estará sendo implantada, e consequentemente, com respaldo do ano passado adicionando ou subtraindo eventual correção para mais ou para menos nos custos e despesas de seus insumos.

Com relação à receita, o produtor estima o valor da venda de sua produção considerando a indicação futura de preços para o produto e sua expectativa de produção. É de vital importância que ele tenha os custos de produção controlados através de seu orçamento, pois só assim poderá estimar o volume de produção a ser vendido antecipadamente (antes da colheita) no mercado a Termo, de maneira que esta venda antecipada possa ser protegida a fim de cobrir seus custos de produção pela utilização de um contrato de hedge.

Assim sendo, nota-se que em um primeiro momento o planejamento fornece ao produtor uma previsão muito próxima de seus custos totais, sendo que sobre esses custos totais é possível determinar uma margem de lucratividade mínima aceitável dentro do contexto.

Conhecendo exatamente quanto vai gastar, o produtor pode determinar, com precisão, dentro de uma expectativa de produção razoável, qual o preço de venda que garantirá rentabilidade adequada, à atividade produzida.

Uma atividade econômica que, para apresentar resultados positivos, dependerá basicamente de três fatores: produtividade, custos de produção e preço de venda. A figura 2 evidencia o fluxo de tomada de decisões possibilitado pelo plano orçamentário.

Nota-se que o plano orçamentário elaborado para a cultura é o ponto de partida e entre as diversas decisões possíveis não se exclui a possibilidade de a cultura ser inviável financeiramente, ou ser menos vantajosa do que outra.

Em ambos os casos, o fator chave é a estimativa de preço de venda em uma determinada data. Optando por vender antecipadamente o produtor poderá deixar de lucrar mais caso os preços de seu produto venham a ser majorados no futuro. Entretanto, em meio a diversas incertezas,

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a opção por não vender antecipadamente, esperando colher o produto e armazená-lo no aguardo de preços melhores é um risco muito grande.

Análise do orçamento

Receitas possíveis cobrem

os custos?

Sim

Não Não realizar o plantio

Qual a melhor opção de comercialização?

Vender antecipadamente com a contratação de um hedge

Vender antecipadamente sem a contratação de um hedge

Vender após a colheita

Figura 2- Fluxo de decisões proporcionadas pelo plano orçamentário

No entanto se o produtor não tivesse o orçamento em mãos seria irrelevante vender a qualquer preço ou a qualquer momento, pois não teria um referencial, não saberia se realmente estaria em uma atividade com lucratividade, ou seja, o orçamento é o fator relevante para as tomadas de decisões, pois é onde se demonstram seus custos de produção, despesas.

Como se observa na figura 2, de posse do orçamento, o produtor poderá saber e antecipar qual será a sua receita meses antes de ter os produtos disponíveis para venda, e até mesmo analisar a viabilidade de fazer o plantio.

Igualmente poderá traçar estratégias de como assegurar-se contra variações bruscas de mercado, que podem ser extremamente prejudiciais ao seu negócio. Durante o desenvolvimento da cultura poderá haver o acompanhamento dos valores orçados x realizados.

A partir daí que se insere a contribuição dos operadores de mercado da cooperativa, os quais acompanham os mercados futuros diariamente, podendo fechar a venda com os preços mais elevados que no momento em que, foi feita a estimativa da receita através da indicação dos preços do mercado futuro.

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com a quantidade e valor (essa opção pode ser feita através do sistema on-line, e-mail ou na própria Cooperativa).

A Cooperativa utiliza um mecanismo de segurança onde ela limita a quantidade de produto a ser vendido antecipadamente, em 30 sacas por hectare para a soja, volume este que assegura a entrega futura do produto a ser colhido para cumprir o contrato de venda, mesmo havendo frustração da safra. A melhor opção de venda para o produtor é atingir a margem de lucro desejada, normalmente a margem é de no mínimo (50%).

Alguns produtores, geralmente os mais capitalizados, preferem não vender sua produção antecipadamente no mercado a termo. No entanto, não fazendo o hedge eles assumem o risco da oscilação de preços do produto a ser colhido, colocando em risco a rentabilidade de sua lavoura.

A decisão da venda antecipadamente a colheita, permite que o produtor se proteja de possíveis oscilações indesejadas nos preços de venda, e também permite que o produtor já visualize os seus possíveis ganhos futuros (considerando que este tenha uma safra normal) baseados num preço e produtividade estimados na época de sua colheita.

Reunindo as opções de venda de diversos agricultores, a cooperativa forma lotes do mesmo produto com o mesmo preço, lotes estes que possuem volumes maiores (a soma das opções de venda de vários agricultores) e oferece-as aos compradores. A cooperativa opta por comercializar os produtos agrícolas diretamente com a Trading, pois lhe proporciona garantia, através de um contrato de compra e venda entre as partes, fixando um preço, vencimento e quantidade, o qual pode ser chamado de Venda a Termo.

Desta forma, o planejamento orçamentário fornecido pelo departamento técnico da cooperativa atua como um importante instrumento de previsão, contribuindo para a redução das incertezas quanto à futura comercialização do produto depois de colhido.

Ressalte-se nesse processo que a possibilidade de firmar um contrato de hedge fundamental no contexto da produção agrícola, tendo em vista que tal instrumento funciona como um garantidor de preço mínimo do produto independente das oscilações do mercado.

Neste caso, ressalta ainda mais a importância do planejamento orçamentário, tendo em vista que a lucratividade mínima esperada se baseia no valor do mercado em uma determinada data deduzindo-se tal valor dos custos a serem imputados à cultura, sento tais custos estimados por metodologias desenvolvidas no departamento de assistência técnica da cooperativa.

5 Considerações finais

No orçamento elaborado pela Cooperativa verifica-se que o mesmo comtempla uma previsão da produtividade, bem como da receita a ser obtida na comercialização desta produção, além de estimar os custos. Em função de fatores completamente alheios à vontade humana, o orçamento agrícola é de difícil elaboração principalmente no tocante à previsão da produção, devido a fatores climáticos e, dos preços de comercialização do produto, que são regidos pelo dólar, e que pode oscilar.

Constata-se que o orçamento é uma forma altamente eficaz pela qual o produtor decidirá o melhor resultado para o plantio de sua safra, que dá suporte, auxiliando nas tomadas de decisão. O sistema de controle orçamentário tem a capacidade de realimentar o planejamento, pois a base do controle é o confronto dos dados orçados x realizados.

No entanto observa-se que a forma de comercialização da cultura da soja exercida pela cooperativa são as vendas para a Trading, destacando como a melhor opção com garantia de recebimento.

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Este mecanismo tradicional proporciona de certa forma garantia ao produtor, entretanto, outros instrumentos alternativos ainda não permitem segurança e talvez conhecimento profundo para assumir os riscos.

Verifica-se que para o produtor rural, agrônomo, administrador rural ou pessoas envolvidas com o meio agrícola, o conhecimento da metodologia de comercialização é muito importante, pois permite que eles reduzam o risco, que podem interferir nos lucros a serem obtidos. É fato que o produtor agrícola dispõe de alguns novos e eficazes mecanismos de comercialização. Mas também é fato, que ainda há muita desinformação a respeito dessas modalidades de comercialização.

Em caso de o produtor estiver capitalizado, a venda de seus produtos pode ocorrer posteriormente, aguardando o melhor momento, acompanhando os preços do mercado, e que também a cooperativa negocia volumes maiores de mercadorias, e neste sentido, propicia ao produtor preços melhores alavancando benefícios.

Contudo para obter o resultado positivo almejado, o produtor precisa buscar informações de qualidade, e a cooperativa disponibiliza profissionais capacitados tanto na implantação do planejamento orçamentário, controle, que são os engenheiros agrônomos e técnicos e também, na contribuição de operadores de mercado para escolher criteriosamente estratégias adequadas de comercialização dos seus produtos.

Após conhecer e dominar a metodologia de fatores: custos, produtividade e preço, a mesma passa a ser uma excelente ferramenta e tecnologia à disposição do produtor para maior rentabilidade nas atividades desenvolvidas, ou seja, se soubermos os custos de produção e a produtividade, pode-se saber, por quanto precisa vender os produtos para atingir um resultado razoável, e neste sentido o planejamento orçamentário é a ferramenta útil, eficaz ao produtor rural.

Referências

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CREPALDI, Sìlvio Aparecido. Contabilidade Rural: uma abordagem decisorial. 5. ed. Revista atualizada e ampliada. São Paulo: Atlas, 2009.

DEBERTOLIS, Alcides José; ALEXIUS, Mário Luiz e DOSSA, Derli. Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris. 2. ed. Revisada, Curitiba: Senar- PR, 2005

FINNEY, Robert G. Como Elaborar e Administrar Orçamentos: tradução de Luiz Euclydes Trindade Frazão Filho. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: planejamento e controle empresarial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 4. ed. São Paulo Atlas, 1999 NEPOMUCENO, Fernando. Contabilidade Rural e seus custos de produção. São Paulo: Iob- Thomson, 2004. PADOVEZE, Luíz Clóvis. Planejamento Orçamentário. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 20l0.

SANTOS, Gilberto José dos; MARION, José Carlos. Administração de Custos na Agropecuária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

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